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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Desenvolvimento e avaliação de um sistema simplificado de fertirrigação

Alessandro Aparecido Venciguerra

Trabalho de conclusão apresentado como requisito para


obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Piracicaba
2017
Alessandro Aparecido Venciguerra
Engenheiro Agrônomo

Desenvolvimento e avaliação de um sistema simplificado de fertirrigação

Orientador:
Prof. Dr. TARLEI ARRIEL BOTREL

Trabalho de conclusão apresentado como requisito para


obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Piracicaba
2017
2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação


DIVISÃO DE BIBLIOTECA – DIBD/ESALQ/USP

Venciguerra, Alessandro Aparecido


Desenvolvimento e avaliação de um sistema simplificado de fertirrigação
/ Alessandro Aparecido Venciguerra. - Piracicaba, 2017.
47p.

Trabalho de Conclusão de Curso - USP / Escola Superior de Agricultura


“Luiz de Queiroz”.

1. Controlador de fertirrigação 2. Arduino 3. Irrigação 4. Solução nutritiva


3

DEDICATÓRIA

Dedico ao agricultor familiar. Pais e mães que na sua profissão têm a oportunidade única de
trabalhar lado a lado com seus filhos, cumprindo o papel primordial da família, sua criação e educação.
Numa vida simples, no sacrifício diário. Em um mundo moderno permeado de influências destrutivas e famílias
fragmentadas, continuem sendo exemplo da força e da saúde de uma vida profissional vivida em família.
Que esse pequeno trabalho possa servir de algum incentivo para que esses jovens agricultores percebam
quantas ferramentas tecnológicas podem ser facilmente desenvolvidas e aplicadas nas várias tarefas do seu
dia-a-dia.
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EPÍGRAFE

“É possível louvar a Deus ininterruptamente? Creio que sim:


faz da melhor forma o que tens a fazer e estarás louvando a Deus continuamente.”

Santo Agostinho
5

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................................... 6
ABSTRACT ........................................................................................................................................................... 7
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................................. 11
2.1. DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE IRRIGAÇÃO .................................................................................... 11
2.2. DETERMINAÇÃO PELA ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO ............................................................ 11
2.3. DETERMINAÇÃO PELA MEDIÇÃO DA UMIDADE DO SOLO ...................................................................... 12
2.4. VOLUME DE ÁGUA APLICADO AO SOLO ............................................................................................... 13
2.5. SISTEMAS DE FERTIRRIGAÇÃO ............................................................................................................. 13
2.6. PREPARO DE SOLUÇÕES-ESTOQUE ....................................................................................................... 14
3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO......................................................... 16
3.1. DESENVOLVIMENTO DO HARDWARE DO SISTEMA ............................................................................... 16
3.1.1. Definição do controlador .............................................................................................................. 16
3.1.2. Definição dos sensores .................................................................................................................. 17
3.1.3. Definição dos acionamentos .......................................................................................................... 22
3.1.4. Listagem e custos dos materiais utilizados .................................................................................... 24
3.1.5. Montagem hidráulica do sistema................................................................................................... 26
3.2. DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE CONTROLE ............................................................................. 27
3.2.1. Definição do teclado ...................................................................................................................... 27
3.2.2. Definição das telas do display ....................................................................................................... 28
3.3. CALIBRAÇÕES DO SISTEMA ................................................................................................................. 35
3.3.1. Calibração do contador de fluxo ................................................................................................... 35
3.3.2. Calibração das dosadoras ............................................................................................................. 36
3.3.3. Calibração do sensor de nível ....................................................................................................... 36
4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA ................................................................................................................... 38
4.1. AVALIAÇÃO DA DOSAGEM DE SOLUÇÕES-ESTOQUE ............................................................................ 38
4.2. AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DE EVENTOS NOS INTERVALOS PROGRAMADOS........................................ 39
4.3. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 39
4.4. TRABALHOS FUTUROS ......................................................................................................................... 40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 41
APÊNDICES ........................................................................................................................................................ 43
APENDICE A. LAYOUT DE MONTAGEM DO CONTROLADOR ............................................................. 43
APENDICE B. IMAGENS DA MONTAGEM DO CONTROLADOR ........................................................... 44
APENDICE C. IMAGENS DA MONTAGEM HIDRÁULICA ....................................................................... 46
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RESUMO

Desenvolvimento e avaliação de um sistema simplificado de fertirrigação

A fertirrigação, dentre todas as operações de cultivo agrícola, está entre as que mais
impactam nos resultados de produtividade e de qualidade final do produto. Afinal, ela é responsável
pela nutrição e fornecimento de água à planta e é capaz de compensar possíveis características
negativas do solo. Também eleva os níveis de eficiência operacional, por eliminar a necessidade de
levar o fertilizante até a planta. Propicia alto grau de padronização nas plantas, uma vez que todas
recebem a mesma dosagem de solução nutritiva e, esta, pode ter a formulação mais adequada a cada
estádio fenológico da cultura. Enfim, torna o sistema de produção mais eficiente, eliminando
desperdícios e obtendo um produto final de maior valor agregado. No entanto, as operações
intrínsecas a esse processo, como determinação do melhor momento de irrigar, formulação e preparo
da solução nutritiva, freqüência de fertirrigação, ainda são técnicas de elevada complexidade para o
produtor rural, que o faz geralmente de forma manual, sem uma ferramenta de apoio. A razão para
isso é que as ferramentas de apoio, os sistemas automáticos de fertirrigação disponíveis no mercado,
são equipamentos de custo elevado e alta complexidade de operação. No entanto, com a
popularização, nos últimos dez anos, de placas eletrônicas microcontroladas de propósito geral,
desenvolver um controlador que faça as mesmas funções que um controlador de fertirrigação deixou
de ser algo restrito a engenheiros e profissionais da área de eletrônica. A plataforma Arduino
disponibiliza, a um custo relativamente baixo, diversas opções de controladores e placas acessórias
compatíveis entre si, além de um aplicativo de programação muito simples, que conta com uma
enorme comunidade na internet e milhares de bibliotecas de código pronto, disponibilizadas de
forma gratuita. A proposta desse trabalho foi aproveitar-se dos recursos dessa plataforma e
desenvolver um controlador simplificado de fertirrigação, além de propor uma interface de operação
mais intuitiva, visando reduzir a complexidade de operação. Após o desenvolvimento e montagem
do sistema, foi realizada sua avaliação com relação a dois critérios considerados mais críticos:
precisão na dosagem de soluções-estoque e execução dos eventos agendados. Com relação à
dosagem de soluções, o sistema apresentou boa precisão, com coeficientes de variação abaixo de
1,5% em 10 medições por dosadora. No entanto, a velocidade de operação do modelo utilizado (50
mL/min) mostrou-se satisfatório somente para volumes de solução de até 100 litros. Acima disso, o
processo ficou demorado, recomendando-se o uso de uma dosadora de maior vazão, alteração para
a qual o sistema já está preparado, pois disponibiliza uma tela de calibração das dosadoras. Com
relação à execução de eventos agendados, de um total de 90 amostras, o sistema executou 100% dos
eventos de irrigação nos intervalos agendados. Portanto, com relação aos critérios avaliados, o
sistema demonstrou confiabilidade satisfatória para sua aplicação em cultivos profissionais de
pequenas áreas.

Palavras-chave: 1. Controlador de fertirrigação 2. Arduino 3. Irrigação 4. Solução nutritiva.


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ABSTRACT

Development and evaluation of a simplified fertigation system

Fertigation, among all agricultural operations, is one of the most impacting on productivity
and final product quality results. After all, it is responsible for the nutrition and water supply to the
plant and is able to compensate for possible negative soil characteristics. It also raises operational
efficiency levels by eliminating the need to take the fertilizer to the plants. It promotes a high degree
of standardization, since all plants receive the same dosage of nutrient solution and, this, can have
the most appropriate formulation at each phenological stage of the crop. Finally, it makes the
production system more efficient, eliminating wastes and obtaining a final product of greater added
value. However, the intrinsic operations of this process, such as determination of the most
appropriate time to irrigate, formulation and preparation of the nutrient solution, frequency of
fertigation, are still highly complex techniques for the rural producer, which usually does this
manually, without a support tool. The reason for this is that the support tools, which are the automatic
fertigation systems available in the market, are high cost equipment and high complexity of
operation. However, with the popularization over the last ten years of general purpose
microcontroller boards, developing a controller that does the same functions as a fertigation
controller is no longer restricted to engineers and electronics professionals. The Arduino platform
provides, at a relatively low cost, a number of compatible microcontroller and accessory boards, as
well as a very simple programming application that has a huge internet community and hundreds of
ready-to-use code libraries, free of charge. The proposal of this work was to take advantage of the
resources of this platform and to develop a simplified fertirrigation controller, besides proposing a
more intuitive operating interface, aiming to reduce the complexity of operation. After the
development and assembly of the system, its evaluation was performed in relation to two criteria
considered more critical: precision in the dosage of stock solutions and execution of the scheduled
events. Regarding the dosage of solutions, the system showed good precision, with a coefficient of
variation below 1.5% of 10 measurements per doser. However, the operating speed of the model
used (50 mL / min) was satisfactory only for solution volumes of up to 100 liters. Above this, the
process was very time-consuming, recommending the use of a doser of higher flow, a change for
which the system is already prepared, as it provides a calibration screen of the dosing machines.
Regarding the execution of scheduled events, out of a total of 90 samples, the system performed
100% of the irrigation events at the scheduled intervals. Therefore, in relation to the evaluated
criteria, the system demonstrated satisfactory reliability for its application in professional crops of
small areas.

