Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
P R I N C Í P I O S F Í S I C O S AP L I C A D O S ÁS C AL D E I R AS
Para você compreender o estudo sobre caldeiras, é necessário que tenha noções
básicas de física, especificamente calorimetria, que é um ramo da termologia.
1 . 1 G E N E R AL I D AD E S
V o cê s a be o q u e si g ni f ic a a pa l a vr a F ís i ca ?
A palavra física advém do latim "Physicu”, que significa natureza. Então, a física estuda
tudo que nos rodeia, estuda os fenômenos que ocorrem na natureza.
15
C AD 0 1
Didaticamente, a física subdivide-se em:
1 . 2 E S TU D O D A G R AN D E Z A P R E S S Ã O
V ocê sabia?
"O ar exerce uma força em todas as direções e sobre todos os objetos e seres
vivos que se encontram mergulhados nele."
Temos sobre a cabeça uma coluna de ar de pouca densidade, com cerca de 400
quilômetros de altura. Se calcularmos a força exercida por unidade de superfície, obteremos o
valor de uma pressão. A essa pressão chamaremos de pressão atmosférica.
A atmosfera terrestre é composta por vários gases, que exercem uma pressão sobre a
superfície da Terra. Dependendo da altitude do local, à medida que nos afastamos da
superfície do planeta, o ar se torna cada vez mais rarefeito, exercendo uma pressão sobre a
superfície da Terra cada vez menor.
Na figura 1.1, as pressões nos pontos A e B são iguais (pontos na mesma horizontal e no
mesmo líquido). A pressão no ponto A corresponde à pressão da coluna de mercúrio dentro do
tubo, e a pressão no ponto B corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar:
16
Figura 1.1 – Coluna de Mercúrio & o Físico Evangelista Torricelli.
Pascal realizou a mesma experiência que Torricelli, porém em seu aparato utilizou água
(H2O), conseguindo uma coluna de 10,33m Logo:
A maior pressão atmosférica é obtida ao nível do mar (altitude nula). Para qualquer outro
ponto acima do nível do mar a pressão atmosférica é menor. A tabela a seguir apresenta a
variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude.
Pressão atmosférica
Altitude (m) (mmHg) Altitude (m) Pressão (mmHg)
Devemos saber que a matemática se constitui numa ferramenta que auxilia a física para
explicar fenômenos empíricos (experimentais). Assim, matematicamente, definindo pressão,
F
escrevemos: P=
S
17
C AD 0 1
Onde:
Tal expressão nos mostra que a força (no numerador) é diretamente proporcional à
pressão, enquanto a superfície (no denominador) é inversamente proporcional à pressão, em
outros termos, quando diminuímos a força, a pressão diminui e, quando diminuímos a
superfície ,a pressão aumenta.
Consideremos um tijolo sobre uma folha de papel. Se colocarmos o tijolo sobre a folha de
papel na posição deitado (na horizontal), seremos capazes de equilibrar o tijolo sobre a folha
de papel. No entanto, se colocarmos o tijolo sobre a folha de papel na posição em pé (vertical),
é quase certo que o papel se romperá.
O que ocorreu? A pressão aumentou, pois, quando a superfície atuante do tijolo sobre o
papel é menor (tijolo na posição em pé), a pressão exercida sobre o papel é maior. Por isso
que, matematicamente, escrevemos:
F
P=
S
Outro exemplo físico da grandeza pressão é ilustrado na figura 1.3: quem está em pé na
areia movediça afunda mais rápido.
18
1.2.2 Pressão manométr ica e pr essão absoluta
As unidades decorrem da própria definição, isto é, são obtidas pelo quociente da unidade
de força pela unidade de superfície:
u( F )
u( p ) =
u( S )
No Sistema CGS temos:
Unidade de comprimento cm
d
Assim: u(p) = =b
cm 2
No sistema técnico (MK*S)
Unidade de comprimento m
Unidade de massa kg
19
C AD 0 1
Kgf
u(p) = = Bar (ba)
cm 2
No Sistema Internacional de Unidades (SI) ou MKS, temos:
Unidade de comprimento m
Unidade de massa kg
Resumindo:
d
CGS u(p) = = BÁRIA(b)
cm 2
kgf
MK*S u(p) = = Bar(ba)
cm 2
N
SI u(p) = = PASCAL(Pa)
m2
N
1BAR = 10 5
m2
1 . 3 T E M P E R AT U R A E C AL O R
Você está acostumado à noção de "temperatura", antes de mais nada, pela sensação de
calor ou frio, quando tocamos um objeto. Além disso, aprende logo, pela experiência, que, ao
colocar um corpo quente em contato com um corpo frio, o corpo quente se resfria e o corpo frio
se aquece. Se esses corpos permanecerem em contato por algum tempo, eles parecerão ter o
mesmo grau de aquecimento ou resfriamento.
20
Figura 1.5 – Sensação de calor.
Afirmar que as temperaturas dos corpos são iguais ou diferentes, baseando-se nas
sensações obtidas pelo contato com a nossa pele, pode multas vezes trazer enganos. Por
exemplo, se você mergulha uma das mãos na água quente e a outra na água fria, após certo
intervalo de tempo, mergulhando as duas mãos na água morna, provavelmente você irá dizer
que a temperatura da água morna é diferente para cada mão, embora na realidade a água
morna apresente uma única temperatura.
