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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS-CAMETÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO

ROSIANE CARDOSO ESTUMANO

Artigo apresentado como requisito avaliativo a


disciplina Avaliação Educacional, orientada e
ministrada pelo prof. dr. Egídio Martins; prof. me.
Fred Júnior Costa Alfaia; prof. dr. José Domingos
Fernandes Barra.

CAMETÁ-PARÁ
JANEIRO/2021
AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA X AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Rosiane Cardoso Estumano 1

RESUMO:

A avaliação educacional deve ser um processo diagnostico e de acompanhamento do


desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem do aluno. Este artigo ter por objetivo
apresentar as problemáticas relacionadas a questão da avaliação escolar bem como nos levar a
refletir sobre o ato de avaliar. Avaliação com caráter classificatório não contribui em nada no
desenvolvimento do aluno é preciso superar este processo e adotar a avaliação como
diagnóstico. O artigo tem caráter bibliográfico e pesquisa de campo, entrevista realizada via
WhatsApp com dois professores da rede pública de ensino. Para embasamento do referencial
teórico buscou-se subsídios de Cipriano Luckesi e Jussara Hoffmann. Finalmente pode-se
concluir que os educadores devem tentar conhecer o aluno como um todo, levando em conta
suas dificuldades e necessidades, como também devem utilizar a avaliação diagnóstica como
forma de refletir e repensar as suas práticas pedagógicas de forma a atender as necessidades
dos alunos e assim contribuir para o processo de ensino e aprendizagem do mesmo.

Palavras-chave: Avaliação Classificatória. Avaliação Diagnóstica. Educação.

1
Graduanda do Curso de pedagogia 2018 da Universidade Federal do Pará
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho, intitulado como avaliação classificatória X avaliação


diagnóstica, tem por objetivo geral fazer questionamentos sobre a avaliação
educacional, nos levando a refletir sobre o ato de avaliar bem como os objetivos
específicos são identificar as problemáticas referentes a avaliação educacional, mostrar
a inadequação do ato de avaliar como mensuração e classificação e compreender a
avaliação educacional como diagnostica.

Avaliação educacional enquanto ato de medir só prejudicar o aluno por apenas


o classificar entre bom, médio e ruim, não está preocupada com a aprendizagem do
aluno e não consegue abranger o educando como um todo, ou seja, sua real capacidade
e seu desenvolvimento, por isso é preciso romper com essa ideia e adotar uma avaliação
que contribuía realmente com o processo de ensino e aprendizagem do aluno.

Este artigo tem por metodologia pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo,


aonde foi realizado uma entrevista estruturada com dois professores da rede pública: A
professora Egilena Silva da E.M.E.F. de Bom jardim que trabalha com a área de letras e
o professor Raniel Marques da E.M.E.F. Joaquim Bastos da ilha de Itanduba, ministra
aulas de História e Estudos Amazônicos para o ensino fundamental do 6 ao 9 ano. Vale
ressaltar que devida a pandemia do Covid19 as entrevistas foram feias via WhatsApp. O
conteúdo das entrevistas será analisado em um subtópico especifico.

A análise de conteúdo se define como um “conjunto de técnicas de


analise das comunicações” (qualitativos ou não) que aposta no rigor
do método como forma de não se perder na heterogeneidade de seu
objeto, visa obter, procedimentos, sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens, indicadores e conhecimentos
relativos às condições de variáveis inferidas na mensagem. (BARDIN,
1977, p. 31)

Esta pesquisa visa proporcionar ainda contribuições teóricas necessárias aos


educadores que pretendem modificar o fazer pedagógico quanto à avaliação no dia-a-
dia em sala de aula, pois se sabe que a prática da avaliação tem sido causa permanente
de conflitos diante da questão de julgar o aluno.
O artigo se estruturará em duas sessões. A primeira intitulada “Por uma avaliação
diagnóstica e não classificatória” e a segunda sessão intitulada “Analise das entrevistas
com os professores”.

POR UMA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E NÃO CLASSIFICATÓRIA

A palavra avaliação vem do latim a + valere que significa atribuir valor ao objeto
estudado, ou seja, avaliar é atribuir um juízo de valor a propriedade de um processo
para a averiguação da qualidade de seu resultado. Mas o que ainda vemos é a avaliação
como pautada na mensuração, aonde o ato de avaliar é meramente um instrumento
para medir o conhecimento dos alunos.

