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ITABIRITO
E 2019
NOVEMBRO D
Gabriel de Almeida Gonçalves
Isabela Marcela Assis
Mileny Vitória Alves da Silva
ITABIRITO
E 2019
NOVEMBRO D
Gabriel de Almeida Gonçalves
Isabela Marcela Assis
Mileny Vitória Alves da Silva
Banca Examinadora:
M.e Marlon Lucas Gomes Salmento
M. ª Adriana Luziê de Almeida
M. ª Tamires Martins Rezende
M. ª Tamyris Teixeira da Cunha
M. ª Ana Cecília Fernandez dos Santos
ITABIRITO
E 2019
NOVEMBRO D
AGRADECIMENTOS
Gabriel de Almeida Gonçalves, Isabela Marcela Assis, Mileny Vitória Alves da Silva
Orientadores: Marlon Lucas Gomes Salmento e Adriana Luziê de Almeida
Resumo. O consumo de hortaliças, verduras e legumes, embora faça parte da rotina de muitas
pessoas, nem sempre é feito de forma saudável, uma vez que estes podem ter sido expostos a
agrotóxicos prejudiciais à saúde, quando produzidos comercialmente. O cultivo desses
alimentos no ambiente doméstico pode ser uma solução para este problema.
Portanto, este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo geral desenvolver
um sistema automatizado de uma estufa de hortaliças, com fundamentos no princípio
hidropônico. Também permitir uma alternativa para o cultivo controlado de alimentos, trazer
uma solução a espaços reduzidos e substituir o trabalho manual pelo autônomo.
O projeto propõe apresentar o desenvolvimento, falhas, adaptações necessárias e
resultados alcançados, com base na automatização feita por meio de sensores e atuadores,
realizada pelos componentes que farão o controle da temperatura e luminosidade.
De modo geral, o desenvolvimento da estufa obteve resultados positivos, como o bom
funcionamento dos parâmetros do sistema, buscando atingir os objetivos propostos. A
construção do protótipo e a programação para o funcionamento dos sensores e atuadores se
deram da forma esperada, passando por algumas alterações durante o processo. Ademais,
foram identificadas algumas dificuldades relacionadas ao cultivo da hortaliça utilizada na
realização de testes do funcionamento. Sendo assim, houve a necessidade de substituir a
alface utilizada por sementes de feijão, que se desenvolveram no sistema.
1
1 INTRODUÇÃO da adição de terra para o cultivo. Este
A vida nos grandes centros sistema pode ser adaptado para o plantio
urbanos, embora seja prática, pode em escala reduzida e, consequentemente,
inviabilizar algumas atividades diárias que aproximar-se ao objetivo de fornecer uma
são habituais no interior ou em lugares alternativa para a falta de espaço.
mais afastados. Com o crescimento das Diante do que foi exposto, a
cidades, processo chamado de urbanização, construção de um sistema que permita
a transformação do plano rural em urbano controlar de forma autônoma e tecnológica,
é colocada em prática. Esse movimento, o cultivo de hortaliças pode ser uma
faz com que haja um crescimento da alternativa viável e eficiente para
população e, principalmente, das contribuir com uma alimentação mais
construções nesses locais. saudável, ainda que em espaços restritos.
Este processo pode dificultar a A automação está implementada
implementação de uma horta, tendo em neste projeto através do controle de vários
vista que o espaço disponível nem sempre parâmetros, que serão representados por
é o adequado. Portanto, a falta deste local sensores instalados na estrutura, com o
apropriado pode inviabilizar o cultivo de intuito de aferir as tarefas a serem
hortaliças, tais como alface, rúcula, agrião realizadas, para que o desenvolvimento da
e outros. Estes alimentos podem ser planta aconteça de forma satisfatória.
facilmente comprados em Nos próximos capítulos serão
estabelecimentos, como supermercados e apresentados os tópicos da Revisão de
varejões. Entretanto, nem sempre é Literatura, da Metodologia, dos
possível conhecer sua origem e identificar Resultados, das Considerações Finais e por
se houve ou não, em sua produção, o uso fim, da Conclusão. Estes contribuem para
de agrotóxicos prejudiciais à saúde. todo o desenvolvimento e finalização do
Outro obstáculo enfrentado por trabalho.
muitas pessoas é a escassez de tempo para
se dedicar ao cuidado com as hortaliças. 1.1 OBJETIVOS
Com o aumento da população nas 1.1.2 Objetivo Geral
cidades, surge uma demanda pelo cultivo Este trabalho objetiva desenvolver
no ambiente urbano. Segundo Nolasco um sistema de controle e monitoramento
(2009), “a Agricultura Urbana (AU) tem de uma estufa automatizada, com
sido objeto de estudos recentes, devido à fundamentos no princípio hidropônico.
sua grande importância junto às ciências
sociais e políticas e sua localização dentro 1.2.2 Objetivos Específicos
dos limites das cidades contemporâneas”.
