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aspectos

físicos

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1.1 - LOCALIZAÇÃO e regionalização

O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se na esquina do continente sul-americano,


ocupando posição privilegiada em termos de localização estratégica, pois trata-se do Estado
brasileiro que mais próximo fica dos continentes africano e europeu. Com uma extensão de
2
53.077,3 km , o Estado ocupa 3,41% de área da Região Nordeste e cerca de 0,62% do território
nacional.

O território norte-rio-grandense localiza-se, mais precisamente, no hemisfério sul


ocidental, e seus pontos extremos são limitados pelos paralelos de 4° 49'53” e 6° 58'57” de
latitude sul e pelos meridianos de 34° 58'03” e 38° 36'12” de longitude oeste de Greenwich. A
distância entre os pontos extremos do norte e do sul é de 233 km e entre o leste e o oeste, é de
403 km. Como percebe-se, o Rio Grande do Norte está situado próximo ao Equador, o que
lhe confere características climáticas bem específicas, como o verão seco e a presença do sol
durante a maior parte do ano. Assim, além da tradicional atividade salineira, o nosso Estado
dispõe de um excelente potencial para a exploração da atividade turística.

Limita-se a oeste com o Estado do Ceará, ao sul com o Estado da Paraíba, a leste e a
norte com o Oceano Atlântico, o que lhe confere uma faixa litorânea com cerca de 410 km de
praias, sendo a costa pouco recortada.

1
Politicamente o Estado está dividido em 167 municípios, agrupados em oito Zonas
Homogêneas de acordo com estudo realizado pela SEPLAN/IDEC, em 1975 (ver mapa 3).
Este estudo levou em consideração, além dos aspectos físicos das regiões, características
economicas e demográficas. Outro zoneamento, utilizado pelo IBGE, agrupa os municípios
do Estado em quatro mesoregiões e dezenove microrregiões.

1 - As informações aqui contidas referem-se somente a 166 municípios, excluindo-se o município de Jundiá, instalado em
2000, mas que não constou do Censo Demográfico de 2000.

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Mapa 1
BRASIL
Distâncias em km entre Natal e demais Capitais

2.986,9

1.876,5

1.552,6

1.072,1
2.769,8 845,0

435,3

3.184,7
150,9
3.622,8
1.529,8 252,4

432,0

601,8

872,5

2.526,0 1.947,6

1.774,6

1.817,4

2.652,9 1.699,9

2.078,7
2.314,8

2.639,4

2.795,4

3.165,6

Fonte: Anuário Estatístico do Brasil


Elaboração: SEPLAN/COPLAC

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Mapa 2
BRASIL
Localização do Rio Grande do Norte

Área (Km2)
Brasil 8.511.227,2
Nordeste 1.550.939,1
RN 53.077,1

Participação
RN/Brasil 0,62%
RN/Nordeste 3,42%

Capitais
Rio Grande do Norte
Região Nordeste

Fonte: Anuário Estatístico do Brasil


Elaboração: SEPLAN/COPLAC

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Mapa 3
RIO GRANDE DO NORTE
Divisão segundo as Zonas Homogêneas

N
O c
á

e a o A
n
t
l
r

â
a Mossoroense

n
Litoral Norte

t
e

i
C

Litoral

c
Serras Oriental
Centrais

o
Alto Apodi Agreste
Currais
Novos
Caicó
a
P

a
b

r
a í

1. ZONA DO LITORAL ORIENTAL 5. ZONA DE CAICÓ


- Subzona de Natal
- Subzona do Vale do Ceará-Mirim 6. ZONA DAS SERRAS CENTRAIS
- Subzona da Mata - Subzona de Santana do Matos
- Subzona de Jucurutu
2. ZONA DO LITORAL NORTE
- Subzona de João Câmara 7. ZONA DO ALTO APODI
- Subzona de Touros - Subzona de Pau dos Ferros
- Subzona das Serras Úmidas
3. ZONA DO AGRESTE
- Subzona do Agreste Central 8. ZONA MOSSOROENSE
- Subzona Fronteiriça da Paraíba - Subzona de Mossoró
- Subzona do Potengi - Subzona de Açu
- Subzona Salineira
4. ZONA DE CURRAIS NOVOS

Fonte: IDEMA/CESE

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.2 - CLIMA

A temperatura média anual do Estado está em torno de 25,5°C, com máxima de 31,3° e
mínima de 21,1°, sendo sua pluviometria bastante irregular. O número de horas de insolação
mostra pouca variação de 2.400 a 2.700 horas por ano e a umidade relativa do ar apresenta
uma variação média anual entre 59 e 76%.

Mapa 4
RIO GRANDE DO NORTE
Clima

LEGENDA
Tipos Climáticos N
o
Úmido Areia Branca O c e a n A
t
Sub-úmido l
Mossoró Macau
Sub-úmido Seco Touros

â
á

Semi-árido

n
Semi-árido Rigoroso
r

t
João Câmara
Açú
a

Apodi

i
Lajes

c
.
NATAL
e

o
C

Pau dos Ferros


Currais Novos Santa Cruz

Canguaretama

Caicó

P
a ESCALA
r
a 25 0 25 50 km
í
b
a

Fonte: Atlas do Rio Grande do Norte. Diário de Natal, Natal, abril de 2002.
Elaboração: IDEMA/CESE

O Rio Grande do Norte apresenta, predominantemente, os seguintes tipos de clima:

Clima úmido localizado no Litoral Oriental com pluviosidade média acima de 1.200
mm anuais;

Clima sub-úmido localizando-se, em parte, no Litoral Oriental e nas áreas serranas


do interior do Estado, com pluviosidade média de 800 a 1.200 mm anuais;

Clima semi-árido domina, de forma quase contínua, todo o interior do Estado e

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
parte do Litoral Norte, com pluviosidade média de 400 a 600 mm anuais;

Clima árido localizado na parte central do Estado, com pluviosidade média abaixo de
400 mm anuais;

A região litorânea possui características ímpares, o clima a individualiza das outras


regiões.

