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Apresentação
O aprendizado de Física consiste em entender melhor o mundo que nos rodeia, bem como percebê-lo sob um
aspecto que vai além do que permite nossos sentidos. As fórmulas são muito mais do que uma expressão matemática
passíveis de aceitação e resignação do estudante, que têm um uso mecanizado em que se obtém como resposta um valor
numérico acabado. As fórmulas são uma consequência do fenômeno em questão, e que traduzem em uma linguagem
matemática aquilo que percebemos – adota-se, aqui, perceber no sentido de apreensão através dos sentidos – e que sem
essa ferramenta matemática, expressa-se de forma muito mais eloquente. A real investigação da Física consiste em entender
o que está por trás daquilo que se apreende, e o resultado se traduz como uma harmonia de grandezas físicas que trabalham
para produzir uma outra, dotada de sentido, e consequente do processo lógico da equação.
Mas, muito além do que saber aplicar as equações na Física, é importante compreender os fenômenos que regem a
natureza, não só por causa do vestibular, mas também para um conhecimento de mundo, aquisição de cultura e até um
pouco, uma pincelada, de conhecimento filosófico. Sim, a Filosofia está intrinsecamente ligada à Física, no entanto, aquela
tem uma capacidade de abrangência e de complexidade superiores a esta. Mas, perceba que, mesmo dentro da física, é
possível entendê-la de uma forma mais reflexiva e profunda do que o que se tem praticado e ensinado nas salas de aula.
Essa forma de abordagem pode parecer estranho, pelo fato de não ter sido mostrado dessa forma, ou até mesmo
desnecessária, visto que, para muitos estudantes, o estudo de Física só se deve ao fato de ser uma matéria que cobrada nos
vestibulares. No entanto, até mesmo os vestibulares vêm cobrando de modo mais intenso os conceitos em detrimento de
fórmulas memorizadas, ou, buscam mostrar nos exercícios formas diferentes – muitas vezes sequer visto em sala de aula –
de cobrar um conteúdo (tem aparecido algumas questões cujos tópicos são difíceis de identificar dentro da maneira
tradicional de separar as matérias; como Cinemática, Dinâmica, etc.). Esse livro prioriza justamente essa visão mais ampla,
mas que está longe de tornar o assunto mais complexo e/ou esgotar as mais diferentes formas de apresenta-lo. Este presente
livro visa o entendimento aliado à simplificação do conteúdo, dando lugar ao lado mais lógico e intuitivo do fenômeno, ao
invés de decorebas desnecessárias, que são muito úteis para aqueles que querem dar a matéria e se livrar logo do peso de
ter que explicar os porquês e de tirar dúvidas de alunos que têm interesse em entender mais.
Eu, não. Busco que o aluno entenda, ainda que eu pudesse só dizer “Decora que é mais fácil”, porque uma vez que
ele consegue internalizar o conteúdo, o conteúdo nunca mais será esquecido – talvez tenha que ser lembrados um ou outro
conceitos, mas a essência continuará na memória -, porque o conteúdo não foi só entendido, ele passou a fazer parte da
essência do estudante.
Espero, de fato, que este livro possa levar aos leitores a mesma alegria que tive quando sentia que entendia, ou
quando observava relações entre outras matérias, ou, ainda, quando passei a conseguir explicar fenômenos que não tinha
visto antes, mas que entendia porque aconteciam pelo fato de ter estudado Física. Obviamente, me falta muito o que
aprender, mas espero que, o que eu tenho para ensinar, possa servir de grande ajuda aos que têm dificuldade para entender
o conteúdo na sala de aula e aos que estejam sedentos por um conhecimento diferente na matéria.
Cinemática ........................................................................................................................................................................ 5
Conceitos e Definições ..................................................................................................................................................... 5
Ponto material e corpo extenso.................................................................................................................................. 5
Grandeza........................................................................................................................................................................... 6
Espaço............................................................................................................................................................................... 6
Distância ....................................................................................................................................................................... 7
Operações com Vetores................................................................................................................................................... 7
Velocidade ........................................................................................................................................................................ 9
Velocidade média ........................................................................................................................................................ 9
Velocidade instantânea ............................................................................................................................................... 9
Velocidade relativa .................................................................................................................................................... 10
Velocidade vetorial .................................................................................................................................................... 10
Movimento Progressivo ............................................................................................................................................ 11
Movimento Retrógrado ............................................................................................................................................. 11
Equação do Movimento Uniforme (função horária) .................................................................................................. 11
Função genérica para a função horária ................................................................................................................... 11
Exemplos aplicando função horária......................................................................................................................... 11
Análise gráfica sxt...................................................................................................................................................... 12
Função horária para corpos extensos ...................................................................................................................... 13
Tipos de movimento no gráfico ................................................................................................................................ 13
Aceleração vetorial .................................................................................................................................................... 14
Aceleração centrípeta ............................................................................................................................................... 15
Movimento Uniformemente Variado (MRUV ou MUV) ............................................................................................... 15
Movimento acelerado................................................................................................................................................ 15
Movimento retardado ............................................................................................................................................... 15
Classificação dos movimentos no gráfico (velocidade x tempo) ........................................................................... 15
Cálculo da Velocidade e Espaço no Gráfico................................................................................................................... 16
Equações do MUV........................................................................................................................................................... 17
BÔNUS: Equação do primeiro e do segundo grau ........................................................................................................ 18
Movimento Circular Uniforme (MCU) .......................................................................................................................... 20
Espaço Angular .......................................................................................................................................................... 21
Velocidade Angular ................................................................................................................................................... 21
Elementos rotativos acoplados ................................................................................................................................ 22
Mecânica da Bicicleta ................................................................................................................................................ 22
Movimento Circular Uniformemente Variado(MCUV) ................................................................................................ 23
Lançamento Oblíquo ...................................................................................................................................................... 24
Eluxidando a Física
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Eluxidando a Física
Conceitos e Definições
Antes de se iniciar o estudo do movimento com as
equações é necessário, antes, ter familiaridade e um
fortalecido conhecimento dos conceitos básicos1.
Ponto material e corpo extenso
Ponto material é o corpo cujas dimensões físicas,
isto é, comprimento, largura e altura não precisam ser
levados em conta no meio em que se encontram. Isso não
significa que o corpo não tenha dimensões, apenas que
estas dimensões físicas são desprezíveis levando em
conta aonde estão. Isso significa que a afirmação “um trem
de carga é grande!” não necessariamente é verdadeira. A
pergunta a se fazer é: grande em relação a que? Se
comparar com o tamanho do planeta Terra, ele é
desprezível, logo, pode ser considerado um ponto
material em relação à Terra.
