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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

01/02/2021

Número: 1026073-02.2020.4.01.3500
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: 6ª Vara Federal Cível da SJGO
Última distribuição : 07/08/2020
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: COVID-19
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM (ADVOGADO)
ECT (IMPETRANTE) KARITA JOSEFA MOTA MENDES (ADVOGADO)
ELLUIZIA TAVARES RIBEIRO DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
CRISTIANO MARTINS DE SOUZA (ADVOGADO)
JANE CLEISSY LEAL (ADVOGADO)
MARILDA LUIZA BARBOSA (ADVOGADO)
MUNICIPIO DE PIRES DO RIO (IMPETRADO)
PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO (IMPETRADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
29857 07/08/2020 17:23 Petição inicial Petição inicial
8859
29857 07/08/2020 17:23 2020 MS - Coronavirus - Pires do Rio. DR MARILDA. Inicial
8879 REVISÃO
29857 07/08/2020 17:23 KIT_PROCURAÇÃO_11-2019 Procuração
8886
29857 07/08/2020 17:23 01 Decreto_Pires_do_Rio_17_07_2020 Documentos Diversos
8892
29857 07/08/2020 17:23 01.1Decreto_da_Prefeitura_Municipal_De_Pires_Do_ Documentos Diversos
8894 Rio_Go_N__7439_2020.
29857 07/08/2020 17:23 02_oficio_15980377_2020 Documentos Diversos
8895
29858 07/08/2020 17:23 03 Documentos Diversos
6347 Auto_de_fiscalizacao_do_corona_virus_da_Prefeitura
_07_2020.
29858 07/08/2020 17:23 04_oficio_16091623_2020_do_Correios_sobre_respo Documentos Diversos
6349 sta_do_Auto_De_Fiscalizacao_N__07_2
29858 07/08/2020 17:23 05 Documentos Diversos
6351 Auto_de_Fiscalizacao_da_Prefeitura_do_dia_29_07_
2020.
29858 07/08/2020 17:23 06 Aviso___Distanciamento_Clientes Documentos Diversos
6353
29858 07/08/2020 17:23 07 Planilha_Efetivo_AC_Pires_do_Rio Documentos Diversos
6354
29858 07/08/2020 17:23 08 Auto_Declaracao_Rose Documento Comprobatório
6355
29858 07/08/2020 17:23 09Auto_de_fiscalizacao_08_2020_da_Prefeitura. Documentos Diversos
6356
29858 07/08/2020 17:23 10 Documentos Diversos
6357 Protocolo_de__Acoes_Profilaticas___Coronavirus_20
_04_2020
29858 07/08/2020 17:23 11_Guia_de_orientacao_Simplificado_V4 Documentos Diversos
6359
29858 07/08/2020 17:23 13 Documentos Diversos
6360 Pedido_para_contratacao_de_diarista_para_o_mes_
de_agosto_2020_via_Pser.
29858 07/08/2020 17:23 Decisão Bocaina Documentos Diversos
6372
29858 07/08/2020 17:23 Decisao interlocutória testagem Documentos Diversos
6365 Tutela__Justica_Federal_da_1__Regiao
29858 07/08/2020 17:23 Decisão liminar Guaporé Documentos Diversos
6376
29858 07/08/2020 17:23 Decisão MS Rio das Flores Documentos Diversos
6380
29858 07/08/2020 17:23 Sentenca___Civel_favoravel_14885672_Decisao_limi Documentos Diversos
6383 nar_MS
29915 09/08/2020 19:01 Informação de Prevenção Informação de Prevenção
4902
29968 12/08/2020 12:47 Decisão Decisão
9849
33158 16/09/2020 14:41 Intimação Intimação
8924
33158 16/09/2020 14:41 Intimação Intimação
8925
33156 16/09/2020 18:34 Carta Precatória Carta Precatória
9948
33974 25/09/2020 14:49 Documentos Diversos Documentos Diversos
6387
33975 25/09/2020 14:49 COMP.ENVIO CP PR Documento Comprobatório
1349
34562 02/10/2020 16:36 Embargos de declaração Embargos de declaração
3902
34562 02/10/2020 16:36 2020. ED de decisão. MS. Covid. Termômetros. ECT Embargos de declaração
3908 x Prefeitura de Pires do Rio
35283 14/10/2020 08:29 Parecer Parecer
1383
35765 06/11/2020 16:33 Decisão Decisão
6859
38245 20/11/2020 15:37 Intimação Intimação
1390
39333 04/12/2020 09:48 manifestação da ECT Manifestação
0445
39329 04/12/2020 09:48 informa interposição de recurso Manifestação
4499
39329 04/12/2020 09:48 Agravo de Instrumento Documento Comprobatório
4507
41759 18/01/2021 16:28 Parecer Parecer
5873
A ECT REQUER JUNTADA DA PETIÇÃO E DOCUMENTOS EM PDF

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Número do documento: 20080717015687300000294144121
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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO


ESTADO DE GOIÁS

URGENTE: DANO IMINENTE

A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT, Empresa


Pública Federal, instituída nos moldes do Decreto-Lei n° 509/69, CNPJ n° 34.028.316/0001-03, com sede
em com endereço na Praça Cívica n.º 11, Setor Central, CEP 74.003-901, Goiânia/GO, por meio dos seus
advogados infra-assinados, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS, com base no art.
5º, LXIX, da Constituição Federal e art. 1º e ss. da Lei nº 12.016/2009, em face da PREFEITA DO
MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO/GO, Sra., Cleide Aparecida Veloso da Costa, CPF 218.770.411-49,
com endereço Praça Francisco Felipe Machado, 37, Centro, CEP 75.200-000, Pires do Rio/GO (64)3461-
4005, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

I. DOS FATOS

1. Aos dias 17/07/2020, foi publicado o Decreto Municipal n° 7.457/2020, de 17 de


julho de 2020 (doc. anexo), por meio do qual a Prefeitura de Pires do Rio/GO determina obrigatoriedade
aos estabelecimentos dos Correios:

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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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2. Como se vê, o Decreto Municipal n° 7.457/2020 impõe, dentre outras, a


necessidade de disponbilizar no mínimo um funcionário para realizar o efetivo controle das filas
dentro e fora dos estabelecimentos, garantindo a distância mínima entre as pessoas para que se evitem
aglomerações.

3. Anteriormente, em 05 de junho de 2020 foi publicado o Decreto Municipal n°


7.439/2020, de 05 de junho de 2020 (doc. anexo), por meio do qual a Prefeitura de Pires do Rio/GO
determinou, a obrigatoriedade aos estabelecimentos de grande fluxo, dentre outras exigências, o uso de
termômetro para aferir temperatura dos clientes ao entrar no estabelecimento.

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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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4. Cabe destacar que, o Decreto Municipal n° 7.439/2020 de 17 de julho de 2020


esteve vigente até o dia 21/06/2020, o que pode ser observado no seu Art. 7.º

5. Em razão da comunicação da vigência do Decreto Prefeitura Municipal 7.457/2020


de Pires do Rio -GO (vigência a partir de 20/07/2020), a ECT encaminhou à Prefeitura o Ofício Nº
15980377/2020 - GERAT-GO (doc anexo), informando sobre as medidas profiláticas já adotadas pela
ECT, bem como solicitando que a unidade desta Empresa Pública fosse excepcionada da incidência do
Decreto n° 7.457/2020 por não dispor de empregados lotados na AC Pires do Rio, em número suficiente,
para atender a determinação do decreto, uma vez que o quadro de empregados da AC Pires do Rio é
reduzido e, se desviar um dos dois atendentes para cumprir o disposto, haveria impacto nos serviços
executados, ocasionando mais demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos
serviços e consequente permanência dos clientes na agencia, gerando possíveis aglomerações. Em
outra vertente, cumpre ressaltar que a contratação de empregados por esta empresa pública se
dá por meio de concurso público.

6. Em 22/07/2020 a AC Pires do Rio foi notificada - Auto de Fiscalização nº 07/220


(doc anexo) por alegação de descumprimento dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, alegando
infração dos pontos citados abaixo, bem como prazo de 72 horas para adequação:
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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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a. Não disponibilizar pessoal ou suporte com álcool em gel com dispositivo


acionado por pedal, para higienização dos usuári";
b. Higienização a cada uma hora;
c. Fornecimento de EPI's (equipamento de proteção individual para
funcionários;
d. Termômetro para aferição de temperatura.

7. Considerando o teor do Auto de Fiscalização/Notificação nº 07/220 e as exigências


ali esposadas, a ECT enviou outro oficio à Prefeitura de Pires do Rio (Ofício Nº 16091623/2020 - GERAT-
GO – doc anexo) reiterando os protestos do Ofício Nº 15980377/2020 e solicitando que a unidade dos
Correios de Pires do Rio fosse excepcionada quanto à utilização de aparelhos termômetros digitais
e dispenser com pedal para álcool gel, considerando que, por ser empresa pública, qualquer despesa
deve ter lastro no planejamento orçamentário anual, aprovado pelo Ministério das Comunicações e que
não havia a previsão de gastos desta natureza, de forma que, naquela oportunidade, foi solicitado à
Prefeitura a cessão gratuita dos equipamentos necessários ao fiel cumprimento do Decreto 7.457/2020.

8. Em que pese o envio dos oficios supra mencionados, em 29/07/2020, o órgão de


fiscalização da Prefeitura Municipal, após nova inspensão, lavrou o Auto de Infração nº LT/G 01(doc
anexo), cominando aplicação de multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), pelas seguintes
ocorrências:

a. Descumprimento de normas sanitárias previstas nos decretos


estaduais e municipais (limpeza da Agência – providenciar limpeza);

b. Falta de termômetro;

c. Falta de triagem na entrada

9. No Auto de Infração nº LT/G 01 ficou estabelecido prazo de 20 dias para


apresentação de defesa, sendo passível de interdição do estabelecimento.

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10. No entanto, em 04/08/2020 a agência foi interditada parcialmente pelo órgão de


fiscalização da Prefeitura Municipal. A interdição se deu quanto ao atendiemento presencial aos usuários
da na Agência, sem prejuízo ao serviço interno e ao serviço de entregas, conforme Auto de Fiscalização
nº CKWJ 002/2020/ Termo de Interdição (doc anexo).

11. Não obstante os esforços da ECT em demonstrar a atuação proativa desta Empresa
Pública na proteção de seus empregados e de medidas sanitárias visando o controle da dispersão da
COVID-19, bem como a impossibilidade de adoção de algumas medidas específicas exigidas pelos
Decretos , tais como de disponbilizar no mínimo um funcionário para realizar o efetivo controle das
filas dentro e fora dos estabelecimentos, garantindo a distância mínima entre as pessoas para que se
evitem aglomerações, bem como de utilização de aparelhos termômetros digitais, não houve qualquer
resposta da Prefeitura de Pires do Rio, nem mesmo quanto ao pedido de cessão gratuita dos
equipamentos necessários.

12. Vê-se, assim, ferido direito líquido e certo da ECT, bem assim de toda a sociedade
do Município de Pires do Rio-GO, que já assolada pela situação de emergência, pode deixar de gozar
dos serviço público postal, ESSENCIAL, o qual, neste momento, inclusive, prejudicaria sobremaneira a
população (impossibilidade de postagem de cartas, documentos e mercadorias, dentre outros serviços
prejudicados pela interdição parcial da Agência).

II. DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA

13. Os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, são dotados de efeitos concretos,


uma vez que repercute de forma direta na Agência de Correio do Município de Pires do Rio, ao determinar
que deixe de ser prestado o serviço público postal de forma continua e adequada em decorência da
interdição parcial (serviço de postagem de cartas e encomendas, serviços do Banco Postal, dentre
outros), pelo não cumprimento de determinações (disponibilizar termômetro e triagem na porta da
unidade) que, para esta Empresa se mostra de difícil execução considerando: o quantitativo deficiente de
empregados na Agência dos Correios de Pires do Rio; necessidade de concurso público para eventual
contratação de empregados para suprir a demanda; ausência de dotação orçamentária disponível e,

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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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necessidade processo licitatório para aquisição dos acessórios), motivo pelo qual é cabível o presente
Mandado de Segurança.

14. No ponto, vale colacionar a doutrina de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (Direito
Administrativo. 26ª Ed., Atlas, São Paulo: 2013, p. 853), a qual traz a definição de lei de efeito concreto e
de lei auto-executória, in verbis:

“Lei de efeito concreto é a emanada do Poder Legislativo, segundo o


processo de elaboração das leis, mas sem o caráter de generalidade e
abstração próprio dos atos normativos. Ela é lei em sentido formal, mas é
ato administrativo, em sentido material (quanto ao conteúdo), já que atinge
pessoas determinadas (...)”.
Lei autoexecutória é a que independe de ato administrativo para aplicar-se aos
casos concretos.”

15. Assim, malgrado os termos do enunciado da Súmula n° 266/STF, o qual prescreve


que “não cabe mandado de segurança contra lei em tese”, tem-se que se faz possível a impetração
desse remédio constitucional pela ECT, uma vez que s Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020,
do Prefeito de Pires do Rio/GO não detém generalidade e abstração típica de ato normativo em
questão, ou seja, trata-se de ato normativo de efeitos concretos.

16. Nessa senda o entendimento jurisprudencial, in verbis:

“PROCESSUAL CIVIL. CABIMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. ISS.


SERVIÇOS REGISTRAIS E NOTARIAIS. SUSPENSÃO DOS EFEITOS DE LEI
MUNICIPAL. QUESTÃO FEDERAL NÃO DEBATIDA. SÚMULA 211/STJ.
1. O recurso especial, no tocante à questão federal não debatida no acórdão
recorrido, esbarra na Súmula 211/STJ.
2. É cabível mandado de segurança contra os efeitos concretos de Lei
Municipal inquinada de inconstitucional, o que não configura hipótese de
impugnação à lei em tese prescrita na Súmula 266/STF.
3. Recurso especial conhecido em parte e provido também em parte.”
(REsp 1017381 GO Ministro CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA DJ 06.06.2008)
(grifamos)

17. A doutrina de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (Direito Administrativo. 26ª Ed.,
Atlas, São Paulo: 2013, p. 853), mencionando o posicionamento jurisprudencial hodierno, sustenta a
mesma compreensão sobredita: “no entanto, o rigor desse entendimento foi aos poucos abrandado
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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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pela jurisprudência, que passou a admitir o mandado de segurança contra lei em duas hipóteses:
na lei de efeitos concreto e na lei autoexecutoria (...)”.

18. Dessa forma, consoante será abaixo demonstrado, presente se encontra o direito
líquido e certo da ECT, apto a tornar-se correta a via eleita, senão vejamos:

III. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

19. De início, impende anotar que a ECT não ignora a situação de emergência vivenciada
no Município Pires do Rio/GO, tal qual vivencia o mundo em decorrência da pandemia advinda do vírus
COVID-19.

20. No entanto, igualmente, a ECT não se descura das consequências que exsurgem da
ausência de prestação de serviço público postal, ESSENCIAL, em favor da população do Município de
Pires do Rio/GO.

21. Logo, o que se tem é que os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, não se
coadunam com o sistema de repartição de competências, seja de ordem material, seja de ordem
legislativa, mostrando-se, além disso, totalmente desarrazoada, e avesso à essencialidade do
serviço público postal, conforme se demonstrará.

III.1. Da afronta à repartição de competência

22. Como se vê, Os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, ao criar regras


impossíveis de serem cumpridas a risca, considerando o contexto desta empresas públicas, acaba por
inviabilizar a continuidade do serviço postal no Município de Pires do Rio/GO.

23. Tem-se, todavia, além disso, que se apreender que o constituinte originário atribuiu
à União a competência material exclusiva sobre serviço postal, imputando-lhe o dever de manter o
referido serviço, consoante art. 21, inc. X, da CF:

“Art. 21. Compete à União:


(...)
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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;” (grifamos)

24. Logo, sobreveio igualmente a competência privativa da União para legislar sobre
serviço postal, consoante extrai-se do art. 22, inc. V, da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
V - serviço postal;” (grifamos)

25. No ponto, ademais, impende trazer à colaçao o v. Acórdão proferido pelo e. STF, em
15/04/2020, na ADInº 6341:

“O Tribunal, por maioria, referendou a medida cautelar deferida pelo Ministro Marco
Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9o do art. 3o
da Lei no 13.979, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera de
governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição, o Presidente da
República poderá dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades
essenciais, vencidos, neste ponto, o Ministro Relator e o Ministro Dias Toffoli
(Presidente), e, em parte, quanto à interpretação conforme à letra b do inciso VI do art.
3o, os Ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Redigirá o acórdão o Ministro Edson
Fachin. Falaram: pelo requerente, o Dr. Lucas de Castro Rivas; pelo amicus curiae
Federação Brasileira de Telecomunicações - FEBRATEL, o Dr. Felipe Monnerat Solon de
Pontes Rodrigues; pelo interessado, o Ministro André Luiz de Almeida Mendonça,
Advogado- Geral da União; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Antônio
Augusto Brandão de Aras, Procurador-Geral da República. Afirmou suspeição o Ministro
Roberto Barroso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Plenário,
15.04.2020”
(STF, ADI 6341, Sessão realizada por videoconferência em 15/04/2020) [grifo acrescido]

26. Nesse contexto, a União editou o Decreto nº. 10.282, de 20 de março de 2020, que
define os serviços públicos e atividades essenciais indispensáveis ao atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, dentre eles, os serviços postais, vejamos:

“Art. 3º As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício e


o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º.
§ 1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não
atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população,
tais como:
(...)
XXI - serviços postais;
XXII - transporte e entrega de cargas em geral.”

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27. Assim é que, em caso semelhante, a Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Picos-
PI, nos autos do MS nº 1001559-34.2020.4.01.4001, acolheu o pedido da ECT em face do Município de
Bocaína, nos seguintes termos:

Decido.
A tese levantada pela empresa pública impetrante surge plausível. O governo
federal, motivado pela pandemia relacionada ao coronavírus, editou a Lei
13.979/2020, a qual dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da emergência
de saúde pública que recaiu sobre todo o mundo. A promulgação dessa norma
gerou o Decreto Federal 10.282/2020, que prescreve:
Art. 3º As medidas previstas na Lei no 13.979, de 2020, deverão resguardar o
exercício e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que
se refere o § 1o. § 1o São serviços públicos e atividades essenciais aqueles
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade,
assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população, tais como:
(...)
XXI - serviços postais.
O raciocínio a ser estabelecido, por isso mesmo, surge até simples. O serviço
postal é da titularidade da União (art. 21, X, CF), que o presta por meio dos
Correios, empresa pública integrante da administração federal. Os demais entes
da federação estados e municípios , portanto, não podem versar sobre semelhante
tema. Daí a inconstitucionalidade e a ilegalidade do Decreto Municipal, que, de
resto, terminou por contrariar os termos expressos no Decreto 10.282/2020.
Demais disso, percebo o perigo da demora no fato de que a própria distribuição
dos insumos que servirão ao combate da pandemia (medicamentos, máscaras,
álcool em gel etc.) também depende da atuação dos Correios, sobretudo nos
pequenos municípios, que têm nessa empresa pública a única opção para o envio
e o recebimento de mercadorias.
Esse o quadro, defiro a medida liminar para determinar à autoridade impetrada
que se abstenha de restringir a plena operação da agência da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos do Município de Bocaina/PI, observadas pela impetrante,
porém, todas as precauções possíveis para evitar o contágio pelo vírus da
COVID19, conforme o próprio Governo Federal já lhe deve ter repassado.

28. Dessarte, não poderiam os Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, alcançar


o serviço público postal, sobretudo para inviabilizar, sem justificativa, o serviço público essencial.

29. Dessa forma, assim o fazendo, Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020,


incorreram em nítida afronta à repartição de competência, em patente violação ao art. 21, inc. X, e
ao art. 22, inc. V, da CF.
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30. Com efeito, tem-se que o ato coator, Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020,
ofende direito líquido e certo da ECT e, igualmente, o interesse público da população do Município
de Teresina de ver mantida a prestação do serviço público postal, dotado de caráter essencial.

31. Diante disso, impende o deferimento da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de


sobrestar os efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA
DE TERMÔMETRO E DE DISPONIBILIZAÇÃO DE PESSOA PARA TRIAGEM NA ENTRADA, para que
a ECT possa manter a prestação do serviço público postal de forma continua, integral e adequada
em favor de toda a população do Município de Pires do Rio/GO, sem que tenha de observar as ilegais,
inconstitutionais, infundadas e desarrazoadas disposições do aludido Decreto Municipal.

III.2 Da Lei Nacional n° 13.979/2020 e do Decreto Nacional nº 10.282/2020

32. O governo federal, motivado pela pandemia relacionada ao coronavírus, editou a Lei
13.979/2020, a qual dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública que
recaiu sobre todo o mundo:

Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional


decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas
competências, dentre outras, as seguintes medidas: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 926, de 2020)
I - isolamento;
II - quarentena;
III - determinação de realização compulsória de:
a) exames médicos;
b) testes laboratoriais;
c) coleta de amostras clínicas;
d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
e) tratamentos médicos específicos;
IV - estudo ou investigação epidemiológica;
V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver;
VI - restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e fundamentada
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou aeroportos de:
(Redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
a) entrada e saída do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
b) locomoção interestadual e intermunicipal; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de
2020)
VII - requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que será
garantido o pagamento posterior de indenização justa; e

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VIII - autorização excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à


vigilância sanitária sem registro na Anvisa, desde que:
a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e
b) previstos em ato do Ministério da Saúde.
§ 1º As medidas previstas neste artigo somente poderão ser determinadas com
base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em
saúde e deverão ser limitadas no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à
promoção e à preservação da saúde pública.
(…)
§ 7º As medidas previstas neste artigo poderão ser adotadas:
I - pelo Ministério da Saúde;
II - pelos gestores locais de saúde, desde que autorizados pelo Ministério da Saúde, nas
hipóteses dos incisos I, II, V, VI e VIII do caput deste artigo; ou
III - pelos gestores locais de saúde, nas hipóteses dos incisos III, IV e VII do caput deste
artigo.
§ 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o
exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais. (Incluído
pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
§ 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços
públicos e atividades essenciais a que se referem o § 8º.

33. Seguindo essa perspectiva, é que o Decreto Federal n° 10.282, de 20 de março de


2020, expedido com esteio na Lei n° 13.979/2020 (art. 3°, § 9°), além de ter deixado incontroverso o
caráter ESSENCIAL na prestação do serviço público postal, ex vi, art. 3º, XXI, consignou apenas que
deverão “ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da COVID-19”:

“Art. 3. As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício


e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º. §
1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não
atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população,
tais como:
(...)
XXI - serviços postais;
(...)
§ 7º Na execução dos serviços públicos e das atividades essenciais de que trata este
artigo devem ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da covid
-19.” (grifamos)

34. Isso é, por expressa força de Lei (Decreto nº 10.282/2020), compete ao prestador de
serviço adotar as cautelas para fins de reduzir a transmissibilidade do CODIV-19.

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35. Assim, as regras aplicáveis a ECT se originam da União, ante a sua competência
constitucional exclusiva, contida no art. 21, X, para manter o serviço postal, bem como a competência
privativa para legislar sobre os serviços postais essenciais, prevista no art. 22, V, da CF.

36. Desse modo, todas as medidas de segurança adotadas pela ECT, foram adotadas
com base no Decreto nº 10.282/2020, e já adotadas pela ECT.

37. Isso porque, consoante se extrai do Decreto 10.282/2020, "Na execução dos serviços
públicos e das atividades essenciais de que trata este artigo devem ser adotadas todas as cautelas para
redução da transmissibilidade da covid -19”.

38. Por outro lado, não há qualquer autorização, seja na Lei n. 13.979/2020 ou no Decreto
10.282/2020 para que os Estados ou os Municípios disponham sobre a execução dos serviços públicos
postais, durante a pandemia.

39. Ademais, por ser o serviço postal de competência legislativa privativa da União,
somente por lei complementar poderia ser delegada aos demais entes federativos tal incumbência, a teor
do parágrafo único do art. 22 da CF: "Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo”.

40. Nesse sentido, ainda que houvesse autorização legislativa, delegando a competência
privativa da União, in casu, ainda sim, esta seria conferida aos Estados, não aos Municípios, de modo
que, o Pires do Rio/PI extrapolou sobremaneira os poderes que lhe foram conferidos pela Constituição.

41. No entanto, ao contrário de prever a delegação supracitada, a Lei nº. 13.979/2020 é


expressa quanto ao fato de que a Presidência da República “disporá, mediante decreto, sobre os serviços
e atividades essenciais”, conferindo, pois, ao Decreto presidencial a prerrogativa de dispor sobre as
atividades essenciais, sempre preservando a execução destes.

42. Veja-se, novamente, o v. acórdão proferido pelo e. STF, em 15/04/2020, na ADInº


6341:

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“O Tribunal, por maioria, referendou a medida cautelar deferida pelo Ministro Marco
Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9o do art. 3o
da Lei no 13.979, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera de
governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição, o Presidente da
República poderá dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades
essenciais, vencidos, neste ponto, o Ministro Relator e o Ministro Dias Toffoli
(Presidente), e, em parte, quanto à interpretação conforme à letra b do inciso VI do art.
3o, os Ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Redigirá o acórdão o Ministro Edson
Fachin. Falaram: pelo requerente, o Dr. Lucas de Castro Rivas; pelo amicus curiae
Federação Brasileira de Telecomunicações - FEBRATEL, o Dr. Felipe Monnerat Solon de
Pontes Rodrigues; pelo interessado, o Ministro André Luiz de Almeida Mendonça,
Advogado- Geral da União; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Antônio
Augusto Brandão de Aras, Procurador-Geral da República. Afirmou suspeição o Ministro
Roberto Barroso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Plenário,
15.04.2020” (grifamos)
(STF, ADI 6341, Sessão realizada por videoconferência em 15/04/2020)

43. Dessarte, as regras sobre modo e funcionamento referentes a atividades de caráter


essencial estão tratadas na Lei Nacional n° 13.979/2020 e regulamentadas pelo Decreto Nacional nº
10.282/2020.

44. Logo, inexiste qualquer autorização constitucional ou legal para que o Prefeito de
Teresina/PI venha a pretender compor medidas profiláticas diversas das contidas no Decreto n°
10.282/2020 às atividades essenciais, tal como ao serviço público postal.

45. Com efeito, evidencia-se o direito líquido e certo da ECT de manter a prestação
do serviço público postal, ESSENCIAL, de forma continua e adequada, em todo o Município de
Pires do Rio/GO, motivo pelo qual, impende o deferimento da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de
sobrestar os efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À
DETERMINAÇÃO DE DISPONIBILIZAR TERMÔMETRO E DE EMPREGADO PARA TRIAGEM NA
PORTA DA UNIDADE DOS CORREIOS AC PIRES DO RIO.

III.4. DA EXTRAPOLAÇÃO QUANTO À INTERDIÇÃO PARCIAL DA AGÊNCIA DOS CORREIOS – AC


PIRES DO RIO.

46. Notório, como visto, que inexiste qualquer autorização constitucional ou legal para
que a Prefeita de Pires do Rio/GO imponha medidas profiláticas diversas das contidas no Decreto n°
10.282/2020 às atividades essenciais, tal como ao serviço público postal.
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47. No entanto, conforme já ressaltado a AC Pires do Rio foi interditada parcialmente


(Auto de Fiscalização nº CKWJ 002/2020/ Termo de Interdição) e, conforme Auto de Infração nº LT/G
01(doc anexo), foram descritas pela fiscalização da Prefeitura, as seguintes ocorrências:

a. Descumprimento de normas sanitárias previstas nos decretos


estaduais e municipais ( Limpeza da Agência – Providenciar
limpeza;

b. Falta de termômetro;
c. Falta de triagem na entrada

48. Caso Vossa Excelência não se coadune pela incompetência do Município quanto às
referidas medidas profiláticas impostas, sobretudo por meio de Decretos e as quais alcançam à ECT,
mister expor sobre cada ocorência elencada pelo orgão de fiscalização no auto de infração:

III.4. 1 - Das normas sanitárias ( Limpeza da Agência – Providenciar limpeza)

49. Conforme disposto no Auto de Infração nº LT/G 01(doc anexo), quanto às normas
sanitárias foi especificado pelo agente de fiscalização “a Limpeza da Agência – Providenciar limpeza”.

50. No entanto, em que pese Auto de Infração nº LT/G 01 especificar, quanto às normas
sanitárias: “Limpeza da Agência – Providenciar limpeza”, cumpre esclarecer que os Correios, Empresa
Pública Federal, prestador de serviço essencial de acordo com o Decreto Presidencial nº 10.282/2020 e
Lei Federal nº 13.979/202, cumpre o Protocolo de Medidas de Prevenção ao COVID-19 – Cornavírus (doc
anexo) em nível corporativo, para adoção das ações de prevenção e combate ao novo Coronavírus, entre
as quais destacamos:

• Fornecimento e utilização de máscara de proteção para todos os empregados;


• Fornecimento de álcool gel - 70% para consumo dos empregados em todas as unidades;
• Afastamento para trabalho remoto, dos empregados que compõe o grupo de risco;
• Distanciamento das estações de trabalho de no mínimo dois metros de um empregado para
outro;

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• Sinalização no hall de atendimento para evitar aglomeração e manter o distanciamento entre os


clientes, permitindo a entrada dos clientes na agência, de acordo com a quantidade de guichês
em operação;
• Obrigatoriedade do acesso dos clientes utilizando máscaras de proteção;
• Limpeza e higienização das áreas e estações de trabalho, conforme guia de Orentação –
combate a proliferação da doença COVID-19 no ambiente laboral (doc anexo).

III.4. 1.a.

51. Quanto à limpeza das unidades dos Correios do interior do estado, cumpre informar
que, ou são atendidas por Contrato de Limpeza na modalidade Chamamento Público, ou são atendidas
via Portal de Serviços e os respectivos valores liberados no ano (contratação de diaristas para limpeza).

52. No caso da AC Pires do Rio o procedimento para limpeza da Agência é através de


contratação de diarista.

53. Pontualmente, como se trata de um processo de contratação, o mesmo requer de um


tempo hábil para ser realizado. Em virtude disso, especificamente para a Agência de Pires do Rio, no dia
10/07/2020 houve atraso na liberação da contratação desse serviço, porém a liberação da contratação
foi regularizada em 28/07/2020 conforme Solicitação 149883/2020 ( doc anexo).

54. O Protocolo de Medidas de Prevenção ao COVID-19 – Cornavírus e, o Guia de


Orientações – combate a proliferação da doença COVID -19 no ambiente laboral (doc anexos) já prevêem
a limpeza do local de trabalho, que deve ser realizada por cada empregado, conforme disposto no
documento Guia de Orientações. Além dessa primeira forma de higienização, os Correios dispõem de
serviço de limpeza, que no caso específico, é realizado através de contratação de serviço de diaristas.
Essa modalidade de prestação de serviço intensifica a limpeza da unidade e reforça a higienização dos
guichês, que deve ser realizada a cada atendimento e no mínimo a casa duas horas, pelos próprios
atendentes.

55. Impende esclarecer que as orientações gerais para contratação da prestação dos
serviços de limpeza predial pelo Portal de Serviços foram disponibilizadas a todas as áreas através do
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MEMORANDO CIRCULAR - Nº 7596840 GFAC-DINPA, de 10/06/2019, e estão disponíveis no MANLIG,


módulo 4, conforme documentos anexos.

56. Em complementação ao Memorando acima, consta no Ofício Nº 13845288/2020 - GT-


PRT-PRESI-112/2020, padronizando o procedimento em âmbito nacional e visando atender à
disseminação do COVID-19 e consentânea com a liminar deste juízo.

