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U N I D AD E 1

P R I N C Í P I O S F Í S I C O S AP L I C A D O S ÁS C AL D E I R AS

Nesta unidade, você vai:

Descrever as grandezas pressão, temperatura e calor.


Especificar a Termodinâmica do vapor d’água.
Descrever os processos de transmissão de calor em uma caldeira.
Classificar Caldeiras e o seu emprego a bordo de navios.
Reconhecer as partes de uma caldeira à combustão.
Conceituar Combustível.

De acordo com a Norma Reguladora 13 (NR-13), caldeiras a vapor d’água são


equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica,
utilizando qualquer fonte de energia.

Para você compreender o estudo sobre caldeiras, é necessário que tenha noções
básicas de física, especificamente calorimetria, que é um ramo da termologia.

1 . 1 G E N E R AL I D AD E S

Numa praça de máquinas, as grandezas mais medidas são Pressão e Temperatura.

Sendo a caldeira um aparelho trocador de calor destinado à formação de vapor d'água,


para estudá-la, devemos conhecer previamente alguns temas que nos apontam para o
seguinte encaminhamento:

As grandezas: pressão, temperatura, calor e suas unidades;




As mudanças de estado da matéria;




As formas de propagação do calor e diagrama de estado da água.




V o cê s a be o q u e si g ni f ic a a pa l a vr a F ís i ca ?

A palavra física advém do latim "Physicu”, que significa natureza. Então, a física estuda
tudo que nos rodeia, estuda os fenômenos que ocorrem na natureza.
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Didaticamente, a física subdivide-se em:

MECÂNICA - estuda as forças e movimentos;




ACÚSTICA - estuda o som;




ÓTICA - estuda a luz;




ELETRICIDADE - estuda os fenômenos elétricos;




MAGNETISMO - estuda os fenômenos magnéticos;




TERMOLOGIA- estuda o calor (O prefixo termo significa calor).




1 . 2 E S TU D O D A G R AN D E Z A P R E S S Ã O

1.2.1 Pressão atmosférica

V ocê sabia?

O ar tem um peso, assim como todos os líquidos. Portanto:

"O ar exerce uma força em todas as direções e sobre todos os objetos e seres
vivos que se encontram mergulhados nele."

Temos sobre a cabeça uma coluna de ar de pouca densidade, com cerca de 400
quilômetros de altura. Se calcularmos a força exercida por unidade de superfície, obteremos o
valor de uma pressão. A essa pressão chamaremos de pressão atmosférica.

A atmosfera terrestre é composta por vários gases, que exercem uma pressão sobre a
superfície da Terra. Dependendo da altitude do local, à medida que nos afastamos da
superfície do planeta, o ar se torna cada vez mais rarefeito, exercendo uma pressão sobre a
superfície da Terra cada vez menor.

1 . 2. 1. 1 A e xp e riê nci a de To rrice lli

O físico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) realizou, em 1963, uma experiência


para determinar a pressão atmosférica ao nível do mar. Ele usou um tubo de aproximadamente
1,0 m de comprimento, cheio de mercúrio (Hg) e com a extremidade tampada. Depois, colocou
o tubo, em pé e com a boca tampada para baixo, dentro de um recipiente que também continha
mercúrio.

Torricelli observou que, após destampar o tubo, o nível do mercúrio desceu e


estabilizou-se na posição correspondente a 76 cm, restando o vácuo na parte vazia do tubo.

Na figura 1.1, as pressões nos pontos A e B são iguais (pontos na mesma horizontal e no
mesmo líquido). A pressão no ponto A corresponde à pressão da coluna de mercúrio dentro do
tubo, e a pressão no ponto B corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar:

PB = PA → PATM = PColuna = (Hg )

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Figura 1.1 – Coluna de Mercúrio & o Físico Evangelista Torricelli.

Como a coluna de mercúrio que equilibra a pressão atmosférica é de 76 cm,


dizemos que a pressão atmosférica ao nível do mar equivale à pressão de uma
coluna de mercúrio de 76 cm.

1 atm = 760 mmHg

Pascal realizou a mesma experiência que Torricelli, porém em seu aparato utilizou água
(H2O), conseguindo uma coluna de 10,33m Logo:

1 atm = 760 mmHg = 760 Torricelli = 10,33 mH 2 0

A maior pressão atmosférica é obtida ao nível do mar (altitude nula). Para qualquer outro
ponto acima do nível do mar a pressão atmosférica é menor. A tabela a seguir apresenta a
variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude.

Pressão atmosférica
Altitude (m) (mmHg) Altitude (m) Pressão (mmHg)

0 760 1200 658

200 742 1400 642

400 724 1600 627

600 707 1800 612

800 690 2000 598

1000 674 3000 527

Devemos saber que a matemática se constitui numa ferramenta que auxilia a física para
explicar fenômenos empíricos (experimentais). Assim, matematicamente, definindo pressão,
F
escrevemos: P=
S

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C AD 0 1
Onde:

P = Pressão F = Força S = Superfície

Tal expressão nos mostra que a força (no numerador) é diretamente proporcional à
pressão, enquanto a superfície (no denominador) é inversamente proporcional à pressão, em
outros termos, quando diminuímos a força, a pressão diminui e, quando diminuímos a
superfície ,a pressão aumenta.

V eja agor a um exemplo físico.

Consideremos um tijolo sobre uma folha de papel. Se colocarmos o tijolo sobre a folha de
papel na posição deitado (na horizontal), seremos capazes de equilibrar o tijolo sobre a folha
de papel. No entanto, se colocarmos o tijolo sobre a folha de papel na posição em pé (vertical),
é quase certo que o papel se romperá.

Figura 1.2 – Exemplo real da definição de pressão.

O que ocorreu? A pressão aumentou, pois, quando a superfície atuante do tijolo sobre o
papel é menor (tijolo na posição em pé), a pressão exercida sobre o papel é maior. Por isso
que, matematicamente, escrevemos:

F
P=
S
Outro exemplo físico da grandeza pressão é ilustrado na figura 1.3: quem está em pé na
areia movediça afunda mais rápido.

Figura 1.3 – Areia Movediça.

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1.2.2 Pressão manométr ica e pr essão absoluta

Um balão de aniversário vazio encontra-se submetido à pressão atmosférica. Ao


soprarmos, o balão fica cheio. A esse sopro, acréscimo ou incremento, chamamos de pressão
manométrica (P), pressão relativa ou pressão efetiva. Sendo assim, chamamos de "pressão
absoluta" (Pabs) à soma da pressão atmosférica (Patm) com a pressão manométrica:
+
Pabs = Pman Patm

Figura 1.4 – Pressão manométrica.

1.2.3 Unidades da gr andez a pr essão

As unidades decorrem da própria definição, isto é, são obtidas pelo quociente da unidade
de força pela unidade de superfície:
u( F )
u( p ) =
u( S )
No Sistema CGS temos:

Unidade de comprimento cm

Unidade de massa grama

Unidade de tempo segundo

Unidade de força dina (d)

Unidade da grandeza pressão Bária (b)

d
Assim: u(p) = =b
cm 2
No sistema técnico (MK*S)

Unidade de comprimento m

Unidade de massa kg

Unidade de tempo segundo

Unidade de força Quilograma-força (kg* ou kgf)

Unidade de grandeza pressão Bar (ba)

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C AD 0 1
Kgf
u(p) = = Bar (ba)
cm 2
No Sistema Internacional de Unidades (SI) ou MKS, temos:

Unidade de comprimento m

Unidade de massa kg

Unidade de tempo segundo

Unidade de força Newton (N)

Unidade de grandeza pressão Pascal (Pa)

Resumindo:

d
CGS u(p) = = BÁRIA(b)
cm 2

kgf
MK*S u(p) = = Bar(ba)
cm 2

N
SI u(p) = = PASCAL(Pa)
m2

N
1BAR = 10 5
m2

O instrumento responsável em medir a grandeza pressão chama-se


Manômetro.

1 . 3 T E M P E R AT U R A E C AL O R

1.3.1 Grandeza temperatur a

Você está acostumado à noção de "temperatura", antes de mais nada, pela sensação de
calor ou frio, quando tocamos um objeto. Além disso, aprende logo, pela experiência, que, ao
colocar um corpo quente em contato com um corpo frio, o corpo quente se resfria e o corpo frio
se aquece. Se esses corpos permanecerem em contato por algum tempo, eles parecerão ter o
mesmo grau de aquecimento ou resfriamento.

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Figura 1.5 – Sensação de calor.

Afirmar que as temperaturas dos corpos são iguais ou diferentes, baseando-se nas
sensações obtidas pelo contato com a nossa pele, pode multas vezes trazer enganos. Por
exemplo, se você mergulha uma das mãos na água quente e a outra na água fria, após certo
intervalo de tempo, mergulhando as duas mãos na água morna, provavelmente você irá dizer
que a temperatura da água morna é diferente para cada mão, embora na realidade a água
morna apresente uma única temperatura.

Figura 1.6 – Experiências mostrando a importância do termômetro.

Para evitar esses enganos, utilizamos termômetros, que são os instrumentos


responsáveis em medir temperatura.

Utilizaremos a seguinte definição para temperatura:

Temperatura é a grandeza que indica o nível térmico de um corpo.

1.3.1.1 Conhec endo as escal as termométric as

Por tratar-se de instrumento de medida, os termômetros têm uma escala graduada.

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C AD 0 1
A graduação se dá a partir de dois pontos fixos, correspondentes a dois fenômenos bem
conhecidos: a fusão do gelo e a ebulição da água. A temperatura de fusão do gelo sob pressão
normal é denominada ponto de gelo; a temperatura de ebulição da água sob pressão normal é
denominada ponto de vapor.

A escala termométrica mais utilizada é a escala Celsius, construída pelo astrônomo


sueco Anders Celsius (1701-1744).

Nessa escala, atribui-se o número 0 (zero) ao ponto de gelo e o número 100 ao ponto de
vapor. O intervalo entre 0 e 100 é dividido em 100 partes iguais denominadas graus Celsius.

Nos países de língua inglesa, utiliza-se a escala Fahrenheit, proposta pelo físico Gabriel
Fahrenheit (1686-1736). Nesta escala, atribui-se o número 32 ao ponto de gelo e 212 ao ponto
de vapor. O intervalo entre 32 e 212 é dividido em 180 (212 – 32 = 180) partes iguais,
chamadas graus Fahrenheit.

Com base na teoria dos gases, o físico inglês Lord Kelvin (William Thomson, 1824-1907)
estabeleceu a escala absoluta, conhecida também por escala Kelvin ou escala
termodinâmica. Nesta escala, o número 273 corresponde ao ponto de gelo e 373 ao ponto de
vapor.

Figura 1.7 – Escalas termométricas.

Relacionamento entre as Escalas Termométricas:

C−0 F − 32 k − 273
= =
100 − 0 212 − 32 373 − 273
Veremos a seguir o processo de conversão das temperaturas entre as escalas.

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Conversão entre a Escala Celsius e Fahrenheit

Figura 1.8 – Escalas Celsius e Fanhrenheit.

Logo, teremos:

Multiplicando-se cruzado, teremos: 180C = 100 (F – 32) :. Calculando, chegaremos à


fórmula:

9C = 5(F – 32)

E xercício resolvido

Converta 50o C em graus Fanhrenheit:

Substituindo o valor na fórmula, teremos: 9 x 50 = 5F – 160 :. 450+160 = 5F

5F = 610 :. Logo F= 122o

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C AD 0 1


Conversão entre a Escala Celsius e Kelvin

Figura 1.9 – Escalas Celsius e Kelvin.

Logo, teremos:

Calculando, chegaremos à fórmula:

C = K – 273

E xercício resolvido

Converta 60o C em graus Kelvin:

Substituindo o valor na fórmula, teremos: 60 = K - 273 :. 60 + 273 = K :. Logo K= 333o

1.3.2 A gr andez a calor

Quando dois corpos de temperaturas diferentes são aproximados ou colocados em


contato, as suas temperaturas tendem a se igualar. Isto ocorre porque "algo" passou do corpo
mais quente para o corpo mais frio. A este "algo" denominamos calor.

Figura 1.10 – Sentido do fluxo de calor.