- Temperatura média da água do mar 27° C;

- 300 dias aproximadamente de sol por ano;

Em cerca de 60% do Rio Grande do Norte predomina o clima semi-árido, avançando


até o Litoral Norte do Estado, caracterizado por sua baixa precipitação pluviométrica, em
torno de 400 a 600 mm por ano, distribuídas as chuvas nos meses de janeiro a abril. São regiões
sujeitas à seca e com maior influência dos ventos alísios secos do Nordeste, que incidem no
Litoral Norte e se interiorizam pelo território potiguar.

Os ventos alísios e úmidos do sudeste que predominam no Litoral Oriental, amenizam


a ação do sol, tornando possível uma permanência mais prolongada nas praias e favorecendo
a prática de esportes náuticos. Classifica-se o clima desta região como úmido e sub-úmido,
caracterizado por uma precipitação pluviométrica que varia entre 800 a 1.200 mm por ano,
com chuvas distribuídas entre os meses de fevereiro a julho. Este tipo de clima abrange
também os municípios vizinhos desta zona e as partes mais elevadas das serras de João do
Vale, Martins e São Miguel.

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.3 - VEGETAÇÃO

PRINCIPAIS DOMÍNIOS DA VEGETAÇÃO

O Estado apresenta predominantemente 2 (duas) formações distintas de vegetação


diretamente influenciadas pelos fatores climáticos e o tipo de solo: Caatinga (hiperxerófila e
hipoxerófila) e Mata Atlântica.

O Estado apresenta uma outra formação vegetal, de transição entre os domínios de


Caatinga e Mata Atlântica: a Floresta das Serras. A composição florística das serras varia de
acordo com a região onde está localizada, podendo ser típica de Caatinga, no Sertão ou ainda
caracterizada por formações associadas à Mata Atlântica, como os brejos de altitude nas
serras úmidas do Estado, onde se verifica a existência de uma floresta sub-perinifólia.

A Caatinga (em tupi) ou seridó (em cariri), que significa “mato


branco” ou esbranquiçado, é o tipo de vegetação que caracteriza o
Nordeste semi-árido.

Sua fisiologia é bastante interessante, pois durante o período de


seca (julho a dezembro) aparenta estar totalmente morta, mas aos
primeiros sinais de chuva torna-se exuberante, mostrando que se
encontrava em processo de dormência.

A vegetação é composta de espécies xerófilas e na sua maioria caducifólias, de porte


pequeno, com estratificação arbórea arbustiva, espinhenta e, por ocasião das chuvas,
apresenta um estrato herbáceo bastante desenvolvido. É a vegetação mais característica do
Estado. Trata-se de uma formação vegetal resistente a grandes períodos de estiagem,
apresentando arbustos e árvores com alguns espinhos, dando-lhe um aspecto agressivo,
chegando a abranger 80% do território norte-rio-grandense. As plantas mais representativas
da Caatinga são a jurema preta, marmeleiro, pau-branco, xique-xique, juazeiro, pereiro,
mandacaru, catingueira, aroreira, angico e imburana. Quanto à situação atual, esta vegetação,
que vem sofrendo fortes impactos ao longo do tempo, está sendo destruída em queimadas

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
para dar lugar às áreas de plantação ou pastagem, bem como no aproveitamento da madeira
das árvores na construção civil, na produção de carvão e, ainda, para alimentar os fornos das
cerâmicas, olarias, caieiras ou padarias. Ao longo do tempo, esse importante bioma, que tem
provido grande parte da energia necessária às atividades produtivas do Estado e à
subsistência das populações locais, vem sofrendo sérios impactos ambientais, resultando em
significativa redução de recurso florestal, com reflexos a nível sócio-econômico. Esses
impactos estão associados, principalmente, às queimadas, desmatamentos ao sobrepastoreio
e a agricultura em terras não aptas, que podem conduzir à desertificação. Estudos realizados
em 1998 identificaram no Estado áreas críticas em processo de desertificação, localizadas nos
municípios de Equador, Parelhas, Carnaúba dos Dantas, São José do Seridó e Caicó,
pertencentes às Zonas Homogêneas de Caicó e Currais Novos. O desmatamento
indiscriminado tem favorecido o fenômeno da desertificação, o que demonstra a importância
da Caatinga e a conseqüente necessidade de sua conservação. A maior área institucional de
conservação da caatinga é Estação Ecológica do Seridó, no município de Serra Negra do
Norte, que possuindo uma área de 1.163 ha., objetiva proteger o ecossistema da Caatinga e ser
utilizada para a pesquisa científica e educação ambiental, com relação à flora e à fauna, além
do Parque Ecológico do Pico do Cabugi, com 2.164 ha., situado entre os municípios de Lajes e
Angicos, responsabilidade do Governo do Estado.