21
C AD 0 1
A graduação se dá a partir de dois pontos fixos, correspondentes a dois fenômenos bem
conhecidos: a fusão do gelo e a ebulição da água. A temperatura de fusão do gelo sob pressão
normal é denominada ponto de gelo; a temperatura de ebulição da água sob pressão normal é
denominada ponto de vapor.
Nessa escala, atribui-se o número 0 (zero) ao ponto de gelo e o número 100 ao ponto de
vapor. O intervalo entre 0 e 100 é dividido em 100 partes iguais denominadas graus Celsius.
Nos países de língua inglesa, utiliza-se a escala Fahrenheit, proposta pelo físico Gabriel
Fahrenheit (1686-1736). Nesta escala, atribui-se o número 32 ao ponto de gelo e 212 ao ponto
de vapor. O intervalo entre 32 e 212 é dividido em 180 (212 – 32 = 180) partes iguais,
chamadas graus Fahrenheit.
Com base na teoria dos gases, o físico inglês Lord Kelvin (William Thomson, 1824-1907)
estabeleceu a escala absoluta, conhecida também por escala Kelvin ou escala
termodinâmica. Nesta escala, o número 273 corresponde ao ponto de gelo e 373 ao ponto de
vapor.
C−0 F − 32 k − 273
= =
100 − 0 212 − 32 373 − 273
Veremos a seguir o processo de conversão das temperaturas entre as escalas.
22
Logo, teremos:
9C = 5(F – 32)
E xercício resolvido
23
C AD 0 1
Logo, teremos:
C = K – 273
E xercício resolvido
24
Em meados do século XVIII, o calor era concebido como uma substância invisível
usualmente denominada calórico. Assim, um corpo mais quente que outro continha mais
calórico, e, quando colocados um em presença do outro, o calórico fluía do mais quente para o
mais frio.
Calor é uma forma de energia que passa de um corpo para outro, em virtude,
somente, da diferença de temperatura entre eles.
Isto significa que o calor é energia em trânsito, que vai do corpo quente para o
corpo frio até que eles entrem em equilíbrio térmico.
1 . 3. 2. 1 Un id ad es da gra nd e za c alo r
Como você já sabe, o calor é uma forma de energia (térmica em trânsito). Então, sua
quantidade pode ser medida com a mesma unidade que mede a energia, como a mecânica, a
elétrica, a potencial, a cinética e outras.
25
C AD 0 1
Para fins práticos, considere a definição de caloria válida de 0 a 100° C. Outra
unidade da grandeza calor muito utilizada é quilocaloria (kcal).
Você sabe que, quando dois ou mais corpos a temperaturas diferentes são colocados um
em presença do outro, tende a se estabelecer entre eles o equilíbrio térmico.
A regra geral é que o calor se propaga a partir dos corpos mais quentes para os mais
frios. O sentido de propagação do calor concorda sempre com o sentido das temperaturas
decrescentes.
O calor passa dos corpos quentes para os mais frios, de três maneiras:
por condução;
por convecção;
por irradiação.
a – Condução do calor
Segure uma barra de ferro por uma das extremidades e coloque a outra sobre uma
chama. Em pouco tempo, a extremidade que você segura também estará quente.
Na figura abaixo, podemos verificar a condução do calor através de uma barra de metal.
Aderindo pequenas bolas de cera ao longo dessa barra e aquecendo apenas uma
extremidade, observaremos a queda sucessiva delas, à medida que o calor se espalha ao
longo da barra.
Nos líquidos, o calor quase não se propaga pelo processo da condução. Nos gases, o
calor pelo processo de condução é muito mal conduzido, pois as moléculas dos gases estão a
distâncias relativamente grandes.
Muito maus condutores de calor são, por exemplo, além dos gases, a lã, lã de vidro,
cortiça, gelo, isopor, papel amianto, por causa do ar que está aprisionado neles. Estes
materiais são conhecidos como "isolantes térmicos".
b – Convecção do calor
Vimos que, nos fluidos (líquidos e gases), quase não se verifica a condução do calor. No
entanto, eles podem ser aquecidos ou resfriados facilmente pelo processo de "convecção
térmica".
Quando queremos aquecer uma sala, devemos colocar a fonte de calor em posição
baixa.
convecção térmica.
c – Irradiação do calor
Num dia frio, você pode sentir calor se estiver sob ação direta dos raios solares. Porém,
se você se colocar à sombra, sentirá frio. Entre o Sol e a Terra, quase não há matéria,
27
C AD 0 1
portanto o calor não está chegando por condução ou por convecção. Recebemos calor por
"irradiação".
Quando você coloca a mão sob um ferro de passar roupa, aquecido, recebe calor
principalmente por irradiação, pois praticamente não há condução, uma vez que o ar é mau
condutor de calor. Também não há convecção, pois o ar aquecido tende a subir.
A garrafa térmica se opõe à propagação do calor pelas três formas, ou seja, por
condução, convecção e irradiação. A garrafa é de vidro, de paredes duplas, no interior do qual
é feito vácuo, de modo que não ocorre nem condução nem convecção.
Como as paredes do vidro são prateadas, não há transferência de calor por irradiação.
É fato conhecido que corpos revestidos de cores claras absorvem pouco calor e refletem
muito. Por outro lado, cores escuras são bons absorventes de calor, porém, em compensação,
perdem calor rapidamente, uma vez retirada a fonte. Por isso, diz-se que bons absorventes de
energia radiante são bons emissores.
28
As chaleiras devem ser bem polidas para que irradiem pouco calor; o fundo deve ser
rugoso ou, de preferência, negro, para que absorva facilmente o calor.