● Proporcionar uma alternativa para o
Um sistema atual que vem
cultivo controlado de alimentos;
ganhando destaque no cultivo de hortaliças
● Construir uma estufa de hortaliças
e que pode ser empregado na agricultura
automatizada e adaptável ao espaço
urbana é a hidroponia. Este consiste em um
disponível;
processo capaz de fazer com que a planta
se desenvolva na água, sem a necessidade
2
● Facilitar o cultivo de hortaliças em aproveitamento da área destinada à
ambiente urbano, utilizando a produção de mudas (JUNIOR, 2016).
automação para substituir o A escolha do modelo de sistema
trabalho manual pelo autônomo. hidropônico e da solução depende, dentre
● Promover a montagem de um outros fatores, da cultura a ser produzida e
sistema capaz de fazer os também da disponibilidade da espécie e
monitoramento e acionamento dos custo dos materiais que são utilizados.
componentes, utilizando uma Cada cultura possui peculiaridades
lógica de programação. próprias relacionadas à variáveis como
temperatura, luminosidade, irrigação e
2 REVISÃO DE LITERATURA oxigenação.
Tanto a temperatura ambiente
Com o intuito de adquirir
quanto a da solução hidropônica são de
conhecimentos relevantes para este
extrema importância para o
trabalho foram realizadas leituras sobre o
desenvolvimento do processo. Enquanto a
sistema hidropônico e as ferramentas
temperatura ambiente em que as hortaliças
necessárias para desenvolver a automação
são inseridas, influencia em processos
da estufa.
como transpiração, respiração,
fotossíntese, germinação, crescimento,
2.1 O sistema hidropônico
floração e frutificação dos vegetais
Cada vez mais, a hidroponia vem
(CERMEÑO, 2005), a temperatura da
sendo empregada no Brasil, na produção
solução hidropônica interfere na absorção
de hortaliças folhosas, frutos e tubérculos.
de nutrientes. Dessa forma, o controle da
Para a maior parte dessas culturas
variável temperatura é fundamental para
são empregados sistemas do tipo NFT
garantir resultados satisfatórios no cultivo
(Nutrient Film Technique) , com utilização
das hortaliças.
reduzida ou a não utilização de substrato.
Outra variável a ser considerada no
Esta técnica de cultivo em água
processo é a luminosidade. Seu controle é
proporciona o gradativo crescimento das
fundamental, uma vez que é através do
plantas, possuindo seu sistema radicular
fenômeno da fotossíntese que as plantas
imerso em um canal, sendo também capaz
transformam moléculas de água e dióxido
de ser chamado de canaleta, através da qual
de carbono em energia química, liberando
circula uma solução nutritiva (TUDO
o oxigênio, elemento responsável por
HIDROPONIA, 2009).
renovar e purificar o ar dentro da estufa
A viabilidade desta técnica
(HOPKINS, 2006). Além disso, a
justifica-se por meio de uma maior rapidez
quantidade de luz sendo fornecida influi
e facilidade na execução de tratos na
diretamente em seu florescimento.
cultura, como desbaste, irrigação e
Não menos relevante, a irrigação é
adubação. Também na menor possibilidade
realizada com a função de levar a solução
de contaminação fitopatogênica e estresse
nutritiva do reservatório em quantidades
por ocasião do transplantio, além do
suficientes para a absorção das raízes,
tratamento fitossanitário e do melhor
assim como conduzir a solução de volta ao
3
tanque. Com isto, todo e qualquer sistema sistema (lâmpada, bomba, cooler e pastilha
NFT deve apresentar a capacidade de Peltier).
vazão do conjunto moto-bomba
dimensionada de acordo com o número de Figura 01 - Arduino UNO
canais que serão irrigados. Uma vazão de
0,5 a 1,0 e 2,0 a 4,0 L/min por canal, é
indicada para fins práticos
respectivamente, para mudas, plantas de
ciclo curto e plantas de ciclo longo
(SILVA e MELO, 2003).
