Você está na página 1de 107

UNIVERSIDADE PAULISTA

ICET – Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia


Engenharia de Controle e Automação

ANA CAROLINA PASTORELLI


BRUNA RIBEIRO DE OLIVEIRA
ESDRAS RODRIGUES PINTO
JHONNY KELVEM DE OLIVEIRA
JOSÉ DIEGO FAGUNDES SILVA
MARIANA VIEIRA DA SILVA
THIAGO DE SOUZA BUZETTO

CULTIVO INDOOR CONTROLADO

SÃO PAULO
2018
ANA CAROLINA PASTORELLI
BRUNA RIBEIRO DE OLIVEIRA
ESDRAS RODRIGUES PINTO
JHONNY KELVEM DE OLIVEIRA
JOSÉ DIEGO FAGUNDES SILVA
MARIANA VIEIRA DA SILVA
THIAGO DE SOUZA BUZETTO

CULTIVO INDOOR CONTROLADO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade Paulista – UNIP, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Graduação
em Engenharia de Controle e Automação.

Orientador: Prof. Wanys Arnaldo Antônio Rocha


Co-orientador: Edilson Donizete dos Santos

SÃO PAULO
2018
ANA CAROLINA PASTORELLI
BRUNA RIBEIRO DE OLIVEIRA
ESDRAS RODRIGUES PINTO
JHONNY KELVEM DE OLIVEIRA
JOSÉ DIEGO FAGUNDES SILVA
MARIANA VIEIRA DA SILVA
THIAGO DE SOUZA BUZETTO

CULTIVO INDOOR CONTROLADO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Universidade Paulista – UNIP, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Graduação
em Engenharia de Controle e Automação.

São Paulo, ____ de ____________ de ____.

BANCA EXAMINADORA

_______________________
Prof. Nome do Professor avaliador

________________________
Prof. Nome do Professor avaliador

________________________
Prof. Nome do Professor avaliador
Dedicamos este trabalho a Deus,
à nossa família e aos nossos amigos.
AGRADECIMENTOS

A conclusão deste trabalho seria impossível sem a colaboração de algumas


pessoas que contribuíram nas diversas etapas do projeto. Destas, manifesto um
agradecimento especial, ao nosso orientador Wanys Arnaldo Antônio Rocha e co-
orientador Edilson Donizete dos Santos pela dedicação em suas orientações
prestadas na elaboração deste trabalho, nos incentivando e colaborando para
desenvolvimento de nossas ideias;
Finalmente, aos meus amigos da graduação, pelo incentivo e
companheirismo imprescindíveis ao longo deste trabalho.
Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à impossibilidade.
Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível.

Charles Chaplin
RESUMO

A busca por qualidade de vida, saúde e bem-estar vêm transformando o


comportamento dos brasileiros. Essa mudança é bastante expressiva quando
falamos da alimentação. Observamos que a população está optando cada vez mais
por hortas urbanas devido ao alto custo dos alimentos, qualidade e pela grande
quantidade de fertilizantes e agrotóxicos que são prejudiciais à saúde e ao meio
ambiente. Isso fez com que a ingestão de produtos orgânicos crescesse
consideravelmente. Como são considerados mais saudáveis e naturais, os
consumidores estão cada vez mais em busca desses produtos, movimentando o
mercado e impulsionando, principalmente, a agricultura familiar. Neste contexto o
sistema de plantio hidropônico inteligente foi desenvolvido com o objetivo de facilitar
o dia a dia de pessoas que desejam consumir produtos orgânicos de maneira prática
e reduzindo gastos. O sistema automatizado monitora com seus sensores a
temperatura, umidade, nível de água e luz necessária para o desenvolvimento do
plantio em ambiente interno, como casas e apartamentos, evitando assim a
intervenção humana no controle destas variáveis. Será utilizado o sistema
hidropônico para irrigação das plantas, uma vez que este apresenta uma série de
vantagens tais como produção em pequenas áreas, utilização de baixa quantidade
de água, redução do número de operações durante o ciclo da cultura e antecipação
da colheita. Com um sistema de controle feito por Arduino, é possível armazenar os
dados coletados durante o plantio e organizá-los para facilitar o entendimento do
público alvo.

Palavras-chave: Automação; Estufa; Sistema hidropônico; Produtos orgânicos.


ABSTRACT

The search for quality of life, health and well-being has been transforming the
behavior of Brazilians. This change is quite expressive when we talk about food. We
observed that the population is increasingly opting for urban gardens because of the
high cost of food, quality and large quantity of fertilizers and pesticides that are
harmful to health and the environment. This made the intake of organic products
grow considerably. As they are considered healthier and more natural, consumers
are increasingly looking for these products, moving the market and boosting, mainly,
family farming. In this context, the intelligent hydroponic planting system was
developed with the aim of facilitating the daily life of people who want to consume
organic products in a practical way and reducing expenses. The automated system
monitors with its sensors the temperature, humidity, water level and light necessary
for the development of the planting in internal environment, like houses and
apartments, thus avoiding the human intervention in the control of these variables.
The hydroponic system will be used for irrigation of the plants, since this one
presents a series of advantages such as production in small areas, use of low
amount of water, reduction of the number of operations during the cycle of the crop
and anticipation of the harvest. With a control system made by Arduino, it is possible
to store the data collected during planting and to organize them to facilitate the
understanding of the target audience.

Keywords: Automation; Greenhouse; Hydroponic system; Organic products.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gráfico dos resíduos na comida. ................................................................... 18


Figura 2 - Cultivo através do sistema de pavio............................................................... 25
Figura 3 – Cultivo através do sistema de leito flutuante ................................................. 25
Figura 4 - Cultivo através do sistema sub-irrigação ....................................................... 26
Figura 5 - Cultivo através do sistema gotejamento ........................................................ 26
Figura 6 - Cultivo através do sistema aeropônico .......................................................... 27
Figura 7 - Cultivo através do sistema N.F.T ................................................................... 27
Figura 8 - Arduino Mega 2560 ........................................................................................ 29
Figura 9 - Compilador IDE do Arduino ........................................................................... 31
Figura 10 - Esquema do protótipo .................................................................................. 33
Figura 11 - Sensor DHT11 ............................................................................................. 34
Figura 12 - Sistema de refrigeração. .............................................................................. 35
Figura 13 - Fluxograma do controle de temperatura ...................................................... 36
Figura 14 - Pastilha Peltier / Modelo TECI-12706 .......................................................... 37
Figura 15 - Led Hidropônico Grow ................................................................................. 40
Figura 16 - Sensor LDR ................................................................................................. 41
Figura 17 - Fluxograma do sistema de luminosidade ..................................................... 41
Figura 18 - Bomba de irrigação ...................................................................................... 43
Figura 19 - Sensor de nível tipo bóia .............................................................................. 44
Figura 20- Fluxograma do controle da água no recipiente. ............................................ 45
Figura 21 - Fluxograma do controle de água no reservatório. ........................................ 45
Figura 22 - Protótipo do projeto. ..................................................................................... 47
Figura 23 - Diagrama de blocos do sistema em malha aberta. ...................................... 48
Figura 24 - Diagrama de blocos do sistema em malha aberta. ...................................... 49
Figura 25 - Pinos de comunicação serial na placa Arduino Mega .................................. 50
Figura 26 - Quadro de mensagens para Protocolo Modbus ........................................... 51
Figura 27 - Supervisório do sistema de plantio inteligente ............................................. 54
Figura 28 - Simulador Tinkercad. ................................................................................... 57
Figura 29 - Relé.............................................................................................................. 58
Figura 30 - Teste de luminosidade. ................................................................................ 59
Figura 31 - Compilador Arduino – Grau de luminosidade. ............................................. 60
Figura 32 - Gráfico do Estado da Luminosidade. ........................................................... 61
Figura 33 - Circuito divisor de tensão. ............................................................................ 61
Figura 34 - Gráfico de Luminosidade ............................................................................. 63
Figura 35 - Teste de temperatura e luminosidade .......................................................... 63
Figura 36 - Compilador do Arduino – Aquecimento da temperatura .............................. 65
Figura 37 - Gráfico Temperatura e Umidade / Aquecimento .......................................... 66
Figura 38 - Compilador do Arduino –Resfriamento da temperatura 1 ............................ 67
Figura 39 - Compilador do Arduino – Resfriamento da temperatura 2 ........................... 68
Figura 40 - Gráfico Temperatura e Umidade / Resfriamento ......................................... 69
Figura 41 - Gráfico Umidade do ar. ................................................................................ 69
Figura 42 - Interface mobile............................................................................................ 70
Figura 43 - Gráfico de temperatura e umidade do ar. .................................................... 71
Figura 44 - Teste da bomba ........................................................................................... 72
Figura 45 - Esquema elétrico. ........................................................................................ 73
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Temperatura Ideal em ºC para cultivo de hortaliças. ..................................... 21


Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do cultivo hidropônico. ...................................... 28
Tabela 3 - TAG’s ............................................................................................................ 54
Tabela 4 - Componentes do projeto e suas funções ...................................................... 55
Tabela 5 - Pinagens do arduino ..................................................................................... 56
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 15


1.1.1 Objetivos específicos ................................................................................. 16
1.2 PROBLEMA ......................................................................................................... 16
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 19

2.1 CULTIVO DE HORTALIÇAS EM ESTUFAS .................................................................. 19


2.2 FATORES CLIMÁTICOS ......................................................................................... 20
2.2.1 Temperatura .............................................................................................. 20
2.2.2 Umidade relativa do ar ............................................................................... 21
2.2.3 Ventilação .................................................................................................. 22
2.2.4 Luminosidade ............................................................................................ 22
2.2.5 Irrigação ..................................................................................................... 23
2.3 CULTIVO HIDROPÔNICO DE HORTALIÇAS ................................................................ 23
2.3.1 Tipos de sistemas hidropônicos ................................................................. 24
2.3.2 Vantagens e desvantagem do sistema hidropônico................................... 28
2.4 PLATAFORMA ARDUÍNO ....................................................................................... 28
2.4.1 Arduino Mega ............................................................................................ 29
2.4.2 IDE do Arduino........................................................................................... 30

3 MATERIAIS E METODOS ..................................................................................... 32

3.1 FUNÇÕES ........................................................................................................... 32


3.1.1 Controle de Temperatura ........................................................................... 33
3.1.1.1 Sensor de Temperatura ....................................................................... 33
3.1.2 Refrigeração .............................................................................................. 34
3.1.2.1 Pastilha Peltier ..................................................................................... 36
3.1.2.2 Cooler .................................................................................................. 37
3.1.3 Umidade do ar ........................................................................................... 38
3.1.4 Iluminação ................................................................................................. 38
3.1.4.1 Sensor de luminosidade ...................................................................... 40
3.1.5 Sistema de Irrigação .................................................................................. 42
3.1.5.1 Bomba de Irrigação + sensor de nível. ................................................ 42
3.2 ESTRUTURA ....................................................................................................... 46
3.3 SISTEMAS DE CONTROLE ..................................................................................... 48
3.3.1 Sistema em Malha aberta .......................................................................... 48
3.3.2 Sistema em Malha fechada ....................................................................... 48
3.4 COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 49
3.4.1 Protocolo Modbus ...................................................................................... 50
3.4.1.1 Modos de transmissão......................................................................... 51
3.4.2 Sistema Supervisório. ................................................................................ 52

4 TESTES E RESULTADOS .................................................................................... 55

4.1 AMBIENTE DE TESTES .......................................................................................... 55


4.2 TESTES INICIAIS .................................................................................................. 56
4.3 TESTE DE LUMINOSIDADE..................................................................................... 57
4.4 TESTE DE TEMPERATURA E UMIDADE DO AR .......................................................... 63
4.5 TESTE DA BOMBA DE SENSOR DE NÍVEL ................................................................. 71
4.6 ESQUEMA ELÉTRICO ........................................................................................... 72

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 74

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................................. 74

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76

APÊNDICE A – TABELA DE CUSTOS .................................................................... 80

APÊNDICE B – PROGRAMAÇÃO ........................................................................... 81

APÊNDICE C – CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO ................................................ 104


14

1 INTRODUÇÃO

Já é do conhecimento de todos que vivemos a 4º revolução industrial,


também conhecida como Indústria 4.0, onde o desenvolvimento e aplicações de
inovações tecnológicas estão mudando o mundo. Porém não é somente nas
indústrias que este tema se destaca. A automação está completamente difundida no
cotidiano das pessoas sem que elas percebam.

“Os sistemas de controle são uma parte integrante da sociedade moderna.


Inúmeras aplicações estão à nossa volta: os foguetes são acionados, e o ônibus
espacial decola para orbitar a Terra; envolta em jatos de água de resfriamento, uma
peça metálica é usinada automaticamente; um veículo autônomo distribuindo
materiais para estações de trabalho em uma oficina de montagem aeroespacial
desliza ao longo do piso buscando seu destino. Estes são apenas alguns exemplos
dos sistemas controlados automaticamente que podemos criar” (NISE, 2012, p.2).

Segundo Rosário (2009) “a automação é todo processo que realiza tarefas e


atividades de forma autônoma ou que auxilia o homem em suas tarefas do dia a dia”.
A automação dos processos veio para facilitar o dia a dia, fazendo com que tarefas
antigamente realizadas de forma manual e trabalhosa, atualmente sejam feitas de
forma simples com apenas alguns comandos. Esta busca por praticidade, agilidade
e organização são intensas, uma vez que estes são elementos chaves para
melhorar a qualidade de vida das pessoas em um mundo onde o tempo é escasso,
devendo conciliar trabalho, estudo, tarefas domésticas, família, e cuidar da nossa
saúde e alimentação.
A população está cada vez mais comprometida em melhorar seu estilo de
vida, e quando o assunto é alimentação, a motivação na busca de produtos
saudáveis aumenta. No entanto, segundo o Dossiê Abrasco (2012), “o processo
produtivo agrícola brasileiro está cada dia mais dependente de agrotóxicos e
fertilizantes químicos”, sendo usados de maneira excessiva na maioria das vezes.
Isso fez com que o consumo de produtos orgânicos crescesse no Brasil.
“O mercado de produtos orgânicos vem crescendo graças à preocupação de
consumidores com uma alimentação mais saudável e às pressões do mercado para
15

utilização de meios de produção mais sustentáveis” (RODRIGUES, R. et. al. 2009, p.