Keywords: Fertigation controller, Arduino, Irrigation, Nutrient solution.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1. Acionamento Simplificado para Irrigação (Medici et al, 2010) .......................................................... 12
Figura 2.2. Relação entre tensão da água em substrato comercial (a) ou em solo (b) e a distância vertical entre
pressostato e filtro cerâmico (h) (Medici, 2010).................................................................................................... 13
Figura 3.1. Layout externo do controlador ............................................................................................................ 16
Figura 3.2. Circuito de interligação dos componentes do controlador .................................................................. 17
Figura 3.3. Conector plug P2 utilizado nos cabos de sensores .............................................................................. 18
Figura 3.4. Conector soquete P2 com contra-porca, modelo PJ392 ...................................................................... 18
Figura 3.5. Conectores para sensores, tipo soquete P2, na lateral esquerda do controlador .................................. 18
Figura 3.6. Sensor de umidade ASI ....................................................................................................................... 19
Figura 3.7. Contador de fluxo Sea YF-S20 ........................................................................................................... 20
Figura 3.8. Sensor de chuva YL-83 ....................................................................................................................... 20
Figura 3.9. Sensor de umidade e temperatura AM2302 DHT22 ........................................................................... 21
Figura 3.10. Sensor de nível lateral de água para Arduino .................................................................................... 21
Figura 3.11. Sensor ultrassônico de distância HC-SR04 ....................................................................................... 22
Figura 3.12. Régua de tomadas para válvulas na parte inferior do controlador..................................................... 22
Figura 3.13. Régua de tomadas para motores na lateral direita do controlador ..................................................... 23
Figura 3.14. Válvula de entrada de água ............................................................................................................... 23
Figura 3.15. Bomba centrífuga monobloco 0.5cv monofásica .............................................................................. 24
Figura 3.16. Esquema hidráulico do sistema ......................................................................................................... 26
Figura 3.17. Layout do teclado capacitivo............................................................................................................. 27
Figura 3.18. Menu Setores.................................................................................................................................... 28
Figura 3.19. Mapa de telas do controlador ............................................................................................................ 29
Figura 3.20. Menu Horários .................................................................................................................................. 30
Figura 3.21. Menu Intervalos ................................................................................................................................ 31
Figura 3.22. Menu Fertilizantes............................................................................................................................. 32
Figura 3.23. Menu Sensores .................................................................................................................................. 33
Figura 3.24. Menu Modo Manual .......................................................................................................................... 34
Figura 3.25. Menu Configurações ......................................................................................................................... 35
Figura B.0.1. Montagem interna do controlador – painel frontal .......................................................................... 44
Figura B.0.2. Montagem interna do controlador ................................................................................................... 44
Figura B.0.3. Conectores P2 para sensores............................................................................................................ 45
Figura B.0.4. Display de caracteres e teclado capacitivo ...................................................................................... 45
Figura C.0.5. Layout do sistema ............................................................................................................................ 46
Figura C.0.6. Montagem hidráulica ....................................................................................................................... 46
Figura C.0.7. Acionamento motor da bomba M7 .................................................................................................. 47
Figura C.0.8. Painel do controlador....................................................................................................................... 47
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1. INTRODUÇÃO

Irrigação e fertirrigação são operações que propiciam um alto potencial de retorno econômico por área
agrícola, pelo aumento da produtividade e pela qualidade das culturas (CHIODA, 2015). Também possibilita o
cultivo de espécies não adaptadas ao regime hídrico local, aumentando a variedade de culturas agrícolas de uma
região. Essa elevação no potencial de retorno econômico, aliada ao uso de outros sistemas, como o cultivo
protegido, têm possibilitado que propriedades rurais com áreas cada vez menores se tornem sustentáveis e
altamente rentáveis.
O manejo adequado da irrigação consiste em responder a duas perguntas básicas: quando irrigar e
quanto irrigar. Se a resposta para essas perguntas não tiver boa acurácia, o resultado do manejo pode impactar em
grandes perdas de produtividade, muito maiores que os custos de água e energia envolvidos numa irrigação em
falta ou em excesso.
No entanto, grande parte dos produtores, incluindo também os grandes, ainda utiliza ferramentas
rudimentares para o manejo da irrigação. A mais utilizada ainda são os temporizadores, que somente contam
intervalos fixos de tempo entre uma irrigação e outra. Além disso, raramente é feito algum cálculo do volume
adequado de água a ser irrigada.
Já o manejo adequado da fertirrigação consiste em determinar, dentro dos valores já estipulados para
irrigação, quanto de cada nutriente (solução nutritiva ou biofertilizante) e com qual freqüência deve ser aplicado
na água de irrigação. Nessa situação, se houver erros na determinação dos valores, principalmente por excessos,
podem ocorrer danos irreversíveis na cultura, além de possíveis contaminações ambientais. Quando o cultivo é
realizado em solo, também é necessário levar em conta a capacidade de retenção de nutrientes pelo solo na
determinação da freqüência de aplicação, visando evitar sua salinização.
A adoção da técnica da fertirrigação entre os produtores é crescente, mas ainda é baixa. Uma das
prováveis razões é a complexidade do manejo, que demanda elevado conhecimento técnico. O manejo feito de
maneira automática ainda é uma realidade distante para a grande parte dos produtores irrigantes, seja pelo alto
custo de aquisição dos equipamentos disponíveis no mercado brasileiro, seja pela interface de operação ainda
muito complexa.
Os equipamentos que compõem um sistema de fertirrigação são injetor de fertilizante, bomba dosadora,
tanque de solução estoque concentrada, válvula de retenção, filtro, medidor de fluxo de água, além de um aparelho
controlador do sistema (PAPADOPOULOS, 1999). Esse controlador é baseado em um circuito eletrônico
microprocessado, que possui uma interface de operação para definição dos parâmetros de manejo.
Com o lançamento do projeto Arduino, em 2005, o mercado mundial de circuitos eletrônicos
microprocessados passou por uma grande transformação, através da popularização de placas eletrônicas
programáveis e módulos acessórios para os mais diversos fins. Essas placas são basicamente o mesmo tipo de
circuito encontrado nos controladores de irrigação, podendo, portanto, serem programadas para funcionar com a
mesma lógica ou, melhor ainda, criar uma lógica similar de forma mais simplificada e de fácil compreensão.
Essas placas eletrônicas têm também seu projeto-fonte aberto, sistema de uso denominado “open source
hardware”, o que significa que qualquer empresa pode obter os esquemas e começar a fabricar e comercializar
réplicas, sem necessidade de creditar o autor (McROBERTS, 2011). Essa popularização acentuada de uma
10

plataforma, com módulos compatíveis entre si, com diversos fabricantes, principalmente na China, causou uma
grande redução no preço final desses itens.
Contudo, a maior vantagem dessa plataforma é a facilidade de utilização, tanto para montagem (placas
que se encaixam umas nas outras) como para programação, contando com uma interface de desenvolvimento
própria e gratuita, com linguagem bastante simplificada. Isso começou a permitir que pessoas, sem conhecimento
técnico em eletrônica pudessem, rapidamente, aprender o básico e começar a criar seus próprios projetos, num
intervalo de tempo relativamente curto (McROBERTS, 2011).
Este trabalho consiste em desenvolver e avaliar um controlador de fertirrigação baseado na plataforma
Arduino, além de sensores e atuadores alternativos, de custo relativamente inferior. O objetivo principal é o de
propor uma solução alternativa para os atuais impeditivos na adoção de sistemas automáticos de fertirrigação,
como o custo elevado e a complexidade de operação.
11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Determinação do momento de irrigação

A determinação do momento de irrigação pode se basear em três fatores: nas condições atmosféricas
(temperatura, umidade do ar, radiação solar e velocidade do vento), na umidade do solo e nas condições
fisiológicas da planta. Como o uso de sensores em plantas ainda é algo relativamente complexo e pouco viável, os
métodos mais usados para determinação do momento de irrigar são baseados nas condições atmosféricas e na
umidade do solo.

