Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Em meados do século passado, mais precisamente durante o final da década de 1960 e
ao longo das duas seguintes, iniciava-se, basicamente nos Estados Unidos, a ideia de
articular-se as redes de comunicação de dados já existentes. Começa a configurar-se a
criação de uma rede das redes, uma metarrede, que veio a ser conhecida, rapidamente
como Internet, ainda escrita, naquele tempo, com o I maiúsculo. Jovens programadores
espalhados pelos laboratórios de universidades e centros de pesquisa da Califórnia,
Massachusstes e Utah, começaram a trocar informações via rede de dados,
configurando-se, nos anos 1970, a primeira rede denominada ARPANET (LEVY, 2012).
Nos anos 1980 essa rede se desdobra, constituindo a MILNET, exclusiva dos militares
americanos, e a ARPNET é expandida para outras universidades e centros de pesquisa
no mundo inteiro, com o nome de Internet. Era uma internet de uso quase que exclusivo
da academia.
Na final da década de 1980, Tim Berners-Lee, trabalhando na Organização Europeia
para Investigação Nuclear (CERN - Organisation Européenne pour la Recherche
Nucléaire, em frances), o Laboratório Europeu de Partículas Físicas, propôs a ideia de
um Identificador Universal de Documento (Universal Document Identifier) para acessar
cada informação disponível na rede, ainda uma rede pequena e interna aos laboratórios
de pesquisa (BERNERS-LEE, 1998). Mais adiante, em 1990 escreveu um programa
chamado "WorldWideWeb", um hipertexto distribuído ainda somente dentro da
comunidade científica e, no verão de 1991, distribui mais amplamente o programa,
transformando radicalmente a ideia de rede. Estava criada, assim, a World Wide Web, a
conhecida Web (www), a interface gráfica para o uso da rede, e que terminou
configurando-se quase como sinômino da própria internet. O importante a destacar desta
EdUECE - Livro 4
00368
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
história é que todo esse movimento liderado por Berners-Lee poderia não ter dado em
nada se ele tivesse patenteado a criação. Como afirma Howard Rheingold, outro dos
pioneiros da internet, “ele recusa-se a patentar a solução. [...] Ele queria usá-la. E sabia
que seria mais útil para ele e outros cientistas se muito mais pessoas a usassem”
(RHEINGOLD, 2012, p. 147, tradução nossa).
A partir de então, a web se populariza, chega a toda a sociedade, com a abertura para o
uso comercial. Desta forma, em tese, qualquer cidadão podia estar conectado à rede,
desde que tivesse uma linha telefônica, um modem e um local (provedor) para poder
fazer a conexão com o primeiro ponto da rede mundial.
Importante ressaltar que a principal característica de todo esse movimento,
exaustivamente já descrito e analisado por diversos autores e inúmeros trabalhos
(CASTELLS, 2003; LEVY, 2012, RHEINGOLD, 2012 e outros), foi conectar redes
diferentes, sem procurar transformar cada uma delas em uma única rede. A partilha livre
e aberta dos códigos e o uso cooperativo dos recursos possibilitou a criação de
protocolos para essa comunicação, e o protocolo TCP/IP (Internet Transfer
Porotocol/Internet Protocol) terminou se configurando como sendo o protocolo de
comunicação da rede, que viabilizou a troca de dados entre diversos computadores
espalhados pelo mundo. Outro princípio que sustentou o funcionamento da internet - e
que, em teoria, como veremos ao longo deste texto, ainda deve sustentá-la - é o princípio
de que todo dado que é recebido por um nó na rede deve ser repassado adiante, sem
nenhuma cobrança e sem nenhuma verificação do conteúdo deste dado.
Estes princípios são a base da internet e possibilitaram o desenvolvimento da
multiplicidade de aplicativos que permitem a circulação de informações e a comunicação
generalizada, pois, uma vez que cada projeto é disponibilizado na rede, conta com o
apoio e colaboração de muitos desenvolvedores (hackers), profissionais ou amadores,
do mundo inteiro, para seu aperfeiçoamento. Ainda, a circulação de informações e a
comunicação ampla permitem que cada sujeito, em qualquer ponto do planeta, desde
que conectado, possa constituir-se num ponto “emissor"1, compartilhando suas ideias,
1utilizamos o termo “emissor” entre aspas, por entendermos que ele é próprio das mídias de massa e, no
contexto das redes horizontais, precisa ser ressignificado, indicando que todo participante dessas redes
passa a ser um interagente, aquele que, ao mesmo tempo, recebe, emite, participa, dialoga, interage, ou
seja, usa, plenamente, os processos comunicacionais horizontalizados.