164).
Segundo Neves (2012) os consumidores acreditam que consumir produtos
orgânicos é um investimento para a saúde, pois ao consumirem, estarão
contribuindo para a saúde pessoal e para a melhoria do planeta.
A maior desvantagem dos produtos orgânicos é o preço, que quando é
comparado aos convencionais, é muito maior.
Um trabalho voluntário de levantamento de preço de produtos orgânicos e
convencionais foi executado pelo Instituto Kairós e a ONG Terra Mater por um ano
em cinco cidades do país (São Paulo/SP, Piracicaba/SP, Alta Floresta/MT,
Salvador/BA, Rio de Janeiro/RJ). O resultado obtido foi que uma cesta com produtos
orgânicos sem agrotóxicos custa o dobro de uma mesma cesta com produtos
convencionais.
Pensando em satisfazer estas pessoas que não possuem muito tempo livre e
que ainda se preocupam com uma alimentação saudável, foi preciso inovar e criar
novos produtos que atendam a esta demanda.
Este trabalho trata-se de um sistema de plantio, que é ideal para quem não
tem tempo e espaço, mas quer se alimentar de produtos orgânicos.
Neste trabalho utilizou-se o cultivo Hidropônico, por ser uma prática eficiente
e de alta rentabilidade. Segunda Almeida (2016) a hidroponia consiste em técnicas
de cultivo em um ambiente protegido, sendo que todos os nutrientes necessários
para o desenvolvimento da planta são fornecidos por meio de solução nutritiva. Esse
sistema é visto como vantajoso, pois possibilita uma maior uniformidade na
produção, alta produtividade por área, uso racional de fertilizantes, redução do ciclo
de cultivo e produtos de ótima qualidade.

1.1 Objetivo geral

Criar um sistema de plantio inteligente em malha fechada para aprimorar,


controlar e coletar seus dados até o cultivo e aumentando assim a produção sem
perder a qualidade do produto.
16

1.1.1 Objetivos específicos

➢ Automatizar o sistema de plantio o tornando inteligente;


➢ Controle principal será feito por uma placa Arduino de maneira que haja uma
interação lógica e sistemática;
➢ Coletar os dados obtidos e organizá-los para assim facilitar o entendimento do
público alvo;
➢ Reduzir as intervenções humanas para assim limitar os erros dos mesmos.

1.2 Problema

A necessidade de uma alimentação saudável, de baixo custo e até mesmo o


prazer de acompanhar o crescimento do seu cultivo faz com que pessoas
interessadas produzam sua própria horta.
“Defendida por ONGs, pesquisadores e ativistas da alimentação saudável, a
agricultura urbana surge em todas as esferas sociais. Nos espaços exíguos dos
apartamentos, muitos tomam gosto pelos temperos frescos e ervas medicinais”
(ANDREONI, M, 2014).
Com este objetivo alguns problemas surgiram, pois, a falta de tempo para o
devido cuidado e mesmo o próprio espaço são a causa do desanimo e desistência
daqueles que iniciam essa prática.
O projeto cultivo indoor controlado atua na solução destes problemas fazendo
com que as pessoas com pouco tempo disponível e com pouco espaço possam ter
condições de desfrutar dos benefícios de ter sua própria horta. Para este projeto
utilizou os recursos da automação aplicando-os em uma estufa com dimensões
razoáveis que possam estar dentro de casa ou em um apartamento. Mesmo para
aqueles que não conseguem estar em casa por muito tempo ou para pessoas que
viajam constantemente será possível obter seu plantio, pois o controle é autônomo e
automático, portanto não será necessário a intervenção humana para que o mesmo
tenha os devidos cuidados.
17

Para que o plantio tenha bons resultados, propõe-se que as condições


climáticas do ambiente cheguem o mais perto possível das melhores condições da
natureza para ter um bom desenvolvimento e com maior velocidade.

1.3 Justificativa

Atualmente, a população está optando cada vez mais por hortas urbanas
devido ao alto custo dos alimentos, qualidade e pela grande quantidade de
fertilizantes e agrotóxicos que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
“Vem crescendo o número de pessoas que se interessam em manter uma
horta em casa ou apartamento. A prática pode ser influência de maior consciência
ambiental, somada à busca por alimentos orgânicos” (IDEC, 2008, p.34).
Segundo o Dossiê Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) um
alerta sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde, 70% dos alimentos in natura
consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos. Desses, segundo a Anvisa,
28% contém substâncias não autorizadas.
Segundo Garattoni e Lacerda (2018) “o Brasil é campeão mundial dos
pesticidas: a cada ano, usa-se 1 bilhão de litros deles para produzir nossa comida. E
o congresso está se mobilizando para que o pais possa usar ainda mais”.
Ainda segundo Garattoni e Lacerda (2018) o uso de agrotóxicos cresceu 700%
no Brasil nos últimos 40 anos, sendo que no mesmo período a área plantada
cresceu apenas 78%. A Figura 1 a seguir, mostra o gráfico da porcentagem de
alimentos que obedecem às normas estabelecidas pela Anvisa, sobre o limite de
segurança do uso dos agrotóxicos:
18

Figura 1 - Gráfico dos resíduos na comida.

Resíduos na comida

20%
Obedecem
Não obedecem
80%

Fonte: Revista Super interessante, 2018, adaptado.

Ter uma horta sem uso de agrotóxicos em casa possibilita que as pessoas
consumam alimentos frescos e saudáveis aproveitando melhor seus nutrientes e
possibilita também uma economia devido à redução de desperdícios.
O que impede algumas pessoas de terem o cultivo dos próprios alimentos é a
necessidade de disponibilidade de tempo para os cuidados do plantio.
Com a automatização do sistema de um plantio, é possível que:
➢ O tempo necessário para cultivar alimentos seja reduzido, pois haverá
todo o controle necessário automatizado;
➢ A qualidade do alimento seja melhorada e a produtividade elevada
(resultado da eficácia do controle de temperatura, iluminação e umidade,
tornando o ambiente ideal para o plantio suprindo sua real necessidade
sem desperdícios);
➢ Os custos sejam reduzidos uma vez que se torna desnecessário o uso de
agrotóxicos (um dos motivos do aumento do preço final do produto);
➢ O desperdício de água seja reduzido utilizando um reservatório com
sistema de reabastecimento automático contribuindo com o meio ambiente;
➢ Todo o processo de plantio é simplificado, assim gera-se uma
aproximação das pessoas e um incentivo ao consumo mais consciente e
natural.
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os fundamentos teóricos que orientam o


processo produtivo das hortaliças em um sistema controlado. Este conhecimento é
essencial para o sucesso da construção do protótipo.

2.1 Cultivo de hortaliças em estufas

Uma das espécies mais procuradas por quem está disposto a ter uma horta
dentro de casa são as Hortaliças.
Hortaliça é um termo agrícola utilizado para nomear uma planta herbácea em
que uma ou mais partes são utilizadas para alimentação em sua forma natural
(ANVISA, apud JUNIOR, 1978). Segundo Makishima (1993) as “hortaliças são
plantas alimentares que se caracterizam pelo seu alto teor de vitaminas e sais
minerais”.
O consumo de hortaliças traz uma série de benefícios por serem ricas em fibras,
vitaminas e sais minerais, e também por serem alimentos leves. Seu cultivo pode ser
feito tanto em ambientes abertos quanto em ambientes fechados, como por exemplo,
as estufas.
As estufas são estruturas onde se pode criar e/ou manter microclimas favoráveis
ao cultivo de plantas, independente das condições existentes. Nesse tipo de
estrutura, as condições ambientais podem ser melhor controladas (BEZERRA, 2003,
p. 11).
“Fatores como o solo, abundância de água, temperatura, ventos e umidade do ar
interferem diretamente no processo de crescimento das plantas podendo dificultar,
ou até mesmo, impedir sua criação, dependendo do clima da região onde as
mesmas são cultivadas” (BARRETO; SANTOS. 2012, p. 19).
Portanto, o uso de estufas para criar ambientes controlados e protegidos é uma
solução muito utilizada para o sucesso do cultivo de hortaliças independente da
região.
20

2.2 Fatores climáticos

Os principais fatores que influenciam no desenvolvimento e qualidade do cultivo


de plantas são a temperatura, a umidade, ventilação, luminosidade e irrigação.

O clima é fundamental para o desenvolvimento de plantas, os fatores


climáticos como temperatura e luminosidade podem interferir de forma benéfica ou
maléfica no desenvolvimento da planta, sendo assim, controlar esses fatores é de
suma importância e o uso do ambiente protegido vem somar a essa busca por
melhores resultados. (SANTOS; JUNIOR; NUNES, 2010).

As influências de cada fator no cultivo das plantas serão descritos nos tópicos a
seguir:

2.2.1 Temperatura

Diz Cermeño citado por Junior (2016, p. 22) que a variação da temperatura é um
fator de extrema importância pois ela tem influência direta no desenvolvimento das
plantas, interferindo nos processos de transpiração, respiração, fotossíntese,
germinação, crescimento, floração e frutificação.
Cada planta possui uma faixa de temperatura ideal para seu desenvolvimento
que, se não for respeitada, pode causar sérios danos ou até mesmo a morte das
mesmas.
Cardoso (2010) diz que a temperatura pode acelerar ou retardar o
desenvolvimento de cada planta funcionando como um controlador de crescimento.
Segundo SIGRIMIS citado por Cardoso (2010), “pesquisas na área de
horticultura indicam que o desenvolvimento e crescimento da maioria das plantas
respondem positivamente se expostos a uma temperatura média durante um
determinado período”.
Conforme observado na Tabela 1, a maioria das hortaliças tem a temperatura
ideal de cultivo entre 15º e 25ºC.
21

Tabela 1 - Temperatura Ideal em ºC para cultivo de hortaliças.


Hortaliças Temperatura ideal em ºC
Acelga Entre 15ºe 25ºC
Agrião Entre 15ºe 25ºC
Alface Entre 10ºe 24ºC
Almeirão Entre 15ºe 25ºC
Cebolinha Até 25ºC
Chicória Entre 15ºe 25ºC
Espinafre Entre 15ºe 25ºC
Mostarda Entre 15ºe 25ºC
Rúcula Entre 15ºe 25ºC

Fonte: Catálogo Brasileiro de Hortaliças, 2015, adaptado.

Sensores e controladores de temperatura são usados sobre equipamentos de


aquecimento ou resfriamento, mantendo assim o controle climático desejado.
“Como não é possível manter constantes a temperatura e umidade relativa
interna de uma estufa, a estratégia é possibilitar sempre uma variação dentro de
uma faixa de controle desejável, pois as plantas toleram algumas variações”
(CARDOSO, 2010, p. 13).

2.2.2 Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar, expressa em percentual (%), varia com a temperatura


e representa a quantidade de água em forma de vapor presente na atmosfera em
relação à quantidade máxima que poderia existir nas mesmas condições de
temperatura (ponto de saturação) (CGE, apud JUNIOR, 2016).
A umidade relativa do ar é outro fator vital para o desenvolvimento das hortaliças.
Quando esta é baixa, pode levar à desidratação de algumas plantas, deixando as
folhas secas ou até mesmo mortas. Quando a umidade está acima da ideal, as
plantas ficam mais sujeitas ao desenvolvimento de doenças.
22

Segundo Seemann e Prados, citado por Cardoso (2010), “os valores de umidade
relativa do ar no interior das estufas variam de maneira bastante acentuada e estão
diretamente relacionados aos valores de temperatura do ar. Sendo assim, para um
mesmo conteúdo de vapor d’água no ar, a umidade relativa é inversamente
proporcional à temperatura”. Durante o dia, a umidade do ar diminui no interior da
estufa devido ao aumento da temperatura. Já durante a noite, a umidade do ar é
elevada por conta da queda de temperatura verificada no interior da estufa.

2.2.3 Ventilação

A ventilação pode ser considerada como a troca de ar entre o meio externo e


interno da estufa. O principal objetivo da ventilação é retirar a sobrecarga de calor de
dentro da estufa. A importância de se fazer circular e renovar o ar interno se deve ao
fato de evitar a presença e surgimento de pragas, controlando a umidade do ar na
estufa (BARRETO; SANTOS, 2012).
Além de retirar a sobre carga de calor da estufa, a ventilação assegura uma taxa
mínima de CO2 para as plantas e evita o excesso de umidade.

2.2.4 Luminosidade

Diz HOPKINS citado por JUNIOR que a luz é fundamental para a sobrevivência
das plantas, pois através do fenômeno da fotossíntese, as plantas transformam
moléculas de água e dióxido de carbono em energia química e liberam
simultaneamente o oxigênio, renovando e purificando o ar. Estas moléculas são,
então, utilizadas pelas plantas em sua respiração. A luminosidade, em termos da
agricultura, caracteriza-se pela quantidade de luz incidente nas plantas. Sendo este
um fator importante não apenas para sua sobrevivência, mas também para seu
desenvolvimento, já que o excesso – ou falta – podem gerar efeitos adversos em
seu crescimento.
23

2.2.5 Irrigação

“A irrigação é uma técnica milenar que tem por objetivo fornecer a quantidade
necessária de água à planta no momento em que ela necessita e na quantidade
exata” (CASTRO, 2003, p. 4).
Segundo Frizzone (2017), existem, basicamente, quatro métodos de irrigação:
1. Irrigação por aspersão – a aplicação da água ao solo resulta da
subdivisão de um jato d’água lançado sob pressão no ar atmosférico;
2. Microirrigação, ou irrigação localizada – a aplicação da água é feita por
emissores que operam sob pressão e localizam o volume de água
necessário nas áreas de interesse;
3. Irrigação por superfície – utilizam a superfície do solo para conduzir a
água que deve ser aplicada à área a ser irrigada;
4. Irrigação subterrânea – consiste na aplicação de água ao subsolo capaz
de proporcionar um fluxo satisfatório de água à zona radicular da planta.

Os benefícios dos sistemas de irrigação são: aumento de qualidade e


produtividade da cultura devido a um melhor enraizamento e equilíbrio nutricional;
menor incidência de fungos e bactérias na planta e no solo; menor gasto com
insumos como água, energia, fertilizantes e defensivos (Cardoso, 2010).

