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SERTÕES DA BAHIA NOS TEMPOS DA ESCRAVIDÃO


 
   
Guimarães Rosa

NEVES, Erivaldo Fagundes. Escravidão, pecuária e policultura: Alto


Sertão da Bahia, século XIX. Feira de Santana: UEFS Editora, 2012. 305 p.

“Os sertões da Bahia, até finais do pioneiros, com efetiva contribuição


século XVIII, eram pouco habita- para pesquisadores que se dispõem
dos” (p. 15). Com essas palavras, o a sair dos tradicionais eixos da eco-
professor Erivaldo Fagundes Neves, nomia baiana e brasileira e partem
da Universidade Estadual de Feira para o tratamento de economias me-
de Santana (UEFS/BA), busca si- nos centrais. Essa perspectiva tem se
tuar o leitor na região abordada em mostrado mais fecunda desde os anos
seu livro Escravidão, pecuária e 1990, quando novos programas de
policultura. Variados aspectos rela- pós-graduação e a criação de arqui-
cionados com o período escravista vos em cidades do interior facilitaram
brasileiro, desdobrados de modo a ampliação do enfoque de antigos e
particular no alto sertão da Bahia, novos objetos. O resultado é o ensaio
compõem essa publicação de labo- de outros caminhos na nossa produ-
riosa pesquisa a fontes documentais, ção historiográfica, enriquecida com
sobretudo manuscritas. singularidades da vida social dos ser-
Os estudos do autor sobre econo- tões, que agora se apresentam mais
mia e sociedade do alto sertão remon- 

 



tam ao livro Uma comunidade ser- 



2
        ,
publicado em 1998.1 São trabalhos 2
Conserva-se, no Arquivo Público Municipal
de Caetité, farta correspondência de família do
político, fazendeiro e rico comerciante Deocle-
1
Erivaldo Fagundes Neves, Uma comuni- ciano Pires Teixeira. Parte dela documenta
        negócios de algodão do alto sertão da Bahia
          
,   


    -
Salvador: Editora da Universidade Federal vo Particular da família de Deocleciano Pires
da Bahia; Feira de Santana: Universidade Teixeira. Grupo: Diversos. Série: Telegramas
Estadual de Feira de Santana, 1998. diversos. Data limite: 1844-1978. Cx. 01.