57. No referido Ofício Circular constam importantes orientações para as unidades de


atendimento de categoria 4, 5 e 6, onde não há presença diária de faxineiras foi estabelecido protocolo
de higienização por parte do próprio atendente, com uso de desinfetante, por álcool gel conforme consta
na alínea “d”, transcrevo:
(...)d) Com relação às limpezas das unidades, de acordo com as informações
prestadas pelos gestores do serviço de limpeza no CS e SEs na última semana,
planilha nº (13846620), restou demonstrado que 93% dispõem de contratos
ordinários para prestação dos serviços de limpeza predial nos estados. No entanto,
aquelas que não dispõem desses contratos, adotam a contratação por pequenas
despesas e por chamamento público, conforme previsão do MANSER Mod. 03,
Cap. 02, Anexo 02, como forma de garantir a continuidade da prestação do citado
serviço. Além disso, para as unidades de atendimento de categoria 4, 5 e 6,
nas quais não há presença diária de faxineiras, foi estabelecido protocolo de
higienização por parte do próprio atendente, com uso de desinfetante, por
álcool gel. Foi disponibilizado, também, especificação de limpeza e
desinfecção de unidades (13847669) (...)

58. Esclarece-se a este juízo que para as unidades que não estão cobertas pelos
contratos de limpeza ordinária, de acordo com o MANLIG (MANUAL DE LICITAÇÃO E GESTÃO) o
requisitante, no caso, o gestor da unidade, deve identificar a necessidade, buscar e selecionar no
mercado a proposta mais vantajosa para os Correios, justificando sua escolha.

59. Para viabilizar a contratação, a área requisitante deve registrar a pesquisa de preços
no Sistema PSER (Portal de Serviços) com, no mínimo, 03 (três) orçamentos, justificando a não obtenção
dos 3 (três) orçamentos, se for o caso, para análise e autorização do Centro de Atendimento.

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60. Vale informar que de acordo com os normativos da empresa (MANPAT – MOD.10,
CAP.4 ITEM 2) cabe ao Gestor da Unidade instalada no Imóvel acionar, quando necessário, as áreas
responsáveis pelos serviços de conservação desse imóvel.

61. Repisando, a situação de limpeza da Agência foi regularizada.

III.4. 1.b. Falta de termômetro

62. Cumpre destacar que o Decreto Municipal nº 7439/2020 de fato dispunha da


exigência de disponibilização de termômetro para aferição da temperatura dos clientes que
adentrassem nos estabelecimentos de grande fluxo. No entanto, este Decreto Municipal nº 7439/2020
além de não não citar os Correios, vigorou até 21/06/2020:

(...)

63. Já o Decreto Municipal 7457/2020, de 17 de julho de 2020, atualmente em vigor


(a partir de 20/07/2020), instituiu novas regras para abertura e funcionamento do comércio, indústrias e
serviços no âmbito territorial do Município de Pires do Rio, com menção explícita dos Correios, porém
não prevê a exigência de aferição da temperatura dos clientes ao adentrar na Agência.

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64. De outra banda, importante ressaltar que o Decreto Estadual 9653/2020 de 19 de


abril de 2020 previu aferição da temperatura de clientes que adentrem em estabelecimentos. No entanto,
este ponto (de aferição de temperatura) foi revogado pelo Decreto Estadual 9.685/2020, de 29 de junho
de 2020.

65. Assim, ainda que fosse admitida a subsunção da ECT aos Decretos Estaduais
ou Municipais, não há qualquer norma impondo ao Correios de Pires do RIO, seja por Decreto

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Estadual, seja por Decreto Municipal, a necessidade de Termômetro para aferição de temperatura
de clientes.

66. Diante disso, é direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do serviço público
postal, essencial, de forma continua e adequada, em todo o Município de Pires do Rio, razão pela qual
deve ser deferida da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de sobrestar os efeitos Decretos Municipais
7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DO TERMÔMETRO.

67. No entanto, caso Vossa Excelência entenda pela necessidade de aferição de


temperatura dos clientes dos Correios e considerando as normas de liberação orçametárias e de
contratação desta empresa pública, a ECT REQUER, alternativamente, o deferimento da TUTELA DE
URGÊNCIA condicionada à concessão do prazo de 30 dias para tramitação do processo de
contratação emergêncial e início das aferições de temperatura dos clientes na AC/Pires do Rio -
GO.

III.4. 1.c. Falta de triagem na entrada

68. Quanto ao atendimento dos clientes, de modo a não gerar aglomerações no espaço
interno da agência, os Correios mantiveram o distanciamento de segurança entre os guichês da agência,
inclusive permite a entrada dos clientes, ao interior do hall da agência, respeitando o limite de guichês em
operação, conforme Cartaz de Manutenção de Distanciamento disponibilizado nas unidades (doc anexo).
Ou seja, se há dois guichês em atendimento, então, somente duas pessoas podem adentrar à unidade.

69. Quanto à determinação de disponibilizar no mínimo um funcionário para realizar o


efetivo controle das filas dentro e fora do estabeleciemento, considerando o número reduzido de
empregados lotados na AC Pires do Rio (Planilha de efetivo e Autodeclaração em anexo), ao desviar um
dos dois atendentes para cumprir o disposto, haverá impacto nos serviços executados, ocasionando mais
demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos serviços e consequente
permanência dos clientes na Agência, gerando possíveis aglomerações. Em outra vertente, cumpre
ressaltar que a contratação de empregados por esta empresa pública se dá por meio de concurso público.

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70. Diante disso, é direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do serviço público
postal, essencial, de forma continua e adequada, em todo o Município de Pires do Rio, razão pela qual
deve ser deferida da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de sobrestar os efeitos Decretos Municipais
7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE DISPONIBILIZAR UM EMPREGADO PARA
ATUAR NA TRIAGEM.

III.5. Da essencialidade do serviço público postal

71. A ECT possui obrigação de prestar o serviço público postal em todo o território
nacional, na forma do Decreto-Lei n° 509, de 20 de março de 1969.

72. Ademais, cumpre lembrar que o Constituinte de 1988 foi taxativo ao estabelecer que
a União detém competência material exclusiva para manutenção do serviço postal, assim como
competência para legislar, privativamente, sobre o assunto. Vejam-se os dispositivos constitucionais:

“Art. 21. Compete à União:


(...)
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional”; (grifamos)

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
V - serviço postal;” (grifamos)

73. Em outras palavras, compete apenas à União executar as tarefas afetas ao serviço
postal, assim como a sua normatização, uma vez que a essencialidade desse serviço público pressupõe
o alcance de determinados valores, dentre eles o da integração nacional, escopo que adquire feições
mais latentes quando demonstrada a evidente universalidade do serviço, bem como a necessidade de
alcance a toda a população nacional.

74. Nesse contexto, a União editou o Decreto nº. 10.282, de 20 de março de 2020, que
define os serviços públicos e atividades essenciais indispensáveis ao atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, dentre eles, os serviços postais, vejamos:

“Art. 3º As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício e


o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º.

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§ 1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento


das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não
atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população,
tais como:
(...)
XXI - serviços postais;
XXII - transporte e entrega de cargas em geral.”

75. Dito isso, impende anotar que já houve cautela da ECT com os seus empregados que
se encontram em grupo de risco para a COVID-19, afastando-o de suas atividades presenciais.

76. Dessa forma, o que a ECT objetiva é apenas manter quadro de pessoa que permita
que o serviço público postal continue a atender às demandas de toda a população brasileira.

77. Há a sensibilidade da ECT quanto aos anseios de seus empregados e usuários de


seus serviços, tudo sem perder de vista as orientações das autoridades de saúde pública.

78. Todavia, mostra-se desarrazoada a relativização do serviço público postal,


ESSENCIAL, em total descompasso, inclusive, com os interesses sociais de toda a população brasileira,
data venia.

79. Nesse sentido, veja-se a Notícia expedida por esta Empresa Pública
(https://www.correios.com.br/noticias/correios-2013-medidas-preventivas-para-o-combate-ao-novo-
coronavirus), a qual deixa evidente os cuidados tanto em relação aos empregados quanto aos usurários
do serviço público postal, conquanto já tenham sido demonstradas alhures:

“Correios – medidas preventivas para o combate ao novo coronavírus

Brasília, 18/3/2020 - Considerando a classificação da doença provocada pelo


novo coronavírus (COVID19) como pandemia pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), os Correios adotaram medidas para minimizar os impactos da
epidemia global no que se refere aos empregados da empresa e ao
atendimento à população.
Nas rotinas de atendimento e operacionais, os Correios informam que estão
funcionando com contingente reduzido, mas seguem atendendo a população
em todo o país. Os serviços, inclusive SEDEX e PAC, continuam sendo postados
e entregues regularmente. Orientações sobre a prevenção à COVID-19 também
estão sendo divulgadas nas unidades de atendimento e nas redes sociais da
empresa.

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A fim de evitar aglomerações, lembramos aos clientes sobre a


disponibilidade dos canais eletrônicos de atendimento, como o aplicativo
Correios - que contempla o serviço de pré-postagem e rastreamento -, além
da Central de Atendimento disponível no site da empresa
(www.correios.com.br).
Ainda em conformidade com as orientações do Ministério da Saúde, a empresa
comunica que as atividades do Museu Correios e dos Centros Culturais também
foram suspensas. Em função da antecipação do recesso escolar em vários
Estados, também foi suspenso o 49º Concurso Internacional de Redação de
Cartas. A reabertura da visitação do público aos espaços culturais e a retomada
com concurso serão oportunamente divulgadas.
(...)” (grifamos)

80. Veja-se, como já destacado alhures, que inclusive a ECT tem sido instada pelo
Ministério Público Federal a manter a prestação do serviço público postal, vazado inclusive sob a certeza
de que “A própria distribuição dos insumos para o combate da pandemia, como medicamentos, máscaras
e álcool em gel, entre outros, também depende da atuação dos Correios, sobretudo nos pequenos
municípios, que têm nessa empresa pública a única opção para o envio e o recebimento de
mercadorias”. Veja-se:

“MPF recomenda reabertura de agências dos Correios no interior de PE

(...)
O MPF argumenta que, por se tratar de serviço público essencial, definido pelo
Decreto Federal nº 10.282/2020 e por decisões anteriores do Supremo Tribunal
Federal (STF), a atividade não pode ser interrompida, especialmente no cenário
de enfrentamento da covid-19.

“A própria distribuição dos insumos para o combate da pandemia, como


medicamentos, máscaras e álcool em gel, entre outros, também depende da
atuação dos Correios, sobretudo nos pequenos municípios, que têm nessa
empresa pública a única opção para o envio e o recebimento de mercadorias”,
argumentam os procuradores da República.

A Superintendência dos Correios em PE havia informado que não poderia


substituir os funcionários dessas agências que estão afastados, tornando
impossível a retomada dos serviços postais.”
(http://www.mpf.mp.br/pe/sala-de-imprensa/noticias-pe/mpf-recomenda-
reabertura-de-agencias-dos-correios-no-interior-de-pe)

81. Não por outro motivo que o e. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região deferiu
liminar nos autos do Mandado de Segurança n° MSCol 0006141-95.2020.5.15.0000 impetrado pela
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ECT, no qual se objetiva o sobrestamento de r. decisão de igual teor ao objeto da presente


celeuma:

“Da análise dos autos, denota-se que a prova pré-constituída demonstra a


probabilidade do direito vindicado, não se distanciando, claro, do dever de todo
empregador zelar pela saúde e segurança de seus empregados, adaptando as
condições e locais trabalho de acordo com a situação de exceção que atualmente
vivenciamos.
É fato público e notório para todos que a pandemia do novo coronavírus
- Covid-19 compeliu Estado e população a mudarem a rotina da vida pessoal
e laboral, com adoção de medidas necessárias para conter a proliferação
deste vírus fatal, dentre elas, evitar o contato entre as pessoas, o isolamento
social e quarentena, entre outras recomendações previstas na Lei nº
13.979/2020, do Órgão Mundial da Saúde, Ministério da Saúde.
Posteriormente, foi editado o Decreto nº 10.282/2020, que define serviços
públicos e atividades essenciais, como sendo “aqueles indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados
aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a
segurança da população”, dentre eles o serviço postal (art. 3º, §1º, inciso XXI),
atividade da Impetrante, portanto.
É certo que o caso em apreço envolve o conflito entre direitos
hierarquicamente contrapostos, de um lado, o resguardo da saúde e vida
digna de funcionários, previstos constitucionalmente, de outro, a
manutenção da prestação do serviço postal em sua plenitude, considerado
atividade essencial a toda a sociedade, como previsto no Decreto
regulamentador acima citado, envolvendo interesse público, portanto,
normas hierarquicamente conflitantes, devendo prevalecer aquele de maior
espectro.
(...)
Destarte, é inconteste que o afastamento quanto a grupo de risco envolve
o trabalho e a suspensão do trabalho remoto, com imediato retorno ao
trabalho presencial dos funcionários que coabitam com pessoas
enquadradas no grupo de risco, embora envolva situação de vulnerabilidade,
a retomada das atividades essenciais por trabalhadores que não se
enquadram em grupo de risco, para atendimento da necessidade da
sociedade, é medida que se encontra respaldada pela legislação em foco e
não afronta a Constituição Federal. Os cuidados dos trabalhadores da
Impetrante, ao retornarem para casa, será o mesmo que profissionais da
saúde têm quando retornam para seus lares, a fim de não contaminarem seus
familiares.
Não me é desconhecido que as atividades dos Correios foram estimuladas,
tremendamente, em decorrência deste momento vivenciado, no qual as
pessoas não podem sair às ruas e dependem da entrega produtos diversos
para darem continuidade às suas vidas em seu isolamento social, o que é
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confirmado em diversos documentos dos autos, dos quais se infere a


preocupação da Impetrante com o aumento da demanda do e-commerce (p.
ex, fls. 1329, 1363/1368 e 1411).”

82. Logo, vê-se que o serviço público postal já se encontra com restrições.

83. Lado outro, tem-se que o serviço público postal, ESSENCIAL, não pode deixar de ser
prestado de forma continua e regular, o que se dará caso sejam julgados procedentes os pedidos
formulados pela parte autora, ante a equivocada interdição parcial da Agência dos Correios de Pires
do Rio- GO.
84. Veja, o serviço público postal, ESSENCIAL, mostra-se neste momento como a
última via de concretização da comunicação no país, em especial para a materialização dessa
comunicação (envio e recebimento de objetos), uma vez que, como é de conhecimento público, já existem
estados com restrição de prestação do serviço de transporte público e privado, terrestre e aéreo em
território nacional.

85. Frente à realidade que assola o mundo neste momento e, pois, o Brasil, a ECT tem
de manter os esforços para dar consecução ao serviço público postal, ESSENCIAL, para o todo país e
sua população.

86. É dizer, a partir da manutenção do serviço público postal é que se viabilizará inclusive
o envio e o recebimento de objetos postais mais sensíveis no momento e que não podem, sob pena de
perecimento, deixarem de ser postados.

87. A ECT não pode deixar de receber e/ou de realizar a entrega de insumos básicos
de toda ordem que o momento demanda.

88. É que a ECT é responsável pelo recebimento, transporte e entrega de objetos com
conteúdo medicamentosos e farmacêuticos, inclusive amostragens, para a realização de exames
e testes, e até mesmo insumos dos mais diversos para viabilizar que tais exames e testes possam
ser realizados.

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89. Veja, a ECT possui contrato com várias Secretarias de Saúde justamente para a
realização de tais serviços, sendo que muitos deles, por razões óbvias, exigem postagem e tratamento
imediato, sob pena de inviabilizar a realização do teste ou do exame.

90. Igualmente, hospitais privados, laboratórios médicos, consultórios, clínicas


médicas, farmácias, drogaria, entidades filantrópicas de saúde país afora possuem contratos com
a ECT também para a postagem de objetos inerentes às suas atividades ordinárias, nunca antes
tão demandadas como neste momento.

91. Anote-se, pois, a título exemplificativo alguns contratos a serem executados por esta
Empresa Pública, com objetos afetos à saúde pública, na forma do documento Ofício Nº
13320096/2020 - GECO-DEVEM (doc. ID 1c44698):

92. Nesse mesmo norte, impende consignar que muitos produtos e amostragens para
realização de exames e testes ainda têm sua origem ou destino em capitais ou municípios que
compõem os grandes centros do país, tanto que há Secretarias de Saúde estaduais e/ou municipais
que mantêm contrato (docs. anexos) inclusive para o envio (mediante postagem em agências),
transporte e recebimento de objeto, cujo conteúdo são materiais biológicos, para fins de análise,
pesquisa, investigação, diagnóstico, tratamento, transplante ou prevenção, conforme “TERMO DE
COMPROMISSO PARA A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE REMESSA EXPRESSA DE MATERIAL
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BIOLÓGICO, QUE ENTRE SI FAZEM CONTRATANTE E A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E


TELÉGRAFOS”:

1. DEFINIÇÕES
1.1. Serviço de remessa expressa que consiste no recebimento nas unidades
da ECT e/ou coleta, transporte e entrega domiciliar, em âmbito estadual e
nacional, de encomendas SEDEX, SEDEX 10, SEDEX 12 e SEDEX Hoje,
conforme tabelas contratadas, contendo exclusivamente AMOSTRAS DE
MATERIAL BIOLÓGICO HUMANO OU ANIMAL, recolhidas para fins de
análise, pesquisa, invesgação, diagnósco, tratamento, transplante ou
prevenção.
(...)
4. DISPOSIÇÕES GERAIS
4.1. Somente serão aceitas postagens de encomendas contendo os
seguintes materiais:
a) Amostra de Material Biológico Isento;
b) Amostra de Material Biológico enquadrado na Classe 6, Divisão 6.2,
Categoria B, Atribuição ONU 3373;
c) Dióxido de Carbono Sólido – CO2 (Gelo Seco), Nitrogênio Líquido
Refrigerado, Gelo Reciclável ou Gelo Comum, desde que utilizados como
material refrigerante da amostra.
4.2. Somente serão encaminhadas encomendas contendo materiais
biológicos, quando estiverem sendo permutadas entre
instituições/empresas que atuam no mercado em foco, como, por exemplo,
laboratórios, hospitais, clínicas, IML, etc., e desde que estejam
acondicionados e embalados em conformidade com os regulamentos da
IATA.” (grifamos)

93. Isso sem perder de vista as outras milhares de entidades de saúde, públicas ou
privadas, que malgrado não possuam contratos com a ECT, mas que fazem uso direto das Agências
de Correios a partir da realização de postagem à vista.

94. Ainda sob esse enfoque, deve-se registrar outrossim que dada a ausência de acesso
imediato de alguns insumos básicos, de utilização orientada pelas autoridades de saúde pública,
como mascaras e álcool, têm sido adquiridos pela internet, por meio do e-commerce, haja vista a
indisponibilidades de tais produtos em algumas localidades.

95. Novamente, outras evidências de certeza de que o serviço público postal deve ser
mantido de forma contínua e regular, muito embora seja público e notório:

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“Correios preveem impactos do coronavírus e devem ajudar com vacina”


(https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2020/03/16/correios-
coronavirus.htm?cmpid=copiaecola)

“Correios levam amostras de coronavírus para estudos em universidades”


https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-03/correios-levam-amostras-
de-coronavirus-para-estudos-em-universidades

96. Destaca-se, outrossim, e não menos o importante serviços social agora também
realizado pela ECT, também em razão da pandemia, qual seja, a Correios Log Farma.

97. Isto é, conforme notícia “Distanciamento social: Correios realiza entrega de


remédios em domicílio”, de 07/05/2020 disponibilizada em
https://saladeimprensa.correios.com.br/noticias/2020/05/07/distanciamento-social-correios-realiza-
entrega-de-remedios-em-domicilio/, “O serviço garante o acesso a medicamentos aos usuários que
compõem os grupos de risco (idosos, gestantes, lactantes e doentes crônicos) e aqueles que se
encontram com restrições de mobilidade e convivência”. Veja-se:

“Os Correios, que cumprem sua função essencial de apoiar o país nesse momento
de adaptação em meio à pandemia da COVID-19, têm um portfólio de soluções
que colabora com esse cenário de mudanças. O Correios Log Farma é uma
delas. O serviço garante o acesso a medicamentos aos usuários que
compõem os grupos de risco (idosos, gestantes, lactantes e doentes
crônicos) e aqueles que se encontram com restrições de mobilidade e
convivência.
Neste sentido, os Correios obtiveram autorização excepcional e temporária
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o transporte de
medicamentos, insumos e produtos para saúde em todo o território nacional,
com objetivo de atender ao interesse da saúde pública por meio dos órgãos
de saúde na esfera federal, estadual e municipal.
Com o apoio logístico da estatal, diferentes instituições, públicas ou privadas,
podem realizar a distribuição de medicamentos para atender pacientes em
tratamento continuado. Essa operação já é realidade em Porto Velho/RO. A
Secretaria de Saúde do Estado firmou a parceria com os Correios e instituiu
o programa “Remédio em Casa”. A estatal realiza a entrega de medicação
nas residências de 1.500 pacientes que têm doenças crônicas.
Os Correios também já atuaram na entrega de remédios em domicílio no Distrito
Federal; nos Estados da Bahia e Rio Grande do Sul; e nas cidades do Rio de
Janeiro(RJ), São Paulo (SP) e Uberaba (MG).
Ainda no segmento de gestão farmacêutica, em Minas Gerais, a empresa é
responsável pela distribuição e entrega de medicamentos termoestáveis e
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termolábeis, correlatos, produtos para saúde, soros, vacinas e material de


consumo médico hospitalar para todos as unidades de saúde dos 853
municípios do Estado, com uma capacidade atual de distribuição de 420
toneladas mensais.
A solução é uma oportunidade para órgãos públicos e empresas que querem
propiciar mais conforto e conveniência aos cidadãos, por meio da experiência em
logística, infraestrutura e capilaridade da estatal.
Os Correios permanecem prestando serviços essenciais à população e mantendo
suas operações, com a atenção e os cuidados que o momento atual enseja. Saiba
mais sobre o Correios Log Farma na página dos Correios
(http://www.correios.com.br/logistica/correios-log-farma).”

98. A notícia, “Anvisa concede autorização a Correios para transportar


medicamentos controlados”, de 14/05/2020,
https://www.aboutfarma.com.br/secaodesktop/medicamentos/2587/anvisa-concede-autorizacao-a-
correios-para-transportar-medicamentos-controlados, repercute o referido serviço.

99. Por conclusão lógica, a demanda de tais produtos e a necessidade de sua utilização
no momento é inquestionável, assim como o é a necessidade das ENTIDADES DE SAÚDE, públicas
e privadas.

100. Não é sobremodo registrar, sobretudo porque a r. decisão liminar, data venia, ignorou
esta realidade ao sugerir que eventuais concorrentes possam vir a prestar o serviço público postal
também, que o Brasil é um país de rincões, ainda dotado de comunidades diminutas no interior do país
onde a presença da ECT e a efetivação da comunicação (acesso a insumos básicos de saúde de toda
ordem) somente é concretizado pelo serviço público postal:

“DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


EM AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO CIVIL ORIGINÁRIA. COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECONHECIMENTO DA
IMUNIDADE RECÍPROCA À EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E
TELÉGRAFOS. (...) 3. No mérito, a jurisprudência da Casa já assentou o
entendimento de que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, e §§ 2º e
3º, da Constituição Federal é extensível à ECT, prestadora
de serviços públicos essenciais, obrigatórios e exclusivos do Estado,
quais sejam, o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. art. 21, X, da
CF/88). Esta imunidade subsiste em relação a todas as suas atividades, incluídos
os serviços não exclusivos, dispensados em regime concorrencial, os quais se

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prestam, via subsídio cruzado, ao financiamento do serviço postal deficitário. 4.


Embargos de declaração rejeitados.” (grifamos)
(STF – ACO 811 AgR-segundo-ED/DF - DISTRITO FEDERAL EMB.DECL. NO
SEGUNDO AG.REG. NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA Relator(a): Min. ROSA
WEBER Julgamento: 09/12/2016 Órgão Julgador: Primeira Turma)

101. Igualmente, o e. TST:

“(...) Público e notório, no momento, que os sindicatos filiados à FENTECT não


aceitaram os termos da conciliação obtidos pelo comando de greve e, por tal razão,
decidiram pela manutenção do movimento grevista.
Assim, em razão do relevante interesse público de que se reveste o tema, porque,
de fato, os serviços prestados pela ECT caracterizam-se por essenciais à
população, entendo necessária a manutenção de pelo menos parte das atividades
da empresa.
Com efeito.
A Constituição Federal assegurou “o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
devam por meio dele defender” (art. 9º).
Conforme leciona Amauri Mascaro Nascimento, “a greve é um direito individual de
exercício coletivo, manifestando-se como autodefesa [...]. Força o empregador a
fazer concessões que não faria de outro modo. Obriga o legislador a se manter
vigilante e reformular a ordem jurídica. Logo, apesar dos seus inconvenientes, a
greve é necessária e compatível com as estruturas capitalistas.” (Curso de Direito
do Trabalho, Editora Saraiva, págs. 892/893).
O constituinte, todavia, ao assegurar o direito à paralisação coletiva do trabalho,
estabeleceu que a “lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade” (art. 9º, § 1º, CF).
Adveio, então, a Lei nº 7.783/89, que, ao definir as atividades essenciais,
estabeleceu igualmente critérios para o atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade.
Nesse sentido, a Lei nº 7.783/89 dispôs que “nos serviços ou atividades
essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados,
de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade” (Lei
nº 7.783/89, art. 11).
O aludido diploma legal, outrossim, estabeleceu que, “no caso de inobservância
do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a prestação dos
serviços indispensáveis” (Lei nº 7.783/89, art. 12).
Na espécie, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, mediante
outorga do Estado, presta serviço público essencial e de inegável alcance
social, cuja interrupção atinge, precipuamente, a população menos
favorecida, que depende de suas agências, sobretudo nas regiões mais
longínquas do País.

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Logo, a paralisação dos empregados dos Correios põe em risco


necessidades inadiáveis da comunidade, justificando-se, assim, a
intervenção do Poder Público para compatibilizar o exercício legítimo do
direito de greve e o atendimento de tais necessidades...”.
(AgR-DC-6535-37.2011.5.00.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos,
Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT 16/10/2011).

102. Logo, inviabilizar a prestação do serviço público postal de forma regular


inclusive resulta em possibilidade de periclitar a SAÚDE PÚBLICA, em todo o território nacional,
em detrimento do interesse público de toda a população brasileira.

103. A ECT, como se nota, é salutar instrumento de combate à disseminação do vírus


COVID-19, não por outro motivo tem-se por inquestionável a essencialidade dos serviços que oportuniza
à toda a população brasileira.

104. Não se pode perde de vista que se encontra na iminência de entrar no fluxo postal da
ECT outros objetos postais decorrente da pandemia em questão, inclusive para suprir
necessidades básicas e humanitárias, como cartões para aquisição de cestas básicas e/ou até mesmo
para simples aquisição de “merendas” e até mesmo a remessa de matérias escolares didáticos para
viabilizar o ensino a distância que se avizinham em razão do fechamento de escolar, públicas e privadas:

Prefeitura de SP envia material didático do ensino à distância e planeja


reforço para quando escolas forem reabertas
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/04/09/prefeitura-de-sp-envia-
material-didatico-do-ensino-a-distancia-e-planeja-reforco-para-quando-escolas-
forem-reabertas.ghtml

SP distribui material para aulas a distância na rede pública


https://correio.rac.com.br/_conteudo/2020/04/agencias/927880-sp-distribui-
material-para-aulas-a-distancia-na-rede-publica.html

Correios levam amostras de Covid-19 para estudos em universidades


https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/03/24/interna-
brasil,836431/correios-levam-amostras-de-covid-19-para-estudos-em-
universidades.shtml

Coronavírus – Correios realiza logística de material viral para universidades


https://www.correios.com.br/noticias/coronavirus-2013-correios-realiza-logistica-
de-material-viral-para-universidades

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Correios realiza a 4ª entrega de vírus inativo para pesquisas científicas


https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2020/abril/medidas-adotadas-
pelo-governo-federal-no-combate-ao-coronavirus-9-de-abril

105. Tudo isso será efetivado pela ECT, por sua capilaridade e, também, por já possuir
contrato com Estados e Municípios para a postagem de encomendas e/ou impressos.

106. Tem-se que os serviços, públicos ou privados, que são passíveis de serem prestados
de maneira remota, isto é, sem que para tanto tenha de manter suas estruturas físicas abertas e
disponíveis à sociedade, encontram-se em funcionamento, justamente em prol da sociedade, de
trabalhadores e, não menos, da economia pública.

107. Muitos desses serviços são ofertados por empresas em meio virtual, pela internet, tais
quais as empresas de marketplace e-commerce, que, como já dito, inclusive mantêm a oferta de itens
destinados ao enfrentamento da pandemia provocada pelo COVID-19.

108. Ocorre que tais empresas, e igualmente seus consumidores, somente terão êxito em
suas vendas e recebimento de seus produtos, respectivamente, caso mantenha-se a prestação do serviço
público postal.

109. Deve-se ter em vista que a ECT funciona a partir de uma vasta malha postal, a qual
tem início com o recebimento dos objetos de correspondência nas agências de correios (postagem),
seguindo-se da sua expedição, transporte e entrega. Por trás da prestação do serviço público postal com
eficiência e continuidade funciona uma ampla cadeia de logística, onde qualquer gargalo afeta toda a
operação nacional.

110. Nessa senda, deve-se anotar, na forma do documento Ofício n° 14113930/2020 –


GEAV-DEVEM (doc. anexo), que “88,6% das lojas virtuais utilizam a Empresa como seu operador
logístico”, segundo informações dos próprios concorrentes.

111. Igualmente, segundo o documento Ofício n° 14113930/2020 – GEAV-DEVEM (doc.


anexo), “os Correios é (sic) a única instituição que possui capilaridade e alcance suficiente para
atender todo o território nacional”.

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112. Dito isto, acrescentamos que as empresas concorrentes ou que atuam de forma
complementar à cadeia logística figuram dentre os principais clientes de encomendas dos
Correios, sendo mensurado que foram transportadas neste ano, 3.579.095 objetos dessas empresas.
Dentre as empresas mais conhecidas no mercado, citamos a Total Express (Tex Courier), Loggi (L4B),
Sequoia, DHL e Jadlog, que juntas postaram aproximadamente 700.000 objetos até meados de
abril/2020, como se extrai do documento Ofício n° 14113930/2020 – GEAV-DEVEM (doc. anexo).

113. Quer-se dizer, ao contrário do que sugeriu a r. decisão liminar, somente a ECT tem
a obrigação constitucional e legal de entregar encomendas em todo o Brasil, por imperativo
constitucional (CF, art. 21, inc. X).

114. Não foi por outro motivo que o i. Ministro GILMAR MENDES e a e. Ministra CÁRMEN
LÚCIA, expuseram as seguintes peculiaridades do serviço de encomendas quando prestados pela ECT,
consoante julgamento da Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n° 601.392, in verbis:

“O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES – Certamente, não é empresa


calcada nos padrões de lucratividade de mercado. Todos querem disputar
esses grandes mercados, os grandes conglomerados urbanos, mas vai entregar
alguma coisa em Cabrobó! Isso acaba sendo monopólio. Aí, os Correios tem o
ônus.

E vamos então pensar em matéria de política tributária. Nesse caso, vamos


reconhecer, diante da heterogeneidade, as assimetrias existentes neste país
imenso. Mesmo o chamado "serviço privado" dos Correios é serviço público,
ainda que pareça que nós estejamos aqui procedendo a uma contradição.
Entregar uma encomenda em local longínquo, lá em Espinosa, ministra Cármen,
lá em Diamantino

A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - Só tem o Correio mesmo; é fato”.


(grifamos)
(RE-RG 601392/PR DJe-105 PUBLIC 05-06-2013).

115. Logo, apenas a partir da ECT que é que faz viável a manutenção do serviços ofertados
pela internet, em prol da população e da economia pública.

116. Dessa forma, impedir que a ECT valha-se de sua mão de obra nesse momento,
desconsiderando todas as cautelas desta Empresa Pública, inviabiliza que carteiros e atendentes de

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diversas unidades de atendimento em todo o país colaborem com a continuidade do serviço público
postal, levando à inação do Estado Brasileiro no combate à pandemia e sua à própria economia.

117. Assim, como mais razão é que se evidencia a inconstitucionalidade e a ilegalidade do


Decreto Municipal n° 19.753, de 07 de maio de 2020, porquanto afeta não só a ECT, mas todo o território
nacional, e não apenas o Município de Pires do Rio/GO, desde clientes pessoa física e pessoa jurídica.

