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NOTAS DE AULA
1 - INTRODUÇÃO
1.1 DEFINIÇÕES E CONCEITO DE CARTOGRAFIA
Etimologicamente Cartografia é uma palavra derivada do grego “grafei”, significando
escrita ou descrita e do latim “carta”, com o significado de papel, mostra portanto uma estreita
ligação com a apresentação gráfica da informação, através da sua descrição em papel. Foi criada
em 1839 pelo historiador português Visconde de Santarém, em carta escrita em Paris e dirigida
ao historiador brasileiro Adolfo Vanhanen. Antes do termo ser divulgado e consequentemente
consagrado na literatura mundial, usava-se tradicionalmente como referência, o vocábulo
Cosmografia, que significa astronomia descritiva (OLIVEIRA, 1980).
Uma definição simplista pode ser estabelecida, apresentando-a como a “ciência que
trata da concepção, estudo, produção e utilização de mapas” (ONU, 1949). Outras definições,
mais complexas e mais atualizadas fornecem uma visão mais profunda dos elementos, funções e
processos que a compõem, tais como a estabelecida pela Associação Cartográfica Internacional
(ICA), em 1973, que a apresenta como: “A arte, ciência e tecnologia de construção de mapas,
juntamente com seus estudos como documentação científica e trabalhos de arte. Neste contexto
mapa deve ser considerado como incluindo todos os tipos de mapas, plantas, cartas, seções,
modelos tridimensionais e globos, representando a Terra ou qualquer outro corpo celeste”. A
mesma ICA em 1991, apresentou uma nova definição, nos termos seguintes: “ciência que trata
da organização, apresentação, comunicação e utilização da desinformação, sob uma forma que
pode ser visual, numérica ou tátil, incluindo todos os processos de elaboração, após a
preparação dos dados, bem como o estudo e utilização do mapas ou meios de representação em
todas as suas formas”.
Esta é uma das definições mais atualizadas, incorporando conceitos que não eram
citados anteriormente, mas nos dias atuais praticamente já estão diretamente associados à
Cartografia. Ela extrapola o conceito da apresentação cartográfica, devido à evolução dos meios
de apresentação, para todos os demais compatíveis com as modernas estruturas de representação
da informação. Apresenta o termo desinformação, caracterizando um aspecto relativamente
novo para a Cartografia em concepção, mas não em utilização, pois é uma abordagem
diretamente associada à representação e armazenamento de informações. Trata-se porém, de
associar a Cartografia como uma ciência de tratamento da informação, mais especificamente
de informações gráficas, que estejam vinculadas à superfície terrestre, sejam elas de natureza
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física, biológica ou humana. Dessa forma a informação geográfica sempre será a principal
informação contida nos documentos cartográficos.
Fica também evidenciado, de uma maneira geral, que a Cartografia tem por objetivo o
estudo de todas as formas de elaboração, produção e utilização da representação da informação
geográfica. Continua a caracterizar a importância do mapa, como uma das principais formas de
representação da informação geográfica, incluindo outras formas de representação e aspectos de
armazenamento da informação cartográfica, principalmente os definidos por meios
computacionais.
A utilização de mapas e cartas é um aspecto bastante desconsiderado pelos usuários da
Cartografia. Uma grande maioria de usuários utiliza mapas e cartas, sem conhecimentos
cartográficos suficientes para obtenção de um rendimento aceitável que o documento poderia
oferecer. Geralmente um guia de utilização é desenvolvido, através de manuais distintos ou
legendas específicas e detalhadas, destinados a usuários que possuem uma formação cartográfica
limitada. Ao usuário, no entanto, cabe uma boa parcela do sucesso de um documento
cartográfico, podendo a divulgação e a utilização de um documento cartográfico ser equiparada a
um livro. Um documento escrito sem leitores, pode perder inteiramente a finalidade de sua
existência e da mesma forma isto pode ser estendido para um mapa, ou seja um mapa mal lido ou
mal interpretado pode induzir a informações erradas sobre os temas apresentados.
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usuário final. É fundamental a sua participação no projeto e produção de mapas temáticos,
associando também a representação de outros tipos de informações , tais como sensores remotos.
SAUER, (1956) sintetiza claramente a importância da Cartografia para o geógrafo,
através da seguinte citação:
Mostre-me um geógrafo que não necessite deles (mapas) constantemente e os queira ao
seu redor e eu terei minhas dúvidas se ele fez a correta escolha em sua vida. O mapa
fala através da barreira da linguagem. (SAUER, 1956).
2 - COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA
A Cartografia é, em princípio, um meio de comunicação gráfica, exigindo portanto,
como qualquer outro meio de comunicação (escrita ou oral), um mínimo de conhecimentos por
parte daqueles que a utilizam. A linguagem cartográfica é praticamente universal: um usuário
com uma boa base de conhecimentos, será capaz de traduzir satisfatoriamente qualquer
documento cartográfico, seja sob qual forma esteja se apresentando.
Considerando-se a Cartografia como um sistema de comunicação, pode-se verificar que a
fonte de informações é o mundo real, codificado através do simbolismo do mapa, sendo que
o vetor entre a fonte e o mapa é caracterizado pelo padrão gráfico bidimensional estabelecido
pelos símbolos.
SISTEMA CARTOGRÁFICO
Mundo Concepção
Real Cartográfica MAPA USUÁRIO
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REALIDADE
Realidade Realidade
do do
Cartógrafo Usuário
MUNDO REAL
COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA
Tema do Usuário
Cartógrafo (O que) (Para que?)
MAPA
(Como)
Modelo Simples
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Figura 1.3 - Modelo Simples de Comunicação Cartográfica
Por outro lado, podem ser descritos, segundo esses conceitos, os ciclos de comunicação
da informação cartográfica que podem ser alcançados no processo:
- Ciclo ideal da comunicação cartográfica
Leitura e
Interpretação
Mundo Real
Cartógrafo
Codifica
Decodifica
Leitura e
Interpretação
Mapa Usuário
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- Ciclo de Comunicação Cartográfica Ideal Cartógrafo-Usuário
Mundo Real
Leitura e
Interpretação
Criação
Cartógrafo Visão do Cartógrafo
i ca
Decodifica
dif
Co
Leitura e
Interpretação
Mapa Usuário
Mundo Real
Leitura e
Interpretação
Criação
Cartógrafo Visão do Cartógrafo
ifica
Cod
Leitura e
Interpretação
Mapa Usuário
ca
ifi
od
ec
D
Visão do Usuário
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Neste esquema, o usuário não consegue, no processo leitura, interpretação e posterior
decodificação da informação transmitida pelo mapa, chegar a visão do mundo real definida pelo
cartógrafo. É criada uma outra visão, agora definida pelo usuário, segundo a qual ele ve o mundo
real. Neste processo, as distorções de visão tanto podem ser do cartógrafo, que não soube
codificar a sua visão do mundo real no mapa, como também do usuário, em não saber como
decodificar essas informações. De uma ou outra maneira, aqui a comunicação cartográfica não é
alcançada.
3- HISTÓRICO DA CARTOGRAFIA
O histórico da Cartografia é tão extenso quanto a própria história da humanidade. Não se
sabe quando o primeiro “cartógrafo” elaborou o primeiro mapa. Não há dúvidas porém que este
seria uma representação bastante bruta em argila, areia ou desenhada em uma rocha.
Na Antiguidade, um dos mapas mais antigos conhecidos, data de aproximadamente 5000
AC, mostrando montanhas, corpos d`água e outras feições geográficas da Mesopotâmia,
gravadas em tábuas de argila.
Datam desta época também mapas com a mesma estrutura, do vale do Rio Eufrates e do
rio Nilo.
Aos fenícios são atribuídas as primeiras cartas náuticas, que serviam de apoio à
navegação, bem como as primeiras sondagens e levantamentos do litoral.
Na Grécia, à época de Aristóteles (384-322 AC), a Terra foi reconhecida como esférica
pelas evidências da diferença de altura de estrelas em diferentes lugares, do fato das embarcações
aparecerem “subindo o horizonte” e até mesmo pela hipótese de ser a esfera a forma geométrica
mais perfeita.
Por volta de 200 AC, o sistema de latitude e longitude e a divisão do círculo em 360 já
era bem conhecida.
Estimativas do tamanho da Terra foram realizadas por Eratóstenes (276-195 AC) e
repetido por Posidonius (130-50 AC), através da observação angular do Sol e estrelas.
O processo de Eratóstenes consistia em medir a diferença da vertical do Sol ao longo do
meridiano que unia Alexandria a Syene (atual Aswan)
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Polo Norte
5000 st
c al
Trópic
o de C Alexandria Verti o
7 12’
ancer
SOL
o
7 12’
Syene
Equad
or
Sabendo-se que a distância entre as duas cidades - 5000 estádias (1st = 185m), verificou-
se que a diferença entre a posição do Sol nas duas cidades - 712’ equivalia a 1/50 do círculo
completo, logo ter-se-ia como o valor da circunferência terrestre cerca de 46250 km, ou seja,
valor apenas 15% maior do que o real, o que para os métodos da época são valores bastante
razoáveis. Eratóstenes errou por duas razões: a distância entre a s duas cidades
Figura 1.7 - O processo de eratóstenes não era exatamente de 5000 st, nem as
duas cidades estavam situadas no mesmo meridiano. Caso isto tivesse ocorrido, o seu erro estaria
em torno de 2% da medida real!
Pelas referências existentes, os mapas eram documentos de uso corrente para os gregos,
como pode ser verificado pela edição de 26 mapas, trabalhados por Claudius Ptolomeu (90-160
DC), em seu tratado simplesmente entitulado GEOGRAFIA.
Os romanos interessavam-se pela Cartografia apenas com fins práticos: cartas
administrativas de regiões ocupadas e representações de vias de comunicação, como pode ser
observado nas tábuas de PEUTINGER.
Na Idade Média, como praticamente ocorreu em toda a humanidade, há um retrocesso no
desenvolvimento da Cartografia. Existem poucas referências, e as que existem carecem de
qualquer base científica. São apenas esboços e croquis desprovidos de beleza e funcionalidade. O
de melhor representação são devido aos árabes. Os europeus são pobres, sem nenhuma base
científica.
Com o Renascimento inicia-se também o ciclo das grandes navegações. As descobertas
marítimas dos Escandinavos não acrescentam nenhum material novo ao conhecimento do
mundo, exceto a descoberta da bússula a partir do século XIII.
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Ao fim da Idade Média e início da Moderna, surgem os PORTULANOS, cartas com a
posição dos portos de diferentes países, bem como indicação do Norte e Sul (Rosa dos Ventos),
voltadas para a navegação e comércio. As cartas passam a ser artisticamente desenhadas,
surgindo a impressão das primeiras cartas com Gutemberg, em 1472 ( Etmologia de Isidoro de
Sevilha / 1560 - 1632).
Desenvolve-se neste períodoo primeiro sistema de projeção cartográfica, devido a
Gerhardt Kremer dit Mercator. Deve-se a Abraham Oertel dit Ortelius (1527 - 1598) a edição do
primeiro ATLAS em 1570 sob o nome de THEATRUM ORBIS TERRARUM.
A Idade Moderna trás com a política de expansão territorial e colonial a necessidade de
conhecimentos mais precisos das regiões. Surgem as primeiras triangulações no século XVIII
com os franceses e italianos, estabelecendo-se um modelo matemático geométrico perfeito de
representação terrestre.
Cassini desenvolve o primeiro mapa da França, com auxílio da astronomia de posição
(escala de 1/86 400), em 1670.
Os processos de cálculo, desenho e reprodução são aprimorados. Nomes como Clairout,
Gauss, Halley, Euler desenvolvem a base matemática e científica da representação terrestre.
Utiliza-se correntemente a Topografia, Geodésia e Astronomia de precisão nos
desenvolvimentos de mapas.
Os sistemas transversos de Mercator, aperfeiçoados por Gauss e Krüger sào criados e
aplicados no mapeamento da Alemanha.
No século XX, muitos fatores ajudam a promover uma aceleração acentuada no
desenvolvimento da Cartografia. Pode-se incluir o aperfeiçoamento da litografia, a invenção da
fotografia, da impressão a cores, o incremento das técnicas estatísticas, o aumento do transporte
de massas.
A invenção do avião foi significante para a Cartografia. A junção da fotografia com o
avião, tornou possível o desenvolvimento da fotogrametria, ciência e técnica que permite o
rápido mapeamento de grandes áreas, através de fotografias aéreas, gerando mapas mais precisos
de grandes áreas, a custos menores que o mapeamento tradicional. Desenvolvem-se técnicas de
apoio que incrementam a sua utilização.
Surgem os equipamentos eletrônicos para determinação de distâncias, aumentando a
precisão das observações, assim como a rapidez na sua execução.
O emprego de técnicas de fotocartas, ortofotocartas e ortofotomapas geram documentos
confiáveis e de rápida confecção.
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A utilização de outros tipos de plataformas imaginadoras para a obtenção da informação
cartográfica, tais como radares (RADAM, SLAR), satélites artificiais imaginadores (LANDSAT,
TM e SPOT), satélites RADAR (RADARSAT), vem modernamente revolucionando as técnicas
de informação cartográfica para o mapeamento, abrindo novos e promissores horizontes, através
de documentos tanto confiáveis como de rápida execução..
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- Ocorrência c/ consumo de pescado
- Ocorrência c/ favelas
- Ocorrência c/ migração
Dividir a Cartografia em áreas de aplicação é tão difícil quanto classificar os tipos de
cartas e mapas.
Normalmente usa-se caracterizar duas classes de operações para a Cartografia:
- preparação de mapas gerais, utilizados para referência básica e uso operacional. Esta
categoria inclui mapas topográficos em grande escala, cartas aeronáuticas hidrográficas.
- preparação de mapas usados para referência geral e propósitos educacionais e
pesquisa. Esta categoria inclui os mapas temáticos de pequena escala, atlas, mapas rodoviários,
mapas para uso em livros, jornais e revistas e mapas de planejamento.
Dentro de cada categoria existe uma considerável especialização, podendo ocorrer nas
fases de levantamento, projeto, desenho e reprodução de um mapa topográfico.
A primeira categoria trabalha inicialmente a partir de dados obtidos por levantamentos
de campo ou hidrográficos, por métodos fotogramétricos ou de sensores remotos.
São fundamentais as considerações sobre a forma da Terra, nível do mar, cotas de
elevações, distâncias precisas e informações locais detalhadas.
Utilizam-se instrumentos eletrônicos e fotogramétricos complexos e o sensoreamento
remoto tem pêso importante na elaboração dos mapas.
Este grupo inclui as organizações governamentais de levantamento.
No Brasil são as seguintes:
- Fundação IBGE
- Diretoria de Serviço Geográfico
- Diretoria de Hidrografia e Navegação
- Instituto de Cartografia Aeronáutica
A outra categoria que inclui a Cartografia Temática, trabalha basicamente com os mapas
elaborados pelo primeiro grupo, porém está mais interessada com os aspectos de comunicação
da informação geral e a delineação gráfica efetiva dos relacionamentos, generalizações e
conceitos geográficos.
O domínio específico do assunto pode ser extraído da História, Economia,
Planejamento Urbano e Rural, Sociologia, Engenharias e outras tantas áreas das ciências
físicas e sociais, bastando que exista um georeferenciamento, ou seja uma referência espacial
para a representação do fenômeno.
Orgãos que no Brasil dedicam-se à elaboração de mapas temáticos:
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- Fundação IBGE
- DNPM / CPRM - Mapas geológicos
- EMBRAPA - solos, uso de solos, pedologia
- Institutos de Terras - planejamento rural
- Governos Estaduais e Municipais (incipiente)
- DNER - mapas rodoviários
5 DEFINIÇÃO DE MAPA
5.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
O termo mapa é utilizado em diversas áreas do conhecimento humano como um sinônimo
de um modelo do que ele representa. Na realidade deve ser um modelo que permita conhecer a
estrutura do fenômeno que se está representando. Mapear então, pode ser considerado mais do
que simplesmente interpretar apenas o fenômeno, mas o sim ter-se o próprio conhecimento do
fenômeno que se está representando. A Cartografia vai fornecer um método ou processo que
permitirá a representação de um fenômeno, ou de um espaço geográfico, de tal forma que a sua
estrutura espacial será visualizada, permitindo que se infira conclusões ou experimentos sobre a
representação (KRAAK & ORMELING, 1996).
Os mapas podem ser considerados para a sociedade tão importantes quanto a linguagem
escrita. Caracterizam uma forma eficaz de armazenamento e comunicação de informações que
possuem características espaciais, abordando tanto aspectos naturais (físicos e biológicos), como
sociais, culturais e políticos.
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- Um mapa é uma representação plana, ou seja, esta sobre uma superfície plana. Uma
exceção é a representação em um globo.
- Um mapa pode mostrar apenas uma seleção de fenômenos geográficos , que de
alguma forma foram generalizados, simplificados ou classificados. É diferente de
uma fotografia ou imagem, que exibe tudo que afetou a emulsão do filme ou foi
captado pelo sensor.
O conceito de mapa é caracterizado como uma representação plana, dos fenômenos sócio-
bio-físicos, sobre a superfície terrestre, após a aplicação de transformações, a que são submetidas
as informações geográficas (MENEZES, 1996). Por outro lado um mapa pode ser definido
também como uma abstração da realidade geográfica e considerado como uma ferramenta
poderosa para a representação da informação geográfica de forma visual, digital ou tátil
(BOARD, 1990).
Para a Geografia é também indiscutível a importância da forma de representação da
informação geográfica, em essência dos mapas e da Cartografia. Através deles o geógrafo pode
representar todos os tipos de informações geográficas, bem como da estrutura, função e relações
que ocorram entre elas. Pela caracterização de sua aplicação em quaisquer campos do
conhecimento que permitam vincular a informação à superfície terrestre. Dentro da divisão da
Cartografia, um dos cartógrafos temáticos é o geógrafo por excelência, tanto por ser a Geografia
a ciência mais integrativa dentro do conhecimento humano, como por ter a necessidade de
visualizar os relacionamentos entre conjuntos de informações que isoladamente não permitem
quaisquer conclusões.
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Outra definição, de 1736, estabelece que um mapa “é uma figura plana, representando
diversas partes da superfície terrestre, de acordo com as leis da perspectiva ou projeção da
superfície do globo ou parte dele em um plano, descrevendo os diversos países, ilhas, mares,
rios, com a situação das cidades, florestas, montanhas, etc. Mapas universais, são os que
exibem toda a superfície terrestre, ou os dois hemisférios; mapas particulares exibem uma
porção definida da superfície terrestre”, (BAILEY, 1736, apud ANDREWS, 1998)).
Em 1896, a Enciclopédia Concisa Cassel (1896, apud ANDREWS, 1998)), definiu mapa
como “a delineação de uma porção da superfície terrestre sobre papel ou outro material
similar, mostrando os tamanhos proporcionais, formas e posições de lugares”.
Para estabelecer um padrão comparativo entre as definições dos séculos XVIII e XIX, são
apresentadas as definições devido a dois cartógrafos e uma instituição cartográfica americana. A
primeira, estabelecida por Robinson (1995), diz que “mapa é a representação gráfica de
conjuntos geográficos”.
O USGS (United States Geological Survey) define mapa como “a representação da
Terra ou parte dela”, uma definição bastante simplista, mas de conteúdo bastante extenso.
Umas das mais modernas definições é devida à Thrower (1996), dizendo que um mapa “é
uma representação usualmente sobre uma superfície plana, de toda ou uma parte da superfície
terrestre, mostrando um grupo de feições, em termos de suas posições e tamanhos relativos” .
A definição formal de mapa, aceita e difundida pela Sociedade Brasileira de Cartografia,
estabelece como “a representação cartográfica plana dos fenômenos da sociedade e da
natureza, observados em uma área suficientemente extensa para que a curvatura terrestre não
seja desprezada e algum sistema de projeção tenha que ser adotado, para traduzir com
fidelidade a forma e dimensões da área levantada” (SBC, 77).
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Quanto à escala de representação, os mapas podem ser classificados em: muito pequena,
pequena, média, grande e muito grande. Alguns autores (ROBINSON, 1995; BAKKER, 1965)
dividem apenas em três grandes grupos: pequena, média e grande. ë difícil porém estabelecer o
limiar de cada escala. O conceito de grande, médio e pequeno é bastante subjetivo e esta
associação à um valor numérico de escala é definida para estabelecer uma referência ao tamanho
relativo dos objetos representados. Também é possível classifica-los segundo características
globais, regionais e locais, mas também encontra-se outro conceito bastante subjetivo, gerando
polêmicas quando de sua associação à escalas numéricas (ROBINSON, 1995; MENEZES, 1996;
BAKKER, 1965).
Para a primeira classificação citada, vincula-se a seguinte associação de escalas (tabela
3.1):
Define-se ainda como plantas, os mapas caracterizadas por escalas grandes e muito
grandes. São mapas locais e normalmente não exigem métodos geodésicos para sua elaboração,
utilizando a topografia para a sua elaboração, envolvendo apenas transformações de escala.
Podem ser definidas como: “a representação cartográfica plana, dos fenômenos da natureza e
da sociedade, observados em uma área tão pequena que os erros cometidos nessa
representação, desprezada a curvatura da Terra, são negligenciáveis” (SBC, 77).
É comum a referência ao termo carta para referenciar um mapa. Procurando fornecer um
conceito e não uma definição formal, os mapas são caracterizados por representar um todo
geográfico, podendo estar em qualquer escala, seja ela grande, média ou pequena. Por exemplo:
mapa de Minas Gerais na escala 1: 2 500 000; Mapa do Brasil em escala 1:5 000 000, mapa da
Ilha do Fundão na escala 1: 10 000, mapa do Maciço da Tijuca na escala 1: 5 000. A carta por
sua vez é caracterizada por representar um todo geográfico em diversas folhas, pois a escala de
representação não permite a sua representação em uma única folha. Como exemplos, podem ser
citadas as escalas de mapeamento sistemático do Brasil, caracterizando diversas cartas de
representação: Carta do Brasil em 1:100 000, 1:250 000, carta do Município do Rio de Janeiro
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em escala 1: 10 000. O conjunto de todas as folhas caracteriza a carta, ou seja, a representação do
todo geográfico que se deseja mapear.
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hologramas armazenados, CD-ROM, laser-disc, etc. A informação contida só poderá ser
modificada através de processos completos de atualização.
- Mapas virtuais do tipo III, têm características não visíveis e não permanentes, podendo-se
incluir nesta classe a memória, discos e fitas magnéticas, animação em vídeo, modelos
digitais de elevação (inclusos aqui os modelos digitais de terreno) e mapas cognitivos de
dados relacionais geográficos.
Ainda pode-se incluir uma quinta categoria, descrevendo os mapas que podem ser
considerados dinâmicos. Nesta categoria algumas distinções poderão ser ainda serem tratadas
(MENEZES, 1996; PETERSON, 1998):
- Mapas que apresentam dinamismo das informações, mais precisamente representando fluxos,
movimentos ou desenvolvimentos temporais de um dado tipo de informação;
- Mapas animados, que apresentam as mesmas características dos mapas anteriores, porém
mostrando o dinamismo em seqüências animadas. São de características tipicamente
computacionais.
- Mapas dinâmicos em tempo real, que por serem associados à sensores que fornecem a
informação em tempo real, têm a capacidade de associa-la e representa-la praticamente ao
mesmo tempo da recepção.
Segundo essa abordagem, os mapas podem ser vistos como um modelo de apresentação
gráfica da realidade geográfica.
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A Cartografia Temática, já explanado os seus objetivos, pode ser dividida três sub-classes
(GUÉNIN, 1972; BÉGUIN & PUMAIN, 1994):
- Inventário
- Estatística ou Analítica
- Síntese
A Cartografia Temática de Inventário é definida através de um mapeamento qualitativo.
