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CAMETÁ-PARÁ
JANEIRO/2021
AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA X AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
RESUMO:
1
Graduanda do Curso de pedagogia 2018 da Universidade Federal do Pará
INTRODUÇÃO:
A palavra avaliação vem do latim a + valere que significa atribuir valor ao objeto
estudado, ou seja, avaliar é atribuir um juízo de valor a propriedade de um processo
para a averiguação da qualidade de seu resultado. Mas o que ainda vemos é a avaliação
como pautada na mensuração, aonde o ato de avaliar é meramente um instrumento
para medir o conhecimento dos alunos.
Luckesi fala que uso das notas são usadas para fundamentar a necessidade de
classificar os alunos, onde a maior ênfase é dada na comparação de desempenho e não
nos abjetivos a serem atingidos. O educando é classificado em inferior, médio e superior
em relação ao seu desempenho e muitas vezes fica preso nessa classificação e acaba
não conseguindo mostrar seu potencial.
Encarar a avaliação não como forma de constatar ou mensurar, mas sim como
forma de investigação, reflexão e verificação do funcionamento para fundamentar a
ação educativa. O professor deve ser perguntar como e por que os alunos compreendem
ou não certas noções, e isso é fundamental no ato avaliativo, pois possibilita que o
educador faça a analise do que o aluno já sabe e assim encaminha-lo para o que não
sabe.
Bem como Jussara Hoffmann fala o professor deve encarrar o erro como forma
de construção de conhecimento, o aluno formula e reformula suas hipóteses
relacionando com seu conhecimento empírico e a postura do professor frente a essas
alternativas construídas pelo aluno deve ser comprometida com a ideia de erro
construtivo, nessa concepção o que foi aprendido é um conhecimento a ser superado.
É preciso entender a avaliação educacional como meio e não fim, romper com a
ideia de terminalidade e que avaliar é somente testar, pois como vimos os testes não
abrangem o aluno como um todo, mas somente em parte, não acompanha o real
desenvolvimento do aluno. A avaliação deve ser entendida como um ato de ação,
reflexão e ação novamente, com caráter diagnostica, como forma de investigação,
reflexão e verificação do funcionamento para fundamentar a ação educativa.
ANÁLISE DA ENTREVISTA COM PROFESSORES:
A professora Egilena Silva que trabalha na E.M.E.F de Bom Jardim dando aula de
Letras respondeu que avaliação é:
Portanto a avaliação tem que ir muito além disso, além das notas e teste.
Entretanto, o sistema educacional pede resultados. A professora de letras disse o
seguinte: “Como o sistema propõe a obtenção de notas e/ou conceitos por aluno, a
escola propõe provas que são feitas a cada bimestre.” Ou seja, é adotado esse modelo
classificatório justamente por ter que apresentar resultados, porem acaba marcando e
rotulando os discentes.
“A explicação, parece-nos, encontra-se no fato de que o professor traduz
um modelo social, traduzido num modelo pedagógico, que reproduz a
distribuição social das pessoas: os que são considerados “bons”, “médios” e
“inferiores” no início de um processo de aprendizagem permanecerão nas
mesmas posições, no final.” (Luckesi 1995)
Os exames não contemplam os alunos, ao invés de qualificar e analisar o senso
crítico do aluno cria a dicotomia do bom e mal aluno. E a avaliação escolar acaba se
submetendo a reprodução da logica avaliativa inseridos em modelos tradicionais e
tecnicista. A avaliação não deve ser levada apenas como uma prova ou como um
momento de tensão e julgamento dos alunos, mas sim como um momento de análise
e reflexão, perceber os níveis de aprendizagem adquiridos nesse processo.
“Por isso, a avaliação é, tipo assim, uma forma de diagnosticar, né, um modo,
usando até um termo da medicina, diagnosticar como está o aluno e ao
mesmo tempo verificar o que se pode ser feito, né. Se eu não tô enganado
tem até um dos pensadores ai da educação, né, que fala da ação-reflexão-
ação, tipo assim, tu avalia, reflete e depois faz de novo uma nova avaliação,
podemos dizer assim, conforme as mudanças que julga necessária, então
avaliar, né, é tentar entender realmente o aluno.” (Professor Raniel Marques)
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Avaliar não se restringe somente a fazer provas e aplicar trabalhos, mas deve ser
uma forma de repensar e a pratica docente. A avaliação educacional deve cumprir o
papel diagnóstico para o crescimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Entrevista com a professora Egilena Silva da área de Letras da E.M.E.F. de Bom Jardim.
A entrevista foi feita via WhatsApp, onde foi solicitado que ela respondesse as seguintes
questões:
O que é avaliação?
Sua resposta foi a seguinte: “A avaliação é um processo continuo que permite
acompanhar o desempenho de ensino aprendizagem do aluno como também do
professor. É através da avaliação que podemos ter o feedback, isto é, se aluno estar
conseguindo avançar ou não e se a metodologia que o professor utiliza na sala de aula
está surtindo efeito positivo.”
Quais os procedimentos avaliativos?