118. Dessa forma, é direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do serviço
público postal, essencial, de forma continua e adequada, em todo o Município de Pires do Rio/GO.

119. Logo, impende o deferimento da tutela de urgência, a fim de sobrestar os efeitos


dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020.

III.5. DA ABSOLUTA FALTA DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE DA MULTA APLICADA


À ECT

120. Auto de Infração nº LT/G 01(doc anexo), cominou em aplicação de multa no valor de
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) à ECT, com tipificação legal no artigo 167, III (gravíssima) e artigo 202 da
Lei 16.140/07.

Art. 166. As infrações sanitárias classificam-se em:

I – leves, quando o infrator for beneficiado por circunstância atenuante;

II – graves, quando o infrator for beneficiado por uma circunstância agravante;

III – gravíssimas:

a) quando existirem duas ou mais circunstâncias agravantes;

b) quando a infração tiver conseqüências danosas à saúde pública;

c) quando o infrator cometer reincidência específica.

Parágrafo único. Considera-se reincidência específica a repetição pelo infrator da mesma


infração pela qual já foi definitivamente condenado.

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Art. 167. A pena de multa consiste no pagamento em dinheiro, variável segundo a


classificação das infrações constantes do art. 166, conforme os seguintes limites:

I – para as do inciso I, entre R$ 500,00 (quinhentos reais) e R$ 2.000,00 (dois mil reais);

II – para as do inciso II, entre 2.000,00 (dois mil reais) e R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

III – para as do inciso III, entre R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 50.000,00 (cinqüenta mil
reais).

(...)

Art. 202. Descumprir atos emanados das autoridades sanitárias competentes, visando à
aplicação da legislação pertinente:

Pena – advertência e multa.

121. Como se vê, foi imposta à ECT multa por infração gravíssima no valor de R$
30.000,00 (trinta mil reias).

122. Conforme o inciso III do art. 167 da Lei 6.140/07 para as infrações gravíssimas o valor
varia entre R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).

123. Cumpre destacar que não houve reincidência ou prática de outras infrações pela
Agência dos Correios Pires do Rio –GO que justificassem a elevada dosimetria do valor da multa.

124. A autoridade fiscal da Prefeitura de Pires do Rio a majorou sobremaneira o valor da


sanção aplicada.

125. O valor aplicado foi exorbitante e foram desrespeitados os princípios da


razoabilidade e proporcionalidade, sendo na verdade totalmente inaceitável.

126. Destaca-se que estes princípios têm por escopo a garantia da preservação dos
direitos fundamentais esculpidos na Lei Fundamental. A proporcionalidade deriva da força normativa dos
direitos fundamentais e das garantias materiais objetivas do estado de direito, conjugados,

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principalmente, pela união dos artigos 1º, inciso III, 3º, I, 5º, caput, inciso II, XXXV e LIV e seus §§ 1º e
2º, 60, § 4º, inciso IV da Lei Mãe:

ART. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, FORMADA PELA UNIÃO


INDISSOLÚVEL DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL,
CONSTITUI-SE EM ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E TEM COMO
FUNDAMENTOS:
III - A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;
...............................................................................................................................
.........
ART. 3º CONSTITUEM OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL:
I - CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA;
...............................................................................................................................
.........
ART. 5º TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTINÇÃO DE
QUALQUER NATUREZA, GARANTINDO-SE AOS BRASILEIROS E AOS
ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS A INVIOLABILIDADE DO DIREITO
À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE,
NOS TERMOS SEGUINTES:
II - NINGUÉM SERÁ OBRIGADO A FAZER OU DEIXAR DE FAZER ALGUMA
COISA SENÃO EM VIRTUDE DE LEI;
XXXV - A LEI NÃO EXCLUIRÁ DA APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO;
LIV - NINGUÉM SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE OU DE SEUS BENS SEM O
DEVIDO PROCESSO LEGAL;
§ 1º - AS NORMAS DEFINIDORAS DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS TÊM APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º - OS DIREITOS E GARANTIAS EXPRESSOS NESTA CONSTITUIÇÃO
NÃO EXCLUEM OUTROS DECORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS
POR ELA ADOTADOS, OU DOS TRATADOS INTERNACIONAIS EM QUE A
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SEJA PARTE.
...............................................................................................................................
.........
ART. 60. A CONSTITUIÇÃO PODERÁ SER EMENDADA MEDIANTE
PROPOSTA:
§ 4º - NÃO SERÁ OBJETO DE DELIBERAÇÃO A PROPOSTA DE EMENDA
TENDENTE A ABOLIR:
IV - OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS.

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127. Assim, verifica-se que reportados princípios têm grande força e relevância no
exame da atividade administrativa. Objetivam impedir a concretização do arbítrio no exercício do poder,
proibindo o excesso pela administração, evitando, desta forma, a consumação de atos socialmente
iníquos e inaceitáveis, mormente considerando que foi arbitrada a favor da Prefeitura Municipal de Pires
do Rio.

128. Logo, no caso vertente foram ignorados os princípios jurídicos, agindo


abusivamente, lesionando as normas fundamentais inerentes a Administração.

129. Por sua vez, a Lei Federal n. 9.784/99 prevê os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, determinando aos procedimentos administrativos a observância do critério de
adequação entre os meios e os fins, bem como a necessidade ou exigibilidade da prática de determinados
atos.

130. Tais adequações entre os meios e fins, estão inseridas no sentido de que os meios
empregados sejam logicamente compatíveis com os fins adotados, idôneos a proporcionar o alcance
desses fins.

131. Portanto, conclui-se pela ausência de ponderação entre a multa imposta à


Requerente e o benefício por ela trazido, constata-se, que a interferência do Requerido, através do ato
sancionário, não é justificável.

132. Neste contexto, extrai-se da mencionada Lei n. 9.784/99 o artigo 2º, parágrafo único,
inciso VI, no que tange aos princípios norteadores da Administração Pública:

ART. 2O A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OBEDECERÁ, DENTRE OUTROS,


AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, FINALIDADE, MOTIVAÇÃO,
RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, MORALIDADE, AMPLA DEFESA,
CONTRADITÓRIO, SEGURANÇA JURÍDICA, INTERESSE PÚBLICO E
EFICIÊNCIA.
PARÁGRAFO ÚNICO. NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS SERÃO
OBSERVADOS, ENTRE OUTROS, OS CRITÉRIOS DE:
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VI - ADEQUAÇÃO ENTRE MEIOS E FINS, VEDADA A IMPOSIÇÃO DE


OBRIGAÇÕES, RESTRIÇÕES E SANÇÕES EM MEDIDA SUPERIOR
ÀQUELAS ESTRITAMENTE NECESSÁRIAS AO ATENDIMENTO DO
INTERESSE PÚBLICO.

133. Enfim, os princípios aqui referidos exigem que as medidas estatais sejam
racionalmente aceitáveis e não arbitrárias, constituindo-se em instrumentos de maximização dos
comandos constitucionais.

134. Assim, o ato administrativo que impôs exorbitante multa à ECT deve ser
cassado, vez que o requerido desrespeitou aos princípios constitucionais da razoabilidade e
proporcionalidade, ferindo o interesse público e impondo uma sanção estritamente desnecessária,
caracterizando, inclusive, enriquecimento sem causa do Municipio de Pires do Rio-GO.

135. É de se ressaltar que diante da não legitimidade de cobrança das exigência de


termômetro e de pessoal para triagem, somado ao fato da regularização da limpeza da unidade,
conforme já aborado, a multa sequer poderia se imposta.

136. Ademais uma das supostas infrações, que é a falta de termômetro, sequer está
contemplada no novo Decreto Municipal de Pires do Rio 7.457/2020, nem mesmo em Decreto
Estadual, pois este foi revogado nesta parte.

137. Alternativamente, caso Vossa Excelência entenda por não anular a multa aplicada,
requer seja determinada a redução da multa administrativa imposta, por ter sido estabelecida de
forma desarrazoada.

IV. DO PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS

138. Doutrinariamente e também em muitos diplomas legais, consagrou-se a necessidade


de se fazerem presentes o fumus boni juris e periculum in mora para a concessão de provimentos
liminares. Veja-se:

“Os provimentos cautelares fundam-se na hipótese de um futuro provimento


definitivo favorável ao autor (fumus boni iuris): verificando-se cumulativamente
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esse pressuposto e o do periculum in mora, o provimento cautelar opera em regime


de urgência, como instrumento provisório sem o qual o definitivo poderia ficar
frustrado em seus efeitos.” (grifamos)
(CINTRA, Antônio Carlos de Araújo. 26. ed. São Paulo : Malheiros Editores. p. 345).

139. É que, a par dessa proteção à dialética necessária à formação de juízos seguros, a
Constituição buscou garantir que se evite a emergência de lesão ao direito. Portanto, a fim de comprovar
a necessidade de concessão de medida liminar em favor da ECT, passa-se à demonstração dos
requisitos.

140. Por primeiro, enfatiza-se o fumus boni iuris – como primeiro requisito –, que é
representado pela existência ou ainda probabilidade do direito à tutela do direito material, pois “para obter
a tutela cautelar, o autor deve convencer o juiz de que a tutela do direito provavelmente lhe será
concedida” (MARINONI, Luiz Guilherme. Processo Cautelar. 2 ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010. p. 28).

141. Nesse sentido, “se a tutela cautelar é instrumento de algo, ela somente pode ser
instrumento para assegurar a viabilidade da obtenção da tutela do direito ou para assegurar uma
situação jurídica tutelável, conforme o caso” (MARINONI, Luiz Guilherme. Processo Cautelar. 2 ed. –
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 23).

142. Se assim o é, a ECT demonstra de plano que o Direito a socorrem, probabilidade do


direito, até porque, no caso dos autos, concretiza-se DIREITO EVIDENTE CALCADO EM PROVA PRÉ-
CONSTITUÍDA desta Empresa Pública Federal, conforme descrito nos tópicos acima.

143. Quanto ao periculum in mora, esse decorre do fato de que inibir a prestação do
serviço público postal majora o tempo de consecução do serviço, frustrando a pretensão da sociedade
de ver prestado o serviço da forma mais adequada e célere possível.

144. Vale dizer, impedir o acesso ao serviço público postal essencial irá inviabilizar que se
realize a postagem e a respectiva entrega dos objetos postais.

145. No entanto, como dito, urge a necessidade da manutenção da prestação do


serviço público postal de forma continua, de modo a garantir à sociedade, bem assim aos demais

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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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estados, remetentes ou destinatários das postais, o acessos aos bens que almejam enviar e/ou
receber, dentro os quais se reitere, encontram-se inclusive itens de primeira necessidade,
decorrente da situação de emergência.

146. Logo, inequívoco o perigo de dano.

147. Assim, impende o deferimento da tutela de urgência, a fim de sobrestar os


efeitos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, para que a ECT possa manter a prestação do
serviço público postal de forma continua e adequada em favor de toda a população do Município
de Pires do Rio/GO.

V. DAS PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA

148. A ECT, como sabido, foi instituída nos moldes do Decreto-Lei n° 509/69 e, conforme
já decidido pelo e. Supremo Tribunal Federal, nos autos do RE 220.906-9/DF, a ela não se aplica a regra
do artigo 173, § 1º, da CF, por ser pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública.

149. Daí porque a ECT goza, na forma do artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69 – norma
recepcionada pela Constituição Federal de 1988 –, dos privilégios da Fazenda Pública quanto à
imunidade tributária à impenhorabilidade de seus bens, bem como quanto aos prazos e custas
processuais. Veja-se:

“Art. 12. A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e


equipamentos destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda
Pública, quer em relação a imunidade tributária, direta ou indireta,
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a foro,
prazos e custas processuais”.

150. Assim, por se tratar de direito decorrente da lei, requer a isenção de custas e
deferimento dos prazos inerentes à Fazenda Pública.

VI. DOS PEDIDOS

151. Ante o exposto, requer:


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Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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a) seja deferido o pedido de liminar inaudita altera pars para fins de sobrestar de
imediato os efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE
TERMÔMETRO E DE DISPONIBILIZAÇÃO DE PESSOA PARA TRIAGEM NA ENTRADA, em relação
à ECT para que esta Empresa Pública possa manter a prestação do serviço público postal essencial nas
Agências de Correios do Município de Pires do Rio/GO; alternativamente REQUER o deferimento da
tutela de urgência condicionada à concessão do prazo de 30 dias para tramitação do processo
de contratação emergêncial e início das aferições de temperatura dos clientes na AC/Pires do Rio-
GO

b) quanto ao mérito, confirmando-se a liminar, sejam julgados totalmente


procedente o pedido para fins de assegurar o direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do
serviço público postal essencial nas Agências de Correios do Município Pires do Rio -GO, afastando-se
a Interdição Parcial da Agência, capitaneada pelos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020;

c) a intimação da autoridades impetradas para prestar informações;

d) a intimação do Ministério Público Federal para atuar no feito como custos legis; e

e) considerando o teor do art. 12 do Decreto-lei n° 509/69, que segundo o


entendimento do Plenário do Supremo Tribunal Federal, foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988 (RE 220.906-9/DF), a isenção do pagamento das custas processuais e a concessão dos prazos
previstos no art. 183 do CPC.

152. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais)

153. Termos em que pede deferimento.


154. Goiânia, 06 de agosto de 2020.

CRISTIANO MARTINS DE SOUZA ELLUÍZIA T. RIBEIRO DE OLIVEIRA


OAB/GO 16.955 OAB/GO 33.177

__________________________________________________________________________________
Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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Número do documento: 20080717015712500000294156041
_____________________________________________________

JANE CLEISSY LEAL KÁRITA JOSEFA MOTA MENDES


OAB/GO 28.643 OAB/GO 21.391

MARILDA LUIZA BARBOSA


MÔNICA PEIXOTO PEREIRA OAB/GO 20.418
OAB/DF 38.729

ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM


OAB/GO 35.962

__________________________________________________________________________________
Praça Cívica, 11, Setor Central, Fones (062) 3989.2016 3989.2017 3989.2045 e 3989.2118

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AVISO
Prezados Clientes,

Em cumprimento aos Decretos 9.633/2020 e


9.637/2020, do Governo do Estado de Goiás, que
dispõe sobre a decretação de situação de
emergência na saúde pública do Estado de
Goiás, em razão da disseminação do novo
coronavírus (Covid-19), visando adotar medidas
preventivas e restringir o número de pessoas em
espaço fechado, esta agência terá permanência
limitada de até (_______) pessoas em
atendimento por vez em seu interior.

Faça sua parte, pedimos atender as orientações


de não formar aglomeração do lado INTERNO e
EXTERNO desta Agência e respeitar o
distanciamento mínimo de 2 metros entre uma
pessoa e outra. Caso não sejamos atendidos,
seremos obrigados a acionar a autoridade
competente para fazer cumprir esta regra.

Com esta medida preventiva, vamos todos


colaborar com este momento delicado pelo qual
estamos passando.

Agradecemos a compreensão.

www.correios.com.br

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AC PIRES DO RIO
Quant. Nome Função Situação
1 CARLOS ROBERTO BARROS DA SILVA ATENDENTE FÉRIAS - RETORNA DIA 05/08/2020
2 ROSEMARY PEREIRA DE OLIVEIRA BARBOSA ATENDENTE AFASTAMENTO COVID - GRUPO DE RISCO - TRABALHO REMOTO
3 GISELLE DE ARAUJO MARCAL MENDES ATENDENTE ATIVO
4 SERGIO HENRIQUE DA SILVA CARTEIRO ATIVO
5 RODRIGO VIEIRA DO PRADO OLIVEIRA CARTEIRO LICENÇA INT PARTICULAR - A PEDIDO DO FUNCIONÁRIO - DESDE MARÇO/2020
6 WAGMAR DONIZETE DE ALMEIDA SOUZA CARTEIRO ATIVO
7 MARCOS ORELIO INACIO LEITE CARTEIRO ATIVO
8 LEOMAR LEITE MORAES CARTEIRO FÉRIAS - RETORNA DIA 05/08/2020
9 JOSENILTON PEREIRA DOS SANTOS CARTEIRO ATIVO
10 EDUARDO DIAS ARAUJO GERENTE ATIVO

Número do documento: 20080717015858300000294156066


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PROTOCOLO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO COVID-19 – CORONAVÍRUS

Protocolo de Medidas de
Prevenção ao COVID-19 -
Coronavírus

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Versão 00: 24/03/2020; Versão 01: 03/04/2020; Versão 02: 17/04/2020;
Versão 03: 20/04/2020 0

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PROTOCOLO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO COVID-19 – CORONAVÍRUS

1. Introdução........................................................................................................................................ 2
2. Transmissão ..................................................................................................................................... 2
3. Sinais e Sintomas ............................................................................................................................. 2
4. Formas de contágio ......................................................................................................................... 3
4.1. Definições ................................................................................................................................ 4
5. Medidas Profiláticas ........................................................................................................................ 6
5.1. Cuidados Básicos ..................................................................................................................... 6
5.2. Cuidados para o ambiente de trabalho .................................................................................. 6
5.3. Determinações a serem adotadas nas dependências dos Correios....................................... 7
6. Procedimentos em casos de empregados com suspeita/confirmação de COVID-19 ................... 8
6.1. Empregado ............................................................................................................................... 8
6.2. Gestor....................................................................................................................................... 8
6.3. SESMT....................................................................................................................................... 8
7. Outras Observações......................................................................................................................... 9
8. Referências .................................................................................................................................... 10

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Versão 00: 24/03/2020; Versão 01: 03/04/2020; Versão 02: 17/04/2020;
Versão 03: 20/04/2020 1

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PROTOCOLO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO COVID-19 – CORONAVÍRUS

1. Introdução

Considerando que a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou em 11 de março de 2020


que a contaminação com o Coronavírus caracteriza pandemia, os Correios estabelecem diretrizes e
procedimentos em formato de protocolo.
Este protocolo dispõe de informações e medidas que deverão ser adotadas na Empresa para
prevenir a transmissão do Coronavírus e os impactos à saúde dos empregados e à atividade de
Correios.
O COVID-19 - Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo
agente do Coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.
O vírus tem grande capacidade de mutagênese e por isso, as informações e recomendações
serão atualizadas à medida que novos conhecimentos científicos sejam publicados pelos órgãos oficiais
de saúde.

2. Transmissão

A transmissão do Coronavírus ocorre pelo ar ou por contato pessoal com secreções


contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque
ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca,
nariz ou olhos. O período de incubação é o tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem
desde a infecção por Coronavírus, que pode ser de 2 a 15 dias.

3. Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas do Coronavírus são principalmente respiratórios, tais como:


 Febre;
 Dor de cabeça;
 Dor de garganta;
 Dores pelo corpo;
 Mal estar geral;
 Cansaço;

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 Tosse;
 Congestão nasal;
 Corrimento nasal (coriza);
 Dificuldade em respirar.

Segue a Tabela abaixo com os principais sintomas da doença, assim como sua incidência nos
pacientes com Coronavírus, de acordo com dados da OMS:

Tabela 01: Percentual de pacientes com Coronavírus que apresentaram sintoma

SINTOMAS % DE INCIDÊNCIA
Febre 88%
Tosse seca 68%
Fadiga 38%
Tosse com catarro espesso 33%
Falta de ar 19%
Dor articular 15%
Dor de Cabeça 14%
Arrepios 11%
Náusea ou vômito 5%
Nariz entupido 5%
Diarreia 4%
Tosse com sangue 1%
Olhos inchados 1%
Fonte: Dados compilados pela OMS ao analisar mais de 55 mil casos confirmados

4. Formas de contágio

Dada a dinâmica apresentada pela pandemia em uma realidade continental como a brasileira,
identifica-se que diferentes cidades e estados podem apresentar formas de contágio distintas da
doença. Ao todo, são 3(três) estas formas de contágio:
1ª forma - a primeira está relacionada aos “casos importados”, em que o indivíduo diagnosticado
com o COVID-19 possui histórico de viagem para países com transmissão sustentada;
2ª forma – a segunda ocorre por meio da transmissão local, quando o indivíduo apresenta o
histórico de contato com pessoas que estejam com suspeita ou confirmação para COVID-19, nos
últimos 15 dias e posteriormente apresentam os sintomas.

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3ª forma - a terceira forma configura-se na transmissão comunitária, quando não é mais


possível identificar a origem da doença.

4.1. Definições

a) Caso suspeito de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19)

 Situação 1 – Viajante: pessoa que apresente febre e pelo menos um dos sinais ou sintomas

respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival,
dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento
de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia) E com histórico de viagem para país com transmissão
sustentada OU área com transmissão local nos últimos 15 dias; OU
 Situação 2 - Contato Próximo: Pessoa que apresente febre OU pelo menos um sinal ou

sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou
conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de
cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia) E histórico de contato com caso
suspeito ou confirmado para COVID-19, nos últimos 15 dias.

Situação 1 - VIAJANTE
Histórico de viagem para
Pelo menos UM país com transmissão
Que apresente
dos sintomas sustentada OU área com
FEBRE respiratórios* transmissão local nos
últimos 15 dias

Situação 2 - CONTATO PRÓXIMO

Que apresente
FEBRE
Histórico de contato com caso
suspeito ou confirmado para
COVID-19, nos últimos 15
OU
dias. Pelo menos UM dos
sintomas respiratórios*

*Sintomas Respiratórios: tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade
para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O 2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal
e dispneia).

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b) Caso provável de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19)

 Situação 3 - Contato Domiciliar: Pessoa que manteve contato domiciliar com caso

confirmado por COVID-19 nos últimos 15 dias E que apresente febre OU pelo menos um sinal ou
sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou
conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de
cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia). Nesta situação é importante
observar a presença de outros sinais e sintomas como: fadiga, mialgia/artralgia, dor de cabeça,
calafrios, manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito,
desidratação e inapetência.

Situação 3 - CONTATO DOMICILIAR

Que apresente
FEBRE
Manteve contato domiciliar
com caso confirmado por OU
COVID-19 nos últimos 15 dias
Pelo menos UM dos
sintomas respiratórios*

Obs.: Nesta situação é importante observar a presença de outros sinais e sintomas como: fadiga, mialgia/artralgia, dor
de cabeça, calafrios, manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito,
desidratação e inapetência.

*Sintomas Respiratórios: tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade
para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O 2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal
e dispneia).

c) caso confirmado de doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19)

 Laboratorial: Caso suspeito ou provável com resultado positivo em RT-PCR em tempo real,

pelo protocolo Charité.


 Clínico-Epidemiológico: Caso suspeito ou provável com histórico de contato próximo ou

domiciliar com caso confirmado laboratorialmente por COVID-19, que apresente febre OU pelo
menos um dos sinais ou sintomas respiratórios, nos últimos 15 dias após o contato, e para o qual
não foi possível realizar a investigação laboratorial específica

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CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO
LABORATORIAL (para o qual não foi possível realizar a investigação
laboratorial específica)

Caso suspeito ou provável Caso suspeito ou provável

Histórico de contato próximo ou domiciliar


com caso confirmado laboratorialmente
Resultado positivo em RT-PCR em por COVID-19real, pelo protocolo Charité.
tempo real, pelo protocolo tórico de contato próximo ou domiciliar
Charité. com caso confirmado
Apresentando febre OUlaboratorialmente
pelo menos UM
por COVID-19,
dos sinais ou sintomas respiratórios*, nos
últimos 15 dias após o contato

5. Medidas Profiláticas

5.1. Cuidados Básicos

5.1.1 Os cuidados básicos se configuram em hábitos simples a serem adotados pelos


empregados que auxiliam na redução do risco geral de contaminação de infecções respiratórias
agudas, incluindo o Coronavírus.
5.1.2 Entre as indicações estão:
a) Lavar as mãos, frequentemente, com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se não
houver água e sabão, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool (Álcool Gel – 70%);
b) Evitar tocar nos olhos, nariz e boca;
c) Evitar contato próximo com pessoas doentes;
d) Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, com um lenço de papel e descartar no lixo de forma
segura;
e) Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

5.2. Cuidados para o ambiente de trabalho

a) Intensificar a higienização de superfícies onde haja compartilhamento de objetos (ex: mouse,


teclado, leitor óptico, mesas e cadeiras, telefone, maçanetas de porta, corrimões);
b) Garantir a frequência da limpeza e higienização dos banheiros nas dependências dos
Correios, previstas nos Contratos;
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c) Limpar e higienizar os postos de trabalho;


d) Não encostar copos e garrafas de uso pessoal na saída de água de filtros e bebedouros;
e) Manter os ambientes de trabalho arejados, abrindo janelas e portas, permitindo a entrada de
ventilação natural. Alertar os empregados sobre a abertura das janelas em relação ao risco de queda,
nos casos de edifícios com mais de um andar.
f) Manter ar condicionados desligados, quando possível, ligando-os somente em horários de
picos de calor.

5.3. Determinações a serem adotadas nas dependências dos Correios

a) Suspender o uso da biometria digital nas catracas e outros controle de acesso;


b) Evitar reuniões e visitas, em qualquer unidade dos Correios, de associações, sindicatos,
federações, agremiações e grupos congêneres;
c) Suspender viagens a trabalho para o exterior e restringir viagens domésticas mantendo
somente nos casos essenciais;
d) Verificar a recomendação, do Ministério da Saúde, do isolamento domiciliar por 15 dias, nos
casos de empregados que retornarem de viagens internacionais;
e) Evitar situações em que haja aglomerações ou contatos próximos frequentes, a exemplo das
visitas técnicas, visitas gerenciais às unidades, eventos culturais e educativos;
f) Encaminhar para o trabalho remoto os empregados que tenham deficiência imunológica por
qualquer motivo, cardiopatias, doenças respiratórias crônicas, diabéticos e pessoas com mais de 60
anos, além de gestantes e lactantes;

g) Avaliar a possibilidade de liberação para trabalho remoto dos empregados que coabitam com
pessoas do grupo de risco, que possuem filhos em idade escolar, ou menor e demais situações a serem
previstas pela empresa;

h) Realizar o revezamento de empregados ao longo dos turnos de trabalho nas unidades


administrativas da empresa, conforme orientação dos Correios;

i) Disponibilizar álcool gel em todas as dependências dos Correios;


j) Disponibilizar álcool gel para os carteiros que executam atividades externas;
k) As empresas terceirizadas deverão ser orientadas, por meio de carta, a cumprir os
procedimentos do Ministério da Saúde e dos Correios, bem como demais legislações que normatizam
o tema.

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6. Procedimentos em casos de empregados com suspeita/confirmação de COVID-19

6.1. Empregado
a) Em caso de apresentação de sintomas ou confirmação do Coronavírus (COVID-19), o
empregado deverá comunicar o gestor imediato;
Observação: em hipótese alguma, o empregado deverá comparecer no trabalho com confirmação ou
sintomas da COVID-19.
b) Seguir as recomendações dos serviços de saúde público ou privado e comunicar ao gestor o
período de afastamento, se houver;
c) Em caso de sintomas, os demais empregados do turno ou do setor de trabalho não serão
encaminhados para cumprir quarentena.

6.2. Gestor

a) Em caso do empregado comunicar sintomas da COVID-19, o gestor deverá liberá-lo para


trabalho remoto;
b) Uma vez identificado caso confirmado na unidade de trabalho, liberar os demais empregados
que trabalham no raio de 2 metros de proximidade, por 15 dias, para realização de trabalho remoto;
c) Demandar a limpeza de maneira imediata e intensiva do posto e setor de trabalho;
d) Comunicar a ocorrência ao SESMT;
e) Notificar o Comitê Gestor do Coronavírus via sistema SMON;

6.3. SESMT
a) Orientar as áreas em relação a prevenção do COVID-19 nos ambientes de trabalho;
b) Orientar os gestores sobre empregados que relatarem sintomas relacionados ao COVID-19
ou confirmação, para avaliar possível afastamento do trabalho;
c) Acompanhar, pelos sistemas corporativos da empresa, os casos de empregados
recepcionados em suas respectivas áreas de saúde com suspeita ou diagnostico confirmado;
d) Solicitar apoio das demais áreas da empresa que possam apoiar as ações de prevenção ao
COVID-19, tais como, engenharia, serviço de limpeza e conservação, etc;
e) Observar as demais orientações emanadas pelos Correios;

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f) Orientar os empregados que adquiriram o COVID-19, a procurar os serviços de saúde público


ou privado e proceder imediatamente o isolamento necessário para sua recuperação clínica.

7. Outras Observações
No caso de confirmação de que um empregado está contaminado a liberação para a quarentena
recairá para os demais empregados que trabalharam próximo a ele.

A definição de proximidade envolve o estabelecimento de um raio de distanciamento de até 2


metros ao redor do posto de trabalho do empregado contaminado. Portanto não haverá liberação de
todos os empregados da unidade, mas tão somente daqueles que atuam no raio estabelecido. Para
unidades que trabalham em mais de um turno, a regra do distanciamento e consequente afastamento
aplica-se às pessoas do mesmo turno de trabalho.

Após assepsia do ambiente, a unidade estará liberada para funcionamento.

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8. Referências
1. Oficio Circular 13251131/2020-Presidência, comunicados do primeira hora.
2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm acesso em
13 de março de 2020.
3. https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/coronavirus/sobre-a-doenca acesso em 13 de
março de 2020.
4. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-356-de-11-de-marco-de-2020-
247538346 acesso em 13 de março de 2020.
5. Ofício nº 150/2020/DATDOF/CGGM/GM/MS
6. https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46540-saude-anuncia-orientacoes-
para-evitar-a-disseminacao-do-coronavirus - Saúde anuncia orientações para evitar a
disseminação do coronavírus
7. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-356-de-11-de-marco-de-2020-
247538346 - Dispõe sobre a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº
13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que estabelece as medidas para enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus
(COVID-19)
8. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/11/protocolo-manejo-
coronavirus.pdf - Protocolo de Manejo Clínico para o COVID-19.
9. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-19-de-12-de-marco-de-
2020-247802008 - Estabelece orientações aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal
Civil da Administração Pública Federal - SIPEC, quanto às medidas de proteção para
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente
do coronavírus (COVID-19).
10. https://www.infectologia.org.br/admin/zcloud/principal/2020/03/Informativo-CoV-12-
03-2020.pdf - INFORME DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA (SBI) SOBRE O
NOVO CORONAVÍRUS.
11. https://static.poder360.com.br/2020/03/DECRETO-40.520.pdf.pdf - Dispõe sobre as
medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância
internacional decorrente do novo coronavírus, e dá outras providências.

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Versão 00: 24/03/2020; Versão 01: 03/04/2020; Versão 02: 17/04/2020;
Versão 03: 20/04/2020 10

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DEGEC/DINEG

Guia de Orientação - combate a


proliferação da doença COVID-19 no
ambiente laboral para as Agências de
categorias 4, 5 e 6.

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1. HIGIENIZAÇÃO DAS AGÊNCIAS

Seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), com o intuito de auxiliar as unidades de
atendimento no combate a proliferação da doença COVID-19 no ambiente laboral, disponibilizamos abaixo
recomendações para otimização da limpeza das Agências de Correios classificadas nas Categoria 4, 5 e 6.

Seguem as orientações para que os empregados das Agências (atendentes, carteiros, gerentes, encarregado de
tesouraria, etc.) realizem a higienização da unidade durante a jornada de trabalho.

Estação de Trabalho/ Guichê de atendimento

Higienizar a estação de trabalho utilizando papel toalha e um pouco de desinfetante (ex.: álcool
líquido 70%);

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2h

Telefones

Higienizar o telefone frequentemente com álcool líquido 70%;

Sempre que utilizado e no mínimo a cada 2h

Cadeira

Para limpar sua cadeira utilize um pedaço de papel toalha e álcool 70%. Priorize também os braços
de apoio da sua cadeira.

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2h

Teclado

Para limpar e desinfetar um teclado, você vai precisar de um pedaço de papel toalha e álcool 70%.

Vire o teclado de cabeça para baixo e o sacuda para que os resíduos acumulados entre as teclas e
sujeiras caiam por sobre a mesa. Coloque o teclado na posição normal e passe o papel toalha umedecido com um
pouco de álcool por cima das teclas e de todo o teclado.

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2h

Mouse

Para limpar e desinfetar o mouse, você vai precisar de um pedaço de papel toalha e álcool 70%.