2.3 Cultivo hidropônico de hortaliças

Segundo Furlani citado por Santos (2008), a hidroponia, termo derivado de duas
palavras de origem grega, hidro = água e ponia = trabalho, é uma técnica que está
se desenvolvendo rapidamente, especialmente no cultivo de hortaliças, por ser uma
técnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução
aquosa, contendo apenas os elementos minerais necessários aos vegetais.
No passado, diz Alberoni citado por Dal’Sotto (2013), a produção de alimentos
em nível comercial era pequena e as pessoas produziam suas hortaliças em casa.
Hoje, com um aumento incontrolável da população, com o crescimento das cidades
24

e o sistema de trabalho, emprego fixo em horário integral, vem requerendo um


considerável aumento da oferta de alimentos, bem como a melhoria na qualidade
dos produtos oferecidos.
No Brasil, o cultivo de hortaliças utilizando técnicas de hidroponia é recente, e
vem se expandindo rapidamente nas proximidades dos grandes centros urbanos,
onde as terras agricultáveis são escassas e caras e onde há grande demanda.
Nestas regiões, a produção de hortaliças é realizada em sua maior parte sob cultivo
protegido, caso em que o cultivo hidropônico apresenta-se como alternativa
vantajosa (SANTOS et al, 2008).
Vários fatores contribuem para que esta técnica seja um negócio promissor, pois
segundo Faquin et al. Citado por Santos et al. (2008), a hidroponia apresenta uma
série de vantagens tais como produção em pequenas áreas, utilização de baixa
quantidade de água e fertilizantes, redução do número de operações durante o ciclo
da cultura, antecipação da colheita e redução drástica de defensivos agrícolas.

2.3.1 Tipos de sistemas hidropônicos

O sistema de cultivo hidropônico é constituído pelos sistemas ativo e passivo.


No sistema ativo, a solução nutritiva permanece estática e sua condução é feita
pelo sistema de pavio, onde são capitados através de alta capilaridade. Já no
sistema passivo, a solução circula através de uma bomba de água, sendo
necessário um sistema de oxigenação devido a perdas durante o processo (SOUZA,
2010).

➢ Sistema pavio: Sistema onde as hortaliças recebem os nutrientes através de


um pavio, e captam os nutrientes disponíveis pelas raízes através da
capilaridade. O sistema pode ser visualizado na Figura 2 abaixo:
25

Figura 2 - Cultivo através do sistema de pavio

Fonte: Martins, 2018.

➢ Sistema de Leito Flutuante: As hortaliças ficam suspensas por meio de


plataformas, onde as raízes podem estar parcialmente ou totalmente imersas
na solução. O sistema pode ser visualizado na Figura 3 abaixo:

Figura 3 – Cultivo através do sistema de leito flutuante

Fonte: Martins, 2018.

➢ Sistema de Sub-Irrigação: Sistema feito por meio de bombeamento da


solução nutritiva no recipiente. Quando cheio, o recipiente deve ser esvaziado
26

em períodos pré-determinados, assim os nutrientes são fornecidos sem


sobrecarregar as plantas. O sistema pode ser visualizado na Figura 4 abaixo:

Figura 4 - Cultivo através do sistema sub-irrigação

Fonte: Martins, 2018.

➢ Sistema de Gotejamento: A solução nutritiva é aplicada no colo da planta por


meio de gotejadores, e o bombeamento da solução é controlado por
temporizadores. O sistema pode ser visualizado na Figura 5 abaixo:

Figura 5 - Cultivo através do sistema gotejamento

Fonte: Martins, 2018.


27

➢ Sistema Aeropônico: Fornece a solução nutritiva por meio do ar úmido. As


hortaliças estão suspensas e com as raízes em contato direto com o ar úmido.
O sistema pode ser visualizado na Figura 6 abaixo:

Figura 6 - Cultivo através do sistema aeropônico

Fonte: Martins, 2018.

➢ Sistema N.F.T: Fluxo constante de solução nutritiva, não existindo nenhum


controlador de tempo para ligar ou desligar a bomba de circulação de
nutrientes. A solução nutritiva é bombeada de um depósito para um canal de
cultura, e flui constantemente no seu fundo, na forma de um filme muito fino.
O sistema pode ser visualizado na Figura 7 abaixo:

Figura 7 - Cultivo através do sistema N.F.T

Fonte: Martins, 2018.


28

2.3.2 Vantagens e desvantagem do sistema hidropônico

O cultivo hidropônico apresenta vantagens e desvantagens em relação ao


cultivo clássico a campo aberto e cultivo protegido em solo. Conforme descritos na
Tabela 2:
Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do cultivo hidropônico.
Vantagens Desvantagens
Produção de melhor qualidade Alto custo de instalação
Dependência de eletricidade nos
Menor emprego de mão de obra
sistemas automáticos
Mínimo uso de fungicidas e Necessidade de mão de obra
inseticidas especializada
Colheita precoce Atividades rotineiras
Menor consumo de água e adubo
Melhor possibilidade de colocação
do produto no mercado
Utilização racional de áreas
Dispensa rotação de cultura
Fonte: adaptado Teixeira, 1996.

A hidroponia apresenta inúmeras vantagens, quando confrontada ao cultivo


tradicional no solo. A utilização dos nutrientes de forma balanceada proporciona
maior produtividade, pois reduz o ciclo de produção e o cultivo protegido diminui a
contaminação por pragas e doenças (BATISTA, 2015).

2.4 Plataforma Arduíno

“Em termos práticos, um Arduino e um pequeno computador que você pode


programar para processar entradas e saídas entre o dispositivo e os componentes
externos conectados a ele. O Arduino é o que chamamos de plataforma de
computação física ou embarcada, ou seja, um sistema que pode interagir com seu
29

ambiente por meio de hardware e software”. (FONSECA; BEPPU, apud BARBOSA,


2013).

Já de acordo com o site oficial, Arduino é uma plataforma open-source de


prototipagem eletrônica com hardware e software flexíveis e fáceis de usar,
destinado a qualquer pessoa interessada em criar objetos ou ambientes interativos.
Segundo Rodrigues, Sartori e Gouveia, citado por Barbosa (2013), o Arduino
é uma plataforma formada por dois componentes: uma placa que é o hardware onde
se trabalha para construir projetos, parte física do arduino; E um IDE do arduino, que
é um software executado no computador usado para programar o Arduino, onde é
escrito o código na linguagem que o arduino interpreta.
O upload do programa realizado no IDE para a placa é feito através de uma
porta serial ou USB. Desta forma o arduino executará as instruções interagindo com
o que estiver conectado a ele.
Segundo McRoberts citado por Junior (2016), “uma das maiores vantagens da
plataforma Arduino é sua arquitetura de hardware e software abertas, possibilitando
a utilização livre por qualquer pessoa ou propósito, de seus códigos, esquemas ou
projetos”.

2.4.1 Arduino Mega

Existem inúmeros modelos de placas Arduino, porém, para este projeto, o


Arduino utilizado é o MEGA 2560, conforme mostrado na Figura 8.

Figura 8 - Arduino Mega 2560

Fonte: Arduino Official website, 2018.


30

“Ele contém tudo o que é necessário para suportar o microcontrolador; Basta


conectá-lo a um computador com um cabo USB ou ligá-lo a um adaptador de CA-CC
ou bateria para iniciar” (Arduino.CC, 2018).

Ele é composto pelos seguintes componentes:


➢ Microcontrolador: É o dispositivo programável que opera o código que
enviamos à placa. Nesta placa o microcontrolador ATmega2560 é
utilizado. Ele conta com 256 KB de Flash, 8 KB de RAM e 4 KB de EEPROM.
Chega 16 MIPS, operando em 16 MHz.
➢ Conector USB: Conector que conecta o Arduino ao computador além de
alimentar a placa.
➢ Pinos de Entrada e Saída: Pinos que podem ser programados para agirem
como entradas ou saídas fazendo com que o Arduino interaja com o meio
externo.
➢ Pinos de Alimentação: Fornecem diversos valores de tensão que podem ser
utilizados para transmitir energia elétrica aos componentes do seu projeto.
➢ Botão de Reset: Reinicia o dispositivo.
➢ Conversor Serial-USB e LEDs TX/RX: O conversor Serial-USB permite que o
microcontrolador e o computador se comuniquem, nesta placa o
microcontrolador Atmega16U2 é programado para agir como conversor.
➢ Conector de Alimentação: Permite com que uma fonte alimente a placa. Caso
o Arduino esteja sendo alimentado pela porta USB e por uma fonte o
hardware seletor escolherá automaticamente a melhor fonte.

2.4.2 IDE do Arduino

“Basicamente são duas funções realizadas pelo IDE, permitir o


desenvolvimento do programa e realizar o envio dele para a placa e assim o
programa é executado” (MCROBERTS, apud Santos, 2014).
O IDE é um ambiente de Desenvolvimento Integral utilizado por
programadores e que apresenta em um lugar só um editor, compilador, vinculador e
31

depurador, juntamente com ferramentas de gerenciamento de projetos para


aumentar a produtividade do programador.
Ele é composto por um editor de texto para a escrita de código, uma área de
mensagens, um console de texto, uma barra de ferramentas com botões para
variadas funções e uma série de menus.
A instalação do IDE do arduino é muito simples. Por se tratar de uma
plataforma livre, para realizar o download, basta acessar a página oficial do Arduino
<https://www.arduino.cc/en/Main/Software>, e obter a versão compatível com
sistema operacional em uso. A Figura 9 a seguir, mostra a interface do compilador
do Arduino:

Figura 9 - Compilador IDE do Arduino

Compilar

Executar

Novo

Abrir
biblioteca
Área de
código
Salvar

Área de
status
Fonte: Autoria própria, 2018.
32

3 MATERIAIS E METODOS

A proposta deste projeto é o desenvolvimento de um sistema de plantio


automatizado, em que seja possível atender todas as etapas do processo, desde o
cultivo até sua colheita. Neste sistema, foi analisado a temperatura e umidade do ar
a fim de garantir uma irrigação inteligente, sem desperdícios de água e controlar a
iluminação necessária para o cultivo.
Primeiramente, foi planejado como seria o seu funcionamento e a dificuldade
de obtenção ou construção das peças necessárias e como seria sua estrutura. As
primeiras características a serem definidas foram as funções que seriam exercidas,
sua estrutura, o sistema de controle e a comunicação.

3.1 Funções

Foi definido que as funções exercidas seriam o controle de temperatura,


umidade do ar, iluminação e irrigação automática das plantas.
O principal método para o controle das funções serão os sensores. Segundo
Rosário (2009) em um sistema automatizado, os sensores são usados para
aquisição de informações dos sistemas controlados, eles convertem presenças
físicas de um corpo, níveis de agua, temperatura, etc., para sinais analógicos e
digitais.
Na Figura 10 abaixo, o diagrama em blocos representa as entradas e saídas
do sistema utilizadas na plantação. O diagrama possui quatro entradas: o sensor de
temperatura, sensor de umidade do ar, sensor de luminosidade e também o sensor
de nível d’água do reservatório. Eles trabalham em conjunto para atender todas as
necessidades do cultivo das hortaliças. Já nas saídas, temos os coolers que
controlaram a temperatura, o LED Grow que controlará a luminosidade e as bombas
para circulação e abastecimento de água.
33

Figura 10 - Esquema do protótipo

Sensor de Temperatura
e Umidade MICROCONTROLADOR
Cooler

Sensor de Luminosidade ARDUINO LED Grow

Sensor de nível Bomba d’água

Fonte: Autoria própria, 2018.

3.1.1 Controle de Temperatura

Diz Goto e Tivelli citado por Santos et al (2010, p. 84) que o clima é um fator
que influência a produção de hortaliças e plantas. E em algumas regiões no verão,
as altas temperaturas interferem na qualidade e produção das hortaliças e criam
condições favoráveis para o aparecimento de doenças.
A temperatura é o controle mais importante em uma estufa, por exercer uma
função essencial no crescimento e desenvolvimento das plantas. A temperatura mais
favorável depende de cada tipo de espécie de planta cultivada. Temperaturas muito
altas reduzem o crescimento das plantas, fazendo com que elas murchem e morram,
por outro lado, temperaturas muito baixas limitam o crescimento das plantas.
Para o controle da temperatura vamos utilizar um sensor de temperatura e um
sistema de refrigeração, para ter um controle completo dentro da estufa.

3.1.1.1 Sensor de Temperatura

O sensor de temperatura utilizado neste projeto foi o DHT11 que permite fazer
leituras de temperaturas entre 0 a 50° Celsius, e o elemento sensor de temperatura
é um termistor do tipo NTC. Ele será usado com um microcontrolador Arduino,
através de um serial de uma via. O microcontrolador será programado para uma
34

faixa de variação de temperatura, onde o sensor irá captar a variação de calor dentro
da estufa e enviar sinais constantes para monitoramento sobre a temperatura para o
Arduino, e quando houver uma variação de temperatura fora da escala pré-
programada a placa irá interpretar, comparar e executar as ações nele programadas.

As características deste sensor são:


➢ Faixa de medição de temperatura: 0º a 50ºC;
➢ Alimentação: 3 – 5 VDC (5,5 VDC máximo);
➢ Corrente: 200 uA a 500 mA;
➢ Precisão de medição de temperatura: ± 2.0 ºC;
➢ Tempo de resposta: 2s;
➢ Dimensões: 23 x 12 x 5mm (incluindo terminais).

Na figura 11 abaixo, o sensor DHT11 é mostrado:

Figura 11 - Sensor DHT11

Fonte: Arduino Mega (2018)

3.1.2 Refrigeração

Quando o valor da temperatura for informado, o Arduino irá verificar se ela


encontra-se na faixa de variação programada, e fará os ajustes necessários. No
caso da temperatura estar acima ou abaixo do programado, o sistema de
35

refrigeração será ligado para aquecer ou resfriar o ambiente. Esse sistema é


formado por dois coolers com dissipador de calor e pastilha Peltier, que também é
conhecido como pastilhas termoelétricas. Cada cooler fará somente uma função, um
de aquecer e o outro resfriar o ambiente dentro da estufa. Quando for aplicada uma
corrente, o calor move-se de um lado para o outro, e o dissipador será responsável
pela remoção desse calor. A Figura 12 a seguir, ilustra o sistema de refrigeração
utilizado:

Figura 12 - Sistema de refrigeração.

Pastilha Peltier

Dissipador

Cooler

Fonte: Pi Hut – Software de comércio eletrônico, 2018.