2.2. Determinação pela estimativa da evapotranspiração

As variáveis das condições atmosféricas servem para estimar a taxa de perda de água do solo (ou
substrato) para a atmosfera. Essa perda ocorre por duas vias: pela evaporação da água na superfície do solo e pela
transpiração da água absorvida pela planta. Ao somatório dessas duas variáveis dá-se o nome de evapotranspiração.
Como a taxa de transpiração é dependente da planta, ela varia em função de diversas variáveis como
espécie, porte da planta, população de plantas por área etc. Buscando-se padronizar a determinação da
evapotranspiração em função somente das variáveis atmosféricas, convencionou-se o uso de dois tipos de
evapotranspiração, a evapotranpiração de referência e a evapotranspiração da cultura.
A evapotranspiração de referência ou ETo, tem condições padronizadas para servir de base de cálculo
para as demais culturas. As condições são: deve ser uma superfície extensa cultivada com grama, com altura
uniforme de 0,12m, albedo de 0,23, em crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo e sem deficiência de água
(SMITH, 1991).
A evapotranspiração da cultura é obtida a partir da evapotranspiração de referência, multiplicando-se
por um coeficiente da cultura de interesse (Kc). É definida considerando-se a evapotranspiração de uma cultura
isenta de pragas e doenças, cultivada em uma área contínua de pelo menos um hectare, sob ótimas condições de
solo (FERNANDES et al, 2010).
Existem diversas metodologias para estimativa da evapotranspiração, algumas em escala diária, outras
adequadas somente para uma escala mensal. Um método de estimativa diária, que utiliza somente as variáveis
temperatura e umidade relativa, é o Método de Benevides & Lopez, desenvolvido por Garcia Benevides e Lopez
Diaz (1970), em que a evapotranspiração é estimada pela equação abaixo:
7,45 Tmed
ETo = 1,21 x 10  x 1 − 0,01 URmed + 0,21 Tmed − 2,30
234,7 + Tmed
Onde Tmed é a temperatura média diária (média aritmética entre as temperaturas mínima e máxima) e URmed é
a média diária da umidade relativa do ar (média aritmética entre a mínima e a máxima).
Assim como a maioria dos métodos, ele apresenta uma limitação: em regiões áridas, o valor de ETo é
superestimado, quando comparado a outros métodos que utilizam mais variáveis, como o Método de Penman-
Monteith. Contudo, tem a vantagem de ser uma metodologia que demanda a medição de poucas variáveis e fácil
de calcular (FERNANDES et al. 2010).
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2.3. Determinação pela medição da umidade do solo

A estratégia economicamente viável que proporciona maior nível de acerto na determinação do


momento de irrigar é a medição do teor de água existente no solo. O percentual de água no solo pode variar muito
conforme a textura do solo (porosidade). Mas a absorção da água pela planta não varia em função do percentual
de água existente, mas sim da ‘força’ com que o solo retém essa água, denominado tensão de água no solo, medido
em kPa (kiloPascal), uma unidade de pressão.
Um princípio bastante utilizado para medição da tensão de água no solo é através do uso de
tensiômetros, sensores baseados em encapsulamentos porosos, que absorvem água do solo, quando ela está em
excesso, ou fornecem água para o solo, quando o solo está seco. Essa absorção ou perda de água cria uma pressão
positiva ou negativa no interior do tensiômetro. Com a medição dessa pressão é possível estimar a tensão de água
no solo.
Esses sensores, contudo, possuem um custo relativamente alto para uso em pequenas áreas. Entretanto
há um trabalho de MEDICI et al (2010) que propõe um “Acionador Simplificado para Irrigação” ou ASI, cujo
princípio se baseia nos tensiômetros, mas utilizando materiais de baixo custo e ainda contando com um
acionamento elétrico ajustado para a tensão de água desejada.
O dispositivo é composto de 3 elementos, sendo: uma vela de um filtro de água de cerâmica (1), uma
mangueira transparente (2) e um pressostato de máquina de lavar (3).

Figura 2.1. Acionamento Simplificado para Irrigação (Medici et al, 2010)

De acordo com o trabalho, o modelo da vela filtro de cerâmica utilizada foi o “Vela Pozzani ref.81011”
(Inds. Francisco Pozzani S.A., Jundiaí-SP), o pressostato foi o “pressostato regulável EPR-06” (Emicol Eletro
Eletrônica S.A., Itu-SP) e a mangueira utilizada foi de 3/8” com 1,5m de comprimento.
A altura (h) na figura 1 (distância vertical entre o filtro cerâmico e o pressostato) é a variável que permite
ajustar em qual tensão de água no solo o dispositivo deve ligar a irrigação, possibilitando ajustar ao valor mais
adequado para cada cultura. As relações entre a máxima tensão de água no solo e a distância vertical (h) foram
explicadas através de regressão linear obtendo os gráficos abaixo (MEDICI, 2010).
13

Figura 2.2. Relação entre tensão da água em substrato comercial (a) ou em solo (b) e a distância vertical
entre pressostato e filtro cerâmico (h) (Medici, 2010).

2.4. Volume de água aplicado ao solo

A quantidade de água aplicada é chamada de lâmina d’água. Este termo vem das medições de
quantidade de chuva, onde se mede a altura da lâmina d’água formada sobre uma superfície impermeável de 1m²,
medida em milímetros. Calculando esse volume de água obtém-se:

Volume = área x altura


Volume = 1m x 1mm
!"#$%& = 1m x 0,001m = 0,001m' = ()

Então 1 mm de lâmina d’água corresponde a uma irrigação ou uma chuva em que foi aplicado 1 Litro de água por
m² de superfície.
Na irrigação baseada na necessidade da planta, o volume de água aplicado depende da
evapotranspiração da espécie. Em culturas irrigadas em área total (irrigação por aspersão), o volume é expresso
em lamina d’água a ser aplicada. Em culturas onde se utiliza a irrigação localizada (gotejamento ou microaspersão)
o volume é expresso em litros por planta.
Na irrigação baseada na capacidade de retenção do solo, o volume depende da sua capacidade máxima
de retenção, denominada capacidade de campo (CC) do solo. O volume de água retido na capacidade de campo
varia de acordo com a textura e profundidade do solo, sendo maior para solos argilosos e menor para arenosos.

2.5. Sistemas de fertirrigação

A fertirrigação consiste na aplicação de fertilizantes solúveis diluídos na água de irrigação. Essa


aplicação requer um adequado planejamento, baseado nos requerimentos de nutrientes pela cultura e estádio
fenológico, descontando-se a quantidade desses nutrientes já existentes no solo (PAPADOPOULOS, 2001).
Nos sistemas automáticos de fertirrigação a diluição de soluções-estoque na água de irrigação ocorre
por meio de dispositivos de injeção, que podem ser por sucção, como ocorre nos injetores tipo “Venturi”, por
arrasto, como ocorre nos tanques de fluxo “By-Pass” ou por pressão direta dentro da linha de irrigação, como
ocorre nas bombas injetoras. Cada um desses mecanismos requer cuidados especiais para evitar que a proporção
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de solução injetada esteja adequada à vazão irrigada, o que requer uso de sensores de pressão, vazão ou, em todos
os casos, um sensor de condutividade elétrica na linha de saída, com a finalidade de garantir que não houve erro
na dosagem, além do fato de que os mecanismos de maior precisão, caso das bombas injetoras, são de custo
relativamente elevado.
Já na fertirrigação de forma manual é uma prática comum entre os produtores é a relização do seguinte
procedimento:
• Enche-se o reservatório de água no volume a ser irrigado;
• Pesa-se, em uma balança de precisão, as quantidades de fertilizantes sólidos e dilui-se na água
do reservatório, usando algum utensílio para agitar a água facilitando a dissolução;
• Irriga-se a cultura utilizando a solução preparada, tomando-se o cuidado de irrigar os dois
ultimos minutos somente com água, para limpeza do sistema.
Pode ser realizada, para fins de conferência, uma medição da condutividade elétrica da solução antes de
aplicar à cultura. Entretanto, se a medição do volume de água e dos pesos dos fertilizantes foi realizada de maneira
cuidadosa e se a água e os fertilizantes são sempre da mesma procedência, não é necessária essa medição em todo
ciclo de preparo, pois o valor medido sempre será o mesmo.
Tanto na literatura consultada como em visitas a produtores, não foi encontrado um sistema automático
que realize a fertirrigação seguindo a sequência acima. A grande maioria possui os reservatórios de mistura, mas
para o preparo de soluções-estoque, que são injetadas na tubulação de irrigação com uso dos dispositivos já
mencionados.

2.6. Preparo de soluções-estoque

Como forma de otimizar o processo de preparo de soluções nutritivas, dispensando a necessidade de


pesagens de fertilizantes sólidos e posterior agitação da mistura para dissolução em água, uma prática utilizada em
cultivos hidropônicos é o preparo de soluções-estoque. Uma solução-estoque consiste numa solução altamente
concentrada de um ou mais fertilizantes, concentração que pode ser, em média, cem vezes maior que a da solução
nutritiva aplicada aos cultivos. Se, como exemplo, uma solução-estoque contiver um fertilizante numa
concentração cem vezes maior à da solução nutritiva, então deve-se utilizar uma parte desta solução-estoque para
se obter um volume final de cem partes da solução nutritiva.
Na formulação de soluções-estoque, nem todos os sais fertilizantes são compatíveis entre si. A maioria
dos sais inorgânicos, quando dissolvidos em água, se dissociam em cátions e ânions. Dependendo dos elementos
químicos constituintes, pode haver afinidade entre cátions e ânions de sais diferentes que podem se unir e precipitar
compostos insolúveis em água. Como ocorre no caso da mistura de nitrato de cálcio, Ca(NO3)2, e sulfato de
magnésio, MgSO4. Em solução aquosa, o ânion SO4-2 liga-se ao cátion Ca2+, formando sulfato de cálcio (gesso),
que, por ser insolúvel em água, precipita para o fundo do recipiente e pode causar entupimento da tubulação se
bombeado no sistema de irrigação.
A tabela 2.1 mostra a compatibilidade de mistura entre sais fertilizantes em altas concentrações (solução-
estoque). Conforme análise da tabela, é possível distinguir três grupos de sais que apresentam problema de
incompatibilidade: sais com cálcio (nitrato de cálcio), sais com ânion fosfato e sais com ânion sulfato. Como a
15

mistura entre esses três grupos é preferencialmente evitada, é comum que as formulações de soluções nutritivas
tenham seus nutrientes dividos em três soluções-estoque diferentes, geralmente nomeadas A, B e C.