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Em meados do século XVIII, o calor era concebido como uma substância invisível
usualmente denominada calórico. Assim, um corpo mais quente que outro continha mais
calórico, e, quando colocados um em presença do outro, o calórico fluía do mais quente para o
mais frio.

O que significa calor ?

Porém, depois dos trabalhos do Conde Rumford (Benjamin Thomson, 1753-1814) e de


James Prescott Joule (1818-1889), pode-se dizer que:

Calor é uma forma de energia que passa de um corpo para outro, em virtude,
somente, da diferença de temperatura entre eles.
Isto significa que o calor é energia em trânsito, que vai do corpo quente para o
corpo frio até que eles entrem em equilíbrio térmico.

1 . 3. 2. 1 Un id ad es da gra nd e za c alo r

Como você já sabe, o calor é uma forma de energia (térmica em trânsito). Então, sua
quantidade pode ser medida com a mesma unidade que mede a energia, como a mecânica, a
elétrica, a potencial, a cinética e outras.

No Sistema internacional de Unidades (SI), a quantidade de calor é medida em Joule.


Entretanto, usa-se muito a unidade denominada caloria (abrevia-se cal), que pode ter a
seguinte definição:

Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de 14,5°C até


15,5°C a temperatura de 1 grama de água pura sob pressão normal.

Figura 1.11 – Definição de Caloria.

A relação entre as unidades Joule (J) e Caloria (Cal) é: 1 cal = 4,186 J.

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C AD 0 1
Para fins práticos, considere a definição de caloria válida de 0 a 100° C. Outra
unidade da grandeza calor muito utilizada é quilocaloria (kcal).

1 KCal = 1000 cal

1.3.2.2 Form as de propagaç ão de cal or

Você sabe que, quando dois ou mais corpos a temperaturas diferentes são colocados um
em presença do outro, tende a se estabelecer entre eles o equilíbrio térmico.

A regra geral é que o calor se propaga a partir dos corpos mais quentes para os mais
frios. O sentido de propagação do calor concorda sempre com o sentido das temperaturas
decrescentes.

Figura 1.12 – Propagação de calor.

O calor passa dos corpos quentes para os mais frios, de três maneiras:

por condução;


por convecção;


por irradiação.


a – Condução do calor

Segure uma barra de ferro por uma das extremidades e coloque a outra sobre uma
chama. Em pouco tempo, a extremidade que você segura também estará quente.

Na figura abaixo, podemos verificar a condução do calor através de uma barra de metal.
Aderindo pequenas bolas de cera ao longo dessa barra e aquecendo apenas uma
extremidade, observaremos a queda sucessiva delas, à medida que o calor se espalha ao
longo da barra.

Figura 1.13 – Condução de calor.

O que acontece é o aumento da agitação das moléculas do metal, próximas à chama,


chocando-se com as moléculas vizinhas, transmitindo-lhes energia. Estas, por sua vez,
transmitem energia a outras moléculas da barra, de maneira que a energia se propaga ao
longo da mesma. Este processo é a propagação do calor por "condução”.
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Portanto, na propagação do calor por condução, o calor se transmite de molécula para
molécula, sem que as moléculas se movam ao longo do material.

O processo da condução do calor é típico dos materiais sólidos; a experiência mostra


que, em geral, os metais são bons condutores de calor, aparecendo em ordem decrescente de
condutibilidade térmica: prata, cobre, alumínio, ferro, chumbo, mercúrio (metal líquido à
temperatura ambiente).

Nos líquidos, o calor quase não se propaga pelo processo da condução. Nos gases, o
calor pelo processo de condução é muito mal conduzido, pois as moléculas dos gases estão a
distâncias relativamente grandes.

Muito maus condutores de calor são, por exemplo, além dos gases, a lã, lã de vidro,
cortiça, gelo, isopor, papel amianto, por causa do ar que está aprisionado neles. Estes
materiais são conhecidos como "isolantes térmicos".

b – Convecção do calor

Vimos que, nos fluidos (líquidos e gases), quase não se verifica a condução do calor. No
entanto, eles podem ser aquecidos ou resfriados facilmente pelo processo de "convecção
térmica".

Nesse processo, o calor se propaga graças ao movimento de moléculas. As moléculas


aquecidas, em contato com fonte de calor, dilatam-se, diminuindo, então, sua densidade, e
sobem, dando lugar a moléculas mais frias. Ocorre, assim, movimentação da matéria.

Figura 1.14 – Convecção.

O fenômeno da convecção térmica tem diversas aplicações:

Quando queremos aquecer uma sala, devemos colocar a fonte de calor em posição


baixa.

Os ventos são correntes de convecção atmosférica.




A vaporização da água no tubulão de uma caldeira ocorre pelo processo de




convecção térmica.

c – Irradiação do calor

Num dia frio, você pode sentir calor se estiver sob ação direta dos raios solares. Porém,
se você se colocar à sombra, sentirá frio. Entre o Sol e a Terra, quase não há matéria,
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C AD 0 1
portanto o calor não está chegando por condução ou por convecção. Recebemos calor por
"irradiação".

Irradiação é a transferência de calor por intermédio de ondas eletromagnéticas. Neste


processo, somente a energia se propaga, não sendo necessário nenhum meio material.

Figura 1.15 – Irradiação de calor.

Quando você coloca a mão sob um ferro de passar roupa, aquecido, recebe calor
principalmente por irradiação, pois praticamente não há condução, uma vez que o ar é mau
condutor de calor. Também não há convecção, pois o ar aquecido tende a subir.

Qualquer corpo é capaz de emitir ondas de calor (raios infravermelhos) em direção ao


espaço que o rodeia.

As ondas de calor são semelhantes às ondas luminosas, ondas de rádio ou televisão,


raios-X ou raios gama, diferindo-se apenas no comprimento de onda. Elas se transmitem no
vácuo com a velocidade de 300.000 km/s. A energia radiante do Sol chega a nós através do
vácuo, após percorrer uma distância de 150 milhões de quilômetros.

A garrafa térmica se opõe à propagação do calor pelas três formas, ou seja, por
condução, convecção e irradiação. A garrafa é de vidro, de paredes duplas, no interior do qual
é feito vácuo, de modo que não ocorre nem condução nem convecção.

Como as paredes do vidro são prateadas, não há transferência de calor por irradiação.

Figura 1.16 – Garrafa térmica.

É fato conhecido que corpos revestidos de cores claras absorvem pouco calor e refletem
muito. Por outro lado, cores escuras são bons absorventes de calor, porém, em compensação,
perdem calor rapidamente, uma vez retirada a fonte. Por isso, diz-se que bons absorventes de
energia radiante são bons emissores.
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As chaleiras devem ser bem polidas para que irradiem pouco calor; o fundo deve ser
rugoso ou, de preferência, negro, para que absorva facilmente o calor.

Figura 1.17 – Chaleira.

1.3.2.3 Calor sensível (Q)

Define-se como “calor sensível” o calor transferido a um corpo, o que provoca


uma alteração na temperatura desse corpo (aumento ou diminuição).

Calculamos uma quantidade de calor sensível pela equação:

Q = m.c.∆t
Isto é: a quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto da massa (m) pelo calor
específico (c) e pela diferença de temperatura t.


Tal equação também é conhecida como Equação Fundamental da Calorimetria.

Cada substância possui seu calor específico. O calor específico da água, por exemplo, é
de uma caloria por grama, grau Celsius, numa faixa de temperatura de zero até 100° C.

Assim:

Calor específico da água entre 0 até 100°C é de 1 cal/g °C.

Interpretação física do calor específico


Quando se diz, por exemplo, c (prata), Iê-se [calor específico da prata] = 0,056
cal/g °C. Isso significa que, se 1 grama de prata recebe ou cede 0,056 cal, a sua
temperatura sofre aumento ou diminuição de 1 °C.

Exemplo 1: Qual é a quantidade de calor necessária para elevarmos a temperatura de


20g de água de 30° C até 80° C? Calcule.

Solução:

A quantidade de calor procurada refere-se a calor sensível, pois existe uma diferença de
temperatura. Não houve mudança de estado. Logo, temos:

Q = m. c. ∆t = 20g. 1 cal / (g°C).(80 - 30)°C = 20.1 . 50 = 1000 cal = 1kcal

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C AD 0 1
Exemplo 2: se desejarmos aquecer 15 Kg de água de 5 até 15oC, serão necessárias 150
Kcal, ou seja:

Q = m.c. t; Q = 15 X 1 X (15-5). Logo Q = 150 Kcal

Esse calor é chamado “calor sensível”, pois, ao ser fornecida, a água elevou sua
temperatura de 5 até 15oC.

1.3.2.4 Calor latente

Vimos, quando do estudo sobre Calor Sensível, que este produz variação de
temperatura. Já o Calor Latente, por sua vez, produz mudança de estado físico num corpo.

Uma quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo é denominada latente quando,
durante a sua troca, o corpo permanece com a temperatura constante, mudando, então, de
estado.

Ao colocarmos uma chaleira com água no fogo, quando a água atingir 100° C, começará
a mudança de estado, chamada vaporização.

Durante a vaporização, a substância absorve calor, e na liquefação, cede


calor.

Para a água, por exemplo, com pressão de 1atm, o calor latente de vaporização (Lv) é
igual a 539 calorias por grama.

Assim, podemos escrever:

LV = 539 cal/g e L = - 539 cal/g




Onde:

L = Calor latente de liquefação




LV = Calor latente de vaporização

1.3.3 M udanças de E stado da M atéria

Dependendo do estado de agregação de suas partículas, na natureza, a matéria poderá


ser encontrada em três estados físicos fundamentais: estado sólido (exemplo: gelo), estado
líquido (exemplo: água) ou estado gasoso (exemplo: vapor d'água).

Quando uma substância, num dos três estados físicos citados, recebe ou cede certa
quantidade de energia térmica, pode sofrer uma alteração na forma de agregação de suas
partículas, passando de um estado físico para outro. Essa passagem é denominada Mudança
de Estado Físico da Matéria.

Para que você compreenda as denominações das mudanças de estado da matéria,


devemos compor em três blocos o seguinte esquema:

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Figura 1.18 – Mudanças de estado da matéria.

É bom que você saiba que todas essas transformações (fusão, solidificação, vaporização,
liquefação, sublimação e ressublimação) ocorrem com a temperatura constante (mantendo-se
a mesma). Chamamos a isso de Processo Isotérmico.

Observando a figura 1.18, podemos dar destaque às seguintes definições:

a) Fusão: é a passagem do estado sólido para o líquido, sendo sua transformação


oposta à solidificação.

b) V apor ização: é a passagem do estado líquido para o gasoso, sendo sua


transformação oposta à liquefação (ou condensação). Pode ocorrer de duas maneiras: por
evaporação e por ebulição.

A evaporação é um processo lento, superficial, espontâneo e imperceptível de


vaporização. A calefação que é caracterizada pelo "chiado" (exemplo: bife numa chapa)
também é um tipo de vaporização.

O "calafrio" é um exemplo de evaporação porque as gotículas de água roubam calor do


corpo para evaporarem.

Figura 1.19 – Evaporação.

Considere agora um vaso transparente com água e coloque-o sobre uma chama. Após
certo tempo, você vai observar que começam a se formar bolhas no interior do líquido, e a
vaporização processa-se de maneira rápida e turbulenta.

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C AD 0 1
A esse tipo de vaporização que se processa de uma maneira rápida e turbulenta, com
formação de bolhas no interior do líquido, denominamos ebulição.

Ao contrário da evaporação, a ebulição ocorre sob condições determinadas de pressão e


temperatura, isto é, a temperatura de ebulição depende da pressão exercida sobre o liquido.

Figura 1.20 – Temperatura de ebulição dependendo da pressão.

A tabela abaixo representa a temperatura de ebulição da água em diferentes pressões.

P (mmHg) t (oC)

6,5 5

9,2 10

92,6 50

760 100

11650 200

132700 350

A diminuição da pressão sobre o líquido, por meio de uma bomba de vácuo, facilita a
formação de bolhas, fazendo com que o liquido entre em ebulição em temperaturas abaixo de
100°C. Dizemos, então, que o líquido ferve a 10°C, 20°C, 30°C.

