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A QUEBRA DO EQUILÍBRIO AMBIENTAL

Tanto os organismos como o ecossistema têm poder de se adaptar a pequenas alterações,


reestabelecendo o equilíbrio. No entanto, modificações bruscas ou violentas normalmente não são
compensadas em prazos razoáveis, impondo quebra duradoura do equilíbrio, com reflexo danoso para a
saúde dos organismos ou de todo o ecossistema.
Vamos analisar algumas alterações responsáveis pela quebra do equilíbrio ambiental.

1- POLUIÇÃO POR SUBSTÂNCIAS NÃO BIODEGRADÁVEIS:

Na natureza, o processo de decomposição realizado por bactérias e fungos recicla a matéria


orgânica, degradando-a em moléculas menores e menos complexas – as substâncias inorgânicas. Porém,
existem substâncias sobre as quais os microrganismos não conseguem agir e realizar sua decomposição.
A estas substâncias damos o nome de não biodegradáveis. Mas, qual é o problema dessas
substâncias? Afinal, nosso planeta está cheio delas! O problema está nas substâncias não biodegradáveis
que são, em geral, produzidas e utilizadas industrialmente e nas quantidades preocupantes delas que
acabam indo parar nos ambientes e lá se acumulam. Além disso, quando algum ser vivo ingere ou
absorve estas substâncias, não irão conseguir eliminá-las e elas se acumularão em seu organismo,
atrapalhando suas funções orgânicas.

A MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA, magnificação biológica ou ainda bioacumulação é um evento negativo


originário de uma quantidade significativa de resíduos ou substâncias tóxicas acumuladas em um nível
trófico da cadeia alimentar, com capacidade de atingir outros níveis tróficos da cadeia, prejudicando o
equilíbrio dos organismos envolvidos, pois eles irão absorver essas substâncias futuramente.
Portanto, magnificação trófica, é o acúmulo progressivo ao longo da cadeia alimentar, de
substâncias não biodegradáveis (como por exemplo o mercúrio, os inseticidas e os agrotóxicos). Desse
modo os consumidores apresentam maior concentração dos produtos tóxicos que os produtores.

A BIORREMEDIAÇÃO é o processo pelo qual organismos vivos tais como, microrganismos,


fungos, plantas, algas verdes ou suas enzimas são utilizados para reduzir ou remover - remediar -
contaminações no ambiente. Utilizando processos biodegradáveis para tratamento de resíduos este
processo é capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema original.
2- CISNES-DE-DETERGENTE

Os detergentes aparecem nas águas como resultado das diversas lavagens domésticas e
industriais. Muitas vezes provocam a formação de espumas brancas, conhecidas como Cisnes-de-
detergente.
Consequências: Reduzem a penetração de luz na água  compromete a fotossíntese  afeta
formas aeróbicas.
- Os detergentes podem enriquecer as águas naturais com substâncias fosfatadas, favorecendo a
eutrofização.

3- POLUIÇÃO POR EUTROFIZAÇÃO:

A eutrofização é um processo que ocorre em ambientes aquáticos em função do aumento


excessivo de nutrientes na água, especialmente fosfato e nitrato. A elevação na concentração desses
nutrientes leva à proliferação exagerada de algas. Em certos casos as algas que proliferam produzem
toxinas, que causam mortalidade de muitos organismos.
A grande proliferação de algas vem também acompanhada de grande mortalidade desses
organismos, que possuem em geral ciclo de vida curto; ao morrerem, essas algas e o zooplâncton que se
alimentam delas entram em decomposição, aumentando o número de bactérias e fungos aeróbicos, o que
leva ao esgotamento do gás oxigênio dissolvido na água e a morte de animais e outros organismos que
dependem dele para a sobrevivência. Os seres anaeróbicos, que são os que não dependem do oxigênio,
proliferam. Esses seres, basicamente bactérias e fungos anaeróbicos, não quebram os compostos
orgânicos até gás carbônico e água, como fazem os aeróbicos por meio da respiração, e os produtos finais
de suas atividades têm odores característicos.
O lançamento de esgoto doméstico diretamente nos rios sem tratamento adequado é uma das
principais causas de eutrofização e tem sido responsável pela destruição da fauna e da flora de muitos rios
que banham as grandes cidades.
4- EFEITO ESTUFA:

O efeito estufa é um fenômeno natural e extremamente importante para a manutenção da vida em


nosso planeta. Podemos defini-lo como um processo de retenção de calor irradiado pela superfície da
Terra. A principal utilidade deste fenômeno é promover a manutenção da temperatura média da Terra,
característica essencial para a sobrevivência dos seres vivos.