Possui uma característica discreta, realizando apenas a representação posicional da informação
no mapa. Normalmente estabelecida pela superposição ou justaposição, exaustiva ou não, de
temas, permite ao usuário saber o que existe em uma área geográfica.
A Cartografia Analítica é eminentemente quantitativa, mostrando a distribuição de um ou
mais elementos de um fenômeno, utilizando para isso informações oriundas de dados primários,
com as modificações necessárias para a sua visualização. De uma forma geral ela classifica,
ordena e hierarquiza os fenômenos a representar.
A Cartografia de Síntese é a mais complexa e a mais elaborada de todas, exigindo um
profundo conhecimento técnico dos assuntos a serem mapeados. Integrativa por excelência,
exige o concurso de várias especialidades integradamente. Representa a integração de
fenômenos, feições, fatos ou acontecimentos que se interligam através da distribuição espacial.
Permite que se desenvolva um aspecto analítico, para estabelecer um estudo conclusivo-analítico
sobre a integração e interligação dos fenômenos que estejam sendo estudados.
A Cartografia Temática de caráter especial é destinada a objetivos específicos, servindo
praticamente a um único tipo de usuário. Por exemplo a definida por mapas e cartas náuticas,
aeronáuticas, sinóticas, de pesca entre outras.
O mapeamento temático trata muitas vezes de fenômenos que não necessitam de um
posicionamento preciso, pelo tipo de ocorrência do fenômeno, como por exemplo um mapa
pedológico. Deve haver porém a preocupação com uma correta apresentação da ocorrência da
sua distribuição, necessitando para isso de uma base cartográfica com precisão compatível às
suas necessidades. Não se pode confundir precisão da base cartográfica com a precisão do
fenômeno a representar.
A preparação de uma apresentação eficaz, requer uma visão crítica dos dados a serem
mapeados bem como o simbolismo ou convenções que serão utilizadas para representá-los. É
necessário ser considerado para o projetista do mapeamento temático os seguintes aspectos:
- conhecimento profundo dos princípios que fundamentam a apresentação da informação e
o projeto da composição gráfica efetiva;
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- ter um forte sentido de lógica visual, e uma habilidade especial para escolher as palavras
corretas que descreverão o gráfico, o mapa ou o cartograma;
- conhecimento do assunto a ser mapeado, ou estar com uma equipe multidisciplinar.
Processo
Informação
Informação Geográfica de Cartográfica
Transformação
20
2 - O Geóide e o Problema da Representação Cartográfica
2.1 - Introdução
21
aproximadamente 6.371 Km, a maior cota em torno de 9 Km (Monte Everest) e a maior
depressão por volta dos 11 Km (Fossa das Marianas), a representação da Terra como um globo
de 6 cm de raio mostra que a variação entre as duas cotas representará apenas 0,2 mm, ou seja, o
limite de percepção do olho humano.
A idéia da Terra esférica data da época dos geômetras gregos, em torno de 600 AC. O
primeiro trabalho com embasamento científico foi a experiência clássica de Eratóstenes,
definindo as primeiras dimensões conhecidas para a Terra. Ainda durante o período grego,
Aristóteles, através dos estudos sobre os movimentos da Terra, concluiu que deveria haver um
achatamento nos pólos.
Somente próximo ao fim do século XVII, ISAAC NEWTON demonstrou que a forma
esférica da Terra era realmente inadequada para explicar o equilíbrio da superfície dos oceanos.
Foi argumentado que sendo a Terra um planeta dotado de movimento de rotação, as forças
criadas pelo seu próprio movimento tenderiam a forçar quaisquer líquidos na superfície para o
Equador. Newton demonstrou através de um modelo teórico simples que o equilíbrio hidrostático
seria atingido, se o eixo equatorial da Terra fosse maior que o seu eixo polar. Isto é, equivalente
a um corpo que seja achatado nos pólos.
2.2 - O Geóide
A forma da Terra, na realidade, é única. É definida como um Geóide, que significa a
forma própria da Terra.
O geóide é definido pela superfície do nível médio dos mares supostamente prolongado
sob os continentes. Assim ele está ora acima, ora abaixo da superfície definida como a superfície
topográfica da Terra, ou seja, a superfície definida pela massa terrestre.
A superfície do Geóide (nível médio
dos mares) é propriamente definido
S upe rfície Topográ fica
como sendo uma superfície
S upe rfície do
Elips óide
equipotencial - igual potencial
ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO
23
A razão que exprime o achatamento ou a elipticidade é dada pela expressão: f
(a b)
a
Para a Terra esse valor é definiido em torno da razão de 1/300.
Sabe-se que a diferença entre os dois semi-eixos terrestres é de aproximadamente 11,5
Km, ou seja, o eixo polar é cerca de 23 Km mais curto que o eixo equatorial.
Para uma redução de escala de 1/100.000.000, o que representa a Terra com um raio
equatorial de 6 cm, a diferença para o raio polar será da ordem de 0,2 mm, valor imperceptível,
uma vez que é a largura do traço de uma linha.
Equivale a dizer com o que foi explanado acima, que para pequenas escalas o
achatamento é menor do que a largura das linhas usadas para o desenho, portanto,
negligenciável.
Tira-se uma importante conclusão sob o ponto de vista cartográfico, que permite
estabelecer a Terra como esférica para determinados propósitos.
Entretanto deve-se notar que qualquer tentativa de representar o elipsóide terrestre por
meio de um elipsóide reconhecível, deve envolver um considerável exagero, uma vez que é
imperceptível a diferença entre os dois semi-eixos.
Isto pode conduzir por sua vez a uma má interpretação de algumas ilustrações retratando
a geometria do elipsóide.
Como o elipsóide de revolução aproxima-se muito da esfera, é também tratado na
literatura como esferóide. Ambos os termos (elipsóide e esferóide) têm o mesmo significado.
As medições da figura da Terra são desenvolvidas de cinco diferentes formas,
determinando seu tamanho e sua forma:
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- medição de arcos astro-geodésicos na superfície terrestre;
Superfície Física
Ondulação
Geoidal
Geóide
Elipsóide
Desvio da
Vertical
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O elipsóide por sua vez pode ser determinado para adaptar-se a uma região, país ou
continente, evitando a ocorrência de desníveis geoidais muito exagerados. A relação abaixo
mostra alguns dos mais de 50 elipsóides existentes no mundo:
26
A superfície terrestre é geometricamente mais complicada que o elipsóide, porém as
variações do Geóide não ultrapassam algumas centenas de metros, variações essas que são
praticamente negligenciáveis para a maior parte dos levantamentos e para a Cartografia.
Pode-se simplificar o problema apresentado e considerar-se três diferentes formas de
representar a forma e tamanho da Terra para diferentes propósitos:
- Um plano tangente à superfície terrestre;
- Uma esfera perfeita de raio apropriado;
- Um elipsóide de revolução de dimensões e achatamento adequados.
Essas três hipóteses estão listadas em ordem ascendente de refinamento, assim um
elipsóide adequado representa melhor a forma da Terra do que uma esfera de raio equivalente.
Estão também ordenados em ordem crescente de dificuldade matemática. As formulações
necessárias para definir posições; para estabelecer as relações entre ângulos e distâncias sobre
um plano, são muito mais simples do que as definições para uma superfície curva de uma esfera,
que por sua vez são mais simples do que as formulações estabelecidas para um elipsóide.
Plano Tangente
28
2.4.3 - A Hipótese Elipsóidica
Obviamente o elipsóide ou o esferóide adapta-se melhor ao Geóide do que a esfera. Em
razão disto, esta é a superfície de referência mais amplamente empregada em levantamentos e
mapeamentos. Por outro lado possue uma superfície matematicamente desenvolvida, que permite
a execução de cálculos diversos com uma precisão necessária para a cartografia de grandes áreas.
Para a execução do levantamento de um país, inicialmente é determinada uma rede de
pontos sobre a sua superfície, que servirão de apoio à determinações posteriores.
Essa rede de pontos são determinados de 1a ordem, ou de precisão, e estende-se por toda a
região a se levantar.
Possuem alta precisão (da ordem do milímetro), podendo ser desenvolvida pelos
processos clássicos planimétricos (Triangulações, Trilateração) ou modernamente com o auxílio
de satélites de posicionamento geodésicos (NNSS e GPS).
Para que os cálculos possam ser desenvolvidos, determina-se o elipsóide que melhor se
adapte à região (maior tangência e menores desníveis geodésicos).
Esta hipótese da figura elipsóidica gera menores erros na definição de uma superfície de
referência para a Terra, sendo portanto a superfície ideal para o cálculo de precisão (cálculo
geodésico).
Esta superfície portanto é apropriada à todas as escalas de mapeamento topográfico e de
navegação, assim como para todas as cartas temáticas e especiais que se apoiem nestes
levantamentos. Estima-se como o limite, a escala aproximada de 1/4.000.000 a 1/5.000.000.
A seleção de um elipsóide particular para uma região, é devido ao fato de parâmetros de
um adaptar-se melhor aos dados observados do que qualquer outro.
No Brasil, a rede primária inicialmente estava desenvolvida sobre o elipsóide
Internacional de Hayford, de 1924, sendo a origem de coordenadas estabelecida no ponto Datum
de Córrego Alegre.
A partir de nossas observações e cálculos, o sistema geodésico brasileiro foi mudado para
o SAD - 69 (South American Datum - 69) com elipsóide de referência de 67 e o ponto Datum
estabelecido no ponto CHUÁ Astro Datum (Minas Gerais).
3.1 – Introdução
29
Para se determinar a localização de uma ocorrência qualquer sobre a superfície da Terra,
deve-se sempre conhecer alguns elementos básicos, que podem ser definidos por duas perguntas
simples: onde ocorre e como chegar-se até ele?
Em termos urbanos, um sistema de localização composto do nome do Estado, nome da
cidade, nome do bairro, nome da rua, número do prédio e número do apartamento, é o suficiente
para localizar um morador de uma cidade. Supondo-se agora que o morador em tela está
localizado em um espaço plano, surgirão obstáculos que impedem a materialização matemática
de um sistema assim descrito, ou seja como representa-lo em forma matemática.
A instituição de um sistema de coordenadas vem a tornar um método bastante
conveniente de registro de uma posição no espaço, qualquer que seja a dimensão que se esteja
referenciando. Por coordenada entende-se qualquer dos membros de um conjunto que determina
univocamente a posição de um ponto no espaço. O conjunto é formado por tantos membros
quantas as dimensões do espaço considerado, e o número de membros constitui característica
intrínseca do espaço. A coordenada pode ser uma distância, um ângulo, uma velocidade, um
momento, etc.
Um espaço 0-dimensional, não possui dimensão mensurável. Pode ser visualizado e
materializado atrvés de um ponto.
Para um espaço unidimensional, onde só se percebe uma dimensão, por exemplo, um
comprimento ou uma distância entre dois pontos, necessita-se apenas de um ponto origem, e uma
escala de unidade que permita, através dessa origem e a quantidade de unidades medida na
escala, estabelecer o posicionamento de um ponto a outro. Neste caso, a coordenada é definida
pela distância da origem até o ponto, em unidades especificadas.
Origem
O P
Orige m
31
Ma lha ou grade
32
Sendo os eixos linhas retas e perpendicular um ao outro, segue-se que todas as linhas de
uma mesma família serão paralelas entre si e todos os pontos de interseção dentro da rede são
obtidos através de famílias de linhas retas perpendiculares.
N P
y
x
0 M X
33
Assim, o sinal convencional das coordenadas são:
o o
4 Q 1 Q
x- x+
y+ y+
0 x+
x-
y- y-
o o
3 Q 2 Q
10 quadrante + x e + y
20 quadrante + x e - y
30 quadrante - x e -y
40 quadrante - x e +y
A posição absoluta de um ponto, será sempre estabelecida através das suas
coordenadas, em relação à origem do sistema de Y
coordenadas. S
xs
xp P
ys
yp
O X
yr yq
R
xr Q
xq
1 (x1,y1) x
0 X
d12 12 x 2 x1 y2 y1
2
2 1/ 2
ou d12 x 2 y 2
Para a determinação de
x ( x 2 x1 )
tg e
y ( y 2 y1 )
( x 2 x1 )
arctg
( y 2 y1 )
2
12 21
34
3
1
36 X
4
43
Pode ser facilmente verificado que a diferença entre os dois ângulos 12 e 21 será sempre
de 180 , ou seja:
As coordenadas polares definem uma posição por meio de uma medição linear e uma
medição angular.
O par de eixos ortogonais é substituído por uma linha simples, OQ, passando pela origem
O, agora denominado origem ou polo do
Q O - polo
OQ - Eixo Polar sistema.
OP=r - Raio Vetor
O
- Ângulo Vetorial
r P
A posição de qualquer ponto P é definida por meio de uma medição linear da origem ou
polo ao ponto considerado e o ângulo formado entre o eixo polar OQ e a direção OP,
respectivamente por meio da distância OP = r e o ângulo QÔP = , definindo um par de
coordenadas, caracteristica de um sistema plano de posicionamento.
A linha OP é denominada raio vetor e o ângulo ângulo vetorial, ângulo que o raio
vetor faz com o eixo polar.
Assim a posição de P é definida pelo par de coordenadas P (r, ).
O ângulo vetorial pode ser expresso em unidades sexagesimal (graus), centesimais
(grados) ou ainda, em radianos.
360 = 400g = 2 rd
A direção de medição do ângulo vetorial é convencionalmente tomado no sentido
antihorário pela matemática, a partir do eixo polar, pode porém esta convenção ser modificada,
sendo possível a sua adoção em sentido horário. É convencional.
37
Y As coordenadas polares relacionam-se com as
N P coordenadas planas retangulares, através de relações
r trigonométricas simples.
y
0 x M X
O M X
xp = x + x0
38
yp = y + y0
O'
X'
Considerando-se o ponto A ( x , y ) no sistema inicial de origem O, para se determinar as
coordenadas no sistema O’, onde ocorre um deslocamento entre as duas origem de x’’ e y’’
respectivamente, as novas coordenadas para o ponto serão:
x’ = x x’’ e
y’ = y y’’
O sinal de x’’ e y’’ dependem da direção do deslocamemnto aplicado aos sistemas
39
Se o comprimentoAB é diferente de ab, um fator de escala deve ser aplicado para
converter as coordenadas do primeiro para o segundo sistema, de tal forma que:
ab
m , seguindo-se que
AB
x’ = m . x
y’ = m . y
x'
x P
r
y
y'
O X
X'
Y' Y
Assumindo-se que os dois sistemas tem uma origem comum O, rotaciona-se os eixos do
sistema X’Y’, em sentido horário do ângulo .
São conhecidas as coordenadas do ponto P ( x , y ) e o ângulo de rotação .
Do sistema XY tira-se:
x = r sen e y = r cos
= AÔY
41
Um mínimo de dois pontos de coordenadas conhecidas resolve um sistema de equações
possível e determinado da forma
x’1 = ax1 + by1 + c
y’1 = bx1 + ay1 + d
x’2 = ax2 + by2 + c
y’2 = ax2 + by2 + d
Em uma transformação afim, o processo é semelhante, supondo-se agora que não existe
ortogonalidade entre os eixos coordenados, aumentando o número de paâmetros de 4 para 6. A
estrutura de transformação será definida pelas equações:
x’ = ax + by + c
y’ = dx + ey + f
São necessários agora as coordenadas de três pontos para a determinação do sistema.
Em ambos os casos, normalmente utilizam-se mais coordenadas, criando-se um sistema
indeterminado, que só poderá ser resolvido por intermédio de um método de ajustamento
estatístico, tal como o método dos mínimos quadrados.
42
Z Qualquer ponto no espaço será definido pela
interseção dos planos paralelos nos planos origem
P
considerados.
r z
O
X
r1 y
43
- Um círculo máximo ou grande círculo é o círculo
de uma seção que passa pelo centro da esfera. Em outras
palavras, o círculo PP’CD e ABCD são círculos máximos.
Todos com centros em O, centro da esfera.
Um e somente um círculo máximo pode ser traçado entre dois pontos na superfície da
esfera, que não sejam diametralmente opostos.
O menor arco de um círculo máximo passante por dois pontos, é a menor distância entre
estes pontos na superfície esférica.
- Se o plano de interseção com a esfera não passa pelo centro da esfera, determina
também uma seção circular, porém de raio menor que o raio da esfera. Esses círculos são
denominados de pequenos círculos.
Na figura, o círculo EFGH é um pequeno círculo, de centro O’.
- O eixo de qualquer círculo é uma linha reta passando pelo centro da esfera,
perpendicularmente ao plano do círculo.
Na figura a linha POP’ é o eixo do círculo máximo ABCD. Pela definição de que apenas
um círculo máximo pode ser traçado por 2 pontos que não sejam diametralmente opostos, o eixo
de dois ou mais círculos máximos não coincidem.
Por outro lado um círculo máximo e um número infinito de pequenos círculos podem ter
o mesmo eixo.
Neste caso especial, pela definição de eixo, o círculo máximo e os pequenos círculos
serão paralelos entre si. Além disso, se os planos são paralelos, as circunferências dos círculos
também são paralelas.
Os polos de qualquer círculo são os pontos de interseção do eixo do círculo com a
superfície da esfera.
Na figura P e P’ são os polos do círculo máximo ABCD.
Pela definição que uma esfera tem raio constante e que a seção de um grande círculo
passa pelo centro da esfera, os polos de um círculo máximo são eqüidistantes do seu plano: PO
= P’O. Para um pequeno círculo, pode-se notar claramente a desigualdade entre P’O’ e PO’.
44
- Se um círculo máximo é denominado círculo máximo primário, qualquer círculo
máximo que passe por seus pólos será denominado círculo máximo secundário.
Como os polos são diametralmente opostos, pode-se definir infinitos círculos
secundários. Na figura os círculos máximos PFAP’CH e PGBP’DE, são secundários ao círculo
máximo ABCD.
Como o eixo do círculo primário coincide com o plano de cada círculo secundário, pode
se verificar que o plano, e portanto, a circunferência de cada círculo secundário, é perpendicular
ao plano e circunferência do círculo máximo primário.
Além disso quaisquer pequenos círculos que tenham um eixo comum a um círculo
máximo primário, terão também planos e circunferências perpendiculares aos círculos
secundários desse círculo máximo.
a) - Coordenadas Geográficas
A Terra possui um movimento de rotação, em torno de seu eixo. Este eixo intercepta a
superfície em dois pontos, os polos Sul e Norte.O círculo máximo primário, perpendicular ao
eixo é denominado equador, e os polos Sul e Norte geográficos.
Não é dado nenhum nome específicos aos círculos máximos secundários, mas a palavra
meridiano define cada semicírculo de um par, que juntos formam um círculo secundário. A cada
meridiano, opõe-se o seu antimeridiano, ou seja o meridiano diametralmente oposto. O círculo
secundário completo, compreende o meridiano e o seu antimeridiano.
Pelo conceito do uso de ângulos centrais (a partir do centro de uma esfera), para medir
distâncias sobre a superfície curva, pode-se inferir um sistema de coordenadas tridimensionais
polares como um método de locação de pontos sobre a superfície da esfera tendo o seu centro
como origem.
Como uma extensão do conceito de coordenadas polares visto anteriormente, um ponto
pode ser localizado no espaço através de dois ângulos vetoriais e um raio vetor. Isto define um
sistema polar esférico ou coordenadas esféricas polares.
45
Na esfera o raio vetor é constante, logo, qualquer ponto na superfície poderá ser então
localizado pela definição apenas, dos dois ângulos
vetoriais. São escolhidos para isto dois planos
ortogonais que se interceptam no centro da esferas,
considerados então como origem.
unidades sexagesimais, ou seja, graus, minutos e segundos. É notada pela letra grega (fi).
Para qualquer valor de latitude , existirão uma infinidade de pontos na superfície
terrestre, que fazem este mesmo ângulo com o Equador. O lugar geométrico desses pontos é a
circunferência de círculo, cujo plano é paralelo ao Equador.
Assim essa circunferência é chamada de paralelo de latitude ou simplesmente paralelo.
Assim os planos de todos os paralelos são paralelos ao Equador e compartilham o mesmo eixo.
Segue-se que qualquer paralelo será um pequeno círculo, porque o Equador é um círculo
máximo.
A longitude é o ângulo vetorial definido pelo plano do meridiano origem e o plano do
meridiano passante pelo lugar, medido sobre qualquer paralelo ao Equador,uma vez que este
ângulo é esférico. A escolha de um meridiano origem é arbitrária. Porém é mundialmente aceita
a definição do meridiano que passa pelo eixo da luneta do Observatório de Greenwich, na
Inglaterra, como meridiano origem para as medições de longitude. Existem, no entanto, países
que ainda adotam outros meridianos como origem de suas coordenadas, exceto para navegação,
devido a ser padronizado internacionalmente.
46
Será positiva se estiver a este de Greenwich e negativa se estiver a oeste. É notada pela
letra grega (lâmbda), sendo também medida em unidades sexagesimais.
Meridiano Origem
Equador
A definição de coordenadas de um ponto sobre a superfÍcie terrestre será dada então pela
dupla ( , ).
A diferença de coordenadas entre dois pontos 1 e 2, genéricos quaisquer, pode ser
expressa pelas relações:
= 2 - 1
= 2 - 1
47
b) - Ângulos e Distâncias na Terra
48
A linha AB representa a menor distância entre A e B, portanto um arco de círculo
máximo. Define-se um triângulo esférico, formado pela interseção dos 3 círculos máximos.
O azimute de um ponto a outro, é genericamente definido como “o ângulo formado entre
a direção norte e a direção ao outro ponto, contado no sentido horário. Em termos da superfície
terrestre, pode ser visto como o ângulo esférico formado entre qualquer círculo máximo e um
meridiano, tendo como origem a orientação para o Norte”. Contado no sentido horário NAB
representa o azimute de A para B e NBA o azimute de B para A.
A definição de rumo é um pouco diferente: “ângulo horizontal em um ponto, medido no
sentido horário de um ponto de referência específico para um terceiro ponto”.
O rumo pode ter como origem quaisquer uma das direções N, S, L ou O, passante pelo
ponto. Desta forma, um rumo nunca será superior a 900.
49
O arco entre dois pontos A = (a, a) e F (f, a), que estejam sobre um mesmo
meridiano.
S = R, onde = (f - a)
Todos os ângulos expressos em radianos.
R 90 -
FG = r
50
Considerando-se dois pontos A e B, com as coordenadas (a, a) e (b, b)
respectivamente deve-se resolver o triângulo NAB (esférico) para determinar o lado AB = z.
Expressando a formulação, sem dedução, em função da latitude e longitude de A e B,
define-se::
cos z = sen a sen b + cos a cos b cos( ) ou
cos z = sen a sen b + cos a cos b cos (a - b)
E finalmente:
S=Rz
O azimute entre dois pontos A e B qualquer, pode ser definido através da trigonometria
esférica NAB = Z.
A dedução de equação conduz à formulação
'
B
A
Isto leva a uma conclusão importante que um azimute de qualquer círculo máximo que
cruza um meridiano obliquamente, somente pode ser definido no ponto que estiver sendo
51
medido, significando que o azimute muda continuamente, a razão para isto é existência da
quantidade angular denominada convergência meridiana.
No Equador o arco entre 2 meridianos é: Sa = R .
Nos pólos a distância correspondente é nula.
No Equador, os meridianos a e b são perpendiculares a ele, interceptando-se nos polos
para definir a diferença de longitude .
A convergência entre dois meridianos em qualquer latitude intermediária, é expressa pelo
ângulo , variando de 0 no Equador até nos pólos.