“Ah, então eu posso afirmar sempre que o planeta
Terra é grande sem que ela seja um ponto material!”,
Figura 2: olha a comparação de uma célula à esquerda em relação a
pode-se questionar você. Hmm, eu diria que não. espessura da fibra de seda. Agora compare a largura do cabelo humano
Só para te dar uma melhor ideia: o Sol é uma estrela com ela. Incrível, não? Você pode ver mais no site
com o raio 109 vezes maior do que o da Terra, o que http://htwins.net/scale2/ de forma interativa!
corresponde a um volume 1.300.000 (um milhão e
trezentos mil!) vezes maior, aproximadamente. Olhe na Acredito que eu tenha conseguido te convencer
figura abaixo o tamanho do Sol em comparação com a que tamanho é relativo! Aliás, não só o tamanho. O
estrela chamada UY Scuti. movimento também o é! Confira a seguir.
Bom, acho que já deu pra perceber que tamanho
depende do que você está comparando. Repouso e Movimento
O movimento de um corpo pode ser
caracterizado quando há um distanciamento ou uma
aproximação, conforme o tempo corre, do corpo em
relação a um referencial. Repare que, assim como para
saber se o corpo é ponto material ou corpo extenso,
precisamos de alguém para comparar. Se esse alguém está
se distanciando ou se aproximando, isso significa que há
movimento em relação a esse alguém (Figura 3).
O repouso também leva em conta um referencial,
um meio de comparação. Entretanto, o repouso é
designado quando não há distanciamento ou
aproximação do corpo com o referencial com o tempo.
Lembre-se:
Figura 1: Tamanho do Sol em relação à estrela UY Scuti. Você está O movimento e o repouso são relativos!
conseguindo enxergar? Se sim, parabéns, imagino que é capaz de ver um
átomo a olho nu. (fonte: https://telescopeobserver.com/uy-scuti/)
Para ficar mais claro, veja o exemplo seguinte:
Corpo extenso é o corpo em que tem que ter suas quando você está dentro do ônibus, os outros passageiros
dimensões físicas levadas em conta dado o meio em que se mantêm na sua proximidade ao longo de todo o trajeto,
se encontram. É exatamente o oposto do que o ponto isto é, eles não se deslocaram para um lugar mais longe ou
material representa. mais próximo de você (supondo que todos ficaram
1 Embora comumente deixados de lado, os conceitos básicos são como sinônimos. Portanto, atente-se aos conceitos antes de seguir para
fundamentais para entender rigorosamente diferenças de termos como o lado mais prático.
distância e deslocamento, que muitas vezes são tomados, erroneamente,
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Eluxidando a Física
sentados ao longo de todo o trajeto). Com isso, pode-se Escalar é a grandeza que é satisfeita somente
dizer que os passageiros ficaram em repouso em relação quando o valor é fornecido. Por exemplo, “um corpo de 2
a você. Agora, se fizermos a consideração levando em kg”. Apesar de não saber de que corpo se trata, o sentido
conta da sua distância em relação a uma árvore que se da grandeza massa em questão é totalmente
localiza no ponto que ônibus saiu sabemos que no final do compreendido. Outras grandezas escalares: temperatura
trajeto essa árvore não está mais ao alcance da sua vista (“35°C”, já faz compreender a totalidade dessa grandeza),
devido ao deslocamento. Portanto, a árvore esteve em área, volume, etc.
movimento. Repare que nos dois casos citados o Vetorial é a grandeza que não basta dizer
referencial é você, mas dependendo do objeto em questão, somente o seu valor (também chamado de módulo), como
pode haver ou não movimento. Logo, diz-se que o no escalar, mas também é necessário dizer sua direção e
movimento é relativo, isto é, depende da relação entre o sentido para o qual essa grandeza se dirige. Por exemplo,
referencial e o objeto. "ontem eu estava passando pelo cruzamento a 40 km/h".
Ao ouvir essa frase, não está claro em qual das duas ruas
do cruzamento o motorista está (direção) e, uma vez
estabelecido qual direção, pergunta-se se estava indo ou
vindo (sentido). Para isso, são três informações
necessárias para uma completa compreensão de uma
grandeza vetorial: módulo, direção e sentido.
A direção e o sentido podem ser do seguinte
modo:
Direção horizontal, sentido esquerdo ou direito
Direção vertical, sentido para cima ou para baixo
Figura 3: repare como o carro está em movimento em relação à rua e aos
Direção oblíqua (inclinado), sentido para cima ou para
objetos em torno dela. A câmera não consegue focar pois ou o foco fica baixo
no veículo ou na rua. É comum em alguns casos querer representar
somente o valor da grandeza vetorial. A preocupação se
reside unicamente no número e não na direção e sentido
em que se aponta. Para esses casos, fala-se em módulo do
vetor. Por exemplo, “o módulo do vetor velocidade em que
eu passava pelo cruzamento é de 40 km/h”. Nesse caso, o
sentido da frase está completo, pois foi deixado claro que
o importante é somente o módulo.
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Eluxidando a Física
Dica!
É importante ficar atento quanto à informação de um
exercício quanto ao espaço: se se trata do espaço ou
na variação do espaço
3 Um vetor é representado por uma seta em linha reta que define a 4A distância será de 100 km percorridos, enquanto o deslocamento
direção e o sentido dado pelos estado final e estado inicial será de 0, já que ao final das 10 voltas a posição do carro (posição final)
é a mesma que a posição inicial.
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Eluxidando a Física
√3 √3
Bx = B. cos(30°) = 1. =
2 2
Para facilitar a operação, antes, é necessário 1 1
ordenar em fila os dois vetores. Mas note que não é para By = B. sen(30°) = 1. =
2 2
somar B e sim –B. Para isso, basta inverter o sentido de B,
e depois enfileirá-lo com A. √3 3√3
Cx = Ax + Bx = √3 + =
2 2
1 1
Cy = A y + By = + = 1
2 2
3√3 2 √22
C = √Cx2 + Cy2 = √( ) + 1² =
2 2
Para descobrir o ângulo, basta fazer:
𝐶𝑦
𝜃 = tan( )
𝐶𝑥
Apesar de ser eficaz, isto é, resolve o exercício, há
Como A-B=A+(-B), basta fazer o mesmo outro método que é bem melhor e mais rápido. É a Regra
procedimento: “sai na saída, chega na chegada”. do Paralelogramo.
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Eluxidando a Física
Essa regra consiste em duplicar os dois vetores e necessariamente a origem dos espaços, mas um ponto de
traçá-los paralelamente, conforme o desenho abaixo: partida qualquer do móvel, assim como o cronômetro não
precisa iniciar quando este está zerado (mas o caso mais
comum é o cronômetro iniciar no zero).
É importante ressaltar que a velocidade média
não significa que o móvel tenha sempre a mesma
velocidade. Sua velocidade pode variar o trajeto inteiro. O
que a velocidade média nos diz é: se o móvel tivesse feito
o trajeto que fez a uma velocidade constante, esta
velocidade seria a velocidade média.