Passe o papel toalha umedecido com álcool sobre a parte superior e inferior do mouse. Para limpar
o touchpad, basta apenas passar o papel toalha umedecido em toda a sua superfície.

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2h

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Tela do computador

Aplique uma pequena quantidade de álcool no papel toalha descartável e limpe a tela.

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2h

Mousepad

Aplique uma pequena quantidade de álcool no papel toalha descartável e limpe seu mousepad.

A cada 2h

Pinpad

Aplique uma pequena quantidade de álcool no papel toalha descartável e limpe o pinpad.

Sempre que for utilizado e no mínimo a cada 2 h

Balança

Aplique uma pequena quantidade de álcool no papel toalha descartável e passe sobre a balança.

Sempre que for utilizado e no mínimo a cada 2 h

Objetos de uso pessoal

Aplique uma pequena quantidade de álcool no papel toalha e passe sobre os instrumentos de
trabalho, tais como: canetas, réguas, trenas, pranchetas e demais objetos. Quando for
indispensável compartilhar, higienizar sempre antes e após o uso;

A cada 2h

Hall de atendimento da agência

As superfícies, móveis e objetos, tais como: longarinas, escrita pública, balcão de atendimento,
maçanetas, chaves, interruptores, corrimãos, esteiras, pisos, etc., deverão ser higienizados,
principalmente, antes do início do expediente com periodicidade mínima a cada 2 horas, sempre
que possível, e no momento em que o fluxo de clientes for menor, com vistas a manter o
ambiente coletivo limpo e livre de contaminação proporcionando a devida segurança para os clientes e
colaboradores.

Impreterivelmente antes do início do expediente e a cada 2 horas

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Em um supermercado compre a água sanitária de sua preferência, leia o rótulo e veja se a concentração de princípio
de cloro ativo é de 2 a 2,5%.

Preparo:

1 - Pegue um copinho descartável para café, esse copinho tem a com capacidade de 50 ml.

2 - Coloque 25 ml de água sanitária pura no copinho! Ou seja, você deve colocar água sanitária até a metade do
copinho!!

Você̂ me pergunta: E se passar um pouco? Não tem problema! Nesse caso não pode faltar!

3 - Pegue uma garrafa de plástico com capacidade de 1 L, coloque um pouco de água e adicione os 25 ml de água
sanitária.

4 - Complete o volume da garrafa com água, tampe e agite para misturar a água sanitária com a água.

ATENÇÃO:

1 - Não deixe o frasco exposto a luz, guarde em lugar fresco, dentro de um armário e somente retire no
momento que for utilizar!

2 - Identifique o frasco arrume uma etiqueta e cole com o nome “Água Sanitária Diluída” ou escreva o nome
no frasco com uma caneta de tinta permanente, dessas para escrever em CD. Faça isso logo após o preparo!

3- Você vai notar que, não tem odor característico forte da água sanitária e por isso é preciso identificar o
conteúdo do frasco! Essa solução é fatal para o Coronavírus de 15 a 20 segundos!

Como aplicar em superfícies:

1 - Umedeça um pano limpo nessa solução, passe nas longarinas, escrita pública, balcão de atendimento, maçanetas,
chaves, interruptores, corrimãos, esteiras, pisos, etc. NÃO PASSE NO CELULAR OU QUALQUER EQUIPAMENTO
ELETÔNICO!!!

2 - Se você tiver a pele mais sensível utilize a solução com luvas! A maioria das pessoas não terá́ nenhum problema
no contato com essa solução diluída, mas o uso constante pode levar ao ressecamento da pele.

4 - Outro processo de aplicação: pegue um frasco com borrifador, coloque a água sanitária diluída, borrife nas
superfícies e, após 15-20s retire o excesso com um pano seco e limpo, nesse método não se tem contato direto com
a solução.

Áreas comuns (piso e banheiro)

Determina-se adicionalmente independente da limpeza já prevista na unidade, que a higienização do


hall de atendimento da agência e as demais áreas comuns (retaguarda dos balcões, salas, copas e
banheiros e pisos), seja realizada pelos empregados da unidade em forma de rodízio, escalado pelo
gestor da unidade. Nas unidades em que há mais de um colaborador é aconselhado definir
diariamente aquele que ficará responsável exclusivamente pela higienização dos ambientes.

Diariamente antes do início do expediente e a cada 2h

Preparo:

1 – Diluir desinfetante num balde d’água, conforme orientação do fabricante.

Como aplicar em superfícies:

1 - Nunca varrer superfícies a seco, pois esse ato favorece a dispersão de microrganismos que são veiculados pelas
partículas de pó. Utilizar a varredura úmida, que pode ser realizada com mops ou rodo e panos de limpeza de pisos.

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2 - Para a limpeza de pisos, devem ser seguidas as técnicas de varredura úmida, ensaboar, enxaguar e secar.

3 - Todos os equipamentos deverão ser limpos a cada término da jornada de trabalho.

Itens de uso comum

Recomenda-se ainda que os itens de uso comum nas agências sejam higienizados com álcool
líquido 70% e papel toalha sempre antes de usá-los.

A cada utilização

Material para higienização

Para higienizar seu local de trabalho poderão ser utilizados produtos de limpeza simples, como
água e sabão, desinfetante, água sanitária, limpadores multiuso com cloro, limpadores multiuso
com álcool, álcool de limpeza (líquido, com concentração entre 60% e 80%), papel toalha, flanela, pano de
chão.

Dica: considerar a frequência de limpeza como um parâmetro mínimo, ou seja, sempre que possível
realize a limpeza dos equipamentos, das áreas comuns interna e externa.

Pronto! Agora você está com seus equipamentos higienizados.

Lembre-se de lavar suas mãos com água e sabão, e se não for possível, aplicar álcool em gel.

2. MATERIAIS E INSUMOS

Segue sugestão de materiais para aquisição pelas unidades de atendimento para limpeza e higienização do ambiente
de trabalho:

✓ Álcool em gel 70% (para limpeza das mãos);


✓ Álcool etílico tratado, no mínimo entre 60% e 70% (para limpeza dos equipamentos e instrumentos de
trabalho);

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✓ Desinfetante líquido - uso geral – para limpeza do piso e banheiro;
✓ Detergente líquido - uso geral – para limpeza de utensílios na copa;
✓ Água Sanitária (com o princípio de cloro ativo de 2% a 2,5%.) para limpeza de mesas, longarinas, maçanetas,
chaves, etc;
✓ Papel Toalha - cor branca, super absorvente, não reciclado;
✓ Flanela e pano de chão;
✓ Luvas de limpeza;
✓ Sabonete gel ou líquido - neutro e antisséptico (para limpeza das mãos).

As orientações descritas para higienização têm como base as informações de instituições de referência técnico-
científica mundiais no assunto, assim como as orientações do Ministério da Saúde.

Fontes:

Acesso em 06 de abril de 2020: http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/02/Orienta%C3%A7%C3%B5es-para-a-preven%C3%A7%C3%A3o-de-


transmiss%C3%A3o-do-coronavirus.pdf

Acesso em 06 de abril de 2020: https://www2.unesp.br/portal#!/covid19/orientacoes/ambiente-de-trabalho/

Acesso em 06 de abril de 2020: https://drive.google.com/file/d/1Dn0UWr1rdFU4hpSU3YbB--7aGENmCjsm/view

Acesso em 06 de abril de 2020: https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792

Acesso em 06 de abril de 2020: https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/getting-workplace-ready-for-covid-19.pdf

Acesso em 06 de abril de 2020: https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/80/9c/809c794b-39ef-4856-9b0c-


1219270fd912/guia_sesi_de_prevencao_a_covid_nas_empresas_-_250320_new.pdf

Acesso em 06 de abril de 2020: https://saude.abril.com.br/medicina/como-evitar-coronavirus-trabalho/

Acesso em 06 de abril de 2020: https://portal.fiocruz.br/noticia/ministerio-da-saude-lanca-protocolo-de-tratamento-do-covid-19

Acesso em 08 de abril de 2020: https://pfarma.com.br/coronavirus/5355-agua-sanitaria.html

Acesso em 08 de abril de 2020: https://girassolquimica.com.br/combate-ao-coronavirus/

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Solicitação: 149883/2020

Nome: EDUARDO DIAS ARAUJO


Órgão Beneficiário: SE/GO - 00006656 - AC PIRES DO RIO
Telefone: (64) 34611688

Data da Solicitação: 10/07/2020 - 18:22


Data Prevista Entrega/Execução: 07/08/2020
Data do Andamento: 03/08/2020 - 18:32
Serviço: PD - Limpeza Geral e Jardinagem
Item Solicitado SERVIÇO E MATERIAL DE HIGIENE E LIMPEZA
CSC SPI LIMP GERAL E JARD - ACR, AM, AP,BSB, GO, MS, MT, PA, RO,
Centro de atendimento:
RR E TO
Status da Solicitação: Documento Fiscal Encaminhado
CPF do Fornecedor: 60431385149 Orçamentos
Nome do Fornecedor: LUZIA ANGELICA GALVAO
Código no ERP (AN8): 29375141
SOLICITO POR FAVOR 08 DIÁRIA DE LIMPEZA SENDO 8 HORAS
Descrição: DIÁRIA .PARA AGÊNCIA NO MÊS DE AGOSTO 2020, NO VALOR
UNITÁRIO DE R$ 159,00 TOTALIZANDO R$ 1.272,00.
Quantidade: 8,000
Valor Total Previsto: 1272,00
NECESSITAMOS DAS O8 DIÁRIAS PARA O MÊS DE AGOSTO 2020, NO
PERÍODODE 03/08 A 31/08 TEMOS EXTREMA NECESSIDADE VISANDO
A SAÚDE DE TODOS OS FUNCIONÁRIOS DA AGÊNCIA E PRESERVAR A
BOA IMAGEM DA EMPRESA, ALÉM DE MANTER A AGÊNCIA LIMPA E
ORGANIZADA COM O PADRÃO ECT COMO PEDEM AS NORMAS DA
PMA. SEI QUE A EMPRESA PASSA POR RETENÇÃO DE CUSTOS, MAS
ESSE É UM ITEM ESSENCIAL. FOI FEITA PESQUISA DE MERCADO E O
PRIMEIRO FORNECEDOR É O QUE POSSUI MELHOR PREÇO,
QUALIDADE, ATENDIMENTO, CONFIANÇA E ATENDE AOS PADRÕES
ECT. NÃO EXISTE CONTRATO NA LOCALIDADE. SERÁ EMITIDO NOTA
Justificativa: FISCAL DE MÃO DE OBRA/ PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. OS CLIENTES
ESTÃO REPARANDO E INFELIZMENTE RECLAMARAM ATÉ NO FALE
CONOSCO, DIZENDO QUEM MANDOU VOTAR NESSE PRESIDENTE,
AQUI NÃO TEM GERENTE NÃO COMO VOCÊS TRABALHAM NESSA
SUJEIRA. ESTA SOLICITAÇÃO ATENDE AOS REQUISITOS PREVISTOS
NO MEMORANDO CIRCULAR Nº 7596840-GFAC-DINPA. ESTA DEMANDA
DE DUAS FAXINAS POR SEMANA ESTÁ DEVIDAMENTE AUTORIZADA
PELO DIGOV E VISA ATENDER DEMANDA JUDICIAL. HÁ
CONHECIMENTO DOS OFÍCIO Nº 13251131/2020 - PRESIDÊNCIA, DE
17/03/2020, OFÍCIO Nº 13365444/2020 - DIOPE-PRESI, DE 23/03/2020
ENTENDEMOS QUE TRATA-SE DE EMERGENCIA.
Apresentou Mínimo Orçamentos: Sim
Apresentou Mín. Orç. Microempresa/EPP: Não
Tratamento Diferenciado Vantajoso: Sim
Item (ERP) LIMPEZA/CONS/HIGIENE DIVERSOS Previsão Diferencial de ICMS: 0,00
Conta orçamentaria / Valor: 16011.44403.030001 - LIMPEZA PESSOA FISICA / R$ 1.272,00

Número Número
Data de Valor da Data do Data de Status Data
Doc. Série Tipo Responsável do
emissão Nota Atesto Vencimento Pagamento Pagamento
Fiscal Voucher

NF Nota
EDUARDO DIAS
03/08/2020 5945312 Fiscal de 1272,00 03/08/2020 - -
ARAUJO
Serviço - PF

[-] Visualizar Andamento

Centro E-
Data Status Observação Responsável
Serviço mail

CSC SPI LIMP


GERAL E JARD
Documento
03/08/2020- - ACR, AM, EDUARDO
Fiscal
18:32 AP,BSB, GO, DIAS ARAUJO
Encaminhado
MS, MT, PA,
RO, RR E TO

CSC SPI LIMP


GERAL E JARD
HENRIQUE
03/08/2020- - ACR, AM,
Autorizado YASUO
11:40 AP,BSB, GO,
YANAGITA
MS, MT, PA,
RO, RR E TO

APROVAMOS A CONTRATAÇÃO VIA PSER PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL

http://pser/PSER/Portal/Painel/DSP/index.cfm?location=/PSER/Portal/PequenasDesp... 04/08/2020
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ATENDENDO UMA URGENCIA CONCRETA NO LOCAL, TENDO EM VISTA A


CSC SPI LIMP DEMANDA JUDICIAL NUP 53191.003369/2020-92, PREVENDO LIMPEZA AMPLA
GERAL E JARD PARA A CONTENÇÃO DA PROPAGAÇÃO DO CORONA VÍRUS NO ATUAL CENÁRIO
VANDERLENE
31/07/2020- - ACR, AM, DE PANDEMIA, AINDA QUE TENDO O CONHECIMENTO DOS OFÍCIO Nº
Analisado LEAO DE
10:55 AP,BSB, GO, 13251131/2020 - PRESIDÊNCIA, DE 17/03/2020, OFÍCIO Nº 13365444/2020 -
ARAUJO
MS, MT, PA, DIOPE-PRESI, DE 23/03/2020 ENTENDEMOS QUE TRATA-SE DE EMERGENCIA
RO, RR E TO E, ?DEVIDAMENTE AUTORIZADA PELO DIGOV E VISA ATENDER DEMANDA
JUDICIAL.?

CSC SPI LIMP


GERAL E JARD
Solicitação CLAUDIA
30/07/2020- - ACR, AM,
Atualizada p/ Alteração HELENA
14:47 AP,BSB, GO,
Aprovador PEREIRA
MS, MT, PA,
RO, RR E TO

CSC SPI LIMP


GERAL E JARD
Aprovador VANDERLENE
29/07/2020- - ACR, AM, GENTILEZA ATUALIZAR AS DATAS DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NA
Solicita LEAO DE
10:24 AP,BSB, GO, JUSTIFICATIVA
Detalhamento ARAUJO
MS, MT, PA,
RO, RR E TO

CSC SPI LIMP


GERAL E JARD
10/07/2020- - ACR, AM, EDUARDO
Aberto Solicitação - MCU Principal: 00006656
18:22 AP,BSB, GO, DIAS ARAUJO
MS, MT, PA,
RO, RR E TO

http://pser/PSER/Portal/Painel/DSP/index.cfm?location=/PSER/Portal/PequenasDesp... 04/08/2020
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Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/03/2020

Número: 1001559-34.2020.4.01.4001
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Picos-PI
Última distribuição : 24/03/2020
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Serviço Postal
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - LARISSE DA COSTA MACHADO FARIAS (ADVOGADO)
ECT (IMPETRANTE)
PREFEITO MUNICIPAL DE BOCAINA ERIVELTO DE SÁ
BARROS (IMPETRADO)
MUNICIPIO DE BOCAINA (IMPETRADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
20549 24/03/2020 17:15 Decisão Decisão
5390

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Número do documento: 20080717015937300000294160084
Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Piauí
VARA ÚNICA DA SUBSEÇÃO DE PICOS
Processo: 1001559-34.2020.4.01.4001
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
Impetrante: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
Impetrado: PREFEITO MUNICIPAL DE BOCAINA ERIVELTO DE SÁ BARROS,
MUNICIPIO DE BOCAINA
DECISÃO
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT impetra mandado de
segurança contra ato praticado pelo prefeito municipal de Bocaina/PI, pedindo
medida liminar que garanta o funcionamento da Agência dos Correios daquele
município, ao argumento de que o Decreto Municipal que determinou a suspensão dos
serviços prestados por essa empresa pública contraria o Decreto Federal editado para
regulamentar o tema.
Decido.
A tese levantada pela empresa pública impetrante surge plausível. O governo federal,
motivado pela pandemia relacionada ao coronavírus, editou a Lei 13.979/2020, a qual
dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública que
recaiu sobre todo o mundo. A promulgação dessa norma gerou o Decreto Federal
10.282/2020, que prescreve:
Art. 3ºAs medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício
e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º.
§ 1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados
aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a
segurança da população, tais como:
(...)
XXI - serviços postais.
O raciocínio a ser estabelecido, por isso mesmo, surge até simples. O serviço postal é
da titularidade da União (art. 21, X, CF), que o presta por meio dos Correios,
empresa pública integrante da administração federal. Os demais entes da federação
estados e municípios , portanto, não podem versar sobre semelhante tema. Daí a
inconstitucionalidade e a ilegalidade do Decreto Municipal, que, de resto, terminou
por contrariar os termos expressos no Decreto 10.282/2020.
Demais disso, percebo o perigo da demora no fato de que a própria distribuição dos
insumos que servirão ao combate da pandemia (medicamentos, máscaras, álcool em
gel etc.) também depende da atuação dos Correios, sobretudo nos pequenos
municípios, que têm nessa empresa pública a única opção para o envio e o
recebimento de mercadorias.
Esse o quadro, defiro a medida liminar para determinar à autoridade impetrada que

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCELO SERVIO BORGES - 24/03/2020 17:15:14 Num. 205495390 - Pág. 1
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Número do documento: 20032417151424600000201915463

Assinado eletronicamente por: MARILDA LUIZA BARBOSA - 07/08/2020 17:01:59 Num. 298586372 - Pág. 2
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Número do documento: 20080717015937300000294160084
se abstenha de restringir a plena operação da agência da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos do Município de Bocaina/PI, observadas pela impetrante, porém,
todas as precauções possíveis para evitar o contágio pelo vírus da COVID19,
conforme o próprio Governo Federal já lhe deve ter repassado.
Intimem-se, inclusive para cumprimento. Notifique-se a autoridade coatora para,
querendo, apresentar informações e intime-se o Município de Bocaina/PI para tomar
ciência do feito. Depois, abra-se vista dos autos ao MPF e, em seguida, realize-se
nova conclusão.
Picos/PI, 24 de março de 2020.
FLÁVIO MARCELO SÉRVIO BORGES
Juiz Federal

Assinado eletronicamente por: FLAVIO MARCELO SERVIO BORGES - 24/03/2020 17:15:14 Num. 205495390 - Pág. 2
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Número do documento: 20032417151424600000201915463

Assinado eletronicamente por: MARILDA LUIZA BARBOSA - 07/08/2020 17:01:59 Num. 298586372 - Pág. 3
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Número do documento: 20080717015937300000294160084
02/07/2020 · Justiça Federal da 1ª Região

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Piauí
2ª Vara Federal Cível da SJPI

PROCESSO: 1017107-05.2020.4.01.4000
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
Advogado do(a) IMPETRANTE: EUCLIDES RODRIGUES MENDES - DF14621
 IMPETRADO: PREFEITO DO MUNICÍPIO DE TERESINA, MUNICÍPIO DE TERESINA
 
 

DECISÃO

Cuida-se de pedido de liminar em MANDADO DE SEGURANÇA, no


qual o impetrante pretende obter provimento judicial que determine o
sobrestamento dos efeitos do Decreto Municipal nº 19.753, de 07 de maio de
2020, em relação à ECT.

Sustenta, em resumo:

1.Que o Poder Público adotou medidas para o enfrentamento da crise


instalada, com vistas a evitar a contaminação e restringir os riscos, destacando-
se, na cidade de Teresina-PI, com a edição do Decreto nº 19.753/2020, que
obriga os estabelecimentos comerciais, industriais, de prestação de serviços,
órgãos e instituições pública a realizarem testes de diagnóstico para o SARS- -
CoV-2 (Covid-19) em seus empregados. O decreta determina ainda que em caso
de descumprimento, os estabelecimentos ficarão sujeitos à interdição total das
atividades e cassação de alvará de localização e funcionamento.

2.Que o referido decreto criou regras abusivas e impossíveis de


serem cumpridas à risca por qualquer estabelecimento comercial, o que acaba
por inviabilizar a continuidade do serviço postal no Município de Teresina/PI.

3. Que o referenciado normativo deixou de observar a competência


material exclusiva da União para legislar sobre serviço postal.

É o relatório. DECIDO.

A did li i d d d b é id d L i º
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02/07/2020 · Justiça Federal da 1ª Região
A medida liminar em mandado de segurança, sob a égide da Lei n.º
12.016/2009 e do art. 5º, LXIX, da vigente Constituição Federal, necessita de dois
requisitos para sua concessão, quais sejam o fumus boni iuris (ou a relevância do
fundamento) e o periculum in mora (ou risco de dano de difícil reparação).

In casu, de um juízo perfunctório, entendo delineados os requisitos


exigidos.

De início, ressalto que neste momento em que estamos vivendo, é


necessária a adoção de medidas para garantir a segurança e saúde de todos.

Contudo, a obrigatoriedade de realização de testes para controle da


Covid-19 constante no Decreto nº 19.753/2020 é medida arbitrária que onera
significativamente às empresas em face do alto custo dos testes.

Ademais deve ser observado que os testes para o diagnóstico da


Covid-19 não apresentam resultados seguros quando realizados nos primeiros
dias da infecção e ao testar assintomáticos existe grande probabilidade de
resultados imprecisos, porque, de acordo com autoridades da saúde, a realização
de determinados testes no início da infecção pode gerar resultados falso-
negativos.

Assim, tenho que presente a fumaça do bom direito na medida em


que o ordenamento jurídico pátrio não agasalha imposições tais como as
previstas no Decreto número 19.735/2020, visto que a referida norma expedida
pelo Município não guarda sintonia com os princípios constitucionais da
proporcionalidade, da razoabilidade e da eficiência.

Resta evidente o perigo da demora do provimento judicial, haja vista


que em se mantendo as medidas impostas no Decreto Municipal n. 19.735/2020 e
caso a impetrante não consiga atendê-las sofrerá interdição total de suas
atividades comerciais e inibição da prestação do serviço postal.

Diante do exposto, defiro o pedido liminar de modo a determinar o


sobrestamento dos efeitos do Decreto Municipal nº 19.735/2020 relativamente à
impetrante.

Intimem-se.

Notifique-se.

Após, ao MPF, para a sua intervenção necessária.

Teresina/PI, 02 de julho de 2020.

MÁRCIO BRAGA MAGALHÃES

Juiz Federal da 2ª Vara

 
 

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MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5001032-06.2020.4.04.7113/RS


IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
IMPETRADO: PREFEITO - MUNICÍPIO DE GUAPORÉ/RS - GUAPORÉ
MPF: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
INTERESSADO: MUNICÍPIO DE GUAPORÉ/RS

DESPACHO/DECISÃO

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT impetrou mandado de


segurança em face de ato praticado pelo Prefeito Municipal de Guaporé, objetivando,
liminarmente, a concessão de ordem para sobrestar os efeitos do Decreto n. 6.277, de 23 de
março de 2020, com relação à impetrante, a fim de garantir a continuidade dos serviços
prestados no município.

Decido.

A concessão de medidas liminares em mandados de segurança está atrelada ao


disposto no artigo 7º, III, da Lei nº 12.016/09, que possibilita seu deferimento em caso de
concomitância da plausibilidade do direito invocado (fundamento relevante) e do risco de
perecimento de tal direito face à urgência do pedido (periculum in mora). A regra legal, mais
especificamente, estatui que o segundo requisito estará presente quando "do ato impugnado
puder resultar ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida".

No caso em apreço, o ato impugnado se consubstancia no Decreto n.


6.277/2020, do Município de Guaporé, que determina a adoção de medidas em face da
pandemia de COVID-19, no âmbito municipal, assim incluindo em suas disposições:

Art. 2º. A Agência dos Correios poderá funcionar somente com expediante interno, ficando
vedado atendimento ao público.

Entendo estarem atendidos os requisitos previstos no art. 7º, III, da Lei nº


12.016/09.

O serviço postal é dever da União, garantido pela Constituição Federal (art. 21,
X), a ela competindo a legislação que o regulamenta.

É cediço no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que empresas


públicas que prestem serviço obrigatório e exclusivo do Estado - como a ECT - têm seus
serviços qualificados como essenciais (v.g., RE 354897/RS, RE 627242 AgR). Essa
essencialidade se reflete, inclusive, na responsabilidade da empresa quanto à adequada
realização da atividade, como reiteradamente se reconhece no Tribunal Regional Federal (v.g.
Apelação/Remessa Necessária 5003135-49.2012.4.04.7118; APEL/REEX 5003131-
12.2012.4.04.7118).

5001032-06.2020.4.04.7113 710010608313 .V19

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1ª Vara Federal de Bento Gonçalves
A partir do reconhecimento internacional da pandemia de COVID-19, foi
publicada a Lei n. 13.979/2020, com alteração realizada pela Medida Provisória n. 926, de
20/03/2020 (atualmente em vigor), que assim determina:

Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional


decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências,
dentre outras, as seguintes medidas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 926,
de 2020)

I - isolamento;

II - quarentena;

(...)

VI - restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e fundamentada da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou aeroportos
de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

a) entrada e saída do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

b) locomoção interestadual e intermunicipal; (Incluído pela Medida Provisória nº 926,


de 2020)

(...)

§ 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o


funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais. (Incluído pela Medida
Provisória nº 926, de 2020)

§ 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços públicos e


atividades essenciais a que se referem o § 8º. (Incluído pela Medida Provisória nº 926,
de 2020)

§ 10. As medidas a que se referem os incisos I, II e VI do caput, quando afetarem a execução


de serviços públicos e atividades essenciais, inclusive as reguladas, concedidas ou
autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que em articulação
prévia com o órgão regulador ou o Poder concedente ou autorizador. (Incluído pela
Medida Provisória nº 926, de 2020)

§ 11. É vedada a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de


serviços públicos e atividades essenciais, definidas nos termos do disposto no § 9º, e cargas de
qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à
população. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

Amparado no §9º do artigo supra transcrito, o governo federal emitiu o Decreto


n. 10.282, de 22 de março de 2020, pelo qual define as atividades essenciais a serem
resguardadas quando da imposição de medidas restritivas como aquelas definidas pela
municipalidade. O decreto assim previu:

5001032-06.2020.4.04.7113 710010608313 .V19

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Art. 3º As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício e o
funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º. § 1º São
serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos,
colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população, tais como:

(...)

XXI - serviços postais;

(...)

Como se vê, não há dúvida de que, enquanto serviço essencial, a atividade da


impetrante não pode ser impedida.

Em que pese o decreto municipal não tenha vedado o funcionamento da


agência, admitindo o expediente interno, é pressuposto para a realização da atividade postal o
acesso ao público. Isso se extrai da própria definição legal de serviço postal, observada na lei
n. 6.538/78:

Art. 7º - Constitui serviço postal o recebimento, expedição, transporte e entrega de objetos de


correspondência, valores e encomendas, conforme definido em regulamento.

§ 1º - São objetos de correspondência:

a) carta;

b) cartão-postal;

c) impresso;

d) cecograma;

e) pequena - encomenda.

§ 2º - Constitui serviço postal relativo a valores:

a) remessa de dinheiro através de carta com valor declarado;

b) remessa de ordem de pagamento por meio de vale-postal;

c) recebimento de tributos, prestações, contribuições e obrigações pagáveis à vista, por via


postal.

§ 3º - Constitui serviço postal relativo a encomendas a remessa e entrega de objetos, com ou


sem valor mercantil, por via postal.

Ora, vedar o atendimento ao público na agência postal, além de não se alinhar às


normas estabelecidas em razão da pandemia de COVID-19, é medida que atinge a prestação
do serviço público essencial em sua essência, o que não pode ser chancelado pelo Poder
Judiciário.

5001032-06.2020.4.04.7113 710010608313 .V19

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Ademais, não há dúvida de que o serviço postal prestado abarca, inclusive, a
postagem de materiais biológicos (evento 1, contr4), o que pode ser fundamental nas ações de
monitoramento e controle da pandemia no Estado.

Cumpre salientar que não se trata, no caso, de impedir que a autoridade


municipal adote medidas restritivas necessárias e cruciais no delicado momento enfrentado
pela segurança sanitária no país. Contudo, tais providências não podem implicar no
impedimento à prestação do serviço postal.

Restrições como a limitação do número de pessoas no interior da agência,


controles diferenciados de higiene (como, por exemplo, exigência de uso de EPIs, ou a
disposição de álcool gel), horários de atendimento alternativos ou restritos, mostram-se
cabíveis, podendo ser determinados pela municipalidade, sem que o serviço seja obstado.

Observo que a própria Lei n. 13.979/2020 prevê a possibilidade de aplicação de


medidas limitantes dos serviços essenciais, desde que articuladas com o poder responsável
(art. 3º, §10).

No ponto, calha referir a recente decisão proferida no STF, ao apreciar Medida


Cautelar na ADI 6343/DF, cujos excertos ilustram a necessidade de priorizar soluções
razoáveis e que atendam aos interesses coletivos e sociais (Rel. Min. Marco Aurélio,
publicada DJE 27/03/2020):

(...)

2. Tal como ocorreu relativamente à ação direta de inconstitucionalidade nº 6.341, impõe-se o


exame, em âmbito individual, do pedido de implemento de medida acauteladora. O Supremo,
assim como diversas instituições pátrias, está em verdadeiro recesso, e tudo indica que a
Sessão designada para o próximo dia 1º não se realizará. Cumpre atentar para o disposto no
artigo 10 da Lei nº 9.868/1999, levando em conta a impossibilidade de cessar a jurisdição. O
momento é de crise aguda envolvendo a saúde pública. Tem-se política governamental nesse
campo, com a peculiaridade de tudo recomendar o tratamento abrangente, o tratamento
nacional. Sob essa óptica, há de considerar-se princípio implícito na Constituição Federal – o
da razoabilidade, na vertente proporcionalidade.

(...)

Já o § 7º trata da atuação dos gestores locais de saúde, contemplando, mais uma vez, a
coordenação, no que deve ser central, ou seja, do Ministério da Saúde, presentes as disciplinas
dos incisos I, II, V, VI e VIII do artigo 3º. Não se tem situação suficiente à glosa precária e
efêmera, no que esta poderia provocar consequências danosas, consequências nefastas
relativamente ao interesse coletivo, ao interesse da sociedade brasileira. Em época de crise, há
mesmo de atentar-se para o arcabouço normativo constitucional, mas tudo recomenda
temperança, ponderação de valores, e, no caso concreto, prevalece o relativo à saúde pública
nacional.

As Medidas Provisórias nº 926 e 927, no que alteraram preceitos da Lei nº 13.979/2020, hão
de ser examinadas a partir de cautela maior, abandonando-se o vezo da crítica pela crítica.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dirigentes em geral, devem implementar
medidas que se façam necessárias à mitigação das consequências da pandemia verificada, de
contornos severos e abrangentes.

(...)
5001032-06.2020.4.04.7113 710010608313 .V19

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De notar, ainda, que a própria presidência da ECT emitiu Ofício Circular com as
diretrizes para o exercício das atividades diante da pandemia (evento 1, out5), restando
demonstrado que a empresa já está tomando providências condizentes com os cuidados
sanitários preventivos demandados na situação presente. Reitero que o poder público
municipal pode, legitimamente, acrescentar requisitos e limitações sanitárias no atendimento
da agência dos correios, como exemplificado acima, mas não a ponto de impedir por
completo o atendimento ao público externo.

Ante o exposto, entendo demonstrada a plausibilidade do direito, bem como a


urgência no restabelecimento do serviço postal, razão pela qual defiro a liminar
pleiteada, para suspender a eficácia do art. 2º do Decreto n. 6.277/2020 do Município de
Guaporé e, assim, autorizar o funcionamento da agência dos correios naquele município.