Pode ser presumida que varie então de acordo com o seno da latitude ( 0 a 1 ), logo:
= . sen
Para uma linha AB qualquer entre os paralelos a e b, é usual expressar a convergência
em termos de uma latitude média:
( )
sen a b
N
P
52
S
O conceito de longitude é idêntico. O de latitude porém tem uma pequena modificação.
Existirão duas latitudes: a geocêntrica, tomada em relação ao centro do elipsóide e a
geodésica, tomada em relação à normal ao plano tangente e o plano do Equador. Para a definição
do sistema de posicionamento, utiliza-se a latitude geodésica como ângulo vetorial.
Se dois lugares estiverem alinhados ao longo de um mesmo meridiano, terão a mesma hora solar, pois
estarão vendo o Sol sob o mesmo ângulo horário com a posição do meio dia.
Figura xx.x
A figura xx.x mostra um exemplo das situações apresentadas. A Terra (E), observada pelo polo norte, é
iluminada pelo Sol (S). Os raios solares atingem a superfície terrestre paralelamente, devido à distância
Terra-Sol. A seta curva mostra a direção contrária da rotação terrestre, uma vez que se está
considerando a Terra fixa. O Sol está alinhado com a direção do meridiano (MN) e o ponto M indica a
passagem do Sol pelo meridiano (meio dia). Em E, a este são 3 horas, havendo um ângulo horário de +
3 horas, definido pelas direções MN e NA, direção do meridiano local. Similarmente, existirá um ângulo
horário de – 3 horas, em relação ao meridiano BN, em W. No ponto L também serão meio dia, pois está
situado sobre o mesmo meridiano MN.
O tempo e sua medida é algo que é amplamente conhecido e vivido por cada ser humano. Porém o que
é tempo? Qual o seu significado real? Como é medido e sentido sobre a superfície terrestre?
O dicionário Webster define tempo como: “O período medido ou mensurável, durante o qual uma ação,
processo ou condição exista ou continue a existir”.
53
Também é definida a duração desse período, como “o continuum não espacial, que é medido em termos
de eventos que se sucedem um ao outro, do passado, através do presente, para o futuro.
O conceito antigo de tempo definia o dia como a unidade básica, estabelecida como o período de luz
solar, seguido pela noite, consistindo de dois períodos de 12 horas, num total de 24 horas. Uma hora é
dividida em 60 minutos, que por sua vez subdivide-se em 60 segundos, estabelecendo assim um
sistema sexagesimal. Os segundos por sua vez são subdivididos no sistema decimal, em décimos,
centésimos, milésimos de segundo.
Modernamente o tempo é definido tendo por base o segundo. Um dia possui 86400 segundos e um
segundo é oficialmente definido como 9 192 631 770 oscilações do átomo do Césio-133 em um relógio
atômico.
Existem ainda outros sistemas de tempo, principalmente voltados para aplicações astronômicas e
satélites (GPS), como por exemplo:
- Tempo dinâmico, que considera o tempo definido pelo movimento orbital da Terra no Sistema Solar
- Tempo Universal (UT), baseado na rotação terrestre em relação às estrelas (Tempo sideral).
Sideral Time : Tempo Sideral – A medida de tempo definida pelo movimento diurno aparente do
ponto vernal; portanto, uma medida da rotação da Terra com respeito a malha de referência
relacionada com as estrelas ao invés do sol. São usados dois tipos de tempo sideral em
astronomia: tempo sideral médio e tempo sideral aparente. Um dia sideral é igual a cerca de 23
horas, 56 minutos, e 4,090 segundos do dia solar médio. Da mesma forma, 366,2422 dias
médios siderais são iguais a 365,2422 dias solar médio.
- Tempo Atômico Internacional (IAT), Uma escala de tempo atômico baseada em dados
provenientes de um conjunto mundial de relógios atômicos. Constitui por acordo
internacionalmente aceito a referência de tempo em conformidade com a definição do
segundo, a unidade fundamental de tempo atômico no Sistema Internacional de Unidades
(SI). É definido como a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente a
transição entre dois níveis hiperfinos dos átomos de césio 133 em seu estado básico.
O TAI é mantido pelo Bureau International des Poids et Mesures (BIPM) na França. Embora o
TAI
tenha sido oficialmente introduzido em Janeiro de 1972, ele está disponível desde Julho de 1955..
- Tempo Terrestre (TT) –A nova denominação do Tempo das Efemérides, definida pela União
Astronômica Internacional em 1991. Em Janeiro 01, 1997, TT = TAI + 32,184 segundos, e a
duração do segundo foi escolhida em concordância com o Sistema Internacional (SI) sobre o
geóide. A escala TT difere do antigo Tempo das Efemérides em sua definição conceitual.
Todavia, na prática é materializado pelo Tempo Atômico Internacional (TAI).
- Greenwich Mean Time (GMT) : Hora Média de Greenwich - Um sistema de 24 Horas baseado
na hora Solar média mais 12 horas em Greenwich, Inglaterra. A Hora Média de Greenwich pode
54
ser considerada aproximadamente equivalente ao Tempo Universal Coordenado (UTC), o qual é
disseminado por todas rádio emissoras de tempo e freqüência. Entretanto, GMT é um termo
obsoleto e foi substituído por UTC.
- Tempo civil (Tc): é o tempo solar médio acrescido de 12 horas, isto é, usa como origem do dia
o instante em que o sol médio passa pelo meridiano inferior do lugar. A razão da instituição do
tempo civil é não mudar a data durante as horas de maior atividade da humanidade nos ramos
financeiros, comerciais e industriais, o que acarretaria inúmeros problemas de ordem prática.
- Tempo universal (TU): é o tempo civil de Greenwich. Note que os tempos acima são locais,
dependendo do ângulo horário do Sol, verdadeiro ou médio. Se medirmos diretamente o tempo
solar, este vai provavelmente ser diferente daquele que o relógio marca, pois não se usa o tempo
local na vida diária, mas o tempo do fuso horário mais próximo.
Por acordos internacionais, a grande maioria das informações de tempo são relacionadas ao Tempo
Universal Coordenado (UTC), antiga denominação do Tempo Médio de Greenwich (GMT), que por sua
vez é uma aproximação do Tempo Universal (UT).
Considerando o movimento de rotação terrestre, é impossível o Sol estar cruzando o meridiano de dois
lugares exatamente ao meio dia, exceto se esses lugares estiverem sobre o mesmo meridiano. Como a
Terra gira 360 em 24h , é fácil verificar que à cada hora ela gira em 15. Surge assim o conceito de
divisão da Terra em fusos horários, com a amplitude desses mesmos 15, estabelecendo-se assim 24
fusos de uma hora cada.
Todos os fusos foram definidos a partir do meridiano de Greenwich, por acordo internacional
estabelecido em 1884, por ser o mesmo meridiano já considerado origem para alguns dos sistemas de
posicionamento terrestre, passando pelo cruzamento dos fios da luneta do antigo Observatório Real.
Este meridiano é definido como o meridiano central do fuso, dessa forma cada fuso tem a longitude do
meridiano central divisível por 15. A hora em cada fuso é assumida pela hora do meridiano central.
MY X W V U T S R Q P O N Z A B C D E F G H I
55
Meridiano
Figura xx.xde– Greenwich
Fusos Horários – O Mundo em fusos de 15
Linha Internacional de Mudança de Data
A linha Internacional de Mudança de Data é uma linha imaginária posicionada próximo ao meridiano
180 , cortando o Oceano Pacífico. O cruzamento desta linha, para oeste faz com que a data do
calendário seja adiantada de um dia. Se cruzada em sentido contrário (para este), a data observada será
um dia atrasada em relação ao oeste da linha.
Esta divisão, bem caracterizada, define a hora civil em cada ponto da superfície terrestre. O fuso de
Greenwich recebe a denominação de Z ou ZULU, sendo a hora em Greenwich chamada de hora Zulu.
Aos demais fusos são também atribuídas letras. O fuso que abrange a Linha Internacional de Mudança
de Data possui duas designações: a oeste M e a este Y, correspondendo à data adiantada e atrasada
respectivamente.
Para acomodar divisões políticas a maior parte dos países têm modificado os fusos, criando contornos
que melhor enquadram as suas necessidades, conforme pode ser visto na figura xx.x.
56
Figura xx.x – Fusos Horários adaptados
57
Figura
yy.yy –
Fusos
Horários
no Brasil
Em função das divisões apresentadas, algumas definições sobre tempo podem ser agora
firmadas.
- Hora legal: é a hora civil do fuso para a área geográfica considerada
- Hora oficial: normalmente considerada em cada país, como a hora legal da sua Capital.
- Hora Universal local: hora determinada pelo meridiano passante pelo lugar em relação à
Greenwich.
Hora Civil
De posse de um mapa de fusos horários, verificar qual a diferença horária (UT f, onde f é o
fuso do lugar) em relação à Greenwich. Observar que este tipo de mapa, conforme pode ser visto
na figura xx.x, todas os horários estão reduzidos ao fuso origem. Assim serão também obtidos
horários relacionados à este fuso. Sabendo-se a hora de Greenwich, basta somar ou subtrair os
valores.
58
Para a determinação de um horário em relação à outro ponto terrestre, deve-se reduzir um dos
pontos como origem estabelecendo-se o diferencial em relação aos dois pontos.
Exemplos:
1 – Qual a hora em Nova York, sabendo-se que são 14:00 em Greenwich
Pelo mapa, NY está no fuso Q, correspondendo a UT – 4, ou seja, quatro horas a menos que em
Greenwich, logo
Deve-se ficar atento para o problema de mudança de data. Por exemplo se fossem 22:00 horas
em Rio Branco, a hora de Greenwich seriam 22: 00+ 5 = 27:00, porém já extrapolado para 24:00,
a hora correta é 03:00 do dia seguinte ao dia em Rio Branco.
HRJ = UT –3 e HM = UT + 3
Considerando então que UT =
HM = (HRJ + 3) + 3, portanto HM = HRJ + 6, assim a hora em Moscou será 17:00, do mesmo dia.
Hora Legal
A hora legal sempre será determinada pela diferença de longitude entre os dois lugares
considerados. Dividindo-se a diferença de longitude pelo valor unitário de 1 h (15), obtem-se a
diferença horária entre os dois meridianos. Este valor obtido deve ser somado ou subtraído,
conforme a posição do ponto desejado estar à este ou oeste do ponto origem.
Exemplos
1 – Determinar a hora na cidade de Estocolmo, de longitude igual a 18 17 22, sabendo-se que
são 17h 22m na cidade de Salvador, Brasil, cuja logitude é igual a -38 18 42.
SE = E - S SE = 18 17 22 -(-38 18 42) = 56 36 04
59
SE = 56,6011111 (graus decimais)
Para o Brasil, normalmente o hrário de verão é decretado no início de outubro, com término
previsto em meados de fevereiro.
4 - ESCALA E ESCALAS
60
O inverso da relação de escala D/d , A/a e V/v , denomina-se número da escala ( N ),
podendo então a representação numérica da escala ser estabelecida pela relação
E = 1/N ou 1: N ou 1/N ( NL , Na , Nv )
Quando a dimensão do objeto representado é menor que o objeto real, tem-se uma escala
de redução. O contrário estabelece uma escala de ampliação.
E = 1/20000 - redução (uma unidade linear equivale a 20 000 unidades lineares no
terreno)
E = 20/1 - ampliação (20 unidades lineares na carta equivalem a uma unidade
linear no terreno)
61
1 m3 na carta = 100.000 m3 no terreno
Esta forma de expressar uma escala estabelece a segunda maneira de mostrar a relação, a
forma escrita. Normalmente esta expressão é dada em termos de uma unidade coerente para as
observações no mapa (mm ou cm em termos lineares, cm 2 , cm3 ), para unidades também
coerentes em termos de terreno (quilômetros, quilometros quadrados ou cúbicos).
1:100.000 - 1 cm = 10 km = 10.000 m
1 mm = 1 km = 1.000 m
1:25.000 - 1 cm = 0,25 km
4 cm = 1 km
Área - 1/ 250 000 - 1 cm2 = 25 m2
Volume - 1/ 1 000 000 000 = 1cm3 = 1000 m3
A conversão de uma forma é simples, bastando efetuar uma transformação de unidades.
Deve-se estar atento para mapas ou cartas antigas, principalmente oriundos de países que
adotavam o sistema inglês. Por exemplo a expressão de
1 m = 1 milha, fornece um fator de 1 / 63360.
1 / 2 = 1 milha = 1 / 253440
4 = 1 milha = 1 / 15840
Recordando: 1 = 2,54 cm
1 mi n = 1852 m
1 ft = 30, 48 cm
1 yd = 1, 093613 m
A tabela abaixo mostra as escalas mais comuns e equivalências:
Escala 1 cm 1 km 1 in (pol) 1 mi
1:2.000 20 m 50 cm
1:5.000 50 m 20 cm
1:10.000 0,1 km (100 m) 10 cm
1:20.000 0,2 km 5 cm
1:25 000 0,25 km 4 cm
1:31.680 0,317 km 3,16 cm 0,5 m 2
1:50.000 0,5 km 2,0 cm
1:63 360 0,634 km 1,58 cm 1,0 1
1:100.000 1.0 km 1 cm
1:250.000 2,5 km 4 mm
1:500.000 5,0 km 2 mm
1:1.000.000 10 km 1 mm
62
Pode-se verificar que quanto maior o número da escala, menor será a escala, e
inversamente; quanto menor o número da escala, maior a escala. Uma escala maior acarreta
portanto um maior grau de detalhamento dos objetos cartografados, sendo aplicada em áreas
menores e vice versa.
1Km 0 1 2 3 4 5 Km
a)
1Km 0 1 2 3 4 5 Km
b)
1Km 0 1 2 3 4 5 Km
1/2 mi 0 1 mi 2 mi
c)
63
Normalmente a escala gráfica apresenta-se dividida em duas partes, a partir da origem: a
escala propriamente dita e o talão ( parte menor), sendo que o talão, é subdividido em
intervalos menores da maior graduação da escala, para permitir uma medição mais precisa.
A escala propriamente dita inicia do zero para a direita e o talão do zero para a esquerda.
O tamanho do talão corresponde a uma unidade da escala.
A escala gráfica, por razões de espaço e funcionalidade, não deve ter menos do que 6
divisões e no máximo 12 divisões (incluindo o talão), dependendo da escala que está
representando.
A divisão do talão deve seguir o sistema de unidades. Com o sistema métrico
normalmente divide-se em 10 partes. Para uma escala de milhas, tomam-se 8 divisões e para
uma escala horária tomam-se 6 divisões (10 min).
64
- traçar uma linha auxiliar por uma das extremidades da reta, e sem compromisso de
comprimento correto, dividi-la com o auxílio do compasso, no número de divisões que se divide
a escala ( 4 no exemplo):
Talão
Este processo gráfico tem por finalidade evitar a propagação de erros de medição, que
ocorrem se as divisões da escala forem marcadas diretamente pelo compasso.
O processo de obtenção de uma distância através da escala gráfica, é direto, não
necessitando de cálculo. Apenas é efetuada a medição da distância a determinar sobre o mapa,
com o auxílio de um compasso.
65
Transfere-se esta distância para a escala gráfica, a partir da origem da escala
propriamente dita, marcando-se o ponto que alcançou. Com isto tem-se a valorização em
unidades inteiras da escala, mais uma fração da unidade.
A partir da unidade inteira determinada, mede-se agora em direção ao talão, assim a
fração estará inteiramente sobre o talão, podendo então ser estimada o seu comprimento total.
Deve ser observado, que a precisão da escala gráfica é determinada pela divisão do talão,
sendo estimado os valores inferiores. Por exemplo: se a divisão é de 100 m, a estimativa fica em
torno de valores múltiplos de 10m (10, 20, 30, 40m ... etc).
600 m
500 m
300 m
200 m
800 m
700 m
400 m
1km 0 1 2 3 km
66
4.5 - Escalas Especiais
As fotografias aéreas e grande parte das projeções cartográficas não possuem escalas
constantes, elas são variáveis dependendo de uma sérei de fatores inerentes ao processo de
elaboração da projeção.
As fotografias aéreas, por serem uma projeção central. a escala é variável do centro da
foto para a periferia, sendo tanto menor quanto mais próximo das bordas.
Para determinadas projeções porém, a escala pode ser constante apenas segundo
condições que são ditadas pela própria projeção, valendo a escala nominal ou principal (Ep),
apenas para uma área do mapa, também ditada pela projeção.
Quando a escala for grande, não ocorrerão muitos problemas pois os erros serão
desprezíveis, o que já não ocorrerá em escalas pequenas, podendo ser constante ao longo dos
paralelos e variável ao longo dos meridianos, ou vice-versa. Depende do tipo de projeção e da
sua estrutura projetiva.
Na projeção de Mercator por exemplo, a escala é variável, constante ao longo dos
paralelos e variável ao longo dos meridianos, variando com a latitude, quanto maior a latitude,
maior a escala. No equador tem-se a escala nominal, aumentando-se a medida caminha-se para
os polos, onde a escala é infinita.
P ROJ EÇÃO DE MERCATOR
Es ca la e m Diferentes Latitudes
1/50 000 000 no Equador - 1/9 132 500 na Latitude de 24
67
médios. Este valor de 0,2mm é adotado como a precisão gráfica percebida pela maioria dos
usuários e caracteriza o erro gráfico vinculado à escala de representação. Dessa forma, a
precisão gráfica de um mapa está diretamente ligada a este valor fixo de 0,2 mm, estabelecendo-
se assim, em função direta da escala a precisão das medidas da carta, por exemplo:
68
Em termos de utilização desses dados para uma redução, não existe nenhuma restrição de
utilização. Através do exemplo, pode-se facilmente verificar isso:
Suponha-se a aquisição de dados para uma região, através de folhas de carta na escala de
1/ 250 000. Deseja-se fazer a redução de representação para a escala de 1/ 1 000 000. O erro
gráfico da primeira escala corresponde a 50m e para a segunda escala, de 200m, ou seja quatro
vezes menor.
Em termos de uma ampliação, ocorrerá o problema inverso. Supondo-se aquisição na
escala de 1/ 1 000 000 e uma ampliação para a escala de 1/ 250 000, o erro de 200 m terá uma
ampliação de quatro vezes passando para 800m o que na realidade corresponde não a quatro
vezes, mas a dezesseis vezes maior que o erro gráfico permitido para aquela escala, que é de 50
m. Para uma ampliação de um mapa, da escala de 1/ 100 000 para 1/ 20 000, o erro gráfico
inerente à primeira escala é igual a 20 m e para a segunda, igual a 4 m. Ao se ampliar a
informação gráfica, o erro será também ampliado, passando para 100 m, uma vez que a
ampliação submentida foi de 5 vezes. Comparando-se esse valor com o erro gráfico da escala
final, verifica-se que é 25 vezes maior que o erro permitido para a escala de 1/ 20 000.
Podem ocorrer casos que os erros oriundos de uma ampliação não sejam relevantes para
uma determinada representação. Com todos a s restrições, é possível até aceitar-se, mas em
princípio, as ampliações não são consideradas em termos cartográficos.
69
a) Tamanho do papel
A4 - 21,03 x 29,71 cm
b) Dimensões do Estado
km
0 300 km
45
450 km
área útil
d) Orientando de forma que a área fique com a base voltada para a margem inferior,
desenvolvem-se os seguintes cálculos para a determinação das escalas
26cm 1
45.000.000cm 1730769
70
o
21
22o
dist . mapa mm
E=
111,111 111111
. .000
Desejando-se valores mais precisos, pode-se consultar uma tabela de valores de arco
meridiano para as diversas latitudes.
E1 = 1 / 25.000 E2 = 1 / 125.000
E1 1 / 25.000 125.000
FR = 5
E 2 1 / 125.000 25.000
71
4.10 - Problemas de Escala
1) Tendo-se medido uma distância na carta igual a 2 mm, sabendo-se que a distância no
terreno é igual a 1.200 m, calcular a escala da carta.
2 1
E=
1.200.000 600.000
2) Tendo-se uma carta na escala 1/40.000, e medido-se uma distância na carta igual a 4
mm, determinar a distância correspondente no terreno.
E = 1/40.000 d = 4 mm
4
E = d/D D = d/E D= 160.000mm = 160 m.
1 / 40.000
3) Tendo-se a escala da carta igual a 1/50.000, e a distância no terreno de 5,5 km,
determinar a distância na carta.
d
E= d = E x D = 5,5 x 1/50.000 = 5.500.000/50.000 = 110 mm
D
4) Sendo dada a escala de uma carta igual a 1/80.000, e uma distância medida na carta
igual a 5 cm, pede-se verificar qual a escala de uma carta em que a mesma distância foi medida
por 2,6667 cm.
Existem dois caminhos:
5
FR = 1,8750
2 ,6667
1 1 1
E = x
80.000 FR 150.000
5 - PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
73
Este relacionamento na realidade poderá ser até questionado mais tarde, uma vez que
algumas projeções mostram o mesmo meridiano duas vezes, ou os polos são representados por
linhas ou alguma parte da superfície terrestre não seja representada. Mas isso são características
intrísecas à determinados tipos de projeções, que exigem representações duplas de mesmos
meridianos ou paralelos, ou mesmo por relacionamenmtos matemáticos que não permitam a
visualização de determinada porção terrestre. O principal motivo destes problemas é exatamente
a superfície contínua da esfera ter de ser representada sobre um plano limitado.
Estas particularidades geralmente ocorrem nas bordas das projeções e devem ser tratadas
como casos excepcionais ou pontos singulares. De qualquer forma, dentro do contexto das
projeções cada ponto da superfície terrestre é representado apenas uma vez, e portanto a idéia de
pontos correspondentes pode ser aplicado.
A correspondência entre a superfície e o mapa não pode ser exata por dois motivos
básicos:
- Alguma transformação de escala deve ocorrer porque a correspondência 1/1 é
fisicamente impossível.
- A superfície curva da Terra não pode ajustar-se a um plano sem a introdução de
alguma espécie de deformação ou distorção, equivalente a esticar ou rasgar a
superfície curva.
Estas deformações serão tanto maiores quanto maior for a área projetada, e quanto mais
afastada for do centro da projeção. O centro de projeção caracteriza o local onde a distorção é
nula. A área em torno do centro de projeção, onde as distorções são inferiores a certos valores
limites, estabelecidos a priori em função da finalidade da projeção, caracteriza o campo de
projeção. O termo deformação não é muito bem aplicado podendo levar à idéia do
desconhecimento de formas e estruturas aplicadas. Já o termo distorção estabelece que existe um
conhecimento prévio do comportamento da deformação.
74
Esta definição pode ser usada para caracterizar a escala de um globo que representa a
Terra. Neste caso, a comparação é efetuada pelo comprimento de dois arcos de círculo máximo
AB na Terra e ab no globo. O comprimento de um arco de círculo máximo é dado por:
AB = R e ab = r , sendo o arco subentendido entre A e B e a e b. Relacionando:
ab r r 1
ou E = R N número da escala
AB R
Assume-se que o globo gerado dessa forma é uma réplica exata da Terra à escala
considerada e a escala principal é definida como sendo “a escala de redução para um globo,
representando a esfera ou esferóide, definida pela relação fracionária de seus respectivos
raios”.
Estabelece-se ainda que esta escala, por ser representativa da réplica perfeita da Terra à
escala do mapa, é isenta de variação. Assim, define-se a escala principal como tendo um fator de
escala µ0 = 1.0, e as distorções que venham a ocorrer serão avaliadas como frações de unidade
ou múltiplos da unidade.
A escala principal é equivalente à fração representativa impressa no mapa.