A Figura 13 ilustra o fluxograma do funcionamento do sistema de controle de


temperatura:
36

Figura 13 - Fluxograma do controle de temperatura

Fonte: Autoria própria, 2018.

3.1.2.1 Pastilha Peltier

A Pastilha Peltier é um cooler termoelétrico, que consegue esfriar e aquecer


ambientes e objetos em minutos, apenas com uma alimentação de tensão em seus
terminais. Essa pastilha pode ser usada em diversas aplicações, como resfriador de
CPU, aquecedor de água, entre outros. Neste projeto será utilizada para resfriar ou
aquecer o ambiente da estufa, caso a temperatura saia da faixa pré-programada.
Para isso o modelo utilizado será um TECI-12706, por ele ter características que
atendem este projeto.
As características desta modelo são:
➢ Faixa de temperatura: - 30 a 70° Celsius;
➢ Tensão de operação: 0 - 15 VDC (15,2 VDC máximo);
➢ Corrente de operação: 0 – 6 A;
➢ Potência máxima: 60W;
➢ Dimensões: 40 x 40mm.
37

Após ligar a plastilha Peltier um lado irá aquecer rapidamente, enquanto o


outro resfriará, contudo para que não entre em desequilíbrio e comprometa a
pastilha queimando-a, é necessário um cooler com dissipador de calor e uma pasta
térmica do lado quente. Na Figura 14 abaixo, a pastilha Peltier é mostrado:

Figura 14 - Pastilha Peltier / Modelo TECI-12706

Fonte: Autoria própria, 2018.

3.1.2.2 Cooler

Cooler significa “refrigeração” na sua tradução para o português, ele é um


dispositivo com função de dissipar o calor gerado. Uma solução de arrefecimento é
necessária para manter a temperatura em um nível aceitável.
Ele é composto por um dissipador, peça de cobre ou alumínio, e uma
ventoinha que gira constantemente para remover o calor excessivo.
Esses dois componentes se ligam através de uma pasta térmica que vai fazer
a condução do calor. A ausência desta pasta térmica pode prejudicar o processo de
resfriamento. Assim, o dissipador faz um papel passivo no resfriamento e a
ventoinha faz um trabalho ativo nesse processo. Funcionando como um ventilador,
ela transfere ar frio no conjunto para resfriá-lo. Assim a placa de metal se resfria,
mantendo sua capacidade de dissipar calor.
38

3.1.3 Umidade do ar

O controle da umidade do ar é importante para as hortaliças, pois elas


possuem um nível de tolerância em relação a umidade. Com excesso chegará um
ponto em que o crescimento será estagnado e a planta não dará resultados na
colheita.
Diz Seemann e Prados citado por Farias et al (1992, p. 3) que os valores de
umidade relativa do ar no interior das estufas variam de maneira bastante acentuada
e estão diretamente relacionados aos valores de temperatura do ar. Sendo assim,
para um mesmo conteúdo de vapor d’água no ar, a umidade relativa é inversamente
proporcional à temperatura.
O controle da umidade além de aperfeiçoar a temperatura da estufa, é
essencial, para obter o melhor crescimento das plantas. A umidade relativa muito
alta é favorável ao crescimento de fungos, causando doenças na plantação e
danificando as estruturas da estufa. Um ambiente muito seco desacelera o
crescimento das plantas.
A umidade relativa mais favorável depende da espécie de planta cultivada,
por isso para este projeto foi usado o sensor DHT11, por ele ser um sensor de
temperatura e umidade, que permite fazer leituras de umidade entre 20 a 90%, ele
permite essas variações na umidade de acordo com cada planta cultivada. Outro
fator importante é que esse tipo de sensor é muito usado para projetos com Arduíno,
por ter uma melhor interação com o mesmo. O elemento sensor de Umidade é do
tipo HR202, o circuito interno faz a leitura dos sensores e se comunica a um
microcontrolador através de um sinal serial de uma via.

3.1.4 Iluminação

O rápido desenvolvimento da tecnologia aumentou significativamente o brilho


e a eficiência dos diodos emissores de luz (LEDs). Os potenciais do LED como uma
fonte de luz eficaz para a produção agrícola interna têm sido explorados em grande
medida. (SCOPASA, 2018)
39

Segundo Scopasa (2018) a iluminação LED em termos de iluminação artificial


é a mais eficiente. Esta tecnologia revolucionou a forma de economizar luz, hoje é
considerada a tecnologia mais econômica e sustentável que existe. Ainda segundo
SCOPASA (2018) o LED emite muito mais luz consumindo muito menos energia do
que outros tipos de lâmpadas, a economia de energia elétrica gerada por este tipo
de produto chega até 60%. Assim é possível afirmar, que o LED é um semicondutor
emissor de luz, no qual, a transformação de energia elétrica é feita na matéria, assim
podemos dizer que é chamada de estado sólido. Por tanto podemos afirmar, que a
transformação é diferente das que encontramos nas lâmpadas convencionais.
Atualmente está disponível no mercado vários tipos de LEDs, de vários
tamanhos, cores, brilho e intensidade. Pensando neste projeto e na melhor
qualidade para as hortaliças, foi definido que o modelo utilizado será o LED
Hidropônico Grow, por ser próprio para cultivo hidropônico e por ter vários fatores
que favorecem este projeto, como:

➢ Um menor consumo de energia;


➢ A vida útil dos LEDs chega a mais de 50.000 ou 60.000 horas;
➢ Os painéis de LED são fisicamente mais resistentes a quedas e choques;
➢ A produção de calor é mínima sendo que mesmo após várias horas em uso,
os LEDs estarão frios ao toque;
➢ LEDs são mais baratos a longo prazo;
➢ A ligação é instantânea, não é necessário um tempo de aquecimento como
nas lâmpadas HID;
➢ Os painéis de LED não contêm mercúrio, como as lâmpadas fluorescentes
compactas, sendo, portanto, produtos mais ecológicos.
Na Figura 15 abaixo, o Led Grow é mostrado:
40

Figura 15 - Led Hidropônico Grow

Fonte: Dh Gate (2014)

3.1.4.1 Sensor de luminosidade

De acordo com BORNE (1999) as plantas são sensíveis tanto à quantidade,


quanto à qualidade da luz que recebem, podendo utilizá-la na fotossíntese, bem
como em outros processos fisiológicos ligados a seu desenvolvimento.
No sistema de iluminação será evitado o desperdício de energia, mesmo
sendo baixo o consumo de energia dos Leds, será reduzido ainda mais o consumo
dessa energia.
Para isso neste projeto será utilizado o sensor de luz LDR, que é um
dispositivo utilizado para automatizar o acionamento da iluminação em diversos
locais. O sensor LDR monitora a iluminação ao seu redor e controla o acionamento
dos Leds.
O LDR é constituído de um semicondutor de alta resistência, que ao receber
uma grande quantidade de fótons oriundos da luz, absorve elétrons que melhoram
sua condutibilidade, reduzindo assim sua resistência. A Figura 16 abaixo mostra o
sensor LDR utilizado neste projeto:
41

Figura 16 - Sensor LDR

Fonte: Arduino Mega (2018)

A iluminação dos Leds será acionada ao escurecer do ambiente e mantida


ligada durante todo o período noturno ou em períodos em que a iluminação natural
do ambiente estiver baixa, e desligada ao amanhecer ou quando a iluminação
natural estiver alta. O sensor LDR pode ser utilizado de maneira satisfatória para
indicar a presença ou ausência de luz. Neste projeto, ele permitirá a leitura da
luminosidade do ambiente em que a estufa estiver posicionada, sendo possível ligar
uma lâmpada que ofereça luz artificial na ausência de luz natural, que nesse caso
será o Led Hidropônico Grow, como já citado. A Figura 17 a seguir, mostra o
fluxograma de como o sistema de luminosidade irá funcionar.

Figura 17 - Fluxograma do sistema de luminosidade

Fonte: Autoria própria, 2018.


42

3.1.5 Sistema de Irrigação

A água é um elemento fundamental para o desenvolvimento das plantas e


para o processo de fotossíntese. A vida das plantas está diretamente ligada a água.
Na produção de hortaliças, o sistema de irrigação pode funcionar de forma
automática. A automatização do processo de irrigação proporciona um maior
controle da quantidade de água a ser utilizada no cultivo.
Na escolha do melhor método de irrigação, foi necessário avaliar qual se
adapta melhor ao projeto, pois pode ser empreendido diferentes tipos de irrigação
em um ambiente protegido, tendo cada um deles vantagens e desvantagens.
Neste projeto foi utilizado o sistema por pavio, ele é um sistema simples,
porém eficiente, e atendará a este projeto de forma satisfatória. É um sistema de
irrigação onde a água é atraída até as raízes, por um pavio. O pavio do projeto será
um barbante, que estará interligado a raiz da planta e ao reservatório com água, por
onde a água subirá por capilaridade, que é uma propriedade física que permite que
os fluídos subam e desçam por tubos muito finos. Segundo Paranhos
(2018): ”Capilaridade é o fenômeno de atração e repulsão onde se observa o
contato dos líquidos com um sólido fazendo com que esse líquido suba ou desça”.
Nos vasos acima do reservatório, onde estarão as sementes, será feito
pequenos furos por onde passará o pavio, que estará em contato com água no
reservatório, de forma que estará mais que 60% dentro da água, para ter uma
melhor capilaridade até as raízes das hortaliças.

3.1.5.1 Bomba de Irrigação + sensor de nível.

O sistema de irrigação por pavio necessita, periodicamente, que água seja


transportada para as raízes das plantas, uma vez que toda a água vem de baixo.
Para isso, será utilizada duas bombas submersa na água, uma vai operar com a
finalidade de movimentar a água que estará no recipiente das raízes e a outra de
bombear a água do reservatório para esse recipiente, para quando a água do
43

mesmo estiver acabando. Assim as raízes das plantas sempre estarão em contato
com água.
A bomba utilizada é a Brushless DC Pump – AD20P, é uma bomba própria
para água, com uma taxa de vazão de 240 L/H, sendo o suficiente para este projeto.
As características desta modelo são:

➢ Tensão de operação: 12 VDC;


➢ Corrente de operação: 350mA;
➢ Taxa máxima de fluxo: 240L/H;
➢ Consumo de energia: 4.8 W;
➢ Temperatura máxima de trabalho: 60° Celsius;
➢ Max. Cabeça Estático: 3 m (9.7ft).

Na Figura 18 abaixo, mostra a bomba utilizada:

Figura 18 - Bomba de irrigação

Fonte: Autoria própria, 2018.

Como citado que as raízes das plantas necessitam estar sempre em contato
com a água, foi instalado dois sensores de níveis, que farão a medição da água no
reservatório e no recipiente das raízes. O sensor de nível utilizado foi o sensor tipo
bóia, com contato NF.
Segundo Moraes e Castrucci (2013) os sensores de nível têm a função de
monitorar o nível de um liquido dentro de um reservatório. A medida que o nível do
44

líquido se altera, o dispositivo de flutuação se desloca, abrindo ou fechando um


contato elétrico.
O sensor que estará instalado no recipiente das raízes, enviará um sinal ao
Arduino que acionará, por meio de um relé, a bomba do reservatório e fará a
reposição da água quando o nível estiver baixo, assim o reservatório irá repor a
água automaticamente através de uma mangueira, instalada na bomba do
reservatório, ligada ao recipiente. E quando a água do reservatório estiver acabando,
o sensor mandará um sinal para o Arduino, que estará programado, para assim
informar através do sistema supervisório, que necessita repor a água do reservatório.
Esse abastecimento será feito manualmente, o usuário será informado que necessita
abastecer o reservatório. Na Figura 19 a seguir, mostra o sensor utilizado:

Figura 19 - Sensor de nível tipo bóia

Fonte: Autoria própria, 2018.

Nas Figuras 20 e 21 a seguir, são mostrados os fluxogramas do controle da


água no recipiente e reservatório, que através do sensor, irá indicar a necessidade
de reabastecimento da água:
45

Figura 20- Fluxograma do controle da água no recipiente.

Fonte: Autoria própria, 2018.

Figura 21 - Fluxograma do controle de água no reservatório.

Fonte: Autoria própria, 2018.


46

3.2 Estrutura

O clima é fundamental para o desenvolvimento de plantas, os fatores


climáticos como temperatura e luminosidade podem interferir de forma benéfica ou
maléfica no desenvolvimento da planta, sendo assim, controlar esses fatores é de
muita importância e o uso do ambiente protegido vem melhorar essa busca por
melhores resultados.
“As plantas que crescem em ambiente coberto têm maior massa foliar que as
que crescem em plena luz do sol". (KENDRICK, R.E.; FRANKLAND, B. apud
SANTOS, L.L., et al, 2010, p. 85).
Segundo Bezerra (2003) nas estufas, as condições ambientais podem ser
alteradas ou mantidas por meio de vários equipamentos como ventiladores,
exaustores, aquecedores, lâmpadas, sensores, outros. Esses equipamentos podem
ser controlados manualmente ou por sensores que ativam os vários equipamentos
previamente programados responsáveis pelo controle do ambiente.
As estufas são estruturas com paredes e coberturas transparentes, são feitas
para o cultivo de plantas em condições ambientais controladas. O cultivo em estufas
possui vantagens como ajudar a manter o melhor ambiente para crescimento das
plantas.
Antes de dar início na construção da estrutura, foi feito um protótipo no
programa Solid Edge, para visualizar como ficaria o projeto de acordo com o que foi
planejado. Na Figura 22 a seguir, podemos visualizar o protótipo feito:
47

Figura 22 - Protótipo do projeto.

Fonte: Autoria própria, 2018.

Após a definição do modelo da estufa, foi definido quais materiais seriam


utilizados. A estrutura deste projeto será feita com madeira e a cobertura será de
acrílico. O uso do acrílico permite a passagem de luz necessária e é de fácil
manuseio. Junto a estrutura será instalado um reservatório de água que realizará o
bombeamento para o sistema hidráulico, onde estará o recipiente com a plantação.
Acima da plantação será instalado o sistema de iluminação com os Leds através de
uma alça.
Neste projeto teremos um reservatório de água para a irrigação do sistema
hidropônico. No reservatório terá um sensor de nível que será responsável por
controlar o nível de água no reservatório e avisar quando houver necessidade de
abastecimento.
48

3.3 Sistemas de controle

Segundo DiStefano et al citado por Junior (2016), um sistema de controle é


um arranjo de componentes físicos conectados ou relacionados de maneira a que
comandem, direcionem ou regulem a si mesmos ou a algum outro sistema. Tendo
em vista isso, pode-se afirmar que um sistema de controle pode ser designado a
controlar o funcionamento de um processo à fim de gerar um resultado esperado.