No dicionário Aurélio avaliação é: “determinar o valor ou valia de; apreciar o


merecimento de; reconhecer a força de; fazer ideia de; estimar; ajuizar; calcular.” Nesse
sentido avaliar é a coleta de dados e informações adquiridos por variados meios de
verificação, para saber se os objetivos foram atingidos. E mesmo que ela implique
alguma forma de medição a avaliação vai muito além de medição ou qualificação.

Luckesi fala que uso das notas são usadas para fundamentar a necessidade de
classificar os alunos, onde a maior ênfase é dada na comparação de desempenho e não
nos abjetivos a serem atingidos. O educando é classificado em inferior, médio e superior
em relação ao seu desempenho e muitas vezes fica preso nessa classificação e acaba
não conseguindo mostrar seu potencial.

A avaliação classificatória está preocupada em apenas classificar o aluno,


favorecendo a exclusão dentro da escola. Dentro desse contexto a avaliação
classificatória não serve para repensar os conteúdos ensinados, mas para classificar os
alunos marcando sua vida. “Dessa forma, o ato de avaliar não serve como pausa para
pensar a prática e retornar a ela, mas sim como meio de julgar a prática e torná-la
estratificada.” (Luckesi 1995)

O ato de avaliar como atribuição de notas reduz a avaliação a mera atividade de


elaborar e aplicar instrumentos de medida, como as provas e exames. Outro equivoco é
utilizar a avaliação para recompensar ou punir o aluno por seus comportamentos, onde
a nota é dada ou tirada conforme seu comportamento. “Vale a gana autoritária do
professor que, com isso, pode aprovar incompetentes e reprovar competentes; com
isso, pode agradar “os queridos” e reprimir e sujeitar os irrequietos e “malqueridos”. A
avaliação, aqui, ganha os foros do direito de premiar ou castigar dentro do ritual
pedagógico.” (Luckesi 1995). O professor deve estimular o aprendizado e não intimidar
com tirar nota.

Transformar a avaliação significa questionar a educação desde duas concepções,


significar redefinir conceitos e praticas docentes. A avaliação só deixará de ser
autoritária se o modelo de educação e concepções teóricos práticos deixarem de ser
autoritários. Como sabemos a educação não se dá num vazio conceitual, ela está
pautada num modelo de educação que pressupõe um modelo de sociedade e de
homem. Luckesi diz: “Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem se dará
num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e
educação, traduzido em pratica pedagógica.” (Luckesi 1995).

Além disso muitos professores acabam utilizado a avaliação de forma ingênua e


inconsciente, então, para que possamos romper que esse modelo de educação que tem
a avaliação como mecanismo de conservação e reprodução da sociedade, aonde serve
como um mero instrumento de classificação e atribuição de notas e preciso que o
professor primeiramente assuma um posicionamento claro e explicito,
preferencialmente um posicionamento que vá contra o modelo de educação tradicional
conservador, bem como ele precisa se conscientiza do seu posicionamento e praticar
essa conscientização assim como Luckesi nos afirma: “Não basta saber que “dever ser
assim”; é preciso fazer com que as coisas “sejam assim”. E por fim resgatar o verdadeiro
significado da avaliação.

É preciso adotar a avaliação como diagnóstico, uma avaliação mediadora. A


avaliação diagnóstica tem por fim determinar a presença ou não de conhecimentos e
habilidades, buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de
aprendizagem. Permite averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem.
Luckesi é um dos defensores da avaliação como instrumento norteador de diagnóstico,
uma vez que considera que “[...] a avaliação terá que ser o instrumento de
reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem
perseguidos”. (LUCKESI, 1997, p. 43).

Encarar a avaliação não como forma de constatar ou mensurar, mas sim como
forma de investigação, reflexão e verificação do funcionamento para fundamentar a
ação educativa. O professor deve ser perguntar como e por que os alunos compreendem
ou não certas noções, e isso é fundamental no ato avaliativo, pois possibilita que o
educador faça a analise do que o aluno já sabe e assim encaminha-lo para o que não
sabe.

Para que possamos analisar numa perspectiva mediadora é preciso negar a


pratica atual de terminalidade, de acertos e erros e situa-la no contexto de uma
pedagogia libertadora e construtivista.

Bem como Jussara Hoffmann fala o professor deve encarrar o erro como forma
de construção de conhecimento, o aluno formula e reformula suas hipóteses
relacionando com seu conhecimento empírico e a postura do professor frente a essas
alternativas construídas pelo aluno deve ser comprometida com a ideia de erro
construtivo, nessa concepção o que foi aprendido é um conhecimento a ser superado.