Exemplo 1: Um móvel sai do espaço 3 metros, de
modo que o cronômetro inicia a contagem do tempo aos 4
segundos, devido ao descuido de não tê-lo zerado antes de
cronometrar novamente, e percorre o trajeto até que o
Agora, para calcular o vetor resultante A+B, móvel chegue ao espaço de 8 metros. Ao chegar nesse
basta fazer lei dos cossenos no triângulo de cima: ponto o cronômetro é parado no tempo de 5 segundos.
Calcule a velocidade média.
Resposta:
∆s s2 − s1 8 − 3 5
vm = = = = = 5 m/s
∆t t 2 − t1 5 − 4 1
Obs. 1: muita atenção para que o tempo 𝑡2 fique
embaixo do espaço 𝑠2 e o tempo 𝑡1 fique embaixo do
espaço 𝑠1 na fração.
Obs. 2: repare que na equação é variação de
espaço (representado no SI por m) dividido pelo tempo
(representado no SI por s). Por isso a velocidade é
representada como m/s. Observe que a própria equação
nos fornece qual unidade é pertencente à grandeza
Obs. 3: Esse tipo de exemplo é bem atípico. O mais
comum é que o móvel saia da origem dos espaços com o
cronômetro zerado. Mas se houve entendimento dessa
Obs: o valor de 75° é o ângulo formado entre os vetores explicação acima, então os casos mais simples serão
A e B, 45°+30°=75°. entendidos com facilidade.
Resposta:
Velocidade ∆s1 ∆s1 120 km km h
A velocidade, no seu sentido mais geral, mede a vm 1 = → ∆t1 = = =1 = 1 km.
∆t1 vm1 120 km km km
variação do espaço em função do tempo ou, em outras h h
palavras, mede o ritmo da variação do espaço. = 1h
Obviamente, quanto maior esse ritmo, maior a variação ∆s2 ∆s2 60 km km h
do espaço no tempo e, portanto, maior a velocidade. vm 2 = → ∆t 2 = = =2 = 2 km.
∆t 2 vm2 30 km km km
Repare que anteriormente foi abordado sobre a h h
variação do espaço, mas nada foi falado sobre o tempo. A = 2h
velocidade é justamente a introdução do tempo, é a ∆st 180 km
variação do espaço em relação à variação do tempo. vm t = = = 𝟔𝟎 𝐤𝐦/𝐡
∆t t 3h
Matematicamente:
∆𝐬
𝐯= (𝟏) Velocidade instantânea
∆𝐭
Já a velocidade instantânea diz respeito à
Velocidade média velocidade em um dado instante de tempo. No instante
O cálculo da velocidade média é igual a equação seguinte (com instante me refiro a um tempo
acima, em que o tempo é iniciado a partir do momento em minimamente pequeno), a velocidade instantânea pode
que o móvel (corpo que se move) sai do ponto inicial, do ser outra. É a velocidade que é indicada no velocímetro
seu ponto de saída, e a contagem do tempo só é parada dos carros.
quando o móvel chega no seu ponto final. É importante
ressaltar que o ponto de partida do móvel não precisa ser
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Eluxidando a Física
Velocidade relativa
A velocidade relativa é usada quando estamos
falando da velocidade entre dois móveis. Suponha um
carro A no mesmo sentido de um carro B. Se o carro A tem
uma velocidade de 50 km/h e o carro B está a uma
velocidade de 80 km/h, então a velocidade relativa entre
os carros é de 30 km/h.
vBA = vB − vA = 80 − 50 = 30 km/h
Agora, num segundo caso, suponha que esses
dois mesmos carros estão na mesma velocidade, porém
no sentido contrário. A velocidade relativa entre eles é
somada, portanto, 130 km/h. Como os sentidos são
contrários, um terá velocidade positiva e o outro,
negativa. a) Note que independentemente da velocidade da
vBA = vB − vA = 80 − (−50) = 80 + 50 = 130 km/h correnteza, o
barco alcança a outra margem, pois a correnteza não tem
Exemplo 4: Uma pessoa está andando sobre uma esteira velocidade na direção do barco, nem o barco tem
rolante com uma velocidade de 4 m/s em relação a ela, velocidade na direção da correnteza.
enquanto a esteira possui a velocidade de 3 m/s em Logo, o tempo de travessia é simplesmente:
d 120
relação ao chão. Calcule a velocidade da pessoa em vb = → 12 = → 𝐭 = 𝟏𝟎 𝐬
relação ao chão quando: ∆t t
a) está a favor do movimento da esteira;
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Eluxidando a Física
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Eluxidando a Física
Dica!
O termo independente é o que determina a posição
inicial
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Eluxidando a Física
Função horária para corpos extensos retrógrado, basta que a inclinação seja para baixo, em um
Como foi citado no início nas definições, corpo gráfico s x t. Já no gráfico v x t, se a reta horizontal estiver
extenso é aquele corpo cujas dimensões devem ser no lado negativo da velocidade, então o movimento é
levadas em conta. Exercícios muito comuns de aparecer retrógrado.
falam sobre ultrapassagens de um trem em relação ao Resumindo, os movimentos nos gráficos são:
outro. Para saber quando ocorre ultrapassagem, é
necessário saber a extensão do corpo.
Para dois pontos materiais a ultrapassagem
ocorre no momento em que um corpo alcança o outro.
Mas no caso do corpo extenso quando um alcança o outro,
a ultrapassagem é iniciada e só finaliza quando todo o
corpo ultrapassou o outro.
Dica!
Num gráfico s × t:
Inclinação>0: v>0
Inclinação<0: v<0
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Eluxidando a Física
Aceleração
Assim como a velocidade é uma variação Ora, se houve variação da velocidade, pela
temporal do espaço (ou a variação do espaço em relação definição descrita acima de aceleração, pode-se dizer que
à variação do tempo), a aceleração é uma variação houve uma aceleração? A resposta é SIM! A aceleração é
temporal da velocidade. Pode ser entendida também uma variação da velocidade. Para isso, temos que
como o ritmo de aumento ou de diminuição da velocidade diferenciar os tipos de aceleração:
em um dado intervalo de tempo. Dada a definição, a Aceleração escalar: quando houve variação da
velocidade é dada matematicamente como: velocidade escalar com o tempo. No exemplo acima,
∆𝐯 𝐯𝐟 − 𝐯𝐢 conclui-se que não houve aceleração escalar, pois a
𝐚= = (𝟓) velocidade escalar final é igual à inicial.