Tabela 2.1. Compatibilidade de misturas de fertilizantes em altas concentrações (solução-estoque)


Fonte: LANDIS et al. (1989) citado por Trani et. al (2011)
16

3. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO

3.1. Desenvolvimento do hardware do sistema

O sistema foi dimensionado para gerenciar a irrigação e a fertirrigação de até 4 setores independentes.
Dessa forma, ele possui entradas para quatro sensores de umidade (um por setor) e acionamentos de válvulas para
cada um dos setores.

3.1.1. Definição do controlador

O controlador foi montado em caixa plástica de ABS, com dimensões de 240x180x90mm, fabricante Steck,
modelo SEX231. A definição do layout externo ficou conforme ilustrado na figura 3.1.

Figura 3.1. Layout externo do controlador


(criado no aplicativo LibreOffice Draw)

O circuito de interligação dos componentes ficou conforme ilustrado na figura 3.2.


17

Figura 3.2. Circuito de interligação dos componentes do controlador


(criado no aplicativo Fritzing)

3.1.2. Definição dos sensores

Como forma de facilitar a conexão dos sensores ao controlador, padronizou-se a utilização de conectores
TRS de 3.5mm, popularmente conhecidos como tipo “stereo P2”, que são os conectores utilizados em fones de
ouvido. A escolha por esse tipo de conexão se deu em razão da sua disponibilidade, inclusive em localidades
distantes dos grandes centros urbanos, baixo custo, facilidade de montagem, alta fidelidade de sinal e por sua
construção, num formato impede a entrada de água para o interior do controlador. Dessa forma, todos os cabos
dos sensores utilizados tiveram suas pontas montadas com plug P2, conforme ilustrado na figura 3.3.
18

Figura 3.3. Conector plug P2 utilizado Figura 3.4. Conector soquete P2 com
nos cabos de sensores contra-porca, modelo PJ392
(Fonte: pt.aliexpress.com, com edições) (Fonte: pt.aliexpress.com, com edições)

O custo de aquisição de cada soquete P2 foi de R$0,60 (pt.aliexpress.com, maio de 2017). O custo
médio de cada plug P2 é de R$2,50 (lojas de eletrônica em Americana-SP, julho de 2017).

Figura 3.5. Conectores para sensores, tipo soquete P2, na lateral esquerda do controlador

Na montagem atual, o sistema faz uso de sete sensores sendo:


• Sensores 1 a 4: sensores para medição da umidade do solo nos setores 1 a 4;
• Sensor 5: contador de fluxo, para medição dos volumes de água de entrada (reservatório) e de
saída (setores);
19

• Sensor 6: sensor de chuva, para situações em que o usuário não esteja utilizando os sensores
de umidade, impedindo o início da irrigação em caso de chuva;
• Sensor 7: sensor de temperatura e umidade relativa do ar, para situações em que o usuário
esteja utilizando esses valores como base para o intervalo entre irrigações;
O circuito também já considera duas entradas reservas (Sensores 8 e 9), para sensores de nível do
reservatório, deixando o circuito pronto para adaptação ao uso em sistemas de maior porte (sensores de
redundância) ou em sistemas hidropônicos (reposição de consumo da solução nutritiva).

Sensores 1 a 4 – Umidade do solo


Os sensores de umidade funcionam como chaves simples liga-desliga: o controlador fornece um sinal
de 5Vcc para o sensor, quando esse sinal retorna significa que o sensor está ligado (solo seco). O sensor proposto
para o sistema é o “ASI – Acionamento simplificado para irrigação”, desenvolvido por MEDICI et al (2010). Custo
aproximado de um sensor montado: R$50 (lojas de materiais em Piracicaba-SP, julho de 2017)

Figura 3.6. Sensor de umidade ASI


(Fonte: Medici et al, 2010)

Sensor 5 – Contador de fluxo


Para a contagem de volumes de água foi utilizado o contador de fluxo modelo Sea YF-S20,
1-30L/min, conexões de 1/2". Esse sensor baseia-se no princípio de que, quando a água passa em seu interior, ela
movimenta um rotor de aletas cujo movimento de rotação gera pulsos de sinal de 5Vcc, que são lidos pelo
controlador. A relação entre o número de pulsos lidos (por segundo) e o volume de água medido pode ser definido
na menu “Configurações” do sistema, possibilitando o uso de sensores de outras dimensões. O valor que vem pré-
ajustado no sistema é de 270 pulsos por segundo para cada litro, obtido na primeira calibração. Custo aproximado
do sensor: R$ 28 (www.mercadolivre.com.br, outubro de 2017).
20

Figura 3.7. Contador de fluxo Sea YF-S20


(Fonte: pt.aliexpress.com)

Sensor 6 – Sensor de Chuva


O sensor para detecção de chuva também funciona com uma chave simples liga-desliga: o controlador
fornece um sinal de 5Vcc para o sensor, quando esse sinal retorna significa que o sensor está ligado (presença de
chuva). Desta forma, pode ser utilizado qualquer outro sensor comercial que funcione como chave simples (ex.
Hunter Rain-Click). O sensor proposto para o sistema, visando baixo custo, foi o modelo YL-83. Este sensor
detecta a presença de gotas de água em sua superfície, princípio similar aos sensores de chuva em pára-brisas
automotivos. Ele possui trilhas metálicas energizadas com sinal alimentado pelo controlador, ao lado de trilhas de
sinal de retorno. A presença de água em sua superfície fecha o circuito enviando o sinal de retorno. Possui um
potenciômetro para ajuste de sensibilidade, entretanto, não é capaz de permanecer ligado por tempo proporcional
ao volume de chuva, como em sensores comerciais profissionais (ex. Hunter Rain-Click). Uma vez que a água em
sua superfície tenha evaporado, ele desliga o sinal.
A função deste sensor no sistema é somente de impedir o início da irrigação enquanto ele estiver ligado.
Custo aproximado: R$8 (lista.mercadolivre.com.br/sensor-de-chuva-yl-83, outubro de 2017).

Figura 3.8. Sensor de chuva YL-83


(Fonte: www.filipeflop.com)

Sensor 7 – Temperatura e umidade relativa do ar


A medição de temperatura e umidade do ar visa o cálculo de intervalos entre irrigações, quando esta é
realizada com base nessas variáveis (sem uso de sensor de umidade). Para essa medição o sistema utiliza o sensor
AM2302 DHT22, que possui precisão de 0,5°C para temperatura e 2% para umidade relativa, com resolução de
16 bits. Como este sensor possui um protocolo de comunicação próprio (os dois valores medidos são enviados em
um único sinal), não é possível utilizar outro modelo para essa função. Tem custo aproximado de R$20,00
(www.mercadolivre.com.br, outubro de 2017).
21

Figura 3.9. Sensor de umidade e temperatura AM2302 DHT22


(Fonte: www.filipeflop.com)

Sensores 8 e 9 – Medição do nível do tanque de mistura


Esses sensores não foram implementados no sistema atual, uma vez que a montagem da estrutura utiliza
um reservatório de pequenas dimensões, no qual o controle de volume do reservatório é feito de maneira
satisfatória utilizando somente o contador de fluxo. Mas o circuito do sistema já provê suas interligações,
permitindo sua utilização em futuros aprimoramentos do sistema, por isso sua menção aqui.
Foram pensadas duas metodologias para medição de nível do tanque, em dois tipos de apliações
diferentes. A primeira utiliza dois sensores de nível lateral de água por efeito hall. Esses sensores funcionam como
chaves simples liga-desliga e devem ser posicionados um no nível de tanque vazio e o outro no nível de tanque
cheio. Sua utilização serviria como uma redundância de segurança ao volume medido pelo contador de fluxo, para
utilização em tanques de fertirrigação de maior volume, eliminando o risco de transbordo do tanque ou de sobra
de solução nutritiva no fundo do tanque.

Figura 3.10. Sensor de nível lateral de água para Arduino


(Fonte: www.caldeiratech.com)

A segunda opção é mais voltada para outra possível aplicação do sistema, tornando-o capaz de fazer a
reposição de soluções nutritivas recirculantes, utilizadas na maioria dos sistemas hidropônicos. Nesse caso seria
utilizado somente um sensor, o sensor ultrassônico de distância HC-SR04.
Este sensor utiliza os dois canais de sensores (Sensor 8 e Sensor 9), pois seu princípio de funcionamento
utiliza um canal para emissão de um pulso sonoro e outro canal para recepção do retorno desse pulso. O controlador
22

conta o intervalo de tempo entre esses dois eventos e calcula a distância do objeto à frente do sensor, neste caso, a
superfície da solução nutritiva no tanque. O alcance de medição é de 2 cm a
5 m, com precisão de 3 mm. A repetibilidade de medições ainda é objeto de um futuro trabalho de validação desse
sensor, antes de consolidar sua utilização nesse tipo de aplicação.
Assim, numa estrutura que faça uso da recirculação da solução nutritiva, o sensor serviria para medição
do nível de solução que retornou ao tanque, possibilitando calcular o volume de solução a ser reposto.

Figura 3.11. Sensor ultrassônico de distância HC-SR04


(Fonte: www.buildbot.com.br)

3.1.3. Definição dos acionamentos

O sistema conta com oito saídas a relé, para acionamento de cargas em corrente alternada, sendo cinco
válvulas solenóide (4 setores e enchimento do tanque) e três partidas de motores (bomba de entrada de água, bomba
de circulação da solução e misturador da solução).
Com o intuito de simplificar a interligação de válvulas e motores, a conexão é através de conectores e
plugs do tipo tomada convencional, padrão NBR 14136.