O efeito estufa, recebe este nome porque pois é um fenômeno semelhante às condições
encontradas em uma estufa de plantas. A estufa é uma estrutura – comum em países de clima frio –
usada para proteger algumas espécies de plantas, durante os meses mais frios. Em geral a estufa é
construída com vidro ou plástico – tanto o teto, quanto as paredes – e embora a radiação solar consiga
atingir as plantas, a estufa tem a capacidade de reter calor, mantendo a temperatura interna superior à
externa.

Os gases do efeito estufa são aqueles que dificultam ou impedem a dispersão para o espaço da
radiação solar que é refletida pela Terra. Grande parte destes gases é produzida pelos seres humanos em
diversas atividades, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e
queimadas de florestas. Ao segurar este calor em nosso planeta, estes gases estão também provocando o
aquecimento global.
De maneira geral, o Dióxido de Carbono (CO2) é emitido em processos de combustão, como em
motores e caldeiras. O CO2 é o gás mais relevante e, globalmente, tem origem principalmente (87%) na
queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, o gás natural e o petróleo. O desmatamento é a
segunda principal atividade responsável pelas emissões de Dióxido de Carbono, seguida das atividades
industriais como a produção de cimento.
O Metano (CH4) é principalmente originado em processos biológicos, como o tratamento de
efluentes líquidos e em aterros sanitários, e nas atividades agropecuárias, principalmente na criação de
gado, que liberam metano durante o processo de digestão. Outras atividades que também incluem a
produção de metano são a produção de arroz e a queima de biomassa.

A temperatura média do nosso planeta está aumentando nas últimas décadas: fala-se atualmente
em AQUECIMENTO GLOBAL.

Consequências do aquecimento global:


- Derretimento das calotas polares.
- Acidificação dos oceanos pelo aumento da quantidade de CO2 na água. A acidificação causa a morte de
corais.
- Aumento do nível do mar.
- Alteração no ritmo de vida das espécies. Com o aumento da temperatura, algumas plantas antecipam a
produção de flores e frutos. Esse fenômeno altera não só a reprodução vegetal, mas também o ritmo de
vida dos animais que utilizam esses recursos como alimento.
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional que tem como objetivo fazer com que os países
desenvolvidos assumissem o compromisso de reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa,
para aliviar os impactos causados pelo aquecimento global. Além disso, são realizadas discussões para
estabelecer metas e criar formas de desenvolvimento que não sejam prejudiciais ao Planeta.

LEITURA COMPLEMENTAR
Livro 3 de biologia: página 440 – efeito estufa e aquecimento global.

5- CHUVA ÁCIDA

A chuva ácida é a precipitação com a presença de ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso,
resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera.
Elas resultam da quantidade exagerada de produtos da queima de combustíveis fósseis liberados
na atmosfera, em consequência das atividades humanas.
Para a natureza, as consequências da chuva ácida são a destruição da cobertura vegetal,
acidificação dos solos e das águas de rios e lagos.
Quando a acidificação atinge o solo e as águas de rios e lagos, os seres vivos que habitam esses
locais são afetados. A água e o solo se tornam impróprios para abrigar alguns organismos, levando-os a
morte.
A chuva ácida também pode causar a corrosão de mármores e calcários e a oxidação de metais
em monumentos históricos, como prédios e estátuas.

6- DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

O ozônio (O3) é um dos gases que compõe a atmosfera e cerca de 90% de suas moléculas se
concentram entre 20 e 35 km de altitude, região denominada Camada de Ozônio. Sua importância está no
fato de ser o único gás que filtra a radiação ultravioleta, nociva aos seres vivos.
Nos seres humanos a exposição à radiação ultravioleta está associada aos riscos de danos à
visão, ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento do câncer de pele. Os animais também sofrem as
consequências do aumento da radiação. Os raios ultravioletas prejudicam os estágios iniciais do
desenvolvimento de peixes, camarões, caranguejos e outras formas de vida aquáticas e reduz a
produtividade do fitoplâncton, base da cadeia alimentar aquática, provocando desequilíbrios ambientais.
Diversas substâncias químicas acabam destruindo o ozônio quando reagem com ele. Mas, em
termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozônio, nada se compara ao grupo de gases chamado
clorofluorcarbonos, os CFCs. (usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos
de refrigeração e para produzir materiais plásticos).

O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio é um acordo


internacional, criado no âmbito da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio de 1985
(onde os países se comprometeram em trocar informações, estudar e proteger a camada de ozônio).
A redução nas emissões de CFC foi umas das maiores conquistas do protocolo.

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