∆𝐭 𝐭 𝐟 − 𝐭 𝐢
Aceleração vetorial: se trata da aceleração no seu
Em conteúdo de escola e vestibular, as grandezas
sentido mais completo, isto é, não leva em conta somente
físicas param de variar na aceleração. Quando se tem
o seu valor, mas a direção e o sentido dela também. No
aceleração em 99% dos casos a aceleração é constante
exemplo acima, a intensidade da velocidade não variou,
(quando não é constante, o exercício fornece um gráfico,
mas a direção e o sentido sim, levando a uma aceleração.
e o exercício é todo baseado em análise gráfica). Uma
A aceleração é, então, resultado da soma de duas
aceleração constante leva a uma velocidade variada. É
componentes de aceleração: a componente tangencial,
totalmente análogo ao caso da velocidade constante em
que é a responsável pela variação do módulo da
relação ao espaço que também varia.
velocidade (aceleração tangencial), e aceleração
A unidade da velocidade no SI (Sistema
centrípeta, responsável, pela mudança na direção do
Internacional de Unidades) é m/s. A aceleração, como é
vetor velocidade (aceleração centrípeta), mas que não
velocidade dividida pelo tempo. Logo, a unidade da
muda o módulo desta.
aceleração é:
m Aceleração tangencial (a T ): muda o módulo da
m 1 m velocidade.
[a] = s = . =
s s s s² Aceleração centrípeta (a C ): muda a direção e o sentido
Isto é, metros por segundo a cada segundo. Se da velocidade.
uma aceleração é de +1 m/s², isso significa que a
velocidade varia de +1 m/s a cada segundo.
Aceleração vetorial
Assim como a aceleração escalar é a variação da
velocidade escalar no intervalo de tempo em que ocorreu
essa variação da velocidade, a aceleração vetorial é a
variação da velocidade vetorial no intervalo de tempo em
que houve essa variação vetorial da velocidade.
∆𝐯⃗⃗
𝐚⃗⃗ = (𝟔) Figura 17: a aceleração e suas componentes de um corpo realizando
∆𝐭 uma curva e acelerando ao mesmo tempo.
Se o que é procurado é o módulo da aceleração
vetorial:
Exemplo 7: Um móvel descreve uma circunferência de
|Δv⃗⃗| Δv
|a⃗⃗| = ou a = raio 10 m, completando a volta a cada 10 segundos.
Δt Δt Determine, para um intervalo de 5 segundos de
Se é dito que um carro entrou em um túnel a 100
movimento, o módulo da velocidade vetorial e da
km/h e na saída estava nos mesmos 100 km/h. Podemos
aceleração vetorial.
afirmar que houve variação de velocidade? Cuidado, pois
essa é uma pergunta delicada. A resposta é: depende. Se
Resposta: Para descobrir a velocidade escalar do móvel, é
estiver falando do módulo da velocidade (ou velocidade
necessário calcular a distância percorrida em uma volta
escalar), de fato não houve mudança de velocidade, pois o
da circunferência:
valor se manteve a 100 km/h, ou seja, não houve
C = 2. π. r
aceleração escalar. Mas, vale lembrar que velocidade é C = 2. π. 10 = 20π m
uma grandeza vetorial, ou seja, além do módulo, tem
Como o móvel percorre essa distância em 10
direção e sentido. Se houve uma variação na direção e
segundos, a velocidade escalar é:
sentido, então pode-se dizer que houve uma variação da 20π
velocidade. De modo geral: v= = 2π m/s
10
Velocidade escalar: não variou! Se em 10 segundos completa uma volta, em 5
Velocidade vetorial: variou! segundos completa metade da volta, conforme o
Isso pode ser mostrado quando se desenha os esquema a seguir:
vetores. Fazendo uma soma vetorial, percebe-se que
houve uma variação.
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Eluxidando a Física
Aceleração centrípeta
A aceleração centrípeta, conforme já foi falado, é
a aceleração que não altera o módulo da velocidade, mas
sim muda a direção do corpo. Essa aceleração é calculada
pela seguinte equação:
𝐯² Figura 19: condições em que ocorrem um movimento retardado. Em
𝐚𝐜 = (𝟕)
𝐫 ambos os casos a velocidade e aceleração apontam para direções
contrárias.
Movimento Uniformemente Variado (MRUV ou MUV)
Um movimento progressivo retardado é aquele
Agora analisaremos o tipo de movimento
no qual a velocidade ainda está positiva, apesar de
havendo aceleração. Por que o movimento acelerado é
diminuindo. Por exemplo, se em 2016 o Brasil cresceu
chamado de uniformemente variado? Isso se deve à
7%, em 2017, 4% e, em 2018, cresceu 2%, ele ainda está
velocidade crescer linearmente, uma vez que a aceleração
em crescimento ainda que esteja diminuindo.
é constante. Então, quais são os movimentos no MUV? São
os seguintes:
Classificação dos movimentos no gráfico (velocidade x
Movimento acelerado
tempo)
Esse movimento pode ocorrer de duas formas: 1)
o móvel está se deslocando com velocidade positiva Primeiro vamos analisar o caso da velocidade
(movimento progressivo, ou seja, no sentido positivo do pelo tempo (v x t) de um corpo. Os exercícios mais comuns
eixo dos espaços) e a aceleração também é positiva ou 2) do MUV são gráficos em que a velocidade vai variando e o
o móvel está se deslocando com velocidade negativa movimento deve ser analisado como progressivo ou
(movimento retrógrado, ou seja, no sentido negativo do retrógrado e acelerado ou retardado. Vamos fazer isso
eixo dos espaços) e a aceleração também é negativa. para o seguinte caso:
Muito importante ficar atento ao fato de que não importa
o sinal da aceleração, e sim a concordância do seu sinal
com o sinal da velocidade.
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Eluxidando a Física
Trecho 1:
v < 0 (velocidade negativa) → movimento Figura 20 : gráfico v x t com velocidade constante, isto é,
retrógrado sem aceleração.
a < 0 (velocidade fica cada vez mais negativa;
inclinação para baixo) Para calcular o espaço percorrido por um móvel
Movimento retrógrado acelerado (segundo caso que tem o movimento de acordo com o gráfico, podemos
da Figura 18) – velocidade e aceleração no ter alguns raciocínios:
mesmo sentido - O móvel percorre 10 m/s (10 metros a cada
Trecho 2: segundo) durante 5 segundos. Logo, em 5 segundos ele
v < 0 (velocidade negativa) → movimento andou 50 m;
∆s ∆s
retrógrado - v = ∆t → 10 = 5−0 → ∆s = 50 m
a = 0 (velocidade não muda. Está constante) → Não importa qual dos dois raciocínios foram
movimento uniforme utilizados, a resposta é a mesma, 50 m., que é exatamente
Movimento retrógrado uniforme – não há a área embaixo do gráfico! E isso faz todo o sentido. Para
aceleração, portanto não se classifica em entender o porquê faz sentido, vamos fazer uma análise
acelerado ou retardado. dimensional:
Trecho 3: m
v < 0 (velocidade negativa) → movimento [A] = b. h = s. = m
s
retrógrado A área do gráfico tem exatamente a unidade de
a > 0 (inclinação para cima) espaço. Agora vejamos o seguinte gráfico:
Movimento retrógrado retardado (segundo caso
da Figura 19) – velocidade e aceleração em
sentidos contrários
Trecho 4:
v = 0 (em cima do eixo do tempo)
a > 0 (inclinação para cima)
Movimento acelerado – como não há velocidade,
mas tem aceleração, o movimento é acelerado,
necessariamente
Trecho 5:
v>0 (velocidade positiva) → movimento
progressivo
a > 0 (inclinação para cima)
Movimento progressivo acelerado (primeiro Figura 21: gráfico v x t com velocidade crescendo linearmente, isto é,
aceleração constante.