A importância sócio-econômica e ambiental da Caatinga justifica programas e ações


de governo, em parceria com organizações da sociedade civil, no sentido da utilização
sustentável dos seus recursos, imprescindíveis ao desenvolvimento da região.

Mesmo contando com situação bastante adversa, a Caatinga ainda é rica fonte de
produtos florestais. Desde que venha a ser explorada racionalmente, garante-se de forma
sustentável esses recursos imprescindíveis à economia da região.

No Estado do Rio Grande do Norte o domínio da Mata Atlântica abrange as formações

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
vegetais Floresta Ombrófila Densa/Rala, Manguezal,
Restinga, Tabuleiro Litorâneo, e as Matas Ciliares. Esse
ecossistema, que antes ocupava toda a costa litorânea, de
Touros/Maxaranguape a Baía Formosa, está restrito a
pequenos fragmentos. A destruição vem ocorrendo
gradativamente desde o período colonial com a extração do pau-brasil e em seguida, para dar
lugar ao cultivo da cana-de-açúcar, coco, caju, bem como a urbanização,estradas e atividades
industriais, destacando-se o turismo predatório. A Floresta Litorânea ou Mata Atlântica
ainda é encontrada pontualmente distribuída no Litoral Oriental do Estado.

O Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro evidenciou para esta área do Litoral


Oriental do Rio Grande do Norte, o total de 101.856 hectares de cobertura vegetal nativa
(Imagens SPOT, 1998, escala 1:50.000), correspondendo a 27,5% desse espaço costeiro,
distribuídos da seguinte forma: 9,4% da Formação Vegetal Tabuleiro Litorâneo; 5,6% de Mata
de Duna Litorânea Densa; 4,4% de Mata de Duna Litorânea Rala; 2,6% de Mata Ciliar
(margem dos rios) e, 2,4% do Manguezal. Lembramos que atualmente esta cobertura vegetal
representa menos de 27,5% dessa área costeira, embora seja um grande atrativo e elemento
importante para a indústria do turismo, sem esquecer da importância hídrica e proteção do
solo.

Devido a ocupação acelerada dessa região, vários impactos foram causados a esses
ecossistemas, reduzindo a Mata Atlântica a remanescentes secundários em níveis de estágios
avançados, médio e inicial de regeneração, fragmentados. Esse bioma abriga uma flora e
fauna autóctone, com espécies raras, endêmicas e/ou em processo de extinção, como: a
sucupira Bowdichea virgilioides; a maçaranduba Manilkara af. Amazônica; o macaco guariba
Alouatta belzebul; o pintor verdadeiro Tangara fastuosa; entre outras.

Alguns remanescentes de Mata Atlântica estão protegidos em parques, reservas ou


unidades de conservação, que são:

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
- Mata Estrela “Senador Antonio Farias”, situada no município de Baía Formosa,
Litoral Oriental do Estado, contando com uma área total de 2.039,93 ha. (1.888,78 ha. de
floresta; 81,64 ha. de dunas e 64,73 ha de lagoas, em número de 19). Em 1993 passou a integrar
a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira e no ano 2000, através de uma parceria
entre a proprietária da área (Destilaria Baía Formosa), o IBAMA/RN, o IDEMA e com apoio
do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - CNRBMA, esse
remanescente foi transformado em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN,
unidade de conservação que visa a proteção dos recursos ambientais existentes, permitindo
ao proprietário o desenvolvimento de atividades sustentáveis e a geração de renda;

- Parque Estadual das Dunas de Natal “Jornalista Luis Maria Alves”, situado no
município de Natal, possui uma área aproximada de 1.172 ha., sendo a primeira unidade de
conservação com Plano de Manejo já implantada no Rio Grande do Norte. O Parque das
Dunas é o segundo maior parque urbano do Brasil e em 1993 foi tombado pela UNESCO.
Juntamente com outros remanescentes do Nordeste é considerado como Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica Brasileira, constituída em área Piloto e Posto Avançado dessa Reserva;

- Santuário Ecológico de Pipa, área particular, aberta ao público para fins de estudo,
lazer e contemplação. Localizada na praia de Pipa, município de Tibau do Sul, Litoral Sul do
Estado, mede aproximadamente 80 ha. e está constituída de elementos representativos da
Mata Atlântica. O Santuário é um posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
título concedido pela UNESCO em 1994;

- Mata Pau-Ferro, área particular, situada no município de Goianinha, com grande


incidência da espécie Pau-Ferro; atualmente fragmentada pela exploração da cana-de-
açúcar;

- Floresta Nacional de Nísia Floresta, FLONA, está localizada no município de Nísia


Floresta com uma área de 175 ha. e abriga a vários projetos ambientais como banco de
sementes

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
florestais e observação do comportamento de primatas (sagüi) em seu ambiente natural,
servindo de base de apoio para a fiscalização do IBAMA em toda a região do Litoral Sul.
Integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira;

- Escola das Dunas, área privada, localizada na praia de Pitangui no município de


Extremoz, abrigando 95 ha. de Mata Atlântica, além dos ecossistemas associados (Restinga,
Manguezal, Tabuleiro Litorâneo e Mata Ciliar).