Q = m.c.∆t
Isto é: a quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto da massa (m) pelo calor
específico (c) e pela diferença de temperatura t.
Cada substância possui seu calor específico. O calor específico da água, por exemplo, é
de uma caloria por grama, grau Celsius, numa faixa de temperatura de zero até 100° C.
Assim:
Solução:
A quantidade de calor procurada refere-se a calor sensível, pois existe uma diferença de
temperatura. Não houve mudança de estado. Logo, temos:
29
C AD 0 1
Exemplo 2: se desejarmos aquecer 15 Kg de água de 5 até 15oC, serão necessárias 150
Kcal, ou seja:
Esse calor é chamado “calor sensível”, pois, ao ser fornecida, a água elevou sua
temperatura de 5 até 15oC.
Vimos, quando do estudo sobre Calor Sensível, que este produz variação de
temperatura. Já o Calor Latente, por sua vez, produz mudança de estado físico num corpo.
Uma quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo é denominada latente quando,
durante a sua troca, o corpo permanece com a temperatura constante, mudando, então, de
estado.
Ao colocarmos uma chaleira com água no fogo, quando a água atingir 100° C, começará
a mudança de estado, chamada vaporização.
Para a água, por exemplo, com pressão de 1atm, o calor latente de vaporização (Lv) é
igual a 539 calorias por grama.
Onde:
Quando uma substância, num dos três estados físicos citados, recebe ou cede certa
quantidade de energia térmica, pode sofrer uma alteração na forma de agregação de suas
partículas, passando de um estado físico para outro. Essa passagem é denominada Mudança
de Estado Físico da Matéria.
30
Figura 1.18 – Mudanças de estado da matéria.
É bom que você saiba que todas essas transformações (fusão, solidificação, vaporização,
liquefação, sublimação e ressublimação) ocorrem com a temperatura constante (mantendo-se
a mesma). Chamamos a isso de Processo Isotérmico.
Considere agora um vaso transparente com água e coloque-o sobre uma chama. Após
certo tempo, você vai observar que começam a se formar bolhas no interior do líquido, e a
vaporização processa-se de maneira rápida e turbulenta.
31
C AD 0 1
A esse tipo de vaporização que se processa de uma maneira rápida e turbulenta, com
formação de bolhas no interior do líquido, denominamos ebulição.
P (mmHg) t (oC)
6,5 5
9,2 10
92,6 50
760 100
11650 200
132700 350
A diminuição da pressão sobre o líquido, por meio de uma bomba de vácuo, facilita a
formação de bolhas, fazendo com que o liquido entre em ebulição em temperaturas abaixo de
100°C. Dizemos, então, que o líquido ferve a 10°C, 20°C, 30°C.
O aumento da pressão sobre o liquido, como nas panelas de pressão e caldeiras, dificulta
a formação de bolhas uma vez que estas vão sendo esmagadas pela elevação da pressão.
Conseqüentemente, a ebulição só corre em temperaturas mais altas.
Sob pressão de 218 atmosferas (atm), a água pode ser mantida líquida até a temperatura
de 374°C, denominada "temperatura crítica".
32
A solidificação, a liquefação e a ressublimação são Transformações Exotérmicas, já
que se processam através de perdas de calor.
É importante observar que a quantidade de calor que cada unidade de massa de uma
substância precisa receber para sofrer fusão é igual à que precisa ceder para sofrer a
transformação oposta, a solidificação, na mesma temperatura. Raciocínio idêntico vale para a
vaporização e para a liquefação.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
(a) termômetro.
(b) higrômetro.
(c) manômetro.
(d) pirômetro.
33
C AD 0 1
1.1.9) Que escala termométrica é considerada “absoluta”?
(a) Celsius.
(b) Kelvin.
(c) Fahrenheit.
(d) Rankine.
(a) 27,7o C.
(b) 37,7o C.
(c) 47,7o C.
(d) 57,7o C.
1 . 4 T E R M O D I N Â M I C A D O V AP O R D ’ Á G U A
1.4.1 Generalidades
Grande parte da geração de energia elétrica do Hemisfério Norte utiliza vapor d'água
como fluído de trabalho em ciclos termodinâmicos, transformando a energia química de
combustíveis fósseis ou nucleares em energia mecânica e, em seguida, em energia elétrica.
Toda indústria de processo químico tem o vapor como principal fonte de aquecimento:
reatores químicos, trocadores de calor, evaporadores, secadores e inúmeros processos e
equipamentos térmicos.
34
No estudo sobre caldeiras, é importante, desde já, sabermos que caldeira não é
máquina.
A geração do vapor ou sua produção pode ser realizada de diversas maneiras: desde
uma simples chaleira até por meio do calor proveniente dos modernos reatores atômicos, cujo
calor vaporiza a água nos chamados geradores de vapor.
O fato é que tanto caldeira quanto gerador de vapor se destinam a gerar vapor. Porém,
chama-se gerador de vapor um aparelho trocador de calor complexo que produz vapor a partir
de energia térmica (combustível), ar e fluido vaporizante, constituído por diversos outros
trocadores de calor associados e perfeitamente integrados, tais como: economizador,
aquecedor de ar e desarejador, dessuperaquecedor e superaquecedor, o que permite a
obtenção do maior rendimento térmico possível.
