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Capítulo 14 – Ondas

• Onda é uma perturbação ou distúrbio transmitido através do vácuo ou de


um meio material.
• Apesar de diferentes, todas as ondas possuem a capacidade de transmitir
energia de um ponto a outro, sem depender do transporte de matéria.
• Cada tipo de onda pode ser caracterizado pela variação de uma ou mais
variáveis físicas que oscilam conforme a onda se propaga pelo espaço.

Ø ondas oceânicas - amplitude da água


Ø ondas sonoras - pressão do ar
Ø ondas de rádio - campo eletromagnético
Ø ondas numa corda - amplitude da corda
Ø ondas numa mola - densidade de gomos
Ø ondas luminosas - campo eletromagnético

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Capítulo 14 – Ondas

Ondas sonoras no ar

Ondas oceânicas
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Capítulo 14 – Ondas

https://www.youtube.com/watch?v=gPy2DHHnlqQ
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Capítulo 14 – Classificação das Ondas
• Com relação ao tipo, as ondas podem ser mecânicas ou não-mecânicas.
• Ondas mecânicas são aquelas que se propagam em meios materiais
elásticos ou deformáveis como ar, água, cordas, molas, etc.
Ø elas se originam de uma perturbação numa região e, graças às
propriedades elásticas do meio, esta perturbação é transmitida
sucessivamente.
Ø ao serem atingidas pela perturbação, as partículas do meio vibram
somente ao redor de sua posição de equilíbrio, sem se deslocar juntamente
com a onda.
• Ondas não-mecânicas são aquelas que não necessitam de um meio
material para se propagar.
Ø todas as ondas eletromagnéticas, como ondas de rádio, de televisão e até
a luz são ondas não-mecânicas que podem se propagar pelo espaço sideral
praticamente vazio e chegar até nós.

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas
• Com relação à sua propagação, as ondas podem ser classificadas em
transversais ou longitudinais
Ø se a direção da perturbação for
perpendicular à direção de
propagação da onda, tem-se uma
onda transversal.
Ø neste caso as partículas do meio
vibram perpendicularmente à
direção de propagação
Ø Exemplos:
. ondas oceânicas
. ondas eletromagnéticas
. ondas em cordas

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas
• Com relação à sua propagação, as ondas podem ser classificadas em
transversais ou longitudinais
Ø se a direção da perturbação for paralela à direção de propagação da onda,
tem-se uma onda longitudinal.
Ø neste caso as partículas do meio vibram paralelamente à direção de
propagação

Ø Exemplos:
. ondas sonoras
. ondas em molas
. ondas de choque

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas

https://www.youtube.com/watch?v=EzfVyVlnl1U

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas
• Com relação à sua duração, as ondas podem ser classificadas como um
pulso, um trem de ondas ou sucessão contínua de ondas
• Um pulso corresponde a propagação de uma única perturbação (e.g. uma
explosão) enquanto um trem de ondas corresponde a propagação de uma
sequência de perturbações feitas uma atrás da outra (e.g. um terremoto)
Ø a perturbação do pulso e do trem de ondas tem uma extensão limitada
Ø exemplos: um flash luminoso ou uma onda de choque ou algumas
sacudidas em um corda e um conjunto de ondas do mar geradas por uma
ventania, furacão ou terremoto.
• Uma sucessão contínua de ondas é o resultado de uma perturbação
periódica (e contínua) que permeia todo o meio de propagação da onda
(depois de algum tempo).
Ø exemplo: fontes luminosas e o som produzido por instrumentos de corda
ou de sopro

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas
• Com relação ao modo de oscilação, as ondas podem ser progressivas ou
estacionárias
• Ondas progressivas são aquelas onde cada partícula do meio oscila com a
mesma amplitude conforme a perturbação passa por ela
Ø nestes casos há um deslocamento visível da perturbação conforme ela se
move.
Ø exemplo: ondas oceânicas, ondas sonoras no ar
• Ondas estacionárias são aquelas onde a amplitude de cada ponto do meio
é fixa, podendo ser zero em alguns pontos (chamados nós) e máxima em
outros pontos (chamados ventres)
Ø nestes casos não a perturbação parece estar imóvel, dando a impressão
de um onda congelada
Ø exemplo: ondas de pressão em uma flauta

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Capítulo 14 – Classificação das Ondas

https://www.youtube.com/watch?v=jplFqvqW6V8

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Capítulo 14 – Superposição de Ondas
• Quando duas ou mais ondas se cruzam numa mesma região (ou ponto) do
espaço, a perturbação resultante é igual à soma das perturbações oriundas
de cada onda. Este resultado é chamado de princípio da superposição.
• O efeito combinado de duas ou mais ondas ao longo do espaço é chamado
de interferência. Este fenômeno é exclusivo do movimento ondulatório.
Ø nos pontos onde o efeito de superposição das ondas gera uma amplitude
superior à amplitude das ondas originais, ocorre interferência construtiva.
Ø nos pontos onde o efeito de superposição das ondas gera uma amplitude
inferior à amplitude das ondas originais (podendo até mesmo ocorrer
anulação total da onda) ocorre interferência destrutiva.