Existem ainda pequenas áreas resquícios pontuais de ocorrência de formações


florestais com semelhanças associadas à Mata Atlântica. São os Brejos de Altitude
encontrados nas Serras de Martins, Portalegre, São Miguel, entre outras.

RESTINGA

Esse ecossistema, associado à Mata Atlântica, integra a Reserva da Biosfera da Mata


Atlântica. A composição florística da restinga é dotada de um estrato herbáceo adaptado ao
elevado teor salino e à mobilidade do solo, destacando-se espécies como Pinheirinho-da-
praia, Salsa-rocha, Fava-de-boi, Ameixa, além de cactáceas, leguminosas, gramíneas entre
outros. A área de ocorrência desse ecossistema acompanha todo o litoral potiguar, com
exceção das áreas de falésias, como as da Barreira do Inferno, em Parnamirim, as da Praia de
Tabatinga, em Nísia Floresta e as de Pipa, em Tibau do Sul. Os principais impactos sobre as
restingas estão intimamente relacionados com a interferência humana, através da expansão
urbana e a extração de areia, bem como os aterros de lixo, agravando os danos sobre esse
ambiente.

TABULEIRO LITORÂNEO

É um ecossistema constituído por dois estratos, um arbóreo-arbustivo, com elementos


isolados ou em grupos formando ilhas de vegetação e, outro herbáceo, ralo e descontínuo,
uma paisagem que se assemelha à formação de Cerrado. No Rio Grande do Norte, este

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
vegetal que ocupa uma grande área costeira, é
também um dos ambientes mais degradados pelas
intervenções humanas, como as atividades
agrícolas, a monocultura do abacaxi, cana-de-
açúcar, côco e cajú e principalmente, pela expansão
urbana.

MANGUEZAL

Os manguezais funcionam como criadouro natural de várias


espécies de vida aquática (camarões, caranguejos, mariscos, ostras e
peixes), mantendo um ciclo produtivo entre o estuário e o mar. Além
dos aspectos biológicos, os manguezais têm grande importância
social e econômica para as comunidades costeiras, além de
integrarem a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, como
ecossistema associado. Algumas áreas de mangue do Estado vêm
sendo transformadas ao longo do tempo para darem lugar às
salinas, viveiros de criação de camarão, constatando-se por outro lado a deposição do lixo e
de efluentes domésticos e industriais. No Rio Grande do Norte os manguezais se distribuem
ao longo do Litoral Oriental em 7 (sete) principais zonas estuarinas: Curimataú/Cunhaú,
Potengi, Ceará-Mirim, Nísia Floresta/Papeba/Guaraíra e ao longo do Litoral Norte nas zonas
estuarinas Apodi/Mossoró, Açu e Guamaré/Galinhos.

Conforme os dados da FUNCEME, para o Litoral Norte do Estado foram


diagnosticados 3.034 hectares de manguezais (imagens TM 5, 1987), sendo que no estuário do
rio Açu (Macau) constatamos a área mais extensa e desenvolvida dessa zona com 1.239
hectares, bem como no complexo estuarino Guamaré/Galinhos uma área de 1.100 hectares.
Devido às condições climáticas adversas desse setor costeiro, o aporte de água doce restrito e
o uso intensivo dos terrenos de manguezais pela atividade salineira, etc, esses remanescentes
apresentam-se em faixas estreitas, descontínuas, sem zonação bem definida, acompanhando

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
paredões de salinas ou em bosques ribeirinhos pouco adensados. A situação de preservação
dos manguezais nessa região é bastante conflitante devido o setor econômico persistir em
utilizar os Solos Indiscriminados de Mangues para expansão de suas atividades. Nesse
litoral, o manguezal limita-se com a vegetação da caatinga, uma vez que o semi-árido alcança
o litoral.

A situação atual dos manguezais norte-rio-grandense oscila entre moderadamente a


fortemente degradados, sendo que no Litoral Norte o maior impacto é o de erradicação dos
mangues pelas salinas (o parque salineiro ocupa mais de 20.000 hectares de terrenos de
marinha e acrescidos, onde ocorriam mangues) além do assoreamento dos estuários, devido,
principalmente, aos desmatamentos das matas ciliares ao longo dos cursos d'água da região.
Já no Litoral Leste (densamente populoso) os manguezais sofrem constantes pressões que os
degradam enormemente, tais como: contaminação por despejos industriais e domésticos “in
natura”; desmatamentos (expansão urbana em Natal); expansão da atividade de
carcinicultura (Canguaretama/Baia Formosa/Tibau do Sul/Nísia Floresta/Extremoz);
deposição do lixo de Canguaretama/Natal; retirada de madeira (Canguaretama/Baia
Formosa/Tibau do Sul), entre outros. Sabe-se que com a destruição dos manguezais
intensifica-se o assoreamento na costa e reduz, cada vez mais, quantitativa e qualitativa, os
elementos faunísticos desse ecossistema frágil (produtividade pesqueira).

Apesar dos usos conflitantes identificados e que ameaçam a existência desse recurso
natural, observa-se no Rio Grande do Norte, em pequena escala, o desenvolvimento de
algumas atividades não predatórias como: a pesca artesanal e o cultivo racional de peixe e
camarão; atividades recreativas e de ecoturismo, lazer e pesquisa científica.