O aumento da pressão sobre o liquido, como nas panelas de pressão e caldeiras, dificulta
a formação de bolhas uma vez que estas vão sendo esmagadas pela elevação da pressão.
Conseqüentemente, a ebulição só corre em temperaturas mais altas.

Sob pressão de 218 atmosferas (atm), a água pode ser mantida líquida até a temperatura
de 374°C, denominada "temperatura crítica".

c) S ublimação: é a denominação dada à passagem do estado sólido para o gasoso,


sem que a substância passe pela fase intermediária, a líquida. A transformação oposta,
dependendo dos autores, é chamada também de sublimação ou ressublimação.

Dessas transformações, aquelas que ocorrem através do recebimento de calor são


denominadas Transformações Endotérmicas, quais sejam a fusão, a vaporização e a
sublimação.

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A solidificação, a liquefação e a ressublimação são Transformações Exotérmicas, já
que se processam através de perdas de calor.

É importante observar que a quantidade de calor que cada unidade de massa de uma
substância precisa receber para sofrer fusão é igual à que precisa ceder para sofrer a
transformação oposta, a solidificação, na mesma temperatura. Raciocínio idêntico vale para a
vaporização e para a liquefação.

Tar efa 1.1

1.1.1) Quais são as formas de propagação de calor?

____________________________________________________________________________

1.1.2) Que equação é conhecida como sendo fundamental à calorimetria?

____________________________________________________________________________

1.1.3) Quais são os estados físicos da matéria?


____________________________________________________________________________

1.1.4) Como se denomina a unidade da grandeza pressão no sistema internacional de


unidades?
____________________________________________________________________________

1.1.5) Quantas subdivisões possui a escala termométrica Fahrenheint?


____________________________________________________________________________

1.1.6) Defina calor sensível e calor latente.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.1.7) Qual expressão abaixo é a correta?

(a)Pman = Patm + Pabs

(b)Patm = Pman + Pabs

(c)Pabs = Pman + Patm

(d) Pabs = Pman . Patm

1.1.8) O instrumento responsável em aferir a grandeza pressão é o?

(a) termômetro.

(b) higrômetro.

(c) manômetro.

(d) pirômetro.

33
C AD 0 1
1.1.9) Que escala termométrica é considerada “absoluta”?

(a) Celsius.

(b) Kelvin.

(c) Fahrenheit.

(d) Rankine.

1.1.10) A quantos graus Celsius equivalem 100°F?

(a) 27,7o C.

(b) 37,7o C.

(c) 47,7o C.

(d) 57,7o C.

1.1.11) Quando dois corpos de temperaturas diferentes são aproximados ou colocados em


contato entre si, as suas temperaturas.

(a) tendem a se igualar.

(b) tendem a aumentar.

(c) não se alteram.

(d) tendem a diminuir.

1 . 4 T E R M O D I N Â M I C A D O V AP O R D ’ Á G U A

1.4.1 Generalidades

Vamos estudar o comportamento termodinâmico do vapor d'água, um dos melhores


agentes que o homem possui para transformar calor em trabalho mecânico.

O vapor de água é usado como meio de geração, transporte e utilização de energia


desde os primórdios do desenvolvimento industrial. Inúmeras razões colaboraram para a
geração de energia através do vapor. A água é o composto mais abundante da Terra e,
portanto, de fácil obtenção e baixo custo. Na forma de vapor, tem alto conteúdo de energia por
unidade de massa e volume. As relações temperatura e pressão de saturação permitem
utilização como fonte de calor a temperaturas médias e de larga utilização industrial com
pressões de trabalho perfeitamente toleráveis pela tecnologia disponível, já há muito tempo.

Grande parte da geração de energia elétrica do Hemisfério Norte utiliza vapor d'água
como fluído de trabalho em ciclos termodinâmicos, transformando a energia química de
combustíveis fósseis ou nucleares em energia mecânica e, em seguida, em energia elétrica.

Toda indústria de processo químico tem o vapor como principal fonte de aquecimento:
reatores químicos, trocadores de calor, evaporadores, secadores e inúmeros processos e
equipamentos térmicos.

34
No estudo sobre caldeiras, é importante, desde já, sabermos que caldeira não é
máquina.

A caldeira é um aparelho trocador de calor, com a finalidade de produzir vapor


d' água. Daí, a importância de estudarmos as propriedades do vapor d' água.

A geração do vapor ou sua produção pode ser realizada de diversas maneiras: desde
uma simples chaleira até por meio do calor proveniente dos modernos reatores atômicos, cujo
calor vaporiza a água nos chamados geradores de vapor.

E xiste difer ença entre caldeira e gerador de vapor ?

O fato é que tanto caldeira quanto gerador de vapor se destinam a gerar vapor. Porém,
chama-se gerador de vapor um aparelho trocador de calor complexo que produz vapor a partir
de energia térmica (combustível), ar e fluido vaporizante, constituído por diversos outros
trocadores de calor associados e perfeitamente integrados, tais como: economizador,
aquecedor de ar e desarejador, dessuperaquecedor e superaquecedor, o que permite a
obtenção do maior rendimento térmico possível.

Essa definição compreende todos os tipos de geradores de vapor, sejam os que


vaporizam a água, mercúrio ou fluidos de alta temperatura (termal fluids) como as mais simples
unidades geradoras de vapor d' água, comumente conhecidas por caldeiras de vapor.

Nem sempre a fonte produtora de calor é um combustível. Podem ser aproveitados


calores residuais de processos industriais, escape de motores diesel ou turbinas a gás, dando
ao aparelho o nome de caldeira de recuperação (Item 1.9.2).

A seguir, ilustramos um gerador de vapor d'água, constituído por um tubulão, um


economizador e um superaquecedor (para mais informações consulte o item 2.16).

Figura 1.21 – Gerador de vapor d’água.

35
C AD 0 1
O economizador se constitui no último estágio de aquecimento da água de
alimentação. Ele recebe esse nome porque aproveita uma grande quantidade de
calor dos gases que se encaminham para atmosfera através da chaminé. Com
isso, economiza-se combustível. Essa economia representa cerca de 2% para cada
10° C de aumento de temperatura da água de alimentação. Para saber mais sobre
o assunto, consulte o item 2.16.3.

1.4.2 Vapor ização isobár ica

Vamos encerrar 1 kg de água a 0° C, em um cilindro munido de um êmbolo "carregado",


de modo a manter a pressão constante a fim de que as transformações de estado da água
sejam isobáricas.

Figura 1.22 – Vaporização isobárica.


Fornecendo-se calor à água, seu volume diminuirá até que a temperatura atinja 4 °C. A
partir deste ponto, seu volume aumentará, com aumento de temperatura.

Quando a temperatura de saturação ou temperatura de ebulição for atingida, tem início a


formação de vapor.

É necessário saber que a cada pressão (absoluta) corresponde uma determinada


temperatura de saturação. Daí, existir uma ferramenta dentro dessa técnica, chamada "tábua
de vapor", que fornece para cada pressão (absoluta) a devida temperatura de ebulição
(consulte 1.4.5 para maiores informações).

Por exemplo, para pressão de 1 atm, a temperatura de ebulição da água é 100°C.

A mistura de água saturada e de vapor saturado, o qual está em equilíbrio termodinâmico


com a água, denomina-se vapor úmido.

Então, vapor úmido é uma mistura de vapor saturado e líquido saturado, em equilíbrio
termodinâmico. Diz-se que um sistema está em equilíbrio termodinâmico quando ocorrer ao
mesmo tempo: o equilíbrio térmico, o equilíbrio químico e o equilíbrio mecânico.

O vapor úmido contido em um tubulão de uma caldeira é um exemplo de equilíbrio


termodinâmico. Se colocarmos um termômetro A no liquido saturado e outro termômetro B
no vapor saturado, as indicações dessas temperaturas deverão ser as mesmas. Logo, existe o
equilíbrio térmico.

36
Figura 1.23 – Tubulão de vapor.

Um sistema se acha em equilíbrio químico quando não apresenta a tendência de


prosseguir numa reação química. A atmosfera, por exemplo, encontra-se em equilibro estável;
já uma mistura de ar e gasolina, em equilíbrio instável, uma vez que uma faísca (perturbação
ínfima) pode fazer com que ela exploda.

No caso do vapor úmido, em um tubulão, ele encontra-se em equilíbrio mecânico, porque


está submetido a uma mesma pressão.

1.4.3 Título de vapor úmido (x)

Título de um vapor úmido é por definição a razão entre a massa do vapor


saturado existente na mistura e massa total de vapor úmido.

Costuma-se simbolizar o título pela letra x e a umidade pela letra y. Assim, podemos:

x+ y=1

Se y = 0, então, x = 1. Neste caso, o vapor é dito saturado seco.

Então, vapor saturado seco é aquele que possui título x = 1, ou seja, ele é 100% vapor,
possuindo zero de umidade.

Se x = 0, então, y = 1. Neste caso só existe água saturada e zero de vapor


saturado.

Notamos, então, que o título x do vapor úmido não possui dimensão física, isto é, x é um
número puro, cujo campo de variação é definido por:

0 ≤ x ≤1

Uma caldeira será tanto mais eficiente, quanto maior for o título do seu vapor.

37
C AD 0 1
Convém salientar que o título decresce à medida que a velocidade de vaporização aumenta.
Isto porque, quanto mais atearmos calor na caldeira, para agilizarmos a vaporização, haverá
maior arrastamento de umidade. Em conseqüência, o título diminui,

Quando se diz que um vapor úmido possui título 70%, isto significa que, na massa
da mistura considerada, 70% são de vapor saturado e 30% de umidade.

E xercício resolvido

Se tivermos uma mistura de 1,5kg de líquido saturado e 0,5 kg de vapor saturado, qual será o
título?

mv 0,5
Solução: x = ? mv = 0,5 e m = 1,5, logo se x= Então x =
mv + ml 0,5 + 1,5


0,5 5 1 1
x= = = e = 0,25
2 20 4 4
Resposta: 25%

1.4.4 Vapor superaquecido e gr au de super aquecimento

No momento em que é vaporizada a última gota de água no cilindro da experiência


descrita (verifique item 1.4.2 – vaporização isobárica), o cilindro contém somente vapor
saturado seco.

Fornecendo ao cilindro, a partir deste momento, calor proveniente do exterior, a


temperatura, que até agora se mantinha constante no valor Ts, começa a aumentar.

Um vapor com temperatura T maior que Ts (T > Ts) é dito vapor superaquecido, onde Ts
significa temperatura de saturação.

A diferença entre as temperaturas T – Ts chama-se grau de superaquecimento,


geralmente representado por ∆T.

Assim, grau de superaquecimento (∆T) é a diferença entre a temperatura do vapor


superaquecido em dado instante e a temperatura de saturação correspondente a uma
determinada pressão.

Este grau de superaquecimento adquirido será o responsável pela eliminação de


qualquer percentagem de umidade contida no vapor proveniente do tubulão (vapor saturado).

Exemplo:

A "tábua de vapor" nos fornece para pressão absoluta P = 5 kgf/cm2 TS = 151,1° C


(temperatura de saturação).

Se um vapor, nessa mesma pressão, estiver com temperatura, digamos, 160° C, ele é
dito superaquecido, sendo o seu grau de superaquecimento ∆T = 8,9 °C.

38
Num gerador de vapor, o vapor superaquecido é obtido num aparelho
trocador de calor chamado superaquecedor (item 2.16.1).

1.4.5 Obser vações sobr e a tábua de vapor

A primeira coluna de uma tábua de vapor enumera as pressões absolutas. A segunda


coluna constitui-se de temperaturas de saturação, correspondentes a cada pressão.

Uma outra propriedade importante de uma tábua de vapor é o calor latente de


vaporização da água, o qual tomado em módulo, ou em valor absoluto, como já vimos, é igual
ao calor latente de liquefação.

Devemos saber que o calor latente de vaporização (e de liquefação) varia com a


temperatura de ebulição (ou temperatura de saturação). Por exemplo, o calor latente de
vaporização da água é igual a:

539 cal/ g quando t = 100 °C e P = 1 atm

311 cal/ g quando t = 310°C e P = 95 atm

Zero quando t = 374°C e P= 218 atm

Quando dizemos que o calor latente de vaporização da água é 539 cal/g, isso significa
que, para vaporizarmos 1 g de água, necessitamos de 539 calorias.