35
C AD 0 1
O economizador se constitui no último estágio de aquecimento da água de
alimentação. Ele recebe esse nome porque aproveita uma grande quantidade de
calor dos gases que se encaminham para atmosfera através da chaminé. Com
isso, economiza-se combustível. Essa economia representa cerca de 2% para cada
10° C de aumento de temperatura da água de alimentação. Para saber mais sobre
o assunto, consulte o item 2.16.3.
Então, vapor úmido é uma mistura de vapor saturado e líquido saturado, em equilíbrio
termodinâmico. Diz-se que um sistema está em equilíbrio termodinâmico quando ocorrer ao
mesmo tempo: o equilíbrio térmico, o equilíbrio químico e o equilíbrio mecânico.
36
Figura 1.23 – Tubulão de vapor.
Costuma-se simbolizar o título pela letra x e a umidade pela letra y. Assim, podemos:
x+ y=1
Então, vapor saturado seco é aquele que possui título x = 1, ou seja, ele é 100% vapor,
possuindo zero de umidade.
Notamos, então, que o título x do vapor úmido não possui dimensão física, isto é, x é um
número puro, cujo campo de variação é definido por:
0 ≤ x ≤1
Uma caldeira será tanto mais eficiente, quanto maior for o título do seu vapor.
37
C AD 0 1
Convém salientar que o título decresce à medida que a velocidade de vaporização aumenta.
Isto porque, quanto mais atearmos calor na caldeira, para agilizarmos a vaporização, haverá
maior arrastamento de umidade. Em conseqüência, o título diminui,
Quando se diz que um vapor úmido possui título 70%, isto significa que, na massa
da mistura considerada, 70% são de vapor saturado e 30% de umidade.
E xercício resolvido
Se tivermos uma mistura de 1,5kg de líquido saturado e 0,5 kg de vapor saturado, qual será o
título?
mv 0,5
Solução: x = ? mv = 0,5 e m = 1,5, logo se x= Então x =
mv + ml 0,5 + 1,5
0,5 5 1 1
x= = = e = 0,25
2 20 4 4
Resposta: 25%
Um vapor com temperatura T maior que Ts (T > Ts) é dito vapor superaquecido, onde Ts
significa temperatura de saturação.
Exemplo:
Se um vapor, nessa mesma pressão, estiver com temperatura, digamos, 160° C, ele é
dito superaquecido, sendo o seu grau de superaquecimento ∆T = 8,9 °C.
38
Num gerador de vapor, o vapor superaquecido é obtido num aparelho
trocador de calor chamado superaquecedor (item 2.16.1).
Quando dizemos que o calor latente de vaporização da água é 539 cal/g, isso significa
que, para vaporizarmos 1 g de água, necessitamos de 539 calorias.
Uma outra coluna da "tábua de vapor" é sobre o volume específico, simbolizado por v
(minúsculo), cuja unidade é m3/kg.
v = volume específico;
m = massa;
V = volume total.
P = 1 atm
t = 0°C ou T= 273 K
39
C AD 0 1
E xercício resolvido
Que quantidade de calor é necessária para transformar 10 g de gelo a – 5° C em vapor d' água
a 115° C?
Dados:
Solução:
QTotal = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 + Q5
1.5 P R OC E S S O S D E TR AN S M IS S Ã O DE C AL O R D U R AN T E A
O P E R AÇ Ã O D E U M A C A L D E I R A
condução;
radiação;
convecção.
Pelo menos dois deles ocorrem em algumas áreas de uma caldeira e os três tipos
ocorrem simultaneamente na transferência de energia calorífica do lado gasoso para o lado da
água da tubulação da caldeira. Vamos considerar um tubo de caldeira na parede da fornalha:
um dos lados do tubo está exposto ao fogo e aos gases quentes da fornalha, e o outro não.
O aquecimento da água no tubo pela superfície metálica interior ocorre por convecção. A
transferência de calor por convecção é o fluxo de calor por circulação local e mistura da água
da caldeira.
Neste caso, a transferência de calor por convecção ocorre quando os gases são
resfriados no lado dos gases da tubulação. A transferência de calor por condução faz a energia
ser transmitida através do metal do tubo até a superfície do lado da água e a transferência de
calor por convecção aquece a água da caldeira no interior desse tubo.
Apesar de existirem três tipos de transferência de calor, existe apenas um agente que
causa essa transferência. Essa força é a diferença de temperatura que existe entre o lado do
fogo – ou dos gases – e o lado da água. O calor sempre flui da área de temperatura mais
elevada para a área de temperatura mais baixa.
1 . 6 C L AS S I F I C AÇ Ã O D AS C A L D E I R AS
Quanto à montagem
Caldeiras pré-montadas;
Caldeiras montadas em campo.
41
C AD 0 1
Quanto à sustentação
Caldeiras auto-sustentadas;
Caldeiras suspensas;
Sustentação mista.
Circulação natural;
Circulação forçada;
Combinada.
Tiragem natural;
Tiragem forçada;
Tiragem balanceada.
t (c°) 25 - 12
t (°F) 0 100
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
42
1.2.5) Como a “pressão manométrica” pode também ser denominada?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1 . 7 E M P R E G O S D E C AL D E I R A S A B O R D O D E N AV I O S
A crise do petróleo, nesses mesmos anos 70, resultou em altos preços para o óleo
combustível e, com isso, os fabricantes de motores diesel, já dispondo de novas tecnologias,
obtiveram motores de combustão interna com consumo específico de óleo combustível
significativamente inferior às instalações a vapor, para uma mesma potência. A diferença de
preços na conta "combustível" tirou o interesse dos Armadores em novas instalações a vapor
na propulsão de navios. Saíram de cena as grandes caldeiras e chegou a hora e a vez do
motor diesel.