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Capítulo 14 – Superposição de Ondas

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Capítulo 14 – Superposição de Ondas

https://youtu.be/Iuv6hY6zsd0?t=279

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Capítulo 14 – Superposição de Ondas

https://youtu.be/sEjgaDO_cG4?t=66

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Capítulo 14 – Onda harmônica simples
• O modelo mais simples de onda, chamado de onda harmônica simples é
formada por uma sucessão contínua de ondas, cuja forma pode ser descrita
matematicamente pela função seno (como as ondas geradas em uma corda).
Ø por isso também são chamadas de ondas senoidais.
v

Ø para estas ondas podemos definir:


.amplitude (A): deslocamento vertical máximo da onda a partir do equilíbrio.
.comprimento de onda (λ): distância entre dois máximos (ou mínimos)
consecutivos, contendo um ciclo completo da onda.
.velocidade (v): velocidade horizontal com que os pulsos da onda se
deslocam no meio.
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Capítulo 14 – Onda harmônica simples
• Baseado nas grandezas fundamentais definidas anteriormente, pode-se
calcular as seguintes grandezas adicionais:
.período (T): o tempo necessário para a onda percorrer uma distância igual
ao seu comprimento de onda (λ):
l
d = v.t ® l = v.T ® T= (s)
v
Ø o período também é tempo necessário para um ponto qualquer do meio
de propagação completar um ciclo inteiro.

.frequência (f): o número de comprimentos de onda que atravessam um


ponto por segundo:
1 v
f = = ( s -1 = Hz )
T l

Ø a frequência é também o número de oscilações ou de ciclos desta onda


que são gerados por segundo.

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Capítulo 14 – Onda harmônica simples
Ø o deslocamento vertical (y) de uma onda senoidal congelada (sem se
mover) é descrito por:

2p æ 2p ö
y = A.senq , porém q = x ® y = A.senç x÷
l è l ø
l ( m) ® 2p rad
x ( m) ® q rad

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Capítulo 14 – Onda harmônica simples
Ø para uma onda que está se
propagando para a direita com
velocidade v, sua posição x deve ser
corrigida da distância percorrida por
ela após um tempo t :
2𝜋 2𝜋
𝑦 = 𝐴. sin 𝑥 − 𝑣𝑡 = 𝐴. sin 𝑥 − 2𝜋𝑓𝑡
𝜆 𝜆

Ø para simplificar a equação definimos duas grandezas:


2p
.número de onda (k): k = .frequência angular (w): w = 2p f
l

Ø e finalmente chegamos na equação de onda para uma onda viajando com


velocidade v:

. para a direita: . para a esquerda:

y = A.sen (k .x - w.t ) y = A.sen (k .x + w.t )

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Capítulo 14 – Onda harmônica simples

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos
• Um meio elástico é constituído de um material que tende a preservar sua
forma e volume contra as forças externas.
Ø Isso ocorre devido a presença de forças restauradoras entre as moléculas
do material que tendem a retorná-lo à sua condição inicial após a remoção
das forças externas.
Ø A elasticidade de um material é normalmente definida através do módulo
volumétrico (B) (para fluidos) ou do módulo de Young (Y) (para sólidos):

B=
F/A
ΔV/V
( )
N
m2
, Y=
F/A
ΔL/L
( )
N
m2

onde F representa a força aplicada, A representa a área de aplicação da força,


ΔV/V a variação do volume (no caso de um líquido) e ΔL/L a variação do
comprimento (no caso de um sólido)
Ø ambas grandezas medem a tendência de um corpo em manter seu próprio
volume/comprimento na presença de forças externas

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos
• No geral, a velocidade de propagação das ondas em um meio dependem
apenas das características elásticas e da densidade do meio, conforme mostra
as relações abaixo:
Ø ondas longitudinais Ø ondas longitudinais Ø ondas transversais
(fluido) (sólido) (corda)

v=
B
r
()
m
s
v=
Y
r
()m
s
v=
T
µ
()
m
s

onde T representa a tensão na corda, µ = m/L representa sua densidade linear


e ρ representa a densidade em um sólido ou fluido.
Ø apesar da velocidade das ondas no meio variarem com a condição do
meio (temperatura, pressão, densidade, etc.), elas não possuem nenhuma
dependência com as propriedades da onda (frequência, comprimento de
onda, etc.).

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos

https://youtu.be/q9ezMbDpIHI
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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos
• Quando um meio é considerado não-dispersivo a velocidade (e forma) da
onda é constante ao longo de todo o meio. Assim, independentemente da
fonte, qualquer onda em propagação neste meio apresentará uma relação
entre seu comprimento de onda e frequência deda pela relação:
v = cte = f .l (em um mesmo meio)
Ø Por exemplo, a velocidade do som no ar (a 20 ºC) é de 344 m/s. Este valor
não depende da frequência do som (infrassom, ultrassom ou som audível).