Fator de escala µ = 1.0 = µ0 , não há distorção.Se houver dilatação ou ampliação de
escala, o fator de escala µ >µ0 e se houver compressão ou diminuição de escala o fator de escala
µ < µ0.
O fator de escala pode ser então definido como o valor adimensional determinado pelo
relacionamento entre a escala na área considerada e a escala principal.
Ea
Ep
Assim um fator de escala igual a 2, caracteriza uma ampliação de escala de duas vezes a
escala principal, por exemplo, se a escala principal for igual a 1/ 20 000 e a escala de área igual a
1/ 10 000. Da mesma forma um fator de escala igual a 0,5, caracteriza uma redução de escala
também de duas vezes, ou seja, se a escala principal é igual a 1/ 20 000, a escala de área será de
1/40 000.
75
dificilmente será conseguida a adaptação à superfície sem esticá-lo ou rasgá-lo, ou seja, sem uma
deformação ser aplicada.
As distorções ou deformações são tanto maiores quanto maior a área representada, e terão
características próprias segundo a forma de relacionamento entre a superfície terrestre e a
representação plana correspondente, caracterizando a projeção adotada.
A figura abaixo apresenta uma representação plana da Terra pelo corte da superfície
esférica ao longo dos paralelos de 150 , 450 e 750 e ao longo do meridiano de Greenwich.
Aproxima-se do corte de uma laranja. É possível desta forma, realizar-se uma planificação
razoável.
Esta representação faz com que alguns paralelos sejam mostrados duas vezes, gerando
uma descontinuidade do mapa e deixando vazios entre os paralelos.
Desejando-se evitar estes vazios, ou seja, o mapa mostrar a superfície de forma contínua,
deve-se fechar os vazios esticando-se cada zona em uma direção ao longo dos meridianos até a
coincidência dos paralelos, conforme mostra a figura abaixo.
76
Figura 5.2 - Representação contínua da Terra
Isto não quer dizer que uma projeção é melhor que outra, por que a figura pode ser
desenhada em outra projeção e transportada para a inicial, gerando também distorções.
A distorção descrita para a elaboração do mapa contínuo da figura 5.2, é definida como
uma distorção linear ao longo dos meridianos.
77
O resultado gráfico mostra que o comprimento entre dois paralelos aumenta do meio para
as extremidades do mapa, ou seja, os comprimentos entre os meridianos sucessivos variam
apenas em função da latitude.
Considerando-se porém o espaçamento entre os meridianos ao longo de um paralelo
qualquer, verifica-se que é quase constante e praticamente igual ao da figura anterior,
significando que a distorção linear nesta projeção, ocorreu em uma direção apenas.
Esta distorção porém, irá influenciar a representação de ângulos e áreas no mapa,
conforme pode ser demonstrado da seguinte forma:
Considerando-se o ponto P de coordenadas (10,10), o ângulo YOP é de 45 0 e a área é de
100 unidades quadradas.
Y'
P'
O O' X'
X
Fazendo-se a escala ao longo do eixo dos Y dobrar, enquanto que no eixo dos X continua
a mesma.
Assim P’ = (10,20) Y’OP’ = 300 e a área do retângulo Y’OX’P’ = 200.
À diferença angular = Y’OP’ - YOP denomina-se deformação angular e à alteração na
área A = Y’OX’P’ - YOXP, denomina-se deformação de área (exagero superficial).
Em um sistema de projeção estas deformações não podem ser facilmente definida por
gráficos planos, mas a característica principal é perfeitamente definida: ambas as deformações
dependem da deformação linear e em conseqüência podem ser definidas através delas.
Quando a escala de um mapa é conhecida, supõe-se que ela seja constante para toda a
área do mapa, em três aspectos:
- que a razão de escala seja aplicada à todos os comprimentos e distâncias e linhas
medidas no
mapa;
- que razão de escala seja constante para todas as partes dos mapas;
78
- que a razão de escala seja independente de direção de aplicação.
Isto parece ser axiomático em muitos tipos de mapas, mas a suposição de que a escala é
constante para todas as distâncias, em todos os lugares e em qualquer direção, não é
verdadeira.
Qualquer representação plana do globo, envolve variação de escala em alguns ou em
todos os três aspectos.
Distorção
Baixa
Média
Alta
Tangente
Secante
79
Figura 5.5 - äreas de distorção no cilindro
Um cilindro ou um cone, secante à superfície terrestre, gerará duas linhas de distorção
nula, também pequenos círculos.
Tangente
Secante
80
Figura 5.7 - Elipse de Tissot
Representando-se cada eixo do círculo como eixos da projetada pelo sistema de projeção,
dependendo da escala ao longo dos paralelos e dos meridianos, haverá uma relação de escala
máxima e mínima, de tal forma que h2 + k2 = a2 + b2.
A deformação será mostrada pela elipse traçada segundo a direção da deformação
máxima.
5.5.1 - Conformidade
Uma projeção conforme é uma projeção em que a escala máxima é igual à mínima em
todas as partes do mapa (a = b).
Um pequeno círculo na superfície terrestre se projetará como um círculo na projeção,
caracterizando uma deformação angular nula.
Assim as pequenas formas são preservadas e os ângulos de lados muitos curtos também
são preservados. Isto é uma característica necessária aos mapas que servirão a propósitos de
medição de ângulos ou direções. Ou seja, os ângulos em torno de um ponto são mantidos.
Incorretamente esta propriedade é referenciada como uma projeção de formas verdadeiras. Na
realidade só a forma de pequenas áreas são preservadas. Grandes áreas, de caracteristicas
regionais ou globais são distorcidas em sua configuração geral.
A variação de escala é constante em todas as direções em torno de um ponto qualquer.
Fora do centro de projeção podem existir grandes alterações.
Não havendo deformação angular, as
intercessões da gratícula (paralelos e
meridianos) são ortogonais, independendo
da natureza dos paralelos e meridianos
mapeados, mas não quer dizer que todas as
ÂNGULOS E PEQUENAS FORMAS PRESERVADOS
projeções que tenham esta característica
Figura 5.9 - Manutenção de áreas e formas
sejam conformes.
Serve para todos os empregos relativos a direção dos ventos, rotas, cartas topográficas,
etc.
5.5.2 - Equivalência
82
As escalas máxima e mínima são recíprocas: a.b = 1, mantendo uma escala de área
uniforme. Deforma muito em torno de um ponto, porque a escala varia em todas as direções.
5.5.3 - Eqüidistância
Uma escala específica é mantida igual à escala principal ao longo de todo o mapa. Por
exemplo:
a escala ao longo de um meridiano h = 1.0. Assim sob certas condições, as distâncias são
mostradas corretamente. A equidistância porém não mantida em todo omapa, a escala linear é
correta apenas ao longo de determinadas linhas ou a partir de um ponto específico.
É menos empregada que as projeções conforme ou equivalentes, porque raramente é
desejável um mapa com distâncias corretas em apenas uma direção.
No entanto os mapas eqüidistantes são bastante usados em Atlas, mapas de planejamento
estratégico e representações de grandes porções da Terra onde não é necessário preservar as
outras propriedades, pelo fato do aumento da escala de área ser mais lento dos que nas projeções
conformes e equivalentes.
5.6 - Classificação das Projeções
83
As projeções cartográficas podem ser classificadas segundo diversos tipos de
características.
- Propriedades
- Superfície de projeção
- Método de traçado
84
Conforme o contato da superfície de projeção com o globo, podem ainda ser classificadas
em:
- Tangentes, mostradas nas três figuras anteriores e
- Secantes, mostradas nas três figuras seguintes.
85
Figura 5.15 - Plana horizontal ou obligua
As projeções cilíndricas são classificadas em:
- Equatoriais ou Normais: o eixo do cilindro é perpendicular ao Equador (paralelo ao eixo
terrestre).
As projeções cônicas por sua vez também podem ser classificadas em:
- Normais: quando o eixo do cone é paralelo ao eixo da Terra (coincide).
86
Figura 5.19 - Cônica normal
Terra.
- Convencionais: São as que só podem ser traçadas com o auxílio de cálculo e tabelas.
As projeções geométricas possuem ainda uma subdivisão, caracterizando ou não a
existência de um ponto de vista ou centro de perspectiva:
- Perspectiva: possuem um ponto de vista.
87
- Pseudo-perspectivas ou Não-perspectivas: possuem um ponto de vista fictício ou não
possuem.
Conforme a posição do ponto de vista, podem ser ainda mais uma vez subdivididas em:
88
5) - As interseções dos meridianos e paralelos em qualquer ponto do mapa são ortogonais
ou ocorrem interseções de gratícula oblíquas, em alguma parte do mapa?
6) - Os meridianos ou paralelos curvos são formados por círculos, arcos de círculos ou
arcos de curvas de ordem superior (elipses, hipérboles). Se os arcos forem circulares são
concêntricos?
7) - O espaçamento entre os meridianos sucessivos é uniforme ou variável? Se é variável,
o espaçamento dos paralelos aumenta ou diminui do Equador para os Pólos? Em relação aos
meridianos aumenta ou diminui do centro do mapa para as bordas?
Todas essas variáveis podem ajudar a identificar uma projeção e maior parte delas pode
ser usada de alguma forma para verificar a sua classificação.
A aparência de uma projeção é de valor menor para a definição de uma ou outra
propriedade, por exemplo, se uma projeção tem as gratículas oblíquas, pode-se inferir que não
seja conforme, porém a recíproca não é verdadeira.
89
As principais projeções planas são as seguintes:
- Ortográficas
- Estereográficas
- Gnomônicas
- Equivalente Azimutal de Lambert
- Azimutal Eqüidistante
Como características gerais das projeções azimutais ou planas, pode-se citar:
- Na hipótese esférica, todos os grandes círculos que passam pelo centro de
projeção são apresentados como linhas retas. Portanto, o caminho mais curto
do centro da projeção a qualquer ponto serão sempre retas.
- Apresentam a Terra em uma representação circular, com exceção às projeções
gnomônicas;
- A forma mais simples de representação são as projeções polares, onde os
meridianos são representados por linhas retas, irradiadas do centro de projeção
e o s paraleos são círculos concêntricos com centro no mesmo centro de
projeção.
- Possuem um único ponto de contato, se tangentes, e as distorções aumentam a
medida que afasta-se dele.
A figura 2 apresenta a posição do plano tangente, conforme os aspectos polar,
equatorial e obliquo da projeção azimutal.
90
O ponto de perspectiva para a projeção ortográfica está situado no infinito, sendo os
Perspectiva Infinita
Plano Tangente
No aspecto polar os meridianos aparecem como linhas retas irradiadas do polo, em ângulos reais,
com os paralelos representados como círculos concêntricos com centro no polo.
Os paralelos são mais espaçados próximo ao polo, diminuindo o espaçamento até zero no
Equador, que marca o paralelo limite do mapa no aspecto polar. A escala é maior próximo ao
polo diminuindo em direção ao Equador. As formas próximas ao polo parecem maiores por
91
este motivo, ficando comprimidas próximo ao Equador, sendo de difícil reconhecimento nesta
área.
A escala ao longo de qualquer paralelo é constante, uma vez que varia ao longo dos
meridianos, do valor real no centro de projeção, até zero.
O aspecto equatorial tem o centro de projeção em qualquer ponto do Equador terrestre.
Os paralelos sào representados por retas, que se estendem de limite a limite da projeção.
O meridiano central é uma reta. Os meridianos de 90 a partir do meridiano central formam um
círculo, marcando o limite da projeção. Os demais meridianos são elipses de excentricidade
0( círculo limite) até 1 (meridiano central).
O aspecto oblíquo tem o centro de projeção em qualquer lugar situado entre o Equador e
os polos. Fornece uma imagem parecida com um globo, sendo preferida para ilustrações no lugar
dos aspectos polar e equatorial.
O único meridiano representado como uma linha reta é o central. Todos os paralelos são
elipses de mesma excentricidade. Algumas das elipses são mostradas inteiramente, enquanto que
algumas só parcialmente. Todos os demais meridianos são elipses de excentricidade variável.
Nenhum meridiano aparece como círculo.
A escala e distorção mudam apenas em função da distância do centro de projeção.
O esquema de distorção será sempre o mesmo para os três casos. O esquema de distorção
da projeção em qualquer aspecto, coincide com a projeção no caso polar.
Figura 5 – Aspecto obliquo da projeçao azimutal ortográfica
Utilização
- Foi popular durante a 2a Guerra Mundial.
- Com os vôos espaciais foi rebuscada pois lembra a fotografia dos corpos celestes.
Equador
Polo Sul
Se o polo Sul é o centro do mapa, a o ponto de vista está no polo Norte, e vice versa.
O ponto na esfera oposto ao centro de projeção, é projetado no infinito no plano do mapa.
No aspecto polar é semelhante a todos os aspectos polares azimutais, meridianos
irradiados como retas pelo centro de projeção e os paralelos como círculos concêntricos. Este
aspecto coincide com o esquema de distorção da projeção.
Utilização
O aspecto oblíquo tem sido usado para projeção planimétrica de corpos celestes: Lua,
Marte, Mercúrio, Vênus.
O aspecto polar elipsóidico tem sido usado para mapear as regiões polares (Ártico e
Antártico).
A projeção UTM é complementada pela projeção UPS (Universal polar estereográfica)
acima de 84 e abaixo de - 80.
Em 1962 a porção polar da carta ao milionésimo do Mundo foi modificada da projeção
policônica para a polar estereográfica, nos mesmos moldes da UPS.
94
O aspecto polar tem as mesmas características das demais azimutais. Círculos
concêntricos para os paralelos nos polos e meridianos irradiados. Mostra o esquema de distorção
da projeção, para a esfera, podendo este esquema ser colocado sobre os demais casos, para se
definir as regiões de deformação e distorção da escala.
O espaçamento dos paralelos diminui conforme aumenta a distância do polo.
Normalmente a projeção não é mostrada abaixo de um hemisfério (ou do Equador).
95
O aspecto equatorial mostra o meridiano central como reta e o meridiano central +90 e o
meridiano central - 90, como um círculo, limitando a projeção, a este e a oeste.
Os demais meridianos e paralelos são curvas complexas.
O aspecto oblíquo assemelha-se à projeção ortográfica, porém é mais compacta. O único
meridiano apresentado como uma reta é o meridiano central, todos os demais meridianos e
paralelos são curvas complexas (não são elipses), que só podem ser traçadas através de cálculo.
Utilização
É bastante utilizada em Atlas comerciais e mapas que necessitem de relações de
equivalência entre as formas. Serve de base para mapas geológicos, tectônicos e de energia;
mapas comerciais e mapas geográficos (físicos, políticos e econômicos).
96
O aspecto equatorial é o menos usado dos três casos. É substituído com vantagens pela
projeção estereográfica. O Equador e o meridiano central são retas, sendo todos os demais
meridianos e paralelos curvas complexas. Os dois polos são mostrados.
O aspecto oblíquo lembra a projeção azimutal equivalente de Lambert. Com exceção do
meridiano central, todos os demais são curvas complexas, incluindo o Equador.
Quando é representado os dois hemisférios, as diferenças com a projeção de Lambert são
mais pronunciadas. Enquanto as distorções são extremas em outros aspectos, as distâncias e
direções do centro superam agora as distorções para muitas aplicações.
Utilização
- Utilizada no aspecto polar para mapas mundiais e mapas de hemisférios polares;
- No aspecto oblíquo para Atlas de continentes e mapas de aviação e uso de rádio.
- Utilização regular em Atlas, mapas continentais e comerciais tomando-se o centro de
projeção em cidades importantes.
- Cartas polares;
- Navegação aérea e marítima;
- Rádio Comunicações (orientação de antenas) e rádio-engenharia;
- Cartas celestes tendo a Terra como ponto central.
97
que será a transformada de círculo máximo correspondente na projeção. Assim todo círculo
máximo sempre será representado por uma reta.
Figura 13 - Característica Projetiva da projeção gnomônica
A ortodrômica, rota mais curta que une dois pontos, é um arco de círculo máximo no caso
esférico, sendo portanto representada por uma reta.
representação.
Aplicações
- Cartas polares de navegação;
- Navegação marítima e aérea;
- Rádio e rádiogoniometria, rádio faróis;
98
- Geologia (alinhamento de componentes da crosta);
- Cartas de portos.
6.1.6 - Gráfico Comparativo das Projeções Azimutais
A figura 16 abaixo apresenta um gráfico comparativo para a esfera modelo, da aparência
dos paralelos para o caso polar, permitindo verificar o espaçamento existente entre eles, em cada
tipo de projeção.
Este mesmo gráfico pode ser visualizado como a variação da escala radial em todos os
aspectos das projeções plana, com o detalhe que agora, não está mostrando a representaçÃo dos
paralelos, e sim as radiais de variação de escala.
Figura 6.16 - Gráfico Comparativo das Projeções Azimutais Polares e Variação de Escala
99
Figura 6.2.1 - Superfície de projeção cilíndrica
100
Figura 6.2.3 - Projeção de Mercator
Características e Utilização
Os meridianos da projeção de Mercator são retas verticais paralelas, igualmente
espaçadas, cortadas ortogonalmente por linhas retas representando os paralelos, que por sua vez
são espaçados a intervalos maiores, à medida que se aproxima dos polos. Este espaçamento é tal
que permita a conformidade, e é inversamente proporcional ao coseno da latitude.
A característica mais importante da projeção de Mercator, é a sua capacidade de mostrar
a loxodrômica entre dois pontos como uma linha reta. A loxodrômica é uma linha de azimute
constante.
101
Figura 6.2.5 - Comparação de distorção da projeção de Mercator
O polo Norte e Sul não podem ser mostrados por serem pontos singulares, estão no
infinito, podendo dar a impressão de serem inacessíveis.
Apesar das desvantagens, é uma projeção conforme, em consequência as direções em
torno de um ponto são conservadas, logo as formas de pequenas áreas também o são.
Praticamente todas as cartas de navegação marítima são desenvolvidas na projeção de
Mercator.
Equador
102
Cículos Máximos e Linhas de Rumo
A linha mais curta entre dois pontos dados na superfície de uma esfera é o menor arco do
círculo máximo que os une. Na esfera define-se como a ortodrômica entre estes pontos. Se for
considerado o esferóide, a linha mais curta é definida pela linha geodésica entre os dois pontos,
que é a linha mais curta em uma superfície curva qualquer. Entetanto é possível considerar a
superfície terrestre como uma esfera e esta aproximação ser suficientemente precisa para uma
grande quantidade de aplicações.
Uma linha de rumos ou uma loxodrômica, é a linaha que corta os meridianos segundo
um azimute constante. Assim, será sempre possivel de qualquer ponto da superfície terrestre
chegar até o polo, apenas percorrendo esta linha. A navegação entre dois pontos utilizando a
loxodrômica não necessita de correção de direção.
A única projeção que apresenta uma loxodrômica como uma linha reta é a projeção de
Mercator, enquanto que a única que apresenta as ortodrômicas como retas é a projeção
gnomônica. Porém, o que é representado como reta em uma não o é na outra, colocando-se uma
opção para se determinar uma navegação entre dois pontos, se pela ortodrômica ou pela
loxodrômica. Evidente que cada uma delas possue suas vantagens características.
o
Máxim
Círculo
Rumo
Linha de
103
Figura 6.2.9 - Solução para navegação em um círculo máximo
Utilização
- Mapeamentos Topográficos;
104
- Base para a projeção UTM (Universal Transversa de Mercator).
desenhos
Figura 6.2.10 - Mercator transversa
Características Gerais
É uma projeção semelhante à projeção regular de Mercator, onde o cilindro é tangente a
um círculo máximo que não o Equador ou um meridiano.
105
Figura 6.2.12 - Aparência da projeção obliqua de Mercator
O mapa da oblíqua de Mercator lembra a projeção regular com as massas continentais
rotacionadas para os polos. Duas linhas a 90 do grande círculo escolhido como centro de
projeção estão no infinito.
Normalmente é utilizada para mostrar a região próxima à linha central. Sob essas
condições parece similar aos mapas da mesma área em outras regiões, à exceção das medidas de
escala, que mostrarão diferenças.
Utilização
- Foi a projeção mais capaz de projetar imagens de satélite no sistema Landsat (HOM -
Hotime Oblique Mercator).
- Serviu de para a elaboração da projeção SOM (Space Oblique Mercator).
- Mapeamento de regiões que se estendem em uma direção oblíqua (Alaska,
Madagascar).
- Base para a projeção SOM (Space Oblique Mercator).
Resumo e Características
- É uma projeção cilíndrica, equivalente e equatorial;
- A escala sobre o Equador é verdadeira;
- Os paralelos são representados com o mesmo comprimento do Equador;
106
- A escala sobre os meridianos é reduzida na proporção inversa do aumento sobre os
paralelos h= cos ;
1
- A ampliação da escala nos paralelos é proporcional a sec h = sec ( cos );
- O espaçamento dos paralelos diminui à medida que se aproxima dos polos, indicando
uma redução de escala;
- À proporção que a latitude aumenta a escala sobre os paralelos vai sendo
progressivamente exagerada, ao mesmo tempo vai diminuindo sobre os meridianos na proporção
inversa;
- Grande distorção nas altas latitudes devido a desigualdade entre a escala nos meridianos
e nos paralelos.
Aplicações
- Apropriada para cartas equivalentes em baixas latitudes;
107
Enquanto as projeções cilíndricas são usadas para representar mapas mundiais, ou uma
faixa estreita ao longo do Equador, meridiano ou círculo máximo, as projeções cônicas são
utilizadas para mostrar uma região que se estenda de este para oeste em zonas temperadas.
108
O nome cônica origina-se do fato das projeções mais elementares serem derivadas de um
cone colocado no topo do globo. O eixo do cone coincidindo com o eixo terrestre e seu lado
tangente ao globo, descrevendo um paralelo padrão, onde a escala é real e sem distorções.
Os meridianos são traçados no cone do vértice para os pontos do meridiano
correspondente no globo, através do paralelo padrão.
ta
exa
s cala
E
ata
ex
la
s ca
E
Os meridianos e paralelos podem ser definidos como descrito para o caso tangente, mas
os relacionamentos são diferentes, dependendo da projeção.
As projeções cônicas a serem analisadas são as seguintes:
- Projeção Equivalente de Albers;
- Projeção Cônica Conforme de Lambert;
109
- Projeção Policônica.
Características e Utilização
Tem arcos concêntricos de círculos para os paralelos e raios igualmente espaçados para
os meridianos.
Os paralelos não são igualmente espaçados, sendo o espaçamento maior próximo ao
paralelo padrão e diminuindo próximo às bordas norte e sul.
O polo não é o centro dos círculos, mas também um arco de círculo.
Os paralelos padrões devem ser tomados de forma a minimizarem a distorçao em uma
determinada região.
110
Características Gerais
Alguns dos comentários feitos para a projeção de Albers em relação à aparência são
idênticos, como por exemplo a aparência do espaçamento dos paralelos.
A seleção de paralelos padrões, também deve se ater à região que se deseja mapear.
É uma projeção conforme, porém em altas latitudes, a propriedade não é válida, devido às
grandes deformações introduzidas.
As linhas retas entre pontos próximos aproximam-se de arcos de círculos máximos.
A escala, reduzida entre os paralelos padrões, é ampliada exteriormente a eles. Isto
aplica-se às escalas ao longo dos meridianos, paralelos ou qualquer outra direção, uma vez que é
igual em um ponto dado.
Utilização
- Aplicação em regiões com pequena diferença de latitude (um paralelo padrão).
Manutenção das formas das áreas e precisão de escala satisfatória. Mapeamento de utilização
geral.