Figura 3.12. Régua de tomadas para válvulas na parte inferior do controlador

A ligação para as válvulas, nomeadas V1 a V5, fica na parte inferior do controlador, com uma régua de
cinco tomadas padrão NBR 14136 e uma entrada comum do tipo IEC 320 C8, para cabo de força tipo PH/CCE. O
cabo que alimenta essa entrada é quem define a tensão de saída das tomadas, permitindo utilizar válvulas da tensão
que se desejar (24, 127 ou 220Vac), com a condição de que todas devem ser na mesma tensão.
A ligação para os motores, nomeados M6 a M8, fica na lateral direita do controlador, com uma régua
de três tomadas padrão NBR 14136 e uma entrada comum do tipo IEC320 C8, para cabo de força tipo PH/CCE
23

(Figura 3.9). Da mesma forma que para o acionamento de válvulas, o cabo ligado nessa entrada define a tensão de
saída nas tomadas.

Figura 3.13. Régua de tomadas para motores na lateral direita do controlador

Acionamentos V1 a V5 – Válvulas solenóide

Foram utilizadas 5 válvulas de entrada de máquina de lavar de 1/2, fabricante Emicol, descrição “válvula
de entrada de água reta compatível Brastemp/Mondial 127Vac”. Custo aproximado por válvula:
R$ 14,50 (Nascimento Refrigeração, Piracicaba-SP, julho de 2017).

Figura 3.14. Válvula de entrada de água


(Fonte: www.polipartes.com.br)

Acionamento M6 – Bomba de entrada de água

Esse acionamento permite ligar a bomba de água de entrada do sistema. Contudo, como a montagem
do sistema foi realizada em local onde já havia água pressurizada da rede pública, em seu lugar foi instalada
somente uma válvula de entrada de água 127Vac (igual às demais), diretamente no cano da rede pública.
24

Acionamento M7 – Bomba de circulação da solução nutritiva

Para circular a solução nutritiva foi utilizada uma bomba centrífuga monobloco KSB C500N monofásica,
motor de 0,5cv, com partida em 110V (127Vac). Como o cabo de alimentação dos Acionamentos 6 a 8 está ligado
em 127Vac, foi utilizado um contator com bobina 110Vac para ligar a bomba (Siemens
3TF42 11-OA) com entrada protegida por um disjuntor monopolar 10A (Siemens 5SX1 110-7). Custo
aproximado: bomba R$ 468,00 (www.meritocomercial.com.br), contator R$ 130,00 (mercadolivre.com.br),
disjuntor R$ 9,00 (www.fg.com.br). Custo total R$ 607,00 (outubro de 2017).

Figura 3.15. Bomba centrífuga monobloco 0.5cv monofásica


(Fonte: www.minasbombas.com)

Acionamento M8 – Misturador da solução nutritiva

Conforme o formato do reservatório de mistura, pode ser necessária a utilização de um misturador


(agitador) da solução, com o uso de um motor dimensionado para o volume do tanque. Nos primeiros testes de
mistura no reservatório utilizado, somente com a aplicação de água final de água (30% do volume), em jato de
forma tangencial à parede o tanque, o movimento circular causado na solução foi suficiente para homogeneização
da solução-nutritiva, aferido pela medição da condutividade elétrica no reservatório e na saída dos gotejadores.
Mas esse é um caso particular de tanque de pequeno volume (bombona de 90L).
Para reservatórios com volumes de 500 a 1000L é recomendada a agitação da solução, que pode ser
feita com um motor de pequenas dimensões (0.25 cv) firmemente fixado na parte superior da tampa do
reservatório, acoplado a um eixo com comprimento suficiente para chegar à metade do volume utilizado, tendo,
na ponta, um conjunto de pás ou hélices para movimentar a água.

3.1.4. Listagem e custos dos materiais utilizados

Seguem abaixo as listagens de materiais utilizados para montagem do sistema, com respectivos custos.
Não foram considerados custos relacionados à mão de obra, no entanto, foi listada a quantidade de horas utilizada
em cada etapa da montagem.

Não foram considerados também os materiais relacionados somente à parte hidráulica, como canos,
conexões, tanque de mistura etc, uma vez que estes itens podem variar muito conforme a configuração do sistema.

Controlador
25

Descrição Qtde Unit(R$) Total(R$)


Caixa De Passagem Light Steck 234x174x90 Cega Opaca Sex-231 1 29,00 29,00
Arduino Mega R3 2560 Atmega 1 58,00 58,00
Módulo Sensor Shield para Arduino Mega 2560 1 42,00 42,00
Módulo Relé 8 Canais para Arduino 1 36,00 36,00
Módulo keypad capacitivo 12 teclas MPR121 * 1 10,23 10,23
Display LCD 16X2 padrão Hitachi HD44780 1 12,00 12,00
Interface I2C para LCD1602 2004 Arduino * 1 6,12 6,12
Soquete power jack 3.5mm PJ392 Estéreo c/ porca * 10 0,61 6,12
Fios Jumper 10 Vias 20cm Femea-femea 2 8,00 16,00
Fios Jumper 10 Vias 10cm Femea-femea 2 8,00 16,00
Placa de circuito impresso matricial 2.8cm * 1 2,42 2,42
Tomada Barra Quintupla Preta 1 13,60 13,60
Tomada Barra Tripla Preta 1 11,60 11,60
Porta Fusivel 5x20 com fusível 10A 2 1,20 2,40
Conector de entrada IEC320 C8 2 Pinos AC250V 2.5A * 2 1,07 2,15
Fonte de alimentação chaveada 12V 1A com filtro 1 25,00 25,00
Mão de obra de montagem (hora técnica) 4 - -
Total 288,64
Tabela 3.1. Lista de materiais para montagem somente do corpo do controlador.
Valores orçados em outubro de 2017. * Itens provenientes de importação com valores em R$ baseados
na cotação do dólar em R$3,24, mais acréscimo de 80% em tributos de importação.

Sensores

Descrição Qtde Unit(R$) Total(R$)


Sensor de umidade do solo ASI (Medici et al, 2010) 1 50,00 50,00
Sensor de fluxo modelo Sea YF-S20 1 28,00 28,00
Sensor de chuva YL-83 1 8,00 8,00
Sensor de temperatura e umidade relativa AM2302 DHT22 1 20,00 20,00
Conector plug P2 stereo 4 2,50 10,00
Mão de obra de montagem (hora técnica) 1,5 - -
Total 116,00
Tabela 3.2. Lista de materiais para montagem dos sensores.
Valores orçados entre julho e outubro de 2017.

Atuadores

Descrição Qtde Unit(R$) Total(R$)


Válvula de entrada de água Brastemp/Mondial 127Vac 4 14,50 58,00
Bomba centrífuga monobloco 0.5cv monofásica 1 468,00 468,00
Partida direta para motor monfásico 0.5cv (disjuntor+contator) 1 139,00 139,00
Cabo de alimentação válvula (3m x 2vias x 0.75mm²) 4 1,50 6,00
Cabo de alimentação motor (3m x 2 vias x 2.5mm²) 1 6,00 6,00
Conectores fast-on 1.0-2.5mm² 10 0,15 1,50
Plugue para tomada 2P 10A 250V 5 1,75 8,75
26

Mão de obra de montagem (hora técnica) 4 -


Total 687,25
Tabela 3.3. Lista de materiais para montagem dos atuadores, considerando 3 setores em uso, entrada de
água em rede pública (válvula solenóide ao invés de bomba).
Valores orçados entre julho e outubro de 2017.

O valor estimado para montagem do sistema totalizou então R$ 1091,89, sendo o item de maior valor a bomba
centrífuga de 0.5cv (R$ 468,00).

3.1.5. Montagem hidráulica do sistema

O circuito hidráulio do sistema foi montado conforme o esquema a seguir:

Figura 3.16. Esquema hidráulico do sistema


(criado no aplicativo LibreOffice Draw)
27

3.2. Desenvolvimento da interface de controle

A proposta da interface de controle é oferecer, da forma mais simples e intuitiva possível, as telas onde
o usuário irá definir os valores e opções nos quais ele quer que o sistema funcione. A interface também tem o
objetivo de receber alguns valores de ajuste e calibração do sistema.
A interface é composta de um display de caracteres de 2 linhas por 16 colunas e um teclado “touch”
capacitivo de 12 teclas. O uso desse tipo de teclado se deu em conta de seu circuito ficar completamente protegido
de umidade, no interior do controlador. Na parte externa fica somente uma etiqueta adesiva com o desenho das
teclas, o que facilita sua customização. No protótipo montado, a etiqueta foi confeccionada através do recorte de
sua impressão em papel sulfite comum, impressa em impressora laser (xerox) e recoberta com plástico autoadesivo.
Com relação ao display de caracteres, esta não é a opção mais adequada para se criar uma interface
muito intuitiva, pois não possibilita o uso de imagens gráficas. No entanto, é a opção de menor custo atualmente,
com preço médio em torno de R$18,00 (display 16x2 + interface I2C, www.mercadolivre.com.br, junho de 2017).
Ainda assim, foi elaborado um menu de telas bastante simples, possibilitando um rápido entendimento de como
realizar a inserção dos ajustes necessários para as operações de irrigação e fertirrigação.
Em versões futuras, o painel de programação poderá ser substituído por uma interface de comunicação
ethernet wifi, permitindo sua programação a distância, através de aplicativo para smartphone.