Intimem-se impetrante e impetrado, com urgência, da concessão da liminar

Notifique-se a autoridade coatora para prestar informações no prazo de 10 (dez)


dias.

Intime-se o órgão de representação judicial do Município de Guaporé para,


querendo, ingressar no feito (art. 7º, II, Lei n. 12.016/2009).

Vindas as informações da autoridade coatora, dê-se vista ao Ministério Público


Federal para parecer e, por fim, venham os autos conclusos para sentença.

Documento eletrônico assinado por FREDERICO VALDEZ PEREIRA, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III,
da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 710010608313v19 e do código CRC 7af47c17.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): FREDERICO VALDEZ PEREIRA
Data e Hora: 28/3/2020, às 10:41:33

5001032-06.2020.4.04.7113 710010608313 .V19

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MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5000426-97.2020.4.02.5119/RJ


IMPETRANTE: ECT-EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS
IMPETRADO: PREFEITO - MUNICIPIO DE RIO DAS FLORES - RIO DAS FLORES

DESPACHO/DECISÃO

I. Trata-se de mandado de segurança impetrado por EMPRESA BRASILEIRA


DE CORREIOS E TELÉGRAFOS (ECT) contra ato praticado pelo PREFEITO DO
MUNICÍPIO DE RIO DAS FLORES objetivando, em sede de medida liminar, a suspensão
dos efeitos do Decreto n° 51, de 13/04/2020, e da notificação nº. 57/2020, de 14/04/2020,
para que a ECT possa manter a prestação do serviço público postal essencial nas agências e
postos do MUNICÍPIO DE RIO DAS FLORES.

Afirma a impetrante que em 13/04/2020 foi publicado o Decreto nº 51/2020, por


meio do qual a autoridade apontada como coatora estabeleceu novas medidas de prevenção ao
contágio e enfrentamento da emergência em saúde pública decorrente do novo
coronavírus/covid-19.

Relata que os artigos 4º e 5º da norma determinaram a suspensão, por tempo


indeterminado, das atividades das agências e postos de Correios no âmbito do MUNICÍPIO
DE RIO DAS FLORES, prevendo penalidade em caso de descumprimento.

Alega que o Decreto desconsidera a essencialidade do serviço público postal e


contraria determinações do Governo do Estado do Rio de Janeiro e o interesse público.

Sustenta que o impetrado não pode disciplinar a matéria, de competência


privativa da UNIÃO.

Assegura que a ECT foi notificada para suspender suas atividades postais e
fechamento da agência por prazo indeterminado (notificação 57/2020), gerando grave
prejuízo para a impetrante e para a população local.

Assevera que a agência fechada é a única no MUNICÍPIO DE RIO DAS


FLORES, privando a população de ter acesso ao serviço dos Correios.

Aduz que o serviço postal é a última alternativa de contato à distância no


cenário atual diante da ordem para evitar deslocamento, inclusive sendo responsável pela
entrega de objetos de uso essencial no combate à pandemia, a exemplo de álcool, máscaras,
medicamentos, amostragens e insumos para realização de exames e testes.

Assegura que possui contratos, dentre outros, com secretarias de saúde,


hospitais, laboratórios, clínicas e farmácias para postagem de objetos necessários a suas
atividades ordinárias.
5000426-97.2020.4.02.5119 510002739700 .V6

1 de 5 17/04/2020 17:00

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1ª Vara Federal de Barra do Piraí
Esclarece que a ECT adota diversas medidas preventivas visando ao cuidado
com seus empregados e usuários do serviço postal.

Petição inicial instruída com procuração e documentos (evento 1).

É o relatório. Decido.

II. Pois bem. A concessão de medida liminar em mandado de segurança,


visando a coibir o ato comissivo da autoridade impetrada, está prevista no art. 7º, III, da Lei
nº 12.016/09 e tem o intuito de evitar a ineficácia da medida, caso a segurança seja concedida.

Dispõe o referido dispositivo que, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se


suspenda o ato que deu motivo ao pedido quando for relevante o fundamento e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida.

No caso dos autos, os documentos que instruem a inicial comprovam que a


PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO DAS FLORES editou o Decreto nº 40, de 20/03/2020,
no qual determinou a suspensão de diversas atividades, dentre as quais as exercidas por
agências e postos de CORREIOS, pelo prazo de 15 dias (evento 1, anexo5).

Em 13/04/2020, o ente municipal editou o Decreto nº 51/2020, que entrou em


vigor na data de sua edição e assim dispõe acerca de medias de prevenção e enfrentamento à
pandemia causada pelo coronavírus/COVID-19 (evento 1, anexo6).

Art. 4º - Fica determinando por tempo indeterminado a suspensão das atividades de


Agência e Postos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no âmbito do
Município de Rio das Flores.

Art. 5º - Em caso de descumprimento das medidas previstas neste Decreto, as


autoridades competentes devem apurar as eventuais práticas de infrações
administrativas previstas no art. 10 da Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977,
bem como do crime previsto no art. 268 do Código Penal.

Em 14/04/2020, a agência dos CORREIOS de Rio das Flores recebeu a


notificação nº 57, que determinou o encerramento dos atendimentos (evento 1, anexo7).

A Lei nº 13.979/2020 dispõe sobre as medidas para enfrentamento da


emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus e, em
seu art. 3º, § 9º - incluído pela Medida Provisória 926/2020 - determinou que “o Presidente
da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais a
que se referem o § 8º”.

Em 15/04/2020, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, em sede de medida


cautelar nos autos da Ação Direta De Inconstitucionalidade nº 6341, assim decidiu:

O Tribunal, por maioria, referendou a medida cautelar deferida pelo Ministro Marco
Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9º do art. 3º
da Lei nº 13.979, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera de
governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição, o Presidente da República

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poderá dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais,
vencidos, neste ponto, o Ministro Relator e o Ministro Dias Toffoli (Presidente), e, em
parte, quanto à interpretação conforme à letra b do inciso VI do art. 3º, os Ministros
Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Redigirá o acórdão o Ministro Edson Fachin.
Falaram: pelo requerente, o Dr. Lucas de Castro Rivas; pelo amicus curiae Federação
Brasileira de Telecomunicações - FEBRATEL, o Dr. Felipe Monnerat Solon de Pontes
Rodrigues; pelo interessado, o Ministro André Luiz de Almeida Mendonça, Advogado-
Geral da União; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Antônio Augusto
Brandão de Aras, Procurador-Geral da República. Afirmou suspeição o Ministro
Roberto Barroso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Plenário,
15.04.2020 (STF, ADI 6341, Sessão realizada por videoconferência em 15/04/2020)
[grifo acrescido]

Nesse diapasão, o Decreto nº 10.282/2020, ao regulamentar a lei nº


13.979/2020, definiu como serviço público e atividade essencial o serviço postal (art. 3º, § 1º,
XXI), cuja manutenção é de competência da UNIÃO (art. 21. X, da Constituição Federal).

Ademais, a Constituição não admite a competência comum/concorrente em


matéria relativa ao serviço postal, o que evidencia a flagrante inconstitucionalidade do
decreto municipal.

Nesse sentido, é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 11.561/2000, DO ESTADO


DE SANTA CATARINA. ARTS. 21, X E 22, V DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE SERVIÇO POSTAL.
1. É pacífico o entendimento deste Supremo Tribunal quanto à inconstitucionalidade de
normas estaduais que tenham como objeto matérias de competência legislativa privativa
da União. Precedentes: ADIns nº 2.815, Sepúlveda Pertence (propaganda comercial), nº
2.796-MC, Gilmar Mendes (trânsito), nº 1.918, Maurício Corrêa (propriedade e
intervenção no domínio econômico), nº 1.704, Carlos Velloso (trânsito), nº 953, Ellen
Gracie (relações de trabalho), nº 2.336, Nelson Jobim (direito processual), nº 2.064,
Maurício Corrêa (trânsito) e nº 329, Ellen Gracie (atividades nucleares). 2. O serviço
postal está no rol das matérias cuja normatização é de competência privativa da União
(CF, art. 22, V). É a União, ainda, por força do art. 21, X da Constituição, o ente da
Federação responsável pela manutenção desta modalidade de serviço público. 3. Ação
direta de inconstitucionalidade julgada procedente. (ADI 3080, Relator(a): Min.
ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 02/08/2004, DJ 27-08-2004 PP-00052
EMENT VOL-02161-01 PP-00132 RTJ VOL-00193-01 PP-00134) [grifou-se].

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. LEI N.


5.309/2010, DO MUNICÍPIO DE CUIABÁ/MT. ENTREGA E DISTRIBUIÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIAS. PROIBIÇÃO DE ENTREGA EM DETERMINADO HORÁRIO,
SOB PENA DE MULTA E CANCELAMENTO DO ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO.
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR E ADMINISTRAR
SERVIÇO POSTAL: INC. V DO ART. 22 E INC. X DO 21 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. LEI MUNICIPAL INCONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL JULGADA PROCEDENTE.
(ADPF 222, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em
13/09/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 01-10-2019 PUBLIC
02-10-2019) [grifou-se].

Não obstante, a essencialidade do serviço prestado pela ECT, por seu turno,
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também é reconhecida pela própria jurisprudência do STF (a título de exemplo, cite-se o RE
627051, tema 402 da Repercussão Geral, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe: 11/02/2015).

Observa-se, ainda, que a impetrante possui contratos firmados com órgãos


públicos de saúde e laboratórios privados abarcando, inclusive, a postagem de materiais
biológicos, fato que pode ser fundamental nas ações de monitoramento e controle da
pandemia (evento 1, anexo11- anexo14, anexo22 e anexo 25).

Ademais, observa-se que a própria ECT emitiu diretrizes para exercício de suas
atividades de modo a reduzir o risco de contágio (evento 1, anexo15-anexo18, anexo20-
anexo21, anexo 23-anexo24, anexo26-anexo30).

Do mesmo modo, verifica-se que a medida adotada pelo impetrado mostra-se


desarrazoada, porquanto não mantém as restrições do decreto anterior quanto ao
funcionamento das agências bancárias.

Cumpre registrar, por fim, que a presente decisão não impede a autoridade
municipal de acrescentar medidas que julgar necessárias para conter a disseminação do vírus
na localidade, a exemplo de restrição do horário de funcionamento e número máximo de
pessoas na agência, de modo a reforçar a prevenção individual e coletiva tanto dos usuários
do serviço público quanto dos funcionários da ECT.

Conclui-se, desse modo, pela relevância dos fundamentos apresentados pela


impetrante.

Por outro lado, o perigo de ineficácia do provimento reside na já mencionada


essencialidade dos serviços prestados pela ECT, que se enocontram paralisados no
MUNICÍPIO DE RIO DAS FLORES há quase um mês, desde a entrada em vigor do Decerto
nº 40/2020.

Presentes, portanto, os requisitos exigidos pelo art. 7º, III da Lei nº 12.016/2009,
impõe-se o deferimento da liminar.

III. Ante o exposto, DEFIRO A LIMINAR para SUSPENDER os efeitos do


Decreto Municipal n° 51, de 13/04/2020, e da notificação nº. 57/2020, de 14/04/2020, e
AUTORIZAR a manutenção da prestação do serviço público postal essencial nas agências e
postos da ECT no MUNICÍPIO DE RIO DAS FLORES.

1) NOTIFIQUE-SE a autoridade apontada como coatora para que preste


informações, no prazo de 10 (dez) dias.

2) DÊ-SE CIÊNCIA ao representante judicial do MUNICÍPIO DE RIO DAS


FLORES (art. 7º, II da Lei 12.016/09).

3) Findo o prazo para prestação de informações pela autoridade coatora, DÊ-SE


VISTA ao MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, em observância ao art. 12 da Lei nº
12.016/09.

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4) Sem prejuízo, tendo em vista o disposto no Ofício circular TRF2-
OCI-2020/00027, PROVIDENCIE a Secretaria imediatamente o encaminhamento de
comunicação ao Centro Local de Inteligência da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, bem
como o cadastramento obrigatório da ação no assunto “Covid-19 (código 12612)”, segundo a
classificação da Tabela Processual Unificada

Publique-se. Intimem-se com urgência.

Documento eletrônico assinado por CARLOS FERREIRA DE AGUIAR, Juiz Federal Substituto, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 2ª Região nº 17, de 26 de março de 2018. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://eproc.jfrj.jus.br, mediante o
preenchimento do código verificador 510002739700v6 e do código CRC b4d9f15d.

Informações adicionais da assinatura:


Signatário (a): CARLOS FERREIRA DE AGUIAR
Data e Hora: 17/4/2020, às 14:14:23

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Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico

01/06/2020

Número: 1001852-92.2020.4.01.4004
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de São Raimundo Nonato-PI
Última distribuição : 28/05/2020
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Funcionamento de Estabelecimentos Empresariais
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - EUCLIDES RODRIGUES MENDES (ADVOGADO)
ECT (IMPETRANTE)
CARLOS GOMES DE OLIVEIRA (IMPETRADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
MUNICIPIO DE DIRCEU ARCOVERDE (TERCEIRO
INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
24668 01/06/2020 12:13 Decisão Decisão
6864

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Número do documento: 20080717020004200000294160095
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Subseção Judiciária de São Raimundo Nonato-PI
Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de São Raimundo Nonato-PI

PROCESSO: 1001852-92.2020.4.01.4004
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: CARLOS GOMES DE OLIVEIRA

DECISÃO:

Cuida-se de Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por


EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT contra ato do CARLOS
GOMES DE OLIVEIRA, Prefeito Municipal de Dirceu Arcoverde/PI, objetivando o
funcionamento da Agência de Correios do Município, durante o “LOCKDOWN”, declarado
por meio do Decreto n° 021, de 27 de maio de 2020, naquele Município.

Afirma o impetrante, que o Decreto 021, de 27 de maio de 2020, do Município


de Dirceu Arcoverde deixou de considerar o serviço postal como essencial, culminando-
se na determinação de “LOCKDOWN”, ainda que de forma implícita, ao suspender as
atividades bancárias.

Prossegue alegando que, o constituinte originário atribuiu à União a


competência material exclusiva sobre serviço postal, razão pela qual pleiteia a medida
liminar.

Inicial instruída com os documentos comprobatórios das alegações.

Éo relatório.

Passo a decidir.

Pretende a impetrante, a garantia do funcionamento da Agência de Correios


do Município, inclusive durante o “LOCKDOWN”, declarado por meio do Decreto n° 021,
de 27 de maio de 2020, naquele Município.

Para o deferimento de medida liminar em mandado de segurança devem


concorrer os dois requisitos legais estatuídos no art. 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009,
quais sejam, a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial (fumus boni
juris) e a possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante se vier

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Número do documento: 20080717020004200000294160095
a ser reconhecido na decisão de mérito (periculum in mora).

Ressalto inicialmente que, vislumbro a presença do fumus boni iuris.

A parte autora afirma que a competência material exclusiva sobre serviço


postal foi atribuída à União, que considera o serviço postal como essencial.

Cumpre razão à parte autora, conforme o artigo 21, X, CF, o serviço postal é
da titularidade da União, que o presta por meio dos Correios, empresa pública integrante
da administração federal. Assim, não cabe aos estados e municípios versar sobre o tema.

Com efeito, é notória a inconstitucionalidade e a ilegalidade do mencionado


Decreto Municipal n° 021, de 27 de maio de 2020, no tocante aos serviços dos correios.

Ademais, cabe ressaltar que, o Decreto Federal 10.282/2020, assim dispõe:

Art. 3ºAs medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o


exercício e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere
o § 1º. § 1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles
que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da
população, tais como: (...)

XXI - serviços postais.

Diante do exposto, resta claro que compete exclusivamente à União, a


matéria sobre o serviço postal, e esta considera como serviço essencial.

O periculum in mora também está presente, visto que a atuação dos correios
é essencial, inclusive, no combate à pandemia relacionada ao coronavírus, considerando
a distribuição de medicamentos, equipamentos de proteção individual, ou mesmo
diversas mercadorias indispensáveis para toda a população do Município.

Ante o exposto, DEFIRO o pedido liminar e determino que a autoridade


coatora, se abstenha de restringir o funcionamento das agências de Correios do
Município de Dirceu Arcoverde/PI.

Dê ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,


na forma do art. 7º, II, da Lei 12.016/2009.

Após, remetam-se os presentes autos ao Ministério Público Federal.

Ao final, retornem conclusos para sentença.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se para o devido cumprimento com


urgência.

São Raimundo Nonato/PI, [datado automaticamente].

Assinado eletronicamente por: RODRIGO BRITTO PEREIRA LIMA - 01/06/2020 12:13:49 Num. 246686864 - Pág. 2
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RODRIGO BRITTO PEREIRA LIMA

Juiz Federal

Assinado eletronicamente por: RODRIGO BRITTO PEREIRA LIMA - 01/06/2020 12:13:49 Num. 246686864 - Pág. 3
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Assinado eletronicamente por: MARILDA LUIZA BARBOSA - 07/08/2020 17:02:00 Num. 298586383 - Pág. 4
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Seção Judiciária de Goiás
Distribuição

PROCESSO: 1026073-02.2020.4.01.3500

INFORMAÇÃO DE PREVENÇÃO

NEGATIVA

A Distribuição da Seção Judiciária de Goiás informa que, após análise do relatório de prevenção gerado
automaticamente pelo sistema PJe e pesquisa nos demais sistemas eletrônicos da Justiça Federal da 1ª Região, não
foram identificados processos possivelmente preventos ao processo 1026073-02.2020.4.01.3500.

Encaminhem-se os autos ao órgão julgador do processo.

GOIÂNIA, 9 de agosto de 2020.

(assinado eletronicamente)
Servidor

Assinado eletronicamente por: JOSE DONIZETH DA SILVA - 09/08/2020 19:01:12 Num. 299154902 - Pág. 1
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PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL
6ª Vara da SJGO

PROCESSO: 1026073-02.2020.4.01.3500 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) IMPETRANTE:


EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO,
PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO

DECISÃO

Trata-se de mandado de segurança impetrado por Empresa Brasileira de Correios


e Telégrafos – ECT, contra ato da PREFEITA DO MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO/GO,
objetivando, em sede liminar, “sobrestar os efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e
7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE TERMÔMETRO E DE DISPONIBILIZAÇÃO DE
PESSOA PARA TRIAGEM NA ENTRADA, para que a ECT possa manter a prestação do serviço
público postal de forma continua, integral e adequada em favor de toda a população do Município
de Pires do Rio/GO, sem que tenha de observar as ilegais, inconstitucionais, infundadas e
desarrazoadas disposições do aludido Decreto Municipal” ou alternativamente “o deferimento da
TUTELA DE URGÊNCIA condicionada à concessão do prazo de 30 dias para tramitação do
processo de contratação emergencial e início das aferições de temperatura dos clientes na
AC/Pires do Rio – GO”.

Alega, em síntese, que: a) “Aos dias 17/07/2020, foi publicado o Decreto Municipal
n° 7.457/2020, de 17 de julho de 2020 (doc. anexo), por meio do qual a Prefeitura de Pires do
Rio/GO determina obrigatoriedade aos estabelecimentos dos Correios (...) como se vê, o
Decreto Municipal n° 7.457/2020 impõe, dentre outras, a necessidade de disponibilizar no mínimo
um funcionário para realizar o efetivo controle das filas dentro e fora dos estabelecimentos,
garantindo a distância mínima entre as pessoas para que se evitem aglomerações”; b) “a
nteriormente, em 05 de junho de 2020 foi publicado o Decreto Municipal n° 7.439/2020, de 05 de
junho de 2020 (doc. anexo), por meio do qual a Prefeitura de Pires do Rio/GO determinou, a
obrigatoriedade aos estabelecimentos de grande fluxo, dentre outras exigências, o uso de
termômetro para aferir temperatura dos clientes ao entrar no estabelecimento”; c) “em razão da
comunicação da vigência do Decreto Prefeitura Municipal 7.457/2020 de Pires do Rio -GO
(vigência a partir de 20/07/2020), a ECT encaminhou à Prefeitura o Ofício Nº 15980377/2020 -
GERAT-GO (doc anexo), informando sobre as medidas profiláticas já adotadas pela ECT, bem
como solicitando que a unidade desta Empresa Pública fosse excepcionada da incidência do
Decreto n° 7.457/2020 por não dispor de empregados lotados na AC Pires do Rio, em número
suficiente, para atender a determinação do decreto, uma vez que o quadro de empregados da AC
Pires do Rio é reduzido e, se desviar um dos dois atendentes para cumprir o disposto, haveria
impacto nos serviços executados, ocasionando mais demora no atendimento, bem como
aumento no tempo de prestação dos serviços e consequente permanência dos clientes na
agencia, gerando possíveis aglomerações. Em outra vertente, cumpre ressaltar que a

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 1
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contratação de empregados por esta empresa pública se dá por meio de concurso público”; d)
“em 22/07/2020 a AC Pires do Rio foi notificada - Auto de Fiscalização nº 07/220 (doc anexo) por
alegação de descumprimento dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, alegando
infração dos pontos citados abaixo, bem como prazo de 72 horas para adequação: a) Não
disponibilizar pessoal ou suporte com álcool em gel com dispositivo acionado por pedal, para
higienização dos usuários; b) higienização a cada uma hora; c) fornecimento de EPI’s
(equipamento de proteção individual para funcionários; d) termômetro para aferição de
temperatura”; e) “considerando o teor do Auto de Fiscalização/Notificação nº 07/220 e as
exigências ali esposadas, a ECT enviou outro oficio à Prefeitura de Pires do Rio (Ofício Nº
16091623/2020 - GERATGO – doc anexo) reiterando os protestos do Ofício Nº 15980377/2020 e
solicitando que a unidade dos Correios de Pires do Rio fosse excepcionada quanto à utilização
de aparelhos termômetros digitais e dispenser com pedal para álcool gel, considerando que, por
ser empresa pública, qualquer despesa deve ter lastro no planejamento orçamentário anual,
aprovado pelo Ministério das Comunicações e que não havia a previsão de gastos desta
natureza, de forma que, naquela oportunidade, foi solicitado à Prefeitura a cessão gratuita dos
equipamentos necessários ao fiel cumprimento do Decreto 7.457/2020 (...) em que pese o envio
dos ofícios supra mencionados, em 29/07/2020, o órgão de fiscalização da Prefeitura Municipal,
após nova inspeção, lavrou o Auto de Infração nº LT/G 01(doc anexo), cominando aplicação de
multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)”; f) “em 04/08/2020 a agência foi interditada
parcialmente pelo órgão de fiscalização da Prefeitura Municipal. A interdição se deu quanto ao
atendimento presencial aos usuários da na Agência, sem prejuízo ao serviço interno e ao serviço
de entregas, conforme Auto de Fiscalização nº CKWJ 002/2020/ Termo de Interdição (doc
anexo)”; g) “os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, ao criar regras impossíveis de
serem cumpridas a risca, considerando o contexto desta empresas públicas, acaba por
inviabilizar a continuidade do serviço postal no Município de Pires do Rio/GO”; h) “no caso da AC
Pires do Rio o procedimento para limpeza da Agência é através de contratação de diarista (...)
pontualmente, como se trata de um processo de contratação, o mesmo requer de um tempo hábil
para ser realizado. Em virtude disso, especificamente para a Agência de Pires do Rio, no dia
10/07/2020 houve atraso na liberação da contratação desse serviço, porém a liberação da
contratação foi regularizada em 28/07/2020 conforme Solicitação 149883/2020 (...) repisando, a
situação de limpeza da Agência foi regularizada”; h) “quanto à determinação de disponibilizar no
mínimo um funcionário para realizar o efetivo controle das filas dentro e fora do estabelecimento,
considerando o número reduzido de empregados lotados na AC Pires do Rio (Planilha de efetivo
e Autodeclaração em anexo), ao desviar um dos dois atendentes para cumprir o disposto,
haverá impacto nos serviços executados, ocasionando mais demora no atendimento, bem como
aumento no tempo de prestação dos serviços e consequente permanência dos clientes na
Agência, gerando possíveis aglomerações. Em outra vertente, cumpre ressaltar que a
contratação de empregados por esta empresa pública se dá por meio de concurso público”.

Petição inicial acompanhada de documentos.

É o relatório, decido.

O Mandado de Segurança é o remédio constitucional para proteger direito líquido e


certo contra ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do poder público (CF, art. 5ª, LXIX).

Para o deferimento da liminar pretendida é mister a presença necessária e


cumulativa de dois requisitos básicos, definidos doutrinariamente como periculum in mora e

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081212471380200000295236567
Número do documento: 20081212471380200000295236567
fumus boni juris (art. 7º, § 5º, Lei nº 12.016/2009). O primeiro refere-se à possibilidade de
ineficácia da decisão acaso se aguarde o processamento do pedido até o final, enquanto o
segundo trata da plausibilidade jurídica do direito reclamado.

Pretende o impetrante sobrestar os efeitos de fiscalização municipal, promovida


pela Divisão de Fiscalização, que condicionou o funcionamento de sua agência naquele
município, à adoção de providências que visam à proteção dos empregados e usuários dos
correios.

De acordo com o art. 23, inc. I da Constituição de 1988 é competência comum da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuidar da saúde e da assistência
pública. Partindo, pois, da premissa de que o Município detém competência concorrente para
legislar sobre a matéria em foco, cumpre indagar se os Decretos municipais de nº 7439/2020 e
7457/2020 extrapolam ou não, os limites da proporcionalidade e da razoabilidade. Numa análise
preliminar da questão posta, a resposta que se impõe é a negativa.

Isso, porque que não se pode exigir outra postura da Autoridade Administrativa no
caso em apreço, senão a rigorosa fiscalização de todos estabelecimentos, acerca da observância
das precauções imprescindíveis à propagação do coronavírus.

Vale observar que o Conselho Federal de Medicina emitiu nota, em que se destaca
o seguinte excerto.

"A contenção da epidemia é o pilar central da estratégia e, embora pareça que as medidas
propostas sejam básicas e, portanto, fáceis de serem implementadas, a adesão maciça e tempestiva
necessária para o sucesso da estratégia demandará logística complexa e forte articulação entre o Governo
brasileiro e a sociedade civil organizada para acompanhar o dia a dia do enfrentamento à epidemia, retirando
barreiras quando necessário, criando normas e promovendo a efetiva adesão da população às recomendações
globais". (Brasília, 17 de março de 2020).

O Ministério da Saúde editou o protocolo de manejo clínico para enfrentamento do


novo coronavírus (https.//saúde.gov.br). O próprio Estado de Goiás editou o Decreto nº 9.633 de
13/03/2020 por meio do qual foi estabelecida situação de emergência na saúde pública do
Estado de Goiás, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

Caso agisse de modo contrário, sujeitaria toda a população daquele município às


nefastas consequências da COVID 19, já reconhecida pela OMS – Organização Mundial de
Saúde como pandêmica.

Ora, não se olvida a essencialidade dos serviços prestados pela impetrante,


expressamente reconhecido no aludido decreto presidencial. Todavia, o funcionamento das
mencionadas atividades também estão condicionadas à adoção das cautelas para a redução da
transmissibilidade da COVID 19.

Vê-se que, em princípio, a adoção das medidas exigidas pela parte impetrada na
fustigada fiscalização — fornecimento de EPI’s, a disponibilização de um funcionário para realizar
o efetivo controle das filas dentro e fora do estabelecimento para evitar aglomeração e a
higienização do ambiente —, estariam compreendidas nas medidas de cautelas previstas no
regulamento legal federal.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081212471380200000295236567
Número do documento: 20081212471380200000295236567
De destacar a existência de Projeto de Lei nº 4047/20 que obriga durante a
pandemia do novo coronavírus, a aferição da temperatura das pessoas para que elas possam
entrar em repartições públicas e em estabelecimentos de uso coletivo. Deverão ser usados
preferencialmente termômetros que não necessitem de contato físico.

Conforme o texto em tramitação na Câmara dos Deputados, se temperatura


corporal for igual ou superior a 37,5º C a pessoa será impedida de entrar no local e deverá ser
orientada a procurar atendimento médico. Poderá ser requisitada força policial em caso de
recusa.

Regulamento posterior deverá definir multa para os infratores.

Dessa forma, os decretos combatidos nesta ação mandamental não extrapolam o


poder conferido aos Municípios para controle e combate ao coronavírus.

No que se refere à alegação da parte impetrante de que “uma vez que o quadro de
empregados da AC Pires do Rio é reduzido e, se desviar um dos dois atendentes para cumprir o
disposto, haveria impacto nos serviços executados, ocasionando mais demora no atendimento,
bem como aumento no tempo de prestação dos serviços e consequente permanência dos
clientes na agencia, gerando possíveis aglomerações, e que a contratação de empregados por
esta empresa pública se dá por meio de concurso público”, não vislumbro, da mesma sorte,
nenhuma ilegalidade nos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, uma vez que incumbe ao
impetrante readequar seu quadro de funcionários, lançando mão, caso necessário, de
contratação emergencial, para evitar aglomeração de pessoas na entrada da referida agência.

Em caso análogo a do presente mandamus, o TRF – 1ª Região indeferiu o pedido


de efeito suspensivo em agravo de instrumento interposto pelos Correios. Confira-se:

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos


– ECT contra decisão proferida pelo MM. Juiz Federal da 6ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Goiás que,
no Mandado de Segurança 1010963-60.2020.4.01.3500/GO, indeferiu o pedido de concessão de tutela de
urgência requerido para suspender os efeitos dos Decretos n° 443 e 446 de 2020, do Município de Caldas
Novas/GO, e do Termo de Notificação/Intimação nº 11113, expedido em 23/03/2020, que estabelecem a
obrigatoriedade do uso dos EPI´s, luvas e máscaras pelos seus empregados, medida a ser implementada em 1
dia, e, determinou outras medidas a serem implementadas em 30 dias (Id 50127538, pgs. 15-16, e 50127538,
pgs. 7-8-ED).

2. Consignou o MM. Magistrado que “...a adoção das medidas exigidas pela parte
impetrada na fustigada fiscalização – uso de E.P.I’s (luvas e máscaras), resolução do problema da ventilação
do local, revezamento da equipe para evitar aglomeração e apresentar PMCO dos ares condicionados –,
estariam compreendidas nas medidas de cautelas previstas no regulamento legal federal”.

3. Sustenta o agravante, em síntese, que a exigência de uso de máscaras e luvas


por seus empregados cria embaraços e inibe a prestação do serviço público, bem como aumenta o tempo
necessário à sua prestação, considerado de caráter essencial à população; que inexiste fundamento legal ou
normativo à amparar os atos impugnados; que já proporciona aos seus empregados ambiente para sanitização
das mãos, papel toalha e álcool em gel 70% em todas as suas unidades; e que não é possível adquirir em
tempo hábil tais equipamentos, fato que certamente resultará na paralisação de suas atividades.

Autos conclusos, decido.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 4
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081212471380200000295236567
Número do documento: 20081212471380200000295236567
5. Não vislumbro, em princípio, que a imposição de medidas para proteção da
saúde dos trabalhadores dos Correios possa inviabilizar o funcionamento da empresa pública.

6. O art. 6º da Carta Constitucional preceitua que “São direitos sociais a educação,


a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

7. Já o art. 7º, XXII, é claro quando traz que “São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:...redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

8. Já no art. 23, II, temos que “É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:...cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência”.

9. Assim, consoante o texto constitucional, não somente se insere em sua


competência, mas temos é dever dos municípios, adotar as medidas necessárias para assegurar a proteção da
saúde nos trabalhadores.

10. Com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus – COVID-19, todos os
entes da federação, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial de Saúde - OMS, vêm
adotando medidas para minimizar os perigos de contaminação da população, como restrição de circulação e
isolamento social.

11. No que toca aos serviços essenciais, que não podem ser paralisados, é dever do
Estado e dos empregadores possibilitar aos trabalhadores o acesso aos equipamentos de proteção individual e
coletivo, tais como máscaras, luvas, álcool gel, entre outros, além do escalonamento do horário de trabalho
como forma reduzir o contato entre essas pessoas e reduzir o risco de contágio, sendo certo que tais medidas
não se prestam somente para proteger os trabalhadores, mas também o público em geral que demanda tais
serviços.