Deve se desvincular a avaliação da concepção de certo/errado, e passa a vê-la


como ato de investigação e reflexão, como forma de reorganização do saber, a avaliação
mediadora é movimento, ela se faz presente entre a etapa de construção de
conhecimento do aluno e a etapa de produção possível. Esse movimento é a passagem
de um nível a outro e é provocado por meio do diálogo e desafio de superação.

É preciso entender a avaliação educacional como meio e não fim, romper com a
ideia de terminalidade e que avaliar é somente testar, pois como vimos os testes não
abrangem o aluno como um todo, mas somente em parte, não acompanha o real
desenvolvimento do aluno. A avaliação deve ser entendida como um ato de ação,
reflexão e ação novamente, com caráter diagnostica, como forma de investigação,
reflexão e verificação do funcionamento para fundamentar a ação educativa.
ANÁLISE DA ENTREVISTA COM PROFESSORES:

A professora Egilena Silva que trabalha na E.M.E.F de Bom Jardim dando aula de
Letras respondeu que avaliação é:

“A avaliação é um processo continuo que permite acompanhar o


desempenho de ensino aprendizagem do aluno como também do professor.
É através da avaliação que podemos ter o feedback, isto é, se aluno estar
conseguindo avançar ou não e se a metodologia que o professor utiliza na
sala de aula está surtindo efeito positivo.”

Então, a avaliação é uma forma de saber como está a evolução do aluno no


processo de ensino e aprendizagem, de acompanhar o desenvolvimento do educando,
através da avaliação podemos ter noção se a metodologia adotada está ou não
contribuindo para a aprendizagem do aluno nos possibilitando, assim, fazer uma
reflexão sobre a pratica docente adota e, se preciso, reformula-la para melhor atender
as necessidades dos alunos.
Como observamos anteriormente a avaliação pautada em testes, provas, notas,
enfim nos métodos de mensuração do conhecimento, são subjetivos e artificiais por não
conseguirem abranger o aluno em todo o seu processo de aprendizagem, por não
conseguirem abranger realmente a capacidade do aluno e o que ele realmente sabe. O
Professor Raniel Marques da E.M.E.F Joaquim Bastos da ilha de Itanduba fala:
“Então, é, tipo assim, a avaliação ela não pode ser entendida, assim, na minha
opinião, né, como o critério único e principal de evolução, pra observar a
evolução, por causa que, eu posso dizer assim, nem sempre o que a avaliação
vai determinar, que é através da nota é o que a gente observa do aluno
durante as aulas, durante as produções das atividades, né, não é o que a
gente observa na questão do crescimento, amadurecimento do emocional do
aluno né, da participação dele e ai por isso a avaliação naquela forma seca de
simulado, né, principalmente, ela pode ser, assim, bem excludente e
generalizante.”

Portanto a avaliação tem que ir muito além disso, além das notas e teste.
Entretanto, o sistema educacional pede resultados. A professora de letras disse o
seguinte: “Como o sistema propõe a obtenção de notas e/ou conceitos por aluno, a
escola propõe provas que são feitas a cada bimestre.” Ou seja, é adotado esse modelo
classificatório justamente por ter que apresentar resultados, porem acaba marcando e
rotulando os discentes.
“A explicação, parece-nos, encontra-se no fato de que o professor traduz
um modelo social, traduzido num modelo pedagógico, que reproduz a
distribuição social das pessoas: os que são considerados “bons”, “médios” e
“inferiores” no início de um processo de aprendizagem permanecerão nas
mesmas posições, no final.” (Luckesi 1995)
Os exames não contemplam os alunos, ao invés de qualificar e analisar o senso
crítico do aluno cria a dicotomia do bom e mal aluno. E a avaliação escolar acaba se
submetendo a reprodução da logica avaliativa inseridos em modelos tradicionais e
tecnicista. A avaliação não deve ser levada apenas como uma prova ou como um
momento de tensão e julgamento dos alunos, mas sim como um momento de análise
e reflexão, perceber os níveis de aprendizagem adquiridos nesse processo.
“Por isso, a avaliação é, tipo assim, uma forma de diagnosticar, né, um modo,
usando até um termo da medicina, diagnosticar como está o aluno e ao
mesmo tempo verificar o que se pode ser feito, né. Se eu não tô enganado
tem até um dos pensadores ai da educação, né, que fala da ação-reflexão-
ação, tipo assim, tu avalia, reflete e depois faz de novo uma nova avaliação,
podemos dizer assim, conforme as mudanças que julga necessária, então
avaliar, né, é tentar entender realmente o aluno.” (Professor Raniel Marques)