Com dois paralelos padrões tem ampla aplicação:
- pela Organização Internacional da Aviação Civil (OIAC): Cartas Aeronáuticas na escala
de
1:1.000.000;
- estudo de fenômenos meteorológicos (Organização Mundial de Meteorologia);
- cartas sinóticas;
- Atlas;
- Carta Internacional do Mundo na escala 1:1.000.000.
111
Resumo
- Cônica;
- Conforme;
- Os paralelos são desigualmente espaçados, mais próximos entre si perto do centro de
projeção;
- Os meridianos são raios igualmente espaçados cortando os paralelos ortogonalmente;
- A escala é real ao longo de um ou dois paralelos padrões;
- O polo no mesmo hemisfério é um ponto;
- É utilizada para mapeamento de regiões que se estendem no sentido leste-oeste.
Características Gerais
Utiliza como superfície intermediária de projeção diversos cones tangentes em vez de
apenas um.
No caso normal os eixos dos cones são coincidentes con o eixo terrestre. Os cones
tangenciam a superfície a representar em seus paralelos, de modo que a cada um corresponda um
cone tangente. Em consequência, na projeção, cada paralelo será desenvolvido separadamente,
por meio do cone que lhe é tangente, e representado por um arco de círculo.
Os arcos de círculo que representam os paralelos, não são concêntricos, por que cada um
terá como centro o vértice do cone que deu origem. Estes centros estão todos sobre o mesmo
segmento de reta, pois os eixos dos cones são coincidentes, no prolongamento do meridiano
central.
O meridiano central é uma reta ortogonal ao Equador, que também é uma reta.
112
Os demais meridanos são curvas complexas calculadas e plotadas para cada posição de
cone tengente, sendo o resultado da união desses pontos.
Utilização
- Mapas topográficos de grandes áreas e pequena escala;
- Cartas gerais de regiões não muito extensas;
- Levantamentos hidrográficos;
- Mapa Internacional do Mundo através da projeção policônica modificada - substituído
usualmente pela cônica conforme de Lambert.
Resumo
- Não é nem conforme nem equivalente;
- Os paralelos, exceto o Equador, são arcos de círculos mas não concêntricos;
- O meridiano central e o Equador são retas. Os demais meridianos são curvas complexas;
- A escala é real ao longo de cada paralelo e ao longo do meridiano central, mas não
existe um paralelo padrão;
- Distorção nula apenas ao longo do meridiano central.
113
Com o lançamento dos satélites de sensoreamento remoto pela NASA em 1972, surgiu
uma nova era de mapeamento. a partir de uma base contínua no espaço.
A série ERTS, rebatizada como Landsat, hoje já no número 7, levou ao estabelecimento
de um projeto que permitisse ema relação direta entre o imageamento e uma representação
cartográfica.
Um mapeamento contínuo requer uma nova projeção. Inicialmente tentou-se a projeção
oblíqua de Mercator, mas que revelou-se não satisfatória porque a Terra tem um movimento de
rotação simultâneo com o movimento do satélite, que é praticamente ortogonal ao Equador,
fazendo com que a órbita projetada na Terra, conjugando esses movimentos seja uma linha
curva.
Verifica-se também que as projeções oblíquas sobre o elipsóide são válidas apenas para
uma pequena área no entorno da parte central, e não para uma faixa contínua.
Características e Utilização
A projeção SOM visualmente difere da Oblíqua de Mercator no fato da linha central da
projeção, órbita do satélite projetada na Terra, de ser ligeiramente curva. Para o sistema Landsat,
esta órbita aparece como uma curva senóidica, cruzando o eixo dos x em um ângulo de
aproximadamente 8.
As linhas de imageamento, perpendiculares à órbita no espaço estão ligeiramente
inclinadas em relação à órbita projetada, quando plotada na esfera ou elipsóide.
Devido à rotação da terrestre, as linhas de imageamento interceptam a órbita na Terra a
86 próximo ao Equador e 90 próximo aos pólos.
A órbita do Landsat intercepta o plano do Equador com uma inclinação de 99. Assim a
órbita projetada alcança limites de 81 de latitude.
A cobertura de imageamento é de 185 Km, 0,83 em ambos os lados da linha projetada,
permitindo a cobertura terrestre nas latitudes 82, no curso de 233 revoluções.
Com uma altitude nominal em torno de 700 Km, em 16 dias o satélite executa uma
cobertura total da Terra.
A SOM não é uma projeção perfeitamente conforme, porém os erros são negligenciáveis.
É uma projeção que apesar de ter sido desenvolvida para aplicação nos satélites da série
LANDSAT, é aplicada a qualquer satélite imageador, apenas com modificações dos parâmetros
de cálculo.
114
Figura 6.4.1 - Duas órbitas na SOM para o sitema Landsat
Linhas de varredura
Limite de varredura
Órbita terrestre
115
É normalmente usada na forma esférica adequada para escalas pequenas, principalmente
América do Sul e África.
Os paralelos são retas e os meridianos são curvas senoidais.
116
6.4.4 - Projeção de Mollweide (homolográfica)
A quantidade de projeções que existem podem ser listadas na ordem de centenas, cada
uma delas possuindo propriedades e características bem próprias ou apenas desenvolvidas para
mostrar uma ou outra característica da superfície da Terra.
A fiagura 6.4.7 mostra a projeção interrompida de Goode, a qual mostra a área dos
continentes com uma menor distorção. Existe uma translação de meridianos, para apresentar esta
mesma projeção com as distorções menores na área oceânica.
118
Figura 6.4.8 - Outras projeções contínuas
119
Figura 6.4.11 - Projeções interrompidas
6.5 - PROJEÇÃO UTM - O SISTEMA UTM
6.5.1 - Introdução
Ao fim do século XVIII, tendo por fim o levantamento do território de Hannover, Gauss
estabeleceu um sistema de projeção conforme para a representação do elipsóide: Gauss
Hannovershe Projektion.
Esta projeção tinha as seguintes características:
- cilindro tangente a Terra;
- cilindro transverso, tangente ao meridiano de Hannover.
120
Me ridiano de Ha nnover
Figura 6.5.1 - Projeção Transversa de Mercator com cilindro tangente ao meridiano de
Hannover
Aproveitando os estudos de Gauss, outro geodesista alemão, Krüger, definiu um sistema
projetivo, no qual o cilindro era rotacionada, aproveitando-se fusos de 3 de amplitude, ficando
este sistema conhecido pelo nome de Gauss-Kruger.
121
Em 1943 o SGE adotou o sistema de Gauss-Tardi. Os meridianos centrais são múltiplos
de 6 , não coincidindo com a carta ao milionésimo.
Em 1951 a UGGI (União Geodésica e Geofísica Internacional) recomendou o emprego
em sentido mais amplo para o mundo inteiro, o sistema UTM (Universal Transversa de
Mercator), o qual foi adotado a partir de 1955 pela Diretoria do Serviço Geográfico do Exército.
6.5.2 - Especificações
Serão apresentadas aqui as especificações de todos os sistemas (G. Kruger, Tardi e
UTM), devido ao fato de ainda existirem em circulação cartas que foram impressas nesses
sistemas. Isto pode confundir o leigo, uma vez que as coordenadas desses sistemas não são
compatíveis. Mesmo tratando-se de sistemas teoricamente semelhantes, são diferentes em
conteúdo.
+y
x- x+
y+ y+
-x +x
Equado
r
x- x+
-y y-
y-
3o
Existe portanto um miolo de redução, até a região de secância, aonde h = 1.0. Até as
bordas do fuso haverá ampliação;
123
Meridiano
Central
- Origem dos sistemas parciais no cruzamento
500
km central, acrescidas as constantes:
x>0 x>0
y < 500 y > 500
km km Equado
r
5000
x > 5000 x > 5000 Kmkm
km
y < 500 km
y > 500
km km
6o
Sistema Gauss-Tardi
(Gauss 6)
5.000 km para o Equador,
500 km para o meridiano central;
- Estas constantes visam não existir coordenadas negativas o que aconteceria com o
sistema Gauss-Krüger;
- Existência de uma zona de superposição de 30' além do fuso. Os pontos situados até o
limite da zona de superposição são colocados nos dois fusos (próprio e subsequente), para
facilitar trabalhos de campo.
O sistema UTM foi adotado pelo Brasil, em 1955, passando a ser utilizado pela DSG e
IBGE para o mapeamneto sistemático do país.
124
Gradativamente foi o sistema adotado para o mapeamento topográfico de qualquer
região, sendo hoje utilizado ostensivamente em
quaisquer tipo de levantamento.
125
- Para evitar cooredenadas negativas, são acrescidas as seguintes constantes:
- 10.000.000 m para o Equador,
- 500.000 m para o meridano central.
Obs.: A constante de 10.000.000 refere-se apenas ao hemisfério sul.
O cilindro sofre uma redução, tornando-se secante ao globo terrestre, logo, o raio do
cilindro é menor do que a esfera modelo.
A vantagem da secância é o estabelecimento de duas linhas de distorção nula, nos pontos
de secância, ou seja, h = 1.0.
Estas linhas estão situadas a aproximadamente 180 km a leste e a oeste do meridiano
central do fuso. Pelo valor arbitrado ao meridiano central, as coordenadas da linha de distorção
nula estão situadas em 320.000 m e 680.000 m aproximadamente.
A figura 6.5.8b mostra a representação esquemática da variação da distorção na projeção.
A partir do meridiano central, existe um núcleo de redução, que aumenta de 0,9996 até 10,
quando encontra a linha de secância. A partir da linha de secância, até a extremidade do fuso
existe uma aompliação, até o valor de h = 1,0010.
126
Figura 6.5.8 a - Região de secância b - áreas de ampliação e redução
A tabela 2 mostra o fator de escala ao longo das coordenadas este.
Deve ser observado, que o limite de fuso deve sempre ser preservado. A ampliação cresce
de tal forma após a transposição de fusos, que não respeitar o limite traz distorções
cartograficamente inadmissíveis.
A simbologia adotada para as coordenadas UTM é a seguinte:
N - coordenada ao longo do eixo N-S,
E - coordenada ao longo do eixo L-O.
Meridiano
Central
500 km
N> 0 N> 0
N<500km E>500 km
Equador
10 0000km
N>10000 km N >10000 km
km
E < 500 km E > 500 km
6o
Sistema UTM
127
As coordenadas são dimensionadas em metros, sendo normalmente definidas até mm,
para coordenadas de precisão.
As coordenadas E variam de aproximadamente 150.000 m a 850.000 m, passando pelo
valor de 500.000 m, no meridiano central.
As coordenadas N, acima do Equador são caracterizadas por serem maiores do que zero e
crescem na direção norte.
Abaixo do Equador, que tem um valor de 10.000.000 m, são decrescentes na direção sul.
A E'A
E'
EA = 500 000 - E'A B
B
E B = E'B + 500 000
NA = N'A
N B = N'B
E
N'C N'D
E' ND = 10 000 000 - N'D
NA = 10 000 000 - N' D
A
E'
E D = E'D + 500 000
C
D
C
E C = 500 000 - E'C
128
- O sistema UTM é utilizado entre as latitudes de 84 e - 80. As regiões polares são
complementadas pelo UPS (Universal Polar Estereographic).
3. Transformação de Coordenadas
Cartas mais antigas podem mostrar não só sistemas de projeção diferentes (Gauss-
Krüger, Gauss-Tardi) como também estarem relacionando outros data e elipsóides.
Deve-se ter a atenção ao se retirar coordenadas de cartas antigas.
A transformação de coordenadas pode ser efetuada por cálculo manual, utilizando-se
tabelas e manuais de transformação desenvolvidos pela DSG e IBGE, ou através de rápido
cálculo em calculadora de bolso ou programas de computadores.
Tais programas são capazes de calcular também a convergência meridiana e coeficiente
de redução de escala para o ponto considerado.
7 - A CARTOGRAFIA BÁSICA
129
7.1 - SISTEMA CARTOGRÁFICO NACIONAL
130
Escala Folhas Existentes Projeção
1/1.000.000 46 Cônica conforme de Lambert
(Carta ao milionésimo)
1/500.000 154 idem
1/250.000 556 UTM
1/100.000 3049 idem
1/50.000 11928 idem
1/25.000 47712 idem
Consiste na divisão inicial do globo terrestre em quadrângulos de 15 de latitude por 15
de longitude. Esta divisão não é relacionada com nenhuma projeção específica.
Nota-se de A até Z, a partir do antimeridiano de Greenwich excluindo-se as letras I e O
para leste. A partir do Sul, nota-se com as letras A até M, excluindo-se o I. Ver figura 7.1.1.
A referência sempre será o canto inferior esquerdo da folha, sendo a primeira letra a
correspondente à longitude. Desta forma são dadas as duas primeiras letras do índice, por
exemplo: KE.
Cada quadrícula de 15 é agora enquadrada dentro de uma projeção qualquer, que melhor
caracterize o objetivo do mapeamento.
131
S is te ma de Enquadrame nto Mundial - GEOREF KE
EJ
o o
GEOREF - Qua drâ ngulo de 15ode 1 x 1
51 1' x 1'
o
1
43
o
1
Soma-se ao índice as duas letras que identificam o canto inferior esquerdo do
quadrângulo.
132
Por exemplo, EJ, ficando o índice KEEJ
Cada quadrícula de 1 por 1 é dividida em minutos, ou seja 60 x 60, tendo-se portanto
3.600 quadrículas.
A contagem é realizada pelo número de minutos que do limite esquerdo e do limite
inferior, em qualquer hemisfério e em qualquer posição em relação à Greenwich. Exemplo:
KEEJ4351
- Nome
O nome da folha é uma designação através de um indicativo claro, geográfico, de algum
aspecto físico ou humano que se desenvolva na região cartografada.
Não é a melhor forma de identificar uma folha, pois não fornece nenhum indicativo
posicional ou de localização de escala, podendo inclusive existir duplicação de nomes em
diferentes e até mesmo em escalas idênticas.
3 4
133
A numeração das folhas 1/50.000 é dada pela divisão da carta 1/100.000 em 4, sendo
numeradas da esquerda para a direita, de cima para baixo, com os dígitos 1, 2, 3 e 4.
Figura 7.1.4 - Divisão da folha 1/100 000.
A numeração é então definida pelo número MI da folha 1/100.000, seguido pelo
dígito após um hífen, do número correspondente à posição da folha 1/50.000 na divisão da folha
1/100.000.
A numeração das folhas 1/25.000 é semelhante. A folha 1/50.000 é também dividida em
4. sendo notada as folhas em NO, NE, SO e SE, conforme a sua posição seja superior esquerda,
superior direita, inferior esquerda ou inferior direita.
Figura 7.1.5 - Divisão da folha 1/50 000
NO NE
SO SE
O número MI então, de uma folha 1/25.000 será dada pela composição do número MI da
folha 1/100.000, acrescida do dígito da folha 1/50.000 e acrescido das letras da folha 1/25.000.
Exemplo: Fl 1416-3-NE
Apesar de ser uma notação unívoca, o número de mapa índice não possui indicativo
posicional, uma vez que tem que se dispor do mapa índice para se poder localizar a folha.
Por outro lado, as folhas acima da escala 1/100.000 não dispõem de uma numeração que
permita estabelecer uma relação.
- Índice de Nomenclatura
1
1 1
4 4 4
canto 1 = CIE ( canto inferior esquerdo)
canto 2 = CSE ( canto superior esquerdo)
canto 3 = CSD ( canto superior direito)
canto 4 = CID ( canto inferior direito)
Escala 1/1.000.000
135
Em relação aos paralelos, cada faixa de 4 é notada acima e abaixo do Equador pelas
letras do alfabeto: A, B, C, D, E, F ...
Para a formação do índice, o hemisfério Norte é notado pela letra N e o hemisfério sul
pela letra S.
O índice é formado então pela união da letra que caracteriza o hemisfério, com a letra que
corresponde ao limite inferior da faixa e o número do fuso, correspondente ao limite esquerdo do
fuso considerado. Exemplo:
o C
4 -12
o
D
o
-16 F 20 21 22 23 24 25
o o o o o o
S B 23 -60 -54 -48 -42 -36 -30
Es ca la 1/ 1 000 000
o
6
V X
o
4
o
2 Y Z
o
3
Es ca la 1/ 500 000
136
Correspondente a folha de canto inferior esquerdo = -6 = -45
Escala 1/250.000
Cada folha de 1/500.000 é agora dividida em quatro folhas de 1/250.000, cada uma com
1 de latitude por 1 30' de longitude.
o
3
A B
o
2
o
1 C D
1 o 30'
Escala 1/100.000
Figura 7.1.10 - Enquadramento 1/ 100 000
1 30'
I II III
o
1
30' IV V VI
30'
137
Na seqüência do mapeamento sistemático, cada folha é dividida em 6 folhas de
1/100.000, cada uma de 30' de latitude por 30' de longitude.
Cada folha de 1/100.000 é notada pelos algarismos romanos I, II, III, IV, V e VI, da
esquerda para a direita e de cima para baixo
O índice de nomenclatura de uma folha 1/100.000 é definido pelo índice da folha
1/250.000 que pertença a folha, seguido do algarismo romano da folha correspondente. Exemplo:
SB 23 X-D-II
Para a folha de canto inferior esquerdo dado pelas coordenadas = -5 30', = - 43
Escala 1/50.000
Cada folha de 1/100.000 é dividida em quatro folhas de 1/50.000, cada uma de 15' de
latitude por 15' de longitude.
30'
1 2
30'
15' 3 4
15'
Es cala 1/ 50 000
Escala 1/25.000
138
15'
NO NE
15'
7'30" SO SE
7'30"
Es ca la 1/ 25 000
A figura 7.1.13 mostra o esquema de desdobramento de uma folha 1/ 1 000 000, até a
folha 1/ 50 000.
o
-43 30'
o
-8
o
-9
o
-10
o
-12
o o o
-48 -45 -42
Visto que uma das vantagens do índice de nomenclatura é a sua característica posicional,
diversas aplicações podem ser definidas:
139
- dado um índice de nomenclatura, definir a escala e o enquadramento da folha em
coordenadas geodésicas.
- dada uma coordenada qualquer, enquadrá-la em uma folha segundo uma escala
qualquer;
- dada uma área, definida por suas coordenadas geodésicas, fazer o enquadramento das
folhas que compõem a área, segundo uma escala desejada;
Exemplo:
Enquadrar a folha cujo índice é SD 21-Y-B-IV
Desenho
Enquadramento dentro da folha ao milionésimo:
Pela letra S já pode-se inferir que a folha está no hemisfério sul.
Meridianos limites:
A fórmula padrão para determinar a longitude dos limites da folha 1/1.000.000 é:
le = (6.f - 186)
ld = (6.f - 180)
onde f é o fuso da folha e le é a longitude do meridiano limite esquerdo e ld a longitude
do meridiano limite direito da folha
Para o fuso 21
le = - 60 e ld = - 54
Paralelos limites:
A formulação que permite a definição dos paralelos limites, inferior e superior
inf = (Numeral da letra) x 4
sup = (Numeral da letra - 1) x 4
Para a letra D, o numeral correspondente é 4 (A,B,C,D...1,2,3,4)
140
inf = 4 x 4 = -16 sup = 3 x 4 = - 12
Observe-se que esta formulação é invertida para o hemisfério Norte
- Dado um ponto por suas coordenadas, enquadra-lo em uma folha de carta de uma escala
dada.
O problema seguinte é definido por dada uma coordenada de um ponto qualquer e a
escala da carta, determinar o índice de nomenclatura da folha a qual o ponto pertença.
A solução é dada pelo enquadramento das coordenadas dentro da folha 1/1.000.000. A
partir daí definir o índice até chegar à folha na escala dada.
Exemplo
Estabelecer o índice de nomenclatura da folha, que comtem o ponto = -13 22' 14" ;
= -43 48' 42", na escala 1/50.000
b) Cálculo da latitude
141
inf = int ( / 4 ) x 4 - 4 sup = int ( / 4 ) x 4
inf = int ( -13 / 4 ) x 4 - 4 = int ( - 3,25 ) x 4 - 4 = - 3 x 4 -4 = - 16
sup = - 12
le = 6 f - 186 f = ( le + 186) / 6
f = - 48 + 186 / 6 = 23
Enquadramento semelhante pode ser feito com a latitude, bastando dividir o paralelo
limite inferior por 4 e procurar a letra do número obtido.
Nu = / 4 = 16 / 4 = 4 = A B C D
- Dada uma área por suas coordenadas limites, determinar o índice de nomenclatura das
folhas que fazem a sua cobertura.
Dada a escala que se deseja enquadrar e as coordenadas limites (normalmente canto
inferior esquerdo e canto superior direito), pode-se definir quais, quantas são e a nomenclatura
das folhas que compõem a área.
Exemplo
As cartas são elaboradas para apresentar uma representação o mais precisa possível do
terreno, tanto planimétrica como altimetricamente, bem como a hidrografia e vegetação da
região.
A planimetria compreende:
- rodovias, caminhos e elementos afins;
- terrenos e elementos afins;
- elementos relacionados à comunicações;
- edifícios e lugares povoados;
143
- elementos de áreas e contornos;
- obras públicas e industriais;
- pontos de controle;
- limites e fronteiras;
- sinais convencionais diversos.
A hidrografia:
- hidrografia costeira (litoral e afastada da costa);
- elementos hidrográficos em geral.
A vegetação, apesar de ser um elemento planimétrico, é tratada separadamente, por ser
restituída separadamente dos demais.
A altimetria, ou hipsografia faz a representação dos elementos topográficos de relevo na
carta.
144
Figura 7.2.1 - Organização da folha
Basicamente a carta consta de 3 elementos:
- Quadro;
- Moldura;
- Legenda.
A figura 7.2.1 ilustra a organização da folha.
a) Descrição do Quadro
O quadro é a parte da carta onde está traçado o reticulado UTM e onde será traçado os
elementos cartográficos que constituirão a planimetria, hidrografia, vegetação e altimetria.
Me ridia no Ce ntra l
Equa dor
145
O reticulado possui um traço mais grosso, de 10 em 10 km até a escala de 1/100.000 e de
50 em 50 km na escala de 1/250.000. Este traço tem por finalidade auxiliar nas medições de
coordenadas. Por sua característica, sempre terão valores múltiplos de 10 ou de 50, conforme a
escala da carta.
A finalidade do reticulado UTM é servir de apoio à obtenção ou plotagem de
coordenadas na folha.
Uma quadrícula corresponde ao quadrado definido pela intercessão de duas linhas
ortogonais de coordenadas consecutivas.
A referência da quadrícula será sempre definida pela coordenada do canto inferior
esquerdo da quadrícula.
Quadrícula
750000; 6378000
6 378 000 m
750 000 m
b) Moldura
O reticulado UTM é circundado pela moldura da folha, constituído pelos 4 cantos da
folha, definidos pelas suas coordenadas geodésicas.
2
2 2 3 3
3
1
1 1
4 4 4
Figura 7.2.4 - Definição dos cantos da folha
146
É obrigatória a colocação das coordenadas dos 4 cantos da folha (, ), nos quatro cantos
de cada folha.
c) Legenda
As legendas correspondem a todos as demais inscrições marginais existentes na folha da
carta.
Na parte superior da folha encontram-se as seguintes legendas:
Canto Superior Esquerdo
147
- Organização executora;
Convênios associados
- Região de localização da folha e escala
148
Figura 7.2.9 - Tabela de fases de execução da folha
A articulação da folha, que mostra o posicionamento da folha em relação às folhas
adjacentes, sendo referenciadas pelo nome. Caso não exista nome, a referência deve ser feita
pelo número MI.