3.3.1 Sistema em Malha aberta

Segundo Ogata (2003), e conforme ilustrado na Figura 23, no controle de


malha aberta a saída não interfere na ação do sistema de controle. Sendo assim, o
sinal de saída não é medido nem realimentado para comparação com o valor de
entrada. Como este valor não é utilizado, cada entrada de referência corresponde a
uma condição fixa de operação a ser executada, independente de qualquer outra
variável inerente ao processo.

Figura 23 - Diagrama de blocos do sistema em malha aberta.

Entrada Saída
PROCESSO
u(t) y(t
)
Fonte: Autoria própria, 2018.

3.3.2 Sistema em Malha fechada

Ainda segunda Ogata (2003), “os sistemas de controle com realimentação


são, com frequência, denominados também sistemas de controle de malha fechada”.
49

No sistema de malha fechada, a medição do valor de saída é realizada


oferecendo um efeito direto no controle do sistema, comparando o valor obtido com
o valor esperado, e executando uma ação com base neste resultado.
Este tipo de sistema, conforme representado na Figura 24, implica
necessariamente na existência de uma realimentação com o objetivo de reduzir o
erro, e manter a saída do sistema em um determinado valor desejado.

Figura 24 - Diagrama de blocos do sistema em malha aberta.

Entrada Saída
Referência: r(t) Erro: e(t) u(t) y(t)
CONTROLADOR PROCESSO

REALIMENTAÇÃO

Fonte: Autoria própria, 2018.

Este projeto possui os dois sistemas de controle citados acima: Malha aberta
e malha fechada.
No sistema de bombeamento para movimentação do fluído, é utilizado o
sistema de malha aberta, que funciona com base na sua variável de tempo. Os
sistemas de temperatura, iluminação, irrigação e umidade do ar são controlados por
malha fechada.

3.4 Comunicação

A comunicação utilizada neste projeto para integrar o Arduino ao computador


foi a serial. Essa comunicação na plataforma Arduino é um forte recurso que
possibilita a comunicação entre a placa e o computador ou entre a placa e algum
outro dispositivo. É através desse canal que é realizado o upload do código para a
placa.
50

A placa Arduino MEGA 2560 possui um canal de comunicação por hardware.


Esse canal está ligado aos pinos digitais 0 (RX) e 1 (TX). Esses mesmos pinos estão
ligados ao microcontrolador ATMEGA16U2, responsável pela tradução do sinal, para
a comunicação do USB com o computador.
A Figura 25 a seguir exibe os pinos de comunicação serial na placa Arduino
MEGA:

Figura 25 - Pinos de comunicação serial na placa Arduino Mega

Fonte: Arduino, 2018

3.4.1 Protocolo Modbus

Rosário (2009, p. 58) diz que “para que diferentes dispositivos possam trocar
informações, torna-se imprescindível estabelecer códigos e regras de comunicação,
denominados protocolos digitais”.
O protocolo Modbus é uma estrutura de mensagem aberta, utilizada para
comunicação entre dispositivos mestre – escravo / cliente - servidor. Ainda segundo
Rosário (2009) o protocolo Modbus foi muito utilizado industrialmente, foi
desenvolvido pela Modicon nos Estados Unidos em 1979, para uso em seus CLP’s,
mas tornou se rapidamente um padrão industrial.
A Modicon foi posteriormente adquirida pela Schneider e os direitos sobre o
protocolo foram liberados pela Organização Modbus. Muitos equipamentos
industriais utilizam o Modbus como um protocolo de comunicação.
51

Em automação industrial o Modbus é um dos protocolos mais utilizados,


graças à sua simplicidade e facilidade de implementação, podendo ser utilizado em
diversos padrões de meio físico, como:

➢ RS-232;
➢ RS-485;
➢ Ethernet TCP/IP (MODBUS TCP).

A comunicação inicia-se com a estação mestre solicitando que os escravos


enviem seus dados. Os escravos, por sua vez, recebem a solicitação do mestre e
retornam os dados solicitados. Os dados transmitidos podem ser numéricos ou
discretos, ou seja, é possível enviar valores numéricos como temperatura e pressão
ou enviar um bit para ligar e desligar um motor. Na Figura 26 a seguir representa
como é constituído o quadro de mensagens no protocolo Modbus:

Figura 26 - Quadro de mensagens para Protocolo Modbus

Fonte: Eduardo Labs, 2015.

3.4.1.1 Modos de transmissão

Os modos de transmissão definem a forma como serão transmitidos os bytes


da mensagem, e como a informação será empacotada e descompactada na
mensagem. Na especificação do protocolo estão definidos dois modos de
transmissão:
52

➢ ASCII;
➢ RTU.

Não é possível utilizar na mesma rede os dois modos de transmissão. O


modo de transmissão pode ser selecionado com outros parâmetros da porta de
comunicação serial, mas existem equipamentos que não permitem essa seleção,
pois possuem modo de transmissão fixo, como por exemplo alguns CLP's e
inversores de frequência que utilizam o modo RTU por padrão. O modo utilizado no
projeto é o RTU, por atender a necessidade do projeto na transmissão da
mensagem.

3.4.2 Sistema Supervisório.

“Sistemas supervisórios são sistemas digitais de monitoração e operação da


planta que gerenciam variáveis de processo” (MORAES; CASTRUCCI, 2013, p. 117).
De acordo com Rosário (2009) supervisório é um programa computacional
que permite a comunicação entre um computador e uma rede de automação,
oferecendo ferramentas padronizadas para construção de uma interface entre o
operador e o processo.
Com o avanço da eletrônica e o surgimento dos microprocessadores, o
computador tornou-se uma peça essencial nos diversos setores industriais, surgiram
assim os primeiros sistemas supervisórios. Um sistema supervisório destina-se a
capturar, armazenar em um banco de dados e informar de forma simples de se
entender as informações sobre um processo. Essas informações vêm através de
sensores que capturam dados específicos, que são conhecidos como variáveis de
processo.
Segundo Rosário (2009) os sistemas supervisórios utilizam tecnologias de
comunicação e computação para automatizar o controle e monitoramento dos
processos industriais, permitindo assim o recolhimento de dados em ambientes
industriais, eventualmente o sistema supervisório pode ser definido como uma
Interface Homem- Máquina (IHM) amigável para o utilizador. A Interface Homem –
Máquina ainda segundo Rosário (2009) é um dispositivo usado para a visualização
53

de dados em um determinado processo, assim utilizando um IHM o operador poderá


interagir com o sistema controlado.
Um dos sistemas supervisórios atualmente mais utilizado é o SCADA
(Supervisory Control and Data Aquisition – Aquisição de Dados e Controle do
Supervisório), este sistema melhora a eficiência do processo de monitoração e
controle, e disponibiliza em tempo útil o estado atual do sistema, por meio de
relatórios e gráficos.
O software de supervisão utilizado para o sistema de plantio inteligente foi o
Elipse Scada. O Elipse Scada é bastante utilizado na indústria, e apesar de ser um
software pago, para até 20 tags (variáveis) e duas horas de execução seu uso é livre.
O download pode ser efetuado no próprio site da Elipse <http://www.elipse.com.br>,
porém ele vem sem o driver modbus e para baixá-lo é necessário efetuar um registro
e aguardar aprovação, como foi feito.
Diz Shaw (2003) que os sistemas de tempo real são sistemas de computação
que monitoram e controlam um ambiente externo. Este ambiente externo está
conectado a um sistema de computador através de sensores, atuadores e outras
interfaces de entrada-saída.
Com o supervisório Elipse Scada, obtém-se as informações em tempo real,
como o grau de luminosidade, temperatura do ambiente, umidade, vazão e também
é possível fazer controles através do computador. Um exemplo de controle possível
é a ativação ou desativação do sistema de irrigação. Outra função do Elipse usada
neste projeto é o gráfico de tendência que mostra os valores em tempo real. A
Imagem 27 a seguir demonstra a aplicação de controle do projeto desenvolvida:
54

Figura 27 - Supervisório do sistema de plantio inteligente

Fonte: Autoria própria, 2018.

Os endereços e as TAG’s utilizadas no supervisório estão especificadas na


Tabela 3 a seguir:

Tabela 3 - TAG’s
Variável de
Endereço TAG Programação Descrição Tipo
1 tag001 leitura_ldr Nível de iluminação Leitura
2 tag002 DHT.humidity Nível de umidade Leitura
3 tag003 DHT.temperature Nível de temperatura Leitura
4 tag004 estadosensornivel1 Estado do sensor de nível do recipiente Leitura
Estado do sensor de nível do
5 tag005 estadosensornivel2 reservatório Leitura
6 tag006 estadobomba1 Estado da bomba do recipiente Leitura
7 tag007 estadobomba2 Estado da bomba do reservatório Leitura
8 tag008 estadopastilha1 Estado do sistema de aquecimento Leitura
9 tag009 estadopastilha2 Estado do sistema refrigeração Leitura
10 tag010 temp_maxima Valor de temperatura mínima desejada Escrita
11 tag011 temp_minima Valor de temperatura máxima desejada Escrita
12 tag012 ilumin_minima Valor mínimo de luminosidade Escrita
13 tag013 onoff_bomba1 Liga/desliga bomba recipiente Escrita
14 tag014 onoff_bomba2 Liga/desliga bomba reservatório Escrita

Fonte: Autoria própria, 2018.


55

4 TESTES E RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados todos os testes e resultados obtidos com o


sistema de plantio automatizado. Foram testados os sensores utilizados e a
comunicação do arduino com os softwares. Fizemos os testes com o objetivo de
avaliar se eles apresentam resultados satisfatórios e se a comunicação está sendo
feita sem falhas e de forma eficaz. Esses testes têm como objetivo avaliar o
desempenho do projeto e analisar se tudo que foi proposto está sendo atendido.

4.1 Ambiente de testes

O projeto consiste na coleta de dados por meio de sensores e da


comunicação entre a estufa e o sistema, assim a montagem do ambiente de testes
foi realizada, para definir os componentes e suas funções, tendo assim os itens
necessários para implementação do projeto. Na Tabela 4 a seguir, mostra os
componentes e suas funções:

Tabela 4 - Componentes do projeto e suas funções


Componentes Funções
Arduino Mega 2560 Controle do sistema.
Sensor de temperatura (DHT11) Medir a temperatura presente na estufa.
Realizar a refrigeração e o aquecimento
Cooler + Pastilha Peltier
da estufa.
Medir a umidade do ar presente na
Sensor de umidade de ar (DHT11)
estufa.
Fornecer iluminação necessária para o
LED Hidropônico Grow
cultivo.
Sensor de luminosidade (LDR) Verificar iluminação presente na estufa.
Medir o nível da água presente nos
Sensor de nível tipo bóia
reservatórios.
56

Bomba (AD20P) Circulação e reposição da água

Fonte: Autoria própria, 2018.

Para o projeto foram utilizadas as pinagens conforme a Tabela 5 a seguir:

Tabela 5 - Pinagens do arduino


Pino Função Tipo Componente
A0 Entrada Analógica LDR
A1 Entrada Analógica DHT11
2 Saída Digital Led hidropônico
8 Saída Digital Pastilha Peltier (Aquecimento)
9 Saída Digital Pastilha Peltier (Refrigeração)
10 Entrada Digital Sensor de nível do recipiente
11 Entrada Digital Sensor de nível do reservatório
12 Saída Digital Bomba para abastecimento do recipiente
13 Saída Digital Bomba para abastecimento do reservatório
14 Saída PWM Cooler para o aquecimento
15 Saída PWM Cooler para o resfriamento
0 RX Comunicação Conexão USB
1 TX Comunicação Conexão USB

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.2 Testes iniciais

Antes de dar início aos testes práticos, foram realizados testes iniciais em um
simulador chamado Tinkercad. Este é um simulador de circuitos online,
disponibilizado no próprio site da Tinkercad <https://www.tinkercad.com/circuits>, e
que facilita na compreensão dos testes diminuindo assim os prováveis erros na hora
da montagem física.
57

Neste simulador online há os componentes eletrônicos básicos e um bloco de


notas para escrever o programa e compilar, dando assim início aos testes, como é
mostrado na Figura 28.
Confirmando a funcionalidade do programa com o simulador partimos para os
testes práticos.

Figura 28 - Simulador Tinkercad.

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.3 Teste de luminosidade

No teste de luminosidade foi testado o sensor LDR, que é um sensor que tem
uma variação na sua resistência dependendo do grau de exposição luminosa. O
objetivo deste teste é a iluminação Led acender quando o ambiente estiver escuro e
desligar quando estiver em um ambiente claro.
A ligação do circuito de iluminação foi feita através de um relé, que é um
dispositivo eletromecânico, que possui diversas aplicações. Seu funcionamento
basicamente se dá quando uma corrente circula pela sua bobina, e gera um campo
eletromagnético que atrai os contatos, e esses contatos abrem ou fecham circuitos.
58

Neste projeto o relé utilizado contém uma tensão de 5 V e corrente de 10 A, e foi


utilizado para ligar e desligar a iluminação e usar baixas tensões e correntes,
protegendo o circuito.
O circuito com relé foi ligado com o seu contato comum no polo positivo, e o
contato NF ligado à fita de Led, que servirá para fazer alimentação da mesma. O
polo negativo da fita de Led foi conectado diretamente na fonte, que fornece uma
tensão de 12 V e corrente de até 5 A, ou seja, o relé funciona neste caso como uma
chave.
O acionamento do relé é feito pelo arduino, que em seu programa contém a
entrada do LDR, que aciona e desliga conforme a luminosidade. O sensor LDR vai
capitar a iluminação do ambiente externo e enviar sinais ao arduino que acionará o
relé, e quando ele estiver ligado, abrirá o contato desligando assim a fita de Led, que
está ligada no NF do relé. A Figura 29 a seguir mostra o relé utilizado:

Figura 29 - Relé

Fonte: Autoria própria, 2018.