3.2.1. Definição do teclado

O teclado foi pensado de forma a ser o mais intuitivo possível. Ele possui teclas direcionais para
navegação nas telas, uma tecla de confirmação no centro e teclas de acesso rápido para cada um dos sete menus.

Atalho para
Horários

Atalho para Atalho para


Setores Intervalos

Atalho para
Fertilizantes

Atalho para Atalho para


Configurações Sensores

Atalho para
Modo Manual
Figura 3.17. Layout do teclado capacitivo
(criado no aplicativo Adobe Illustrator)
28

3.2.2. Definição das telas do display

As telas de programação foram dividias em sete menus: Setores, Horários, Intervalos, Fertilizantes,
Sensores, Modo Manual e Configurações. Além disso, o sistema tem uma tela inicial (home) onde exibe data, hora
e temperatura ambiente.
Lógica de uso da interface
A lógica de uso das telas é composta dos seguintes passos:
1. A partir da tela inicial, utilizar as teclas e navegar entre os menus;
2. No menu desejado, utilizar as teclas e para acessar as telas do menu;
3. Na tela desejada, utilizar a tecla para iniciar a edição dos dados tela, o cursor de edição ficará
piscante sobre o campo em edição;
4. Utilizar as teclas e para alterar o valor desejado, manter o botão pressionado para
avanço rápido de valores;
5. Utilizar as teclas e para navegar entre os campos da tela ou para finalizar a edição.

Menu Setores
O menu Setores serve para definir os modos de operação dos setores, entre as opções Automático
(Auto), Manual (Man) e Desligado (Desl).
No modo Automático o setor fica ativado aguardando até que a contagem de intervalo e a faixa horária
sejam atendidos, para então iniciar o ciclo de irrigação. Caso outro setor já esteja executando o ciclo de irrigação,
ele aguardará até o término deste para então iniciar o seu.
No modo Manual ele inicia o ciclo de irrigação utilizando o tempo ou o volume programado no menu
Intervalos, independente de as condições de intervalo de espera ou faixa horária estarem atendidas. Ele só não
iniciará o ciclo de irrigação caso algum setor já esteja executando o ciclo de irrigação.
No modo Desligado o setor fica inativado.
A segunda informação definida é se o setor usa ou não o sensor de chuva. Se configurado para S(Sim),
caso o sensor esteja ativado por ocasião de chuva, o setor não iniciará o ciclo de irrigação.

Numero do setor
Hidrômetro
Modo de operação do setor

Sensor de chuva

Figura 3.18. Menu Setores


29

Figura 3.19. Mapa de telas do controlador


(criado no aplicativo LibreOffice Draw)
30

No lado direito da tela é exibido o recurso de hidrômetro, individual para cada setor, mostrando o volume
total de água ou solução aplicada no setor. Também é exibido o período de contagem em dias (podem chegar a
999 dias). Para zerar a contagem de consumo, é necessário pressionar e depois I.

Menu Horários
O menu Horários serve para definir as janelas horárias de irrigação dos setores. As janelas horárias
são compostas de horário de início e horário de término, do período no qual o setor pode ser irrigado.
Caso o intervalo de espera para irrigação seja atingido, mas este não esteja dentro de uma janela horária
para irrigação, o setor ficará em espera até a próxima janela horária, para daí iniciar o ciclo de irrigação. Cada
setor pode ter até quatro janelas horárias diferentes.
O menu Horários tem função somente de impedir o início da irrigação em horários indesejados, seja
para evitar danos à cultura ou por restrições operacionais. Os momentos de início de irrigação e duração dos ciclos
são definidos no menu Intervalos.

Numero do setor
Horário de início
Status do setor
ligado / desligado Horário de término

Numero da janela
horária (1 a 4)

Figura 3.20. Menu Horários

Menu Intervalos
O menu Intervalos é o coração do sistema. Nele são configuradas as opções de quando irrigar
(intervalo de espera) e quanto irrigar (intervalo ligado). Também é definida qual a formulação da solução
nutritiva a ser preparada e a freqüência com que serão realizadas as fertirrigações.
O menu Intervalos é composto de duas telas de configurações. Em uma, são definidos os dados para o
intervalo de espera (Esp), na outra os dados do intervalo ligado (Lig) referente ao tempo ou volume de irrigação.
Na tela de intervalo de espera, o primeiro campo define o setor, depois a unidade do intervalo de espera,
que pode ser: segundos (seg), minutos (min), horas (hor), dias(dia) e sensor de umidade (Umi).
Quando for escolhida uma unidade de tempo, aparecem na linha inferior os campos de mínimo e
máximo para o intervalo de espera. O sistema utiliza uma função interna para calcular um valor intermediário de
intervalo entre esses dois limites.
31

Unidade do intervalo de espera

Numero do setor Valor atual do intervalo


(calculado pelo sistema)
Valor mínimo de espera
Valor máximo de espera

Fórmula do fertilizante do
Unidade do intervalo ligado
setor (solução nutritiva)
Valor do intervalo ligado
Frequência de fertirrigação

Tempo decorrido dos


intervalos de espera

Figura 3.21. Menu Intervalos

A função em uso atualmente fornece como resultado o valor mínimo de intervalo (irrigação mais
freqüente) quando a temperatura ambiente for maior que 32°C ou umidade relativa do ar menor que 30% e no
valor máximo (irrigação menos freqüente) quando a temperatura ambiente for menor que 20°C. Dentro desses
extremos a função determina o intervalo de espera com base na variação da temperatura.
Essa função pode ter um recurso a ser implementado em versões futuras. Ela pode passar a calcular o
balanço hídrico, quando o intervalo for definido na unidade de dias. Para isso, pode ser utilizado o Método de
Benevides & Lopez, pois este utiliza somente os valores de temperatura e umidade relativa, fornecidos pelo sensor
7.
Na tela de intervalo ligado também é definida a unidade do intervalo, neste caso, com uma unidade a
mais, a de volume de irrigação em litros (Lit). Somente quando essa unidade é selecionada o sistema exibe, na
linha inferior, os campos para definição dos parâmetros de fertirrigação, pois o valor do intervalo determina o
volume de solução nutritiva a ser preparada. No campo seguinte é definido o valor do intervalo.
Assim, quando a unidade selecionada for litros (Lit), na linha inferior são definidos o número da fórmula
da solução nutritiva e a freqüência de fertirrigações.
A fórmula representa as doses, em mL/L, de três soluções-estoque, cadastradas no menu Fertilizantes.
Quando o número atribuído para a fórmula for zero, no campo à direita aparecerá “sem fertirrig” (sem
fertirrigação), pois não foi selecionada nenhuma fórmula. Quando o valor da fórmula for maior que zero, aparecerá
à direita o campo para definir a freqüencia de fertirrigações entre ciclos de irrigação.
A freqüência representa o número de ciclos de irrigação entre dois ciclos de fertirrigação. Quando o
valor escolhido para a freqüência for “cada 0 irrigações”, aparecerá no lugar a palavra “sempre”, indicando que
ocorrerá fertirrigação em todo ciclo de irrigação daquele setor.
O menu ainda possui duas telas finais, onde são mostrados os tempos decorridos dos intervalos de
espera, quando estes forem definidos em unidades de tempo.
32

Menu Fertilizantes
No menu Fertilizantes são cadastradas as fórmulas de soluções nutritivas, compostas das doses, em
mililitros por litro (mL/L), de até três soluções-estoque (A, B e C). O sistema grava em memória permanente
(EEPROM) até 255 fórmulas.
Além do cadastro de fórmulas, possui também uma tela para o preparo manual de soluções nutritivas,
bastando definir o número da fórmula e o volume de solução. A tecla dá início ao preparo da solução. A solução
é preparada no tanque de preparo (válvula V5).

Número da fórmula

Doses das soluções-estoque

Número da fórmula Volume final de solução

Figura 3.22. Menu Fertilizantes

Menu Sensores
O menu Sensores tem a função de exibir os valores atuais lidos pelos sensores conectados ao
controlador. Seja para simples conferência, como também para calibração dos sensores. As telas estão dispostas
pela ordem numérica dos sensores, nomeados de E1 a E8.
A primeira tela exibe o estado dos sensores de umidade dos quatro setores (E1 a E4). O estado é
representado por um ícone de nível, onde nível baixo significa sensor desligado e nível alto sensor ligado.
A segunda tela apresenta a leitura do contador de fluxo de água (E5). Ela exibe o número de pulsos
lidos e o volume de água calculado com base nesses pulsos. Seu objetivo é o de aferir e, se necessário, calibrar a
leitura do sensor, detalhada em 3.3.1.
A tela E6 exibe o estado do sensor de chuva, apresentado somente dois estados: “Seco” e “Umido”.
A tela E7 exibe os valores lidos pelo sensor de temperatura e umidade relativa do ar.
A tela E8 exibe os valores de leitura de um sensor de nível, considerando o uso de um sensor ultrassônico
de distância, mas que não veio a ser utilizado na montagem deste sistema (tela reserva).
33

Estados dos sensores


(baixo=desligado, alto=ligado)