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Não é exagero dizer que são inicialmente, faz um balanço pano-
demasiadas as evidências na docu- râmico dos estudos sobre a escra-
mentação da dinâmica econômica, vidão na Bahia, para, em seguida,
social, política e cultural dos ser- abordar aspectos mais específicos de
tões. Fortes indícios apontam, in- sua própria pesquisa, como trabalho
clusive, para aproximações entre escravo, etnias africanas, famílias
ritmos de vida e de trabalho dessas escravas, alforrias, tráfico interpro-
regiões com outras partes da pro- vincial e contratos de trabalho para
víncia da Bahia, a exemplo do Re- libertos. O amplo balanço proposto
côncavo.3 Nessa direção, renderam por Neves começa com publicações
frutos os esforços de Maria Yedda do médico legista Nina Rodrigues
Linhares para apresentar uma abor- e do escritor abolicionista Manoel
dagem mais articulada do conjunto Querino, se estendendo até a produ-
da economia e sociedade brasilei- ção historiográfica sobre os sertões
ras.4 Essa perspectiva segue hoje baianos ou “para além da baía de
alentada por novos estudos, que se Todos os Santos” (p. 64). A ampla
mostram especialmente perspicazes relação de autores, temas e aborda-
ao sugerirem conexões entre even- gens impede um tratamento mais
tos ou processos históricos.5 minucioso das obras mencionadas.
No livro aqui resenhado, o autor, Os demais temas foram pautados
em acervos diversos, dispostos em
3
Ver, dentre outros, B. J. Barickman, Um
arquivos de Salvador e do interior
contraponto baiano: açúcar, fumo, mandio- da Bahia, assim como do Arquivo
ca e escravidão no Recôncavo, 1780-1860, Ultramarino Português. Tais pes-
São Paulo: Civilização Brasileira, 1998; quisas possibilitaram ao autor dri-
Alex Andrade Costa, “Arranjos de sobre-
vivência: autonomia e mobilidade escrava
blar obstáculos, que muitas vezes se
no Recôncavo Sul da Bahia (1850-1888)” opõem a abordagens sistematizadas
(Dissertação de Mestrado, Universidade do de assuntos tão variados.
Estado da Bahia/campus V, 2009). No capítulo “Senhores, escra-
4
Maria Yedda Leite Linhares, “Pesquisas em
história da agricultura brasileira no Rio de vos e camponeses na pecuária e na
Janeiro”, Estudos Sociedade e Agricultura, policultura”, Neves faz uma análise
n. 12 (1999), pp. 104-12; Maria Yedda Leite geral de relações sociais e de traba-
Linhares, “Pecuária, alimentos e sistemas lho sob a escravidão, por meio de
agrários no Brasil (séculos XVII e XVIII)”
Tempo, v. 1, n. 2 (1996), pp. 132-50. pesquisa a escrituras e inventários
5
Ver, dentre outros, Junia M. Antonaccio de proprietários dos sertões oitocen-
Napoleão do Rego, “Dos sertões aos mares: tistas. Antes, assinala a importância
história do comércio e dos comerciantes
da disponibilidade de terras da Casa
de Paranaíba (1700-1950)” (Tese de Dou-
torado, Universidade Federal Fluminense, da Ponte, morgado dos Guedes de
2010); Iara Dias dos Santos, “Economia de Brito, para o povoamento da região:
subsistência: abastecimento de carne verde
em Salvador no século XVIII”, Historien - [...] o Alto Sertão da Bahia recebeu, na
Revista de História, n. 4 (2011), pp. 265-76. segunda metade do século XVIII e na

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primeira do seguinte, gentes de diver- No capítulo “Família no cati-
sas origens desventuradas do ouro veiro agropecuarista e comércio de
e do diamante, muitas das quais escravos”, são analisados registros
acompanhadas pelos seus escravos de casamentos entre cativos, faixas
crioulos e africanos, que passaram a etárias e alforrias, registrados em in-

    ! ventários do alto sertão. Traz ainda
(p. 77). informações relativas a doações de
escravos para dote, roubos patroci-
Algumas questões ali abordadas, nados por ciganos e boiadeiros, e
como ocupação, condições de traba- aponta para a instabilidade da fa-
lho, alimentação, moradia, vestuário mília escrava causada pela presença
e morbidade dos escravos foram dis- de mercadores de cativos naquela
cutidas em outros estudos, haja vista região, que não se preocupavam em
que muitas das fontes consultadas separar pela compra membros de
são, em geral, da mesma ordem. grupos familiares. Outros trabalhos
Ocorre algumas vezes, como é na- sobre famílias escravas no alto ser-
tural, o levantamento de dados em tão, com a consulta a registros eclesi-
maços documentais antes examina- ásticos, processos cíveis e criminais,
dos por outros pesquisadores, um discutem questões ainda pouco claras
aspecto que não necessariamente e que não se situavam no centro de
atua no sentido de igualar diagnós- interesses da nossa historiografia em
ticos e análises. tempo não muito distante, a exemplo
Em seguida, no capítulo “Na- da efetiva participação de escravos
ções, etnias e origens dos escravos”, na economia regional; o notável en-
o autor trata de ações do tráfico volvimento de escravos vaqueiros
atlântico de escravos com indicação em casamentos e batizados em fa-
das principais etnias introduzidas zendas sanfranciscanas setecentistas;
no Brasil, e presentes no alto ser- laços de amizade entre escravos e
tão da Bahia. Assinala impressões senhores; vultosas quantias em di-
genéricas sobre os diversos grupos nheiro investidas por escravos para
africanos produzidas por agentes do compra de suas alforrias etc.
governo metropolitano e por via- “Alforrias, resistência e aboli-
jantes, a exemplo de Francis de la ção” trata das condições e tipos de
Porte, Conde de Castelneau (1812- alforrias — onerosas, condicionais,
1880). Um estudo sistemático des- gratuitas —, insinuando dinâmicas
sas representações possibilitaria que envolveram as lutas cotidia-
um inventário de noções racistas e
preconceituosas produzidas sobre
6
populações escravizadas de África, Anderson Ribeiro Oliva, “Os africanos
entre representações: viagens reveladoras,
como se observa no trabalho do pro- olhares imprecisos e a invenção da África
fessor Anderson Ribeiro Oliva.6 no imaginário ocidental”, Tempo de Histó-
rias, n. 9 (2005), pp. 90-114.

