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Impresso por Paula, CPF 080.617.118-93 para uso pessoal e privado.

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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

 Ouro = 8 possibilidades
A = Prata = 7 possibilidades = 8.7.6 = 336
 
Bronnze = 6 possibilidades 

Uma vez que ambas as abordagens são equivalentes (na verdade, a fórmula é consequência direta
do Princípio Fundamental da Contagem), a escolha dessa ou daquela abordagem de solução fica a seu
critério, aluno.

Saiba mais

Cálculos combinatórios geralmente proporcionam resultados que


não são intuitivos, o que torna a prática dessas operações fundamental,
senão mandatória, para uma melhor assimilação do conteúdo.
Uma ótima dica para explorar interativamente cálculos
combinatórios é utilizar o recurso oferecido gratuitamente pela
WolframAlpha. Acesse-o no sítio indicado em seguida e divirta-se:
<http://www.wolframalpha.com/examples/Combinatorics.html>

Exemplos de Aplicação

1. Calcule o número de arranjos simples dos elementos do conjunto M = {a, b, c, d}, tomados três a
três.

Solução:

Utilizando o Princípio Fundamental da Contagem temos:


A4,3 = 4.3.2 = 24

Alternativamente, podemos recorrer à fórmula dada por:


n =4
An,p = n(n − 1) (n − p + 1) onde :
p= 3

A4,3 = 4 (4 − 1) (4 − 3 + 1) = 4 .3 .2 = 24

Resposta: o número de arranjos simples dos elementos de M, tomados três a três, é 24.

2. De quantos modos distintos 5 pessoas podem formar uma fila?


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Unidade I

Solução:

Trata-se da contagem do número de arranjos simples de um conjunto de 5 elementos (n = 5)


agrupados de cinco em cinco (p = 5), uma vez que todas as pessoas devem pertencer à fila. O resultado
é facilmente obtido, recorrendo-se ao Princípio Fundamental da Contagem. Vejamos:

An,p = A 5, 5 = 5. 4. 3. 2. 1
A5 ,5 = 120

Resposta: o número de maneiras distintas de formar uma fila com 5 pessoas de um total de 5
pessoas é 120.

1.4.2 Permutações Simples

Permutações sem Repetição

Um caso particular de arranjos simples é o conhecido como Permutação Simples. Essa operação
acontece quando o número de elementos nos agrupamentos coincide com o número total dos elementos
do conjunto de origem, isto é, dado um conjunto M com n elementos, as Permutações Simples são
arranjos simples de n elementos tomados de n a n.

Assim, quando tratamos de Permutações Simples, em que não há elementos repetidos, temos:

Pn = An n, = n (n −1 )(n −2 ) ...(n − n +1)

Pn = n(n − 1) (n − 2) ...(1) = n !

Pn = n!
Já nos deparamos com esse tipo de situação anteriormente, quando calculamos os anagramas de
palavras que não possuem letras repetidas.

Exemplos de Aplicação

1. Quantos anagramas possui a palavra letra?

Solução:
Como se trata de uma permutação de 5 elementos não repetidos, temos:

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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Pn = n !; onde n = 5

P5 = 5! ⇒ P5 = 120

Resposta: o número de anagramas da palavra letra é 120.

2. Quantos números naturais de 6 algarismos distintos podem ser formados com os algarismos 1, 2,
3, 4, 5 e 6, que não sejam múltiplos de 5?

Solução:

Para não ser múltiplo de 5, número completo não pode terminar com o algarismo 5, isto é, o algarismo
posicionado na casa das unidades deve ser diferente de cinco. As outras posições podem permutar
livremente, ou seja, uma vez escolhido o algarismo das unidades (5 possibilidades, pois devemos excluir
o algarismo 5), podemos permutar livremente os 5 cinco algarismos restantes.