Fluxo lido em pulsos Fluxo convertido em mL

Figura 3.23. Menu Sensores

Menu Modo Manual


O menu Modo Manual foi idealizado para fins de manutenção e aferição do sistema. Ele exibe o estado
(ligado/desligado) e permite atuar em todos os acionamentos do sistema.
Por essa razão, não é recomendável seu uso para operação normal do sistema, pois podem ocorrer
situações inseguras, como, por exemplo, ligar uma bomba enquanto todas as válvulas estão fechadas, ou ligar todas
as válvulas ao mesmo tempo, excedendo a capacidade de alimentação do sistema ou esquecer uma das válvulas
ligada e comprometer o próximo ciclo de irrigação, etc.
Na tela inicial ele permite o controle de todos acionamentos a relé (R1 a R8) correspondente aos
acionamentos das tomadas V1 a V5 (válvulas) e M6 a M8(motores). Para alterar o estado de um acionamento,
entrar no modo de edição pressionando . Quando o controle dos acionamentos estiver habilitado, aparecerá um
asterisco no canto esquerdo da tela. A partir desse momento, basta pressionar a tecla de número correspondente

ao acionamento que este ligará ou desligará. Para sair do modo de edição, pressionar (nessa situação não se
utiliza pois a tecla estará controlando o acionamento 5).
No canto direito da tela são exibidos os valores de volume total de água consumida (em litros) e vazão
instantânea (em litros por minuto). Para zerar a contagem de volume total, estando no modo de edição, pressionar
a tecla I.
Na segunda tela ele permite o controle do acionamento das dosadoras A, B e C (acionamentos a
transistor) em intervalos pré-definidos. No primeiro campo define-se a dosadora (A, B ou C), no segundo campo
define-se a unidade do intervalo, entre mililitros(mL), para fins de aferição da dosadora, ou segundos(S) para fins
de calibração da dosadora (ver procedimento de calibração item 3.3.2). No último campo define-se o intervalo de
dosagem.
34

Volume consumido (litros)


Estados dos acionamentos
(baixo=desligado, alto=ligado) Vazão instantânea (litros/minuto)

Escolha da dosadora Volume a dosar

Escolha da unidade Volume dosado

Volume a dosar

Volume dosado
Figura 3.24. Menu Modo Manual

Na terceira tela ele permite o acionamento da medição de volume de água (aciona V5 e M6), através de
um volume de água definido (litros) para fins de aferição da dosagem de água.
Essas duas últimas telas utilizam as mesmas funções de dosagem que o sistema utiliza quando operando
em modo automático, por isso são a forma mais recomendada de realizar as aferições.

Menu Configurações
No menu configurações estão os ajustes e calibrações do controlador.
Na primeira tela, “Relogio”, é ajustada a hora e a data do sistema.
Na tela “Calib Fluxo” é ajustado o número de pulsos por litro para o contador de pulso. Obtido no
procedimeno de calibração (item 3.3.1.).
Na tela “Calib Dosad” são ajustadas as relações de mililitros por segundo para as dosadoras, com
precisão de duas casas decimais.
Na tela “Calib Nivel” são cadastrados o nível de mínimo e de máximo (em centímetros) para o tanque
de mistura. Esses valores são obtidos no menu Sensores, tela E8. O sistema utiliza esses dois valores juntamente
como o volume do tanque, definido na tela seguinte, para estimar o volume atual em litros do tanque.
Na última tela são definidas duas variáveis do sistema, o volume do tanque de mistura (em litros) e o
volume de limpeza, que corresponde a um percentual do volume de solução nutritiva preparada no tanque, que
será aplicado na linha de irrigação, após a operação de fertirrigação. Por exemplo, se num ciclo de fertirrigação
foram preparados 100 litros de solução nutritiva e “Vol Limp” está definido em 10%, após o ciclo de fertirrigação
o sistema injetará mais 10 litros de água para limpeza da linha de irrigação.
35

Figura 3.25. Menu Configurações

3.3. Calibrações do sistema

Como forma de permitir calibrações de alguns sensores do sistema, permitindo sua troca para modelos
de diferentes dimensões, foram definidos os seguintes procedimentos de calibração.

3.3.1. Calibração do contador de fluxo

A calibração do contador de fluxo consiste em determinar a quantidade de pulsos que o contador emite
por litro de água que passa em seu interior. O procedimento é feito com uso de um balde graduado.
1. No menu Sensores, tela “E5 Fluxo”, zerar a contagem de pulsos, pressionado a tecla I.
2. Posicionar a mangueira de saída de um dos setores dentro do balde.
3. Na tela de Modo Manual, acionar a saída de água para este setor até o balde encher na marca
de um volume conhecido (ex. 10L).
4. Voltar à tela de leitura do sensor e conferir se o valor exibido em mL corresponde ao volume
do balde. Caso não corresponda, anotar a quantidade de pulsos lida (P) e dividir pelo volume
do balde em litros, para obter a relação Pulsos/L.
5. Para calibrar a leitura do sistema, ir até o menu Configurações, na tela de “Calib Fluxo” e
alterar o valor da relação Pulsos/L.
6. Repetir o procedimento até que o valor lido seja o mesmo do volume medido em balde
36

3.3.2. Calibração das dosadoras

A calibração das dosadoras de soluções-estoque consiste em determinar quantos mililitros de solução-


estoque a dosadora bombeia por segundo. O valor obtido deve ter precisão de duas casas decimais. O procedimento
é feito com uso de um balde com água e uma proveta graduada ou outro recipiente graduado com dimensões
adequadas ao volume medido.
1. Posicione a mangueira esquerda da dosadora (sucção) no interior do balde com água e deixe a
mangueira direita (saída) livre para escoamento residual de água;
2. No menu Modo Manual, tela Dosar, selecionar a dosadora a ser calibrada, alterar a unidade
para S (segundos) e definir o intervalo em 10. Pressionar a tecla I. Este procedimento serve
para encher as mangueiras com água. No final do intervalo de 10s a mangueira direita já deve
estar liberando água continuamente. Senão, repita a dosagem de 10s.
3. Em seguida, posicionar a mangueira direita (saída) no interior da proveta graduada, para iniciar
a medição. No menu Modo Manual, tela Dosar, definir agora o intervalo em 100 segundos e
pressionar I. Aguardar a dosagem.
4. Ao final da dosagem, efetuar a leitura do volume obtido na proveta graduada (mL) e dividir
pelo intervalo de dosagem (100 segundos), para obter a relação mL/segundos.
5. No menu Configurações, tela Calib Dosad, escolha a dosadora utilizada, preencha o campo
mL/s com o valor obtido. Pressione a tecla para salvar e finalizar a edição.

Aferição
6. Esvaziar completamente a proveta graduada e posicionar a mangueira de saída em seu interior.
7. No menu Modo Manual, tela Dosar, alterar a unidade agora para mL e o intervalo para o
volume total da proveta utilizada. Quanto maior o volume, mais precisa a aferição. Pressionar
I para iniciar a dosagem.
8. Conferir se o volume obtido na proveta coincidiu com o volume definido no display. Caso não
tenha coincidido de forma satisfatória, realizar novamente os passos 1 a 5.

3.3.3. Calibração do sensor de nível

A calibração do sensor de nível consiste em informar ao sistema as distâncias de nível mínimo e nível
máximo do tanque de mistura. As distâncias são medidas em centímetros, com precisão de uma casa decimal.
Além desses valores, é necessário também informar o volume útil do tanque, em litros.
1. Com o tanque de mistura vazio (ou no nível de mínimo desejado), no menu Sensores, tela E8 Nivel
tanque, anotar o valor exibido em centímetros (entre colchetes), como nível de mínimo.

2. No menu Modo Manual, tela de acionamentos (atalho ), pressionar para entrar no modo de
edição. Em seguida, zerar a medição de volume em litros (canto superior direito), pressionando I.
3. Ainda na tela de acionamentos, pressionar as teclas 5 e 6 para ligar os respectivos acionamentos e iniciar
o enchimento do tanque.
37

4. Observar o enchimento do tanque, até atingir o volume desejado como máximo. Nesse momento, anotar
o volume medido com o tanque cheio (canto superior direito) e pressionar a tecla 5 para finalilzar o

enchimento e em seguida para sair do modo de edição desta tela.


5. Voltar ao menu Sensores, tela E8 Nivel tanque e anotar o valor exibido em centímetros (entre colchetes),
como nível de máximo.
6. No menu Configurações, tela Calib Nivel, pressionar para entrar no modo de edição. Alterar o valor
dso campos Min e Max com os respectivos valores anotados para mínimo e máximo. Pressionar para
salvar os valores e finalizar a edição.
7. Pressionar para descer à tela seguinte para alterar o volume do tanque no campo “Vol tanq”.
Pressionar para entrar no modo de edição, alterar o valor como o volume anotado com o tanque cheio
e novamente para salvar e finalizar a edição.
Obs.: diferente dos outros procedimentos de calibração, esse procedimento foi definido somente de forma teórica,
como parte da definição da tela de calibração. Como a configuração atual do sistema não utiliza este sensor, esse
procedimento não foi realizado na prática.
38

4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA

A maior diferença entre controladores de irrigação e de fertirrigação é que estes realizam também a dosagem
de soluções-estoque aplicadas junto à agua de irrigação. Por esse motivo, os critérios considerados mais relevantes
para aferir a confiabilidade do sistema foram a precisão na dosagem de soluções-estoque e a execução dos eventos
de irrigação nos intervalos pré-definidos.