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nas pela conquista da liberdade. Na vista e situam-se numa perspectiva
abordagem da Abolição, nos diz que que busca ultrapassar a estrita rela-
ção escravo/senhor para perscrutar
[...] a tradição oral dá conta de ba-
laços mais amplos, constituídos nas
tuques comemorativos, alguns re-
rotinas diárias de escravos, forros e
primidos como ocorrera em Bonito
homens livres. Também esclarecem
(Igaporã), onde Gustavo Ribeiro do
em que proporção e intensidade as
Amaral, de chicote em punho, dis-
resistências cotidianas e revoltas co-
persava um grupo de batuqueiros (p.

"  



 

187).

Ao levarmos em conta as degra- tação de Mestrado, Universidade Estadual


dantes condições da vida sob o cati- de Campinas, 1998); Isnara P. Ivo, Homens
veiro, é provável que a tradição oral de caminho: trânsitos culturais, comércio e
cores nos sertões da América portuguesa,
reproduza alguma cena recorrente
século XVIII, Vitória da Conquista: Edições
presenciada naquela região. Uesb, 2012; Gabriela A. Nogueira, “Viver
O uso de chicote, tronco e ferros por si, viver pelos seus: experiências fa-
foi frequente na tortura de escravos miliares de escravos no Certam de Sima
(1730-1790)” (Dissertação de Mestrado,
e sobressai na documentação e na Universidade do Estado da Bahia/campus
 " 

#  V, 2011); Napoliana P. Santana, “Família
Trabalhos dedicados ao estudo de e micro-economia escrava no sertão do
experiências escravas, pautados na São Francisco (Urubu-BA, 1840 a 1880)”
(Dissertação de Mestrado, Universidade
intersecção de fontes como autos cri- do Estado da Bahia/campus V, 2012);
minais e cíveis, inquéritos policiais, Kátia L. N. Almeida, Alforrias em Rio
livros eclesiásticos, inventários, car- de Contas - Bahia, século XIX, Salvador:
tas de liberdade, escrituras públicas Edufba, 2012; Eudes M. B. Guimarães,
“Um painel com cangalhas e bicicletas:
evidenciam, dentre uma gama maior os (des)caminhos da modernidade no alto
de temas, resistências cotidianas a sertão da Bahia (Caetité, 1910-1930)”
desmandos de senhores, feitores e (Dissertação de Mestrado, Universidade
autoridades públicas; modos de vida do Estado de São Paulo, 2012); Maria
Aparecida Silva de Sousa, A conquista do
orientados por tradições africanas; Sertão da Ressaca: povoamento e posse
possíveis significados de famílias da terra no interior da Bahia, Vitória da
escravas e de redes de solidarieda- Conquista: Edições UESB, 2001; Argemiro
Ribeiro Souza Filho, “A guerra de indepen-
des, condições de alforrias etc.7 Es-
dência na Bahia: manifestações políticas e
ses estudos revelam a existência de violência na formação do Estado Nacional
redes de relações sociais necessárias (Rio de Contas e Caetité)” (Dissertação de
para a conquista de uma vida menos Mestrado, Universidade Federal da Bahia,
2003); Maria de Fátima N. Pires, Fios da
constrangida pela opressão escra-   
 !
   