A fauna estuarina constitui um elemento biótico muito importante para as populações


ribeirinhas, de grande valor protéico e de auxílio na renda familiar. Entretanto, o Estado do
Rio Grande do Norte, sem dúvida, é um dos Estados do Nordeste com menor área de
manguezal preservado (11.932 ha. 1998), perdendo, inclusive, para os Estados com menos
setores estuarinos.

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
MATA CILIAR

A Mata Ciliar é uma formação vegetal que está associada aos cursos d'água, cuja
ocorrência é favorecida pelas condições locais, principalmente relacionadas à maior umidade
do solo. Essas áreas são de fundamental importância no gerenciamento ambiental, pois além
de contribuírem para a manutenção da qualidade dos recursos hídricos, funcionam como
corredores úmidos entre as áreas agrícolas, favorecendo a proteção da vida silvestre local. A
Mata Ciliar funciona, também, como uma espécie de barreira, segurando materiais terrosos
que chegam com as chuvas (enxurradas) e com isso impede ou dificulta o assoreamento do
curso d'água. Essa barragem pode estar retendo também toda espécie de materiais estranhos
que irão afetar a qualidade das águas do rio, como sejam, excessos de adubo e agrotóxicos
utilizados na lavoura e outros lixos. No Rio Grande do Norte esse tipo de formação vegetal
está representada pelas matas distribuídas ao longo dos leitos dos rios. Como exemplo dessa
formação vegetal podemos encontrar a Floresta Ciliar de Carnaúba, nas várzeas dos rios
Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu.

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.4 - geologia

Do ponto de vista geológico, cerca de 60% do


Estado é formado por rochas cristalinas e terrenos
antigos, compreendendo toda a parte centro-oeste e
grande parte sul do Estado. Esses terrenos têm sua
origem no período geológico Pré-Cambriano. São
rochas resistentes representadas por granitos,
quartzitos, gnaisses e os micaxistos, onde são encontrados minerais como: scheelita, berilo,
cassiterita, tantalita, ferro, micas, ouro, cobre, columbita, enxofre, barita, coridon e alguns
tipos de gemas, tais como água-marinha, turmalina e quartzo, dentre outras. Em geral nesses
terrenos os solos são rasos e de baixa fertilidade, com aptidão para agricultura de sequeiro e a
exploração da pecuária extensiva.

A parte centro-norte e todo o Litoral Oriental do


Estado é formada por rochas e terrenos sedimentares, de
formação mais recente, das eras Mesozóica e Cenozóica. São
representados por:

Formações do Grupo Barreiras recobertas por Dunas que se estendem ao longo de toda
a costa do Rio Grande do Norte, constituem-se em ambientes frágeis quanto ao equilíbrio
ecológico, sendo de grande importância para a recarga das águas subterrâneas e alimentação
de rios, riachos e lagoas costeiras;

Calcários da Formação Jandaíra e os arenitos da Formação Açu, onde também são


encontrados minerais economicamente importantes como petróleo, calcário, argilas,
diatomita, feldspato e o caulin, entre outros.

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.5 - recursos hídricos

O Estado do Rio Grande do Norte possui 14 bacias hidrográficas, sendo duas de longo
curso, Apodi/Mossoró (14.276 km2) e Piranhas/Açu (17.498,5 km2), que juntas cobrem cerca de
80% da área estadual e desaguam no Litoral Norte do Estado. As demais bacias são de médio e
pequeno curso e desaguam no Litoral Oriental do Estado. Entre elas destacam-se: Ceará-
Mirim, Potengi, Maxaranguape, Trairi, Curimataú e Punaú. É nesta região que se encontram
encravados os vales úmidos, excelentes para a prática da agricultura através da sub-irrigação.

Mapa 5
RIO GRANDE DO NORTE
Bacias Hidrográficas

Elaboração: SERHID
Fonte: SERHID

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PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Os aqüíferos subterrâneos no domínio dos sedimentos possuem águas de excelente
qualidade físico química, com baixos teores de sódio, podendo ser utilizadas praticamente
3
para todos os fins, permitindo vazões médias de 5 m .

Os recursos hídricos superficiais do Estado são quase que exclusivamente da


acumulação de águas pluviais em reservatórios artificiais, cujo volume é estimado em 4,4
bilhões de metros cúbicos.

O Estado também conta com um grande número de reservatórios d'água constituídos


por açudes, barragens e lagoas que, associados a uma rede de sistemas de adutoras e canais,
com cerca de 1.200 km, destinam-se a captar e redistribuir água para as regiões mais carentes
em recursos hídricos do Estado, para fins de abastecimento humano (aproximadamente de
600 mil habitantes), dessedentação animal e irrigação.

Com a abertura das comportas das barragens Jessé Pinto Freire (Umari), em Upanema,
e Santa Cruz, em Apodi, são perenizados os rios do Carmo e Apodi-Mossoró.

A barragem Santa Cruz do Apodi tem como finalidade irrigar 9.236 ha. na chapada do
Apodi no perímetro denominado projeto de Irrigação Santa Cruz do Apodi, com área total de
26.372 hectares. Esta barragem garante o controle de cheias e a regularização de vazões do rio
Apodi, bem como o abastecimento de água para cidades situadas mais próximas do seu
reservatório como: Apodi, Felipe Guerra e Caraúbas.

A barragem de Umari tem por finalidade promover o desenvolvimento da agricultura


irrigada em área de 3.000 hectares, dar suporte a atividade agropecuária e desenvolver, de
forma racional, a produção de pescado em sua represa.