Vamos a uma análise dos principais itens da instalação a vapor X motores diesel.
Ocorria que, no navio à turbina, a cavitação era mínima e o esforço propulsivo era quase
todo aproveitado.
Os MCA's até então queimavam o óleo tipo marine diesel, e as experiências para
auxiliares com queima de óleo pesado ainda não eram acentuadas.
1 . 7 . 2 Av a n ç o d o s m o t o r e s d i e s e l . u s o d o " f u e l - o i l "
Nos navios petroleiros, a obrigatoriedade do uso do gás inerte nos tanques de carga, o
qual era gerado através dos gases de descarga das caldeiras auxiliares, deu aos projetistas a
continuidade do uso de caldeiras e turbinas para bombas de carga e lastro. Essa tendência
continua até os dias de hoje, na grande maioria dos projetos. Nos demais navios, a tendência é
uma pequena caldeira auxiliar interligada com uma caldeira de recuperação e a energia
45
C AD 0 1
elétrica com recurso de geração de 3 MCA's. Outras tendências como PTO (Power take-off) e
mesmo gerador de eixo não foram adiante em navios de carga mercantes. Mais moderno ainda
é a caldeira auxiliar combinada com a de recuperação instalada diretamente no caminho do
coletor de descarga do MCP.
Isto trouxe de volta os fabricantes de caldeiras com suas plantas a vapor e diversas
instalações com novos avanços estão novamente no mercado.
46
1 . 8 P AR T E S D E U M A C A L D E I R A A C O M B U S T Ã O
c) Canaliz ação inter na e conexões exter nas, através das quais a água de
alimentação é enviada à caldeira.
As partes enumeradas acima são todas essenciais, qualquer que seja a caldeira à
combustão. Completando essas partes, há ainda (em geradores de vapor) aparelhos
trocadores de calor, os quais possuem a missão de aumentar o rendimento da unidade
geradora de vapor, utilizando o calor transmitido pelos gases da combustão, antes de estes
serem cedidos à atmosfera. Nessa classe, estão incluídos os economizadores e os
aquecedores de ar.
47
C AD 0 1
Há também aparelhos trocadores de calor que se destinam a controlar ou regular o grau
de superaquecimento do vapor. Nessa classe estão incluídos os superaquecedores,
dessuperaquecedores e reaquecedores de vapor. Reveja a figura 1.21.
Gr elhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha; podem ser fixas,
rotativas e inclinadas.
Alar me de falta d' água: sinal sonoro e luminoso que dispara quando o nível de
de Válvulas:
de extr ação de fundo (dr eno): permite a retirada de impurezas da água que
se deposita no fundo do tambor de vapor;
de ser viço: tem seção correspondente a 10% da válvula principal. Tem como
função garantir o acionamento de órgãos da caldeira (injetor, aquecimento de óleo,
água, etc.);
1 . 9 T I P O S D E C AL D E I R AS
Lembramos que caldeiras são aparelhos trocadores de calor, cuja finalidade é receber
água no estado líquido e transformá-la em vapor d'água.
Caldeiras à Combustão;
Caldeiras de Recuperação;
Caldeiras Elétricas.
São aparelhos que necessitam de maior espaço para sua instalação do que caldeiras
elétricas de mesma capacidade e pressão de vapor gerado. As condições de trabalho obrigam
um acompanhamento (inspeção e manutenção periódicos e/ou constantes). A eficiência
operacional é alterada, conforme a carga operacional. As caldeiras à combustão causam
poluição sonora e atmosférica. Esses aparelhos podem gerar vapor saturado ou
superaquecido, não apresentam restrições à pressão máxima de operação e a cargas
variadas.
Existem dois tipos de caldeiras à combustão que, de acordo com o percurso da água ou
dos gases da combustão em seu interior, denominam-se: aquatubulares ou flamatubulares.
49
C AD 0 1
pelo pré-aquecedor. Já aquecido, o ar vai para a fornalha, onde se mistura com o combustível,
ocorrendo a combustão. Pelo fenômeno da tiragem, realizado pela chaminé, os gases quentes,
produtos da combustão, circulam por todo o gerador até ser lançado na atmosfera. Nesse
trajeto, ele cede calor para a água dos seguintes modos:
vaporizando-a na caldeira;
c) exigem menor tempo para se elevar a pressão do vapor e têm muito maior flexibilidade
de manobra, em virtude da quantidade relativamente pequena de água que ela contém;
As principais diferenças entre esses três tipos residem no número e na disposição dos
tubos e tubulões, que contêm água e vapor, no tamanho dos tubos e no ângulo de inclinação
sobre o plano horizontal.
As caldeiras de lâminas d' água, por sua vez, podem ser de tubos retos e do tipo
expresso seccional. As principais diferenças entre esses tipos residem na forma e no arranjo
dos tubos de outras partes que contêm água.
A figura 1.26 ilustra o circuito de vapor e água em caldeira expressa com três tubulões.
50
Figura 1.26 – Caldeira expressa com 3 tubulões.
E a figura 1.27 ilustra uma caldeira do tipo lâmina d' água, com tubos de diâmetros
grandes e pequenos, três passes.
Por outro lado, as caldeiras aquatubulares, de acordo com a circulação d'água, são
classificadas do seguinte modo:
b) recirculação forçada;
c) circulação forçada.