12. Cabe transcrever, por oportuno, trecho de decisão proferida pelo eminente
Ministro Alexandre de Morais na ACO nº 3.363, ajuizada pelo Estado de São Paulo, que apesar de cuidar de
questão diversa – suspensão da cobrança dos débitos daquele ente federado com a União pelo prazo de 06
meses, tendo em vista a excepcionalidade do momento em razão da pandemia do COVID-19 – , bem elucida a
questão:

.........................................................................................................................

A Constituição Federal, em diversos dispositivos, prevê princípios informadores e regras de


competência no tocante à proteção da saúde pública, destacando, desde logo, no próprio preâmbulo a
necessidade de o Estado Democrático assegurar o bem-estar da sociedade. Logicamente, dentro da ideia de
bem-estar, deve ser destacada como uma das principais finalidades do Estado a efetividade de políticas
públicas destinadas à saúde.

O direito à vida e à saúde aparecem como consequência imediata da consagração da dignidade


da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a Constituição Federal
consagrou, nos artigos 196 e 197, a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantindo sua
universalidade e igualdade no acesso às ações e serviços de saúde.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 5
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081212471380200000295236567
Número do documento: 20081212471380200000295236567
A gravidade da emergência causada pela pandemia do COVID-19 (Coronavírus) exige das
autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com
a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de
Saúde.

O desafio que a situação atual coloca à sociedade brasileira e às autoridades públicas é da mais
elevada gravidade, e não pode ser minimizado. A pandemia de COVID-19 (Coronavírus) é uma ameaça real e
iminente, que irá extenuar a capacidade operacional do sistema público de saúde, com consequências
desastrosas para a população, caso não sejam adotadas medidas de efeito imediato.

..........................................................................................................................

Pelo exposto, INDEFIRO o pedido de antecipação da tutela recursal. (TRF – 1ª


Região, Agravo de Instrumento nº 1008671-29.2020.4.01.0000, Relator Des. Federal JIRAIR ARAM
MEGUERIAN, 6ª Turma, data: 07/04/2020).

Deve-se considerar, outrossim, provável disseminação, tanto entre os clientes


quanto entre os empregados da agência local da impetrante (e daí a toda comunidade local), do
coranavírus, acaso não adotadas as medidas requeridas na fiscalização ora hostilizada.

No momento atual, a conjunção de esforços da Administração Pública, tanto da


esfera federal, quanto estadual e municipal, de todos os poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário), se mostra necessária à obtenção de êxito no combate à pandemia.

Desta forma, forçoso é reconhecer, ao menos em sede de cognição sumária, a


regularidade do ato acoimado ilegal da indigitada autoridade coatora em exigir da agência dos
correios, repita-se, reconhecidamente serviço essencial, a adoção de medidas preventivas à
disseminação do coronavírus ao seu regular funcionamento.

No momento, o dano reverso seria bem maior acaso concedesse o pedido liminar.

Ausente, portanto, o fumus boni iuris.

Prejudicada a análise do periculum in mora.

Ante o exposto, indefiro a liminar.

Cientifique-se. Notifique-se. Intime-se.

Dê-se vista ao MPF.

(data e assinatura eletrônicas).

<<<assinado digitalmente>>>
Paulo Ernane Moreira Barros
Juiz Federal

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 12/08/2020 12:47:13 Num. 299689849 - Pág. 6
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081212471380200000295236567
Número do documento: 20081212471380200000295236567
PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL
6ª Vara da Seção Judiciária de Goiás

_______________________________________________________________

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe

Processo: 1026073-02.2020.4.01.3500
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO, PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO

DESTINATÁRIO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

FINALIDADE: Intimar o Ministério Público Federal de que os autos digitais em epígrafe estão com vistas para os fins
do art. 12 da Lei nº 12.016/2009.

OBSERVAÇÃO-1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n.
11.419/06: A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da
data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO-2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

SEDE DO JUÍZO: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS


Rua 19, nº 244, Centro
Goiânia-GO (CEP 74.030-090)
Fone: (62) 3226-1860
E-mail: 06vara.go@trf1.jus.br

Goiânia, 16 de setembro de 2020.

<<<assinado eletronicamente>>>
p/ Diretor(a) de Secretaria da 6ª VARA FEDERAL

Assinado eletronicamente por: IVONE JACINTA DE MORAIS - 16/09/2020 14:41:44 Num. 331588924 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091614414437900000326889032
Número do documento: 20091614414437900000326889032
PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL
6ª Vara da Seção Judiciária de Goiás

_______________________________________________________________

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe

Processo: 1026073-02.2020.4.01.3500
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO, PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO

DESTINATÁRIO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do(a) ato judicial/ordinatório proferido(a) nos autos em epígrafe, cujo inteiro
teor está disponível no sistema PJe.

OBSERVAÇÃO-1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n.
11.419/06: A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da
data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO-2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

SEDE DO JUÍZO: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS


Rua 19, nº 244, Centro
Goiânia-GO (CEP 74.030-090)
Fone: (62) 3226-1860
E-mail: 06vara.go@trf1.jus.br

Goiânia, 16 de setembro de 2020.

<<<assinado eletronicamente>>>
p/ Diretor(a) de Secretaria da 6ª VARA FEDERAL

Assinado eletronicamente por: IVONE JACINTA DE MORAIS - 16/09/2020 14:41:44 Num. 331588925 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091614414462400000326889033
Número do documento: 20091614414462400000326889033
PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL
6ª Vara da Seção Judiciária de Goiás
_______________________________________________________________

CARTA PRECATÓRIA CÍVEL


PRAZO DE 60 DIAS

Processo: 1026073-02.2020.4.01.3500
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO, PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO
DEPRECANTE: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS
DEPRECADO: JUÍZO DA COMARCA DE PIRES DO RIO/GO

DESTINATÁRIO: PREFEITA DO MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO/GO e MUNICÍPIO DE PIRES


DO RIO/GO

Praça Francisco Felipe Machado, 37, Centro, CEP 75.200-000, Pires do Rio/GO (64)3461- 4005

FINALIDADE: I - NOTIFICAR a autoridade impetrada supra identificada para que, no prazo de 10 (dez) dias,
preste as informações que entender necessárias, juntando cópia de todos os documentos relativos aos
presentes autos, bem como INTIMAR da decisão que indeferiu a liminar; II - CIENTIFICAR o órgão de
representação judicial da pessoa jurídica interessada para os fins do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009.

OBSERVAÇÃO: A resposta deverá ser enviada pela própria autoridade impetrada e/ou agente público via perfil "Jus
Postulandi" do PJe e uso de certificado digital, restrito ao tipo de documento Informações prestadas, ou,
alternativamente, or meio da respectiva procuradoria ou advogado, via painel do usuário (Art. 33 da Portaria PRESI
8016281/2019, do TRF 1ª Região).

* Em caso de dúvidas quanto à configuração do computador, sugere-se a instalação do navegador Google


Chrome e do leitor PJe Office (http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/PJeOffice). O acesso ao sistema PJe deve
ser realizado mediante a utilização de certificado digital próprio da autoridade impetrada ou agente público.
Após o acesso, deve-se observar se é exibida a opção de perfil "Jus Postulandi" no canto superior direito da
tela. Caso não esteja disponível, entrar em contato com o suporte através do e-mail csti@trf1.jus.br ou por
telefone (61) 3314-1620 solicitando a criação de seu perfil "Jus Postulandi" e indicando o respectivo número
de CPF, RG/Órgão expedidor, data de expedição e Naturalidade-UF.

ANEXO: Inicial, contrafé e despacho. Os


demais documentos poderão ser acessados mediante as
chaves de acesso informadas abaixo, no endereço do PJe: "https://pje1g.trf1.jus.br/pje-
web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam".

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 16/09/2020 18:34:46 Num. 331569948 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091618344597200000326896556
Número do documento: 20091618344597200000326896556
SEDE DO JUÍZO: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS
Rua 19, nº 244, Centro
Goiânia-GO (CEP 74.030-090)
Fone: (62) 3226-1860
E-mail: 06vara.go@trf1.jus.br

Goiânia, 16 de setembro de 2020.

<<<assinado eletronicamente>>>
Paulo Ernane Moreira Barros
Juiz Federal

Chaves de acesso aos documentos do processo:

Documentos associados ao processo

Título Tipo Chave de acesso**


Petição inicial Petição inicial 20080717015687300000294144121
2020 MS - Coronavirus - Pires
do Rio. DR MARILDA. Inicial 20080717015712500000294156041
REVISÃO
KIT_PROCURAÇÃO_11-2019 Procuração 20080717015731000000294156048
01 Decreto Pires do Rio 17 07 Documentos
20080717015753700000294156054
2020 Diversos
01.1Decreto da Prefeitura
Documentos
Municipal De Pires Do Rio Go N 20080717015773000000294156056
Diversos
7439 2020.
Documentos
02_oficio_15980377_2020 20080717015790400000294156057
Diversos
03 Auto de fiscalizacao do
Documentos
corona virus da Prefeitura 07 20080717015807800000294156059
Diversos
2020.
04 oficio 16091623 2020 do
Documentos
Correios sobre resposta do Auto 20080717015820500000294156061
Diversos
De Fiscalizacao N 07 2
05 Auto de Fiscalizacao da Documentos
20080717015834200000294156063
Prefeitura do dia 29 07 2020. Diversos
06 Aviso Distanciamento Documentos
20080717015847400000294156065
Clientes Diversos
07 Planilha Efetivo AC Pires do Documentos
20080717015858300000294156066
Rio Diversos
Documento
08 Auto_Declaracao_Rose 20080717015869300000294156067
Comprobatório
09Auto de fiscalizacao 08 2020 Documentos
20080717015886700000294156068
da Prefeitura. Diversos
10 Protocolo de Acoes
Documentos
Profilaticas Coronavirus 20 04 20080717015900100000294156069
Diversos
2020

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 16/09/2020 18:34:46 Num. 331569948 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091618344597200000326896556
Número do documento: 20091618344597200000326896556
11 Guia de orientacao Documentos
20080717015914500000294156071
Simplificado V4 Diversos
13 Pedido para contratacao de
Documentos
diarista para o mes de agosto 20080717015925300000294156072
Diversos
2020 via Pser.
Documentos
Decisão Bocaina 20080717015937300000294160084
Diversos
Decisao interlocutória testagem
Documentos
Tutela Justica Federal da 1 20080717015961500000294156077
Diversos
Regiao
Documentos
Decisão liminar Guaporé 20080717015972600000294160088
Diversos
Documentos
Decisão MS Rio das Flores 20080717015991000000294160092
Diversos
Sentenca Civel favoravel Documentos
20080717020004200000294160095
14885672 Decisao liminar MS Diversos
Informação de
Informação de Prevenção 20080919011182500000294725085
Prevenção
Decisão Decisão 20081212471380200000295236567
Intimação Intimação 20091614414437900000326889032
Intimação Intimação 20091614414462400000326889033

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 16/09/2020 18:34:46 Num. 331569948 - Pág. 3
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SEGUE

Assinado eletronicamente por: IVONE JACINTA DE MORAIS - 25/09/2020 14:49:30 Num. 339746387 - Pág. 1
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Impresso em: 25/09/2020 às 14:47

RECIBO DE DOCUMENTO ENVIADO E NÃO LIDO


Código de
40120207633373
rastreabilidade:
Documento: cp.pires do rio.pdf
Remetente: SJGO - 6ª VARA ( Ivone Jacinta De Morais )
Destinatário: Protocolo Judicial - Pires do Rio ( TJGO )
Data de Envio: 25/09/2020 14:38:20
De ordem, encaminho Carta precatória extraída do MS proc.1026073-02.2020.4.01.3500 em que são partes
Assunto:
Empresa Bras.Correios e Telegrafos x Municpio de Pires do Rio, em trâmite na 6ª Vara Federal de Goiás.

malotedigital.cjf.jus.br/malotedigital/popup.jsf 1/1

Assinado eletronicamente por: IVONE JACINTA DE MORAIS - 25/09/2020 14:49:31 Num. 339751349 - Pág. 1
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Número do documento: 20092514493097300000334962055
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Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MARTINS DE SOUZA - 02/10/2020 16:36:31 Num. 345623902 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100216363176600000340846589
Número do documento: 20100216363176600000340846589
GERENCIA JURÍDICA 1-GO/DEJUR

AO JUÍZO DA 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS - GOIÁS

PROCESSO: 1026073-02.2020.4.01.3500
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO-GO / PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO

1. A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT, já qualificada nos


autos da ação mandamental em epigrafe, em que contende com PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRES
DO RIO-GO, também já qualificado, vem, tempestivamente, perante V. Exa., com base no art. 1.022 do
CPC/2015, em atenção à sentença publicada em 18/09/2020, interpor

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

mediante os fatos e os fundamentos abaixo transcritos, sendo que, inobstante o respeito ao eminente juiz
da sentença proferida nos autos, a decisão possui omissões que deverão ser supridas, dando à parte a
mais ampla prestação jurisdicional, sob pena de violação aos arts. 5º, XXXV, LV, 37, todos da
Constituição Federal e art. 1.022 do CPC/2015;

I. PRELIMINARMENTE

2. Em 18/09/2020 (sexta-feira) a decisão ora embargada foi publicada no Diário


Eletrônico. Dessa forma, observados os privilégios processuais assegurados à ECT em razão de sua
equiparação à Fazenda Pública, o que garante, dentre outros privilégios, a utilização de prazo recursal em
dobro (Dec.Lei 509/69 e CPC, art.183) indiscutivelmente, os presentes embargos são tempestivos,
merecendo serem conhecidos por este aspecto.

1
Praça Cívica 11, Centro – Goiânia/GO –
Fones (062) 3226.2016 3226.2017 3226.2045 e 3226.2118

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MARTINS DE SOUZA - 02/10/2020 16:36:32 Num. 345623908 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100216363196900000340846595
Número do documento: 20100216363196900000340846595
GERENCIA JURÍDICA 1-GO/DEJUR

II. DA OMISSÃO DA DECISÃO QUANTO À APLICAÇÃO INDEVIDA DE MULTA À ECT

3. A decisão que indeferiu a liminar pleiteada pela ECT se omitiu quanto ao ponto
essencial em sua pretensão mandamental.

4. A impetrante noticiou em sua pretensão a existência do Auto de Infração nº LT/G


01(doc anexo), cominou em aplicação de multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) à ECT, com
tipificação legal no artigo 167, III (gravíssima) e artigo 202 da Lei 16.140/07.

5. Ante a ilegalidade, exorbitância do valor e, por consequência, desrespeito aos


princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, a impetrante requereu a anulação do ato e
alternativamente, caso Vossa Excelência entenda por não anular a multa aplicada, requer seja
determinada a redução da multa administrativa imposta, por ter sido estabelecida de forma
desarrazoada.

6. A julgador contudo, não se pronunciou quanto a tais pedidos, seja o pedido principal,
quanto à cassação da multa, ou mesmo reconhecendo sua legalidade, decidir o pedido alternativo, de lhe
reduzir o valor, ante a ausência de proporcionalidade e razoabilidade em sua cominação.

III. CONCLUSÃO

7. Ante o exposto, requer se digne a conhecer dos presentes embargos e, no mérito, lhes
dê provimento para afastar a omissão/obscuridade apontada, prestando os esclarecimentos necessários e
imprimindo o efeito modificativo na decisão, com fulcro no art. 1.022 do CPC/2015.

8. Nestes termos.

9. Pede deferimento.

Goiânia, 02 de outubro de 2020.

2
Praça Cívica 11, Centro – Goiânia/GO –
Fones (062) 3226.2016 3226.2017 3226.2045 e 3226.2118

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MARTINS DE SOUZA - 02/10/2020 16:36:32 Num. 345623908 - Pág. 2
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Número do documento: 20100216363196900000340846595
GERENCIA JURÍDICA 1-GO/DEJUR

CRISTIANO MARTINS DE SOUZA


OAB/GO 16.955

ELLUÍZIA T. RIBEIRO DE OLIVEIRA JANE CLEISSY LEAL


OAB/GO 33.177 OAB/GO 28.643

KÁRITA JOSEFA MOTA MENDES


OAB/GO 21.391

LEANDRO CAMPÊLO MORAES MARILDA LUIZA BARBOSA


OAB/GO 28.348 OAB 20.418

VANESSA BITTES TERRA ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM


OAB/DF 22.586 OAB/GO 35.962

3
Praça Cívica 11, Centro – Goiânia/GO –
Fones (062) 3226.2016 3226.2017 3226.2045 e 3226.2118

Assinado eletronicamente por: CRISTIANO MARTINS DE SOUZA - 02/10/2020 16:36:32 Num. 345623908 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20100216363196900000340846595
Número do documento: 20100216363196900000340846595
PR-GO-MANIFESTAÇÃO-15138/2020

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Procuradoria da República em Goiás
2º Ofício

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 6ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA

Documento assinado via Token digitalmente por VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO, em 14/10/2020 08:28. Para verificar a assinatura acesse
DO ESTADO DE GOIÁS

Processo nº 1026073-02.2020.4.01.3500

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 25C6D2D0.5C667504.F7BCBEFF.23B7B477


Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado pela
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT contra ato
d a PREFEITA DO MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO/GO , objetivando a manutenção da
prestação do serviço público postal na Agência de Correios do Município Pires do Rio/GO,
afastando-se a interdição parcial da agência fundamentada nos Decretos Municipais
7.439/2020 e 7.457/2020.
Alega a impetrante, em síntese, que: (1) em 17/07/2020, foi publicado o
Decreto Municipal n° 7.457/2020 por meio do qual a Prefeitura de Pires do Rio/GO “impõe,
dentre outras, a necessidade de disponbilizar no mínimo um funcionário para realizar o
efetivo controle das filas dentro e fora dos estabelecimentos, garantindo a distância mínima
entre as pessoas para que se evitem aglomerações”; (2) em 05/06/2020, foi publicado o
Decreto Municipal n° 7.439/2020 determinando “a obrigatoriedade aos estabelecimentos de
grande fluxo, dentre outras exigências, o uso de termômetro para aferir temperatura dos
clientes ao entrar no estabelecimento” que vigeu até o dia 21/06/2020; (3) encaminhou à
Prefeitura o Ofício Nº 15980377/2020 - GERAT-GO, “ informando sobre as medidas
profiláticas já adotadas pela ECT, bem como solicitando que a unidade desta Empresa
Pública fosse excepcionada da incidência do Decreto n° 7.457/2020 por não dispor de
empregados lotados na AC Pires do Rio, em número suficiente, para atender a determinação
do decreto, uma vez que o quadro de empregados da AC Pires do Rio é reduzido e, se desviar

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Assinado eletronicamente por: VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO - 14/10/2020 08:28:54 Num. 352831383 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20101408290730400000347965066
Número do documento: 20101408290730400000347965066
um dos dois atendentes para cumprir o disposto, haveria impacto nos serviços executados,
ocasionando mais demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos
serviços e consequente permanência dos clientes na agencia, gerando possíveis
aglomerações. Em outra vertente, cumpre ressaltar que a contratação de empregados por
esta empresa pública se dá por meio de concurso público”; (4) em 22/07/2020, a AC Pires do
Rio foi notificada (Auto de Fiscalização nº 07/2020) por descumprimento dos Decretos
Municipais 7.439/2020 e 7.457/2020, com prazo de 72 (setenta e duas) horas para adequação;
(5) enviou novo oficio à Prefeitura de Pires do Rio (Ofício Nº 16091623/2020 - GERATGO)
reiterando os pedidos do Ofício Nº 15980377/2020 e “solicitando que a unidade dos Correios

Documento assinado via Token digitalmente por VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO, em 14/10/2020 08:28. Para verificar a assinatura acesse
de Pires do Rio fosse excepcionada quanto à utilização de aparelhos termômetros digitais e
dispenser com pedal para álcool gel, considerando que, por ser empresa pública, qualquer
despesa deve ter lastro no planejamento orçamentário anual, aprovado pelo Ministério das
Comunicações e que não havia a previsão de gastos desta natureza, de forma que, naquela
oportunidade, foi solicitado à Prefeitura a cessão gratuita dos equipamentos necessários ao
fiel cumprimento do Decreto 7.457/2020”; (6) em 29/07/2020, após nova inspeção, o órgão
de fiscalização da Prefeitura Municipal lavrou o Auto de Infração nº LT/G 01 cominando
aplicação de multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por “a. Descumprimento de

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normas sanitárias previstas nos decretos estaduais e municipais (limpeza da Agência –
providenciar limpeza); b. Falta de termômetro; c. Falta de triagem na entrada” e
estabelecendo “prazo de 20 dias para apresentação de defesa, sendo passível de interdição
do estabelecimento”; (7) em 04/08/2020 a agência foi interditada parcialmente pelo órgão de
fiscalização da Prefeitura Municipal quanto ao atendimento presencial aos usuários externos,
sem prejuízo ao serviço interno e ao serviço de entregas (Auto de Fiscalização nº CKWJ
002/2020/ Termo de Interdição); (8) “não houve qualquer resposta da Prefeitura de Pires do
Rio, nem mesmo quanto ao pedido de cessão gratuita dos equipamentos necessários”; (9)
tem direito líquido e certo a prestar serviço público postal, “ESSENCIAL, o qual, neste
momento, inclusive, prejudicaria sobremaneira a população (impossibilidade de postagem de
cartas, documentos e mercadorias, dentre outros serviços prejudicados pela interdição
parcial da Agência)”; (10) “os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, não se
coadunam com o sistema de repartição de competências, seja de ordem material, seja de
ordem legislativa, mostrando-se, além disso, totalmente desarrazoada, e avesso à
essencialidade do serviço público postal”; (11) “não poderiam os Decretos Municipais
7439/2020 e 7457/2020, alcançar o serviço público postal, sobretudo para inviabilizar, sem
justificativa, o serviço público essencial”; (12) “os Decretos Municipais 7439/2020 e
7457/2020, incorreram em nítida afronta à repartição de competência, em patente violação
ao art. 21, inc. X, e ao art. 22, inc. V, da CF ”; e (13) o Decreto Federal n° 10.282, de 20 de
março de 2020, expedido com esteio na Lei n° 13.979/2020 (art. 3°, §9°), deixou

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Número do documento: 20101408290730400000347965066
incontroverso o caráter ESSENCIAL da prestação do serviço público postal.
O pedido liminar foi indeferido (ID 299689849).
A impetrante opôs embargos de declaração em face da decisão de ID
299689849.
Da análise dos autos, verifica-se que a autoridade impetrada não apresentou
informações, o que impossibilita a análise do mérito deste mandamus e, por conseguinte, o
parecer ministerial.
Ante o exposto, o Ministério Público Federal requer nova vista dos autos

Documento assinado via Token digitalmente por VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO, em 14/10/2020 08:28. Para verificar a assinatura acesse
após a apresentação das informações pela autoridade impetrada.

Goiânia, data da assinatura eletrônica.

Viviane Vieira de Araújo

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Procuradora da República

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PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL

6ª Vara da SJGO

PROCESSO: 1026073-02.2020.4.01.3500 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120) IMPETRANTE:


EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO,
PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO
DECISÃO

Cuida-se de embargos de declaração opostos por Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos -


ECT (ID 345623908), sob o argumento de que o provimento de ID 299689846 teria incorrido em omissão
porque “não se pronunciou quanto a tais pedidos, seja o pedido principal, quanto à cassação da multa, ou
mesmo reconhecendo sua legalidade, decidir o pedido alternativo, de lhe reduzir o valor, ante a ausência de
proporcionalidade e razoabilidade em sua cominação”. Requer, outrossim, a reconhecimento de efeito
modificativo ao provimento fustigado.

Decido.

Os embargos são tempestivos e deles conheço.

Não há, na decisão, vícios a suprir (art. 1.022, II, do CPC).

As alegações apresentadas constituem-se em indicativo seguro de que o que se busca, em


verdade, é o reexame da matéria decidida através da via inadequada dos embargos de declaração.

É cediço, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, que os embargos de declaração não têm
por finalidade a correção de erro in judicando, se erro houve, não propiciando o reexame da matéria discutida.

Na decisão ora atacada observou-se claramente toda a matéria delimitada na inicial quanto ao
pedido liminar objeto do provimento ora hostilizado, cujo pedido restou assim consignado na parte dispositiva,
veja-se:

a) seja deferido o pedido de liminar inaudita altera pars para fins de sobrestar de imediato os efeitos dos
Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE TERMÔMETRO E DE
DISPONIBILIZAÇÃO DE PESSOA PARA TRIAGEM NA ENTRADA, em relação à ECT para que esta Empresa
Pública possa manter a prestação do serviço público postal essencial nas Agências de Correios do Município de
Pires do Rio/GO; alternativamente REQUER o deferimento da tutela de urgência condicionada à concessão do
prazo de 30 dias para tramitação do processo de contratação emergêncial e início das aferições de temperatura
dos clientes na AC/Pires do Rio-GO (sic)

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
Restou assim consignado na parte dispositiva do provimento fustigado (ID 271175408):

Pretende o impetrante sobrestar os efeitos de fiscalização municipal, promovida pela Divisão de Fiscalização,
que condicionou o funcionamento de sua agência naquele município, à adoção de providências que visam à
proteção dos empregados e usuários dos correios.

De acordo com o art. 23, inc. I da Constituição de 1988 é competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, cuidar da saúde e da assistência pública. Partindo, pois, da premissa de que
o Município detém competência concorrente para legislar sobre a matéria em foco, cumpre indagar se os
Decretos municipais de nº 7439/2020 e 7457/2020 extrapolam ou não, os limites da proporcionalidade e da
razoabilidade. Numa análise preliminar da questão posta, a resposta que se impõe é a negativa.

Isso, porque que não se pode exigir outra postura da Autoridade Administrativa no caso em apreço, senão a
rigorosa fiscalização de todos estabelecimentos, acerca da observância das precauções imprescindíveis à
propagação do coronavírus.

Vale observar que o Conselho Federal de Medicina emitiu nota, em que se destaca o seguinte excerto.

"A contenção da epidemia é o pilar central da estratégia e, embora pareça que as medidas propostas
sejam básicas e, portanto, fáceis de serem implementadas, a adesão maciça e tempestiva necessária
para o sucesso da estratégia demandará logística complexa e forte articulação entre o Governo brasileiro
e a sociedade civil organizada para acompanhar o dia a dia do enfrentamento à epidemia, retirando
barreiras quando necessário, criando normas e promovendo a efetiva adesão da população às
recomendações globais". (Brasília, 17 de março de 2020).

O Ministério da Saúde editou o protocolo de manejo clínico para enfrentamento do novo coronavírus
(https.//saúde.gov.br). O próprio Estado de Goiás editou o Decreto nº 9.633 de 13/03/2020 por meio do qual foi
estabelecida situação de emergência na saúde pública do Estado de Goiás, pelo prazo de 180 (cento e
oitenta) dias.

Caso agisse de modo contrário, sujeitaria toda a população daquele município às nefastas consequências da
COVID 19, já reconhecida pela OMS – Organização Mundial de Saúde como pandêmica.

Ora, não se olvida a essencialidade dos serviços prestados pela impetrante, expressamente reconhecido no
aludido decreto presidencial. Todavia, o funcionamento das mencionadas atividades também estão
condicionadas à adoção das cautelas para a redução da transmissibilidade da COVID 19.

Vê-se que, em princípio, a adoção das medidas exigidas pela parte impetrada na fustigada fiscalização —
fornecimento de EPI’s, a disponibilização de um funcionário para realizar o efetivo controle das filas dentro e
fora do estabelecimento para evitar aglomeração e a higienização do ambiente —, estariam compreendidas
nas medidas de cautelas previstas no regulamento legal federal.

De destacar a existência de Projeto de Lei nº 4047/20 que obriga durante a pandemia do novo coronavírus, a
aferição da temperatura das pessoas para que elas possam entrar em repartições públicas e em
estabelecimentos de uso coletivo. Deverão ser usados preferencialmente termômetros que não necessitem de
contato físico.

Conforme o texto em tramitação na Câmara dos Deputados, se temperatura corporal for igual ou superior a
37,5º C a pessoa será impedida de entrar no local e deverá ser orientada a procurar atendimento médico.
Poderá ser requisitada força policial em caso de recusa.

Regulamento posterior deverá definir multa para os infratores.

Dessa forma, os decretos combatidos nesta ação mandamental não extrapolam o poder conferido aos
Municípios para controle e combate ao coronavírus.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
No que se refere à alegação da parte impetrante de que “uma vez que o quadro de empregados da AC Pires
do Rio é reduzido e, se desviar um dos dois atendentes para cumprir o disposto, haveria impacto nos serviços
executados, ocasionando mais demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos
serviços e consequente permanência dos clientes na agencia, gerando possíveis aglomerações, e que a
contratação de empregados por esta empresa pública se dá por meio de concurso público”, não vislumbro, da
mesma sorte, nenhuma ilegalidade nos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, uma vez que incumbe
ao impetrante readequar seu quadro de funcionários, lançando mão, caso necessário, de contratação
emergencial, para evitar aglomeração de pessoas na entrada da referida agência.

Em caso análogo a do presente mandamus, o TRF – 1ª Região indeferiu o pedido de efeito suspensivo em
agravo de instrumento interposto pelos Correios. Confira-se:

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT
contra decisão proferida pelo MM. Juiz Federal da 6ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Goiás que,
no Mandado de Segurança 1010963-60.2020.4.01.3500/GO, indeferiu o pedido de concessão de tutela
de urgência requerido para suspender os efeitos dos Decretos n° 443 e 446 de 2020, do Município de
Caldas Novas/GO, e do Termo de Notificação/Intimação nº 11113, expedido em 23/03/2020, que
estabelecem a obrigatoriedade do uso dos EPI´s, luvas e máscaras pelos seus empregados, medida a
ser implementada em 1 dia, e, determinou outras medidas a serem implementadas em 30 dias (Id
50127538, pgs. 15-16, e 50127538, pgs. 7-8-ED).

2. Consignou o MM. Magistrado que “...a adoção das medidas exigidas pela parte impetrada
na fustigada fiscalização – uso de E.P.I’s (luvas e máscaras), resolução do problema da ventilação do
local, revezamento da equipe para evitar aglomeração e apresentar PMCO dos ares condicionados –,
estariam compreendidas nas medidas de cautelas previstas no regulamento legal federal”.

3. Sustenta o agravante, em síntese, que a exigência de uso de máscaras e luvas por seus
empregados cria embaraços e inibe a prestação do serviço público, bem como aumenta o tempo
necessário à sua prestação, considerado de caráter essencial à população; que inexiste fundamento legal
ou normativo à amparar os atos impugnados; que já proporciona aos seus empregados ambiente para
sanitização das mãos, papel toalha e álcool em gel 70% em todas as suas unidades; e que não é
possível adquirir em tempo hábil tais equipamentos, fato que certamente resultará na paralisação de suas
atividades.

Autos conclusos, decido.

5. Não vislumbro, em princípio, que a imposição de medidas para proteção da saúde dos
trabalhadores dos Correios possa inviabilizar o funcionamento da empresa pública.

6. O art. 6º da Carta Constitucional preceitua que “São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

7. Já o art. 7º, XXII, é claro quando traz que “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social:...redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e segurança”.

8. Já no art. 23, II, temos que “É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:...cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência”.

9. Assim, consoante o texto constitucional, não somente se insere em sua competência, mas
temos é dever dos municípios, adotar as medidas necessárias para assegurar a proteção da saúde nos
trabalhadores.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
10. Com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus – COVID-19, todos os entes da
federação, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial de Saúde - OMS, vêm
adotando medidas para minimizar os perigos de contaminação da população, como restrição de
circulação e isolamento social.

11. No que toca aos serviços essenciais, que não podem ser paralisados, é dever do Estado e
dos empregadores possibilitar aos trabalhadores o acesso aos equipamentos de proteção individual e
coletivo, tais como máscaras, luvas, álcool gel, entre outros, além do escalonamento do horário de
trabalho como forma reduzir o contato entre essas pessoas e reduzir o risco de contágio, sendo certo que
tais medidas não se prestam somente para proteger os trabalhadores, mas também o público em geral
que demanda tais serviços.