Em relação ao volume acumulado, a Barrragem de Umari é a terceira maior barragem


3
do Estado. A Barragem de Santa Cruz do Apodi (600 milhões de m ) é a segunda. A primeira é
a Armando Ribeiro Gonçalves em Açu, com 2 bilhões de m3.

27
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Tabela 1
RIO GRANDE DO NORTE
Sistemas de Adutoras
2001

Atendime nto a Munic ípios População Extensão


Investimento
Adutoras beneficiada total
(R$)
Sedes Comunidades (hab) (Km)

Sertão Central Cabugi 8 32 39.000 204,20 35.355.699,46

Agre ste Trairi Po ten gi 23 53 129.000 330,68 89.958.466,44

Médio Oeste 7 27 43.114 150,50 26.876.679,69

Serra de Santana 1ª etapa 1 6 11.694 41,90 17.427.396,66

Piranhas Caicó 3 2 54.817 46,33 10.224.871,30

Jardim do Seridó 1 8 11.989 44,14 2.663.558,31

Mossoró 2 17 250.475 123,40 40.383.470,14

Rodolfo Fernandes 1 - 4.160 15,00 422.144,54

TOTAL 46 145 544.249 956 223.312.286,54

Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos do RN - SERHID

Mapa 6
RIO GRANDE DO NORTE
Adutoras

SÃO BENTO
DO NORTE
GALINHOS

GUAMARÉ CAIÇARA
MOSSORÓ GALOS
DO NORTE
AMPLIAÇÃO
STA. ISABEL
SERRA PROPOSTA SÃO MIGUEL
DO MEL DE TOUROS
PEDRA GRANDE

FAVELA
PROJETO BAIXO AÇU
6.000 ha PARAZINHO
TOUROS
MULUNGUZINHO
Lagoa do
Boqueirão
o

i rã
ARIZONA q ue
JANDAÍRA
AMPLIAÇÃO Rio do B o
CORDÃO DE SOMBRA
PROPOSTA

ADUTORA MOSSORÓ
HIPÓLITO I
PROJETO PATAXÓ
HIPÓLITO II 2.500 ha PEDRO
Í
AVELINO FIRMAMENTO ADUTORA MATO GRANDE
OD
AP (PROJETADA)
RIO PALHEIROS III PALHEIROS II

PEDRA
PROJETO MENDUBIM CANAL DO PATAXÓ PRETA
JARDIM DE
8.000 ha ANGICOS
ANGICOS

LAJES
BARRAGEM FERNANDO
UMARI PEDROSA

ADUTORA ALTO OESTE RODOLFO

(EM ESTUDO) FERNANDES


BARRAGEM ESPIRITO SANTO NATAL
R. d o CARMO

CAIÇARA DO SANTA IELMO


DO OESTE
SANTA CRUZ DO APODI (PARAÚ)
BARRAGEM ARMANDO ADUTORA SERTÃO RIO DOS VENTOS
RIACHUELO
MARIA MARINHO
RIBEIRO GONÇALVES CENTRAL CABUGI
ITAÚ CAMPO GRANDE
SERRA BRANCA RUI BARBOSA SÃO PAULO
ADUTORA TRIUNFO SERROTE DO POTENGI
RIACHO DA CRUZ PALESTINA
MÉDIO OESTE SÃO PEDRO
BARCELONA
TABULEIRO BARÃO DE
OLHO D’ÁGUA SERRA BRANCA
GRANDE BODÓ SÃO TOMÉ LAGOA DE
DOS BORGES VELHOS
SENADOR ELOI
VIÇOSA UMARIZAL JANDUÍS BOI SELADO BOM JESUS
DE SOUZA
MONTE
PORTALEGRE ALEGRE
MARTINS
LUCRÉCIA
PATU MESSIAS
LAGOA LAGOA DO
TARGINO S SALGADA BONFIM
A

H SERRA
SÍTIO NOVO
AN

SERRINHA DOS LAGOA NOVA CAIADA


IR

PINTOS ALMINO FLORÂNIA


AFONSO
P TEN.
O

LAURENTINO
RI

ÁGUA NOVA ANTÔNIO TANGARÁ


BARRAGEM MARTINS ADUTORA SERRA
CARIPINA n
a FRUTUOSO GOMES SÃO VICENTE BOA SAÚDE LAGOA DE
PEDRAS
ADUTORA
nta MARCELINO PILÕES
DE SANTANA SANTA CRUZ
TRAIRI
a

S RIACHO VIEIRA
o
DE SANTANA (EM LICITAÇÃO)
JOÃO DIAS
h
c

ADUTORA PIRANHAS
Ia

JOSÉ DA PENHA SÃO JOSÉ SERRINHA


R

DO CAMPESTRE
JARDIM DE CAICÓ
MAJOR MATA DE PIRANHAS SÃO FERNANDO BARRAGEM MARECHAL
LUIZ GOMES SALES S. BRAZ
ALEXANDRIA RIO DUTRA (GARGALHEIRAS) LAGOA D´ANTA
CAIÇARA SE ACARI
RID
Ó PASSA E FICA
BARRAGEM PASSAGEM CAU
Ã