A maior parte das caldeiras, quer para uso em instalações de terra, quer para uso
marítimo, é do tipo de circulação natural. Essa designação se aplica a todas as caldeiras em
que a circulação da água através dos circuitos da caldeira depende somente da diferença entre
a densidade de uma camada descendente de água relativamente fria e a de uma camada
51
C AD 0 1
ascendente de água quente, contendo bolhas de vapor. A quantidade de água de alimentação
fornecida é sempre igual à quantidade de vapor produzido.
As lâminas mais baixas recebem a água relativamente mais fria, que entra nos tubos.
Quando a água, no interior dos tubos, recebe o calor dos gases da fornalha, a água se
torna menos densa (mais leve) e se desloca na direção da extremidade mais elevada dos
tubos. Do mesmo modo, o vapor formado se desloca para a extremidade superior da lâmina.
A água quente e o vapor são deslocados ainda pela água relativamente fria, que se
desloca da Iâmina mais baixa para o interior do tubo. Uma mistura de vapor e água aquecida
se desloca da parte superior da lâmina para o interior do tubulão de vapor. Ou seja, o que
ocorre é o processo de propagação do calor, por convecção.
A água quente e o vapor sobem para o tubulão superior por intermédio dos tubos
geradores ou ascendentes, os quais estão expostos ao calor irradiado da fornalha e dos gases
mais quentes da combustão.
52
Em virtude do maior ângulo de inclinação dos tubos, a circulação é acelerada pela
tendência que têm o vapor e a água mais aquecida de subir até as extremidades superiores
dos tubos.
Em algumas caldeiras, nos altos graus de vaporização, todos os seus tubos são tubos
geradores, exceto os tubos de retomo. Neste caso, os tubos de retomo são de tal diâmetro e
em tal número, que passa através deles muito mais água do que a transformada em vapor, na
capacidade total da caldeira. Todas as caldeiras marítimas modernas são do tipo de circulação
acelerada.
Tanto a recirculação forçada como a circulação forçada são conseguidas por meio de
bombas, que não fazem parte da caldeira e que mantêm um fluxo contínuo de água, através
dos circuitos dessa caldeira. A diferença entre esses dois tipos é que, na caldeira de
recirculação forçada, é bombeada através dos circuitos uma quantidade maior de água de
alimentação do que a quantidade que é transformada em vapor. Já na caldeira de circulação
forçada, a quantidade de água de alimentação, bombeada para o intedor dos circuitos, é igual
à quantidade de vapor gerado.
Uma caldeira flamatubular (ou fogotubular) é uma unidade geradora de vapor em que os
gases da combustão passam no interior dos tubos.
Verticais
Horizontais
53
C AD 0 1
Compactas
A caldeira consta de um corpo cilíndrico que contém um tubulão sobre o qual existe um
conjunto de tubos de pequeno diâmetro. Tem geralmente uma câmara de combustão de tijolos
refratários na parte posterior, a que recebe os gases produtos da combustão, e os conduz para
o espelho traseiro.
Essas unidades operam com óleo ou gás, e sua circulação garantida por ventiladores
(tiragem mecânica). As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo
83%. São construídas até a máxima produção de 10 ton/h a uma pressão máxima de 18
kg/m2. Sua vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kg/m2, dependendo da
perda de carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com grande velocidade, 20 a 25 m/s,
permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito
baixa, não ultrapassando 1%.
Além disso, a caldeira flamatubular pode ser instalada em lugares com pequena altura, já
que sua altura máxima é o diâmetro do vaso.
Quanto ao aspecto econômico, a caldeira flamatubular é bem mais barata que uma
similar, em capacidade, do tipo aquatubular. No caso de cargas de vapor pequenas, tanto uma
quanto outra são fornecidas de modo “empacotado”, ou seja, como um equipamento pronto
para uso, encaixotado, bastando ser interligado ao processo industrial determinado.
Caldeiras de até 20 t/h (toneladas por hora) e 21 kgf/cm2 podem custar cerca de US$
300 mil.
55
C AD 0 1
Figura 1.31 – Caldeira flamatubular vertical.
a) V antagens
Flamatubulares
equipamento compacto;
com capacidade até 20 ton/h tem menor custo e são mais econômicas do que as
caldeiras aquatubulares;
perdas por radiação são minimizadas devido ao fato do isolamento térmico ser
mais fácil;
aceita grandes variações de carga rapidamente (3,5 vezes mais rápido que
caldeira aquatubular similar em capacidade);
56
simplicidade operacional;
Aquatubulares:
com o fluxo de água pelo interior dos tubos, a perda de carga dos gases diminui;
podem ser montados tubos retos ou curvos nas mais diversas posições;
b) Desvantagens
Flamatubulares
rendimento 70 a 80%;
57
C AD 0 1
devido à simplicidade operacional e por não contar com muitos instrumentos para
monitorizarão de sua operação, multas vezes sua operação é um tanto
negligenciada. Lidera as estatísticas de acidentes (normalmente explosão).
Aquatubulares
São aqueles geradores de vapor d'água que não utilizam combustíveis como fonte
produtora de energia, aproveitando o calor residual de processos industriais (gás de escape de
motores, gás de alto forno, de turbinas, etc.) - veja figura 1.24 / item 1.7.2 e Unidade 3.
Na década de 80, os motores diesel foram projetados com uma menor temperatura dos
gases de descarga aliada ao fato da utilização de menores potenciais propulsivos (maior
eficiência de propulsão X custo de combustível).