Assim, o número total (N) de algarismos é:

N = (P5) × 5 = ( 5!) . 5

N = 120 × 5 = 600

Resposta: o número de algarismos distintos, que não sejam múltiplos de 5, possíveis de serem
formados é 600.

Permutações com Repetição

É comum acontecerem situações nas quais permutar elementos não diferencia os agrupamentos.
Um exemplo já conhecido nosso é o cálculo de anagramas de palavras com letras repetidas . Tais
situações são conhecidas como Permutações com Repetição e podem ser calculadas por meio da
seguinte expressão:

n!
Pnn1,n2 ,....n k =
n1! n2!...nk !

em que n k (k = 1, 2, 3...) corresponde à quantidade de repetições do k-ésimo elemento. Dessa forma,


note que, necessariamente:

n1 + n2 + ... + nk = n
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Unidade I

Observe que, se aplicarmos a relação anterior em uma situação em que não há elementos repetidos,
isto é:

n1 = n2 = ... = nk = 1

recuperamos a expressão correspondente a Permutações sem Repetição:

n! n!
Pnn1,n2 ,....nk = = ⇒ P11
n
, ,....1
= n!
n 1!n 2 !...nk ! 1! 1!... 1!

É fácil compreender o termo no denominador em contraste com a expressão para Permutações sem
Repetições. Ela ocorre justamente para corrigir as permutações contadas a mais, uma vez que estas não
distinguem os agrupamentos.

Situações de permutações com elementos repetidos são frequentes e bastante interessantes. Vamos
explorá-las considerando alguns exemplos de aplicação.

Exemplos de Aplicação

1.Determine o número de anagramas da palavra tiete.

Solução:

A palavra tiete possui duas letras que se repetem: t e e, logo, se trata de uma situação na qual o
cálculo de uma permutação com elementos repetidos é requerida. Vejamos:

n =5
n!
Pnn1,n2 = onde : n1 = 2
n1! n2!
n2 = 2
Logo:

5 ! 120
P52,2 = = ⇒P52,2 = 30
2! 2! 4

Resposta: o número de anagramas da palavra tiete é 30.

2. Seja a equação: x + y + z = 7, com x, y e x pertencentes ao conjunto dos números naturais.


Quantas soluções essa equação possui?

Solução:

Uma equação desse tipo é conhecida como diofantina, e, para determinar o número de
possíveis soluções, devemos lançar mão de um interessante e criativo truque. Imaginemos que
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

devemos separar 7 bolinhas em 3 regiões diferentes. Em seguida ilustramos uma das possíveis
separações:

o|ooo|ooo

Utilizando barrinhas | conseguimos separar as 7 bolinhas em 3 regiões contendo, respectivamente,


(da esquerda para a direita) 1, 3 e 3 bolinhas. Se denotarmos o número de bolinhas em cada região por
x, y e z, temos, de fato, sempre: x + y + z = 7

Assim, encontrar o número de solução dessa equação é equivalente a encontrar o número de


possíveis permutações entre as barrinhas (|) e bolinhas (o), o que pode ser feito se visualizarmos que
se trata da permutação de 9 elementos (7 bolinhas + 2 barrinhas),.em que são repetidas 7 bolinhas e 2
barrinhas, ou seja:

9!
P92,7 =
2! 7!
Utilizando a propriedade fundamental dos fatoriais, chegamos ao resultado desejado:

9. 8. 7! 9.8
P92,7 = =
2 !7 ! 2

P92,7 = 36

Resposta: o número de possíveis soluções da equação diofantina proposta é 36.