4.1. Avaliação da dosagem de soluções-estoque

Para avaliação da dosagem de soluções-estoque foram utilizadas uma balança eletrônica com precisão
de 0,1g e uma proveta graduada de 250mL. Para simular a solução-estoque foi utilizada água da torneira
(condutividade elétrica 0,08 dS/m, pH 7,1), pois soluções-estoque normalmente tem densidade maior que a da
água, o que não permitiria o uso de uma balança para medição de volume. O reservatório de solução-estoque ficou
num nível 40cm abaixo do centro das bombas dosadoras. Em cada medição a água era succionada do reservatório
e despejada diretamente dentro da proveta graduada. Foi realizada a leitura do volume na proveta e depois
despejado o conteúdo em um copo sobre a balança e feita a leitura. Por ter maior precisão, o valor obtido na balança
foi o valor oficial de cada amostra, utilizado no cálculo final, a leitura da proveta só serviu como contraprova.
Como a proveta tinha volume final de 250mL, o volume programado para as medições foi de 240mL. Foram
realizadas dez medições para cada dosadora. Para programação do volume e realização das dosagens foi utilizada
a tela “Dosar” do menu “Modo Manual”. As medições foram realizadas no município de Santa Barbara d’Oeste-
SP, altitude 570m. A temperatura média ambiente durante as medições foi de 28ºC. Os valores obtidos estão
descritos na tabela abaixo.

Tabela 4.1. Resultados de medições de solução-estoque pelas bombas dosadoras A, B e C (Bomba


peristáltica D2, 12Vcc, 5-40mL/min, tubo diâmetro interno 2mm, diâmetro externo 4mm).

Dosadora A Dosadora B Dosadora C


Medição Balança Proveta Balança Proveta Balança Proveta
g mL g mL g mL
1 235,6 235 231,0 231 236,8 236
2 231,0 230 230,5 230 237,3 237
3 235,1 234 230,2 230 238,0 238
4 240,2 240 232,7 232 240,0 240
5 238,3 238 231,0 231 240,0 240
6 238,4 238 231,9 232 239,9 240
7 232,4 232 230,1 230 238,5 238
8 234,1 234 230,0 230 236,7 236
9 234,7 234 224,5 224 231,3 232
10 235,8 235 222,4 222 230,0 230
Média (mL) 235,6 229,4 236,9
Desvio Padrão (mL) 2,81 3,30 3,51
Coef. Variação (%) 1,2% 1,4% 1,5%
39

As calibrações das dosadoras estavam configuradas em 0,85 mL/s na dosadora A, 0,86 mL/s na
dosadora B e 0,85 mL/s na dosadora C. As dosadoras A e B tiveram sua última calibração no mês de Agosto/2017
e a dosadora C teve sua última calibração realizada no mês de Outubro/2017.

4.2. Avaliação da execução de eventos nos intervalos programados

O controlador teve operações diárias agendadas por um período de noventa dias. Foi programada a
irrigação diária, às 6 horas da manhã, de um volume de 2 litros no setor 3. Na saída do setor 3 foi acoplada uma
mangueira que conduzia a água dentro de um balde graduado, em local protegido da chuva. Diariamente era
conferido o volume contido no balde.
Em 100% dos eventos o controlador realizou a operação programada.

4.3. Conclusões

As medições de soluções-estoque fornecem informações mais representativas das bombas dosadoras


que do controlador. Nos valores da tabela 4.1 é possível perceber, pelas médias obtidas, que as dosadoras A e B
necessitam de um refinamento no seu valor de calibração, a fim de que suas médias fiquem mais próximas do
valor programado de 240mL. Como essas duas dosadoras tiveram sua última calibração realizada em um mês mais
frio (agosto), faz sentido inferir que a temperatura tenha alguma influência na calibração, o que levaria a concluir
da necessidade de realizar nova calibração sempre que as temperaturas médias se alterarem.
Também é possível perceber que as dosadoras têm boa precisão nas dosagens até a medição 6 (cerca
de 27 minutos de trabalho). Depois disso elas tendem a reduzir os volumes dosados, possivelmente pelo
aquecimento do motor de acionamento. Considerando que em 6 acionamentos elas dosaram (6x240mL) 1440 mL
de solução-estoque, considerando uma formulação que utilize 10mL/L de solução-estoque, é possível concluir que
o uso desse modelo de dosadoras se restringe ao preparo de um volume de, no máximo 144 litros de solução
nutritiva, sem perder a precisão. Mas outro fator restritivo é o tempo operacional da dosagem. No volume de 144
litros seriam necessários 27 minutos para dosagem de cada solução-estoque.
Portanto, o uso desse modelo de dosadora só é recomendado para pequenos cultivos, que utilizem baixo
volume de solução nutritiva, como no caso do modelo-teste montado, em que o reservatório tem capacidade
máxima de 90 litros. Para volumes maiores é necessário uso de dosadoras com maior vazão. Nesse caso, uma boa
opção seria o uso de bombas de diafragma.
Com relação à execução de eventos programados, enquanto o algorítmo do sistema (software) estiver
ativo, ele sempre estará, a cada segundo, nos quatro setores, verificando se há um evento novo a iniciar. Sendo
assim, para que o sistema continue ativo, basta a utilização de uma fonte de alimentação confiável,
preferencialmente chaveada e com filtro contra ruídos, para que nenhum surto na rede elétrica, tal como o
acionamento de um motor, possa interferir no funcionamento do controlador.
Por fim, com relação ao controlador, esse projeto demonstrou que a placa controladora Arduino Mega
2560 pode realizar de maneira satisfatória as mesmas operações realizadas por um controlador comercial de
irrigação e de fertirrigação, a um custo muito inferior.
40

4.4. Trabalhos futuros

O hardware desse projeto foi pensado de forma a permitir sua adaptação às mais diversas aplicações,
tais como hidroponia, estação meteorológica, produção animal (alimentadores, controle de temperatura), bastando
a alteração do software carregado no controlador.
Entretanto, para uma utilização em maior escala desse controlador na propriedade rural, ainda existem
alternativas a serem desenvolvidas que podem melhorar sua conectividade, possibilitando o uso de várias unidades
em uma rede sem fio e, ao mesmo tempo, reduzindo o custo do hardware.
Parte dos componentes utilizados no controlador, e que impactam no seu custo final, tem função
somente de fazer a interface com o usuário, para inserir e visualizar valores (teclado capacitivo, display de
caracteres). O custo destes componentes é equivalente ou superior ao de um módulo de comunicação WiFi ou
Ethernet. Com a sua substituição, a interface com o usuário poderá ocorrer através de aplicativo para smartphones
ou página da web. O que tornaria todo o controle e monitoramento da propriedade acessível de maneira remota
e/ou centralizada, com o uso de endereços IPs para cada controlador.
A contrapartida seria o desenvolvimento de software dos aplicativos para smartphones, de uma
aplicação web em servidor e de uma adaptação no software do controlador (firmware) para que enviar e receber
dados remotos. Esse desenvolvimento tornaria todo o potencial de leitura de sensores e comando de acionamentos
do atual controlador, disponível para visualizar, configurar e comandar de qualquer lugar, inclusive de fora da
propriedade, tornando-o nivelado com as mais recentes tecnologias dos equipamentos IoT (Intert of Things) ou
Internet das Coisas, que seguem exatamente essa mesma proposta.
Mas também é possível o aprimoramento na parte de processamento interna do sistema, nesse caso com
elevação do custo do controlador, mas criando um modelo com recursos que facilitariam ainda mais o manejo das
culturas e a gestão da propriedade rural. Atualmente, o controlador somente permite gravar em sua memória as
receitas de fertilizantes (doses A, B e C) e registra o consumo de água em cada setor. Mas ainda cabe ao produtor
descobrir qual a fórmula mais adequada à sua cultura, ao estádio fenológico dela e inserir esses dados no
controlador.
Com o uso de plataformas que possuem processadores de 32 bits, como a Raspberry Pi, é possível
embutir no controlador todo o conhecimento do manejo nutricional da cultura, atrelado à medição de graus-dia,
para determinar o estádio fenológico da cultura e alterar automaticamente a fórmula da solução nutritiva. Ao
produtor cabe somente a reposição dos insumos, onde o controlador pode também, integrado a um sistema ERP
(Enterprise Resources Planning), gerar uma requisição de compra quando seus registros acusarem que o estoque
está acabando.
Todos os melhoramentos citados aqui, incluindo os mais sofisticados, ainda tem o custo de hardware
relativamente baixo, entretanto, diferente do desenvolvimento exclusivamente na plataforma Arduino, quando se
passa para outras plataformas, a necessidade de conhecimento profissional na área de tecnologia da informação
(TI), passa a ser um requisito e o custo desse conhecimento, ou do trabalho desse profissional, passa a ser
mandatório no custo final do produto.
41

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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43

APÊNDICES

APENDICE A. LAYOUT DE MONTAGEM DO CONTROLADOR

1. Rasgos e furações da caixa do controlador (sem a tampa frontal)

.
44

APENDICE B. IMAGENS DA MONTAGEM DO CONTROLADOR

Figura B.0.1. Montagem interna do controlador – painel frontal

Figura B.0.2. Montagem interna do controlador


45

Figura B.0.3. Conectores P2 para sensores

Figura B.0.4. Display de caracteres e teclado capacitivo


46

APENDICE C. IMAGENS DA MONTAGEM HIDRÁULICA

Figura C.0.5. Layout do sistema

Figura C.0.6. Montagem hidráulica


47

Figura C.0.7. Acionamento motor da bomba M7


(127Vac)

Figura C.0.8. Painel do controlador

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