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DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA NA GESTAÇÃO ECLÂMPSIA

HYPERTENSIVE DISEASE SPECIFIC IN PREGNANCY ECLÂMPSIA

SOARES, Martiane Moreira Neves1

SOUZA, Vanda Dias de2

GONÇALVES, Marta Andrade3

MATA, Silvo Cândido4

RESUMO

Neste artigo fala sobre doença hipertensiva na gestação (ECLÂMPSIA),


qualificado por episódios repetidos de convulsões, seguidos de coma e pode ser
fatal se não for tratada imediatamente. Esta doença é mais comum nos últimos três
meses de gravidez, entretanto, pode manifestar-se em qualquer período após as
vinte semanas de gestação, no parto ou pós-parto. As crises geralmente duram em
média um minuto. A causa desta doença que pode ser fatal, exigindo intervenção
imediata. As complicações incluem pneumonia por aspiração, hemorragia cerebral,
insuficiência renal e parada cardiorrespiratória. Nos países desenvolvidos, a
proporção é de um caso em cada dois mil nascimentos devido a melhora nos
cuidados da saúde. A eclampsia na gravidez e uma das causas mais comuns de
morte durante a gravidez. Em 2015 provocou a morte de trezentas e três mil
mulheres, uma diminuição em relação às trinta e sete mil em mortas em 1990. Cerca
de uma em cada cem mulheres com eclampsia morre. A palavra eclampsia tem
origem no tempo grego para relâmpago. A primeira descrição conhecida da doença
foi feita por Hipócrates no século V a.C. Espera-se que este artigo científico venha a
se tornar um ponto de reflexão para os profissionais da área da saúde tanto para os
que já atuam na área como também aos profissionais da saúde em formação inicial,
no sentido de compreender que eclampsia é uma patologia obstétrica grave, por sua
frequência e por determinar elevada morbiletalidade materno-fetal.
Palavras-chave: Hipertensão. Eclampsia. Gestante.

1
Qualificada no curso Técnico enfermagem do Colégio Oswaldo Cruz - Goiânia/Goiás. Email:
martianeneves4@gmail.com
2
Qualificada no curso Técnico enfermagem do Colégio Oswaldo Cruz - Goiânia/Goiás. Email:
vvandinhhaoo2@gmail.com
3
Qualificada no curso Técnico enfermagem do Colégio Oswaldo Cruz - Goiânia/Goiás. Email:
martaandrade.go@gmail.com
4
Professor Orientador: Trabalho técnico Científico do Colégio Oswaldo Cruz – Goiânia/Goiás. Email:
scmitcoc.10@gmail.com
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INTRODUÇÃO

A pré-eclâmpsia representa ainda um risco para a saúde não apenas durante a


gestação como aumento do risco cardiovascular em longo prazo para a mulher e
para as crianças que nascem de gestações acometidas de pré-eclâmpsia por
apresentarem maior risco de síndromes metabólicas, doenças cardiovasculares e
hipertensão sistêmica mais cedo em suas vidas (WU, et. al., 2009). A algumas
décadas atrás, no Brasil, as mulheres não possuíam uma política integral de saúde.
Só a partir dos anos 80 que essa política começou a ser inserida nos programas de
saúde da mulher devido a movimentos feministas. Assim, segundo dados do
Ministério da Saúde (2008), foi criado o Programa Assistencial Integral à Saúde da
Mulher (PAISM), com objetivos de diminuir a morbimortalidade feminina por causas
que possam ser prevenidas e melhorar a qualidade do atendimento. As
complicações da pré-eclâmpsia na gravidez, no Brasil, já ocupam o primeiro lugar
dentre as afecções próprias do ciclo grávido-puerperal, contribuindo,
significativamente, para o alto índice de mortalidade entre as gestantes,
configurando-se, como um problema de saúde pública (GONÇALVES, 2005).
Observa-se que os óbitos decorram por hemorragias, infecções puerperais e a
hipertensão na gravidez, pré-eclâmpsia e eclampsia. Os estados hipertensivos na
gestação são classificados em três categorias principais: hipertensão induzida pela
gravidez (pré-eclâmpsia e eclampsia); hipertensão crônica antecedendo à gestação
e hipertensão crônica com toxemia superposta. A frequência das diferentes
categorias da doença hipertensiva varia de acordo com a população gestacional
(ZIEGEL; CRANLEY, 1985). Para Cavalli (2009), a pré-eclâmpsia tem sido
considerada como a principal causa de morte materna no Brasil, responsável por
37% das mortes nos centros obstétricos. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
considera até 20 mortes por 100 mil NV índices aceitáveis de mortalidade materna,
além disso, classifica a mortalidade materna como baixa (até 20), média (20 a 49),
alta (50 a 149) e muito alta (acima de 150/100 mil NV) (OMS, 2012). A problemática
deste estudo está relacionada ao alto índice de mortalidade materna e perinatal
relacionado à pré-eclâmpsia e a possibilidade de profilaxia durante o pré-natal.
Neste sentido, o papel do enfermeiro é de muita importância neste momento, pois é
o profissional a auxiliar na prevenção e nos cuidados obstétricos à população, tendo
um papel importante no rastreio e abordagem inicial das mulheres com risco ou
diagnóstico de pré-eclâmpsia. O objetivo geral desse estudo compõe-se em realizar
uma revisão literária acerca da atuação do enfermeiro na profilaxia da pré-eclâmpsia
no pré-natal, e os objetivos específicos são: descrever sobre a pré-eclâmpsia
identificando os fatores de risco e identificar ações preventivas de enfermagem que
poderão ser realizadas no pré-natal para a pré-eclâmpsia.