TIMBAUBA O A
TEN. ANANIAS CAICÓ DAS TRAIRAS R
I

PARANÁ DOS BATISTAS

AÇUDE PÚBLICO
JARDIM DO SERIDÓ
ITANS

AÇ. PÚBL.
RI

ADUTORA JARDIM SE
RID

SABUGI
Ó

DO SERIDÓ
BARRAGEM PARELHAS
CARNAÚBA
BARRAGEM MINISTRO
JOÃO ALVES

Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos do RN - SERHID


Elaboração: SERHID

28
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.6 - solos

O Rio Grande do Norte apresenta variedade em classes de solos, ocasionada por uma
grande diversidade em litologia e material originário, além de variação no relevo e no regime
de umidade do solo. As principais manchas de solo encontradas no Estado são:

- Luvissolos (Solos Brunos Não Cálcicos): encontrados ocupando toda a parte centro
sul do Estado, são solos rasos a pouco profundos, de relevo suavemente ondulado, são
moderadamente ácidos a praticamente neutros, que estão relacionados principalmente com
os biotita-gnaisses. São solos bem providos de nutrientes, cujas alternativas de uso são
restritas por estarem localizados, sobretudo, na zona do sertão, onde as condições de
umidade, bem como de relevo e profundidade efetiva, são limitantes;

- Latossolo Vermelho Amarelo: ocupam quase todo litoral do Estado, caracterizam-se


por solos profundos maiores que um metro, bem drenados, porosos, friáveis, com baixos
teores de matéria orgânica e predominantemente ácidos;

- Neossolos (Areias Qurtzosas, Regossolo, Solos Aluvias, Solos Litólicos): presentes


também em quase todo o litoral e na margem dos principais rios, são solos não hidromórficos,
arenosos, desde ácidos até alcalinos e excessivamente drenados. Apresentam grande
variação com relação a profundidade efetiva (muito profundo Areias Quartzosas; raso e
pouco profundo Litólicos), bem como com relação a fertilidade natural (baixa Areias
Quartzosas; Alta Litólicos);

- Planossolos (Solonchaks-Sálico, Solonetz-Solodizado): distribuídos em pequenas


áreas do Estado, são os solos rasos a poços profundos que apresentam limitação moderada a
forte quanto ao uso agrícola, em decorrência principalmente das más condições de drenagem
e dos teores médios a altos em sódio trocável;

- Argissolos (Podzólico Vermelho-Amarelo): são encontrados principalmente no


Alto Oeste. São solos medianamente profundos a profundos, fortemente a moderadamente
drenados, com baixos teores de matéria orgânica. Apresentam, normalmente, grande
potencial agropecuário;

29
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
- Cambissolo Eutrófico: são solos rasos a profundos, bem drenados, desenvolvidos a
partir de diversas rochas, destacando-se os calcários, granitos e migmatitos, em áreas de
relevo plano a forte ondulado, sob vegetação de caatinga hipo e hiperxerófila;

- Solos de Mangue: ocorrem principalmente nas desembocaduras dos rios, como o


Potengi e o Curimataú. São solos salinos com grande quantidade de matéria orgânica;

- Chernossolos (Rendzinas): encontrados na Chapada do Apodi. São solos rasos


moderados a imperfeitamente drenados. Derivados de calcários, são solos alcalinos.

A degradação dos solos do Rio Grande do Norte vem contribuindo para a


intensificação do fenômeno da desertificação no Estado. O Plano Nacional de Combate a
Desertificação - PNCD, define desertificação como a degradação da terra nas zonas áridas,
semi-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de fatores diversos tais como as variações
climáticas e as atividades humanas. O Estado do Rio Grande do Norte possui cerca de 57,4%
do seu território incluído nas categorias muito grave e grave de ocorrência de desertificação,
o que evidencia processos de degradação ambiental bastante preocupantes.

Mapa 7
RIO GRANDE DO NORTE
Áreas de Ocorrência de Desertificação
N
Tibau

Grossos
O c n o
LEGENDA Areia Branca
e a A
(áreas de ocorrência de desertificação) Baraúna
São Bento
t
Porto do Mangue do Norte
Serra do Mel
Macau
Guamaré Galinhos Caiçara São Miguel
l
Mossoró do Norte do Gostoso
Pedra Grande
moderada - 9,6% do Estado Touros
â

grave - 38,5% do Estado Carnaubais


Pendências
Parazinho

Jandaíra
muito grave - 18,9% do Estado
á

Alto do Rio do
Rodrigues Fogo
Governador
Dix-Sept Rosado
núcleo de desertificação - 5,39% do Estado Pureza
r

Afonso Bezerra Maxaranguape


t

Pedro Avelino João Câmara


Ipanguaçu
Felipe Pedra Preta
a

Guerra Açu Poço Taipu


Upanema Branco
i

Angicos Ceará - Mirim

Apodi Jardim de Bento Fernandes Extremoz


Angicos
e

Itajá Lajes
c

Fernando Pedrosa Caiçara do São Gonçalo


Severiano Caraúbas do Amarante
Espírito Santo Rio do Vento Ielmo Marinho
Melo São Rafael Riachuelo
do Oeste Santa Maria
Itaú
Rodolfo NATAL
o

