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Título I - Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-
lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia
ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e
aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público


assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige,
as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

No direito à vida e à saúde, é importante destacar a:


• Lei n. 13.257 /2016 (Lei da Primeira Infância) - Os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois)
meses de vida da criança.
• Modificação do art. 8º ECA
TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Capítulo I - Do Direito à Vida e à Saúde – art. 7º a 14 ECA

Capítulo II - Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade – art. 15 a 18-B ECA

Capítulo III - Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária – arts. 19 a 52-D ECa

Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer – arts. 53 a 59


ECA

Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho – arts. 60 a 69


ECA
Capítulo I - Do Direito à Vida e à Saúde – art. 7º a 14 ECA
Art. 8º ECA É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de
saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal,
perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no


último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto,
garantido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência


durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 318-A CPP. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou
responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão
domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído
pela Lei nº 13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
Informativo nº 0668
Publicação: 24 de abril de 2020.
QUINTA TURMA
Processo HC 543.279-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por
unanimidade, julgado em 10/03/2020, DJe 25/03/2020

Tema: Internação de adolescente gestante ou com filho em amamentação. Legalidade.


Gravidade do ato infracional praticado. Condições adequadas de cumprimento da medida
socioeducativa.

Destaque: É legal a internação de adolescente gestante ou com o filho em amamentação,


desde que assegurada atenção integral à sua saúde, bem como as condições necessárias
para que permaneça com seu filho durante o período de amamentação.
Informações do Inteiro Teor
Inicialmente, anota-se que não há impeditivo legal para a internação de adolescente
gestante ou com filho em amamentação, desde que seja garantida atenção integral à
(espaço) sua saúde, além de asseguradas as condições necessárias para que a paciente
permaneça com o seu filho durante o período de amamentação (arts. 60 e 63 da Lei n.
12.594/2012 – SINASE).

Com o advento da Lei n. 13.257/2016, nomeada Estatuto da Primeira Infância, o rol de


hipóteses em que é permitida a inserção da mãe em um regime de prisão domiciliar foi
ampliado, ficando evidente o compromisso do legislador com a proteção da criança e seu
desenvolvimento nos primeiros anos de vida. Ademais, os adolescentes gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, de maneira que as garantias
processuais asseguradas àquele que atingiu a maioridade poderiam ser aplicadas aos
menores infratores, em atenção ao disposto no art. 3º da Lei n. 8.069/1990.
Assim, a gravidade do ato infracional praticado e as adequadas condições em que a
medida socioeducativa é cumprida, afastam a ilegalidade da aplicação da medida de
internação.
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a
ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de
disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a
redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a
cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas
prioritariamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria
gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir
interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que
tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção
voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese,
viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da
proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 849).. 318-A CPP. A prisão
preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº
13.769, de 2018).
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
- Segundo STF, a criminalização (do aborto) é incompatível com os seguintes direitos
fundamentais: os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada
pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve
conservar o direito de fazer suas escolhas existenciais; integridade física e psíquica da
gestante, que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a
igualdade da mulher, já que homens não engravidam e, portanto, a equiparação plena de
gênero depende de se respeitar a vontade da mulher nessa matéria. (...) Anote-se, por
derradeiro, que praticamente nenhum país democrático e desenvolvido do mundo trata a
interrupção da gestação durante o primeiro trimestre como crime, aí incluídos Estados
Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha, Portugal, Holanda e
Austrália. HC 124306

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