Sertoins de Sima - "# $%&'($)*', São
Paulo: Annablume/Fapesp, 2009; Maria de
7
Ver, dentre outros, Albertina L. Vasconcelos, Fátima N. Pires, 
 

 
“Ouro: conquistas, tensões, poder, mineração forros no Alto Sertão da Bahia - 1830-1888,
e escravidão. Bahia do século XVIII” (Disser- São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003.

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do cativeiro, a conjunturas históri- constituídas havia tempos. Autos cri-
cas ou a situações mais específicas, minais, alforrias e inventários trazem

$
!

%- valiosos indícios de resistência e de
sa acadêmica. negociações que se fizeram no seio
Dos temas abordados pelo autor, das relações escravistas para evi-
destaco a ação de compradores e tar vendas ou para garantir a venda,
vendedores de escravos no alto ser- quando inevitável, de toda a família,
tão da Bahia, especialmente na co- mesmo que não houvesse a certeza
marca de Caetité, durante a segunda de impedir sua separação quando
metade do século XIX. Desde pu- &



 
  '
blicações anteriores, Neves mapeou certo é que o tráfico interno envolveu
um dos trajetos por terra percorrido uma complexa rede de traficantes,
por escravos dos sertões para pro- que agiu de ponta a ponta no Brasil,
víncias do Sul. Ao lado disso, traz na segunda metade do século XIX, e
uma relação nominal de compra- não somente desestabilizou famílias
dores de escravos em Caetité, no escravas, como implicou o desequi-
período áureo do tráfico interno, a líbrio numérico das populações es-
exemplo do tenente-coronel Leolino cravas residentes nas províncias do
Xavier Cotrim, localizado também Norte e do Sul, além de dividir auto-
em minhas pesquisas em arquivos ridades públicas e políticos do Impé-
do alto sertão e, posteriormente, no rio quanto ao controle ou permissão
Arquivo do Estado de São Paulo. dessa enorme migração forçada.8 Al-
A ação dos negociantes de es- guns estudos sinalizam positivamen-
cravos nessa e em outras regiões do te as possibilidades de tratamento do
Norte do Brasil resultou, mais para tema, além do capítulo de Erivaldo
frente, na montagem do tráfico inter- Neves neste livro.9
provincial, quando a extinção do trá-
8
fico atlântico forçou soluções inter- Robert Conrad mostra que “a população
nas para o problema da mão de obra escrava na Bahia caíra de 165.403 em 1874,
para 76.838 em 1886-1887,” concorrendo
para a pulsante lavoura cafeeira das  

  !  

* 

“províncias do Sul”. Naquela oca- alforrias e mortes. Robert Conrad,  -
sião, fatores como estiagens e crises mos anos da escravatura no Brasil: 1850-
1888, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
econômicas das províncias do Norte
1975, p. 346. Em termos de Brasil, Gorender
liberaram força de trabalho escravo  +
<
 %   =>> 
e impulsionaram o tráfico interpro- escravos tenham sido absorvidos através dos
vincial, favorecendo uma conjuntura !
        ?

1850, pelos municípios cafeeiros do Rio de
que marcou de modo indelével a vida Janeiro, São Paulo e Minas Gerais”. Jacob
dos cativos traficados. Aquele novo Gorender, 
 
 l, São Paulo:
tráfico, a exemplo do atlântico, afe- Ática, 1983, p. 205.
9
tava drasticamente antigas conquis- Ver, dentre outros, o novo livro de José Flávio
Motta, Escravos daqui, dali e de mais além:
tas, meios de negociação e parcerias  
 
 +!  