No teste foi utilizado uma placa protoboard em conjunto com o arduino, que
estava conectado ao computador, no sistema supervisório, para verificar em tempo
real o funcionamento do sensor LDR. Na Figura 30 abaixo, mostra as ligações feitas
no protoboard ao arduino:
59

Figura 30 - Teste de luminosidade.

Fonte: Autoria própria, 2018.

O arduino lê um valor na sua porta lógica que está em uma escala de valores
entre 0 e 1024 e entende que se o valor for maior a 200 graus de luminosidade a fita
de Led irá desligar, e se o grau de luminosidade estiver abaixo de 200, a iluminação
da fita de Led será ligada, pois indica que o ambiente está escuro. O arduino foi
programado para uma escala de grau de luminosidade, e quando o sensor LDR
mandar sinais, o arduino irá verificar de acordo com seu programa o grau de
luminosidade e executar as ações nele programadas.
No momento em que o teste foi realizado, foi utilizado o compilador do
arduino, mostrado na Figura 31 a seguir, onde era possível verificar em tempo real o
grau de luminosidade que o sensor LDR indicava, e o acionamento da iluminação da
fita de Led.
60

Figura 31 - Compilador Arduino – Grau de luminosidade.

Fonte: Autoria própria, 2018.

O ambiente estava claro quando o teste foi realizado, com isso o sensor LDR
indicou um grau de luminosidade de 200 e a iluminação permaneceu desligada.
Após o ambiente ficar escuro, o grau de luminosidade caiu para 74 e a iluminação foi
ligada, e continuou ligada até o grau de luminosidade voltar aos 200 novamente e o
arduino acionar o relé que desligou a fita de Led. Na Figura 32 o gráfico mostra essa
oscilação no estado da luminosidade:
61

Figura 32 - Gráfico do Estado da Luminosidade.

Estado da luminosidade

200
Grau de luminosidade

180
160
140
120
100
80
60
40
20
0

Iluminação
Desligada / Ambiente claro Ligada / Ambiente escuro

Fonte: Autoria própria, 2018.

Para utilização adequada do LDR foi montado um circuito utilizando duas


resistências, uma de valor fixo e outra de valor variável. Essa resistência fixa é
ligada em serie com o LDR, que é o resistor variável.
O LDR é um sensor de luz, e conforme varia a iluminação em cima dele
também varia sua resistência. Portanto, se o ambiente estiver escuro, sua
resistência será diferente comparada a um ambiente claro.
A Figura 33 abaixo mostra o circuito divisor de tensão, pois a tensão se divide
em circuitos em série, ao variar a resistência do LDR a queda de tensão também irá
mudar. Como o LDR está em paralelo com a entrada analógica do microprocessador,
para utilização no microprocessador teremos os valores da tensão conhecidos.

Figura 33 - Circuito divisor de tensão.

Fonte: Autoria própria, 2018.


62

Se o sensor LDR estiver em um ambiente totalmente escuro sua resistência é


de 100 K, e em um ambiente claro é de 13,5 K, mostrando assim que a variação da
resistência acontece conforme a luminosidade varia. Nesse circuito os dois
resistores em serie são alimentados por 5 V e a saída somente pelo LDR, então
quando muda a sua resistência a tensão de saída também muda. Essa tensão de
saída é ligada na entrada do microcontrolador, que consegue interpretar por tensão,
se o ambiente está escuro ou claro.
Com o circuito montado foi realizado o cálculo de tensão de saída, para
determinar sua tensão e entendermos quais são valores lógicos do LDR com ou sem
incidência de luz.

𝑅 = 10 𝐾
𝑅𝐿𝐷𝑅 = 100 𝐾 𝑒 13,5 𝐾
𝑉𝑐𝑐 = 5 𝑉

𝑅𝐿𝐷𝑅
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = × 𝑉𝑐𝑐 (1)
𝑅𝐿𝐷𝑅 +𝑅

Ambiente escuro:
100 𝐾
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = × 5 = 4,54 𝑉𝑐𝑐 (2)
(100𝐾+10𝐾)

Ambiente claro:
13,5𝐾
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = × 5 = 2,87 𝑉𝑐𝑐 (3)
(13,5𝐾+10𝐾)

O teste com o LDR foi feito com o auxílio do supervisório Elipse Scada, onde
foi visto em tempo real o grau de luminosidade pela interface do supervisório e
verificando assim a eficiência do sensor LDR. A Figura 34 a seguir representa o
gráfico de Luminosidade, mostrando os valores reais do sensor LDR capturados na
hora do teste:
63

Figura 34 - Gráfico de Luminosidade

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.4 Teste de temperatura e umidade do ar

O teste de temperatura e umidade do ar tem como objetivo principal verificar a


eficiência do sensor DHT11, que é um sensor que permite a medição da umidade na
faixa de 20 a 90% com precisão de 5%, e temperaturas que variam de 0 a 50ºC com
precisão de 2 graus. Assim como no teste de luminosidade, o teste de temperatura
e umidade também foi testado utilizando uma placa protoboard em conjunto com o
arduino, que estava conectado ao sistema supervisório, para captar as informações
em tempo real. A Figura 35 a seguir, mostra o teste na placa protoboard com o
sensor DHT11:

Figura 35 - Teste de temperatura e luminosidade

Fonte: Autoria própria, 2018.


64

Um dos objetivos deste teste é a captação das variações de temperatura e


umidade do ar. Segundo o Catálogo Brasileiro de Hortaliças (2015) a temperatura
ideal para o desenvolvimento das plantas é de 15 a 25 °C, e segundo Junior (2016)
a umidade do ar, expressa em percentual (%), varia de acordo com a temperatura.
Com essas informações foi programado na placa arduino as variações de
temperatura necessárias. Desta forma, o sensor DHT11 enviará sinais constantes
para a placa, e quando essa variação estiver fora do programado, o sistema de
refrigeração será ligado para aumentar ou diminuir a temperatura e
consequentemente a umidade do ar.
O sensor foi testado em um ambiente quente e frio, e junto com este sensor
foi testado o sistema de refrigeração para verificar se o mesmo iria aquecer ou
resfriar o ambiente, dependendo da temperatura que o sensor indicasse. Como já
citado esse sistema é composto por dois coolers com dissipador de calor e pastilha
Peltier, sendo que cada cooler será responsável por aquecer ou resfriar o ambiente
da estufa.
O teste deu início com uma temperatura ambiente de 24°C e umidade do ar
de 60%, e conforme o tempo avançava estas variáveis alteravam. Para simular o
aquecimento e/ou resfriamento do ambiente, foi utilizado um secador com jato de ar
quente e frio. O primeiro teste realizado foi o de aquecimento, e conforme o
ambiente esquentava, o sensor mandava essa variação para a placa arduino que
interpretava se a temperatura estava acima do limite pré-estabelecido de 25ºC, e em
caso positivo, o sistema de refrigeração ligava para resfriar o ambiente.
Conforme o sensor capta essas informações, esses dados são transmitidos
no serial monitor do próprio programa que é o compilador do arduino, onde foi
possível ver os graus de temperatura em Celsius e a umidade em porcentagem. Na
Figura 36 abaixo, podemos ver essas informações sobre o aquecimento da
temperatura através do compilador do arduino:
65

Figura 36 - Compilador do Arduino – Aquecimento da temperatura

Fonte: Autoria própria, 2018.


66

Após ser coletado os dados através do compilador, foi feito um gráfico, como
mostra a Figura 37 a seguir, para verificar o aumento da umidade do ar em relação a
temperatura quente. A umidade do ar aumentou na mesma escala que a
temperatura subiu.

Figura 37 - Gráfico Temperatura e Umidade / Aquecimento

Aquecimento da temperatura

70

60

50

40

30

20

10

0
Temperatura (°C) 24 25 25 26
Umidade (%) 60 61 62 63

Fonte: Autoria própria, 2018.

O segundo teste realizado foi o de resfriamento da temperatura e assim como


no de aquecimento, o sensor capta as variações de temperatura do ambiente e
envia para a placa do arduino, que liga o sistema de refrigeração para aquecer o
ambiente. O teste iniciou-se com uma temperatura ambiente de 24°C e terminou
com 15°C, que é o limite da variação pré-estabelecido, e conforme programado, o
sistema de aquecimento foi ligado, elevando a temperatura dentro da estufa. As
Figuras 38 e 39 a seguir, mostra os dados de resfriamento captados sobre a
temperatura e umidade do ar através do sensor e mostrado no compilador do
arduino:
67

Figura 38 - Compilador do Arduino –Resfriamento da temperatura 1

Fonte: Autoria própria, 2018.


68

Figura 39 - Compilador do Arduino – Resfriamento da temperatura 2

Fonte: Autoria própria, 2018.

Baseado nos dados obtidos por meio do teste de resfriamento verificou-se


que no ambiente frio a temperatura diminuía mais rápido e a umidade do ar
aumentava em uma escala maior comparado ao do ambiente quente. Na Figura 40,
é possível visualizar essa escala de variação em forma de gráfico:
69

Figura 40 - Gráfico Temperatura e Umidade / Resfriamento

Resfriamento da Temperatura
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Temperatura (°C) 24 23 23 23 22 22 22 21 20 18 16 15
Umidade (%) 65 67 68 69 70 71 72 74 74 75 75 76

Fonte: Autoria própria, 2018.

Verificando a temperatura de aquecimento e resfriamento através do teste


com o sensor, concluiu-se que a umidade do ar é relativa a temperatura e, que em
ambos estados de temperatura, a umidade do ar aumentava conforme o ambiente
esquentava ou resfriava. Porém no ambiente frio a umidade do ar aumentou em uma
escala maior comparado a do ambiente quente, como é mostrado na Figura 41,
abaixo:

Figura 41 - Gráfico Umidade do ar.

Umidade do ar

21%

79%

Ambiente frio Ambiente quente

Fonte: Autoria própria, 2018.


70

Após o teste com sensor DHT11 e o sistema de refrigeração, agregamos uma


interface mobile, como pode ser visto na Figura 42 a seguir. Essa interface é
chamada de Elipse mobile, que é uma solução móvel para integração com o sistema
Elipse Scada. O Elipse mobile nos permitiu monitorar os indicadores e fazer o
controle do sistema Scada via smartphone.

Figura 42 - Interface mobile

Fonte: Autoria própria, 2018.

O teste com o sensor de temperatura e umidade foi realizado juntamente com


o supervisório Elipse Scada, pois assim foi possível verificar em tempo real a
umidade do ar e temperatura do ambiente pela interface do supervisório, gerando
um gráfico sobre a variação de temperatura e umidade do ar, como é mostrado na
Figura 43 a seguir:
71

Figura 43 - Gráfico de temperatura e umidade do ar.

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.5 Teste da bomba de sensor de nível

Neste teste foi testado a bomba de irrigação e o sensor de nível, para verificar
o acionamento da bomba quando o sensor de nível indicar a falta de água no
reservatório e no recipiente onde estarão as raízes das plantas. Em um recipiente
com água foi colocado apenas uma bomba para testar as duas funções
estabelecidas, de circulação e reabastecimento.
Como já citado a bomba utilizada é própria para água e possui uma tensão de
12 V, porém como o Arduino fornece apenas 5 V de tensão, foi utilizado 2 relés
como chave, um para cada bomba. A bomba é acionada pelo relé através do contato
NA que faz a alimentação da bomba e o negativo dela é ligado diretamente na fonte,
com tensão de 12 V também. O acionamento desses relés é feito pelo arduino que o
aciona ou desaciona dependendo do sinal que o sensor tipo bóia enviar para a placa
arduino. Enquanto o sensor tipo bóia estiver acionado a bomba se mantém
desligada, pois isso significa que o reservatório ou recipiente está cheio. E quando o
sensor desaciona a bomba é ligada através dos relés, realizando o reabastecimento
ou circulação da água.
Para o circuito foi utilizado uma placa protoboard com os componentes e
sensor de nível, juntamente ligado ao arduino. Esse sensor envia sinal ao arduino
72

que aciona os relés, para fazer a ligação da bomba. A Figura 44 seguir mostra o
teste feito e as ligações do circuito:

Figura 44 - Teste da bomba

Fonte: Autoria própria, 2018.

4.6 Esquema Elétrico

Após a finalização dos testes necessários para as principais funções que o


sistema de plantio irá realizar, foi feito um esquema elétrico de todos os
componentes que foram utilizados e suas respectivas ligações, sendo que tudo está
sendo diretamente ligada a placa arduino, que é a responsável por todo controle do
sistema. Na Figura 45 a seguir, mostra o esquema elétrico:
73

Figura 45 - Esquema elétrico.

1
5
6

2 1 - Placa Arduino
2- Sensores de nível
3- Bombas
4- Relés para ligação das bombas
5- Relés para ligação das pastilhas
peltier
6- Pastilhas peltier

Fonte: Autoria própria, 2018.


74

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A idealização deste projeto teve como objetivo principal a criação de um


sistema de plantio inteligente que permite controlar e coletar seus dados durante
todo o cultivo, reduzindo as intervenções humanas para assim limitar os erros dos
mesmos, e aumentar a produção sem perder a qualidade do produto.
O desenvolvimento deste projeto possibilitou uma análise mais aprofundada
de como o sistema de plantio pode ser eficiente no cultivo de produtos orgânicos em
ambientes pequenos e fechados, assim como a eficácia do sistema automatizado
tornando as intervenções humanas quase que desnecessárias.
Para alcançar o objetivo pretendido, se fez necessárias pesquisas
bibliográficas sobre o assunto a fim de absorver o máximo de informações para
realização do trabalho, tendo como principal foco o controle do sistema.
Percebeu-se nesse trabalho que a informação sobre o cultivo de plantas, tais
como temperatura e umidade ideal, tipo de iluminação e sistemas de irrigação, são
fundamentais para o sucesso do projeto.
Durante os testes, foi possível observar a exatidão e eficiência dos sensores
transmitindo os dados em tempo real para o Elipse Scada, facilitando a visualização
das informações para o usuário, e também a capacidade de processamento do
Arduino. Em relação a placa Arduino fica explicito a fácil execução de qualquer
aplicação mesmo sem ter um grande conhecimento de programação,
microcontroladores e eletrônica.
Chegou-se então à conclusão, orientado pelos resultados obtidos nos testes
realizados, que o sistema de plantio automatizado é um produto viável para aqueles
que buscam ter um cultivo de produtos orgânicos em ambientes pequenos, visando
uma melhor qualidade da alimentação.