A folha é colocada no centro em verde e a articulação das 8 folhas adjacentes é mostrada
ao seu redor.
o
7 25'
N>0m N>0m
Equador
O problema de se obter as coordenadas UTM em uma carta topográfica e a sua plotagem está
ligado à escala da carta e ao erro gráfico de percepção. O erro gráfico é a menor percepção
visual, para um ponto, que o olho humano pode ter. O valor é aceito como 0,2 mm, embora
alguns autores cheguem a aceitar 0,1 mm. Aqui será aceito 0,2 mm por razões de precisão
instrumental.
Este valor é único, seja qual for a escala de carta que esteja sendo considerado, pois é vinculado
ao menor elemento gráfico que o olho humano pode perceber, ou seja, um círculo de 0,1 mm de
raio ou 0,2 mm de diâmetro. Em termos práticos, é aceito como a área de indefinição relativa à
ponta de um lápis no papel ou à ponta seca do compasso.
Assim, para cada escala haverá um erro gráfico associado:
1:5.000 1 m (1.000 mm)
1:10.000 2 m (2.000 mm)
1:25.000 5m
151
1:50.000 10 m
1:100.000 20 m
1:250.000 50 m
Para entender o significado destes valores, para a obtenção de coordenadas em uma carta,existem
dois aspectos a considerar:
- não se poderá plotar coordenadas com uma precisão menor do que a expressa pelo
erro
gráfico.
Por exemplo:
Em uma carta de escala 1/50.000, medindo-se uma coordenada qualquer, o erro de sua
determinação estará em torno de 10 m.
14 mm x 50 000 = 700 m
13,9 mm x 50 000 = 695 m
13,8 mm x 50 000 = 690 m
13.9 mm
Por outro lado, ao se plotar uma coordenada, por exemplo 635.843,32 m, na escala 1/25.000,
seria necessário plotar (só a parte de centenas de metros) com 33,7328 mm, o que é impossível.
152
Pode-se plotar 33 mm e estimar 0,7 mm, sendo a certeza (à regua) em 0,5 mm, ocasionando uma
precisão em torno de 5 m definidos pelo erro gráfico.
E
7538
dE
N
dN
7536
672 674
Uma simples regra de três, relacionando estes elementos resolverá o problema, tanto para a
obtenção como para a plotagem de coordenadas.
EC dEC N C dN C
e
ET dET N T dN T
O que se deseja obter são os valores de dE e dN, seja da carta ou do terreno. Logo para a
obtenção de uma coordenada do terreno, a formulação associada será:
153
dEC x ET dN C x NT
dET e dNT
EC N C
dET x EC dNT x N C
e dEC e dN C
ET N T
Mas os valores de EC , NC , ET e NT serão fixos, e os seus relacionamentos serão iguais à
escala da carta e ao número da escala respectivamente:
E ou N C E ou NT
E e N (número da escala)
E ou NT E ou N C
Assim, para a obtenção de coordenadas, basta multiplicar o valor de dE c ou dNc obtidos na carta,
pelo valor do número da escala do mapa em trabalho:
dET dEC x N e dN T dN C x N
7536
ET = 2 km
672 674
Essas observações podem ser efetuadas à régua milimetrada de precisão (1/2 mm), ou com o
escalímetro.
Sendo medida à régua, os resultados devem ser transformados para a escala. Aplicando-se a
formulação desenvolvida
154
Estes dados obtidos devem ser somados às coordenadas da quadrícula: 672.000 para E e
7.536.000 para N, dando as coordenadas do ponto considerado:
EP = 672.000 + 1.420 = 673.420 m
NP = 7.536.000 + 1.465 = 7.537.465 m
A medição com o escalímetro fornece diretamente a coordenada, uma vez que ele funciona como
se fosse uma escala gráfica
155
7745
P
29,1 mm
7744
15,4 mm
649 650
B
Considerando-se o norte magnético como direção base, o azimute será magnético. Com o norte
geográfico, o azimute pode ser o azimute geográfico ou geodésico ou verdadeiro. Considerando-
se o norte da carta, direção do eixo de coordenadas N, será definido o azimute da quadrícula da
156
carta. O norte da quadrícula é definido sempre pela direção das linha de coordenadas paralelas ao
meridiano central, ou seja, das linhas verticais que estabelecem as coordenadas N. O norte
geográfico ou verdadeiro é o ponto de convergência de todos os meridianos. O norte magnético é
a direção determinada pela agulha magnética, livre de influência de massas metálicas.
NV NV
NM NM
Ocidental Orienta l
157
As variações acidentais são divididas em climáticas (tempestades magnéticas) e espaciais
(presença de grandes massas magnéticas - jazidas de ferro, estruturas metálicas , etc)
O valor básico da declinação em um lugar e época, é extraído dos mapas isogônicos que contém:
- graticulado de meridianos e paralelos;
- linhas isogônicas (igual declinação);
- linhas isopóricas (igual variação anual);
- linhas referentes à perturbações magnéticas.
Figura
Para calcular a declinação magnética do lugar, loca-se o ponto no mapa isogônico, através de
suas coordenadas geográficas. O mapa fornece as linhas isogônicas (igual declinação) para o 10
de janeiro do ano, bem como as linhas isopóricas, linhas de igual variação anual.
Como normalmente a precisão da bússola é da ordem de 15' ou maior, basta proceder a
determinação por simples interpolação, obtendo-se:
- a declinação entre as isogônicas que enquadram o lugar;
- a variação anual entre as isopóricas correspondentes.
Exemplo: Obter a declinação magnética e a respectiva variação anual, para a cidade de Belo
Horizonte, através do Mapa Isogônico do Observatório Nacional.
Descrição da solução
Considera-se a diferença entre o ano atual para o ano indicado pela carta, por exemplo, se ano
atual for 1998 e o ano da declinação 1991, faz-se 1998 – 1991= 7 anos. Para se corrigir o numero
de meses para o ano em curso, conta-se até o mês considerado menos um, por exemplo, para o
mês de setembro, conta-se até agôsto, no caso 8. Entra-se com os valores na fórmula:
va
AT CARTA va x N o anos x N o meses
12
158
Exemplo: A folha Registro apresenta para o ano de 1993 a declinação de - 28 18, com uma
variação anual de –8,3, para o mês de julho. Calcular a declinação atualizada para 1998.
Número de anos para 1998 - 1998 – 1993 = 5 anos
Número de mêses – julho = 6
va
98 93 va x N o anos x N o meses
12
( 8,3' )
98 28o 18' (8,3' ) x 5 x6
12
98 = -29 03 39
159
A convergência também será ocidental ou negativa se o azimute plano for maior que o
verdadeiro, e oriental ou positiva, se o azimute planofor menor que o verdadeiro
(respectivamente se o norte geográfico estiver à direita e à esquerda do norte da quadrícula).
NV
NV NQ
NQ
Ocidental Oriental
IV I
III II
B (EB; NB)
Azq(AB)
N
A (EA; NA) E
160
A tabela abaixo mostra as formulações para o cálculo do azimute de quadrícula, com redução ao
primeiro quadrante. As diferenças de coordenadas devem ser consideradas como positivas, ou
seja, sem consideração de sinal.
7.4.3 - Rumos
Denomina-se rumo de um alinhamento o ângulo que ele forma com a ponta da agulha magnética
que lhe fique mais próxima.
Os rumos são contados para a direita ou para a esquerda, conforme se achem mais próximos de E
ou de W, variando sempre de 00 a 900.
N
R4 R1
D A
W E
B
R2
C R3
S
Figura 7.4.6 - Rumo
Ângulo NOA = 600 Rumo OA = 600 NE
Ângulo SOB = 700 Rumo OB = 700 SE
Ângulo SOC = 200 Rumo OC = 200 SW
Ângulo NOD = 680 Rumo OD = 68 NW
161
Para converter um rumo em azimute, são válidas as seguites relações:
- 10 Quadrante R = Az
- 20 Quadrante R = 1800 - Az
- 30 Quadrante R = Az - 1800
- 40 Quadrante R = 3600 - Az
162
A precisão é absolutamente necessária para a utilização da carta como um instrumento
científico de trabalho, onde se necessita de valores precisos e coerentes com a escala de
representação.
A visualização está de acordo com a precisão. A observação na carta tem que permitir
visualizar o que existe no terreno, com as limitações da carta.
Em conseqüência da representação seletiva, o problema cartográfico de representação do
relevo deve fornecer informações suficiente, sem interferir em outros elementos cartográficos.
O relevo compreende dois elementos principais:
- elevação
- declividade.
É difícil a representação de declividade sem a obtenção de informações de altitude, a não
ser de uma forma aproximada, por que a declividade é obtida pelo relacionamento da diferença
de altitude com a distância plana.
Enquanto a declividade só pode ser obtida a partir das elevações, o inverso não ocorre,
havendo então uma precedência na determinação das altitudes nas cartas topográficas.
As informações de algumas elevações podem ser representadas diretamente na carta, por
símbolos pontuais ou lineares. As feições de relevo devem ser interpretadas a partir das
informações de elevação ou representadas graficamente, sugerindo uma superfície contínua.
163
Sua representação era uma perspectiva simbólica, que mostrava algumas colinas em
plano. Não havia nenhuma precisão.
a) - Hachúrias ou hachuras
Foi o primeiro processo de representação da altimetria na Cartografia de base. Hoje em
dia é pouco usado devido a imprecisão do processo. Surgiu nas cartas da França em 1889, sendo
utilizada até meados da década de 50.
As hachúrias são pequenas linhas traçadas no sentido de maior declividade do terreno,
devendo obedecer as seguintes considerações:
- devem ser dispostas em filas e não serem desenhadas em toda a extensão das encostas;
- O comprimento e o intervalo entre elas é tanto menor quanto maior for a declividade.
164
Figura 7.5.3 - Apreciação do espaçamento, intervalo e comprimento das hachuras
b) - Representação Sombreada
Dentro do mesmo tipo de representação qualitativa é definida a representação sombreada
do relevo.
Em princípio o sombreado não tem nenhum valor científico. Possui apenas um valor
estético e sua principal vantagem sobre as hachúrias é não sobrecarregar a carta, fornecendo um
melhor efeito plástico.
Existem dois processos:
- manual;
- automático.
165
O manual considera apenas a sombra do relevo e é artisticamente desenhado a aerógrafo.
É dependente do desenhista.
c) - Cores Hipsométricas
As cores hipsométricas são usadas para a representação do relevo por classes de altitudes.
Em se tratando de relevo submarino, passam a chamar-se cores batimétricas.
O problema da representação do relevo através de cores é basicamente a definição
número de intervalos de altitude (intervalos de classe) entre as altitudes extremas, que serão
representadas pelas cores e a escolha das próprias cores que representarão cada intervalo de
classe.
A representação hipsométrica por cores, é uma das possibilidades de representação de
uma distribuição contínua de um fenômeno sobre a superfície terrestre. Pode-se de uma maneira
geral representar qualquer ocorrência de distribuição contínua por este processo.
166
3 7 .5 0
3 7 .4 5
3 7 .4 0 3800
3600
3 7 .3 5
3400
3 7 .3 0 3200
3000
3 7 .2 5 2800
2600
3 7 .2 0
2400
3 7 .1 5 2200
2000
3 7 .1 0
1800
3 7 .0 5
3 7 .0 0
-1 0 7 .5 0 -1 0 7 .4 0 - 1 0 7 .3 0 - 1 0 7 .2 0 -1 0 7 .1 0 -1 0 7 .0 0
167
A cor azul, e os seus matizes, será sempre reservada para a representação batimétrica,
podendo-se chegar até violeta.
Para representação altimétrica ou hipsométrica, a evolução da representação, desde o
século XIX, estabeleceu que as cores seriam escolhidas do intervalo mais baixo para o mais alto,
seguindo o espectro eletromagnético, a partir do verde até o vermelho e em seus diversos
matizes, conforme o universo de classes a representar.
Em geral o vermelho puro não é atingido, pois possui outra representação genérica,
substituído por matizes de marrom.
Para a representação de geleiras, foi decidido a utilização do branco.
As cores são o azul para a batimetria e o verde, amarelo e vermelho para a hipsometria.
Os processos de escolha de intervalos são basicamente 3:
- progressão aritmética
Em geral não é uma boa escolha pois não traduz o agrupamento ou e espaçamento desejado.
- progressão geométrica
define-se os limites inferior e superior e o número de intervalos. Por exemplo:
(10 intervalos)
0.50 5.000
5.000
Calcula-se a razão geométrica: r= 9 = 1,668
50
Calcula-se os seguintes intervalos:
168
0 - 50 387,13 - 645,77
2) - Processo Quantitativo
O processo quantitativo dee representação da altimetria é uma forma moderna e científica
de representação da altimetria.
Existem três formas básicas de representação, podendo uma ser decorrente da outra:
- curvas de nível, curvas hipsométricas ou isohipsas (curvas batimétricas);
- representação por perfis;
- representação por traçado perspectivo.
169
Figura 7.5.7 - Curvas de nível
As curvas de nível correspondem as linhas de interseção do relevo com os planos
horizontais, projetados ortogonalmente no plano da carta topográfica.
Este é o sistema que permite a melhor tomada de medidas até hoje desenvolvido. Os
contornos são as isarítmas, ou linhas que são obtidas pela intercessão dos planos paralelos
cortando a superfície tridimensional da forma terrestre, projetadas ortogonalmente na carta.
Uma linha de contorno é portanto uma linha de igual altitude a partir de uma superfície
de referência, denominada “datum vertical”, que indica a cota origem das altitudes, na superfície
do geóide.
As observações não são efetuadas no elipsóide, são determinadas no geóide e podem ser
reduzidas ao elipsóide, desde que se conheça a diferença de nível entre o geóide e o elipsóide, o
desnível geoidal.
O problema está em estebelecer a posição horizontal sobre a superfície e a elevação
vertical acima da superfície, de um grande número de pontos na superfície física.
Quando dispõe-se de posições suficientes e a superfície curva do plano origem foi
transformado em uma superfície plana por meio de um sistema de projeção, o mapa pode ser
traçado. Em conseqüência o leitor vê a superfície da Terra ortogonalmente.
Visão do
Usuário
Mapa
Sistema de
Projeção
Superfície
terrestre
Geóide
170
As curvas de nível são os símbolos mais notáveis em uma carta topográfica, se eles forem
corretamente locados e o intervalo entre eles for constante e relativamente pequeno.
As curvas de nível são numeradas a intervalos regulares, para não prejudicar a clareza das
cartas. Por convenção, a cada 5 curvas será traçada mais grossa e numerada.
171
Figura 7.5.10 - Curvas mestres e espaçamento entre as curvas
Assim, as curvas numeradas sempre serão:
1:25.000 ----- múltiplo de 50 m
1:50.000 ----- múltiplo de 100 m
1:100.000 ----- múltiplo de 250 m
1:250.000 ----- múltiplo de 500 m.
Deve-se verificar sempre a eqüdistância definida nas cartas, pois existem cartas antigas
com eqüidistâncias de 40 m para a escala de 1/100.000.
O relevo acidentado apresenta intervalo entre as curvas de nível menor, indicando a
existência de uma maior declividade. Exige um maior número
de curvas que o relevo plano, para que se possa ter uma melhor
visualização da topografia.
1X
2,67X
PERFIL 5,33X
LINHA DO
PERFIL
PLANO
6 km
173
Traçam-se paralelos segundo a cota das curvas e transfere-se para essas linhas os
pontos de intercessão da reta do perfil com as curvas de nível.
Une-se os pontos, fazendo-se uma suavização.
174
O traçado automático permite normalmente a possibilidade de se alterar os seguintes
elementos:
Linha de Crista
Vertente
Contra-encosta Encosta
Contra-vertente
Ruptura de Declive
Talvegue
Interflúvio
175
Figura 7.5.17 - Nomenclatura do Terreno
Inicialmente são necessárias algumas definições sobre a configuração do relevo.
Considere-se a figura 7.5.14
- Linha de Crista: linha formada pela interseção de 2 planos das vertentes (vertente e
contravertente). É um divisor de águas natural.
- Vertentes ou Encostas: plano de declividade; são as superfícies com aclives, as
contraencostas ou contravertentes são as superfícies com declive em relação às encostas.
- Interflúvio: é um divisor de águas sem a forma de crista.
- Talvegue: é a linha de interseção de uma encosta e uma contraencosta no plano inferior.
Corresponde ao leito dos rios.
- Ruptura de declive: mudança brusca da direção de uma vertente.
Regra geral de representação das curvas de nível: Para uma eqüidistância constante, em
qualquer caso, vertente ou talvegue, o intervalo entre as curvas de nível é tanto maior quanto o
declive for menor e vice-versa. Para um declive constante, o intervalo é constante.
Perfil
Perfil
176
Figura 7.5.20 - Curvas em um talvegue em desequi-
líbrio
Se o rio tiver um traçado reto, as curvas que o acompanham serão também retas. Se o rio
for sinuoso, as curvas também o serão.
b) - Representação de Vertentes
A vertente é o plano da superfície que liga a linha de crista ao talvegue, assim o talvegue
influencia o traçado no sopé da vertente e a linha de crista no topo. Haverá sempre uma
reentrância da curva de nível, indicando a existência de um talvegue.
Convexas Côncavas
178
Figura 7.5.27 - Vale simétrico
- Vale Assimétrico
Caso o terreno não seja homogêneo.
- Vale transverso
179
Figura 7.5.33 - Vale meandrítico
A linha poderá ser deslocada se existir um rio com uma declividade maior que outro, para
o de maior declividade.
180
Figura 7.6.1 - Medição de distância em linha reta
A medição por coordenadas consiste em se aplicar a formulação de Pitágoras ao triângulo
formado pelas coordenadas dos dois pontos a considerar. Em termos de coordenadas UTM, tem-
se as coordenadas E e N, ficando genericamente, entre dois pontos 1 e 2, a distância determinada
por:
D ( E2 E1 ) 2 ( N 2 N 1 ) 2
1 (E 1, N 1)
b) - Distâncias em curvas
Existem dois processos que se eqüivalem quanto à precisão:
- Uso de curvímetro - É obtida a distância percorrendo o papel com a roda do curvímetro.
A medida pode estar em metros ou quilômetros, definida pela escala específica da carta.
181
Figura 7.6.4 - Processo da tira de papel
INTERPOLAÇÃO EXTRAPOLAÇÃO
540 m
500 m
520 m
B
A
A B
560 m
cia
tân
Dis erfície 540 m
Su p
520 m
520 m
Mapa
Equidistância
500 m
Mapa
Onde Compmapa = comprimento entre as duas curvas de nível consideradas (unidades do mapa)
182
Comp det = comprimento da curva de cota mais baixa até o ponto a determinar (unidades
do mapa)
Equid = equidistância entre as curvas de nível (unidades do terreno)
Hdet = Altitude a determinar (unidades do terreno)
Esta formulação é válida tanto para interpolação como para extrapolação. O resultado já é
apresentado em unidades do tereno.
Exemplos:
a) Interpolação
Equidistância = 20 m Cota de A = 500 m Cota de B = 520 m
Comprimento no mapa entre A e B = 18,5 mm
Comprimento no mapa ao ponto a determinar ( a partir da curva mais baixa ) = 3,7 mm
Aplicando a formulação
Compdet Equid 3,7 20
Hdet Hdet 4m
Compmapa 18,5
Considerando-se agora uma carta de escala conhecida, a distância vertical pode ser
definada pela relação:
h 1
x = tg N , onde N é o número da escala conhecida.
184
Ponto de Chegada
7.6.4 - Perfis
Define-se perfil como o traço de um plano vertical na superfície topográfica terrestre.
185
Como já foi visto, é uma forma de se representar o terreno, por que é obtida a sua
configuração, porém restrita apenas a uma direção determinada.
O emprego de perfis do terreno se dá particularmente nas áreas de engenharia (vias de
transporte), telecomunicações, geografia, urbanismo etc.
A construção de um perfil permite apreciar com clareza a possibilidade de progressão no
terreno, montagem de postos de observação, determinação de áreas de visibilidade.
400 m
350 m
300 m
250 m
200 m
150 m
100 m
500m 1000m 1500m 2000m 2500m 3000m 3500m 4000m 4500m 5000m 5500m
BR 364
Represa Timbau
Rio Carero
Torres
Rio Açu
186
Inicialmente os seguintes elementos devem ser verificados:
- Utilizar para facilidade papel milimetrado;
- Marcar na carta o ponto inicial e final do perfil;
- Verificar a escala horizontal da carta
- Determinar o desnível existente no perfil, entre a maior e a menor cota
h = maior cota - menor cota
- Estabelecer a escala vertical a ser utilizada.
Se a escala vertical for igual a escala horizontal o perfil é dito normal. Se a escala vertical
for menor que a escala horizontal, o perfil é denominado rebaixado e se for maior, é dito
elevado. O que determina um perfil ser normal, rebaixado ou elevado é a visualização dos
desníveis na escala considerada.
Para escalas menores, deve-se adotar perfis elevados, em torno de 2 até no máximo 6x de
ampliação, dependendo do tipo de terreno:
- terreno plano ou para melhor observar e apreciar o terreno - elevado;
- terreno montanhoso - perfil rebaixado.
187
Título, escala vertical e horizontal, região, orientação do perfil. Colocar todas as
informações úteis.
b) - Perfil Contínuo
Este tipo de perfil é utilizado em levantamentos de estradas, linhas telegráficas,
microondas, levantamento de perfis de rios etc.
A diferença para o perfil anterior é o seu desenvolvimento ao longo de uma linha
contínua ou poligonal.
A construção é idêntica a um perfil individual devendo ser construído em trechos,
sendo que sempre que houver uma mudança de direção brusca, deve ser indicado no perfil.
Perfil Topográfico do Rio Curimataú
Escala Horizontal 1:50 000
Escala Vertical 1:10 000
450 m
350 m
300 m
250 m
200 m
150 m
100 m
50 m
1 km 2 km 3 km 4 km 5 km
Foz Rio
Ponte sobre
Represa Botelho
Itararé
Rv BR 364
188
Observando o perfil acima, tira-se tangentes a todos os pontos elevados B, C e D, cujo
prolongamento determina os pontos de intercessão com o perfil b, c e d. Conclui-se facilmente
que do ponto de observação A, são invisíveis, as partes da superfície do terreno compreendida
entre a tangente e a intercessão.
Essas regiões definem as regiões não vistas ou escondidas. As demais áreas são as zonas
vistas ou visíveis.
Através da elaboração de vários perfis, pode ser elaborada a carta de visibilidade. Os
perfis não devem ser em número regular, nem devem ser tanto mais quanto mais difícil for a
dedução da zona de visibilidade. Devem também passar pelo maior número de acidentes
importantes no terreno(colos, vales etc).
Área real
Área distorcida
189
Utilizado no caso de pequenas áreas. Dispondo-se de um papel milimetrado vegetal,
ajusta-se da melhor maneira possível à área a medir. A área é calculada pela fórmula:
138
S = 235 + = 304 quadrados de 1 mm
2
Smm = 304 mm2 na carta
S = 304 x 25.0002 = 190.000..000.000 mm2 = 190.000 m2
b) - Processo de Decomposição
Este processo é utilizado no caso de áreas maiores, procurando-se dividir a região em
figuras geometricamente conhecidas, normalmente triângulos e retângulos.
A área residual pode ser calculada pelo processo anterior.
A área total será o somatório das áreas das figuras geométricas e das áreas residuais.
190
Se a área for calculada em termos de unidades reais (unidades da carta), a área deve ser
transformada para unidades do terreno pela utilização da relação de escala.
3 4 6
2 (E 2, N 2)
3 (E3, N 3 )
1 (E 1, N 1)
n (E n, N n) 4 (E 4, N 4)
7 (E 7, N 7)
5 (E 5, N5)
6 (E6, N 6)
2A = Xi * (Yi-1 - Yi + 1) ou
191
2A = Ni * (Ei - 1 - Ni + 1)
Quando i = n, entenda-se que o vértice é o primeiro e quando i = 1, o vértice 0 é o último.