Passaram os fabricantes dos sistemas de vapor a otimizar mais a eficiência dos seus
circuitos com a aplicação de superaquecedor, aquecedor de água de alimentação e
condensador a vácuo.
Contudo, os anos seguintes foram ainda mais difíceis para os fabricantes de sistemas de
vapor, os novos motores ficaram com as temperaturas de descarga ainda menores. Passaram,
então, a usar resfriadores de ar de lavagem e ejetores de ar resfriados a condensado, bomba
de circulação de água salgada de dupla rotação e outros artifícios como o PTO (power take
off). Chegamos, enfim, aos dias atuais, em que só é viável a utilização da planta de vapor com
turbogerador em navios para Iongas travessias com potência no MCP superior a 20.000 HP, o
que são poucos nos dias atuais.
Nos petroleiros, temos ainda a aplicação do vapor no aquecimento dos tanques de carga
de óleo e as mais diversas pequenas utilizações.
58
A caldeira de recuperação possui válvulas de segurança para os diversos estágios de
pressão. Diversos acidentes fatais já ocorreram com caldeiras isoladas com resto de água no
seu interior e com a válvula de segurança isolada ou avariada.
A caldeira de recuperação tem aparelhos de ramonagem que devem ser usados pelo
menos uma vez por dia.
Por outro lado, a possível perda, devido à descarga de fundo, pode ser bastante reduzida
com um diligente controle do tratamento da água.
A construção de uma caldeira elétrica é simples, conforme já foi dito, de maneira que ela
não possui queimadores, nem câmara de combustão, tubos de transferência de calor,
refratários, chaminés, etc.
a) caldeiras a resistores;
b) caldeiras a eletrodos:
− submersos; e
Essas caldeiras, que também podem ser denominadas de caldeiras elétricas resistivas ou
caldeiras elétricas a resistências indiretas, são constituídas de um vaso de pressão não sujeito
a chama e de um conjunto de resistências elétricas blindadas inseridas no vaso que devem ser
mantidas imersas na água.
59
C AD 0 1
O funcionamento deve ser automático e o controle da produção de vapor pode ser
efetuado em patamares, através do ligamento ou desligamento de conjuntos de resistores ou
utilizando tiristores.
V ocê sabia?
1º) O SCR (Silicon Controlled Rectifier) difere do retificador (diodo convencional) pelo fato
de não permitir a passagem de corrente, mesmo estando polarizado diretamente, a não ser
que atinja ou supere um determinado valor denominado tensão direta de ruptura (Forward
Breakdown Voltage), simbolicamente VBRF. O SCR além de controlador de potência de
corrente contínua, pode atuar também como chave eletrônica (on, off).
Com o objetivo de garantir uma vida razoável das resistências, deve-se mantê-las
continuamente imersas na água.
O nível de tensão dessas caldeiras é o das baixas tensões, indo de 220 a 440 volts.
Podem na prática usar qualquer tipo de água. Não exigem águas de condutividade elétrica
notável, uma vez que a energia elétrica atua sobre os resistores e daí para a água, e não
diretamente na água.
60
Figura 1.32 − Caldeira elétrica a resistência.
São divididas em caldeiras a baixa tensão, de 220 V a 440 V, e as de alta tensão acima
de 440 V e até 20000 V.
61
C AD 0 1
diretamente dessa cuba. Além da conexão de saída do vapor, a cuba possui as conexões para
o controle do nível e para a entrada de água, que é feita pela parte inferior por intermédio da
bomba de circulação. A produção da caldeira é função da quantidade de água no interior da
cuba, e, conseqüentemente, do comprimento dos eletrodos imersos nela. Quanto maior é essa
quantidade, maior é o nível da água e maior será a corrente elétrica circulada entre eletrodos.
A produção de vapor vai de 100 a 200 Kg/h.
As de cuba elevada são construídas de forma que os eletrodos sejam imersos na água
contida na cuba elevada no interior do vaso de pressão. Essa cuba tem a parte superior aberta
e é isolada eletricamente dos outros elementos da caldeira. Em algumas construções, a cuba é
dividida em três partes iguais vertical e radialmente a 120o, recebendo cada uma um eletrodo.
Nesse tipo de caldeira, a água é transferida da parte inferior do vaso cilíndrico de pressão
para bicos espargidores ou injetores montados em um tubo localizado no mesmo eixo, por
bomba de circulação. A água, ao atravessar os injetores, forma jatos que se chocam contra os
eletrodos. Esses jatos formam inúmeros caminhos para a corrente elétrica que circula entre os
injetores (neutro) e os eletrodos (fase). A circulação da corrente provoca a vaporização da
água. A água vaporizada, entre o tubo central e os eletrodos, cai sobre os contra-eletrodos.
Neste último percurso parte dela ainda é vaporizada. O excesso da água é recolhido no fundo
do vaso de pressão.
A produção de vapor é função da potência dissipada que, por sua vez, é diretamente
proporcional à quantidade de água circulada e à corrente elétrica. Essa quantidade de líquido
será maior ou menor em função do número de jatos que atinjam os eletrodos. A forma como se
consegue isso é o que diferencia basicamente os dois tipos de caldeiras disponíveis no
mercado. Num dos tipos, mostrado na figura 1.36 (modelo 1), o número de jatos é regulado por
uma camisa cilíndrica (defletor), que envolve o tubo central que contém o injetor. Conforme a
posição dessa camisa, maior ou menor número de jatos atingem os eletrodos ou são defletidos
diretamente para o fundo da caldeira.