Observação

A equação diofantina é do tipo polinomial indeterminada, na qual


as incógnitas presentes só podem assumir valores inteiros. O nome é
dado em homenagem ao matemático grego Diophantus (nascimento
entre 200 e 214 d.C; morte entre 284 e 298 d.C.), autor de uma série
de livros chamada Arithmetica . Uma das equações diofantinas de
2 2 2
maior popularidade é o conhecido Teorema de Pitágoras: x + y = z .
Outra equação diofantina de grande popularidade na história é
aquela contida no famoso Último Teorema de Fermat, que afirma que
a equação diofantia xn + yn = zn , n ∈ℵ , só possui soluções se n for
menor ou igual a 2. Equações diofantinas em que os expoentes das
variáveis são iguais a 1 denominam-se diofantinas lineares.
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Unidade I

Permutações Circulares

Vamos imaginar uma situação em que temos um dado conjunto M com n elementos dispostos de
forma circular, isto é, posicionados na circunferência de um círculo. Um grupo de 5 pessoas sentadas ao
redor de uma mesa redonda é um bom exemplo de um conjunto em que os elementos estão dispostos
de forma circular. Vamos nominar essas pessoas com letras, sejam elas: A, B, C, D, e E.
B

A C

E D

Figura 4

A pergunta é: de quantas formas tais pessoas podem se posicionar ao redor da mesa?

Situações como essa são casos típicos de Permutações Circulares. Observe que, se girarmos
no sentido horário, obtemos as seguintes permutações em linha: ABCDE (partindo de A); BCDEA
(partindo de B); CDEAB (partindo de C); DEABC (partindo de D); EABCD (partindo de E). Essas
5 permutações em linha correspondem a uma única permutação circular, pois, se trocarmos
as pessoas de lugares, daremos origem a novas Permutações Circulares. Na verdade, podemos
trocar as pessoas de lugar de 5! formas distintas, justamente como se estivéssemos calculado os
anagramas de ABCDE.

Nossa tarefa agora é calcular o número de possíveis Permutações Circulares. Felizmente, tal trabalho
pode ser feito realizando uma Regra de Três Simples . Vejamos:

Número de permutações em linha Número de permutações circulares


5 1
5! x

Solucionando a Regra de Três, obtemos:


5!
5x = 5 ! ⇒ x =
5
5 .4 !
x= ⇒ x = 4!
5
x = 24
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

A generalização do raciocínio é imediata. Dado um conjunto M de n elementos dispostos de forma


circular, o número de possíveis permutações circulares é:

Número de permutações em linha Número de permutações circulares


n 1
n! x

o que implica:

n ! n (n − 1) !
nPcirc (n ) = n ! ⇒ Pcirc (n ) = =
n n

ou seja:

Pcirc( n) = (n − 1)! , que é a fórmula geral para permutações circulares.

Exemplos de Aplicação

1. De quantas forma distintas 6 pessoas podem ser dispostas ao redor de uma mesa redonda?

Solução:

Utilizando a fórmula geral para permutações circulares, temos:

Pcirc( n) = (n − 1)! , n = 6

Pcirc( 6) = ( 6 − 1) ! = 5!

Pcirc( 6) = 120

Resposta: o número de formas distintas que 6 pessoas podem ser dispostas em uma mesa redonda
é 120.

2. Uma família é composta por 6 pessoas: pai, mãe e 4 filhos. Num restaurante, essa família irá
sentar-se em uma mesa redonda. De quantas formas diferentes eles podem se posicionar em torno da
mesa, de forma que pai e mãe permaneçam juntos?

Solução:

Como pai e mãe devem permanecer juntos, vamos tratá-los como um só elemento e calcular as
Permutações Circulares com respeito a 5 elementos em torno da mesa.
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Unidade I

Pcirc (n ) = ( n − 1)! , n = 5

Pcirc (6 ) = (5 −1) ! = 4 !

Pcirc (6 ) = 24

Todavia, devemos multiplicar esse resultado por 2, uma vez que pai e mãe podem trocar de lugar
entre si. Logo, o número de composições na mesa (N) para que pai e mãe fiquem juntos é:

N = 2 × 24

N = 48

Resposta: o número de composições na mesa em que pai e mãe ficam juntos é 48.