Uma outra coluna da "tábua de vapor" é sobre o volume específico, simbolizado por v
(minúsculo), cuja unidade é m3/kg.

O volume específico da água nas condições normais de pressão e temperatura (CNTP) é


0,001 m3/kg.

O volume total ou absoluto é simbolizado pela letra V (maiúscula), de maneira que


V=m.v, onde:

v = volume específico;

m = massa;

V = volume total.

Os valores das CNTP são:

P = 1 atm

t = 0°C ou T= 273 K

39
C AD 0 1
E xercício resolvido

Que quantidade de calor é necessária para transformar 10 g de gelo a – 5° C em vapor d' água
a 115° C?

Dados:

− Calor latente de fusão do gelo Lf = 80 cal/g;

− Calor específico do vapor d' água = 0,421cal/g °C;

− Calor específico do gelo = 0,55 cal/g °C.

Solução:

Q1 = m. c. ∆t = 10.0,55. [ 0 - (- 5)] = 27,5 cal

Q2 = m. Lf = 10.80 = 800 cal

Q3 = m.c.∆t =10.1.100 =1000 cal

Q4 = m. Lv = 10. 539 = 5390 cal

Q5 = m. c. ∆t = 10.0,421. (115 - 100) = 63,15 cal

QTotal = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 + Q5

Q Total = 27,5 + 800 + 1000 + 5390 + 63,15

Q Total = 7281 cal

1.5 P R OC E S S O S D E TR AN S M IS S Ã O DE C AL O R D U R AN T E A
O P E R AÇ Ã O D E U M A C A L D E I R A

Como vimos anteriormente, existem três tipos de transferência de calor:




condução;


radiação;


convecção.

Pelo menos dois deles ocorrem em algumas áreas de uma caldeira e os três tipos
ocorrem simultaneamente na transferência de energia calorífica do lado gasoso para o lado da
água da tubulação da caldeira. Vamos considerar um tubo de caldeira na parede da fornalha:
um dos lados do tubo está exposto ao fogo e aos gases quentes da fornalha, e o outro não.

Os três tipos de transferência de calor ocorrem na tubulação da fornalha. A transferência


de calor por radiação predomina no lado do fogo. Os melhores exemplos de energia radiante
são a energia do Sol ou de uma lâmpada de aquecimento. Em termos amplos, a energia
radiante pode ser relacionada com a energia da luz. A energia radiante da chama na caldeira
aquece o lado de fogo do tubo.
40
A energia radiante é transmitida por condução da superfície do lado do fogo do tubo para
a superfície do lado da água. A transferência de calor por condução descreve o fluxo de calor
de um ponto para outro no metal do tubo.

O aquecimento da água no tubo pela superfície metálica interior ocorre por convecção. A
transferência de calor por convecção é o fluxo de calor por circulação local e mistura da água
da caldeira.

Os tubos do feixe, salvo os de proteção, e do economizador geralmente experimentam


transferência de calor por convecção e condução porque não estão expostos à energia
radiante da chama.

Neste caso, a transferência de calor por convecção ocorre quando os gases são
resfriados no lado dos gases da tubulação. A transferência de calor por condução faz a energia
ser transmitida através do metal do tubo até a superfície do lado da água e a transferência de
calor por convecção aquece a água da caldeira no interior desse tubo.

Apesar de existirem três tipos de transferência de calor, existe apenas um agente que
causa essa transferência. Essa força é a diferença de temperatura que existe entre o lado do
fogo – ou dos gases – e o lado da água. O calor sempre flui da área de temperatura mais
elevada para a área de temperatura mais baixa.

A transferência de calor é extremamente importante no tratamento de água porque


esta tem um efeito fundamental na corrosão e formação de depósitos em
geradores de vapor. Áreas da caldeira que estão sujeitas a taxas muito elevadas
de transferência de calor sofrem a maior ocorrência de formação de depósitos.

1 . 6 C L AS S I F I C AÇ Ã O D AS C A L D E I R AS

Existem diversas formas de se classificar as caldeiras. Segue abaixo:

Quanto à localiz ação da água – gases de combustão




Caldeiras de tubos de fogo (flamatubular ou fogotubular);


Caldeiras de tubos de água (aquatubular).

Quanto à ener gia empr egada para o aquecimento




Combustíveis: sólidos, líquidos e gases;


Elétricas: jatos de água, eletrodos submersos e resistivas;
Caldeiras de recuperação: gases de outros processos ou produção de soda ou
licor negro;
Nuclear.

Quanto à montagem


Caldeiras pré-montadas;
Caldeiras montadas em campo.
41
C AD 0 1
Quanto à sustentação


Caldeiras auto-sustentadas;
Caldeiras suspensas;
Sustentação mista.

Quanto à cir culação da água




Circulação natural;
Circulação forçada;
Combinada.

Quanto ao sistema de tir agem




Tiragem natural;
Tiragem forçada;
Tiragem balanceada.

Quanto ao cr itério específico da NR-13




Caldeiras da categoria A: pressão de operação é igual ou superior a 1960 KPa


(19,6bar = 19,98 Kgf/cm2);

Caldeiras da categoria C: pressão de operação é igual ou inferior a 588 KPa (5,88


2
bar = 5,99 Kgf/cm ) e o volume interno é igual ou inferior a 100 litros;

Caldeiras da categoria B: aquelas que não se enquadram nas categorias anteriores.

Tar efa 1.2

1.2.1) Complete o quadro abaixo.

t (c°) 25 - 12

t (°F) 0 100

Responda as perguntas abaixo:

1.2.2) O que é caldeira segundo a Norma Reguladora (NR – 13)?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.2.3) O que é grau de superaquecimento de um vapor superaquecido?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.2.4) Quais são as subdivisões didáticas da física?

____________________________________________________________________________

42
1.2.5) Como a “pressão manométrica” pode também ser denominada?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.2.6) Se um manômetro indica 5 bar, qual será a indicação correspondente, em Pascal?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1 . 7 E M P R E G O S D E C AL D E I R A S A B O R D O D E N AV I O S

1.7.1 Histórico da e voluçã o d o uso de caldeiras a b ordo de navi os

A propulsão a vapor com grandes caldeiras de alta pressão e elevadas temperaturas de


vapor superaquecido atingiu o auge na década de 70 com a construção de grandes navios
petroleiros e navios de carga de alta velocidade. A necessidade de potências elevadas para a
época tornava as instalações a vapor a principal e melhor escolha; mas um acontecimento veio
a mudar os rumos da construção naval.

A crise do petróleo, nesses mesmos anos 70, resultou em altos preços para o óleo
combustível e, com isso, os fabricantes de motores diesel, já dispondo de novas tecnologias,
obtiveram motores de combustão interna com consumo específico de óleo combustível
significativamente inferior às instalações a vapor, para uma mesma potência. A diferença de
preços na conta "combustível" tirou o interesse dos Armadores em novas instalações a vapor
na propulsão de navios. Saíram de cena as grandes caldeiras e chegou a hora e a vez do
motor diesel.

Durante as décadas de 70 e 80, a questão ainda era discutida em trabalhos de


fabricantes de caldeiras/turbinas e motores diesel.

Vamos a uma análise dos principais itens da instalação a vapor X motores diesel.

1 – R P M : Na ocasião, o padrão do mercado estava assim distribuído:




Instalações acima de 10.000 HP : Navio propulsionado a turbina a vapor;


potências menores, navios propulsionados a motor diesel.

A faixa acima de 10.000 HP era a preponderante e necessária para o então crescente


mercado de petroleiros e cabia ao estaleiro construtor a escolha da rotação (RPM) apropriada,
determinando no projeto o passo e o diâmetro da hélice, convenientes.

Ocorria que, no navio à turbina, a cavitação era mínima e o esforço propulsivo era quase
todo aproveitado.

A vibração ao longo da estrutura também era mínima, dando um considerável grau de


conforto à tripulação.

No projeto de um navio “igual”, mas propulsionado a diesel, houve necessidade de ser


acrescentada ao MCP uma potência de cerca de 5%. Em conseqüência, houve aumento do
consumo de combustível e uma vibração indesejável por toda embarcação, que limitava o
43
C AD 0 1
projeto com hélices de baixa rotação.

2 – T r i p u l a ç ã o : existia no mercado de navios petroleiros um número maior de Oficiais


de Máquinas com experiência em instalações a vapor.

As praças de máquinas de modernas instalações a vapor eram mais limpas e arejadas,


diferentes daquelas do navio a motor, onde havia uma manutenção constante do MCP e MCA's
e uma trabalhosa instalação de aquecimento e de purificadores de óleo combustível e
lubrificante.

3 – M a n u t e n ç ã o e S o b r e s s a l e n t e s : nos navios a vapor, a manutenção é mais


restrita à ocasião da docagem e tiveram também as caldeiras intervalos para limpeza cada vez
maiores - nos navios da época o intervalo chegava a um ano de operação contínua. Quanto à
limpeza de trocadores de calor, podemos dizer que eram semelhantes em ambas às
instalações.

A manutenção em um motor diesel é mais acentuada, especialmente em motores que


queimam óleo pesado. A manutenção leva junto o consumo de sobressalentes. A programada,
mas constante inspeção de mancais, de abertura de cilindros e de válvulas de descarga leva
sempre ao consumo de material sobressalente. Não podemos esquecer a manutenção
acentuada dos MCA's, responsável pelo fornecimento de energia elétrica de bordo.

4 – Ó l e o s L u b r i f i c a n t e s : o consumo de óleo lubrificante de uma instalação a vapor


é mínimo, a complementação é tão-somente para repor perdas por evaporação. A purificação e
clarificação continuada mantém o óleo em condições perfeitas por longo período.

Em um motor diesel, as perdas previstas eram maiores e, apesar de constantemente


purificado, visto o número de contaminantes encontrados, os cuidados para a continuidade do
uso necessitavam ser bem maiores. O custo com óleo lubrificante era significativamente maior
em instalação a motor e a isso acrescenta-se o custo com óleo de cilindro, que é exclusivo
destes equipamentos. Assim, aumentava-se a "conta lubrificante".

5 – Ó l e o C o m b u s t í v e l : o consumo de óleo era maior em uma instalação a vapor,


mas o preço do combustível até então não era um peso que afastasse os fabricantes de
instalações de vapor do mercado. O normal da época eram motores queimando óleo pesado,
tipo IFO 180 cSt, contra navios-turbinas com óleo mais barato como IFO 260 cSt ou superior.

Os MCA's até então queimavam o óleo tipo marine diesel, e as experiências para
auxiliares com queima de óleo pesado ainda não eram acentuadas.

Devemos levar em consideração que a "conta combustível" em uma instalação a vapor


era global, isto é, toda a instalação - da propulsão à geração de energia elétrica. No navio a
motor, temos que somar o consumo do MCP, MCA's e fonte de aquecimento para o óleo
combustível (podendo ser uma pequena caldeira).

1 . 7 . 2 Av a n ç o d o s m o t o r e s d i e s e l . u s o d o " f u e l - o i l "

Tivemos o primeiro choque do petróleo no final de 1973 (Embargo do Petróleo) e,


posteriormente, o segundo, em 1979 (Revolução Iraniana). Isso levou os preços do petróleo a
níveis até então nunca alcançados. Os preços dos combustíveis subiram, o que levou, então,
44
os fabricantes de motores diesel a altos investimentos em novas tecnologias.

Os fabricantes de caldeiras ainda tentaram instalações com pressões mais elevadas e


circuitos de reaquecimento, mas a complexidade da instalação na época, não obstante a
notável baixa de consumo, tinha um custo de combustível ainda maior que a dos motores
diesel e não foi muito aceita no mercado.

Em princípio, o uso acentuado de instalações combinadas MCP X Caldeira de


Recuperação X Turbo - Gerador foi uma solução aceita pela maioria. Assim, durante um bom
tempo, foi o padrão das novas instalações em grandes navios. Aproveitando o calor dos gases
da descarga do MCP para geração de vapor em quantidade para os serviços auxiliares de
bordo e ainda a geração de energia elétrica, obtínhamos acentuada economia, em vez do uso
de uma caldeira auxiliar acesa em viagem para a geração de vapor e do MCA funcionando
para a geração de energia elétrica.