caso da Figura 18) – velocidade e aceleração no
mesmo sentido
Pede-se para calcular a aceleração da figura,
Trecho 6:
pode-se usar a definição, equação (5). Basta ver o quanto
v > 0 (velocidade positiva) → movimento
varia da velocidade em relação ao tempo. Uma maneira
progressivo
gráfica é basicamente calcular o coeficiente angular da
a=0
reta (um pouco mais à frente, em Bônus Equação Primeiro
Movimento progressivo uniforme
e Segundo Grau abordará sobre equação da reta). Quanto
Trecho 7:
mais inclinada a reta, maior a aceleração. Uma reta
v > 0 (velocidade positiva) → movimento
horizontal tem coeficiente angular nulo, logo, não há
progressivo
aceleração.
a < 0 (inclinação para baixo)
Num gráfico s x t a área embaixo do gráfico não
Movimento progressivo retardado (primeiro
tem significado físico. Mas a inclinação da reta fornece a
caso da Figura 19) – velocidade e aceleração em
velocidade, assim como a inclinação do gráfico v x t
sentidos contrários.
fornece a aceleração.
Cálculo da Velocidade e Espaço no Gráfico
Um gráfico pode fornecer muito mais informação
do que somente análise de movimento. Veja a figura a
seguir:
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Eluxidando a Física
Equações do MUV
Outro tópico de extrema importância dentro da
cinemática são as equações para o cálculo da velocidade e
do espaço percorrido no MUV.
Cálculo da velocidade a partir da definição de
aceleração:
∆v vf − vi
a= = → a. t = vf − vi → vf = vi + a. t
∆t t
𝐯 = 𝐯𝟎 + 𝐚. 𝐭 (𝟖)
Assim como foi feito para a equação (3), a
equação (8) pode ser representada de modo semelhante
à figura (12):
A aceleração na queda livre é g, com valor
aproximado de 10 m/s². A velocidade em qualquer
instante de tempo é dada por (velocidade inicial nula):
∆v v − v0 v
a= = → g = → v = gt
∆t t − t0 t
Figura 22: representação visual da equação (4) veja que quanto maior o Representando graficamente a velocidade pelo
tempo e a aceleração, maior será o vetor a.t pelo fato de que o veículo
variará mais intensamente a velocidade e por mais tempo. tempo:
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Eluxidando a Física
calcule a velocidade final que o corpo atinge ao tocar o m/s. Com o tempo é possível ir até mesmo memorizando
solo, em km/h. Desconsidere a resistência do ar. algumas conversões.
Portanto, a velocidade com que o objeto toca ao
Resposta: Para um exercício que não fornece figura, solo é de 72 km/h.
reforço que é interessante fazer uma figura ilustrativa de
modo a compreender melhor o exercício. Exemplo 9: Um automóvel está trafegando a uma
velocidade de 108 km/h na rodovia, quando percebe que,
a 50 metros de distância tem um trânsito parado à frente.
Sabendo que o veículo parou completamente após 4
segundos, qual foi sua aceleração?
Esses são os principais valores usados. Pode Toda função do primeiro grau é uma reta, em que
aparecer valores como 900 km/h. Se você souber que 90 a e b são parâmetros a serem encontrados dessa função,
km/h é 25 m/s, basta multiplicar por 10, o que dá 250 de modo que os valores desses parâmetros permitem
conhecer o comportamento da reta. Os dois parâmetros
18
Eluxidando a Física
da função do primeiro grau fornecem duas características Note que, diferente do caso anterior, a variação
da reta: inclinação da reta e ponto em que a reta corta o dos valores de y em relação a x é o mesmo (a diferença
eixo y. dos valores de y1 e de y1 sempre ficam constantes), o que
Inclinação da reta: A inclinação é dada pela já era esperado de enxergar antes mesmo de ver a tabela,
relação do quanto varia os valores de y em relação a x. Por uma vez que ambos têm o mesmo coeficiente angular,
exemplo, vejamos os dois seguintes casos: a=2, por isso a variação de ambos, em relação ao x, é 2.
y1 = 2x Mas veja que as duas funções, apesar de variarem igual,
y2 = 5x partem de valores diferentes de y. E este valor em x=0 é
A tabela a seguir mostra como y1 e y2 variam para justamente o parâmetro b. Verifique abaixo:
os mesmos valores de x. y = ax + b → y(0) = a. 0 + b
y(0) = b
x=1 x=2 x=3 x=4 Exemplo 10: Encontre a equação da reta que
y1 2 4 6 8 passa pelos pontos (4,5) e (6,11).
y2 5 10 15 20 Resposta: Para isso, o jeito mais braçal de
Graficamente: encontrar a equação da reta é substituir os dois pontos na
equação da reta (y = ax + b) e resolver o sistema linear
que resulta disso:
5 = a. 4 + b
{
11 = a. 5 + 11
Entretanto, há um jeito mais lógico e rápido,
aproveitando o que foi exposto dos parâmetros acima:
Δy 11 − 5 6
a= = = =3
Δx 6−4 2
A equação da reta fica da seguinte maneira:
y = 3x + b
Para encontrar b, basta substituir qualquer um
dos dois pontos, (4,5) ou (6,11), na equação acima:
(4,5)
y = 3x + b → 5 = 3.4 + b → b = 5 − 12 = −7
y = 3x − 7
Verifique que substituindo por (6,11) o resultado
seria o mesmo, isto é, b=-7.
Esse método de resolução se aplica a qualquer
Figura 23: representação das retas e as respectivas inclinações. equação do primeiro grau. Portanto, esqueça métodos
para decorar a equação da reta. Tudo o que foi passado
Podemos, portanto, afirmar que a inclinação está até aqui é o suficiente.
diretamente relacionada à variação de y em relação em x.
Logo: Equação do segundo grau
Função do segundo grau é toda função cujo grau
∆𝐲 da variável x é 2, conforme está escrito abaixo:
𝐚= (𝟏𝟐)
∆𝐱
f(x) = ax 2 + bx + c
Agora, será investigado o parâmetro b. Verifique 𝐲 = 𝐚𝐱 𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜 (𝟏𝟑)
os casos abaixo:
y1 = 2x + 1 Para que este tópico não se estenda muito, os
y2 = 2x + 5 parâmetros a, b e c serão explicados rapidamente, uma
A tabela abaixo mostra como ficam os valores de vez que o principal ponto é explicar sobre métodos de
y1 e y2 variam conforme x: resolução das equações do segundo grau.