1.4.3 Combinações Simples

Já estudamos a contagem de agrupamentos em que a ordem dos elementos agrupados distingue


os agrupamentos. No entanto, há situações nas quais devemos contar agrupamentos em que a ordem
não é importante, isto é, a ordem dos elementos agrupados não diferencia o agrupamento. Vejamos um
exemplo.

Dentre 10 pessoas, 3 devem ser escolhidas para compor um grupo que participará de um congresso
acadêmico. De quantos modos distintos podemos formar os grupos?

Claramente, a ordem dos eleitos não altera o grupo, pois o importante é fazer parte da comitiva,
por exemplo, o grupo {João, Carlos, Vanessa} é equivalente ao grupo {Vanessa, João, Carlos}. Situações
assim são conhecidas como Combinações Simples e obedecem à seguinte fórmula:

n!
C n,p = ; onde p ≤ n
p ! (n − p )!

A expressão denota, então, a contagem de n elementos agrupados de p em p elementos.


Observe que ela guarda certo parentesco com a utilizada para o cálculo de arranjos simples,
sendo o termo no denominador o responsável por “descartar” os agrupamentos contados a mais,
uma vez que a ordem não diferencia os agrupamentos nessas situações. É comum atribuirmos o
termo no denominador como desprezo da ordem. Assim, voltando ao exemplo inicial, o número
de maneiras de compor os grupos é:
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

n! n = 10
Cn,p = ;
p !(n − p) ! p = 3

10! 10!
C10 ,3 = =
3! (10 − 3)! 3 !7 !

Recorrendo à propriedade fundamental dos fatoriais obtemos:

10 .9 .8 .7 ! 720
C10 ,3 = =
( 6) 7! 6

C10 ,3 = 120

Explorando a fórmula usada para Combinações Simples

O que ocorre quando calculamos o caso particular de uma Combinação Simples de n elementos
tomados n a n ? Vejamos:
n!
Cn p, = ; n =p
p !(n − p) !

n! n!
Cn n, = ⇒ Cn n, =
n !(n − n) ! n ! 0!

Um momento, por favor! Encontramos um 0 no denominador, e isso é um problema! Na verdade,


não se trata de valor nulo, mas, sim, da unidade, uma vez que, logo no início do estudo sobre fatoriais,
ficou definido que:

0! = 1

Assim,
n!
Cn,n = = 1, que é o resultado esperado, pois existe uma só forma de constituir o agrupamento nas
n!
condições dadas.

Percebemos agora quão importante essa definição é para que a estrutura algébrica da Análise
Combinatória não venha a ruir!

Outra expressão digna de análise e interpretação é:


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Unidade I

C 0,0 ,

pois:

0!
C 0,0 = =1
0! ( 0 − 0)!

Chega a ser incômodo ver tantos zeros no denominador e, ainda assim, obtermos um
resultado determinado. Entretanto, graças à definição de 0! = 1, podemos representar o
número de agrupamentos que podemos formar, considerando o conjunto vazio . Uma vez que
o conjunto vazio possui um único subconjunto, que é o conjunto vazio também, o número
de combinações possíveis só pode ser a unidade, da mesma forma que o agrupamento de n
elementos tomados n a n .

Lembrete

O formalismo combinatório deve valer para quaisquer conjuntos de n


elementos, inclusive o conjunto vazio.

2 NÚMEROS BINOMIAIS E BINÔMIO DE NEWTON

2.1 Representação binomial e propriedades fundamentais

Como já sabemos, a Combinação Simples de n elementos, tomados p a p, é dada por:

n!
C n,p = ; onde p ≤ n
p ! (n − p )!

Uma forma alternativa e muito útil de representar essa quantidade é utilizar a notação:

n
C n,p =  
 p

Assim,

 n n!
 p p! (n − p )! ; onde {n , p ∈ℵ| p ≤ n}
=

Essa nova notação não altera o significado numérico da quantidade, possibilita a criação de uma
estrutura algébrica (operações e propriedades) em torno desse novo objeto.
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