• Entretanto, quando uma onda troca de meios, sua velocidade e seu


comprimento de onda se alteraram de forma a manter a frequência da onda
constante:
f = cte = v / l (ao mudar de meio)

Ø a frequência de uma onda só depende de sua fonte e nunca se altera


conforme ela se propaga

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos

https://www.youtube.com/watch?v=jplFqvqW6V8

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Capítulo 14 – Propagação em meios elásticos
• Quando um meio é considerado dispersivo, a forma e/ou velocidade da
onda se alteram ao longo da propagação. Neste caso diz-se que onda sofreu
dispersão.
Ø ondas transversais na superfície da água (ondas oceânicas) e ondas
eletromagnéticas em meios densos (p.e. água ou vidro) são exemplos de
casos onde ocorre dispersão
Ø Nestes casos, ondas com diferentes comprimentos de onda se propagam
com diferentes velocidades ao longo do meio (i.e. a velocidade de propagação
não é constante).

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier
• O Teorema de Fourier fornece a base matemática para se estudar
qualquer forma de onda como uma superposição de várias ondas, possuindo
diferentes amplitudes e comprimentos de onda.
Ø cada onda individual é chamada de componente de Fourier
Ø a soma de todas as componentes de Fourier propagando no mesmo meio
da origem a uma onda complexa

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier
Ø A velocidade de propagação deste meio é de 12 m/s. Com base no
comprimento de onda de cada componente de Fourier (λ1=5.00 cm, λ2=1,67
cm e λ3=1,00 cm) pode-se calcular suas frequências:
v 12 v 12 v 12
f1 = = = 240 Hz , f2 = = = 720 Hz , f3 = = = 1200 Hz
l1 0,05 l2 0,0167 l3 0,01

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier
Ø Sabendo-se também as amplitudes de cada componente (A1=1.5 cm,
A2=0.5 cm e A3=0.5 cm), pode-se representar esta onda complexa a partir do
espectro de frequências de Fourier:

Ø A decomposição de uma onda


complexa em suas componentes de
Fourier é chamada de análise de
Fourier.
Ø Feita por computador
Ø Aplicações no estudo das ondas
cerebrais, dos batimentos cardíacos,
no estudo do timbre da voz, etc.

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier
• As ondas complexas podem ser periódicas, tendo uma forma que se
repete a cada comprimento de onda (λfund = v/ffund) ou aperiódicas cuja forma
não se repete nunca.
Ø Uma onda complexa periódica se repetirá se todas suas componentes
forem um múltiplo de uma certa frequência mais baixa, chamada frequência
fundamental. Neste caso dizemos que o espectro de frequências da onda
complexa constitui uma sequência harmônica.
Ø A frequência fundamental é calculada tomando-se o máximo divisor
comum entre as frequências de cada componente de Fourier.
Ø Para a onda complexa apresentada (f1=240Hz, f2=720Hz, f3=1200Hz) a
frequência fundamental encontrada é de ffund = 240 Hz e a sequência
harmônica é constituída por componentes de frequência: ffund , 3.ffund e 5.ffund

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier

https://www.youtube.com/watch?v=ZRZIz81nXo4&t=1m51s

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Capítulo 14 – Teorema de Fourier

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Capítulo 14 – Transporte de energia
• Em uma onda progressiva, cada ponto do meio (p.e. uma corda) transmite
a vibração da perturbação ao ponto seguinte, e assim sucessivamente. Desta
forma a transmissão de energia em uma onda progressiva ocorre no sentido
de propagação.
Ø Se a corda oscilar no vácuo, não haverá perda de energia para o ambiente
ao seu redor, mas caso ela esteja no ar ou na água haverá perda de energia
para o meio ambiente levando a um amortecimento (diminuição) contínuo
de sua amplitude até cessar a oscilação completamente.
• No caso de ondas estacionárias, não há transmissão de energia ao longo
da corda já que os pontos nodais (os nós) permanecem sempre em repouso,
impedindo assim a transmissão de energia em ambas direções.
Ø Neste caso a energia permanece estacionária na corda, alternando-se, em
cada ponto, entre energia potencial elástica e energia cinética.
Ø Também pode haver amortecimento em ondas estacionárias.

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Capítulo 14 – Transporte de energia
• Quando não há amortecimento, a intensidade (I) de uma onda progressiva
harmônica (ou senoidal) é igual a potência transmitida (P) dividida pela área
superficial perpendicular à direção de propagação (AS).
P 1
I= = ρ v w2 A2
AS 2
onde ρ e v representam a densidade e velocidade de propagação do meio e
onde f e A representam a frequência e amplitude da onda.
Ø Para uma fonte puntiforme, que emite ondas uniformemente em todas as
direções, pode-se substituir a área superficial AS pela área de uma esfera.
Neste caso, as intensidades observadas às distâncias d1 e d2 da fonte seriam:
P P
I1 = , I =
4p d12 4p d 22
2

Ø Dividindo-se uma intensidade pela outra obtemos:


I1 d 22
= 2
I 2 d1
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Capítulo 14 – Transporte de energia

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