19
Eluxidando a Física
20
Eluxidando a Física
frequência: mensura quantas vezes um período de tempo A velocidade angular tem relação com a
é necessário para completar um ciclo. Não somente a frequência. Mas a primeira é calculada em rad/s (radianos
definição é inversa, como a própria equação que relaciona por segundo), enquanto a segunda é calcula em Hz (ciclos
ambos também é: por segundo).
1 1 É sabido que uma volta corresponde a 2π
f = ou T =
T f radianos. Logo, uma frequência de 1 Hz (1 volta por
1 −1 segundo) corresponde a 2π rad/s. Com isso, a equação
[ f ] = = s = Hz (Hertz)
s que relaciona frequência e velocidade angular é:
Lembrete: 𝛚 = 𝟐. 𝛑. 𝐟 (𝟏𝟖)
Frequência: espaço angular num dado tempo
Período: um dado espaço angular no tempo Para aplicar essas equações nos exercícios,
seguem dois exemplos.
Espaço Angular
Exemplo 12: Um corpo, em movimento circular
O espaço angular, conforme já foi dito, tem uniforme, parte de um ângulo de 30° do eixo horizontal e
grande semelhança com o espaço retilíneo. se movimenta a uma velocidade de 120° por segundo.
Movimento retilíneo uniforme: 𝐬 = 𝐬𝟎 + 𝐯. 𝐭 (𝟑)
Quantas voltas completas o corpo terá dado após 15
Movimento circular uniforme: 𝛉 = 𝛉𝟎 + 𝛚. 𝐭 (𝟏𝟒) segundos?
Em que 𝜃 (letra do alfabeto grego chamada de Resposta: Substituindo os valores, temos:
theta, lê-se “téta”), expresso em radianos, é espaço
angular final, θ0 é o espaço angular inicial (também
expresso em radianos) e ω é a velocidade angular, que no
MCU é uniforme, ou seja, não varia.
Assim como feito para o caso linear, no caso
angular a seguinte frase é válida: "o ponto que eu saio
mais o ponto que eu ando é o ponto que eu chego".
Além dessa analogia entre o deslocamento linear
e angular, há uma relação direta entre elas, dada por:
𝐬 = 𝛉. 𝐫 (𝟏𝟓)
21
Eluxidando a Física
de 90°/s, enquanto B parte do ângulo 60° a uma Logo, fica válida a relação:
velocidade angular anti-horária de π rad/s. Em qual
instante os corpos A e B se encontram? v1 = v2
Resposta: esse exercício é muito semelhante ao 𝛚𝟏 . 𝐫𝟏 = 𝛚𝟐 . 𝐫𝟐 (𝟏𝟗)
exemplo 4. Antes de fazer a função horária de cada um, é
necessário deixar todos na mesma unidade. Será optado
pelo uso em rad e rad/s.
22
Eluxidando a Física
Exemplo 14: A figura abaixo mostra quatro As equações do MCUV são as apresentadas a
engrenagens vistas de cima. Sabendo que não há nenhum seguir (colocadas junto com as equações do MUV para
deslizamento entre elas e que a engrenagem 1 gira a 2 ficar fácil fazer a analogia):
Hz, calcule:
a) a velocidade linear da engrenagem 4, se r4 = Deslocamento angular:
(1/π) m. 𝐚. 𝐭 𝟐
b) a velocidade angular da engrenagem 4. 𝐬 = 𝐬𝟎 + 𝐯𝟎 . 𝐭 + (𝟏𝟎)
𝟐
c) O sentido de giro de cada uma das engrenagens. 𝛂. 𝐭²
𝛉 = 𝛉𝟎 + 𝛚𝟎 . 𝐭 + (𝟐𝟏)
𝟐
Velocidade angular:
𝐯 = 𝐯𝟎 + 𝐚. 𝐭 (𝟖)
𝛚 = 𝛚𝟎 + 𝛂. 𝐭 (𝟐𝟐)
𝐯 𝟐 = 𝐯𝟎𝟐 + 𝟐. 𝐚. 𝚫𝐬 (𝟗)
𝛚𝟐 = 𝛚𝟐𝟎 + 𝟐. 𝛂. 𝚫𝛉 (𝟐𝟑)
23
Eluxidando a Física
0 = π + α. 3
π v² (ω. r)² ω2 . r²
α2 = − rad/s² ac = = = = ω2 . r
3 r r r
Deslocamento do primeiro trecho: 𝜋 2 π² π²
ω2 = ω20 + 2. α. Δθ ac = ( ) . r = . 0,5 = m/s²
𝜋 9 81 162
π2 = 0² + 2. . Δθ a c = 0,062 m/s²
18 Obs.: π²≅10.
𝜋
π2 = 2. . Δθ
18
Δθ = θ = 9π rad Lançamento Oblíquo
𝑠 = 𝜃. 𝑟 = 9𝜋. 0,5 O lançamento oblíquo é todo lançamento (v0 ≠
𝑠 = 4,5π m 0) cujo ângulo do corpo lançado com a horizontal é um
Outro modo de pensar (muito mais matemático ângulo tal que esteja no intervalo 0 ≤ θ ≤ 90°.
do que físico), uma vez que obteve 9π de deslocamento Nesse lançamento há uma composição de
angular, é o seguinte: movimento do corpo no eixo x e no eixo y que têm
2π rad − 1 volta comportamentos distintos. No eixo y, isto é, na vertical, o
9π rad − n voltas corpo sofre a ação da aceleração da gravidade. Se sofre a
2π. n = 9π ação de uma aceleração, as equações são do MUV. Já o eixo
9π 9 x, isto é, eixo horizontal, não há ação de nenhuma
n= = = 4,5 voltas
2π 2 aceleração ou ação externa6, com isso, as equações que se
Agora, deve ser lembrado que o comprimento de dão nessa componente são todas do MU.
uma volta é 2πr: O lançamento oblíquo que é arremessado do solo
1 volta − 2πr forma uma parábola (figura 27), devido à ação da
4,5 voltas − s aceleração da gravidade. Logo, as propriedades e
s. 1 = 4,5.2. π. r características vistas para exercícios de parábola são
s = 9π. r = 9π. 0,5 usados no lançamento oblíquo em seu movimento no eixo
9π y. A equação do espaço do MUV é uma função do segundo
𝑠1 = m
2 grau, que, conforme vimos no tópico bônus das equações
Esse modo foi mais trabalhoso. Mas foi colocado de primeiro e segundo grau, é uma parábola.
como uma outra alternativa. Sempre é bom enxergar uma Mas muito cuidado! São duas parábolas que
resolução por alternativas diferentes, ainda que uma das surgem em lançamento oblíquo: 1) A parábola que o
resoluções seja pior. O importante é ter o conhecimento movimento todo do lançamento oblíquo descreve no ar,
porque pode ter casos em que a segunda alternativa é conforme a figura 27 (ou seja, está em função do espaço)
mais rápida. e; 2) A parábola que o movimento vertical descreve num
Agora, na desaceleração foi fornecido o tempo. movimento de subida, de parada na altura máxima, e de
Logo, a melhor equação a ser utilizada é a (21): descida (está em função do tempo).
