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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DE VITÓRIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ES

A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO, por meio da PRO-


CURADORIA-GERAL FEDERAL, representando, nos termos do art.
131 da Constituição Federal, o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL – INSS, já devidamente qualificado nos autos do processo de
número em epígrafe, vem à elevada presença deste Juízo apresentar
sua resposta sob a forma de

CONTESTAÇÃO

À ação de número em epígrafe, apresentando suas razões


fáticas e jurídicas com as quais impugna os pleitos do requerente.

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SÍNTESE HISTÓRICA

A parte autora ajuizou a presente ação na qual pleiteia a


condenação da Autarquia Previdenciária ao pagamento de benefício
assistencial.

Para tanto, alega que é pessoa idosa em situação de risco


social.

Contudo, como será demonstrado, os pleitos firmados pela


parte autora não merecem acolhida.

NO MÉRITO
DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA

O artigo 20 da Lei 8.742//93 estabelece os critérios neces-


sário para a concessão do benefício assistencial em questão:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia


de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de

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deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e


que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, entende-se


como família o conjunto de pessoas elencadas no art. 16
da Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam
sob o mesmo teto. (nova redação dada pela Lei n.º
9.720/98)
§ 2º Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa
portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vi-
da independente e para o trabalho.
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da
pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja
renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do
salário mínimo.
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser
acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âm-
bito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da
assistência média.
§ 5º A situação de internado não prejudica o direito do
Idoso ou do portador de deficiência ao benefício.
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita a exame
médico pericial e laudo realizados pelos serviços de pe-
rícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS. (nova redação dada pela Lei nº 9.720/98.)
§ 7º Na hipótese de não existirem serviços no município
de residência do beneficiário, fica assegurado, na forma
prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao
município mais próximo que contar com tal estrutura.
(nova redação dada pela Lei nº 9.720/98.)
§ 8º A renda familiar mensal a que se refere o § 3º deverá
ser declarada pelo requerente ou seu representante le-
gal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos
no regulamento para o deferimento do pedido." (nova
redação dada pela Lei nº 9.720/98.)

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Observe-se que a Lei determina que a pessoa somente é


considerada deficiente caso esteja incapacitada para o trabalho e para
a vida independente.

Uma análise da situação fática revela que, infelizmente


não há demonstração da subsunção ao que prevê o direito brasi-
leiro como condição necessária à concessão do benefício pleite-
ado.

Oportuno destacar-se, ainda, que a Lei 8.742/93 estabele-


ce um critério suplementar de aferição da incapacidade: que cada
membro da família da pessoa portadora de deficiência perceba valor
inferior a um quarto do salário mínimo.

Concedido o benefício, a lei 8.742/93 determina a necessi-


dade de revisão, como se pode ver da transcrição do artigo 21:

Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser re-


visto a cada 2 (dois) Sanos para avaliação da continui-
dade das condições que lhe deram origem.

§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em


que forem superadas as condições referidas no "caput",
ou em caso de morte do beneficiário.
§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar ir-
regularidade na sua concessão ou utilização.

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Na hipótese em tela, não há qualquer demonstração que


autoriza a conclusão da subsunção da hipótese fática ao que dispõe a
legislação aplicável à matéria.

Diante do exposto, é possível inferir que os pedidos formu-


lados pela parte autora não encontram amparo no direito brasileiro,
razão pela qual os pedidos formulados devem ser julgados improce-
dentes.

DOS REQUERIMENTOS

Isto posto, vem a Autarquia Previdenciária à elevada pre-


sença deste Juízo, postulando pelo deferimento de todos os meios
probatórios admitidos em direito, requerer sejam julgados improce-
dentes os pedidos formulados pela parte autora, condenando-a ao
pagamento das verbas decorrentes da sucumbência, a fim de que seja
feita a devida justiça.

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A análise do caso concreto permite inferir que não se faz


necessária a produção de outras provas além das já constantes dos
autos do processo, de modo que a Entidade Demandada requer o jul-
gamento antecipado do mérito, na forma do inciso I do artigo 355 do
novo Código de Processo Civil.

Termos em que
Pede deferimento

Vitória, 21 de julho de 2020

SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS


Procurador – matr. 1.574.299
OAB/ES 6.520

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