Figura 1.24 – Planta de vapor e água de alimentação.

Os fabricantes dos motores, então em notável competição, apresentavam a cada


momento potências maiores, consumos específicos menores e uso de combustíveis de
viscosidade maior. Os fabricantes de grandes caldeiras e turbinas para propulsão ficaram de
vez fora do mercado. Começou também o uso de óleo pesado em MCA's, o que reduziu
consideravelmente a conta combustível. Mesmo com o aumento da potência, a temperatura
dos gases de descarga dos MCP foi sendo reduzida nos novos projetos, deixando a instalação
combinado motor X caldeira de recuperação X turbogerador para aplicação em grandes
potências, quando apropriado.

Nos navios petroleiros, a obrigatoriedade do uso do gás inerte nos tanques de carga, o
qual era gerado através dos gases de descarga das caldeiras auxiliares, deu aos projetistas a
continuidade do uso de caldeiras e turbinas para bombas de carga e lastro. Essa tendência
continua até os dias de hoje, na grande maioria dos projetos. Nos demais navios, a tendência é
uma pequena caldeira auxiliar interligada com uma caldeira de recuperação e a energia
45
C AD 0 1
elétrica com recurso de geração de 3 MCA's. Outras tendências como PTO (Power take-off) e
mesmo gerador de eixo não foram adiante em navios de carga mercantes. Mais moderno ainda
é a caldeira auxiliar combinada com a de recuperação instalada diretamente no caminho do
coletor de descarga do MCP.

Tivemos um grande incremento no mercado com as instalações offshore, especialmente


no uso de altas tensões e turbinas geradoras e de bombeio a gás. Essa tendência veio também
para as embarcações offshore cada vez com requisitos maiores. A grande maioria dos novos
navios dispõem de dois MCP's com geradores de eixo, em face da necessidade de grandes
potências elétricas requeridas quando em serviço.

1.7.3 Realidade atual

Hoje, a propulsão diesel é completa para todas as faixas do mercado. Encontramos


motores com potência de 90.000 KW construídas para os novos navios conteneiros, mas a
caldeira auxiliar fornecendo vapor às turbinas para acionamento das bombas de carga ainda é
uma predominância no mercado em navios petroleiros. Encontramos ainda em operação
grande número de navios da década anterior e construções atuais que possuem instalações
deste tipo de projeto. Aliada às necessidades de vapor, temos ainda com a instalação da
caldeira o subproduto da geração do gás inerte obrigatório em navios petroleiros.

Temos ainda, na área offshore, um número de embarcações do tipo FSO's e FPSO's,


oriundos de projetos de máquinas da década de 70, que continuaram com as instalações
antigas na praça de máquinas e ainda mantêm a sua planta de vapor em operação para o
bombeio da carga e geração de energia.

A instalação de pequena caldeira auxiliar fornecendo vapor para serviços gerais e


especialmente para o aquecimento e purificação do óleo combustível pesado ainda é mantida,
e é comum nas instalações de bordo dos mais diversos tipos de navios.

Já é vislumbrado, com o aumento da eficiência das turbinas a gás, um notável


incremento nas instalações combinadas do tipo COGES (ciclo combinado turbina a gás X
turbina a vapor X eletricidade). Aproveitando as vantagens da turbina a gás e da confiabilidade
das plantas de vapor para a propulsão elétrica dos grandes navios de cruzeiro, esta foi à
solução encontrada em 2000 pela Royal Caribbean Cruises para as suas novas construções.

A produção de vapor é gerada na caldeira de recuperação pelos gases de descarga das


turbinas a gás propiciando um ganho extra de 15 a 18% na eficiência das turbinas a gás. A
geração de vapor auxiliar para os serviços de hotelaria apresenta ainda um ganho extra.

Isto trouxe de volta os fabricantes de caldeiras com suas plantas a vapor e diversas
instalações com novos avanços estão novamente no mercado.

Nos navios de passageiros e petroleiros shuttle-service, a tônica do momento é a


propulsão diesel elétrica com tensões em tomo de 4,17 a 11 KV, mas a caldeira auxiliar, agora
com menor capacidade, continua sendo utilizada para o aquecimento do combustível e
serviços gerais.

46
1 . 8 P AR T E S D E U M A C A L D E I R A A C O M B U S T Ã O

De um modo geral, uma caldeira à combustão é constituída pelas seguintes partes:

a) For nalha ou câmara de combustão, local onde o combustível é queimado e


de onde o calor é transmitido às superfícies de aquecimento. Entre as suas funções estão
incluídas: a mistura ar-combustível, a atomização e vaporização do combustível e a
conservação de uma queima contínua da mistura.

b) Caldeir a pr opriamente dita (tubulão) é um reservatório fechado (DRUM) que


contém inicialmente água da qual o vapor é gerado. Esse reservatório pode consistir em um
tubulão ou numa combinação de tubulões ligados por tubos ao redor dos quais circulam os
gases da combustão e para os quais o calor desses gases é transmitido.

c) Canaliz ação inter na e conexões exter nas, através das quais a água de
alimentação é enviada à caldeira.

d) Canalização inter na e conexões exter nas, atrav és das quais o v apor


é reti rado da caldei ra.

e) Diver sos acessór ios e instalações cujas finalidades são: controlar o


funcionamento da caldeira e salvaguardá-la de avarias produzidas por motivos diversos.

Figura 1.25 – Caldeira aquatubular, fixa, vertical.

As partes enumeradas acima são todas essenciais, qualquer que seja a caldeira à
combustão. Completando essas partes, há ainda (em geradores de vapor) aparelhos
trocadores de calor, os quais possuem a missão de aumentar o rendimento da unidade
geradora de vapor, utilizando o calor transmitido pelos gases da combustão, antes de estes
serem cedidos à atmosfera. Nessa classe, estão incluídos os economizadores e os
aquecedores de ar.

47
C AD 0 1
Há também aparelhos trocadores de calor que se destinam a controlar ou regular o grau
de superaquecimento do vapor. Nessa classe estão incluídos os superaquecedores,
dessuperaquecedores e reaquecedores de vapor. Reveja a figura 1.21.

Note que a pressão absoluta deste gerador de vapor é de 33 kgf/cm2; a


temperatura de saturação correspondente a tal pressão é 240° C e, então, o
grau de superaquecimento do vapor superaquecido é 350 - 240 = 110° C.

Outros componentes de uma caldeira a combustão:

Aquecedor de ar : aproveita o calor residual dos gases de combustão, pré-




aquecendo o ar utilizado na queima de combustível. Aquece o ar entre 120 e 300 °C,


dependendo do tipo de instalação e do tipo de combustível queimado.

Chaminé: tem função de retirar os gases da instalação lançando-os na atmosfera.




E conomiz ador : utilizando o calor residual dos gases, aquece a água de




alimentação. É normalmente instalado após os superaquecedores. Além de melhorar


o rendimento da unidade, sua instalação minimiza o choque térmico entre a água de
alimentação e a já existente no tambor.

Gr elhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha; podem ser fixas,


rotativas e inclinadas.

Queimadores: são equipamentos destinados a introduzir na fornalha ar e




combustível, conseguindo manter a combustão completa através de pequenos


valores de excesso de ar. Para saber mais, consulte tópico 2.8.

Reaquecedor : tem função equivalente à dos superaquecedores. A sua presença




torna-se necessária, quando se deseja elevar a temperatura do vapor proveniente de


estágios intermediários de uma turbina.

S uperaquecedor : consiste em um ou mais feixes tubulares, destinados a




aumentar a temperatura do vapor gerado na caldeira.

Alar me de falta d' água: sinal sonoro e luminoso que dispara quando o nível de


água na caldeira está muito baixo.

Contr olador de nível: são equipamentos que controlam o nível de água na




caldeira. Podem ser constituídos de várias formas, e os mais usados são os de


eletrodos e o sistema de bóia.

Indicador es de pr essão (manômetr os): são instrumentos utilizados para




medir a pressão de líquidos, gases e vapores.

P ressostatos: são dispositivos de segurança que comandam o regime de trabalho




das caldeiras, de acordo com a pressão do vapor.

V álvulas de segur ança: têm como função promover o escape do excesso do




vapor, caso a pressão de trabalho venha a ser ultrapassada e os outros dispositivos


não atuem.
48
V álvulas: têm como função interromper ou regular a passagem de um fluido. Tipos


de Válvulas:

de r etenção: colocadas nas linhas de vapor e óleo para evitar o refluxo;

de extr ação de fundo (dr eno): permite a retirada de impurezas da água que
se deposita no fundo do tambor de vapor;

solenóide: comandada eletricamente, abre ou fecha a passagem de um fluido;

de alívio: para retirar o excesso de pressão no aquecedor de óleo das caldeiras;

de escape de ar: controla a saída ou entrada de ar na caldeira, no início e no fim


das operações;

de ser viço: tem seção correspondente a 10% da válvula principal. Tem como
função garantir o acionamento de órgãos da caldeira (injetor, aquecimento de óleo,
água, etc.);

Para saber mais, consulte também o item 2.15.2.1.

1 . 9 T I P O S D E C AL D E I R AS

Lembramos que caldeiras são aparelhos trocadores de calor, cuja finalidade é receber
água no estado líquido e transformá-la em vapor d'água.

Tipos de caldeir as:




Caldeiras à Combustão;


Caldeiras de Recuperação;


Caldeiras Elétricas.

1.9.1 Caldeir as à combustão

São aparelhos que necessitam de maior espaço para sua instalação do que caldeiras
elétricas de mesma capacidade e pressão de vapor gerado. As condições de trabalho obrigam
um acompanhamento (inspeção e manutenção periódicos e/ou constantes). A eficiência
operacional é alterada, conforme a carga operacional. As caldeiras à combustão causam
poluição sonora e atmosférica. Esses aparelhos podem gerar vapor saturado ou
superaquecido, não apresentam restrições à pressão máxima de operação e a cargas
variadas.

Existem dois tipos de caldeiras à combustão que, de acordo com o percurso da água ou
dos gases da combustão em seu interior, denominam-se: aquatubulares ou flamatubulares.

1.9.1.1 Caldei ra A quatubul ar

P rincípio de Funcionamento: com auxílio de um ventilador, o ar atmosférico passa

49
C AD 0 1
pelo pré-aquecedor. Já aquecido, o ar vai para a fornalha, onde se mistura com o combustível,
ocorrendo a combustão. Pelo fenômeno da tiragem, realizado pela chaminé, os gases quentes,
produtos da combustão, circulam por todo o gerador até ser lançado na atmosfera. Nesse
trajeto, ele cede calor para a água dos seguintes modos:

aquecendo a água no economizador;




vaporizando-a na caldeira;


transformando o vapor saturado em vapor superaquecido no superaquecedor.




A maior parcela da energia é absorvida nas superfícies expostas diretamente às chamas


na câmara de combustão, onde predomina a troca de calor por radiação. Em caldeiras bem
dimensionadas, as paredes d'água representam menos de 10% da superfície de troca de calor
total e são capazes de absorver até 50% da energia liberada na combustão. Nas partes
posteriores da caldeira, os gases fornecem calor por convecção e radiação gasosa.

Resumindo: uma caldeira aquatubular é uma unidade geradora de vapor na qual o


vapor e a água circulam em uma série de pequenos tubulões e tubos, enquanto os gases da
combustão passam por fora desses elementos. Todas as caldeiras marítimas modernas são
desse tipo, e possuem as seguintes vantagens sobre as caldeiras flamatubulares:

a) menor peso por unidade de capacidade da caldeira;

b) maior facilidade de instalação no navio e remoção deste, em virtude de serem suas


partes menores e mais leves;

c) exigem menor tempo para se elevar a pressão do vapor e têm muito maior flexibilidade
de manobra, em virtude da quantidade relativamente pequena de água que ela contém;

d) maior capacidade de adaptação, com segurança, às altas pressões e ao grau elevado


de superaquecimento exigidos nas instalações marítimas modernas;

e) maior capacidade para trabalhar com grande produção de vapor, decorrente da


circulação mais completa e rápida de água, recebendo o calor das superfícies de aquecimento.