REFERENCIAL TEÓRICO

Durante a fecundação do óvulo humano é necessária a adaptação ao meio interno


no organismo da gestante, para que possa permitir sua possível vivência e nutrição.
Para isso, ocorrem algumas modificações locais e sistêmicas 2013 as locais são
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imediatas 2013 para permitir o desenvolvimento do óvulo e sua proteção. Já as


modificações sistêmicas são gradativas e ocorrem para proporcionar o indispensável
às alterações metabólicas para a formação dos tecidos e constituição de reservas
para a vida neonatal, (WOLFE; DAVIES, 2003). O volume sanguíneo sofre um
aumento progressivo em torno de 35% a 50%, para que possa suprir as
necessidades da parede do útero e da placenta, retornando ao normal dentro de
seis a oito semanas após o fim do período gestacional. Há também um aumento na
quantidade de água corpórea e de sódio, em virtude do aum. em virtude do aumento
do hormônio estrogênio, que ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona,
promovendo assim retenção de água e de sódio (GOMES, 2003). O tamanho do
coração aumenta o que faz com que o débito cardíaco se eleve em torno de 30% a
60%. Esse aumento é maior em decúbito lateral esquerdo, uma vez que nessa
posição o útero impõe menor pressão sobre a aorta, (HERMIDA; et. al., 2000). 2.1
PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE MATERNA Morte materna é o óbito de
uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o seu término. São classificadas
como mortes maternas por causas as diretas decorrentes de complicações durante
o ciclo gravídico-puerperal, causadas por omissões, tratamentos ou intervenções
incorretas e por causas indiretas as que são consequências de doenças
preexistentes, ou que surgiram durante a gestação, agravadas pelas alterações
fisiológicas do período (BRASIL, 2012). A Organização Mundial de Saúde (OMS)
estimou para o ano de 2015, no mundo, cerca de 300 mil óbitos de mulheres com
causas ligadas ao ciclo gravídico-puerperal. Este número produz uma Razão de
Mortalidade Materna (RMM) entre 207 a 249 óbitos por cem mil nascidos vivos (NV),
dos quais mais de 90% poderiam ser evitados (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, 2015). O Ministério da Saúde (2015) atribui ao alto índice de mortalidade
materna ao crescimento da quantidade de cesarianas que causam 3,7 vezes mais
óbitos que o parto normal, de forma que a Organização das Nações Unidas (ONU)
definiu como meta do milênio a redução de 75% da mortalidade materna no Brasil
até 2015. Diante desse cenário, mobilizações internacionais ocorreram em torno da
problemática do óbito materno, colocando na agenda mundial a redução dessa
mortalidade Entretanto, a avaliação dessa redução não é fácil, já que a mensuração
da mortalidade materna é complexa, pois ainda há inexistência de dados em
algumas regiões do mundo como também, mesmo em lugares que tenham bons
sistemas de saúde.

SINAIS DE PRÉ-ECLÂMPSIA

- Inchaço de mãos, pés e rosto.


- Dor de cabeça
- Dores abdominais
- Sangramento vaginal
- Perda de proteínas pela urina
- Alterações visuais
- Pressão alta
- Baixo nível de plaquetas no sangue
- Alteração de enzimas hepáticas
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O QUE AUMENTA O RISCO DE PRÉ-ECLÂMPSIA

- Primeira gestação
- Gravidez gemelar
- Fetos grandes
- Histórico de pré-eclâmpsia ou eclampsia em gestações anteriores
- Ocorrência de pré-eclâmpsia ou eclampsia na família
- Pressão alta antes da gravidez
- Idade superior a 35 anos

DESENVOLVIMENTO

A gestação consiste em um período significativo de alterações psicológicas e


fisiológicas que o corpo humano pode sofrer. A gravidez é descrita como um evento
biológico normal para a maioria das mulheres, porém, pode apresentar-se como
uma situação de alto risco para as gestantes que apresentam condições
ameaçadoras a sua saúde e a do feto, ou até mesmo alterações que podem
interferir no seu desenvolvimento normal.