5.1 Sugestões para trabalhos futuros

Apesar de o projeto construído ter atendido aos objetivos pré-estabelecidos,


diversas otimizações podem ser feitas visando uma melhoria continua de suas
funcionalidades:
75

➢ Criar um sistema supervisório por meio de internet melhoraria ainda mais o


sistema de controle, pois assim possibilitaria o acesso de qualquer pessoa
com um nível de senha e de qualquer lugar. O ScadaBR por exemplo,
possibilitaria receber dados da internet e executar comandos remotamente,
além de possibilitar o envio de relatórios por e-mail com a situação real do
sistema de plantio.
➢ Usar um cartão SD integrado no Arduino possibilitaria o armazenamento de
dados sem precisar do supervisório, obtendo assim, uma economia de
energia quando o supervisório não estiver sendo monitorado. O cartão SD
pode armazenar dados de sensores, horários e qualquer informação desejada.
➢ Aplicar o sistema proposto em maior escala, possibilitando assim o cultivo de
outros tipos de plantas.
➢ Acrescentar um sensor de PH na solução nutritiva, pois se sabe que com o
passar do tempo, há um decaimento desses nutrientes, prejudicando assim o
desenvolvimento das plantas.
➢ Incluir sinais sonoros para a ocorrência de alguma instabilidade no sistema.
➢ Instalar um display mostrando os dados principais sobre o cultivo, como por
exemplo, a temperatura atual, nível de umidade relativa do ar e nível de água
no reservatório.
76

REFERÊNCIAS

ABRASCO. Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de


Janeiro, 2012.

ALMEIDA, R.P. et. al. Viabilidade econômica do cultivo de hortaliças em sistema


hidropônico. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável, Pará, v. 6, 2016

ANDREONI, M. Hortas urbanas se multiplicam pelas grandes metrópoles. São


Paulo, 2013.

ANDRIOLO, J.L. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria: UFSM, p 142,
1999
ANVISA. Conheça a relação de substâncias autorizadas para uso em
agrotóxicos no Brasil. 2018

BARBOSA, J.W. Sistema de irrigação automatizado utilizando plataforma


Arduino. Assis, 2013.

BARRETO, R.G.; SANTOS, A.B. Projeto e Desenvolvimento de uma estufa


automatizada para plantas. Curitiba, 2012.

BATISTA, G.A. Custeio sequência na produção de hortaliças produzidas em


sistema hidropônico no município de Presidente Médici-RO, Amazônia Legal,
Brasil. Cacoal, 2015.

BEZERRA, F.C. Produção de Mudas de Hortaliças em Ambiente Protegido.


Fortaleza, 2003.

BITENCOURT, B.C.P. Monitoramento e Controle de Estufas Hidropônicas.


Sorocaba, 2013.

BORNE, H. R. Produção de Mudas de Hortaliças. Guaíba: Agropecuária, 1999

CARDOSO, M.A. Controle Automatizado para ambientes protegidos. Itatiba,


2010.

CASTRO, N. Apostila de irrigação. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio


Grande do Sul, 2003. Apostila
77

CERMEÑO, Z.S. Cultivo de plantas hortícolas em estufa. Litexa-Portugal: Lisboa,


p 366, 1993

Congresso Brasileiro de Sistemas, 4º, 2008, Franca. Produção de alface


hidropônica: Uma abordagem pela dinâmica de sistemas. Centro Universitário de
Franca Uni-FACEF, 2008. Disponível em:
<http://legacy.unifacef.com.br/quartocbs/artigos/J/J_139.pdf>. Acesso em: 27 de
Agosto de 2018.

DAL’SOTTO, T.C. Estudo de viabilidade econômica para implantação de um


sistema de cultivo hidropônico em uma propriedade rural no Oeste do Paraná.
Medianeira, 2013.

FARIAS, M.M.M. Hidroponia. Primavera do Leste, 2017

FARIAS, J.R. et al. Alterações na temperatura e umidade relativa do ar provocadas


pelo uso de estufa plástica. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 1, n. 1,
p. 51 – 62, nov. 1992.

FOLEY, Aoife M. Revisões de Energia Renovável e Sustentável. Revista Elsevier,


Irlanda do Norte, v. 13, ed 8 , p 2175-2180, Out. 2009

FRIZZONE, J.A. Os métodos de irrigação. Departamento de Engenharia de


Biossistemas. Piracicaba, 2017.

GARATTONI, Bruno; LACERDA, Ricardo. O país do agrotóxico. Super interessante.


São Paulo, ed. 393, p. 22–33, set. 2018.

GOMES, l.O. Resposta da Cultura do Agrião à Salinidade Utilizando um


Sistema Hidropônico do Tipo NFT. 2009. 66 f. Mestrado em Agronomia –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

GOTO, R.; TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido:


condições subtropicais. In: TIVELLI, S.W. Manejo do ambiente em cultivo
protegido. São Paulo: UNESP,p 15-30, 1998.

IDEC. Plantar em casa dá pé. São paulo, p 35, Jul. 2008.


78

Instituto Terra Mater. Produtos sem veneno são sempre mais caros? São Paulo,
2016.

JUNIOR, A.L.A. Sistema de monitoramento e climatização de estufa de pequeno


porte em um contexto doméstico. Brasília, 2016.

KENDRICK, R.E.; FRANKLAND, B. Fitocromo e crescimento vegetal. São Paulo:


Universidade de São Paulo, p 76, 1981.

MAKISHIMA, N. O cultivo de hortaliças: EMBRAPA-CNPH, Brasília, 1993.

MORAES, C.C.; CASTRUCCI, P.L. Engenharia de automação industrial. 2° ed.


Rio de Janeiro: LTC, 2013.

NEVES, D.A.L. Escolhas estratégicas para produção de carne bovina orgânica


no Brasil: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília,
2012, 141 p. Dissertação de Mestrado, 2012.

NEWS, Redação Rural. Estufas - produção agrícola em ambientes controlados.


Disponível em <http://www.ruralnews.com.br/visualiza.php?id=202>. Acesso em: 25
de Agosto de 2018.

NISE, Norman S. Engenharia de sistemas de controle. 6° ed. São Paulo: LTC,


2012.

OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 4. Ed. São Paulo: Ed. Pearson


Prentice Hall, 2003.

ONG Piracicaba. Cultivo Hidropônico: uma prática eficiente e de alta


rentabilidade. São Paulo, 2015
PARANHOS, A.; VECHIA, D.; BELTRAME, M. Capilaridade: Um fenômeno de
superfície com aplicações cotidianas. São Paulo: Universidade do Vale do
Paraíba, 2018

PEREIRA, G. et al. Cultivo hidropônico de cultivares de alface em soluções nutritivas


organominerais otimizadas com a ferramenta SOLVER. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 18, no. 4, 2014
79

PRADOS, N.C. Contribuición al estudio de los cultivos enarenados en Almeria:


necessidades hídricas y extración del nutrientes del cultivo de tomate de
crescimento indetemrinado en abrigo de polietileno. Tesis (Doutorado em
Fitotecnia), Caja Rural Provincial, Almeria, p 195, 1986.

RODRIGUES, R. et. al. Atitudes e fatores que influenciam o consumo de produtos


orgânicos no varejo. Revista Brasileira de Marketing, São Paulo, v. 8, n. 1, p 164-
186, jan./jun. 2009.

ROSÁRIO, J.M. Automação industrial. São Paulo: Baraúna, 2009.

SANTOS, A. et. al. Produção de alface hidropônica: Uma abordagem pela


dinâmica de sistemas. Franca: Centro Universitário de Franca Uni-FACEF, 2008.

SANTOS, L.L; JUNIOR, S.S.; NUNES, M. Luminosidade, temperatura do ar e do


solo em ambientes de cultivo protegido. Revista de Ciências Agro-Ambientais.
Alta Floresta, v. 8, n. 1, p. 83- 93, dez. 2010

SANTOS, Talía Simões dos; BATISTA, Marília Carone; POZZA, Simone


Andréa e ROSSI, Luciana Savoi. Análise da eficiência energética, ambiental e
econômica entre lâmpadas de LED e convencionais. Eng. Sanit. Ambient, v. 20,
n. 4, p 595-602, 2015

SCOPASA, Vicente. Artigo: História e futuro dos LEDs – 20 anos do LED branco.
Revista Lumiere electric, ed 202, p 88, 2018

SIGRIMIS, N.; ANASTASIOU, A.; RERRAS, N. Energy saving in greenhouses


using temperature integration: A simulation survey. Computers and Electronics
in Agriculture, v.26, p 321-341, 2000.
SHAW, A.C. Sistemas e softwares de tempo real. Porto Alegre: Bookman, 2003.

SOUZA, E.S. Controle de sistema hidropônico utilizando a técnica de fluxo


laminar de nutrientes. Itatiba, 2010.
80

APÊNDICE A – Tabela de custos

Quant. Nome Unidade Total


1 Microcontrolador Arduino Mega R$ 75,30 R$ 75,30
1 Fita Led Hidropônico Grow R$ 150,00 R$ 150,00
1 Suporte R$ 5,50 R$ 5,50
1 Mangueira PVL R$ 1,30 R$ 1,30
1 Pote recipiente R$ 27,45 R$ 27,45
1 Pote reservatório R$ 15,90 R$ 15,90
2 Cooler R$ 25,00 R$ 50,00
2 Pastilhas Peltier R$ 15,30 R$ 30,60
2 Sensor tipo boia R$ 13,90 R$ 27,80
1 Sensor DHT11 R$ 14,00 R$ 14,00
1 Sensor LDR R$ 3,57 R$ 3,57
1 Placa Protoboard R$ 9,40 R$ 9,40
2 Dissipador de calor R$ 5,10 R$ 5,10
2 Bomba de aquário R$ 24,99 R$ 49,98
2 Relé 2 canais R$ 12,26 R$ 24,52
Total R$ 398,97 R$ 490,42
81

APÊNDICE B – Programação

A programação do projeto está disponibilizada abaixo com os comentários de


funcionamento e bibliotecas utilizadas.

/******************************************************************************
PROGAMAÇÃO ARDUINO - SISTEMA DE PLANTIO INTELIGENTE
*******************************************************************************/

#include <ElipseMobile.h> //Biblioteca Elipse


ElipseMobile elipse;

#include <Modbusino.h> //Biblioteca Modbus

#include <dht.h>
dht DHT;

/*****Comunicação Serial Modbus*****/

/* Inicializa o ID do Dispositivo*/

ModbusinoSlave modbusino_slave(1);

/* Aloca o Número de Registradores*/

uint16_t tab_reg[20];

/* Declaração das variáveis do Projeto */

const int sensor_ldr = A0; //Sensor fotoelétrico


const int dht_dpin = A1; //Pino DATA do Sensor ligado na porta Analogica A1
int led = 2; // Led hidropônico para sistema de iluminação
int pastilha1 = 8; //Pastilha Peltier para aquecimento
int pastilha2 = 9; // Pastilha Peltier para resfriamento
int sensor_nivel1 = 10; //Sensor de nível do recipiente
int sensor_nivel2 = 11; //Sensor de nível reservatório
int bomba1 = 12; //Bomba para recirculação recipiente
int bomba2 = 13; //Bomba para recirculação reservatório
int cooler1 = 14; //Cooler auxilia pastilha de aquecimento
int cooler2 = 15; //Cooler auxilia p astilha de resfriamento
int leitura_ldr = 0; //Nível de iluminação
int estadopastilha1 = 0; //Estado do sistema de aquecimento
int estadopastilha2 = 0; //Estado do sistema de refrigeração
int temp_maxima = 25; // Temperatura maxima - liga a pastilha 1 e desliga a 2
82

int temp_minima = 15; // Temperatura minima - liga a pastilha 2 e desliga a 1


int estadosensornivel1 = 0; // Estado do nível do recipiente
int estadosensornivel2 = 0; // Estado do nível do reservatório
int estadobomba1 = 0; // Estado da bomba do reservatório
int estadobomba2 = 0; // Estado do nível do reservatório
int ilumin_minima = 200; // Iluminação minima para ativação da iluminação artificial

void setup() {

/* Definindo a taxa de transferência em bauds */


modbusino_slave.setup(9600);

delay(1000);//Aguarda 1 seg antes de acessar as informações dos sensores

/* Definindo o comportamento dos pinos */

pinMode(2,OUTPUT);
pinMode(8,OUTPUT);
pinMode(9,OUTPUT);
pinMode(10,INPUT);
pinMode(11,INPUT);
pinMode(12,OUTPUT);
pinMode(13,OUTPUT);
pinMode(14,OUTPUT);
pinMode(15,OUTPUT);
}

void loop() {

while(1)

{
/*LDR - Sensor Luminosidade*/

leitura_ldr = analogRead(sensor_ldr);

if (leitura_ldr<ilumin_minima) digitalWrite(led,HIGH);
else digitalWrite(led,LOW);
Serial.println(leitura_ldr);
/*DHT11 - Sensor Temperatura e Umidade*/

DHT.read11(dht_dpin); //Lê as informações do sensor


Serial.print("Umidade = ");
Serial.print(DHT.humidity);
Serial.print(" % ");
83

Serial.print("Temperatura = ");
Serial.print(DHT.temperature);
Serial.println(" Celsius ");
delay(2000); //Não diminuir o valor abaixo. O ideal é a leitura a cada 2
segundos

// Se a temperatura estiver acima de TEMP_MAX, aciona a pastilha


{
if(DHT.temperature >= temp_maxima) digitalWrite(pastilha1,LOW);
else digitalWrite(pastilha2,LOW);
estadopastilha2 = "Ligada";
}

// Se a temperatura estiver abaixo de TEMP_MIN, desliga a pastilha


{
if(DHT.temperature <= temp_minima) digitalWrite(pastilha1,HIGH);
else digitalWrite(pastilha2,HIGH);
estadopastilha1 = "Ligada";
}

// Coolers

{
if (pastilha1 == 1) digitalWrite(cooler1, HIGH);
else digitalWrite(cooler1,LOW);
if (pastilha2 == 1) digitalWrite(cooler2, HIGH);
else digitalWrite(cooler2,LOW);
}