Então a avaliação educacional tem que ter um caráter diagnóstico, ser um


processo de conhecer o aluno, que possibilite o professor refletir sobre suas práticas
educacionais. A avaliação como um processo de agir, refletir sobre essa ação, ou seja, a
partir da avaliação diagnóstica, observar o que pode ser feito para atender as
necessidades dos alunos, se perguntar o aluno compreendeu ou por que esse aluno não
compreendeu, aonde posso mudar para melhor contribuir no processo de ensino
aprendizagem desse aluno, e a partir dessa reflexão agir novamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A avaliação é reflexo da educação que a escola valoriza. O professor se indaga a


quem ela beneficia, a quem interessa, a quem privilegia, quando ele se pergunta como
quer avaliar, desvela, assim, sua concepção de educação, homem e sociedade.
Infelizmente, ainda vemos escolas que utilizam a avaliação classificatória, aonde o que
mais importa é o produto, uma educação baseada na memorização de conteúdo. Mas
sabemos, esse sistema é falho, ocasionando mais prejuízos do que benefícios.

Avaliar não se restringe somente a fazer provas e aplicar trabalhos, mas deve ser
uma forma de repensar e a pratica docente. A avaliação educacional deve cumprir o
papel diagnóstico para o crescimento.

A avaliação enquanto mediação, concepção do erro construtivo, considerar que


o conhecimento reproduzido pelo aluno, num dado momento de sua vivencia é um
conhecimento em processo de superação, que a criança aprimora sua forma de pensar
o mundo à medida em que se depara com novas situações, novos desafios e formulam
suas hipóteses, não a verificação de acertos/erros.

Só conseguiremos acabar com o autoritarismo quando passarmos a olhar a


avaliação como possibilidade de mudança, transformar a pratica avaliativa em um
instrumento diagnostico para o crescimento do aluno, analisando a aprendizagem real,
bem como observando todo o processo de aprendizagem, o que garantirá o crescimento
da sua autonomia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARDIM, L. Analise de conteúdo. SP: Edições 70, 2011.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação, mito e desafio, uma perspectiva construtiva. 32


ed. Porto Alegre, Mediação,2003.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995
ANEXOS