Campo Grande Ruy Barbosa


Fernandes
C

o Sâo Pedro
Riacho
Tabuleiro da Cruz Triunfo Potiguar Santana do Matos Parnamirim
Grande São Paulo Macaiba
do Potengi
São Francisco Bodó
Viçosa Barcelona
do Oeste Olho D'Água São Tomé
Portalegre Umarizal dos Borges São José
Janduís Jucurutu Lagoa Bom Jesus de Mipibu
Francisco Cerro Corá de Velhos Vera Cruz Nísia
Dantas Sen. Elói de Floresta
Rafael Sítio Novo Souza
Dr. Martins Godeiro Monte Alegre
Severiano Patu MessiasTargino Florânia Lajes
Lucrécia Lagoa Nova Pintadas Serra
Encanto Pau dos Ferros Serrinha Almino Lagoa Salgada Sen. Georgino
Afonso Ten. Caiada Avelino
dos Pintos Frutuoso Laurentino Cruz Tangará Boa Saúde
São Miguel Água Nova Lagoa de Pedras Arês
Gomes
Rafael Santa Cruz Brejinho Tibau
Cel.João Riacho de Fernandes Antônio Martins Currais Novos Campo Goianinha do Sul
Pessoa Santana São Vicente São José Serrinha
Pilões Redondo de Jundiá
João Dias Vila
Campestre Passagem Flor
Venha Ver Marcelino
José da Espírito
Vieira São Fernando Lagoa Santo
Penha Alexandria Jardim Cel. Ezequiel Várzea Santo
Luis Gomes Major Sales de Piranhas Cruzeta São Bento D'Anta Antônio
Acari do Trairí Canguaretama Baía
Tenente Jaçanã Passa e Formosa
Japi Serra de Fica
Paraná Ananias Monte das S. Bento Nova Cruz
Gameleiras Pedro
Timbaúba São José Velho
dos Batistas Caicó do Seridó Carnaúba
Montanhas
dos Dantas

Jardim do Seridó
Serra Negra
do Norte
Ouro
São João
Branco Parelhas
do Sabugi
Santana

P Ipueira
do Seridó

Fonte: MMA/PNCD, 1997. ESCALA


a a
Elaboração: IDEMA/CESE Equador

r 25 0 25 50 km
a
í b

30
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
As principais causas da degradação das zonas áridas são:

- o uso inapropriado dos recursos da terra, agravado pelas secas;


- uso intensivo dos solos, tanto na agricultura moderna quanto na tradicional;
- cultivo em terras inapropriadas tais como, ecossistemas e matas remanescentes, etc;
- pecuária extensiva;
- queimadas;
- desmatamento em áreas com vegetação nativa, áreas de preservação, margens de
rios, etc, principalmente pelos setores de atividades tais como: cerâmica, panificação e cal;
- técnicas inapropriadas de irrigação, particularmente sem o uso de drenagem;
- mineração.

A ação combinada desses fatores naturais e antrópicos resulta em prejuízos de ordem:

- ambiental: erosão e salinização dos solos, perda de biodiversidade, diminuição da


disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, entre outros;

- social: principalmente, a desestruturação familiar, pela necessidade de emigrar para


centros urbanos devido a perda da capacidade produtiva da terra;

- econômica: destacam-se a queda na produtividade e produção agrícolas (sobretudo


na agricultura de sequeiro que é mais vulnerável aos fatores climáticos), e a diminuição da
renda e do consumo da população. Além disso, a perda da capacidade produtiva da
sociedade repercute diretamente na arrecadação de impostos e na circulação da renda.

31
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
1.7 - patrimônio natural

O Estado do Rio Grande do Norte possui um rico patrimônio natural passível de ser
explorado turísticamente, dispondo de um extenso litoral que abriga belas praias. Em alguns
trechos desse litoral, as bordas expõem material pertencente ao Grupo Barreiras, formando
falésias de até 12 m de altura. É também na faixa litorânea onde são encontradas a maior
parte das lagoas, algumas de suma importância para o abastecimento urbano.

As serras são mais um legado do patrimônio natural do Estado, distribuídas no


interior. As regiões serranas norte-rio-grandenses caracterizam-se geomorfologicamente
por sua formação planáltica de cume achatado. Nas suas encostas nascem alguns rios, como
o rio Potengi na Serra de Santana. As regiões serranas do Estado são: A Região Central
Potiguar (Serra de Santana e João do Vale) e a Oeste Potiguar (Serra de Martins, Portalegre,
Luis Gomes e São Miguel).

Formada há 3 bilhões 450 milhões de anos, a Serra


Caiada, a 72 km de Natal, encravada no Agreste Potiguar, é a
mais antiga da América Latina e está entre os fragmentos
rochosos mais velhos do mundo. Além da diversidade da
fauna, flora, fontes d'água e um micro clima
que caracteriza cada formação serrana como impar à região a que pertence, as serras detêm
um potencial turístico pouco explorado, como a Serra de Martins no município de mesmo
nome, a Serra Pico do Cabugi no município de Angicos, Serra de Portalegre, Serra João do
Vale nos municípios de Campo Grande/Triunfo Potiguar e a Serra de São José nos municípios
de São Miguel/Luis Gomes (ponto de maior altitude do Estado com 831 m).

O Estado também possui um rico patrimônio espeleológico, arqueológico e

paleontológico, composto por cavernas, grutas ou furnas (cavidades naturais, abrigando

sítios arqueológicos deixados por antigas civilizações, algumas com inscrições rupestres).

Podemos citar como principais atrações desses patrimônios a Casa de Pedra, no município de

Martins e o Lajedo de Soledade, em Apodi.

32
PERFIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

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