Algumas das mais extensas e significativas adaptações da fisiologia materna


durante a gravidez ocorrem no sistema cardiovascular. Os ajustes do sistema
circulatório são tão importantes para a mãe quanto para o feto. Protegem as funções
normais da mãe, adaptando o corpo dela às exigências da gravidez e realizando
uma função básica no atendimento às suas necessidades metabólicas.
Proporcionam crescimento e desenvolvimento adequados ao feto garantindo o
aporte de nutrientes e a remoção de escórias de forma eficaz. A causa da alteração
da circulação na gravidez é obscura e pode ser multifatorial. Atualmente, parece
razoável supor que as modificações drásticas na produção hormonal no início da
gestação desempenham uma parte importante na gênese das adaptações
circulatórias (PORTO, 2005).

A morbimortalidade materna e perinatal continuam ainda muito elevadas no Brasil,


incompatíveis com o atual nível de desenvolvimento econômico e social do país.
Sabe-se que a maioria das mortes e complicações que surgem durante a gravidez,
parto e puerpério são preveníveis, mas para isso e necessária a participação ativa
do sistema de saúde. Vários países em desenvolvimento já conseguiram obter
excelentes resultados na melhoria de seus indicadores por meio de ações
organizadas, amplas, integradas e com cobertura abrangente, utilizando tecnologias
simplificadas e economicamente viáveis. (BRASIL, 2010).

No Brasil, a hipertensão gestacional é a doença que causa o maior índice de morte


entre as gestantes, sendo as síndromes hipertensivas e a hemorragia as
complicações que mais levam a morte materna em países em desenvolvimento
(SOARES et al., 2009).
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Rezende e Montenegro (2008) descrevem a toxemia gravídica como uma doença


multissistêmica caracterizada por manifestações clínicas associadas a
peculiaridades: hipertensão, edema e proteinúria. Nas suas formas mais graves, em
virtude da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões e a
doença é denominada de eclampsia, ausentes as crises convulsivas trata-se de pré-
eclâmpsia

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Acadêmico de enfermagem ao ser inserido no campo de estágio se depara com


período gestacional como a pré-eclâmpsia que de forma silenciosa que de certa
forma causa grande complicação para mãe bebê, onde ocorre em gestantes após
20ª semana com desenvolvimento de hipertensão, proteinúria mais comum em
primigestas e em gestações gemelares, leve é caracterizada por pressão arterial de
140/90 mmHg com proteinúria.
Forma grave, há elevação no nível da pressão arterial para igual ou superior a
160/110 mmHg, associado a proteinúria consulta de enfermagem na atenção ao pré-
natal de baixo risco tem como objetivo identificar e evitar algum agravo nesse
período gestacional reduzindo os riscos, internações e sequelas , as consultas,
realizamos: anamnese; exame físico com a finalidade de encontrar algum desvio da
normalidade como pico hipertensivo, edemas nos membros, excesso de peso e
solicitação de exames de rotina que ajudam na identificação no período gestacional;
orientações sobre a alimentação saudável que favoreça o ganho de peso, as
atitudes humanas que contribuem para o fortalecimento do vínculo entre profissional
e a gestante, proporcionando que a paciente confiança assistência no pré-natal
garante o acompanhamento necessário para prevenção e promoção da saúde
materna e fetal reduzindo os fatores de risco para o aparecimento da doença comum
nesse período.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL, Ministério da Saúde. Boletim1/2012- Mortalidade Materna no Brasil.


Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em:
<https://www.tuasaude.com/sintomas-de-pre-eclampsia/>. Acesso em: 19 out.
2020.
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2. Kerber, Guenevere de Franceschi, & Melere, Cristiane. (2017). Prevalência de


síndromes hipertensivas gestacionais em usuárias de um hospital no sul do
Brasil. Revista Cuidarte, 8(3), 1899-1906

3. MERHY, Emerson Elias. Em busca da qualidade dos serviços de saúde: os


serviços de porta aberta para a saúde e o modelo tecno-assistencial em
defesa da vida. In: Inventando a mudança na saúde. 1994. p. 117-60.

4. NORONHA NETO, Carlos; SOUZA, Alex Sandro Rolland de; AMORIM,


Melania Maria Ramos. Tratamento da pré-eclâmpsia baseado em evidências.
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 32, n. 9, p. 459-468, 2010.

5. PERACOLI, José Carlos et al . Pre-eclampsia/Eclampsia. Rev. Bras. Ginecol.


Obstet., Rio de Janeiro , v. 41, n. 5, p. 318-332, May 2019 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032019000500318&lng=en&nrm=iso>. access on 19 Sept. 2020. Epub
June 27, 2019.

6. Revista Brasileira de Educação e Saúde. Disponível em: <


https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/REBES/>. Acesso em: 25 out.
2020.

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