As caldeiras aquatubulares são de três tipos gerais, a saber:

lâminas d' água;




tipo expresso com três tubulões;




tipo expresso com dois tubulões.




As principais diferenças entre esses três tipos residem no número e na disposição dos
tubos e tubulões, que contêm água e vapor, no tamanho dos tubos e no ângulo de inclinação
sobre o plano horizontal.

As caldeiras de lâminas d' água, por sua vez, podem ser de tubos retos e do tipo
expresso seccional. As principais diferenças entre esses tipos residem na forma e no arranjo
dos tubos de outras partes que contêm água.

A figura 1.26 ilustra o circuito de vapor e água em caldeira expressa com três tubulões.

50
Figura 1.26 – Caldeira expressa com 3 tubulões.

E a figura 1.27 ilustra uma caldeira do tipo lâmina d' água, com tubos de diâmetros
grandes e pequenos, três passes.

Figura 1.27 – Caldeira de 3 passes tipo lâmina d’água.

Por outro lado, as caldeiras aquatubulares, de acordo com a circulação d'água, são
classificadas do seguinte modo:

a) circulação natural, da qual há dois tipos: livre e acelerada;

b) recirculação forçada;

c) circulação forçada.

A maior parte das caldeiras, quer para uso em instalações de terra, quer para uso
marítimo, é do tipo de circulação natural. Essa designação se aplica a todas as caldeiras em
que a circulação da água através dos circuitos da caldeira depende somente da diferença entre
a densidade de uma camada descendente de água relativamente fria e a de uma camada
51
C AD 0 1
ascendente de água quente, contendo bolhas de vapor. A quantidade de água de alimentação
fornecida é sempre igual à quantidade de vapor produzido.

A circulação natural livre é obtida numa caldeira constituída de tubos geradores


ligeiramente inclinados, ligando dois elementos verticais (ou quase verticais) chamados lâminas
d' água.

As lâminas mais baixas recebem a água relativamente mais fria, que entra nos tubos.

Quando a água, no interior dos tubos, recebe o calor dos gases da fornalha, a água se
torna menos densa (mais leve) e se desloca na direção da extremidade mais elevada dos
tubos. Do mesmo modo, o vapor formado se desloca para a extremidade superior da lâmina.

A água quente e o vapor são deslocados ainda pela água relativamente fria, que se
desloca da Iâmina mais baixa para o interior do tubo. Uma mistura de vapor e água aquecida
se desloca da parte superior da lâmina para o interior do tubulão de vapor. Ou seja, o que
ocorre é o processo de propagação do calor, por convecção.

A circulação acelerada ocorre nas caldeiras em que um ou mais tubulões, situados em


nível elevado, são ligados por tubos a outro tubulão ou tubulões, colocados em nível mais
baixo. A água de alimentação entra no tubulão superior e desce para os inferiores, através dos
tubos mais frios, classificados de tubos de circulação. Isto vale para aqueles que estão mais
afastados da fornalha e protegidos desta última, pelas fiadas dos tubos geradores.

A água quente e o vapor sobem para o tubulão superior por intermédio dos tubos
geradores ou ascendentes, os quais estão expostos ao calor irradiado da fornalha e dos gases
mais quentes da combustão.

Em muitas caldeiras, são instalados tubos adicionais, normalmente de diâmetro muito


maior do que os tubos de circulação para ajudar o fluxo descendente da água. Tais tubos são
denominados tubos de retorno ou tubos descendentes.

Figura 1.28 – Circulação em caldeira aquatubular

52
Em virtude do maior ângulo de inclinação dos tubos, a circulação é acelerada pela
tendência que têm o vapor e a água mais aquecida de subir até as extremidades superiores
dos tubos.

Os tubos de retorno asseguram um suplemento de água mais densa, relativamente fria,


para o tubulão ou tubulões inferiores, a fim de substituir a água e o vapor que se deslocam
para cima, no interior dos tubos geradores.

Em algumas caldeiras, nos altos graus de vaporização, todos os seus tubos são tubos
geradores, exceto os tubos de retomo. Neste caso, os tubos de retomo são de tal diâmetro e
em tal número, que passa através deles muito mais água do que a transformada em vapor, na
capacidade total da caldeira. Todas as caldeiras marítimas modernas são do tipo de circulação
acelerada.

Tanto a recirculação forçada como a circulação forçada são conseguidas por meio de
bombas, que não fazem parte da caldeira e que mantêm um fluxo contínuo de água, através
dos circuitos dessa caldeira. A diferença entre esses dois tipos é que, na caldeira de
recirculação forçada, é bombeada através dos circuitos uma quantidade maior de água de
alimentação do que a quantidade que é transformada em vapor. Já na caldeira de circulação
forçada, a quantidade de água de alimentação, bombeada para o intedor dos circuitos, é igual
à quantidade de vapor gerado.

1.9.1.2 Caldei ra fl am atubul ar

Uma caldeira flamatubular (ou fogotubular) é uma unidade geradora de vapor em que os
gases da combustão passam no interior dos tubos.

Existem vários métodos de classificação das caldeiras flamatubulares (segundo o uso, a


capacidade, a pressão, a posição da fornalha, a posição dos tubos, os tamanhos, etc).
Adotaremos aqui dividi-las em:

Verticais


Com fornalha externa


Com fornalha interna

Horizontais


Com fornalha externa


Multitubulares
Com fornalha interna
Com uma tubulação central (Comovaglia)
Com duas tubulações (Lancashire)
Locomotivas e Locomóveis
Escocesas
Marítimas
Estacionárias

53
C AD 0 1
Compactas

As caldeiras flamatubulares geram somente vapor saturado. Normalmente, têm sua


capacidade de produção de vapor restrita a um máximo de 30 t/h e pressão
máxima de 20 kgf/cm2. O modelo mais comum desta caldeira é a "Scotch Marine
Boiler" (Caldeira Naval Escocesa).

1.9.1.2.1 Caldei ras Esc oc esas

É o tipo mais moderno e evoluído de caldeiras flamatubulares, Figura 1.29. Não


exige gastos com instalações especiais ou custosas colunas de aço ou alvenaria, bastando
uma fundação simples e nivelada, as ligações com a fonte de água, eletricidade e esgoto para
entrar imediatamente em serviço. Têm controle eletrônico de segurança e funcionamento
automático arrancando tão logo sejam ligados os interruptores.

Figura 1.29 – Caldeira Flamatubular Escocesa.

A caldeira consta de um corpo cilíndrico que contém um tubulão sobre o qual existe um
conjunto de tubos de pequeno diâmetro. Tem geralmente uma câmara de combustão de tijolos
refratários na parte posterior, a que recebe os gases produtos da combustão, e os conduz para
o espelho traseiro.

Essas unidades operam com óleo ou gás, e sua circulação garantida por ventiladores
(tiragem mecânica). As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo
83%. São construídas até a máxima produção de 10 ton/h a uma pressão máxima de 18
kg/m2. Sua vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kg/m2, dependendo da
perda de carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com grande velocidade, 20 a 25 m/s,
permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito
baixa, não ultrapassando 1%.

As caldeiras flamatubulares até 20 t/h de capacidade de geração possuem menor custo e


são mais econômicas do que as caldeiras aquatubulares. A manutenção delas é mais fácil, já
que basicamente, esta manutenção consiste da troca de tubos, como num aparelho trocador
54
de calor.

Além disso, a caldeira flamatubular pode ser instalada em lugares com pequena altura, já
que sua altura máxima é o diâmetro do vaso.

As caldeiras flamatubulares apresentam, também, alta eficiência de transferência de


calor, cerca de 40% maior do que as aquatubulares, por área de troca térmica. No entanto,
como estas caldeiras são de operação mais simples e não possuem muitos instrumentos para
monitoração, sua operação, muitas vezes é negligenciada. Por isso, esse tipo de caldeira lidera
as estatísticas de acidente no mundo (normalmente explosão). A causa mais freqüente é o
superaquecimento das partes, devido ao baixo nível de água. Além disso, a caldeira
flamatubular é limitada tecnicamente, por não gerar vapor superaquecido. Por isso, seu uso
torna-se restrito em indústrias de grande porte, onde é recomendada nos casos de
necessidade de vapor para aquecimento.

Figura 1.30 – Caldeira flamatubular com três passes.

A figura 30 mostra o esquema básico de uma caldeira flamatubular de três passes.

Quanto ao aspecto econômico, a caldeira flamatubular é bem mais barata que uma
similar, em capacidade, do tipo aquatubular. No caso de cargas de vapor pequenas, tanto uma
quanto outra são fornecidas de modo “empacotado”, ou seja, como um equipamento pronto
para uso, encaixotado, bastando ser interligado ao processo industrial determinado.

Caldeiras de até 20 t/h (toneladas por hora) e 21 kgf/cm2 podem custar cerca de US$
300 mil.

As caldeiras aquatubulares de maior capacidade, gerando vapor superaquecido, são


unidades bem mais caras que exigem grandes investimentos em projeto de engenharia,
montagem e instrumentação. Uma caldeira aquatubular de 42 kgf/cm2 e 100 t/h de capacidade
pode custar cerca de US$ 10 milhões, entre equipamento, projeto e montagem, não se levando
em consideração o gasto com a instrumentação.

55
C AD 0 1
Figura 1.31 – Caldeira flamatubular vertical.

1.9.1.3 Comparações entre as Cal deiras Aquatubulares e Fl am atubul ares

a) V antagens

Flamatubulares


equipamento compacto;

com capacidade até 20 ton/h tem menor custo e são mais econômicas do que as
caldeiras aquatubulares;

perdas por radiação são minimizadas devido ao fato do isolamento térmico ser
mais fácil;

apresentam alta eficiência de transferência de calor, cerca de 40% maior que as


caldeiras aquatubulares por área de troca térmica;

aceita grandes variações de carga rapidamente (3,5 vezes mais rápido que
caldeira aquatubular similar em capacidade);

56
simplicidade operacional;

manutenção mais fácil.

Aquatubulares:


não necessitam de manutenção constante;

com o fluxo de água pelo interior dos tubos, a perda de carga dos gases diminui;

podem ser montados tubos retos ou curvos nas mais diversas posições;

para uma mesma capacidade, as caldeiras aquatubulares ocupam volume


menor, sendo também de peso menor que as flamatubulares;

rendimento de 80% a 90%;

menor espaço de tempo entre início da operação(caldeira inativa) e início da


vaporização;

permitem desenvolver uma combustão muito superior, porque a fornalha não


forma parte integral da caldeira.

b) Desvantagens

Flamatubulares


apresentam sérios problemas de incrustação, depósito no lado dos gases;

necessitam de manutenção freqüente;

dificuldade de acesso para manutenção e inspeção;

não podem trabalhar intermitentemente, pois podem surgir problemas na zona de


fixação dos tubos (mandrilamento), devido a dilatações diferentes;

não geram vapor superaquecido;

rendimento 70 a 80%;

capacidades de geração de vapor e pressão de trabalho;

baixas capacidades de geração de vapor e pressão de trabalho (máxima 12 ton/h


e máxima 18 Kgf/cm2). A espessura de construção do corpo cilíndrico aumenta
proporcionalmente à pressão e diâmetro, ultrapassados determinados limites seria
necessário construir caldeiras com chapas de excessivas espessuras que tomada:
custo elevado, peso exagerado e difícil conformação.

custam mais a produzir vapor devido a grande capacidade de água.

57
C AD 0 1
devido à simplicidade operacional e por não contar com muitos instrumentos para
monitorizarão de sua operação, multas vezes sua operação é um tanto
negligenciada. Lidera as estatísticas de acidentes (normalmente explosão).

Aquatubulares


Alto custo inicial, exigindo grandes investimentos em projetos de engenharia,


montagem e instrumentação.

1.9.2 Caldeir as de r ecuperação

São aqueles geradores de vapor d'água que não utilizam combustíveis como fonte
produtora de energia, aproveitando o calor residual de processos industriais (gás de escape de
motores, gás de alto forno, de turbinas, etc.) - veja figura 1.24 / item 1.7.2 e Unidade 3.