Outra concepção, que é mostrada pela figura 1.36 (modelo 2), é a caldeira que tem o
número de jatos controlados pela vazão de água através de válvula instalada no tubo de
recalque da bomba de circulação. Em ambas as construções, a bomba é submersa e interna
ao vaso de pressão.
64
Figura 1.37 − Caldeira elétrica a eletrodos jateados (modelo 2).
O que é combustível?
O calor é uma forma de energia e é essencial para a nossa sociedade, que a obtém de
várias formas, entre as quais se destacam estes combustíveis fósseis: o petróleo, o carvão
mineral e o gás natural.
Podemos dizer também que o combustível é a substância que "pega fogo", isto é, sofre a
combustão. Combustão é a reação de uma substância (combustível) com o oxigênio
(comburente) com liberação de energia.
queimar lentamente;
65
C AD 0 1
possibilitar extração econômica;
Conforme o estado físico, podem ser definidos como sólidos, líquidos e gasosos em
função da razão de seus dois ingredientes químicos primários, ou seja, carbono e hidrogênio.
Para que se tenha uma queima adequada, deverá haver um manuseio cuidadoso do
combustível. A forma de manuseá-lo irá variar, principalmente, em função do estado físico
desse combustível, ou seja, se o combustível é sólido, líquido ou gasoso.
Há dois tipos de combustores para combustível gasoso: um com mistura no bocal e outro
com mistura prévia do ar e do gás.
Os combustíveis líquidos mais usados nas caldeiras navais são o "fuel-oil" (óleo pesado)
e o óleo diesel. Dependendo da instalação e projeto, usa-se também o óleo cru (petróleo).
66
A atomização com vapor é a maneira mais utilizada e, para que esta atomização ocorra,
o vapor é injetado com pressão superior à do combustível. A atomização com vapor, além de
produzir partículas menores, mantém a temperatura do combustível no queimador, evitando o
aumento de sua viscosidade. Neste caso, normalmente, utiliza-se uma válvula reguladora de
pessão diferencial (PDCV) para manter a diferença de pessão entre o vapor e o combustível.
Nos casos de caldeiras de grande porte, é comum utilizar-se uma malha de controle completa
para manter o diferencial de pressão entre o vapor de atomização e o combustível líquido.
T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o d a U n i d a d e 1
67
C AD 0 1
1.2) O sentido da transmissão de calor entre dois corpos depende de suas
(a) massas.
(b) temperaturas.
(c) pressões.
(d) dimensões.
1.3) Em uma barra metálica, a transmissão de calor se da pelo aumento de agitação das
moléculas da barra, próximo a fonte de calor, chocando-se com as moléculas vizinhas. Este é
um fenômeno de:
(a) irradiação.
(b) convecção.
(c) condução.
(d) radiação.
(a) bária.
(b) bar.
(c) pascal.
(d) atmosfera.
(a) ebulição.
(b) calefação.
(c) evaporação.
(d) sublimação.
68
1.8) A unidade da grandeza pressão no Sistema Técnico de Unidade (MK*S) é
(a) bária
(b) bar
(c) pascal
(d) atmosfera
(a) fusão.
(b) solidificação.
(c) quefação.
(d) vaporização.
(a) fusão.
(b) solidificação.
(c) condensação.
(d) vaporização.
(a) 100 K.
(b) 123 K
(c) 273 K
(d) 296 K
1.12) A combustão incompleta do óleo diesel na fornalha de uma caldeira polui o ar atmosférico
com
(a) CO2
(b) H2O
(c) N2
(d) CO
II) Cite.
1.13) O valor do calor latente de vaporização (Lv) da água, à pressão normal: ______________
69
C AD 0 1
1.17) O valor da temperatura de fusão do gelo na escala Fahrenheit: ____________________
1.23) Quais são as condições para que um combustível seja considerado industrial?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.25) Qual é o aparelho trocador de calor que se constitui no último estágio de aquecimento da
água de alimentação?
____________________________________________________________________________
1.27) Quanto à localização da água e dos gases de combustão, como as caldeiras são
classificadas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.30) De acordo com a circulação d’água, como as caldeiras aquatubulares são classificadas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Tarefas 1.1
1.1.2) Q = m.c. ∆t
1.1.5) 180
1.1.7) c
1.1.8) c
1.1.9) b
1.1.10) b
1.1.11) a
Tarefas 1.2
1.2.1
1.2.2) Caldeiras a vapor d’água são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia.
71
C AD 0 1
N
1.2.6) 1 BAR = 105 m 2 ou seja
Teste de auto-avaliação.
1.1 – b
1.2 – b
1.3 – c
1.4 – b
1.5 – d
1.6 – c
1.7 – d
1.8 – b
1.9 – a
1.10 – c
1.11 – d
1.12 - b
II) Cite
III)
1.23 - Queimar lentamente; existir em abundância na natureza; não produzir gases corrosivos
ou tóxicos; existir em abundância na natureza e possuir alto poder calorífico.
1.24 - É a razão entre a massa de vapor saturado e a massa total de vapor saturado com
láquido saturado.
1.25 - Economizador.
1.28 - Fornalha.
1.29 - Promove o escape do excesso do vapor, caso a pressão de trabalho venha a ser
ultrapassada.
72
1.30 - Circulação natural; recirculação forçada e circulação forçada.
1.31 - Alto custo inicial, exigindo grandes investimentos em projetos de engenharia, montagem
e instrumentação.
73
C AD 0 1
74