/*SENSOR NIVEL E BOMBA DO RECIPIENTE*/

int estadosensornivel1 = digitalRead(sensor_nivel1);


Serial.print("Estado sensor:");
Serial.println(estadosensornivel1);
switch(estadosensornivel1)
84

{
case 0:
digitalWrite(Bomba1, LOW);
break;
case 1:
digitalWrite(Bomba1, HIGH);
break;

Serial.print("Estado Bomba 1:");


Serial.print(estadobomba1);
switch(estadobomba1)

/*SENSOR NIVEL E BOMBA DO RESERVATÓRIO*/

int estadosensornivel2 = digitalRead(sensor_nivel2);


Serial.print("Estado sensor:");
Serial.println(estadosensornivel2);
switch(estadosensornivel2)

{
case 0:
digitalWrite(Bomba2, LOW);
break;
case 1:
digitalWrite(Bomba1, HIGH);
break;

Serial.print("Estado Bomba 2:");


Serial.print(estadobomba2);
switch(estadobomba2)

/*Passando a leitura para o modbus*/

/* Exemplo de como passar valores para os registradores


tab_reg[0] = Variavel;

Exemplo de como recuperar valores dos registradores


Variavel = tab_reg[1];
*/

tab_reg[0] = leitura_ldr;
tab_reg[1] = DHT.humidity;
85

tab_reg[2] = DHT.temperature;
tab_reg[3] = estadosensornivel1;
tab_reg[4] = estadosensornivel2;
tab_reg[5] = estadobomba1;
tab_reg[6] = estadobomba2;
tab_reg[7] = estadopastilha1;
tab_reg[8] = estadopastilha2;

/*Recuperando o valor do Modbus*/


temp_maxima = tab_reg[9];
temp_minima = tab_reg[10];
ilumin_minima = tab_reg[11];
onoff_bomba1 = tab_reg[12];
onoff_bomba2 = tab_reg[13];

if (onoff_bomba1 <= 0)digitalWrite(12,LOW); //Desliga a bomba pelo supervisório


if (onoff_bomba1 >= 1)digitalWrite(12,HIGH); //Liga a bomba pelo supervisório
if (onoff_bomba2 <= 0)digitalWrite(13,LOW); //Desliga a bomba pelo supervisório
if (onoff_bomba2 >= 1)digitalWrite(13,HIGH); //Liga a bomba pelo supervisório

//Atualizando o Modbus
modbusino_slave.loop(tab_reg, 20);
}
}

Biblioteca DHT

// FILE: dht.h

// AUTHOR: Rob Tillaart

// VERSION: 0.1.24

// PURPOSE: DHT Temperature & Humidity Sensor library for Arduino

// URL: http://arduino.cc/playground/Main/DHTLib
86

//

// HISTORY:

// see dht.cpp file

//

#ifndef dht_h

#define dht_h

#if ARDUINO < 100

#include <WProgram.h>

#include <pins_arduino.h> // fix for broken pre 1.0 version - TODO TEST

#else

#include <Arduino.h>

#endif

#define DHT_LIB_VERSION "0.1.24"

#define DHTLIB_OK 0

#define DHTLIB_ERROR_CHECKSUM -1

#define DHTLIB_ERROR_TIMEOUT -2

#define DHTLIB_ERROR_CONNECT -3
87

#define DHTLIB_ERROR_ACK_L -4

#define DHTLIB_ERROR_ACK_H -5

#define DHTLIB_DHT11_WAKEUP 18

#define DHTLIB_DHT_WAKEUP 1

#define DHTLIB_DHT11_LEADING_ZEROS 1

#define DHTLIB_DHT_LEADING_ZEROS 6

// max timeout is 100 usec.

// For a 16 Mhz proc 100 usec is 1600 clock cycles

// loops using DHTLIB_TIMEOUT use at least 4 clock cycli

// so 100 us takes max 400 loops

// so by dividing F_CPU by 40000 we "fail" as fast as possible

#ifndef F_CPU

#define DHTLIB_TIMEOUT 1000 // ahould be approx. clock/40000

#else

#define DHTLIB_TIMEOUT (F_CPU/40000)

#endif

class dht

{
88

public:

dht() {};

// return values:

// DHTLIB_OK

// DHTLIB_ERROR_CHECKSUM

// DHTLIB_ERROR_TIMEOUT

// DHTLIB_ERROR_CONNECT

// DHTLIB_ERROR_ACK_L

// DHTLIB_ERROR_ACK_H

int8_t read11(uint8_t pin);

int8_t read(uint8_t pin);

inline int8_t read21(uint8_t pin) { return read(pin); };

inline int8_t read22(uint8_t pin) { return read(pin); };

inline int8_t read33(uint8_t pin) { return read(pin); };

inline int8_t read44(uint8_t pin) { return read(pin); };

float humidity;

float temperature;

private:

uint8_t bits[5]; // buffer to receive data


89

int8_t _readSensor(uint8_t pin, uint8_t wakeupDelay, uint8_t leadingZeroBits);

};

#endif

//

// END OF FILE

//

Biblioteca DHT

#include "SimpleModbusSlave.h"

#include "HardwareSerial.h"

// SimpleModbusSlaveV10

#define BUFFER_SIZE 64

// frame[] is used to recieve and transmit packages.


90

unsigned char frame[BUFFER_SIZE];

unsigned int holdingRegsSize; // size of the register array

unsigned int* regs; // user array address

unsigned char broadcastFlag;

unsigned char slaveID;

unsigned char function;

unsigned char TxEnablePin;

unsigned int errorCount;

unsigned int T1_5; // inter character time out

unsigned int T3_5; // frame delay

HardwareSerial* ModbusPort;

// function definitions

void exceptionResponse(unsigned char exception);

unsigned int calculateCRC(unsigned char bufferSize);

void sendPacket(unsigned char bufferSize);

void modbus_configure(HardwareSerial *SerialPort,

long baud,

unsigned
char byteFormat,

unsigned
char _slaveID,
91

unsigned char _TxEnablePin,

unsigned
int _holdingRegsSize,

unsigned int* _regs)

ModbusPort = SerialPort;

modbus_update_comms(baud, byteFormat, _slaveID);

holdingRegsSize = _holdingRegsSize;

regs = _regs;

TxEnablePin = _TxEnablePin;

pinMode(TxEnablePin, OUTPUT);

digitalWrite(TxEnablePin, LOW);

errorCount = 0; // initialize errorCount

void modbus_update_comms(long baud, unsigned char byteFormat, unsigned char


_slaveID)

(*ModbusPort).begin(baud, byteFormat);

slaveID = _slaveID;

// Modbus states that a baud rate higher than 19200 must use a fixed 750 us

// for inter character time out and 1.75 ms for a frame delay for baud rates
92

// below 19200 the timing is more critical and has to be calculated.

// E.g. 9600 baud in a 10 bit packet is 960 characters per second

// In milliseconds this will be 960characters per 1000ms. So for 1 character

// 1000ms/960characters is 1.04167ms per character and finally modbus states

// an inter-character must be 1.5T or 1.5 times longer than a character. Thus

// 1.5T = 1.04167ms * 1.5 = 1.5625ms. A frame delay is 3.5T.

if (baud > 19200)

T1_5 = 750;

T3_5 = 1750;

else

T1_5 = 15000000/baud; // 1T * 1.5 = T1.5

T3_5 = 35000000/baud; // 1T * 3.5 = T3.5

unsigned int modbus_update()

if ((*ModbusPort).available())
93

unsigned char buffer = 0;

unsigned char overflow = 0;

while ((*ModbusPort).available())

// If more bytes is received than the BUFFER_SIZE the overflow flag


will be set and the

// serial buffer will be red untill all the data is cleared from the receive
buffer.

if (overflow)

(*ModbusPort).read();

else

if (buffer == BUFFER_SIZE)

overflow = 1;

frame[buffer] = (*ModbusPort).read();

buffer++;

delayMicroseconds(T1_5); // inter character time out

// If an overflow occurred increment the errorCount


94

// variable and return to the main sketch without

// responding to the request i.e. force a timeout

if (overflow)

return errorCount++;

// The minimum request packet is 8 bytes for function 3 & 16

if (buffer > 7)

unsigned char id = frame[0];

broadcastFlag = 0;

if (id == 0)

broadcastFlag = 1;

if (id == slaveID || broadcastFlag) // if the recieved ID matches the slaveID or


broadcasting id (0), continue

unsigned int crc = ((frame[buffer - 2] << 8) | frame[buffer - 1]); // combine the crc
Low & High bytes

if (calculateCRC(buffer - 2) == crc) // if the calculated crc matches the recieved


crc continue

function = frame[1];
95

unsigned int startingAddress = ((frame[2] << 8) |


frame[3]); // combine the starting address bytes

unsigned int no_of_registers = ((frame[4] << 8) |


frame[5]); // combine the number of register bytes

unsigned int maxData = startingAddress +


no_of_registers;

unsigned char index;

unsigned char address;

unsigned int crc16;

// broadcasting is not supported for function 3

if (!broadcastFlag && (function == 3))

if (startingAddress < holdingRegsSize) // check


exception 2 ILLEGAL DATA ADDRESS

if (maxData <= holdingRegsSize) // check


exception 3 ILLEGAL DATA VALUE

unsigned char noOfBytes =


no_of_registers * 2;

// ID, function, noOfBytes, (dataLo + dataHi)*number of registers,

// crcLo, crcHi

unsigned char responseFrameSize


= 5 + noOfBytes;

frame[0] = slaveID;
96

frame[1] = function;

frame[2] = noOfBytes;

address = 3; // PDU starts at the 4th


byte

unsigned int temp;

for (index = startingAddress; index <


maxData; index++)

temp = regs[index];

frame[address] = temp >> 8;


// split the register into 2 bytes

address++;

frame[address] = temp &


0xFF;

address++;

crc16 =
calculateCRC(responseFrameSize - 2);

frame[responseFrameSize - 2] =
crc16 >> 8; // split crc into 2 bytes

frame[responseFrameSize - 1] =
crc16 & 0xFF;

sendPacket(responseFrameSize);

}
97

else

exceptionResponse(3); // exception
3 ILLEGAL DATA VALUE

else

exceptionResponse(2); // exception 2
ILLEGAL DATA ADDRESS

else if (function == 6)

if (startingAddress < holdingRegsSize) //


check exception 2 ILLEGAL DATA ADDRESS

regs[startingAddress] = ((frame[4] <<


8) | frame[5]);// the 4th and 5th elements in frame is the 16 bit data value

// only the first 6 bytes are used for


CRC calculation

crc16 = calculateCRC(6);

frame[6] = crc16 >> 8; // split crc into


2 bytes

frame[7] = crc16 & 0xFF;

// a function 16 response is an echo


of the first 6 bytes from

// the request + 2 crc bytes


98

if (!broadcastFlag) // don't respond if


it's a broadcast message

sendPacket(8);

else

exceptionResponse(2); // exception 2
ILLEGAL DATA ADDRESS

else if (function == 16)

// Check if the recieved number of bytes matches


the calculated bytes

// minus the request bytes.

// id + function + (2 * address bytes) + (2 * no of


register bytes) +

// byte count + (2 * CRC bytes) = 9 bytes

if (frame[6] == (buffer - 9))

if (startingAddress < holdingRegsSize) //


check exception 2 ILLEGAL DATA ADDRESS

if (maxData <= holdingRegsSize) //


check exception 3 ILLEGAL DATA VALUE

address = 7; // start at the 8th


byte in the frame
99

for (index = startingAddress;


index < maxData; index++)

regs[index] =
((frame[address] << 8) | frame[address + 1]);

address += 2;

// only the first 6 bytes are


used for CRC calculation

crc16 = calculateCRC(6);

frame[6] = crc16 >> 8; // split


crc into 2 bytes

frame[7] = crc16 & 0xFF;

// a function 16 response is
an echo of the first 6 bytes from

// the request + 2 crc bytes

if (!broadcastFlag) // don't
respond if it's a broadcast message

sendPacket(8);

else

exceptionResponse(3); //
exception 3 ILLEGAL DATA VALUE
100

else

exceptionResponse(2); // exception
2 ILLEGAL DATA ADDRESS

else

errorCount++; // corrupted packet

else

exceptionResponse(1); // exception 1 ILLEGAL


FUNCTION

else // checksum failed

errorCount++;

} // incorrect id

else if (buffer > 0 && buffer < 8)

errorCount++; // corrupted packet

return errorCount;

void exceptionResponse(unsigned char exception)


101

// each call to exceptionResponse() will increment the errorCount

errorCount++;

if (!broadcastFlag) // don't respond if its a broadcast message

frame[0] = slaveID;

frame[1] = (function | 0x80); // set MSB bit high, informs the master of
an exception

frame[2] = exception;

unsigned int crc16 = calculateCRC(3); // ID, function|0x80, exception


code

frame[3] = crc16 >> 8;

frame[4] = crc16 & 0xFF;

// exception response is always 5 bytes

// ID, function + 0x80, exception code, 2 bytes crc

sendPacket(5);

unsigned int calculateCRC(unsigned char bufferSize)

unsigned int temp, temp2, flag;

temp = 0xFFFF;
102

for (unsigned char i = 0; i < bufferSize; i++)

temp = temp ^ frame[i];

for (unsigned char j = 1; j <= 8; j++)

flag = temp & 0x0001;

temp >>= 1;

if (flag)

temp ^= 0xA001;

// Reverse byte order.

temp2 = temp >> 8;

temp = (temp << 8) | temp2;

temp &= 0xFFFF;

// the returned value is already swapped

// crcLo byte is first & crcHi byte is last

return temp;

void sendPacket(unsigned char bufferSize)

{
103

digitalWrite(TxEnablePin, HIGH);

for (unsigned char i = 0; i < bufferSize; i++)

(*ModbusPort).write(frame[i]);

(*ModbusPort).flush();

// allow a frame delay to indicate end of transmission

delayMicroseconds(T3_5);

digitalWrite(TxEnablePin, LOW);

}
104

APÊNDICE C – Construção do protótipo

Fonte: Autoria própria, 2018.

Fonte: Autoria própria, 2018.


105

Fonte: Autoria própria, 2018.

Fonte: Autoria própria, 2018.


106

Fonte: Autoria própria, 2018.

Fonte: Autoria própria, 2018.


107

Fonte: Autoria própria, 2018.

Você também pode gostar