S1
S2
S3
S4
8 - TOPONÍMIA - REAMBULAÇÃO
8.1 - Introdução
Pode-se definir a toponímia como o estudo lingüístico ou histórico dos topônimos, ou a relação
dos nomes de um lugar ou região. Portanto, a toponímia de uma carta corresponde aos nomes
que caracterizam os acidentes naturais ou não correspondentes de uma carta topográfica.
Uma carta sem nomes ou sem toponímia não é uma carta completa, por menos que se necessite
identificá-la. Existem cartas mudas, porém para fins bastante específicos ou didáticos.
192
A toponímia é portanto um elemento essencial para as cartas ou mapas, pois permitem fazer a
associação entre nomes e posição geográfica, ou seja, a identificação da área de ocorrência do
acidente e dele próprio pelo seu nome associado ao mapa.
Por essas razões, a toponímia correta apresentada em um mapa é de extrema importância, pois
ajuda não só na orientação, mediante referência aos elementos representados, como também
fornece informações essenciais que não podem ser representadas de forma adequada unicamente
por símbolos.
193
Deve-se ver na letra também uma parte estética da carta. O conjunto desenho e letras devem ser
esteticamente harmônicos e balanceados. Letras deslocadas, mal escolhidas ou projetadas, seja
por tamanho desproporcional ou forma, influem bastante no aspecto visual da carta.
Para os nomes que ocupam grandes áreas, linhas ou regiões, que tem de ser bem espaçados, usa-
se sempre letras maiúsculas, qualquer que seja o acidente ou fenômeno.
A prática mostra que as letras minúsculas são mais perceptíveis que as maiúsculas, por se
aproximarem da escrita manuscrita. Tem uma melhor união e fornece um conjunto visual
agradável à vista.
Conforme o tipo, as letras podem ser classificadas em:
- Bloco
- Romano
A d
Em relação a espessura podem ser classificados em:
-finas
194
-normais
-grossas
As simples são finas, enquanto as cheias, do mesmo tipo são dupla ou triplamente encorpadas
G G
Quanto a orientação, as letras podem ser:
-verticais B
-oblíquas (itálicas ou cursiva) B
As verticais são usadas para qualquer fenômeno que não seja hidrográfico. As itálicas só são
empregadas em acidentes e fenômenos ligados à hidrografia.
Em relação às dimensões, deve-se observar a largura e altura. Em termos de largura as letras são
classificadas em 4 grupos:
- M e W - Largas
- C O S D G Q - Meio Largas
- A B E F H K L N P R T U V X Y Z - Meio Estreitas
- I J - Estreitas
Em relação a altura, não existe variação para as letras maiúsculas. Quanto às minúsculas, existe
um problema, pois apesar da mesma linha de base, algumas vão para cima e outras para baixo.
Consideram-se os seguintes grupos:
- curtas - a e o i m n r s c u v x
- com perna - g p q y z
- com braço - b d h f l
-intermediária - t
Tipograficamente as letras são classificadas pelo número de pontos de sua caixa, eqüivalente a
1/72 da polegada:
1 ponto = 0,353 mm US
= 0,351 mm GB
195
O problema desta classificação está no fato do ponto se referir não ao tamanho da letra, mas ao
tamanho da base tipográfica da letra. Sempre haverá portanto uma diferença para o tamanho real
da letra.
Quanto a largura, não existe uma unidade, porém existem três tipos que variam bastante devido a
não padronização:
- Condensada
Desenho
- Normal
Desenho
- Largas
Desenho
Quanto a definição de cores para as letras, este é um problema por não se ter muito o que
escolher. A cor deve ser escolhida de modo a provocar um contraste entre o fundo e a
nomenclatura. Como o fundo muitas vezes não é branco, não pode-se usar qualquer cor.
Exemplos:
- vermelho sobre a curva de nível
- o azul é reservado para a hidrografia.
- usa-se o preto para todo o resto, exceto curvas de nível (mesma cor da curva - sépia).
1 1 1
A disposição da toponímia obedece regras que se diferenciam uma vez que estejam
representando um fenômeno pontual, linear ou zonal.
196
a) - Nomes de posição (Elementos pontuais)
A noção de pontualidade está ligada diretamente a escala da carta. Em uma escala grande, pode-
se representar uma cidade por seu contorno; em uma escala pequena, poderá ser através de um
símbolo pontual. Evidentemente as regras de um não será aplicada ao outro, pois haverá
inclusive alteração da representação geométrica dos fenômenos (zonal para pontual).
normal.
Figura 8.1 - Colocação dos nomes paralelamente à base do mapa
- Deve estar o mais próximo possível do local de ocorrência do fenômeno. Se existirem
limites com duas cores contrastantes, o nome não deve atravessar o limite.
4 1
3 2
A prioridade à direita deve-se ao fato deste ser o sentido geral de leitura nomes. Os nomes
situados acima são melhores do que os embaixo, por existir um menor número de letras com
braços que com pernas.
- Existindo vários pontos próximos, pode haver necessidade e é permitido, colocar-se o
nome em curva, que é melhor que se houver uma troca de lugar.
A mudança para a esquerda não é uma boa opção e deve ser evitada.
- Nomes compostos, que não puderem ser escritos em uma só linha, podem ser escritos
em duas. Havendo preposição, colocar a preposição na segunda linha.
Rio Serra
de Janeiro do Mar
- Localizações próximas a margem de rios, o nome deve ficar todo na margem que situa o
fenômeno. Não se pode cortar o rio.
Se o rio for representado por uma linha simples, pode ser colocado na margem oposta, mas
também não pode cortá-lo.
Mina s
do Sul
Mina s
198
b) - Nome de feições lineares
Estão representando feições lineares, tais como rios, linhas notáveis, canais etc.
- O nome deve acompanhar a direção da linha(do eixo da linha) e não deve ser separado
do fenômeno que ele representa, por outro tipo de linha
o
ra d in h
S ob
R io
199
Um nome deve ser repetido, principalmente se for cortado por outro elemento linear.
a s tra
Ca n
da
S e rra
9 - GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA
9.1 - Introdução
Um mapa sempre representará uma área em uma escala menor que a sua correspondente
sobre a superfície terrestre. A informação contida nele é restrita ao que pode ser representada na
escala considerada.
200
A tranformação que a informação geográfica sofre, através de processos de seleção,
classificação, esquematização e harmonização, para reconstituir em um mapa o mundo
real, seja em relação à superfície do terreno ou da distribuição espacial que se deseja
representar, por seus traços essenciais, denomina-se generalização cartográfica.
201
Figura 9.1 - Redução fotográfica versus generalização cartográ-
fica
202
Figura 9.2 - Generalização de pontos e áreas
A finalidade diz respeito ao emprego do mapa, ou seja, para o que ele vai servir, ou a que
usuários deverá servir. Assim são definidas quais informações são importantes para estarem
contidas no mapa, em função do seu emprego e dos usuários que o utilizarão.
Por exemplo, uma mesma área geográfica representada em um atlas de referência e em
um atlas escolar, não conterão a mesma quantidade de informações. O mapa de referência terá
sempre muito mais informações, enquanto que no escolar são simplificadas para não prejudicar a
clareza.
O tema conduz a uma simplificação dos detalhes que não interessam exibir ou são
irrelevantes, como por exemplo, o relevo em uma carta básica é essencial, enquanto que em uma
carta náutica é apenas esquematizado.
203
A escala é o fator mais importante, por que independente de todos os demais, o mapa será
sempre generalizado. Quanto menor a escala, ocorrerá uma maior generalização das
informações, sendo portanto inversamente proporcional à escala.
As características regionais vão estabelecer o que é importante ser representado no mapa.
Depende da importância relativa do fenômeno para a região considerada. Por exemplo, a
localização de um poço artesiano no Rio de Janeiro e um poço artesiano em uma região desértica
ou semi-árida. O poço da região desértica tem uma importância relativa muito maior, sendo
relevante a sua representação em qualquer escala.
Em relação as informações disponíveis, deve-se documentar a região, de forma a se
conhece-la, para se definir o que será possível generalizar. Por outro lado, é necessário conhecer
as características de referenciamento de uma feição. Devido ao fato da informação primária ser
de posição, é a forma linear ou de área que o mapa mostra efetivamente dentro de seus limites.
Por exemplo, estradas de rodagem podem ter retas e curvas acentuadas, enquanto as
estradas de ferro terão sempre curvas suaves e de raios longos. As linhas de costa e contornos
serão suaves ou irregulares dependendo também da região. Alguns limites de cidades são
completamente irregulares em termos de construção e layout, outros porém são de aparência
bastante simétricos. Algumas formas de terreno são caracterizadas pela freqüência de outras
formas menores, dispersas ou nucleadas, caracterizando um padrão de ocorrência.
9.2.1 - Seleção
Também chamada de omissão seletiva ou eliminação, é um processo que estabelece o
número total de feições de uma classe que serão ou não representadas no mapa.
A seleção pode ser qualitativa ou quantitativa, porém deve ser estabelecida para ambas as
formas, a priorização da omissão.
Uma seleção qualitativa pode ser exemplificada pela decisão de supressão das cidades
com menos de 10.000 habitantes, ou todas as feições com menos de 5m de largura.
204
No aspecto quantitativo, por exemplo, a supressão de riachos com menos de 1cm de
comprimento na carta, ou matas com menos de 16mm2.
Desenho
A figura 1 mostra um processo de generalização por seleção de áreas de povoamento em
pequenas escalas.
A omissão seletiva deve ser regida por algumas normas, para se escapar de ser um
processo estritamente subjetivo. Existe uma subjetividade, porém deve ser conjugada com regras
objetivas, para evitar de ser dependente de um elemento ou pessoa. Em termos computacionais,
procura-se chegar a um consenso, porém a interferência humana é ainda necessária.
O seguinte processo é estabelecido como um bom critério de seleção:
Ni = número de objetos no mapa inicial
Nr = número de objetos no mapa final
1
= escala do mapa inicial
Ei
1
= escala no mapa final
Ef
Relacionando estes valores, obtem-se os modos de seleção.
- Nr = Ni ; para manutenção dos números de elementos iguais
- Nr = Ni Ei / Er ; para seleção de 70% dos elementos (2 em 3)
- Nr = Ni x Ei/Er ; para seleção de 50% dos elementos (1 em 2)
- Nr = Ni x ; para a seleção de 35% (1 em 3)
Ei 2
- Nr = Ni ( ) ; para a seleção de 25% (1 em 4)
Er
Este processo é válido para a cartografia temática, se aplicado a pontos, mas não é válido
para a cartografia de base. A figura 2.1 é um bom exemplo do emprego deste processo.
Em relação a símbolos lineares, a forma mais indicada é o estabelecimento de um critério
pelo comprimento ou largura.
Para a seleção zonal, praticamente não existe. Não há necessidade de ser selecionado, por
que enquanto for necessário deve-se manter o limite representado.
A seleção é característica de fenômenos pontuais, não se aplicando muito aos lineares e
planares.
205
Uma linha reta reduzida em escala, será ainda uma linha reta, embora mais curta. Por sua
vez uma linha altamente irregular sofrerá além da redução em escala, uma redução em tamanho,
a medida que as sinuosidades são removidas.
206
Durante o processo de redução, é muito importante que as características do objeto sejam
mantidas. Deve ser evitada a substituição das linhas irregulares por linhas suavizadas, bem como
evitar que este exagero seja introduzido em alguns casos.
A esquematização pode ser definida como estrutural, que é a simplificação voluntária dos
ângulos, curvas das linhas e limites de área.
Afeta todas as escalas, uma vez que em qualquer uma delas, as linhas tem espessura
e ocupa uma largura maior que o terreno.
Figura 9. -
207
9.2.3 - Classificação
A classificação é um processo de aglutinação da informação, podendo ser aplicada a
quaisquer tipos de informações, pontuais, lineares ou planares. A aglutinação por sua vez
determina a definição de intervalos de classe que irão delimitar os subconjuntos de informação
aglomerados em um grupo agora único. Existirá sempre um problema de perda de informação,
pois a divisão de um fenômeno contínuo em intervalos de representação junta elementos
distintos em um grupo de mesmas características.
Exemplos pontual, linear e de área
9.2.4 - Harmonização
Define o princípio de equilíbrio entre os detalhes: a visibilidade do mapa, a percepção dos
detalhes, o equilíbrio de cores etc. É a harmonia do conjunto, definida pela estética, dada pelo
planejamento da visualização.
Toda generalização a ser efetuada deve seguir princípios bem definidos, para que não se
perca qualidade, clareza e precisão do documento a representar.
Os seguintes princípios devem ser seguidos sempre que possível:
- Juntar o máximo de informações possíveis sobre a área a generalizar
- Não se ater ao princípio de supressão do pequeno e manutenção do grande. Em
determinados locais, o pequeno pode ter prioridade sobre o grande. Por exemplo em dois trechos
208
de um mapa, a área A é mais seca que a área B. Suprimindo-se os pequenos lagos em B, haverá
uma idéia errada do terreno.
Desenho
- Princípio de classificação
A alteração da classificação dos objetos e feições, por exemplo, passando-se de área à
ponto, a generalização tem que atingir todos os elementos envolvidos.
A supressão de classe, por outro lado, leva a um outro conceito de generalização. Existe a
possibilidade inclusive de perda do equilíbrio.
- Visualização
Por este princípio, sé se pode agrupar elementos que sejam vizinhos.
Desenho
Se existir uma separação por meio de outros objetos, não podem ser grupados.
Desenho
- Semelhança
Se possível, deve-se sempre seguir o princípio de preservação das formas. Existirá uma
degradação das formas, porém deve ser próxima à forma original.
- Equilíbrio
O equilíbrio em um mapa é caracterizado por estabelecer prioridades sobre os elementos
a representar. Se todos tiverem o mesmo peso, não poderá haver uma prioridade visual sobre
nenhum dos elementos.
Em cartas temáticas porém, o equilíbrio será dado pela priorização da visualização sobre
o tema a representar.
209
10 - SÍMBOLOS E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
10.1 - Introdução
210
A simbolização ou a definição dos símbolos e convenções cartográficas que representarão as
informações geográficas em um mapa ou carta, é a última das transformações cognitivas que
serão submetidas a informação geográfica.
Por outro lado, o mapa fornece uma visão global de uma região, facilitando a sua memorização,
uma vez que é, com as limitações inerentes, uma imagem generalizada do terreno.
Caracteriza-se portanto um mapa, como uma linguagem peculiar de comunicação, que permite a
comunicação de informações por este meio. Como qualquer linguagem, (e especificamente é
uma linguagem gráfica), utiliza símbolos para poder traduzir uma idéia ou um determinado
fenômeno. Assim, pela associação de símbolos, chega-se perfeitamente a uma analogia e mesmo
a comparação de fenômenos.
Desta forma o mapa registra o fenômeno e em conseqüência a informação que o traduz, logo
pode ser considerado um inventário dos fenômenos representados. Por ser um documento
informativo tem que ser completo, ou seja, tem que ser fiel àquilo que se deseja representar. Isto
pode, de uma certa forma, prejudicar a legibilidade, o que deve ser o mais possível evitado, ou
seja, tem-se ao mesmo tempo registrar a informação e o menos possível prejudicar a legibilidade.
Logo, a informação deve ser tratada para poder representar o fenômeno de acordo com essas
características. Não deve apenas registrá-lo, sob pena de não representar o fenômeno de forma
coerente, criando-se uma simbolização ou convenções, que traduzam com fidelidade a
informação cartográfica representada no mapa.
Ao nível do tratamento da informação, pode-se dar um tratamento qualitativo ou quantitativo à
informação, o que permitirá a sua sintetização, visando facilitar a comunicação.
A comunicação com o usuário deve ser clara, legível e nítida. Uma boa carta pode até ser lida
sem legendas, porém necessita da legenda para uma interpretação mais aprofundada.
211
Existem diversas formas de simbolizar ou codificar dados geográficos, seus conceitos e
relacionamentos, porém atribuir um significado específico aos vários tipos de símbolos, suas
variações e suas combinações, é apenas o primeiro dos dois passos de um projeto gráfico. O
segundo passo é dispor os símbolos e códigos de forma que o usuário os veja de forma que o
cartógrafo quer que sejam vistos, ou seja, pela atribuição de um significado próprio e pela
disposição e apresentação da simbologia adotada.
Pode-se então estabelecer, que símbolos e conveções cartográficas são os elementos que se
dispõe para representar cartograficamente a informação geográfica, dentro de uma linguagem
gráfica pré-estabelecida.
O objetivo de um mapa geral é exibir uma variedade de informações geográficas e pelo menos
em teoria, nenhuma classe deve ser mais importante que outra. Um mapa temático por sua vez,
tem interesse principal em apresentar a forma geral ou a estrutura de uma dada distribuição
espacial ou combinação delas. O relacionamento estrutural de dada parte com o todo é que tem
importância. É uma espécie de ensaio gráfico relacionado com as variações espaciais e
relacionamentos com algumas distribuição espacial. Os objetivos e problemas de mapas gerais e
temáticos são portanto bastante diferentes.
Por informação qualitativa deve ser entendida como a informação que tem caráter tipicamente de
apresentar a tipificação da informação, ou seja, a sua qualificação. Por exemplo, uma igreja, uma
estrada, um rio, uma área de vegetação, uma ocorrência de determinado tipo de solo, um tipo
específico de cobertura vegetal. A simbologia adotada irá apenas qualificar o tipo de ocorrência,
juntamente com o seu posicionamento geográfico, sendo estes os seus princiapis atributos. Não
existe associação com nenhum tipo de hierarquização ou quantificação de valores.
212
federal, estadual, pista simples, pista dupla, etc), dando uma idéia de hierarquia, ordenação ou
prioridade. A associação às estradas de dados de fluxo de veículos, capacidade de escoamento de
carga, capacidade de suporte de veículos, são típicas de quantificação por valores mensuráveis
sobre o fenômeno.
De forma a considerar as maneiras pelas quais os sinais convencionais (ou convenções) podem
ser empregadas, é útil classificá-las, através de sua geometria. Define-se 3 tipos de classes de
símbolos, quanto às sua características gráficas: pontos, linhas e áreas.
Pode -se ainda estabelecer uma outra classe, definida por uma característica volumétrica.
a) - Símbolos Pontuais
São convenções individuais, tais como pontos, triângulos etc, usados para representar um lugar
ou dados de posição, tais como uma cidade, uma cota, o centróide de uma distribuição, ou um
volume conceitual, como a população de uma cidade.
213
Mesmo que a convenção possa cobrir uma pequena área do mapa, pode ser considerada um
símbolo pontual quando conceitualmente refere-se a uma posição geográfica de ocorrência.
b) - Símbolos Lineares
São convenções lineares, para representar elementos que têm características de linhas, tais como
cursos d’água, rodovias, fluxos, limites etc.
Não significa que representem porém só elementos lineares, por exemplo, a representação de
curvas de nível permite que se extraiam informações de volume.
Estrada
ina
Áridas
Igreja Gratícula Floresta
m
No
Maior Menor
Grande Auto-estrada
al
Federal
Médio
in
Estadual
Ord
Pequeno Vicinal
Fonte poluidora
Repetição Coropletas
Cada ponto vale Isaritmas
-
75 pessoas
a lo
Ra Interv
Valorados Valorados
Unidimensional Hachuras
zão
Bidimensional
Fluxos
Círculos, quadrados
triângulos etc
Isopletas
214
10.5 - Elementos Gráficos Primários
Para a representação da informação cartográfica, dispõe-se dos símbolos, que são traduzidos pela
visualização e diferenciados portanto, por serem variáveis visuais.
Assim define-se como elementos gráficos primários, as variáveis visuais de diferenciação dos
símbolos:
- cor;
- valor;
- forma;
- tamanho;
- orientação;
- espaçamento;
- posicionamento.
Variáveis Gráficas
Cor
Valor
Tamanho
Forma
Espaçamento
Orientação
Posição
a) - Cor e Valor
215
São duas variáveis interligadas. Para uma escala monocromática o valor varia do branco ao
preto. Só é visível em símbolos robustos. Para símbolos pequenos, a variação de valor
(saturação) não é distinta.
Também é valido para as cores. Não deve-se escolher muitas cores para não confundir e
desequilibrae uma representação. Devem ser poucas e contrastantes.
A cor traduz fenômenos quantitativos quando é usada apenas uma cor em seus vários matizes.
Cores diferentes vão expressar fenômenos qualitativos.
A variável possue características controvertidas e complexas. Existem fatores para o estudo da
cor, que muitas vezes são divergentes entre si, fazendo com que tenham que ser considerados
inicialmente isolados, para depois serem observados em conjunto. São os seguintes fatores ou
aspectos a considerar:
- físico;
- fisiológico;
- subjetivo;
- simbólico;
- estético.
A cor contribui para a estética e para a qualidade do documento, mas deve ser lembrado que uma
má escolha de cores gerará um documento com características invertidas.
216
Estas são as cores que pode combinar. Em termos de sistemas de cores, os mais utilizados são o
RGB (red, green e blue) para computação, e o CMY (cian, magenta e yellow), aditivo e
subtrativo respectivamente.
O RGB tem um emprego maior junto com o HIV (hue, intensity, value) para emprego
computacional, enquanto que o CMY para emprego topográfico.
Deve ser levado em conta o efeito da luz branca (ou outra) sobre o documento que será gerado.
R C
G 0 M
B Y
Hierarquia Cromática
É a ordem de percepção das cores. Por exemplo, o preto é logo notado, enquanto que o amarelo é
das últimas cores a serem percebidas. Reserva-se ao preto detalhes importantes, enquanto ao
amarelo os de pouca importância. Nota-se melhor:
- preto no branco;
- preto no amarelo;
- vermelho no branco;
- verde ou azul no branco;
- branco no vermelho;
- amarelo no preto;
- branco no azul ou verde.
217
Aspecto Fisiológico da Cor
Em relação ao aspecto fisiológico da cor deve-se considerar três fatores:
- tom;
- valor;
- saturação.
Tom ou cor são sinônimos, caracteriza as diferentes cores dentro de cada sistema. É estritamente
qualitativa em termos de representação de fenômenos. Pode no entanto representar
quantificações desde que não dêm margem a dúvidas sobre que tipo de representação está sendo
apresentada.
Por saturação entenda-se a relação entre a cor pura e a mesma cor diluída no branco. A cor pura
será 100% saturada.
A escala monocromática de cinza também pode ser utilizada em percentuais de diluição que
permitam uma boa definição da sua variação:
preto - 100%; 23% branco; 48%; 78%.
Pode-se também definir uma representação quantitativa utilizando-se de uma ou outra banda do
espectro, incluindo-se o amarelo em cada uma delas. Não é aconselhável misturar as duas bandas
ara uma representação única quantitativa.
218
Para esta consideração, deve-se levar em conta a intensidade da fonte luminosa: sob luz normal a
maior sensibilidade do olho humano é ao amarelo. Se a luz for fraca é deslocada para o verde,
resulta que a cor azul é vista mais clara que o vermelho, apesar de terem valores iguais. Quando
se quiser um bom contraste, deve-se usar uma próxima à escala da direita do espectro
eletromagnético.
Em relação às cores acopladas, o olho humano é mais apto a reconhecer 2 saturações próximas
que estejam vizinhas, do que quando estiverem em duas regiões afastadas. Todavia todas as
cores são notadas com maior ênfase se limitada por preto ou visualizadas sobre um fundo claro.
As cores de maior valor avivam as de menor valor.