α. t²
θ = θ0 + ω0 . t +
2
𝜋
− . 3²
θ = 0 + π. 3 + 3
2
9π
θ = 3π −
6
3π
θ = 3π −
2
18𝜋 9π
θ= −
6 6
18π − 9π 9π 3π
θ= = =
6 6 2
s = θ. r Figura 29: movimento parabólico do lançamento oblíquo. Note que a
3𝜋 velocidade horizontal é sempre igual. A velocidade na vertical varia, mas
s= . 0,5 nos pontos simétricos da parábola o tamanho do vetor é o mesmo. Note
2 que a referência para o sinal positivo é quando está apontado para cima.
3π A gravidade, nesse caso, será negativa devido ao referencial. Poderia ter
s2 = m optado pelo referencial para baixo. (Fonte:
4
Agora basta somar s1 e s2 : https://phet.colorado.edu/sims/html/projectile-
9π 3π 18π 3π 21π motion/latest/projectile-motion_en.html)
s1 + s2 = + = + = m
2 4 4 4 4
d) Para calcular a aceleração centrípeta, basta saber qual Agora, serão apresentadas as equações
a velocidade linear do disco no instante t=2 s: referentes ao lançamento oblíquo. Em nenhuma delas
ω = ω0 + α. t será colocado o número da equação, pois não se trata de
π nenhuma equação nova. Todas foram retiradas do MU e
ω = 0+ .2 do MUV. Portanto, não decore as equações que estão
9
2π abaixo, só lembre de relacioná-las às equações já
ω= rad/s conhecidas.
9
6Na verdade, em um caso real, um corpo sofre ação no eixo x também, vestibulares e de conteúdo de ensino médio a resistência do ar é
que é a força de resistência do ar. Portanto, a rigor, as equações do MUV desprezada.
deveriam ser usadas para ambos os eixos. Entretanto, para fins de
24
Eluxidando a Física
25
Eluxidando a Física
Exemplo 17: Da janela de um prédio, a 20 m do chão, é Como uma componente é muito maior que a
arremessada uma pedra horizontalmente, de forma a outra, o valor da hipotenusa será muito próximo ao valor
tocar no chão a 5 m da base do prédio, conforme esquema da maior componente. Isso é uma boa aproximação.
a seguir. Considerando g=10 m/s², calcule: Comparando a resposta dada com a que leva em conta os
a) O tempo que a pedra demora, desde o seu lançamento, 2,5², há um erro menor que 1%.
para tocar no chão. a) Para descobrir qual a função da parábola em função do
b) A velocidade inicial da pedra ao ser arremessada. espaço, basta enxergar o eixo vertical como eixo y e o
c) A velocidade da pedra ao atingir o chão. horizontal como eixo x.
d) A equação da trajetória da pedra y=f(x). y = ax 2 + bx + c
Resposta: O desenho esquemático da situação Quando a pedra é solta, x=0 e y=0 (referencial
encontra-se a seguir (veja que está arbitrado aonde é o adotado)
referencial e em que sentido ele cresce): 0 = a. 02 + b. 0 + c
c=0
Quando a pedra cai no chão, x=5 e y=20
y = ax 2 + bx
20 = a. 52 + b. 5
20 = 25a + 5b → 4 = 5a + b
Como a parábola é totalmente simétrica em
relação ao seu ponto de vértice, temos que o outro ponto
em que a pedra toca no solo é quando x=-5 m (lembre-se
que pensar num x negativo é um artifício matemático para
encontrar a função):
y = ax 2 + bx
20 = a. (−5)2 + b. (−5)
20 = 25a − 5b
4 = 5a − b
Para encontrar a e b, usa-se um sistema:
a) O cálculo do tempo pode ser feito a partir do eixo 5a + b = 4
{
vertical do lançamento oblíquo. Como o tempo é pedido, a 5a − b = 4
equação a ser usada será do deslocamento vertical: Vamos ver uma maneira lógica de encontrar a
a. t² resposta: veja que nos dois casos tem 5a e 4. Isso significa
h = h0 + v0 y . t + que mesmo somando ou substraindo b a resposta não
2
A altura final é de 20 metros, enquanto a inicial é de 0. muda. Isso significa que b=0
Como o sentido arbitrado é favorável ao sentido da 5a + 0 = 4
gravidade, então a aceleração será 10 m/s² positiva. 4
a = = 0,8
Além disso, a pedra não tem velocidade inicial na 5
componente vertical, v0y : Portanto:
y = f(x) = 0,8x²
10. t²
20 = 0 + 0. t + Agora uma pergunta teórica: qual objeto cai mais
2 rápido? Um que é abandonado do repouso ou um que tem
10. t²
20 = uma velocidade inicial para a direita, conforme ilustra a
2 figura(19)?
40 = 10. t²
4 = 1. t²
𝐭 = 𝟐𝐬
b) Como o tempo de queda é de 2 segundos e a pedra se
move 5 metros na horizontal, velocidade esta que é
constante, temos:
∆s 5
vx = =
∆t 2
𝐯𝐱 = 𝟐, 𝟓 𝐦/𝐬
c) Quando o enunciado pede a velocidade da pedra, sem
se referir qual componente, o pedido é a velocidade total,
isto é, o valor que é encontrado fazendo Teorema de Figura 30: qual dos dois casos o corpo cai primeiro?
Pitágoras com as componentes.
v 2 = vx2 + vy2 Na verdade, apesar de induzir a responder que o
A velocidade vx é constante o tempo todo, logo corpo da esquerda cairia primeiro, os dois corpos cairão
juntos, pois o que importa é a velocidade na vertical.
basta encontrar vy . Este valor pode ser encontrado com a
g. t 2
seguinte equação: h = h0 + v 0 y . t −
vy = v0y + g. t 2
O tempo de queda do corpo está ligado somente
vy = 0 + 10.2 à altura inicial, à velocidade inicial em y e à gravidade.
vy = 20 m/s Para todos esses 3 parâmetros, ambos são iguais.
v 2 = (2,5)² + 20² Portanto, tocarão no solo ao mesmo tempo.