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No desfecho do livro, o capítulo em articular as peculiaridades da es-
“Cativeiro dissimulado em contra- #  
#


tos de servidão doméstica” aborda a socioeconômicas e arranjos políti-
submissão de libertos a contratos de cos ali estabelecidos. Hoje sabemos
trabalho que se lhes mostraram ex- que os sertões baianos constituíram
tremamente desvantajosos, além de sociedades escravistas com diversifi-
revelarem maneiras de “postergar a cada concentração de escravos, o que
escravidão para depois de sua extin- se explica por algumas característi-
ção legal” (p. 271). Para Neves, os cas da economia regional: atividade
predominantemente agropastoril e
[...] contratos de Santo Antônio da
policultura; tendência a fracionar
Barra [atual Condeúba] e Caetité
escravarias entre fazendas e roças;
exprimem, por um lado, a busca de
riqueza fortemente concentrada em
alternativas ao agonizante regime de
mãos de poucos afortunados, que
trabalho escravo, em torno de seu
dividiam suas moradas entre vilas e
próprio universo social; por outro,
fazendas; rotinas de vida e de traba-
demonstram o potencial especulati-
lho em pequenas vilas e roças, onde
vo da sociedade capitalista, até em
todos pareciam se conhecer. Essa
épocas de grandes calamidades pú-
configuração, no entanto, não isen-
blicas (p. 256).
tava os sertões do caráter altamente
Também assinala as consequên- reificador, autoritário e violento das
cias das longas estiagens para os sociedades escravistas. Mostram-se
moradores na região e o modo como falsas e superficiais as observações
concorreram para agravar os cons- que tendem a ver relações escra-
tantes fluxos migratórios dos sertões vistas mais harmônicas em regiões
baianos. menores.10 Essa condição, por si só,
Em todos os capítulos deste li- não explica precisamente nada, tam-
vro, Erivaldo Neves mantém a tôni- pouco a naturalização da violência e
ca de suas abordagens, que consiste das atrocidades registradas em autos
criminais e na documentação policial
cafeeira paulista (Areias, Guaratinguetá, de grandes e pequenas comarcas es-
Constituição/Piracicaba e Casa Branca, palhadas pelo Brasil escravista.
$%&$($%%2, São Paulo: Alameda, 2012; o Estudos que ultrapassem antigos
clássico de Robert W. Slenes, “The Demo-
marcos e conceitos, que mobilizem
graphy and Economics of Brazilian Slavery:
1850-1888” (Tese de Doutorado, Stanford abordagens mais integradas da so-
University, 1976); Richard Graham, “Nos ciedade brasileira, desempenham
tumbeiros mais uma vez? O comércio inter- um papel particularmente importan-
provincial de escravos no Brasil”, Afro-Ásia,
n. 27 (2002), pp. 121-60; e o pioneiro artigo
te para o avanço do conhecimento.
 Z  \
* +^ 
-
10
cantes: comércio de escravos do Alto Sertão Ver, nesse sentido, Henry Koster, Viagens
da Bahia para o oeste cafeeiro paulista”, ao Nordeste do Brasil, São Paulo: Nacional,
Afro-Ásia, n. 24 (2000), pp. 97-128. 1942.

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Abrem alternativas para pensarmos essa instituição ao longo da Colônia
na capacidade das populações locais e do Império e a sua pesada carga
de superarem conjunturas difíceis para a formação da sociedade brasi-
vividas nos sertões, provocadas em leira em seu processo histórico geral
geral por longas estiagens, crises e particular. Alcançar esse patamar
econômicas, políticas e institucio- de compreensão histórica talvez nos
nais, além da exploração estrutural possibilite outros insights para abor-
dos subalternos. No tratamento da dar novos temas que tanto os sertões
escravidão, podem permitir entre- como a escravidão não cansam de
ver mecanismos que mantiveram sugerir.
Maria de Fátima Novaes Pires
fatimapires90@hotmail.com
Universidade Federal da Bahia

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