Em embarcações que possuem o sistema, a produção da caldeira de recuperação está


ligada à massa e à temperatura dos gases de descarga do motor principal.

Na década de 80, os motores diesel foram projetados com uma menor temperatura dos
gases de descarga aliada ao fato da utilização de menores potenciais propulsivos (maior
eficiência de propulsão X custo de combustível).

Passaram os fabricantes dos sistemas de vapor a otimizar mais a eficiência dos seus
circuitos com a aplicação de superaquecedor, aquecedor de água de alimentação e
condensador a vácuo.

O aumento do custo resultante da aplicação dos novos equipamentos no sistema ficam


justificados com a economia de combustível resultante, pois teremos o custo zero de
combustível na geração de energia elétrica, em vez de combustível utilizado no MCA.

Contudo, os anos seguintes foram ainda mais difíceis para os fabricantes de sistemas de
vapor, os novos motores ficaram com as temperaturas de descarga ainda menores. Passaram,
então, a usar resfriadores de ar de lavagem e ejetores de ar resfriados a condensado, bomba
de circulação de água salgada de dupla rotação e outros artifícios como o PTO (power take
off). Chegamos, enfim, aos dias atuais, em que só é viável a utilização da planta de vapor com
turbogerador em navios para Iongas travessias com potência no MCP superior a 20.000 HP, o
que são poucos nos dias atuais.

Atualmente, a caldeira de recuperação é usada na maioria dos navios para geração de


vapor a ser usado no aquecimento do óleo combustível e nos serviços de hotelaria.

Nos petroleiros, temos ainda a aplicação do vapor no aquecimento dos tanques de carga
de óleo e as mais diversas pequenas utilizações.

A bomba de circulação da caldeira de recuperação é de funcionamento contínuo,


enquanto estiver o MCP em funcionamento. Alguns fabricantes garantem o material dos tubos
para passagem dos gases de descarga com a bomba isolada. Entretanto, a recomendação,
neste caso, é manter a caldeira seca e com drenos abertos.

58
A caldeira de recuperação possui válvulas de segurança para os diversos estágios de
pressão. Diversos acidentes fatais já ocorreram com caldeiras isoladas com resto de água no
seu interior e com a válvula de segurança isolada ou avariada.

Na descarga da bomba de circulação, temos uma derivação de cerca de 1” admitindo


água quente no tubulão inferior, criando fluxo de água quente, mantendo a caldeira auxiliar
sempre quente e pronta para acendimento.

A caldeira de recuperação tem aparelhos de ramonagem que devem ser usados pelo
menos uma vez por dia.

1.9.3 Caldeir a elétr ica

A caldeira elétrica, diferentemente de uma caldeira similar, à combustão, possui


construção simples.

Ela é composta por um vaso de pressão não sujeito a chama, um sistema de


aquecimento elétrico e um sistema de água de alimentação.

O rendimento deste tipo de caldeira é elevado, pois a transformação de energia elétrica


em energia térmica ocorre no seio da água a ser vaporizada, que se encontra no interior da
caldeira, não havendo perdas praticamente.

Por outro lado, a possível perda, devido à descarga de fundo, pode ser bastante reduzida
com um diligente controle do tratamento da água.

A construção de uma caldeira elétrica é simples, conforme já foi dito, de maneira que ela
não possui queimadores, nem câmara de combustão, tubos de transferência de calor,
refratários, chaminés, etc.

Então, as caldeiras elétricas classificam-se, conforme os princípios eletrotérmicos e as


concepções constituídas em:

a) caldeiras a resistores;

b) caldeiras a eletrodos:

− submersos; e

− borrifados (ou jateados).

E, de acordo com a tensão de alimentação, as caldeiras elétricas podem ser:

a) caldeiras de eletrodos de baixa tensão; e

b) caldeiras de eletrodos de alta tensão.

1.9.3.1 Caldei ras elétricas a resis tores

Essas caldeiras, que também podem ser denominadas de caldeiras elétricas resistivas ou
caldeiras elétricas a resistências indiretas, são constituídas de um vaso de pressão não sujeito
a chama e de um conjunto de resistências elétricas blindadas inseridas no vaso que devem ser
mantidas imersas na água.
59
C AD 0 1
O funcionamento deve ser automático e o controle da produção de vapor pode ser
efetuado em patamares, através do ligamento ou desligamento de conjuntos de resistores ou
utilizando tiristores.

V ocê sabia?

O tiristor é um dispositivo eletrônico controlador de potência.

Na eletroeletrônica, encontramos vários tipos de tiristores. Para o nosso estudo,


devemos fazer algumas observações sobre o tiristor chamado SCR:

1º) O SCR (Silicon Controlled Rectifier) difere do retificador (diodo convencional) pelo fato
de não permitir a passagem de corrente, mesmo estando polarizado diretamente, a não ser
que atinja ou supere um determinado valor denominado tensão direta de ruptura (Forward
Breakdown Voltage), simbolicamente VBRF. O SCR além de controlador de potência de
corrente contínua, pode atuar também como chave eletrônica (on, off).

Exemplo de aplicação: controle da produção de vapor de uma caldeira, efetuado em


patamares.

Com o objetivo de garantir uma vida razoável das resistências, deve-se mantê-las
continuamente imersas na água.

Esta missão, de mantê-las imersas na água, é de responsabilidade, também, dos


controladores de nível das caldeiras. O sistema mais comum e usual é o de eletrodos de nível
que, agindo em função do nível máximo ou mínimo das caldeiras, atuam sobre o sistema de
alimentação delas, constituído de bombas d'água. O principal objetivo desse sistema é fazer
com que o nível máximo da caldeira não ultrapasse um valor que impeça a acumulação de
vapor, fazendo com que este, ao sair da caldeira, tenha um título muito baixo. O ideal é que o
título do vapor se aproxime ao máximo de um (ou 100%), ou seja, ele esteja próximo à
condição de vapor saturado seco.

O nível de tensão dessas caldeiras é o das baixas tensões, indo de 220 a 440 volts.
Podem na prática usar qualquer tipo de água. Não exigem águas de condutividade elétrica
notável, uma vez que a energia elétrica atua sobre os resistores e daí para a água, e não
diretamente na água.

O cuidado que se deve ter, quanto ao tratamento da água, é no sentido de evitar


incrustações sobre os resistores, o que ocasiona isolamento térmico. A figura 1.32 apresenta,
de forma esquemática, o corte transversal de uma caldeira elétrica à resistência.

60
Figura 1.32 − Caldeira elétrica a resistência.

1.9.3.2 Caldei ras elétricas a eletrodos

As caldeiras elétricas a eletrodos se caracterizam por terem eletrodos metálicos inseridos


no vaso de pressão isolados eletricamente deste. A água constitui um elemento condutor e
resistivo, sendo o vapor gerado também neste caso por "efeito Joule". Os eletrodos são
construídos de ligas metálicas, geralmente ferrosas, aço carbono laminado de alto teor de
carbono ou ferro fundido. Como a potência dissipada se faz por "Efeito Joule", é função da
resistibilidade da água, da superfície dos eletrodos e contra-eletrodos e do nível de tensão.

Para essas caldeiras, um ponto da maior importância é o controle da resistibilidade da


água e, conseqüentemente, o seu tratamento. Esse tratamento influi não somente no
isolamento dos eletrodos, mas principalmente na quantidade de vapor a ser gerado. A tensão
de alimentação também assume um papel importante e varia normalmente entre 220 e 20000
V. A produção de vapor varia desde poucos quilogramas horários a cerca de cem toneladas
horárias. As pressões também têm uma grande margem de variação, indo de poucos bars até
cerca de 100 bars (100 kgf/cm2).

As limitações, no caso, se prendem ao projeto mecânico, função unicamente do vaso de


pressão, mas sim ao isolamento elétrico entre eletrodos e corpo da caldeira (vaso de pressão),
sendo o material destes o fator de limitação. A porcelana dos isoladores não resiste à pressão
e a temperaturas acima das correspondentes ao vapor saturado de 100 bars.

As caldeiras elétricas a eletrodos podem ser divididas em dois grupos: as caldeiras a


eletrodos submersos, e as caldeiras a eletrodos jateados ou borrifados.

a) Caldeir as elétricas a eletr odos submersos

São divididas em caldeiras a baixa tensão, de 220 V a 440 V, e as de alta tensão acima
de 440 V e até 20000 V.

A caldeira a eletrodos submersos a baixa tensão (figura 1.33) é composta de um vaso de


pressão cilíndrico vertical, possuindo uma cuba superior na qual são inseridos os eletrodos que
são parcialmente submersos na água contida pelo recipiente. A saída do vapor se faz

61
C AD 0 1
diretamente dessa cuba. Além da conexão de saída do vapor, a cuba possui as conexões para
o controle do nível e para a entrada de água, que é feita pela parte inferior por intermédio da
bomba de circulação. A produção da caldeira é função da quantidade de água no interior da
cuba, e, conseqüentemente, do comprimento dos eletrodos imersos nela. Quanto maior é essa
quantidade, maior é o nível da água e maior será a corrente elétrica circulada entre eletrodos.
A produção de vapor vai de 100 a 200 Kg/h.

Figura 1.33 − Caldeira elétrica a eletrodos submersos baixa tensão.

Já as caldeiras a eletrodos submersos a alta tensão podem ser classificadas, conforme


os dois tipos construídos atualmente: as de eletrodos submersos em cuba elevada e as de
contra-eletrodos.

As de cuba elevada são construídas de forma que os eletrodos sejam imersos na água
contida na cuba elevada no interior do vaso de pressão. Essa cuba tem a parte superior aberta
e é isolada eletricamente dos outros elementos da caldeira. Em algumas construções, a cuba é
dividida em três partes iguais vertical e radialmente a 120o, recebendo cada uma um eletrodo.

A corrente circulante entre eletrodos ou entre eletrodos e neutro produz o vapor no


interior da cuba. A vazão de vapor é função do nível da água da cuba elevada que, quanto
mais alto, maior contato provocará entre eletrodos e água. Esse nível é controlado por uma
válvula instalada na parte inferior do recipiente e que dá passagem de maior ou menor
quantidade de água desta cuba para o vaso de pressão. A figura 1.34 mostra este tipo de
caldeira com os seus principais componentes.
62
Na caldeira com contra-eletrodos
(figura 1.35), a corrente elétrica circula
entre os eletrodos e os contra-eletrodos,
que são aterrados e fixados no vaso de
pressão. A produção de vapor é
controlada pelo posicionamento dos
tubos de material isolante (por exemplo,
porcelana), que se interpõem entre os
eletrodos e contra-eletrodos. Os tubos
isolantes são elevados ou abaixados por
sistema mecânico constituído de eixo
acionado por motor elétrico. A água de
circulação é injetada diretamente nas
extremidades dos eletrodos com a
finalidade de resfriá-la.

Figura 1.34 − Caldeira elétrica a eletrodos submersos alta tensão.

Figura 1.35 − Caldeira elétrica a eletrodos submersos a contra-eletrodos.


63
C AD 0 1
b) Caldeiras elétr icas a eletr odos jateados

Nesse tipo de caldeira, a água é transferida da parte inferior do vaso cilíndrico de pressão
para bicos espargidores ou injetores montados em um tubo localizado no mesmo eixo, por
bomba de circulação. A água, ao atravessar os injetores, forma jatos que se chocam contra os
eletrodos. Esses jatos formam inúmeros caminhos para a corrente elétrica que circula entre os
injetores (neutro) e os eletrodos (fase). A circulação da corrente provoca a vaporização da
água. A água vaporizada, entre o tubo central e os eletrodos, cai sobre os contra-eletrodos.
Neste último percurso parte dela ainda é vaporizada. O excesso da água é recolhido no fundo
do vaso de pressão.

A produção de vapor é função da potência dissipada que, por sua vez, é diretamente
proporcional à quantidade de água circulada e à corrente elétrica. Essa quantidade de líquido
será maior ou menor em função do número de jatos que atinjam os eletrodos. A forma como se
consegue isso é o que diferencia basicamente os dois tipos de caldeiras disponíveis no
mercado. Num dos tipos, mostrado na figura 1.36 (modelo 1), o número de jatos é regulado por
uma camisa cilíndrica (defletor), que envolve o tubo central que contém o injetor. Conforme a
posição dessa camisa, maior ou menor número de jatos atingem os eletrodos ou são defletidos
diretamente para o fundo da caldeira.