Entrevista com a professora Egilena Silva da área de Letras da E.M.E.F. de Bom Jardim.
A entrevista foi feita via WhatsApp, onde foi solicitado que ela respondesse as seguintes
questões:
O que é avaliação?
Sua resposta foi a seguinte: “A avaliação é um processo continuo que permite
acompanhar o desempenho de ensino aprendizagem do aluno como também do
professor. É através da avaliação que podemos ter o feedback, isto é, se aluno estar
conseguindo avançar ou não e se a metodologia que o professor utiliza na sala de aula
está surtindo efeito positivo.”
Quais os procedimentos avaliativos?
Ela respondeu: “O primeiro procedimento é o diagnóstico, que deve ser imprescindível
no processo avaliativo, a avaliação diagnostica ocorre no início do ano letivo e permite
o professor analisar o desempenho inicial de cada aluno, a partir disso é necessário que
se faça uma avaliação formativa, outro procedimento importante no processo de
ensino-aprendizagem, o qual o professor planejará suas aulas de acordo com o nível de
sua turma, adequando suas metodologias e suportes para suprir as dificuldades
encontradas. Por fim, é necessário que se faça a avaliação somativa, aquela que permite
avaliar todo a processo de ensino-aprendizagem, por meio de dados obtidos no
diagnostico inicial e também durante a avaliação formativa. Como o sistema propõe a
obtenção de notas e/ou conceitos por aluno, a escola propõe provas que são feitas a
cada bimestre.”
Entrevista com o professor Raniel Marques que trabalha na E.M.E.F. Professor Joaquim
Basto, na ilha de Itanduba, dando aula de História e Estudos Amazônicos para o ensino
fundamental do 6 ao 9 ano. A entrevista foi realizada via WhatsApp, onde foram feitas
as mesmas perguntas.
“Vamos lá Rosi, tentando responder as perguntas. Essas é uma daquelas perguntas que
a gente sempre considera que é um assunto fácil, uma pergunta fácil, mas que a gente
nunca se colocou pra responder e quando a gente é questionado e que a gente a gente
vai tentar responder acaba se complicando aí a gente percebe que não é simples assim.”
“Eu uso também como forma de avaliação os trabalhos expositivos, os seminários e
junto disso eu trago produção de cartazes que não é simplesmente uma coisa
emblemática, né. Eu sempre uso, tipo assim, o cartaz tem que ter vários componentes
que vão fazer, no cartaz, ele ser uma ajuda ou simplesmente um enfeite, então, eu uso
alguns trabalhos em grupo, tipo assim, como se fosse uma atividade pratica, mas não
uso com tanta frequência, embora esta seja uma forma, assim, de avaliação que dá um
resultado, um retorno muito melhor, mas devido as condições que a gente tem em sala,
as escolas, faltas de alguns materiais, ai esse método se torna mais difícil de ser utilizado,
praticado, ok.”
“Esta segunda pergunta já é bem mais fácil, podemos dizer assim, pra mim. Eu uso como
métodos avaliativos o simulado, eu uso os trabalhos em grupo, os trabalhos individuais,
né, e nesses trabalhos eu, tipo assim, eu uso das questões objetivas e subjetivas, mas
com maior atenção pras questões subjetivas né, e também produção de texto, uma
produção de texto mesmo, as vezes com uma única questão, né, pra ver o
desenvolvimento dele, como é que tá. Uso também a parte da observação, né, tipo
assim, como é que o aluno está em sala, ele está se comportando bem, né, ele ta
demostrando interesse, poxa aquele aluno tá, assim, ele tá tendo dificuldade, ele tenta
fazer, mas não consegue acertar, ou seja, é algo importante, ele tá tentando, assim, ele
tem interesse, então isso aí eu uso como um critério de avaliação.”
“Eu tenho um caso bem interessante, assim, de um aluno. É que esse aluno tinha muita
dificuldade, mas ele se esforçava aí eu percebia o empenho dele. Ele trazia tá errado faz
lá de novo e ele fazia ta errado faz lá de novo, se fosse até três vezes ele fazia de e, tipo
assim, não desanimava. Quando chegou o final do ano, né, ele não completou a
pontuação que precisava, ele precisou de um e meio pra completar os quinhentos e eu
dei os quinhentos pra ele sem medo, porque eu vi que ele tinha interesse e que mesmo
com as dificuldades ele tinha possibilidade de evoluir e ele tinha evoluído, não em
grande escala, mas tinha evoluído.”
“Avaliação, pra mim, eu poderia dá uma definição, assim, como um diagnóstico, né, tipo
assim, diagnosticar a turma. Ela é um processo, eu encaro ela como um processo, né,
vendo a evolução dos alunos, por isso tem, é, quatro avaliações no ano, né, e também
pra avaliação ela tem o seu lado positivo e eu considero que tem seu lado negativo dela
também, como ela trata, quando ela pode ser, na verdade, excludente, né, e quando ela
se limita a apenas uma característica de avaliação.”
“Então, é, tipo assim, a avaliação ela pode, é, não pode ser entendida, assim, na minha
opinião, né, como o critério único e principal de evolução, pra observar a evolução, por
causa que, eu posso dizer assim, nem sempre o que a avaliação vai determinar, que é
através da nota é o que a gente observa do aluno durante as aulas, durante as produções
das atividades, né, não é o que a gente observa na questão do crescimento,
amadurecimento do emocional do aluno né, da participação dele e ai por isso a avaliação
naquela forma seca de simulado, né, principalmente, ela pode ser, assim, bem
excludente e generalizante.”
“Por isso, a avaliação é, tipo assim, uma forma de diagnosticar, né, um modo, usando
até um termo da medicina, diagnosticar como está o aluno e ao mesmo tempo verificar
o que se pode ser feito, né. Se eu não tô enganado tem até um dos pensadores ai da
educação, né, que fala da ação-reflexão-ação, tipo assim, tu avalia, reflete e depois faz
de novo uma nova avaliação, podemos dizer assim, conforme as mudanças que julga
necessária, então avaliar, né, é tentar entender realmente o aluno, mas pra que se tenha
uma avaliação, vamos dizer assim, que posso oferecer, né, uma visão, assim, bem mais
ampla é necessário entender ela de diversas formas, né, de diversos comportamentos
do aluno que a gente tem, avaliação das atividades extra classe, atividade em classe,
atividade em grupo, né, comportamento do próprio aluno e ai também claro que essa
parte da nota individual interessa também bastante.”

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