𝐯 ≈ 𝟐𝟎 𝐦/𝐬
26
Eluxidando a Física
E6) Um automóvel está trafegando numa via a 72 km/h, E9) Dois corpos, A e B, estão se movimentando sobre uma
quando observa carros parados 20 metros à frente circunferência. A parte do espaço angular -30° a uma
27
Eluxidando a Física
velocidade angular horária de π rad/s, enquanto B parte a) os módulos das velocidades angulares 𝜔𝑅 da roda
do ângulo 60° a uma velocidade angular anti-horária de dianteira da bicicleta e 𝜔𝐷 do eixo do dínamo, em rad/s;
π/2 rad/s 1 segundo após o A partir. Em qual instante os b) o tempo T que o eixo do dínamo leva para completar
corpos A e B se encontram pela quarta vez? Nesse uma volta;
instante, quantas voltas completas A deu? E B?
Note e adote: π=3. Considere que o contato do eixo do
E10) (Fuvest) Arnaldo e Batista disputam uma corrida de dínamo com o pneu se dá em R = 50 cm.
longa distância. O gráfico das velocidades dos dois atletas,
no primeiro minuto da corrida, é mostrado a seguir: E13) (Fuvest – 2011) Uma menina, segurando uma bola
de tênis, corre com velocidade constante, de módulo igual
a 10,8 km/h, em trajetória retilínea, numa quadra plana e
horizontal. Num certo instante, a menina, com o braço
esticado horizontalmente ao lado do corpo, sem alterar o
seu estado de movimento, solta a bola, que leva 0,5 s para
atingir o solo. As distâncias sm e sb percorridas,
respectivamente, pela menina e pela bola, na direção
horizontal, entre o instante em que a menina soltou a bola
(t = 0 s) e o instante t = 0,5 s, valem:
a) sm = 1,25 m e sb = 0 m.
b) sm = 1,25 m e sb = 1,50 m.
a) A aceleração a B de Batista em t=10 s; c) sm = 1,50 m e sb = 0 m
b) As distâncias dA e dB percorridas por Arnaldo e Batista, d) sm = 1,50 m e sb = 1,25 m
respectivamente, até t= 50 s; e) sm = 1,50 m e sb = 1,50 m.
c) A velocidade média vA de Arnaldo no intervalo de
tempo entre 0 e 50 s. E14) (Unicamp 2018) Esteiras rolantes horizontais são
E11) (Fuvest - Modificada) Um DJ, ao preparar seu frequentemente instaladas em grandes aeroportos para
equipamento, esquece uma caixa de fósforos sobre o disco facilitar o deslocamento das pessoas em longos
de vinil, em um toca-discos desligado. A caixa se encontra corredores. A figura ao lado mostra duas esteiras rolantes
a 10 cm do disco. Quando o toca-discos é ligado, no que se deslocam em sentidos opostos com velocidades
instante t=0, ele passa a girar com aceleração angular constantes em relação ao piso em repouso (𝑣⃗𝑒1 e 𝑣⃗𝑒2 ) e de
constante 𝛼= 1,1 rad/s², até que o disco atinja a mesmo módulo, igual a 1,0 m/s. Em um mesmo instante,
frequência final f=33 rpm que permanece constante. duas pessoas (representadas por A e B) que se
Determine: deslocavam com velocidade constante de módulo igual a
vA = 1,5 m/s e vB = 0,5 m/s em relação ao piso e em
a) A velocidade angular final do disco, ωf , em rad/s. sentidos contrários entram nas esteiras e continuam
b) O instante t f em que o disco atinge a velocidade caminhando como anteriormente, como mostra a figura.
angular ωf . As esteiras rolantes têm comprimento total de 120 m.
Note e adote: Aceleração da gravidade local g=10 m/s²;
π=3.
28
Eluxidando a Física
km em aproximadamente 5 dias, partindo de Nagoya no do vento é v=18 km/h, teria uma frequência de rotação
Japão até o Havaí nos Estados Unidos da América. A de
velocidade escalar média desenvolvida pelo avião foi de
aproximadamente
a) 54 km/h
b) 15 km/h
c) 1296 km/h
d) 6480 km/h
29
Eluxidando a Física
30
Eluxidando a Física
E28) A figura a seguir mostra dois discos de papelão a) Qual seria a altitude máxima atingida pelo foguete, se
fixados a um mesmo eixo, que gira com frequência igual a pudéssemos desprezar a resistência do ar?
50 Hz. Os discos foram fixados a locais distantes 2 m um b) Com que velocidade, e depois de quanto tempo, ele
do outro. Um projétil foi disparado paralelamente ao eixo, voltaria a atingir o solo?
movendo-se em um movimento suposto retilíneo e
uniforme, perfurando dois discos. O ângulo entre o o E33) (AFA 2018) O gráfico seguinte representa a
plano que contém o eixo e o furo no primeiro disco e o velocidade escalar v de uma partícula em movimento
plano que contém o eixo e o furo do segundo disco é igual retilíneo.
a 45°. Determine a velocidade do projétil.
b)
31
Eluxidando a Física
b) 160 m
c) 2,5 m/s
E11)
a) ωf =3,3 rad/s
b) 𝑡𝑓 = 3 𝑠
E12)
a) ωR = 12 rad/s
c) b) ωD = 750 rad/s
E13) E
E14) a) 48s
b) 30s
E15) A
E16) A
d)
E17) C
E34) (IME 2019) Uma partícula desloca-se solidária a um E18) B
trilho circular com 0,5 m de raio. Sabe-se que o ângulo q, E19) 15,8 km/s
indicado na figura, segue a equação θ = t² , onde t é o E20) C
tempo em segundos e q é o ângulo em radianos. O módulo E21) D
do vetor aceleração da partícula, em t = 1 s , é: E22) C
E23)
a) Arco de parábola
b) Reta
c) 0,8 m
d) 2,0 m
e) 2,5 m/s
E24)
I) E
II) C
E25) C
E26)
a) 0,8 s
b) 2,4 m
a) √5
c) 6 m/s
b) √2
E27) 800 m/s
c) 1
E28) 5x
d) 2√5 E29)
e) 2 a) 2 m e 2 m/s
b) Δx=2t.Δt-5.Δt+(Δt)²
Gabarito c) v=2t-5
E1) E30)
t=1 s: 5 m/s a) Sim
t=3 s: 0 b) Após 400m ao iniciar a freada.
t=5 s: -10 m/s E31)
t=7 s: 0 a) 16,5 km
t=9 s: 10 m/s b) 570 m/s e 133 s
E2) t=5s e s=40 m E32)
E3) 11,375 m/s a) 3375 m
E4) t=10 s
b) v = 150√3 e t = 15√3
s=80 m
E33) D
E5) 50 km/h
E34) A
E6) t=2 s e a=-10 m/s²
E7) ω6 = 2,88π rad/s
𝜔6
= 1,44
𝜔1
E8) B
E9) 16/3 s. Corpo A: 2 voltas, Corpo B: 1 volta
Dica: Comece |θB | + |θA | = n. 2π, em que n é a n-ésima
vez em que os corpos se encontram. Pode ser também
θB − θA = n. 2π.
E10)
a) 0,2 m/s²
32