O controle da oxigenação da estufa
Fonte: Eletrogate
é realizada por meio de um ventilador
encarregado de circular o ar, resfriando-o
2.2.2 Sensor de temperatura (LM35)
quando preciso.
Este sensor (Figura 02) é um dos
Cada uma das variáveis citadas
principais componentes do protótipo, visto
acima é vital para a sobrevivência da
que é necessário conhecer a temperatura
planta, considerando os diferentes papéis
interna da estufa e do reservatório de água,
que elas cumprem e que juntos, oferecem
para acionar ou não os atuadores.
um ambiente de desenvolvimento eficaz.
Neste protótipo, optou-se pela
utilização do modelo LM35, pela fácil
2.2 Ferramentas utilizadas
interação com o Arduino e, sobretudo,
2.2.1 Arduino UNO
devido à boa aplicabilidade em protótipos
Para controlar as variáveis do
já desenvolvidos.
processo, utilizou-se o Arduino modelo
Com princípio de funcionamento
UNO (Figura 01), o qual é uma plataforma
simples, o LM35 varia sua tensão de saída
de desenvolvimento open-source de
de acordo com a temperatura medida por
prototipagem eletrônica, programável em
sua superfície, assim, cada 10 mV
uma linguagem baseada em C/C++, que
corresponde a 1°C e, por meio de um
destaca-se, essencialmente, por ser
cálculo simples, é possível transformar a
acessível, funcional e compatível a
tensão em graus Celsius.
diversos sensores e atuadores que variam
de acordo com a demanda do protótipo
Figura 02 - LM35
desenvolvido.
Neste trabalho, a plataforma fez a
aquisição de dados dos sensores de
temperatura e luminosidade, a fim de
realizar leituras específicas como: a
temperatura ambiente, a temperatura da
água no reservatório e a luminosidade Fonte: Eletrogate
dentro da estufa. Juntamente com quatro
módulos relés, que por meio da
programação, acionaram os atuadores do
4
2.2.3 Sensor de Luminosidade (LDR) 2.2.5 Ventoinha
Para efetuar a medição da variável Para que a ventilação da estufa
de luminosidade da estufa, foi necessário fosse realizada, foi instalado uma
utilizar o sensor LDR (Light Dependant ventoinha, também chamada de cooler
Resistor). Este consiste em um resistor que (Figura 05), de 12V em seu interior. O
trabalha com a sensibilidade à luz visível acionamento deste componente é
onde há variação de resistência de acordo controlado pelo Arduino, que liga ou
com a intensidade de luz. Em ambientes desliga o relé e, aciona ou não, o
escuros, sua resistência é elevada, porém, ventilador.
conforme a luz incide sobre ele, sua Figura 05 - Cooler
resistência diminui (MCROBERTS, 2014).
5
Figura 06 - Bomba submersa HBO 300 escolhido, construção da estufa, técnicas
empregadas, fluxogramas, e outros.
Em seguida ao enraizamento, a
Fonte: Americanas
solução nutritiva (Figura 09) foi preparada
com 10g de enraizador para 1 L de água,
3 METODOLOGIA
para o momento de transferir a alface para
As etapas da elaboração do
os canais de irrigação.
protótipo construído serão apresentadas
nesta seção, descrevendo o passo a passo
na execução do projeto, como: a forma de
cultivo com o método hidropônico
6
Figura 09 - Preparo da solução nutritiva Figura 11 - Estrutura da estufa
7
cooler, a pastilha Peltier e a bomba. As converte sua energia em eletricidade. A
fontes do esquema também são somente célula fotocondutora quando submetida a
ilustrações, considerado que no programa uma fonte luminosa, decresce sua
utilizado não havia fontes que energizam resistência, isto é, iluminação e resistência
completamente os componentes. elétrica são inversamente proporcionais.
O atuador será ligado no momento
Figura 13 - Circuito lógico de que começar a escurecer (leitura abaixo de
funcionamento 150) e quando a temperatura ambiente não
estiver na faixa ideal (25°C a 28°C), onde
o controle desta variável, que trabalha em
conjunto na lógica da programação,
contribuirá para um ambiente promissor ao
crescimento da planta.