12. Cabe transcrever, por oportuno, trecho de decisão proferida pelo eminente Ministro
Alexandre de Morais na ACO nº 3.363, ajuizada pelo Estado de São Paulo, que apesar de cuidar de
questão diversa – suspensão da cobrança dos débitos daquele ente federado com a União pelo prazo de
06 meses, tendo em vista a excepcionalidade do momento em razão da pandemia do COVID-19 – , bem
elucida a questão:

.........................................................................................................................

A Constituição Federal, em diversos dispositivos, prevê princípios informadores e regras de competência


no tocante à proteção da saúde pública, destacando, desde logo, no próprio preâmbulo a necessidade de
o Estado Democrático assegurar o bem-estar da sociedade. Logicamente, dentro da ideia de bem-estar,
deve ser destacada como uma das principais finalidades do Estado a efetividade de políticas públicas
destinadas à saúde.

O direito à vida e à saúde aparecem como consequência imediata da consagração da dignidade da


pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a Constituição
Federal consagrou, nos artigos 196 e 197, a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantindo
sua universalidade e igualdade no acesso às ações e serviços de saúde.

A gravidade da emergência causada pela pandemia do COVID-19 (Coronavírus) exige das autoridades
brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a
adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de
Saúde.

O desafio que a situação atual coloca à sociedade brasileira e às autoridades públicas é da mais elevada
gravidade, e não pode ser minimizado. A pandemia de COVID-19 (Coronavírus) é uma ameaça real e
iminente, que irá extenuar a capacidade operacional do sistema público de saúde, com consequências
desastrosas para a população, caso não sejam adotadas medidas de efeito imediato.

..........................................................................................................................

Pelo exposto, INDEFIRO o pedido de antecipação da tutela recursal. (TRF – 1ª Região,


Agravo de Instrumento nº 1008671-29.2020.4.01.0000, Relator Des. Federal JIRAIR ARAM
MEGUERIAN, 6ª Turma, data: 07/04/2020).

Deve-se considerar, outrossim, provável disseminação, tanto entre os clientes quanto entre os empregados da
agência local da impetrante (e daí a toda comunidade local), do coranavírus, acaso não adotadas as medidas
requeridas na fiscalização ora hostilizada.

No momento atual, a conjunção de esforços da Administração Pública, tanto da esfera federal, quanto estadual
e municipal, de todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), se mostra necessária à obtenção de
êxito no combate à pandemia.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 4
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
Desta forma, forçoso é reconhecer, ao menos em sede de cognição sumária, a regularidade do ato acoimado
ilegal da indigitada autoridade coatora em exigir da agência dos correios, repita-se, reconhecidamente serviço
essencial, a adoção de medidas preventivas à disseminação do coronavírus ao seu regular funcionamento.

No momento, o dano reverso seria bem maior acaso concedesse o pedido liminar.

Ausente, portanto, o fumus boni iuris.

Prejudicada a análise do periculum in mora.

Ante o exposto, indefiro a liminar.

Vê-se, portanto, que no provimento restou expresso o reconhecimento da legalidade do ato


vergastado da indigitada autoridade coatora, objeto do pedido de tutela, o qual restou expressamente
delimitado na parte dispositiva da inicial. A aventada omissão está contida no corpo da inicial, a qual será
devidamente apreciada por ocasião da sentença, porquanto não é referido no pedido liminar objeto do
provimento recorrido.

Em relação à alegada omissão, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, “o


julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha
encontrado motivo suficiente para proferir a decisão” e que “a prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015
veio confirmar a jurisprudência já sedimentada pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sendo dever do
julgador apenas enfrentar as questões capazes de infirmar a conclusão adotada na decisão recorrida”. Confira-
se:

Processual Civil. Embargos de Declaração em Mandado de Segurança Originário. Indeferimento da inicial.


Omissão, contradição, obscuridade, erro material. Ausência. 1. Os embargos de declaração, conforme dispõe o
art. 1.022 do CPC, destinam-se a suprir omissão, afastar obscuridade, eliminar contradição ou corrigir erro
material existente no julgado, o que não ocorre na hipótese em apreço. 2. O julgador não está obrigado a
responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente
para proferir a decisão. A prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015 veio confirmar a jurisprudência já
sedimentada pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sendo dever do julgador apenas enfrentar as
questões capazes de infirmar a conclusão adotada na decisão recorrida. 3. No caso, entendeu-se pela
ocorrência de litispendência entre o presente mandamus e a ação ordinária n. 0027812-80.2013.4.01.3400, com
base em jurisprudência desta Corte Superior acerca da possibilidade de litispendência entre Mandado de
Segurança e Ação Ordinária, na ocasião em que as ações intentadas objetivam, ao final, o mesmo resultado,
ainda que o polo passivo seja constituído de pessoas distintas. 4. Percebe-se, pois, que o embargante maneja
os presentes aclaratórios em virtude, tão somente, de seu inconformismo com a decisão ora atacada, não se
divisando, na hipótese, quaisquer dos vícios previstos no art. 1.022 do Código de Processo Civil, a inquinar tal
decisum . 5. Embargos de declaração rejeitados (...).

(STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi – Desª Convocada do TRF – 3ª Região. Julgado
em 08/06/2016)

Portanto, fundamentada e clara no provimento ora fustigado em relação ao(s) tema(s) que a
embargante reputa como omisso(s), obscuro(s), com erro(s) ou contraditório(s).

Em face do exposto, rejeito os embargos.

Intimem-se.

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 5
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
Cumpra-se, no que faltar, o provimento de ID 299689849. Após à cls.

(data e assinatura eletrônicas).

<<<assinado digitalmente>>>
Paulo Ernane Moreira Barros
Juiz Federal

Assinado eletronicamente por: PAULO ERNANE MOREIRA BARROS - 06/11/2020 16:33:49 Num. 357656859 - Pág. 6
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20110616334918800000352746578
Número do documento: 20110616334918800000352746578
PODER JUDICIÁRIO - JUSTIÇA FEDERAL
6ª Vara da Seção Judiciária de Goiás

_______________________________________________________________

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe

Processo: 1026073-02.2020.4.01.3500
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
IMPETRANTE: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT
IMPETRADO: MUNICIPIO DE PIRES DO RIO, PREFEITA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO-GO

DESTINATÁRIO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT

Ministério Público Federal (Procuradoria)

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do(a) ato judicial/ordinatório proferido(a) nos autos em epígrafe, cujo inteiro
teor está disponível no sistema PJe.

OBSERVAÇÃO-1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n.
11.419/06: A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da
data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO-2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

SEDE DO JUÍZO: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS


Rua 19, nº 244, Centro
Goiânia-GO (CEP 74.030-090)
Fone: (62) 3226-1860
E-mail: 06vara.go@trf1.jus.br

Goiânia, 20 de novembro de 2020.

<<<assinado eletronicamente>>>
p/ Diretor(a) de Secretaria da 6ª VARA FEDERAL

Assinado eletronicamente por: IVONE JACINTA DE MORAIS - 20/11/2020 15:37:04 Num. 382451390 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20112015370372400000377423124
Número do documento: 20112015370372400000377423124
Requer a juntada da manifestação em arquivo PDF.

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:54 Num. 393330445 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20120409485441200000388288069
Número do documento: 20120409485441200000388288069
AO JUÍZO FEDERAL DA 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS

Mandado de Segurança Nº 1026073-02.2020.4.01.3500


Impetrante: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT
Impetrado: - PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRES DO RIO

1. A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT, já qualificada


e representada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por
intermédio dos mandatários e advogados constituídos (instrumento de procuração já incluso),
especialmente para informar e requerer o que se segue.

a) Em atenção ao contido no artigo 1.018 do NCPC, vem informar que foi interposto o
recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e,
consequentemente, requer a juntada da cópia do presente recurso anexado a esta petição, a fim de
que esse douto Juízo tome ciência da interposição;

b) Por fim, cabe informar que ao presente recurso foi acostada cópia das peças
obrigatórias e essenciais, em atendimento ao art. 1.017 do NCPC.

Termos em que
P. deferimento.

Goiânia/GO, 04 de dezembro de 2020.

CRISTIANO MARTINS DE SOUZA ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM


OAB/GO 16.955 OAB/GO 35.962

ELLUÍZIA T. RIBEIRO DE OLIVEIRA JANE CLEISSY LEAL


OAB/GO 33.177 OAB/GO 28.643

MÔNICA PEIXOTO PEREIRA KÁRITA JOSEFA MOTA MENDES


OAB/GO 35.485 OAB/GO 21.391

MARILDA LUIZA BARBOSA


OAB/GO 20.418

1
Praça Cívica 11, Centro – Goiânia/GO –
Fones (062) 3989.2016 .2017 .2045 e .2118

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:54 Num. 393294499 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20120409485489800000388288073
Número do documento: 20120409485489800000388288073
EXMO(A) SR(A) DR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL DA 1ª REGIÃO.

Processo nº: 1026073-02.2020.4.01.3500


Origem: 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS
URGENTE: DANO IMINENTE

1. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT, entidade pública


federal, instituída pelo Decreto-lei nº. 509, de 20 de março de 1969, estabelecida na Praça Cívica, n.
11, Setor Central, na cidade de Goiânia, Goiás, representada na forma dos documentos anexos, não
se conformando, "data vênia", com a r. decisão que não concedeu à Autora a tutela provisória,
pelo MM. Juízo da 6ª Vara Federal — Seção Judiciária do Estado de Goiás, nos autos do MANDADO
DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS, em que figura no polo
passivo a Prefeita Municipal de Pires do Rio/Goiás, Sra. Cleide Aparecida Veloso da Costa, vem, à
douta presença de Vossa Excelência, por intermédio dos mandatários e advogados constituídos, com
escritório profissional instalado no endereço abaixo transcrito, onde recebem as comunicações
processuais do estilo forense e, especialmente para apresentar

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM EFEITO SUSPENSIVO

na forma do artigo 1.015 e seguintes do CPC, requerendo a V. Exª. se digne a


recebê-lo e admiti-lo, para no mérito, reformar/cassar a r. decisão ora agravada, deferindo, assim,
os efeitos da tutela provisória, no sentido de sobrestar de imediato os efeitos dos Decretos
Municipais 7439/2020 e 7457/2020, no tocante à exigência de termômetro e de
disponibilização de funcionário para triagem na entrada da agência dos Correios, tendo em
vista estarem presentes no caso em tela, os pressupostos ensejadores da concessão da tutela de
urgência, assim como pelo fato de que estão presentes a probabilidade do direito, e ainda que a
manutenção da decisão ora agravada causará à agravante perigo de dano (caput do artigo 300 e
inciso II do artigo 1.019, todos do NCPC).

1
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE GOIÁS
- Praça Cívica nº 11 – 2º andar – Setor Central – CEP: 74003-901 -

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:55 Num. 393294507 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20120409485502300000388245631
Número do documento: 20120409485502300000388245631
Informa, por cautela, que a Agravante/ECT goza das mesmas prerrogativas
estendidas à Fazenda Pública, dentre às quais a isenção de custas processuais e prazos em
dobro para todas as manifestações processuais, de conformidade com o art. 183 do NCPC,
consoante Decreto-Lei nº 509/69 (RE. 220.906/2000).

O presente recurso apresenta todos os seus aspectos legais, inclusive os


formalismos exigidos, em especial a tempestividade, assim como as cópias dos documentos
necessário, em atendimento ao art. 1.017, incisos I e III, do NCPC.

Termos em que
P. deferimento.

Goiânia/GO, 04 de dezembro de 2020.

CRISTIANO MARTINS DE SOUZA ELLUÍZIA T. RIBEIRO DE OLIVEIRA


OAB/GO 16.955 OAB/GO 33.177

JANE CLEISSY LEAL KÁRITA JOSEFA MOTA MENDES


OAB/GO 28.643 OAB/GO 21.391

MARILDA LUIZA BARBOSA MÔNICA PEIXOTO PEREIRA


OAB 20.418 OAB/GO 35.485

ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM


OAB/GO 35.962

2
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE GOIÁS
- Praça Cívica nº 11 – 2º andar – Setor Central – CEP: 74003-901 -

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:55 Num. 393294507 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20120409485502300000388245631
Número do documento: 20120409485502300000388245631
AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVANTE: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT


AGRAVADOS: Prefeita Municipal de Pires do Rio, Sra. Cleide Aparecida Veloso da Costa
PROCESSO: 1026073-02.2020.4.01.3500
ORIGEM: 6ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás

RAZÕES DO RECURSO

Insigne Desembargador Relator,

1. SÍNTESE DA DEMANDA

Trata-se de Mandado de Segurança com Pedido de Liminar Inaudita Alterapars,


impetrado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos/Agravante, contra ato consubstanciado
nos decretos municipais nº 7.439, de 05/06/20 e nº 7.457, de 17/07/20, que, em ameaça a
continuidade das atividades da agência de correios local, criaram a obrigatoriedade de a ECT
aferir a temperatura dos usuários com termômetro e disponibilizar no mínimo um funcionário
para realizar o controle das filas dentro e fora do estabelecimento, respectivamente.

Decreto nº 7.439/2020:
(...)
Art. 4º Torna obrigatório os supermercados, bancos, loterias e estabelecimentos de
grande fluxo de pessoas a implantação de barreiras sanitárias nos, com a obrigação
do uso do aferidor de temperatura (termômetro), álcool gel e a exigência por parte
do comerciante ao cliente para utilização de mascaras ao entrar no
estabelecimento;
(...)
Art. 7º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação e vigorará até o dia
21/06/2020, podendo sofrer alterações de acordo com a evolução do cenário
epidemiológico.

Decreto nº 7.457/2020:
(...)
Art. 3º Fica determinado aos estabelecimentos as seguintes regras, sem prejuízos
das demais impostas pelas Autoridades Sanitárias:
3
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE GOIÁS
- Praça Cívica nº 11 – 2º andar – Setor Central – CEP: 74003-901 -

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:55 Num. 393294507 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20120409485502300000388245631
Número do documento: 20120409485502300000388245631
I- As agências bancárias, Correios e Agências Lotéricas, deverão disponibilizar
no mínimo um funcionário, equipado com EPI – Equipamento de Proteção Individual
-, para realizar o efetivo controle das filas dentro e fora dos estabelecimentos,
garantindo a distância mínima entre as pessoas, para que se evitem aglomerações.
Esse mesmo funcionário deverá promover a higienização dos clientes com
utilização preferencialmente de álcool em gel 70% (setenta por cento);

II- As agências bancárias, Correios e Agências Lotéricas, além das medidas de


que trata o inciso anterior, como medida de controle sanitário, deverão ainda,
higienizar, quando do início das atividades e a cada uma hora, durante o período de
funcionamento, as superfícies de toque de acesso aos clientes e funcionários
(cadeiras, bancadas, mesas, caixas eletrônicos (bancos), bebedouros, portas,
maçanetas, etc...), preferencialmente com álcool gel 70% (setenta por cento);

Ao tomar conhecimento dos decretos, a ECT encaminhou os ofícios Nº


15980377/2020 - GERAT-GO e Nº 16091623/2020 - GERAT-GO à Prefeitura, esclarecendo a
inviabilidade de cumprimento integral dos mesmos, considerando a sua condição de empresa pública,
bem como solicitando que a agência de Correios fosse excepcionada da incidência dos Decretos por
não dispor de empregados lotados na AC Pires do Rio, em número suficiente, para atender a
determinação de triagem de fila sem que isso impactasse sobremaneira os serviços executados,
ocasionando mais demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos serviços e
consequente permanência dos clientes na agencia, gerando possíveis aglomerações. Em outra
vertente, ressaltou-se que a contratação de empregados se dá por meio de concurso público.

Solicitou-se ainda que a unidade dos Correios de Pires do Rio fosse excepcionada
quanto à utilização de termômetros digitais e dispenser com pedal para álcool gel, considerando que,
por ser empresa pública, qualquer despesa deve ter lastro no planejamento orçamentário anual,
aprovado pelo Ministério das Comunicações e que não havia a previsão de gastos desta natureza, de
forma que, naquela oportunidade, foi solicitado à Prefeitura a cessão gratuita dos equipamentos
necessários ao fiel cumprimento do Decreto 7.457/2020.

Consta no Mandamus que, em 29/07/2020, a fiscalização do Município lavrou o


Auto de Infração nº LT/G 01 aplicando multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) aos Correios
pelo descumprimento das exigências estabelecidas nos referidos decretos, especificamente as
seguintes ocorrências:

a) Descumprimento de normas sanitárias previstas nos decretos estaduais e


municipais (limpeza da Agência – providenciar limpeza);
b) Falta de termômetro;

4
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE GOIÁS
- Praça Cívica nº 11 – 2º andar – Setor Central – CEP: 74003-901 -

Assinado eletronicamente por: MONICA PEIXOTO PEREIRA - 04/12/2020 09:48:55 Num. 393294507 - Pág. 4
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Número do documento: 20120409485502300000388245631
c) Falta de triagem na entrada.

Dessarte, não obstante a essencialidade do serviço público postal, a fiscalização


exercida pela Prefeitura de Pires do Rio impôs, ainda, a interdição parcial da agência dos Correios
em 04/08/2020 para impedir o atendimento presencial aos usuários.

Restou destacado que os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, não se


coadunam com o sistema de repartição de competências, seja de ordem material, seja de ordem
legislativa, mostrando-se, além disso, totalmente desarrazoados, e avessos à essencialidade do
serviço público postal, em nítido confronto com o próprio interesse público.

Ademais, cumpre elucidar que, à época da lavratura do mencionado Auto de


Infração, o Decreto nº 7.439/2020 já tinha perdido eficácia, uma vez que esteve vigente somente até o
dia 21/06/2020, não tendo sido renovada, em decreto posterior, a exigência de aferição de temperatura
dos clientes com termômetro.

Ressalte-se que a ECT não ignora a gravidade da situação vivenciada, mas apenas
objetiva ver cumprida a Lei, sem condicionantes não exigidas de outros prestadores de serviços
essenciais e nem previstas em Lei, mesmo porque não encontra espeque em qualquer norma de
saúde pública, seja advinda da União (Ministério da Saúde ou Anvisa), seja da própria o OMS.

Diante disso, a ECT impetrou o Mandado de Segurança com Pedido de Liminar


Inaudita Altera pars, a fim de sobrestar ato da Prefeita do Município de Pires do Rio - por
intermédio dos decretos nº 7457/2020 e nº 7.439/2020, uma vez que estes, de forma ilegal,
ameaçam as atividades da Agência de Correios local, pois, condicionam o funcionamento da
agência ao cumprimento de exigências sem amparo legal ou normativo, em afronta ao caráter
essencial da prestação do serviço postal, reconhecido pelo Decreto Presidencial nº 10.282, de
20 de março de 2020.

Contudo, de forma equivocada, com a devida vênia, a tutela provisória foi indeferida
pelo douto magistrado de instância de piso.

Os Embargos de Declaração opostos foram desacolhidos.

É o sucinto relatório.

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2. PRELIMINARMENTE

2.1 - DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO

O Novo Código de Processo Civil traz um rol exemplificativo, de quais decisões


cabem agravo de instrumento, senão vejamos:

“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de
sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos
à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.”

Portanto, como determina o NCPC, contra as decisões que versam sobre tutelas
provisórias, sejam de urgência ou evidência, cabem o recurso Agravo de Instrumento. Com efeito, foi
proferida decisão interlocutória pelo Juízo a quo, o qual indeferiu o pedido de tutela provisória/liminar
de determinar ao Município de Pires do Rio de abster-se de finalizar as atividades da agência de
Correios.

Douto Relator, ocorre que, cumpre-nos, a priori, esclarecer ao longo desta peça
recursal, será discorrido quanto ao inequívoco perpetrado na decisão, o risco de lesão grave e de
difícil reparação, consubstanciado nos prejuízos que advirão à Agravante/Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos e à população, com o impedimento de acesso ao serviço público
essencial prestado na Agência de Correios de Pires do Rio. Vejamos o que diz o Art. 995,
parágrafo único e Art.1.019 do NCPC:

(...)“Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo


disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de
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dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.”(grifo nosso)
(...)
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído
imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o
relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,
comunicando ao juiz sua decisão;

Destarte, ante a tempestividade e cabimento do recurso, requer que seja recebido e


inteiramente acolhido, atribuindo ainda efeito suspensivo da decisão a quo.

2.2. DOS PRIVILÉGIOS DA ECT

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT foi transformada em Empresa


Pública, por força do Decreto-Lei n. 509, de 20 de março de 1969.

Referido decreto-lei, em seu artigo 12, prescreve o seguinte:

“Art - 12 A ECT gozará de isenção de direitos de importação de


materiais e equipamentos destinados aos seus serviços, dos privilégios
concedidos à Fazenda Pública, quer em relação à imunidade tributária,
direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços,
quer no concernente a foro, prazos e custas processuais”. (destacou-
se)

Goza a ECT, por força do já transcrito artigo 12, do Decreto Lei 509/69, da
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, pelo que a conclusão possível é a de que seus
débitos devem ser requeridos através de precatório ou requisição de pequeno valor, nos termos do
artigo 100, da Constituição Federal de 1988, e dos artigos 534 e 535, do Novo Código de Processo
Civil.

Especificamente com relação à isenção de custas e depósito recursal, vê-se do


texto legal que o zeloso legislador, ao formular o artigo supra transcrito, inseriu todos os privilégios em
um único artigo, não podendo, agora, serem cindidos.
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Cita-se ementa e voto de decisão UNÂNIME do egrégio Tribunal Regional Federal
da 4ª Região, proferida nos autos do Agravo de Instrumento, processo n. 2003.04.01.024900-0/RS,
sendo Agravante a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Agravado Edison Marcelino da
Silveira, onde o insigne desembargador federal entende que o artigo 12 do Decreto-Lei n. 509/69 foi
integralmente recepcionado pela Carta Magna:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INTRUMENTO. CUSTAS JUDICIAIS.


EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. ISENÇÃO.

À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foram conferidas as


prerrogativas concedidas à Fazenda Pública, inclusive em relação à isenção
no pagamento de custas processuais, no art. 12 do Decreto-Lei n° 509/69.
Agravo de Instrumento provido.”

Do voto, extrai-se:

“A agravante não se conforma com a decisão que, em execução de título


extrajudicial, indefere o pedido de isenção de custas judiciais.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é empresa pública que não


exerce atividade econômica, sendo justificável sua inclusão no conceito de
Fazenda Pública.

Art. 12 A ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e


equipamentos destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos à
Fazenda Pública, quer em relação à imunidade tributária, direta ou indireta,
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a
foro, prazos e custas processuais.

Outrossim, quando do julgamento de Recurso Extraordinário n° 220.906, o


Pleno do STF firmou entendimento de que foi recepcionado pelo atual
ordenamento constitucional aquele dispositivo legal, reconhecendo a
equiparação antes referida. Transcrevo precedente ilustrativo desse
entendimento:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESTRAORDINÁRIO. EMPRESA
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE
SEUS BENS, RENDAS E SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO
DECRETO-LEI N° 509/69.1. À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio de
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do artigo 12
do Decreto-lei nº 509/69 e não incidência da restrição contida no artigo 173, §
1º, da Constituição Federal que submete a empresa pública, a sociedade de
economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao
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regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações
trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não exerce atividade
econômica e presta serviço da competência da União Federal e por ela
mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de
vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal. Embargos de
declaração rejeitados (Segunda Turma, REAEDE-204635/RS, Rel. Min.
MAURÍCIO CORRÊA, DJU 15-2-2002, p.16).

Portanto, merece o reparo a decisão agravada. Pelo exposto, dou provimento


ao agravo de instrumento. É como voto.” (destaques originais)

Vale ressaltar que o pronunciamento desse órgão julgador quanto às custas


processuais faz-se necessário para o preenchimento de todos os pressupostos extrínsecos para
viabilização da admissibilidade de eventual recurso.

3. NO MÉRITO
3.1. DA PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 300 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
EFEITO SUSPENSIVO E REFORMA DA DECISAO AGRAVADA

Insta ressaltar que estão presentes os requisitos a ensejar a concessão da tutela


provisória de urgência (art.300 CPC), pois manifesta a probabilidade do direito alegado, bem como o
perigo de dano, com a interdição da Agência de Correios de Pires do Rio.

Em relação ao periculum in mora e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do


processo estes estão demonstrados nos autos, na medida em que o ato combatido (exigência de
termômetro e funcionário para triagem) cria embaraços e inibe a prestação do serviço público postal
que se renova dia a dia, majora o tempo de consecução do serviço, frustrando a pretensão da
sociedade de ver prestado o serviço da forma mais adequada e célere possível, caso seja mantida a
decisão agravada.

Inibir a prestação do serviço público postal majora o tempo de consecução do


serviço, frustrando a pretensão da sociedade de ver prestado o serviço da forma mais adequada e
célere possível.

Vale dizer, impedir o acesso ao serviço público postal essencial irá inviabilizar que
se realize a postagem e a respectiva entrega dos objetos postais.

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No entanto, como dito, urge a necessidade da manutenção da prestação do serviço
público postal de forma continua, de modo a garantir à sociedade, bem assim aos demais estados,
remetentes ou destinatários das postagens, o acesso aos bens que almejam enviar e/ou receber,
dentre os quais, veremos a seguir, encontram-se inclusive itens de primeira necessidade, decorrente
da situação de emergência.

Logo, inequívoco o perigo de dano.

Quanto ao fumus boni iuris está consubstanciado no sentido não haver


fundamento legal ou normativo que sustente o ato combatido quanto às exigências de aferir a
temperatura dos usuários com termômetro e disponibilizar funcionário para realizar triagem,
considerando que os Decretos Municipais nº 7457/2020 e nº 7.439/2020 incorrem em nítida afronta à
competência material exclusiva da União, disposta art. 21, X e art. 22, V, da CR. e extrapolam as
medidas estabelecidas pela Lei Nacional nº 13.979/2020 e pelo Decreto Nacional n° 10.282/2020, bem
como ignoram a essencialidade do serviço postal e as medidas de Prevenção ao COVID-19 já
adotadas pelos Correios, conforme se demonstrará nos tópicos a seguir de forma detalhada.

Portanto, o ato ilegal, ora Agravado, ocasionará prejuízo de monta impedindo a


ECT, ora Agravante, de prestar serviço público postal da UNIÃO de forma livre e desembaraçada.

Ademais, não é sobremodo destacar que o serviço público postal se mostra como a
última alternativa de materialização do contato à distância no cenário hodierno, haja vista que, como
cediço, há orientação de ordem mundial para que se evite o descolamento no território nacional.

A situação de emergência, hodiernamente, somente pode ser mitigada com a


manutenção e continuidade da prestação do serviço público postal, último serviço de que a sociedade
pode valer-se para o envio e recebimento de objetos sem que os cidadãos tenham de descolar-se pelo
território estadual e nacional.

Ora, não há como manter em todo o território nacional a efetiva prestação do


serviço postal se houver a interrupção de qualquer uma das atividades inerentes ao serviço postal,
consistente no recebimento, expedição, transporte e entrega de objetos de correspondência, a teor do
artigo 7º da Lei nº 6538/78.

Há de se ter em vista que a ECT funciona a partir de uma vasta malha postal, a
qual tem início com o recebimento dos objetos de correspondência nas agências de correios

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(postagem), seguindo-se da sua expedição, transporte e entrega. Por trás da prestação do serviço
postal com eficiência e continuidade funciona uma ampla cadeia de logística, onde qualquer gargalo
afeta toda a operação nacional.

Daí, inclusive, o porquê da competência material e legislativa para tratar do serviço


público postal, reservada à União.

Registre-se, somente a ECT tem a obrigação constitucional e legal de entregar


encomendas em todo o Brasil, por imperativo constitucional (CF, art. 21, inc. X).

Assim, com mais razão é que se evidencia a inconstitucionalidade e a ilegalidade


das exigências impostas pelos Decretos Municipais nº 7457/2020 e nº 7.439/2020 aos Correios, bem
como as implicações punitivas consignadas no Auto de Infração nº LT/G 01, porquanto afeta não só a
ECT, mas todo o território nacional, e não apenas o Município de Pires do Rio, desde clientes pessoa
física e pessoa jurídica.

Diante disso, impende o deferimento da tutela de urgência, a fim de sobrestar


os efeitos dos decretos municipais nº 7457/2020 e nº 7.439/2020, retirando-se a exigência de
aferir a temperatura dos usuários com termômetro e disponibilizar funcionário para realizar
triagem de filas, assim como anulando-se o Auto de Infração nº LT/G 01, para que a ECT possa
manter a prestação do serviço público postal de forma continua e adequada em favor de toda a
população do município de Pires do Rio.

3.2. DA AFRONTA À REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA

Ressalta-se que a ECT presta serviços públicos a toda coletividade e a sua


interrupção é medida intolerável.

No presente caso, é flagrante a ilicitude do ato administrativo combatido,


conforme fundamentos tratados exaustivamente na exordial, bem como na documentação que a
acompanha, juntada pela Agravante, demonstrando a verossimilhança das suas alegações e a
probabilidade do seu direito.

Ainda mais, os decretos municipais nº 7457/2020 e nº 7.439/2020, não se


coadunam com o sistema de repartição de competências, seja de ordem material, seja de ordem
legislativa, além de desconsiderar a essencialidade do serviço público postal.
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Como visto alhures, os Decretos Municipais nº 7457/2020 e nº 7.439/2020, ao criar
regras impossíveis de serem cumpridas à risca, considerando o contexto desta empresa pública, acaba
por inviabilizar a continuidade do serviço postal no Município de Pires do Rio/GO.

Tem-se, todavia, que o constituinte originário atribuiu à União a competência


material exclusiva sobre serviço postal, imputando-lhe o dever de manter o referido serviço, consoante
art. 21, inc. X, da CF:

“Art. 21. Compete à União:


(...)
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;” (grifamos)

Logo, sobreveio igualmente a competência privativa da União para legislar sobre


serviço postal, consoante extrai-se do art. 22, inc. V, da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
V - serviço postal;” (grifamos)

No ponto, ademais, impende trazer à colaçao o v. Acórdão proferido pelo e. STF,


em 15/04/2020, na ADInº 6341:

“O Tribunal, por maioria, referendou a medida cautelar deferida pelo Ministro Marco
Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9o do art.
3o da Lei no 13.979, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera
de governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição, o Presidente da
República poderá dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e
atividades essenciais, vencidos, neste ponto, o Ministro Relator e o Ministro Dias
Toffoli (Presidente), e, em parte, quanto à interpretação conforme à letra b do inciso VI
do art. 3o, os Ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux. Redigirá o acórdão o Ministro
Edson Fachin. Falaram: pelo requerente, o Dr. Lucas de Castro Rivas; pelo amicus
curiae Federação Brasileira de Telecomunicações - FEBRATEL, o Dr. Felipe Monnerat
Solon de Pontes Rodrigues; pelo interessado, o Ministro André Luiz de Almeida
Mendonça, Advogado- Geral da União; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr.
Antônio Augusto Brandão de Aras, Procurador-Geral da República. Afirmou suspeição
o Ministro Roberto Barroso. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello.
Plenário, 15.04.2020” (STF, ADI 6341, Sessão realizada por videoconferência em
15/04/2020) [grifo acrescido]

Em reforço, e especificamente em relação aos serviços postais, e considerando o


atual contexto, foi emitido o Decreto 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979,
de 06 de fevereiro de 2020, e define os serviços públicos e as atividades essenciais. Dentre elas,

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expressamente, os serviços postais, vejamos:

Serviços públicos e atividades essenciais

Art. 3º As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o exercício e o


funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se refere o § 1º. §1º
São serviços públicos e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não
atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população, tais
como:
(...)
XXI - serviços postais; (g.n.)