Ela respondeu: “O primeiro procedimento é o diagnóstico, que deve ser imprescindível
no processo avaliativo, a avaliação diagnostica ocorre no início do ano letivo e permite
o professor analisar o desempenho inicial de cada aluno, a partir disso é necessário que
se faça uma avaliação formativa, outro procedimento importante no processo de
ensino-aprendizagem, o qual o professor planejará suas aulas de acordo com o nível de
sua turma, adequando suas metodologias e suportes para suprir as dificuldades
encontradas. Por fim, é necessário que se faça a avaliação somativa, aquela que permite
avaliar todo a processo de ensino-aprendizagem, por meio de dados obtidos no
diagnostico inicial e também durante a avaliação formativa. Como o sistema propõe a
obtenção de notas e/ou conceitos por aluno, a escola propõe provas que são feitas a
cada bimestre.”
Entrevista com o professor Raniel Marques que trabalha na E.M.E.F. Professor Joaquim
Basto, na ilha de Itanduba, dando aula de História e Estudos Amazônicos para o ensino
fundamental do 6 ao 9 ano. A entrevista foi realizada via WhatsApp, onde foram feitas
as mesmas perguntas.
“Vamos lá Rosi, tentando responder as perguntas. Essas é uma daquelas perguntas que
a gente sempre considera que é um assunto fácil, uma pergunta fácil, mas que a gente
nunca se colocou pra responder e quando a gente é questionado e que a gente a gente
vai tentar responder acaba se complicando aí a gente percebe que não é simples assim.”
“Eu uso também como forma de avaliação os trabalhos expositivos, os seminários e
junto disso eu trago produção de cartazes que não é simplesmente uma coisa
emblemática, né. Eu sempre uso, tipo assim, o cartaz tem que ter vários componentes
que vão fazer, no cartaz, ele ser uma ajuda ou simplesmente um enfeite, então, eu uso
alguns trabalhos em grupo, tipo assim, como se fosse uma atividade pratica, mas não
uso com tanta frequência, embora esta seja uma forma, assim, de avaliação que dá um
resultado, um retorno muito melhor, mas devido as condições que a gente tem em sala,
as escolas, faltas de alguns materiais, ai esse método se torna mais difícil de ser utilizado,
praticado, ok.”
“Esta segunda pergunta já é bem mais fácil, podemos dizer assim, pra mim. Eu uso como
métodos avaliativos o simulado, eu uso os trabalhos em grupo, os trabalhos individuais,
né, e nesses trabalhos eu, tipo assim, eu uso das questões objetivas e subjetivas, mas
com maior atenção pras questões subjetivas né, e também produção de texto, uma
produção de texto mesmo, as vezes com uma única questão, né, pra ver o
desenvolvimento dele, como é que tá. Uso também a parte da observação, né, tipo
assim, como é que o aluno está em sala, ele está se comportando bem, né, ele ta
demostrando interesse, poxa aquele aluno tá, assim, ele tá tendo dificuldade, ele tenta
fazer, mas não consegue acertar, ou seja, é algo importante, ele tá tentando, assim, ele
tem interesse, então isso aí eu uso como um critério de avaliação.”
“Eu tenho um caso bem interessante, assim, de um aluno. É que esse aluno tinha muita
dificuldade, mas ele se esforçava aí eu percebia o empenho dele. Ele trazia tá errado faz
lá de novo e ele fazia ta errado faz lá de novo, se fosse até três vezes ele fazia de e, tipo
assim, não desanimava. Quando chegou o final do ano, né, ele não completou a
pontuação que precisava, ele precisou de um e meio pra completar os quinhentos e eu
dei os quinhentos pra ele sem medo, porque eu vi que ele tinha interesse e que mesmo
com as dificuldades ele tinha possibilidade de evoluir e ele tinha evoluído, não em
grande escala, mas tinha evoluído.”
“Avaliação, pra mim, eu poderia dá uma definição, assim, como um diagnóstico, né, tipo
assim, diagnosticar a turma. Ela é um processo, eu encaro ela como um processo, né,
vendo a evolução dos alunos, por isso tem, é, quatro avaliações no ano, né, e também
pra avaliação ela tem o seu lado positivo e eu considero que tem seu lado negativo dela
também, como ela trata, quando ela pode ser, na verdade, excludente, né, e quando ela
se limita a apenas uma característica de avaliação.”
“Então, é, tipo assim, a avaliação ela pode, é, não pode ser entendida, assim, na minha
opinião, né, como o critério único e principal de evolução, pra observar a evolução, por
causa que, eu posso dizer assim, nem sempre o que a avaliação vai determinar, que é
através da nota é o que a gente observa do aluno durante as aulas, durante as produções
das atividades, né, não é o que a gente observa na questão do crescimento,
amadurecimento do emocional do aluno né, da participação dele e ai por isso a avaliação
naquela forma seca de simulado, né, principalmente, ela pode ser, assim, bem
excludente e generalizante.”
“Por isso, a avaliação é, tipo assim, uma forma de diagnosticar, né, um modo, usando
até um termo da medicina, diagnosticar como está o aluno e ao mesmo tempo verificar
o que se pode ser feito, né. Se eu não tô enganado tem até um dos pensadores ai da
educação, né, que fala da ação-reflexão-ação, tipo assim, tu avalia, reflete e depois faz
de novo uma nova avaliação, podemos dizer assim, conforme as mudanças que julga
necessária, então avaliar, né, é tentar entender realmente o aluno, mas pra que se tenha
uma avaliação, vamos dizer assim, que posso oferecer, né, uma visão, assim, bem mais
ampla é necessário entender ela de diversas formas, né, de diversos comportamentos
do aluno que a gente tem, avaliação das atividades extra classe, atividade em classe,
atividade em grupo, né, comportamento do próprio aluno e ai também claro que essa
parte da nota individual interessa também bastante.”