3.5.5 Cooler
O sistema de resfriamento aplicado Fonte: dos autores
na lógica do protótipo é usado em diversos
tipos de hardwares eletrônicos, como os 4 RESULTADOS
microprocessadores de placas de 4.1 Montagem do Hardware
computadores, com o objetivo de evitar a Na Figura 15, há a apresentação das
sobrecarga de calor que estes componentes ligações realizadas através dos relés de 2
geram. canais, dos dois LM35, um LDR e
A mesma noção foi utilizada para a protoboard, auxiliando o funcionamento
vida das espécies no interior da estufa, dos atuadores.
porém com algumas diferenças.
Portanto, com o acionamento das Figura 15 - Circuito final
lâmpadas, o ar ao seu redor aquece e influi
na leitura dos sensores. Deste modo, houve
a necessidade de aplicar este atuador
dinâmico, com funcionamento através da
temperatura do ar, movimentando e
permitindo a homogeneização ambiente e,
solucionando o problema de interferência
nesta análise.
Fonte: dos autores
9
aspectos como crescimento e qualidade do
Quadro 01 - Funcionamento da alimento. O motivo para isso sucedeu-se
Lâmpada porque o local em que a cidade se
Funcionamento da Lâmpada encontra, não possui as mudas específicas
Temperatura para o sistema hidropônico NFT e a
ambiente (°C) LDR Estado compra em outro local foi descartada, pois
24 259 apagada o deslocamento entre as cidades poderia
26 170 apagada prejudicar seu posterior desenvolvimento,
assim como interferir na observação final.
28 79 apagada
Contudo, a fim de constatar a utilização do
23 140 acesa
protótipo para outras espécies de
17 40 acesa
hortaliças, realizou-se as aferições para o
19 8 acesa feijão, desenvolvido em algodão.
Fonte: dos autores Para tanto, a programação utilizada
se referiu a hortaliça alface (Lactuca
Quadro 02 - Funcionamento da placa sativa) , mas quando há o plantio
Peltier hidropônico de outra espécie deve-se
Funcionamento Pastilha Peltier realizar modificações no código, pois as
Temperatura faixas de atuação dos componentes variam
da água (°C) Estado de acordo com a necessidade da cultura.
23 ligada Quando analisa-se o crescimento
17 desligada do feijão (Quadros 04 e 05), por exemplo,
21 ligada concluiu-se que a automação
Fonte: dos autores implementada foi eficaz, e otimizou o
processo desenvolvido.
Quadro 03 - Funcionamento do Cooler
Funcionamento do Cooler Quadro 04 - Cultivo automatizado e
Temperatura
hidropônico
ambiente (°C) Estado Cultivo de feijões hidropônicos e
automatizados
31 ligado
Altura Luminos Temperatur
25 desligado
Dias (cm) idade a (°C)
29 ligado
Dia 1 1,7 cm 242 24
27 desligado
Dia 2 2,3 cm 352 23
Fonte: dos autores
Dia 3 5,2 cm 892 26
10
Quadro 05 - Cultivo hidropônico energia que geralmente é fornecida por
Cultivo de feijões hidropônicos baterias, fontes ou pilhas.
Altura Luminosi Temperatu
Dias (cm) dade ra (°C) 5.3 Sensor para medição de umidade
Dia 1 1,8 cm 270 27 Posteriormente, o sistema pode ser
Dia 2 2,4 cm 352 25 implementado para preservar a produção
por meio de malhas termo-protetoras, visto
Dia 3 5,3 cm 517 24
que a umidade relativa do ar, dependendo
Dia 4 8,6 cm 169 27
dos lugares em que a estufa localiza-se,
Dia 5 8,9 cm 510 26
pode sofrer distorções principalmente por
Dia 6 10,1 cm 213 26 conta da temperatura ambiente.
Fonte: dos autores (NOGUEIRA, et al., 2010).
12
8 APÊNDICES
13
int porta relé 2 = 5; //bomba
//Função que será executada uma vez quando ligar ou resetar o Arduino
void setup()
void loop()
Serial.print("Temperatura: ");
Serial.println(temperatura );
Serial.println(temperatura Água);
Serial.print("LDR: ");
Serial.println(LDR);
14
if(temperatura < 25 && LDR < 150) //lâmpadas
else
digitalWrite(porta_rele3, LOW);
delay(15000);
digitalWrite(porta_rele2, HIGH);
delay(15000);
15
delay(1000);
16