Assim é que, em caso semelhante, a Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de


Picos-PI, nos autos do MS nº 1001559-34.2020.4.01.4001, acolheu o pedido da ECT em face do
Município de Bocaína, nos seguintes termos:

Decido. A tese levantada pela empresa pública impetrante surge plausível. O governo
federal, motivado pela pandemia relacionada ao coronavírus, editou a Lei 13.979/2020, a
qual dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde pública que
recaiu sobre todo o mundo. A promulgação dessa norma gerou o Decreto Federal
10.282/2020, que prescreve:Art. 3º As medidas previstas na Lei no 13.979, de 2020,
deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e atividades
essenciais a que se refere o § 1o. § 1o São serviços públicos e atividades essenciais
aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim
considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde
ou a segurança da população, tais como: (...) XXI - serviços postais. O raciocínio a ser
estabelecido, por isso mesmo, surge até simples. O serviço postal é da titularidade da
União (art. 21, X, CF), que o presta por meio dos Correios, empresa pública integrante da
administração federal. Os demais entes da federação estados e municípios , portanto, não
podem versar sobre semelhante tema. Daí a inconstitucionalidade e a ilegalidade do
Decreto Municipal, que, de resto, terminou por contrariar os termos expressos no Decreto
10.282/2020. Demais disso, percebo o perigo da demora no fato de que a própria
distribuição dos insumos que servirão ao combate da pandemia (medicamentos, máscaras,
álcool em gel etc.) também depende da atuação dos Correios, sobretudo nos pequenos
municípios, que têm nessa empresa pública a única opção para o envio e o recebimento de
mercadorias. Esse o quadro, defiro a medida liminar para determinar à autoridade
impetrada que se abstenha de restringir a plena operação da agência da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos do Município de Bocaina/PI, observadas pela
impetrante, porém, todas as precauções possíveis para evitar o contágio pelo vírus da
COVID19, conforme o próprio Governo Federal já lhe deve ter repassado.

E mais, ainda que houver necessidade de limitação na prestação desses serviços, a


forma de condução do procedimento está no § 6º do Decreto 10.282:

§ 6º As limitações de serviços públicos e de atividades essenciais, inclusive as reguladas,


concedidas ou autorizadas somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que
em articulação prévia com o órgão regulador ou do Poder concedente ou autorizador.

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Dessarte, não poderiam os Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, alcançar o
serviço público postal, sobretudo para inviabilizar, sem justificativa, o serviço público essencial.

Dessa forma, assim o fazendo, Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020,


incorreram em nítida afronta à repartição de competência, em patente violação ao art. 21, inc. X, e ao
art. 22, inc. V, da CF.

Destaca-se ainda que o governo federal, motivado pela pandemia relacionada ao


coronavírus, editou a Lei 13.979/2020, a qual dispõe sobre as medidas para o enfrentamento da
emergência de saúde pública que recaiu sobre todo o mundo:

Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância


internacional decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de
suas competências, dentre outras, as seguintes medidas: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 926, de 2020)
I - isolamento;
II - quarentena;
III - determinação de realização compulsória de:
a) exames médicos;
b) testes laboratoriais;
c) coleta de amostras clínicas;
d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
e) tratamentos médicos específicos;
IV - estudo ou investigação epidemiológica;
V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver;
VI - restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e
fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou
aeroportos de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
a) entrada e saída do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
b) b) locomoção interestadual e intermunicipal; (Incluído pela Medida Provisória nº
926, de 2020)
VII - requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que
será garantido o pagamento posterior de indenização justa; e
VIII - autorização excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à
vigilância sanitária sem registro na Anvisa, desde que:
a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e
b) previstos em ato do Ministério da Saúde.
§ 1º As medidas previstas neste artigo somente poderão ser determinadas com
base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas
em saúde e deverão ser limitadas no tempo e no espaço ao mínimo
indispensável à promoção e à preservação da saúde pública.
(...)
§ 7º As medidas previstas neste artigo poderão ser adotadas: I - pelo Ministério da
Saúde; II - pelos gestores locais de saúde, desde que autorizados pelo Ministério da
Saúde, nas hipóteses dos incisos I, II, V, VI e VIII do caput deste artigo; ou III - pelos
gestores locais de saúde, nas hipóteses dos incisos III, IV e VII do caput deste artigo.
§ 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o
exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais.
(Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)
§ 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços
públicos e atividades essenciais a que se referem o § 8º.

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Número do documento: 20120409485502300000388245631
Seguindo essa perspectiva, é que o Decreto Federal n° 10.282, de 20 de março de
2020, expedido com esteio na Lei n° 13.979/2020 (art. 3°, § 9°), além de ter deixado incontroverso o
caráter ESSENCIAL na prestação do serviço público postal, ex vi, art. 3º, XXI, consignou apenas que
deverão “ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da COVID-19”:

“Art. 3. As medidas previstas na Lei nº 13.979, de 2020, deverão resguardar o


exercício e o funcionamento dos serviços públicos e atividades essenciais a que se
refere o § 1º. § 1º São serviços públicos e atividades essenciais aqueles
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim
considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a
saúde ou a segurança da população, tais como:
(...)
XXI - serviços postais;
(...)
§ 7º Na execução dos serviços públicos e das atividades essenciais de que trata este
artigo devem ser adotadas todas as cautelas para redução da transmissibilidade da
covid -19.” (grifamos)

Isso é, por expressa força de Lei (Decreto nº 10.282/2020), compete ao prestador


de serviço adotar as cautelas para fins de reduzir a transmissibilidade do CODIV-19.

Desse modo, todas as medidas de segurança adotadas pela ECT, foram adotadas
com base no Decreto nº 10.282/2020, e já foram adotadas, conforme se demonstrará no tópico
seguinte.

Assim, não há qualquer autorização, seja na Lei n. 13.979/2020 ou no Decreto


10.282/2020 para que os Estados ou os Municípios disponham sobre a execução dos serviços públicos
postais, durante a pandemia.

Ademais, por ser o serviço postal de competência legislativa privativa da União,


somente por lei complementar poderia ser delegada aos demais entes federativos tal incumbência, a
teor do parágrafo único do art. 22 da CF: "Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo”

Nesse sentido, ainda que houvesse autorização legislativa, delegando a


competência privativa da União, in casu, ainda sim, esta seria conferida aos Estados, não aos
Municípios, de modo que, o Pires do Rio/PI extrapolou sobremaneira os poderes que lhe foram
conferidos pela Constituição.
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Número do documento: 20120409485502300000388245631
No entanto, ao contrário de prever a delegação supracitada, a Lei nº. 13.979/2020 é
expressa quanto ao fato de que a Presidência da República “disporá, mediante decreto, sobre os
serviços e atividades essenciais”, conferindo, pois, ao Decreto presidencial a prerrogativa de dispor
sobre as atividades essenciais, sempre preservando a execução destes.

Logo, inexiste qualquer autorização constitucional ou legal para que a Prefeita de


Pires do Rio venha a pretender compor medidas profiláticas diversas das contidas no Decreto n°
10.282/2020 às atividades essenciais, tal como ao serviço público postal.

Com efeito, evidencia-se o direito líquido e certo da ECT de manter a prestação


do serviço público postal, ESSENCIAL, de forma continua e adequada, em todo o Município de
Pires do Rio/GO, motivo pelo qual, impende o deferimento da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de
sobrestar os efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À
DETERMINAÇÃO DE DISPONIBILIZAR TERMÔMETRO E DE EMPREGADO PARA TRIAGEM NA
PORTA DA UNIDADE DOS CORREIOS AC PIRES DO RIO.

3.3 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS E O CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS


PARA EVITAR A TRANSMISSÃO DO COVID-19.

3.3.1. Limpeza das Unidades dos Correios no Interior do Estado

Não bastasse a incompetência municipal quanto às referidas medidas profiláticas


impostas pelos decretos, conforme já relatado, a AC Pires do Rio foi interditada parcialmente (Auto de
Fiscalização nº CKWJ 002/2020/ Termo de Interdição) em razão da ocorrências relacionadas no Auto
de Infração nº LT/G 01, quais sejam: descumprimento de normas sanitárias previstas nos decretos
estaduais e municipais ( Limpeza da Agência); falta de termômetro; falta de triagem na entrada.

Nesse sentido, cumpre esclarecer que, antes mesmo do ajuizamento do


mandamus, a ECT já vinha adotando o Protocolo de Medidas de Prevenção ao COVID-19 – Cornavírus
em nível corporativo, para adoção das ações de prevenção e combate ao novo Coronavírus, entre as
quais destacamos:

•Fornecimento e utilização de máscara de proteção para todos os empregados;


•Fornecimento de álcool gel - 70% para consumo dos empregados em todas as unidades;
•Afastamento para trabalho remoto, dos empregados que compõe o grupo de risco;
•Distanciamento das estações de trabalho de no mínimo dois metros de um empregado
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para outro;
•Sinalização no hall de atendimento para evitar aglomeração e manter o distanciamento
entre os clientes, permitindo a entrada dos clientes na agência, de acordo com a
quantidade de guichês em operação;
•Obrigatoriedade do acesso dos clientes utilizando máscaras de proteção;
•Limpeza e higienização das áreas e estações de trabalho, conforme guia de Orentação –
combate a proliferação da doença COVID-19 no ambiente laboral.

Há que se considerar que a Agravante é uma das maiores empregadoras do Brasil


e é a única empresa que possui capilaridade nacional, estando presente em cada um dos municípios
desta país.

Portanto, toda e qualquer medida adotada pela empresa já é complexa


simplesmente pela dimensão de sua atuação.

No presente caso, em que medidas de contenção de um vírus se fazem


necessárias, a complexidade é ainda maior eis que a empresa possui desde atividades administrativas,
de atendimento, operacionais internas, distribuição domiciliar.

Quanto à limpeza das unidades dos Correios do interior do estado, cumpre informar
que, ou são atendidas por Contrato de Limpeza na modalidade Chamamento Público, ou são atendidas
via Portal de Serviços e os respectivos valores liberados no ano (contratação de diaristas para
limpeza).

No caso da AC Pires do Rio o procedimento para limpeza da Agência é através de


contratação de diarista.

Pontualmente, como se trata de um processo de contratação, o mesmo requer de


um tempo hábil para ser realizado. Em virtude disso, especificamente para a Agência de Pires do Rio,
no dia 10/07/2020 houve atraso na liberação da contratação desse serviço, porém a liberação da
contratação foi regularizada em 28/07/2020 conforme Solicitação 149883/2020.

O Protocolo de Medidas de Prevenção ao COVID-19 – Cornavírus e, o Guia de


Orientações – combate a proliferação da doença COVID -19 no ambiente laboral (doc anexos) já
prevêem a limpeza do local de trabalho, que deve ser realizada por cada empregado, conforme
disposto no documento Guia de Orientações. Além dessa primeira forma de higienização, os Correios
dispõem de serviço de limpeza, que no caso específico, é realizado através de contratação de serviço
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de diaristas. Essa modalidade de prestação de serviço intensifica a limpeza da unidade e reforça a
higienização dos guichês, que deve ser realizada a cada atendimento e no mínimo a casa duas horas,
pelos próprios atendentes.

Impende esclarecer que as orientações gerais para contratação da prestação dos


serviços de limpeza predial pelo Portal de Serviços foram disponibilizadas a todas as áreas através do
MEMORANDO CIRCULAR - Nº 7596840 GFAC-DINPA, de 10/06/2019, e estão disponíveis no
MANLIG, módulo 4.

Em complementação ao Memorando acima, consta no Ofício Nº 13845288/2020 -


GT-PRT-PRESI-112/2020, padronizando o procedimento em âmbito nacional e visando atender à
disseminação do COVID-19.

No referido Ofício Circular constam importantes orientações para as unidades de


atendimento de categoria 4, 5 e 6, onde não há presença diária de faxineiras foi estabelecido protocolo
de higienização por parte do próprio atendente, com uso de desinfetante, por álcool gel conforme
consta na alínea “d”, transcrevo:

(...)d) Com relação às limpezas das unidades, de acordo com as informações prestadas
pelos gestores do serviço de limpeza no CS e SEs na última semana, planilha nº
(13846620), restou demonstrado que 93% dispõem de contratos ordinários para prestação
dos serviços de limpeza predial nos estados. No entanto, aquelas que não dispõem desses
contratos, adotam a contratação por pequenas despesas e por chamamento público,
conforme previsão do MANSER Mod. 03, Cap. 02, Anexo 02, como forma de garantir a
continuidade da prestação do citado serviço. Além disso, para as unidades de
atendimento de categoria 4, 5 e 6, nas quais não há presença diária de faxineiras, foi
estabelecido protocolo de higienização por parte do próprio atendente, com uso de
desinfetante, por álcool gel. Foi disponibilizado, também, especificação de limpeza e
desinfecção de unidades (13847669) (...)

Esclarece-se a este juízo que para as unidades que não estão cobertas pelos
contratos de limpeza ordinária, de acordo com o MANLIG (MANUAL DE LICITAÇÃO E GESTÃO) o
requisitante, no caso, o gestor da unidade, deve identificar a necessidade, buscar e selecionar no
mercado a proposta mais vantajosa para os Correios, justificando sua escolha.

Para viabilizar a contratação, a área requisitante deve registrar a pesquisa de


preços no Sistema PSER (Portal de Serviços) com, no mínimo, 03 (três) orçamentos, justificando a não
obtenção dos 3 (três) orçamentos, se for o caso, para análise e autorização do Centro de Atendimento.

Portanto, na medida do que é razoável e plausível, a ECT está garantindo a todos


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os seus empregados e clientes condições de trabalho e atendimento as mais seguras possíveis de
forma isonômica, para que não só sejam resguardadas a saúde e a segurança de seus trabalhadores,
como também para que possa ser mantida a continuidade do serviço postal, o que será de fundamental
importância para a sociedade nesses tempos de isolamento dos indivíduos dentro das suas
residências, o que certamente levará a uma maior demanda na entrega remota de mercadorias e
objetos.

Verifica-se, portanto, que a limpeza da AC Pires do Rio está regularizada.

3.3.2. Utilização de termômetro

Cumpre destacar que o Decreto Municipal nº 7439/2020 de fato dispunha da


exigência de disponibilização de termômetro para aferição da temperatura dos clientes que
adentrassem nos estabelecimentos de grande fluxo. No entanto, este Decreto Municipal nº 7439/2020
além de não citar os Correios, vigorou até 21/06/2020.

Já o Decreto Municipal 7457/2020, de 17 de julho de 2020, atualmente em vigor (a


partir de 20/07/2020), instituiu novas regras para abertura e funcionamento do comércio, indústrias e
serviços no âmbito territorial do Município de Pires do Rio, com menção explícita dos Correios, porém
não prevê a exigência de aferição da temperatura dos clientes ao adentrar na Agência.

De outra banda, importante ressaltar que o Decreto Estadual 9653/2020 de 19 de


abril de 2020 previu aferição da temperatura de clientes que adentrem em estabelecimentos. No
entanto, este ponto (de aferição de temperatura) foi revogado pelo Decreto Estadual 9.685/2020, de
29 de junho de 2020.

Assim, ainda que fosse admitida a subsunção da ECT aos Decretos Estaduais
ou Municipais, não há qualquer norma impondo ao Correios de Pires do RIO, seja por Decreto
Estadual, seja por Decreto Municipal, a necessidade de Termômetro para aferição de
temperatura de clientes.

Diante disso, é direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do serviço


público postal, essencial, de forma continua e adequada, em todo o Município de Pires do Rio, razão
pela qual requereu-se via Mandado de Segurança o deferimento da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim
de sobrestar os efeitos Decretos Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA
DO TERMÔMETRO.

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Requereu-se, alternativamente, caso o entendimento daquele juízo fosse pela
necessidade de aferição de temperatura dos clientes dos Correios que o deferimento da TUTELA DE
URGÊNCIA fosse condicionada à concessão do prazo de 30 dias para tramitação do processo
de contratação emergêncial e início das aferições de temperatura dos clientes na AC/Pires do
Rio – GO, considerando as normas de liberação orçamentárias e de contratação desta empresa
pública.

3.3.3. Disponibilização de empregado para realização de triagem na entrada da agência

Quanto ao atendimento dos clientes, de modo a não gerar aglomerações no espaço


interno da agência, os Correios já adotam as medidas necessárias mantendo o distanciamento de
segurança entre os guichês da agência, sinalizando por meio de cartaz a importância de manutenção
de distanciamento e do uso de máscara e permitindo a entrada dos clientes, respeitando o limite de
guichês em operação, ou seja, se há dois guichês em atendimento, então, somente duas pessoas
podem adentrar à unidade.

Repisa-se que a determinação de disponibilizar um funcionário para realizar o


efetivo controle das filas dentro e fora do estabelecimento não é razoável, considerando o número
reduzido de empregados lotados na AC Pires do Rio, conforme Planilha de efetivo. Ao desviar um dos
dois atendentes para cumprir o disposto, haverá impacto nos serviços executados, ocasionando mais
demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos serviços e consequente da
permanência dos clientes na Agência, contribuindo com possível aglomeração. Em outra vertente,
cumpre ressaltar que a contratação de empregados por esta empresa pública se dá por meio de
concurso público.

Diante disso, é direito líquido e certo da ECT de manter a prestação do serviço


público postal, essencial, de forma continua e adequada, em todo o Município de Pires do Rio, razão
pela qual deve ser deferida da TUTELA DE URGÊNCIA, a fim de sobrestar os efeitos Decretos
Municipais 7439/2020 e 7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE DISPONIBILIZAR UM
EMPREGADO PARA ATUAR NA TRIAGEM.

4. DOS PEDIDOS

Em virtude de todo o exposto requer:

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a) o recebimento do presente recurso e, liminarmente conceder o efeito
suspensivo ao Agravo e deferir a tutela de urgência, nos termos do Art. 1.019, I do NCPC,
determinando-se o sobrestamento/nulidade dos efeitos dos Decretos Municipais 7439/2020 e
7457/2020, NO TOCANTE À EXIGÊNCIA DE TERMÔMETRO E DE DISPONIBILIZAÇÃO DE
PESSOA PARA TRIAGEM NA ENTRADA, uma vez que estes de forma ilegal ameaça a
continuidade das atividades da AC Pires do Rio, diante da ausência de norma legal ou
normativo que o respalde e do caráter essencial na prestação do serviço postal, reconhecido
Decreto Presidencial nº 10.282, de 20 de março de 2020;

b) a notificação do Agravado por seus Procuradores, para responder aos


termos do presente recurso, caso queira, no prazo legal;

c) o regular processamento do feito, com o provimento final do Agravo, para


reformar na íntegra a decisão, ora combatida, com o conseqüente deferimento dos pedidos
formulados pela Agravante em sede de liminar;

d) o acolhimento do pedido de equiparação da Agravante à Fazenda Pública, a


fim de observar a aplicação das regras legais nos termos da legislação em vigor e decisão atacada,
quanto a prazos, isenção de custas, porte de retorno e demais privilégios previstos no art. 12, do
Decreto-Lei 509/59;

e) Segue anexa ao presente Agravo de Instrumento cópia integral do Processo nº:


1026073-02.2020.4.01.3500.

E, ainda, que todas as intimações e notificações concernentes ao feito sejam


endereçadas e remetidas aos Procuradores da Agravante, situada à Praça Cívica, nº 11, Setor Central,
Goiânia/GO, CEP 74003-901.

Termos em que,
PEDE DEFERIMENTO

Goiânia, 04 de dezembro de 2020.

CRISTIANO MARTINS DE SOUZA ELLUÍZIA T. RIBEIRO DE OLIVEIRA


OAB/GO 16.955 OAB/GO 33.177

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JANE CLEISSY LEAL KÁRITA JOSEFA MOTA MENDES
OAB/GO 28.643 OAB/GO 21.391

MARILDA LUIZA BARBOSA MÔNICA PEIXOTO PEREIRA


OAB 20.418 OAB/GO 35.485

ZANNARA CRISTIAN DE SOUZA COTRIM


OAB/GO 35.962

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PR-GO-MANIFESTAÇÃO-409/2021

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Procuradoria da República em Goiás
2º Ofício

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 6ª VARA DA SEÇÃO

Documento assinado via Token digitalmente por VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO, em 18/01/2021 16:28. Para verificar a assinatura acesse
JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS

Processo nº 1026073-02.2020.4.01.3500

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave 96fcf5c7.65c357a4.5268a93c.edd1d05a


Trata-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado pela
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT contra ato
da PREFEITA DO MUNICÍPIO DE PIRES DO RIO/GO , objetivando a manutenção da
prestação do serviço público postal na Agência de Correios do Município Pires do Rio/GO,
afastando-se a interdição parcial da agência fundamentada nos Decretos Municipais
7.439/2020 e 7.457/2020.

Alega a impetrante, em síntese, que: (1) em 17/07/2020, foi publicado o


Decreto Municipal n° 7.457/2020 por meio do qual a Prefeitura de Pires do Rio/GO “impõe,
dentre outras, a necessidade de disponbilizar no mínimo um funcionário para realizar o
efetivo controle das filas dentro e fora dos estabelecimentos, garantindo a distância mínima
entre as pessoas para que se evitem aglomerações”; (2) em 05/06/2020, foi publicado o
Decreto Municipal n° 7.439/2020 determinando “a obrigatoriedade aos estabelecimentos de
grande fluxo, dentre outras exigências, o uso de termômetro para aferir temperatura dos
clientes ao entrar no estabelecimento” que vigeu até o dia 21/06/2020; (3) encaminhou à
Prefeitura o Ofício Nº 15980377/2020 - GERAT-GO, “ informando sobre as medidas
profiláticas já adotadas pela ECT, bem como solicitando que a unidade desta Empresa
Pública fosse excepcionada da incidência do Decreto n° 7.457/2020 por não dispor de
empregados lotados na AC Pires do Rio, em número suficiente, para atender a determinação

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Assinado eletronicamente por: VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO - 18/01/2021 16:28:25 Num. 417595873 - Pág. 1
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Número do documento: 21011816284091700000412390056
do decreto, uma vez que o quadro de empregados da AC Pires do Rio é reduzido e, se desviar
um dos dois atendentes para cumprir o disposto, haveria impacto nos serviços executados,
ocasionando mais demora no atendimento, bem como aumento no tempo de prestação dos
serviços e consequente permanência dos clientes na agencia, gerando possíveis
aglomerações. Em outra vertente, cumpre ressaltar que a contratação de empregados por
esta empresa pública se dá por meio de concurso público”; (4) em 22/07/2020, a AC Pires do
Rio foi notificada (Auto de Fiscalização nº 07/2020) por descumprimento dos Decretos
Municipais 7.439/2020 e 7.457/2020, com prazo de 72 (setenta e duas) horas para adequação;
(5) enviou novo oficio à Prefeitura de Pires do Rio (Ofício Nº 16091623/2020 - GERATGO)

Documento assinado via Token digitalmente por VIVIANE VIEIRA DE ARAUJO, em 18/01/2021 16:28. Para verificar a assinatura acesse
reiterando os pedidos do Ofício Nº 15980377/2020 e “solicitando que a unidade dos Correios
de Pires do Rio fosse excepcionada quanto à utilização de aparelhos termômetros digitais e
dispenser com pedal para álcool gel, considerando que, por ser empresa pública, qualquer
despesa deve ter lastro no planejamento orçamentário anual, aprovado pelo Ministério das
Comunicações e que não havia a previsão de gastos desta natureza, de forma que, naquela
oportunidade, foi solicitado à Prefeitura a cessão gratuita dos equipamentos necessários ao
fiel cumprimento do Decreto 7.457/2020”; (6) em 29/07/2020, após nova inspeção, o órgão
de fiscalização da Prefeitura Municipal lavrou o Auto de Infração nº LT/G 01 cominando

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aplicação de multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por “a. Descumprimento de
normas sanitárias previstas nos decretos estaduais e municipais (limpeza da Agência –
providenciar limpeza); b. Falta de termômetro; c. Falta de triagem na entrada” e
estabelecendo “prazo de 20 dias para apresentação de defesa, sendo passível de interdição
do estabelecimento”; (7) em 04/08/2020 a agência foi interditada parcialmente pelo órgão de
fiscalização da Prefeitura Municipal quanto ao atendimento presencial aos usuários externos,
sem prejuízo ao serviço interno e ao serviço de entregas (Auto de Fiscalização nº CKWJ
002/2020/ Termo de Interdição); (8) “não houve qualquer resposta da Prefeitura de Pires do
Rio, nem mesmo quanto ao pedido de cessão gratuita dos equipamentos necessários”; (9)
tem direito líquido e certo a prestar serviço público postal, “ESSENCIAL, o qual, neste
momento, inclusive, prejudicaria sobremaneira a população (impossibilidade de postagem de
cartas, documentos e mercadorias, dentre outros serviços prejudicados pela interdição
parcial da Agência)”; (10) “os Decretos Municipais 7457/2020 e 7.439/2020, não se
coadunam com o sistema de repartição de competências, seja de ordem material, seja de
ordem legislativa, mostrando-se, além disso, totalmente desarrazoada, e avesso à
essencialidade do serviço público postal”; (11) “não poderiam os Decretos Municipais
7439/2020 e 7457/2020, alcançar o serviço público postal, sobretudo para inviabilizar, sem
justificativa, o serviço público essencial”; (12) “os Decretos Municipais 7439/2020 e
7457/2020, incorreram em nítida afronta à repartição de competência, em patente violação
ao art. 21, inc. X, e ao art. 22, inc. V, da CF ”; e (13) o Decreto Federal n° 10.282, de 20 de

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março de 2020, expedido com esteio na Lei n° 13.979/2020 (art. 3°, §9°), deixou
incontroverso o caráter ESSENCIAL da prestação do serviço público postal.

O pedido liminar foi indeferido (ID 299689849).

A impetrante opôs embargos de declaração em face da decisão de ID


299689849, que foram rejeitados (ID 357656859).

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A Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos informou a interposição de
agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a tutela provisória (ID 393294499).

É o sucinto relatório. Segue manifestação ministerial.

A questão de fundo do presente mandamus consiste em verificar se a Empresa

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de Correios e Telégrafos tem direito líquido e certo a prestar serviço público essencial
independentemente do cumprimento dos Decretos Municipais 7.439/2020 e 7.457/2020,
ambos da Prefeitura de Pires do Rio/GO, bem com a legalidade do Auto de Fiscalização
CKWJ002/2020 – Termo de Interdição.

Em 04/02/2020, foi publicada a Portaria nº 188, de 03 de fevereiro de 2020 do


Ministério da Saúde, que decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional
(ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV).

Em 07/02/2020, entrou em vigor a Lei nº 13.979/2020, que dispõe sobre as


medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019.

Por outro lado, considerando o teor da redação dada pela Medida Provisória nº
926/2020 ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020, foi ajuizada a Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 6.341, na qual o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por
unanimidade, confirmou o entendimento de que as medidas adotadas pelo Governo Federal
na Medida Provisória (MP) 926/2020 para o enfrentamento do novo coronavírus não afastam

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a competência concorrente nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos
estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

Posteriormente, o art. 3º, §9º da Lei nº 13.979/2020 passou a vigorar com a


seguinte redação:

§ 9º A adoção das medidas previstas neste artigo deverá resguardar o


abastecimento de produtos e o exercício e o funcionamento de serviços

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públicos e de atividades essenciais, assim definidos em decreto da
respectiva autoridade federativa. (Incluído pela Lei nº 14.035, de 2020)

Além disso, o art. 23, inciso II, da Constituição Federal estabelece que é
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “cuidar da
saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”.

Assim, nota-se que o Município de Pires do Rio detém competência para editar

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os Decretos nº 7.439/2020 e nº 7.457/2020. Dessa forma, cumpre verificar se houve
ilegalidade ou abuso de poder nas medidas impostas à impetrante.

O art. 4º do Decreto nº 7.439/2020 (ID 298578894) tornou obrigatório aos


estabelecimentos de grande fluxo de pessoas a implantação de barreiras sanitárias, o uso de
aferidor de temperatura (termômetro) e de álcool gel e a exigência ao cliente de utilização de
máscara ao entrar no estabelecimento.

Por sua vez, o art. 3º do Decreto nº 7.457/2020 (ID 298578892) estabeleceu as


seguintes regras:

I – As Agências bancárias, Correios e Agências Lotéricas, deverão


disponibilizar no mínimo um funcionário, equipado com EPI –
Equipamento de Proteção Individual -, para realizar o efetivo controle das
filas dentro e fora dos estabelecimentos, garantindo a distância mínima entre
as pessoas, para que se evitem aglomerações. Esse mesmo funcionário
deverá promover a higienização dos clientes com utilização
preferencialmente de álcool em gel 70% (setenta por cento);

II - As Agências bancárias, Correios e Agências Lotéricas, além das

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medidas de que trata o inciso anterior, como medida de controle sanitário,
deverão ainda, higienizar, quando do início das atividades e a cada uma
hora, durante o período de funcionamento, as superfícies de toque de acesso
aos clientes e funcionários (cadeiras, bancadas, mesas, caixas eletrônicos
(bancos), bebedouros, portas, maçanetas, etc..), preferencialmente com
álcool em gel 70% (setenta por cento).

No presente caso, a Agência dos Correios de Pires do Rio recebeu, em


22/07/2020, o Auto de Fiscalização nº 07/2020, notificando-a do descumprimento das
determinações legislativas de combate ao coronavírus e fixando o prazo de 72 (setenta e

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duas) horas para cumprimento, sob pena de multa (ID 298586347).

Em 29/07/2020, a impetrante recebeu o Auto de Infração LT/G 01 por


descumprimento das normas sanitárias previstas nos decretos estaduais e municipais, no qual
foi aplicada a multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e estipulado o prazo de 20
(vinte) dias para defesa, sob pena de interdição do estabelecimento (ID 298586351).

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Em 04/08/2020, foi expedido o Auto de Fiscalização CKWJ002/2020 – Termo
de Interdição, que determinou a interdição parcial da empresa impetrante “quanto ao
atendimento presencial aos usuários na Agência, sem prejuízo ao serviço interno e ao serviço
de entregas” e concedeu o prazo de 20 (vinte) dias para interposição de recurso ao
Departamento da Receita Municipal ou cumprimento das exigências sanitárias
preestabelecidas.

É notável que a prestação dos serviços postais é considerada atividade


essencial indispensável ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, conforme
dispõe o art. 3º, inciso XXI, do o Decreto nº 10.282, de 20/03/2020. Todavia, a essencialidade
do serviço não exime a impetrante da obrigatoriedade do cumprimento das medidas sanitárias
para a redução da transmissibilidade do coronavírus.

Nesse contexto, o Ministério da Saúde frisou a necessidade premente de


envidar todos os esforços em reduzir a transmissibilidade e oportunizar manejo adequado dos
casos leves na rede de atenção primária à saúde e dos casos graves na rede de
urgência/emergência e hospitalar (Portaria nº 454, de 20/03/2020).

Assim, as medidas de prevenção à COVID-19 decretadas pela Prefeitura de

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Pires do Rio nos Decretos nº 7.439/2020 e nº 7.457/2020 estão compreendidas nas diligências
cautelares previstas no regulamento legal federal, cabendo à impetrante os ajustes necessários
para o cumprimento das normas preventivas.

É importante ressaltar que a emergência em saúde pública ocasionada pela


transmissão do coronavírus exige de todos os entes federativos, em todas as esferas de poder,
a conjunção de esforços para a adoção de medidas necessárias ao combate à pandemia, o que
inclui a rigorosa fiscalização de estabelecimentos.

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Por outro lado, verifica-se que em 29/07/2020, a parte autora foi cientificada
do Auto de Infração LT/G 01, que fixou o prazo de 20 (vinte) dias para apresentação de
defesa, sob pena de interdição (ID 298586351), no entanto, em 04/08/2020 a impetrada
decidiu interditar a agência por descumprimento do Decreto nº 7.457/2020 e do Auto de
Fiscalização emitido em 21/07/2020 (ID 298586356). Ocorre que o Auto de Fiscalização nº
07/2020, de 21/07/2020, fixou o prazo de 72 (setenta e duas) horas para cumprimento, sob
pena de multa, não mencionando possível interdição, o que foi citado no Auto de Infração

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LT/G 01, de 29/07/2020.

Ao que se evidencia, a Prefeitura de Pires do Rio não observou o prazo de 20


(vinte) dias concedidos à defesa da impetrante antes de expedir o Termo de Interdição.
Assim, o MPF entende que o referido prazo deve ser considerado, em observância ao
princípio do devido processo no âmbito administrativo.

Ante o exposto, o Ministério Público Federal manifesta-se pela concessão


parcial da segurança apenas para que seja observado o prazo de 20 (vinte) dias para a defesa
da impetrante, nos termos do Auto de Infração LT/G 01, de 29/07/2020 (ID 298586351).

Goiânia, data da assinatura eletrônica.

Viviane Vieira de Araújo


Procuradora da República

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