Outra concepção, que é mostrada pela figura 1.36 (modelo 2), é a caldeira que tem o
número de jatos controlados pela vazão de água através de válvula instalada no tubo de
recalque da bomba de circulação. Em ambas as construções, a bomba é submersa e interna
ao vaso de pressão.

Figura 1.36 − Caldeira elétrica a eletrodos jateados (modelo 1).

64
Figura 1.37 − Caldeira elétrica a eletrodos jateados (modelo 2).

1.10 CONCE ITO DE COM BUSTÍVE L

O que é combustível?

Combustível é qualquer substância capaz de produzir calor economicamente por meio de


reação química ou nuclear. Os combustíveis clássicos são materiais que reagem com oxigênio
(comburente), produzindo grande quantidade de calor.

O calor é uma forma de energia e é essencial para a nossa sociedade, que a obtém de
várias formas, entre as quais se destacam estes combustíveis fósseis: o petróleo, o carvão
mineral e o gás natural.

Podemos dizer também que o combustível é a substância que "pega fogo", isto é, sofre a
combustão. Combustão é a reação de uma substância (combustível) com o oxigênio
(comburente) com liberação de energia.

Para que os combustíveis sejam considerados industriais, devem satisfazer as seguintes


condições:

queimar lentamente;


existir em abundância na natureza;




não produzir gases corrosivos ou tóxicos;




65
C AD 0 1
possibilitar extração econômica;


possuir um poder calorífico elevado.




1.10.1 Classificação dos combustíveis industr iais

Os combustíveis industriais classificam-se em naturais e artificiais.

Conforme o estado físico, podem ser definidos como sólidos, líquidos e gasosos em
função da razão de seus dois ingredientes químicos primários, ou seja, carbono e hidrogênio.

Para que se tenha uma queima adequada, deverá haver um manuseio cuidadoso do
combustível. A forma de manuseá-lo irá variar, principalmente, em função do estado físico
desse combustível, ou seja, se o combustível é sólido, líquido ou gasoso.

Para efeito de controle de combustão, um combustível sólido finamente moído, que


possa ser transportado através de uma corrente de ar, apresenta características de
controle semelhantes às de um combustível gasoso. Já um combustível líquido,
quando atomizado e jogado em forma de jato na câmara de combustão, também
apresenta características de controle semelhantes às de um combustível gasoso.

1.10.1.1 Combustível gasoso

Como os combustíveis gasosos são facilmente dispersos no ar, não há necessidade de


preparação desse combustível para a combustão. Os combustíveis gasosos são utilizados
diretamente na caldeira, da mesma forma com que são recebidos do fornecedor. Daí, o único
cuidado necessário é a redução da pressão do gás para adequá-la às características do
queimador.

Há dois tipos de combustores para combustível gasoso: um com mistura no bocal e outro
com mistura prévia do ar e do gás.

1.10.1.2 Combustível líquido

O petróleo, por exemplo, é um combustível natural líquido. Os derivados do petróleo


(nafta, gasolina, querosene, óleo diesel) se constituem em exemplos de combustíveis artificiais
líquidos.

Os combustíveis líquidos mais usados nas caldeiras navais são o "fuel-oil" (óleo pesado)
e o óleo diesel. Dependendo da instalação e projeto, usa-se também o óleo cru (petróleo).

O "fuel-oil" necessita de pré-aquecimento para poder melhorar seu escoamento,


pulverização e queima.

Um combustível líquido, para ser queimado, deve ser vaporizado ou atomizado,


facilitando, assim, a vaporização com o calor da chama e o contato com o ar de combustão.

Um combustor de líquido vaporizado converte, continuamente, o combustível líquido em


vapor, utilizando, para isso, o calor da própria chama.

66
A atomização com vapor é a maneira mais utilizada e, para que esta atomização ocorra,
o vapor é injetado com pressão superior à do combustível. A atomização com vapor, além de
produzir partículas menores, mantém a temperatura do combustível no queimador, evitando o
aumento de sua viscosidade. Neste caso, normalmente, utiliza-se uma válvula reguladora de
pessão diferencial (PDCV) para manter a diferença de pessão entre o vapor e o combustível.
Nos casos de caldeiras de grande porte, é comum utilizar-se uma malha de controle completa
para manter o diferencial de pressão entre o vapor de atomização e o combustível líquido.

1.10.1.3 Combustível sólido

Faremos um breve comentário sobre os tipos de combustiveis sólidos mais utilizados:

− carvão mineral: usado principalmente em grandes termoelétricas, ¾ do carvão


consumido nos Estados Unidos é usado na produção de vapor para geração de energia
elétrica;

− carvão vegetal e lenha: atualmente em desuso, devido à elevação do custo e à falta


da matéria prima;

− bagaço de cana: usado nas usinas de açúcar e álcool, aproveitando-se o resto da


moagem da cana de açúcar como combustível. O vapor produzido é usado nas máquinas da
usina, geradores e aquecedores.

Consider ações finais

Conforme já foi dito, os conteúdos deste módulo seguem um guizamento lógico.

Então, uma vez já conhecendo os “princípios físicos aplicados às caldeiras”, você se


habilitou a estudar a unidade 2, “Sistemas e Componentes das Caldeiras”.

Continue com o mesmo entusiasmo e dedicação.

Avalie agora os seus conhecimentos.

T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o d a U n i d a d e 1

I) Assinale a opção correta.

1.1) Transformando uma caloria em joules, obtemos


(a) 1
(b) 4,186
(c) 100
(d) 252

67
C AD 0 1
1.2) O sentido da transmissão de calor entre dois corpos depende de suas
(a) massas.
(b) temperaturas.
(c) pressões.
(d) dimensões.

1.3) Em uma barra metálica, a transmissão de calor se da pelo aumento de agitação das
moléculas da barra, próximo a fonte de calor, chocando-se com as moléculas vizinhas. Este é
um fenômeno de:
(a) irradiação.
(b) convecção.
(c) condução.
(d) radiação.

1.4) O fato de o calor passar de um corpo para outro deve-se à


(a) quantidade de calor existente em cada um.
(b) diferença de temperatura entre eles.
(c) energia total de suas moléculas.
(d) quantidade de calorias existente em cada um.

1.5) “Termo" significa


(a) massa.
(b) capacidade.
(c) temperatura.
(d) calor.

1.6) No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade da grandeza pressão é

(a) bária.

(b) bar.

(c) pascal.

(d) atmosfera.

1.7) Não é tipo de vaporização:

(a) ebulição.

(b) calefação.

(c) evaporação.

(d) sublimação.

68
1.8) A unidade da grandeza pressão no Sistema Técnico de Unidade (MK*S) é

(a) bária

(b) bar

(c) pascal

(d) atmosfera

1.9) 0 nome da mudança do estado sólido para o líquido é

(a) fusão.

(b) solidificação.

(c) quefação.

(d) vaporização.

1.10) O nome da mudança do estado gasoso para o líquido é

(a) fusão.

(b) solidificação.

(c) condensação.

(d) vaporização.

1.11) Transformando 23° C em Kelvin, obtemos

(a) 100 K.

(b) 123 K

(c) 273 K

(d) 296 K

1.12) A combustão incompleta do óleo diesel na fornalha de uma caldeira polui o ar atmosférico
com

(a) CO2

(b) H2O

(c) N2

(d) CO

II) Cite.

1.13) O valor do calor latente de vaporização (Lv) da água, à pressão normal: ______________

1.14) A unidade de calor latente de vaporização: ___________________

1.15) O número de subdivisões da escala Kelvin: ___________________

1.16) O número de subdivisões da escala Celsius: ___________________

69
C AD 0 1
1.17) O valor da temperatura de fusão do gelo na escala Fahrenheit: ____________________

1.18) O valor da temperatura de ebulição da água na escala Celsius: ____________________

1.19) O valor da temperatura de ebulição da água na escala Fahrenheit: __________________

1.20) O valor da temperatura de fusão do gelo na escala Celsius: _______________________

1.21) O nome do instrumento que mede o valor da pressão atmosférica: __________________

1.22) A expressão que traduz a troca de calor sensível: ________________________

III) Responda as perguntas abaixo:

1.23) Quais são as condições para que um combustível seja considerado industrial?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.24) O que é título de um vapor úmido?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.25) Qual é o aparelho trocador de calor que se constitui no último estágio de aquecimento da
água de alimentação?
____________________________________________________________________________

1.26) De que maneira os combustíveis industriais são classificados?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.27) Quanto à localização da água e dos gases de combustão, como as caldeiras são
classificadas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.28) Qual é a denominação dada a câmara de combustão de uma caldeira?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.29) Qual é a função da válvula de segurança de uma caldeira?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.30) De acordo com a circulação d’água, como as caldeiras aquatubulares são classificadas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.31) Qual é a desvantagem da caldeira aquatubular, em relação à caldeira flamatubular?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.32) Quanto à montagem, como as caldeiras são classificadas?


____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
70
Exercícios

1.33) Qual é a função do queimador?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

Chave de Respostas das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 1

Tarefas 1.1

1.1.1) Condução, convecção e radiação.

1.1.2) Q = m.c. ∆t

1.1.3) Sólido, líquido e gasoso.

1.1.4) Pascal (Pa)

1.1.5) 180

1.1.6) Calor Sensível: é o calor transferido a um corpo, provocando uma alteração na


temperatura desse corpo (aumento ou diminuição). Calor latente: é quando a quantidade de
calor recebido ou cedido por um corpo, durante a sua troca, o mesmo permanece com
temperatura constante, mudando de estado.

1.1.7) c

1.1.8) c

1.1.9) b

1.1.10) b

1.1.11) a

Tarefas 1.2

1.2.1

t (c°) 25 - 17,8 - 12 37,8

t (°F) 77 0 10,4 100

1.2.2) Caldeiras a vapor d’água são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia.

1.2.3) É a diferença da temperatura do vapor superaquecido, em dado instante, e a


temperatura de saturação correspondente a uma dada pressão.

1.2.4) Mecânica, acústica, ótica, eletricidade, magnetismo e termologia.

1.2.5) Pressão relativa ou pressão efetiva.

71
C AD 0 1
N
1.2.6) 1 BAR = 105 m 2 ou seja

1 BAR = 105 Pa logo, 5 ba corresponderá a 5. 105 Pa ou seja 5 ba = 500000 Pa

Teste de auto-avaliação.
1.1 – b
1.2 – b
1.3 – c
1.4 – b
1.5 – d
1.6 – c
1.7 – d
1.8 – b
1.9 – a
1.10 – c
1.11 – d

1.12 - b

II) Cite

1.13 – 539 cal /g.


1.14 – cal /g, BTU/l b/ kcal /kg
1.15 – 100 subdivisões
1.16 - 100 subdivisões
1.17 – 32 °F
1.18 – 100 °C
1.19 – 212 °F
1.20 – 0°C
1.21 – Barômetro
1.22 – Q= M.C. ∆ T

III)

1.23 - Queimar lentamente; existir em abundância na natureza; não produzir gases corrosivos
ou tóxicos; existir em abundância na natureza e possuir alto poder calorífico.

1.24 - É a razão entre a massa de vapor saturado e a massa total de vapor saturado com
láquido saturado.

1.25 - Economizador.

1.26 - Naturais: sólido, líquido e gasoso. Artificiais: sólido líquido e gasoso.

1.27 - Aquatubular e flamatubular.

1.28 - Fornalha.

1.29 - Promove o escape do excesso do vapor, caso a pressão de trabalho venha a ser
ultrapassada.

72
1.30 - Circulação natural; recirculação forçada e circulação forçada.

1.31 - Alto custo inicial, exigindo grandes investimentos em projetos de engenharia, montagem
e instrumentação.

1.32 - Caldeiras pré-montadas e caldeiras montadas em campo.

1.33 - São equipamentos destinados a introduzir na fornalha ar e combustível, conseguindo


manter a combustão completa através de pequenos valores de excesso de ar.

Muito bom! Você concluiu esta unidade


de estudo com sucesso.

Continue firme, siga para a unidade 2.

73
C AD 0 1
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