Ex.: vermelho junto do verde, este é avivado;
azul laranja
Aspecto Estético
É uma preocupação secundária, mas também deve ser considerada. O usuário é sensível ao
aspecto estético e de beleza. O documento deve ter uma estética no mínimo funcional.
b) - Forma
É uma variável ilimitada. É uma característica gráfica definida pela aparência:
- regular - triângulo, círculo;
- limite de uma área irregular: ilha ou estado;
- contorno de uma feição linear.
219
Apesar de ser na teoria ilimitada, na prática deve ser limitada, com figuras de formas conhecidas
e fáceis de serem diferenciadas uma das outras.
Figuras de mesma área (círculos, triângulos, quadrados) darão relação de equivalência e não de
classificação.
c) -Tamanho
Fornece uma informação quantitativa sobre a ocorrência do fenômeno. Pode excepcionalmente
representar idéias qualitativas
.
Variam em tamanho quando têm dimensões aparentes diferentes: diâmetro, área, comprimento,
altura. Normalmente quanto maior o símbolo, maior a sua importância.
d) - Orientação
Refere-se à disposição direcional dada à variável. Deve haver uma referência (reticulado, borda
do mapa), para a modificação da disposição.
220
As variáveis podem ainda ser combinadas entre si, criando-se novas formas de símbolos, por
exemplo:
- formas diferentes de mesma área;
- formas e dimensões;
- formas e cores diferentes;
- dimensões diferentes e cores diferentes;
- todas com orientações.
e) - Espaçamento
Quando um símbolo é definido por uma arranjo de outros componentes (pontos ou linhas), o seu
espaçamento pode ser variável, qualificando ou quantificando. Por exemplo:
Saturação (valor)
f) - Posição
O posicionamento no campo visual, o plano do mapa, é geralmente aplicado apenas aos
componentes que podem ser movidos, tais como títulos, legendas e toponímia.
A posição da maior parte dos símbolos e convenções são prescritas pela ordenação geográfica
dos dados e são suscetíveis de alteração, apenas por mudanças de projeção ou deslocamentos
dentro da área do mapa, para melhorar a legibilidade.
221
10.6 - Símbolos Cartográficos
Símbolos cartográficos são convenções utilizadas na representação de feições cartográficas,
exibidas em um mapa ou carta.
Por outro lado, todas as convenções utilizadas em um mapa ou uma folha isolada, devem, em
princípio, constar da legenda, como um dado marginal do mapa ou carta.
Em princípio, nada que possua menos que 0,2 mm na escala do mapa será representado, mas se o
for, devido a sua importância relativa, como fazê-lo de modo que a sua percepção seja
estabelecida através da sua ponderação em relação aos demais.
Pode-se estabelecer três limites em uma série de símbolos de tamanho variados:
- limite de percepção: o nível de presença que possa discernir o símbolo;
- limite de diferenciação: o reconhecimento claro da diferença de formas;
- limite de separação: a diferenciação por incremento de alguma dimensão do símbolo.
222
A aplicação desses limites no conjunto, permite estabelecer não só uma melhor diferenciação
para os símbolos, mas também impor uma estética e clareza, baseada em uma hierarquia de peso
e classificação qualitativa e quantitativa dos objeto.
Para os fenômenos pontuais, os símbolos devem sempre que possível conservar os limites e as
formas. Não sendo possível, devem, pelo menos ter uma forma que lembre estes limites.
O aproveitamento de uma mesma forma para gerar símbolos deve ser estabelecida levando em
consideração os limites estabelecidos.
Para os fenômenos lineares, conserva-se sempre que possível o alinhamento original, variando-se
a largura da convenção e a espessura do traço.
Para os fenômenos zonais, a convenção irá recair em estrutura e textura, seja de cor ou de padrão
gráfico, que represente a área que o fenômeno ocorre.
223
XY = 1 M2
Partindo-se da base tem-se todos os tamanhos.
- peso do papel
Definido pela gramatura. Um papel grosso quebra com facilidade. A gramatura é dada pelo peso
de uma folha AO.
- deformação do papel
Considerações sobre o aspecto de deformação do papel pela ação do tempo, umidade etc.
Normalmente os papeis poliester são usados para desenhos, onde se deseja deformação mínima.
Não são usados para impressão, devido ao seu custo, sendo para isso utilizado papel canson.
- brilho
Dar preferência ao papel fosco. O brilho pelo reflexo atrapalha a visão.
A B
A C
C D
B
D
A C
B
D
C
A B
225
A A
B
C
D
D
B
A
D
O título deve estar sempre em situação dominante, enquanto que os demais componentes
deverão se equilibrados em distribuição ao longo de toda a área do papel.
A figura abaixo mostra um layout da figura anterior ordenado, tendo sido efetuados as
seguintes melhorias:
227
h - espaços entre letras sempre que possível o mesmo;
I - a borda não afeta o texto que foi posicionado próximo a ele.
11.1 - Introdução
Estas duas áreas da Cartografia podem ser estudados em conjunto, pois traduzem a
representação de fenômenos específicos.
Ambas têm a cartografia de base como suporte para as suas representações, porém o objetivo não
é apenas a representação do espaço fisico, mas a representação dentro de um espaço físico
delimitado, de temas específicos e determinados, que terão então, uma prioridade dentro da
imagem do mapa.
Quaisquer fenômenos, sejam físicos, sociais, biológicos, políticos, etc, que tenham uma
vinculação com o espaço terrestre, sendo georeferenciados, serão passíveis de serem
representados. Dessa forma, fica caracterizada a diversificação de temas que poderão ser
envolvidos.
As principais cartas especiais que são normalmente encontradas e de interesse para a Geografia
são as seguintes:
- Cartas meteorológicas
- Cartas náuticas
- Cartas Aeronáuticas
Cartas Meteorologicas
Um exemplo de cartas meteorológicas são as cartas sinóticas, pois apresentam um aspecto
resumido da dinâmica do tempo.
228
Em geral são cartas elaboradas em projeções conformes, por terem necessidade de conservação
das direções. Visualizam a direção dos ventos, movimentos de frentes frias, áreas de alta e baixa
pressão, com o objetivo de facilitar a previsão do tempo de uma área geográfica. Consta de uma
base cartográfica estática da área a ser visualizada e sobre ela são atualizadas as informações
meteorólogicas de tempos em tempos.
As cartas sinóticas são de âmbito continental. No caso brasileiro, abrangem desde a Argentina
até a parte inferior da América Central.
Os dados dos satélites são complementados pelos dados das estações meteorológicas terrestres,
sendo gerados com essas informações, mapas com informações de pressão, temperatura, etc.
Não confundir as cartas sinóticas com as cartas climatológicas, que são apenas cartas temáticas
de informação climatológica.
229
Cartas Náuticas
São também elaboradas em projeções conforme (Mercator) ou Gnomônica.
Sào mapas e cartas que necessitam de constante atualização (3 a 4 anos), sendo que as cartas
náuticas fluviais são ainda mais dinâmicas (1 a 2 anos).
230
Cartografia Temática é uma subdivisão da Cartografia. Ela pode por sua vez ser subdividida,
conforme a abordagem e a finalidade do mapeamento temático, apresentando-se como
cartografia de inventário, cartografia analítica e cartografia de síntese.
Pode-se analisar apenas um fenômeno, por exemplo, a produção agrícola de trigo no Brasil, ou
vários fenômenos em conjunto, bem como estabelecer a análise de fenômenos compostos:
balança comercial (importação e exportação) do país, ou mesmo vários fenômenos interligados,
por exemplo, a produção agrícola e extrativismo mineral do Estado do Rio de Janeiro.
- Cartografia de Síntese
É a mais difícil e complexa, pois exige alto conhecimento técnico e pensamento subjetivo.
Representa a correlação, cruzamento, função ou interligação de fenômenos, permitindo a partir
de uma análise de inter-relacionamentos, conclusões sobre sua dinâmica, bem como
estabelecimento de novas informações que tenham por base esta mesma dinâmica.
231
- por simbologia própria estabelecida
- por construção matricial, interligando-se todas as possibilidades. Ex.: correspondência
de elementos de uma série temporal com os elementos de outra série temporal ;
- agrupamento e cruzamento de fatores de fatores em um quadro lógico. Ex.: temperatura,
precipitação, umidade relativa, vegetação, solos, declividade, etc.
Deve ser observado, que neste tipo de estudo, o que importa é a análise do inter-relacionamento
dos fatores, visando gerar uma informação pré-determinada, que só é possivel obter através de
um estudo integrado de todos os fatores em conjunto, ou seja, o objetivo tem que ser definido
antes, para depois serem definidos que fatores ou elementos que terão que ser relacionados para
permitir atingir os objetivos propostos.
As informações geográficas são definidas através do seu relacionamento à uma base cartográfica,
pelos seus dados de posição, atributos e variação temporal, conforme pode-se ver na figura.
Para cada tipo de informação, estabelecem-se camadas que possuem a mesma posição
geográfica. Deste forma é possível efetuar-se o cruzamento destas informações e a sua análise
subsequente.
232
Os processos de representacão serão definidos principalmente pela simbolização ou convenções
que serão atribuídas aos elementos, visando principalmente apresentar a sua área de ocorrência,
através de símbolos e convenções que venham a expressar a sua característica gráfica.
Em princípio o ponto não tem dimensão, mas faz-se a correlação para o fenômeno a representar.
Pode-se representar um único fenômeno (gado, produção, população, etc), ou vários, fazendo-se
uma diferenciação de cor entre as representações.
A locação dos pontos pode ser regular ou irregular conforme a sua ocorrência. A locação regular
só é aceita no desconhecimento da localização da ocorrência. A dimensão do ponto tem que ser
considerada em relação à quantificação do fenômeno.
233
Na figura, o mapa 1 representa um desenho que um ponto tem um valor muito pequeno e cada
ponto representa uma grande quantidade de informação caracterizando-se uma dispersão e uma
densidade irreal;
Mapa 2
Mapa 1
1 Ponto = 150 000 hab
1 Ponto = 1 500 000 hab
1 ponto = 0,3 mm
1 ponto = 0,3 mm
O mapa 2 já apresenta com o mesmo tamnho de ponto uma menor qunatificação para o valor de
um ponto, apresentando uma distribuição mais densificada.
No mapa 3 os pontos são pequenos em dimensão, atribuido um valor muito pequeno gerando um
padrão de preenchimento, que também pode não expressa a verdader, criando áreas muito
densas.
Mapa 3 Mapa 4
1 Ponto = 10 000 hab 1 Ponto = 150 000 hab
1 ponto = 0,3 mm 1 ponto = 1 mm
234
O mapa 5 apresenta a mesma situação de tamanho do ponto, associado à uma quantificação
baixa para o ponto.
Mapa 5
1 Ponto = 10 000 hab
1 ponto = 1 mm
cm
s em
onto
A
t re p
ZON
DE
n
COA
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LES
CÊN
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CIA
Dist
m
em c
nt os
re p o
ncia s e nt
Distâ
c) - Coropletas
De “choros”- lugar e “plethas” - valor, são mapas que representam dados coletados para
unidades administrativas ou áreas previamente definidas para representá-los. Usam-se cores ou
padrões determinados para representar as classes de ocorrência dos fenômenos.
236
Pode-se estabelecer também escala de cinza, com poucas classes (máximo 5), de escala de cores
ou de padrões diversificados. As figuras mostram alguns tipos de mapas coropléticos,
A posição do círculo deve ser definida no centro geométrico da área, caso não se conheça nada
sobre ela. Havendo, porém, em uma mesma região vários círculos, a distribuição pode ser
irregular, correspondendo à ocorrência do fenômeno, ou igualmente distribuída, não sendo
recomendada. A escolha do tamanho dos círculos tem que ser bastante criteriosa, para não
acontecer que uma ocorrência fique muito grande ou que alguma outra não possa ser
representada por ter ficado muito pequena.
237
Por outro lado o círculo tem um problema de visualização: a representação de círculos maiores
não será facilmente diferenciada, pois o olho humano não faz boa comparação sem uma
referência linear. Assim, os círculos maiores deverão ser sempre aumentados, sem alterar o valor
dos círculos pequenos, criando-se uma representação quantitativa e matematicamente errada.
Nestes casos utiliza-se uma tabela de aumento logaritmo.
São de desenho um pouco mais difícil, porém as relações quantitativas são mais fácil de serem
estabelecidas, pelo fato de haver uma referência linear.
Existe um aspecto puramente simbólico para as formas das figuras: o circulo evoca dinamismo,
evasão, fenômenos quantitativos evolutivos, reservando-se os fenômenos estáticos para as
demais figuras. Os triângulos são normalmente aplicados em produção e os quadrados, por ser
mais estável, em fenômenos que não evoluem no tempo.
238
- pressão - isóbaras
- declinação magnética -isogônicas
- variação anual da declinação magnética - isóporas
Para se representar um fenômeno por isaritma, este tenha que ter uma progressão regular e
contínua sobre a superfície terrestre, não podendo ter discrepâncias fortes ou descontinuidades.
Admitem sondagens isoladas, para uma determinação por amostragem do fenômeno, deduzindo-
se depois a sua continuidade sobre a supefície de desenvolvimento.
Este processo aplica-se melhor a fenômenos físicos do que para humanos, por serem mais
regulares. Por outro lado, o fenômeno deve ser contínuo, ou seja, ele deve ter uma distribuição
sobre a superfície terrestre, não podendo sofrer descontinuidades.
6 .0 0
5 .0 0
4 .0 0
3 .0 0
2 .0 0
1 .0 0
0 .0 0
0 .0 0 1 .0 0 2 .0 0 3 .0 0 4 .0 0 5 .0 0 6 .0 0 7 .0 0 8 .0 0 9 .0 0
e) - Isopletas
239
Os mapas de representação por isopletas, têm origem nos mapas de isolinhas ou isarítmas, porém
mostram distribuições de classes de ocorrências de valores. Um bom exemplo de um mapa de
isopletas, são os mapas de cores hipsométricas, onde não existem curvas de nível, mas áreas de
ocorrência de classes de altitudes.
Da mesma forma, para fenômenos contínuos, pode ser atribuída este tipo de representação. A
ocorrência do fenômeno é dividida em classes e cada classe será agrupada em uma área, definida
por curvas delimitantes. Deve-se ressaltar que estas curvas limitantes não são isolinhas; apenas
delimitam a área de ocorrência de uma determinada classe.
A diferença principal entre um mapa de isolinhas e um de isopletas, está no fato da isolinha ser
quantitativa por excelência, permitindo interpolar valores entre as curvas, o que não ocorre com
as isopletas. Nestas apenas se sabe que na área ocorre o valor, mas não se sabe onde realmente
ele ocorre. Desta forma fica-se impossibilitado de obtenção de valores precisos.
7 .0 0 7 .0 0
6 .0 0 6 .0 0
5 .0 0 5 .0 0
4 .0 0 4 .0 0
3 .0 0 3 .0 0
2 .0 0 2 .0 0
1 .0 0
1 .0 0
0 .0 0
0 .0 0 0 .0 0 1 .0 0 2 .0 0 3 .0 0 4 .0 0 5 .0 0 6 .0 0 7 .0 0 8 .0 0 9 .0 0
0 .0 0 1 .0 0 2 .0 0 3 .0 0 4 .0 0 5 .0 0 6 .0 0 7 .0 0 8 .0 0 9 .0 0
f) - Traçado de Isolinhas
O traçado sempre se fará por interpolação linear, ponderada ou não, seja por computador ou
manualmente.
240
Os triângulos não podem interceptar. Os lados são divididos em partes iguais, de acordo com os
valores de cada vértice e a dimensão e a unidade da isoritma.
Unem-se os pontos por linhas retas, a princípio, para serem depois suavizados.
Uma vez valorados os pontos, é feito o traçado de forma semelhante ao anterior. Quanto menor a
malha mais preciso o trabalho. Em oposição, será mais trabalhoso de ser executado
7 .0 0
6 .0 0
5 .0 0
4 .0 0
3 .0 0
2 .0 0
1 .0 0
0 .0 0
0 .0 0 1 .0 0 2 .0 0 3 .0 0 4 .0 0 5 .0 0 6 .0 0 7 .0 0 8 .0 0 9 .0 0
241
12 GRÁFICOS, DIAGRAMAS E CARTOGRAMAS
12.1 - Definições
Gráficos ou diagramas são representações gráficas ou geométricas de dados, caracterizando a
estrutura ou a evolução de um fenômeno. A estrutura mostra o esquema comportamental do
fenômeno, por exemplo, uma pirâmide de idade é um diagrama de estrutura porque mostra o
comportamento da idade de uma população. A evolução por sua vez é a visualização quantitativa
do fenômeno no tempo, por exemplo a precipitação anual, aumento de população, produção em
um espaço de tempo etc.
Qualquer fenômeno pode ser representado em palavras, números e gráficos. A exposição por
palavras diz-se descritiva, a numérica é definida como tabelas, sendo apresentada por tabelas, e
os desenhos representam a apresentação gráfica.
12.2 - Constituição
Genericamente os gráficos podem ser construídos segundo o sistema de coordenadas cartesianas,
ou ainda segundo o sistema de coordenadas polares.
Y
P
O X O d
242
Com os métodos descritivos, pode-se construir os seguintes tipos de gráficos:
- poligonal;
- em barras;
- em colunas;
- barras ou colunas compostas;
- circulares;
- pirâmide;
- pictográficos;
- polares;
-triangulares;
- climatogramas;
- histogramas;
- polígonos de freqüência.
A escala horizontal e vertical devem ser coerentes. Deve ser lembrado que a variação de escala
muda a aparência de um gráfico, podendo transmitir uma impressão errônea, mesmo com dados
100
80
60 Leste
Oeste
40
Norte
20
0
1° Trim . 2° Trim . 3° Trim . 4° Trim .
corretos.
Figura 12.2 - Exemplo de gráfico poligonal
243
Construção do Gráfico
Parte-se de dados tabelados, sendo que uma coluna é relativa à série temporal e a outra relativa
ao fenômeno que se deseja visualizar. Por exemplo, a tabela abaixo mostra o número de
imigrantes que entraram no Brasil, agrupados por décadas.
ANO NÚMERO DE
IMIGRANTES
1860 140.000
1870 120.000
1880 170.000
1890 450.000
1900 1.200.000
1910 700.000
1920 800.000
1930 850.000
1940 165.000
1950 110.000
Tabela 1 - Dados de Imigração
Tem-se 10 décadas, ou seja, 10 intervalos de tempo, com os valores relativos ao intervalo.
O eixo X valorizará a série tempo, enquanto o eixo Y a variável dependente. Estabelecendo uma
escala de 1 cm para o intervalo de uma década e 0,5 cm para cada 1.000 imigrantes, pode-se
marcar os valores correspondentes da tabela no gráfico.
Escala de Equivalência
(mil Hab) Escala Vertical
1 cm = 200 mil Hab
1200 Escala Horizontal
1100 1cm = 10 anos
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
Anos
1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950
244
Figura 12.2 - Gráfico Poligonal
Pode ser feita uma moldura para realçar o gráfico.
12.3.2 - Gráfico em Barras e em Colunas
É o tipo mais simples de diagramas, sendo utilizados para comparação simples de quantidades.
As quantidades envolvidas podem ser representadas por linhas simples ou por barras, de
comprimento proporcional às quantidades envolvidas, em uma escala compatível e de igual
largura.
Podem ser usados vertical e horizontalmente, sendo então chamadas de gráfico em colunas ou
em barras respectivamente.
Este tipo de gráfico pode ser usado para representar praticamente qualquer série estatística. É um
gráfico cartesiano.
Os gráficos em barras são usados normalmente quando as legendas são longas e o tempo é fixo
ou referente a mesma época e para comparação entre diversos atributos.
Sugere-se a aplicação do gráfico em colunas quando existir uma cronologia ou seqüência lógica
entre os dados e exigir comparações entre alguns atributos.
Construção
Para um gráfico em barras é construída uma barra variando apenas o comprimento proporcional
a área, que é o atributo de comparação (variável dependente).
As barras podem ser separadas ou juntas. Uma melhor visualização é dada pelas barras separadas
entre si, por intervalos regulares. A relação ideal largura/altura é de 5 ou 7/4. A figura abaixo
mostra a representação do gráfico.
245
O gráfico em colunas, oriundo da mesma tabela pode ser visualizado abaixo.
Regiões
Nordeste
Sudeste
Sul
Escala de Equivalência
km2 (mil)
Escala Vertical
1 cm = Largura da barra
Escala Horizontal
1cm = 500 km2
4000
3000
2000
1000
246
12.3.3 - Gráfico em Colunas Compostos
Este tipo de gráfico, conhecido também por gráfico de barras divididas, tem por finalidade a
comparação de elementos constituintes como o todo.
A sua construção é definida pela divisão de uma barra ou coluna de comprimento arbitrário, em
partes proporcionais à ocorrência dos vários elementos a comparar.
Não
Geral Intermediários Duráveis
Duráveis
Pode-se também manter o valor angular dos setores e modificar o tamanho dos raios, mas esta
não é uma boa representação, pois perde-se o efeito comparativo com o todo.
247
A construção é simples e rápida, porém os cálculos são demorados se feitos manualmente. Sendo
um gráfico de áreas, estas devem ser traduzidas em percentagens para uma melhor legibilidade
do gráfico.
Sudeste Sul
Nordeste 10,85%
6,77%
18,35%
Centro- Norte
Oeste 41,99%
A tabela 4 mostra dados sobre a área das regiões que devem ser mostradas em um gráfico
circular.
Para o cálculo das percentagens (área relativa) foi usada a seguinte regra de cálculo:
Areadaregiaox100
%=
Areatotal
248
Para o cálculo dos ângulos:
Areadaregiao
Ang = 360 x
Areatotal
As barras podem ser subdivididas para mostrar a composição da população (urbana, rural etc).
249
Figura 12.10 - Exemplo de gráfico em unidades
250
Figura 12.11 - Gráfico polar referente a tabela 5
As figuras seguintes mostram outros tipos de diagramas polares, com índices de precisão
pluviométrica em localidades brasileiras.
Em relação a uma outra divisão tríplice, um fenômeno com 3 características de população, por
exemplo, jovens, adultos e velhos, mostrando a distribuição de diferentes países.
Também podem caracterizar para um país, características de população em 3 diferentes anos.
Permite também a análise de tendências, pois visualiza um aspecto evolutivo do fenômeno.
251
Figura 12.13 - Gráfico triangular
12.3.9 - Climatogramas
Conhecidos também como climatográficos, climográficos ou climogramas, são gráficos de
disposição da temperatura em coordenadas vertical, nível pluviométrico ao longo da coordenada
horizontal e os pontos para cada mês estabelecidos. Ligados os pontos, tem-se um gráfico
característico para cada região.
Existem climatogramas mais complexos, com a locação de mais informações, tais como
produção de cereais, regiões etc, permitindo uma série de análises e prognósticos.
pluviométrico.
Observe-se que seja através de uma ou outra representação, a aparência do gráfico é a mesma.
Não existe alteração de aparência, pois representam a ocorrência do mesmo fenômeno.
252
Para a construção de um histograma pode-se seguir o esquema abaixo:
- traçar os dois eixos coordenados X e Y;
- marcar no eixo das abcissas X os intervalos de classe que pertencem à distribuição;
- construir, tendo por base cada intervalo de classe, retângulos justapostos, que tenham
para a altura (ordenada), as freqüências das classes, ou valores proporcionais, se os intervalos
forem todos iguais.
Se os intervalos forem diferentes, torna-se para a altura, as freqüências divididas pelo valor do
intervalo de classe.
Para a construção para a freqüência relativa, age-se de forma semelhante levando-se em conta
agora a freqüência relativa.
A tabela 6 mostra uma distribuição de freqüência e o gráfico correspondente está na figura 12.15.
253
Figura 12.15 - Histograma
254