EdUECE - Livro 4
00369
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
sua cultura, seus referenciais e, assim, contribuir para uma visão mais ampla e complexa
da própria sociedade. Portanto, esses princípios devem ser defendidos a todo o custo,
sob pena de não termos, caso eles sejam afetados, mais a possibilidade de usar a rede
com a liberdade que caracterizou o seu nascimento e o uso que dela estamos fazendo,
desde os primeiros anos até os dias de hoje.
Mas nem tudo se desenvolveu, ao longo deste tempo, da maneira como se previa nos
primeiros anos. As grandes corporações de telecomunicações começaram a perceber
na internet, de um lado, um bom negócio que precisa ser “melhor administrado”, e alguns
governos, de outro lado, um negócio que demandaria ser controlado. Inicia-se uma
verdadeira guerra pelo controle do funcionamento da internet, com os modelos de
negócios das grandes corporações de telecomunicações assumindo um papel
protagonista neste embate. Mais uma vez trazendo Howard Rheingold, ao discutir os
movimentos das grandes corporações que ambicionam cercar/controlar a rede
(enclosure), é importante considerar que
o conflito sobre quem tem o direito de usar a mídia digital para criar
e disseminar a propriedade intelectual é uma guerra pelo controle
político do poder de informar, persuadir, educar, debater e inovar.
Argumentos sobre a 'neutralidade da rede' ou o licenciamento do
espectro eletromagnético pode exigir que você seja tanto nerd de
tecnologia como um expert da política para compreendê-los, mas
você pode ter certeza de que as decisões legislativas e judiciais que
forem tomadas agora determinarão que no futuro inovadores terão
que pedir permissão antes de inventar a World Wide Web ou uma
empresa caseira de um motor de busca (RHEINGOLD, 2012, p.
213/4, tradução nossa).
É neste contexto que, no Brasil, ganham força os debates sobre a criação de uma
legislação própria para a rede, uma espécie de Constituição para o seu funcionamento,
que ficou conhecido como Marco Civil da Internet, que garanta o direito à comunicação
horizontalizada, sem discriminação de qualquer ordem, a todos os cidadãos. Analisar
esse movimento, bem como as potencialidades do Marco Civil da Internet, especialmente
para a educação, é o objetivo deste artigo. Mas antes, importante se pensar sobre o
direito à comunicação e as condições concretas da situação brasileira, pois são sobre
essas bases que podemos pensar a educação brasileira.
EdUECE - Livro 4
00370
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
O Direito à Comunicação
A comunicação faz parte da constituição do ser humano, pois é ela que garante a
possibilidade do social, da relação com o outro, do entendimento entre os sujeitos, da
transmissão do saber historicamente acumulado, da coordenação das ações, do
estabelecimento de normas, o que nos torna, segundo Mario Osório Marques (1999, p.
59), cidadãos singularmente autônomos e socialmente atuantes e corresponsáveis pelo
mundo que temos. Portanto, a comunicação é tão antiga quanto o próprio homem e,
embora a liberdade de pensamento e expressão apareça como um dos ideários das
revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII, destacando-se nas principais
declarações de direitos dessa época, a exemplo da Declaração Francesa de Direitos do
Homem e do Cidadão, de 1789, e mais tarde, já no século XX, na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, da ONU, de 1948, o tema da comunicação, enquanto fluxo de
informação, só passa a ser mais intensamente discutido no século XX, com a
disseminação e empoderamento dos meios de comunicação de massa, constituindo-se
como uma área do conhecimento.
Durante todo o século XX, segundo Eugenio Trivinho (1999, p. 181-182), procedimentos
práticos, categorias e esquemas teóricos pretenderam dar fundamentação científica à
Comunicação, convencionando-se encerrar o processo comunicacional em torno do
emissor e do receptor, destacando-se na relação entre eles mediadores sociais e
culturais, tais como a codificação, o contexto, o canal, a mensagem, o signo, o sentido,
o ruído. Para Raimunda Gomes (2007), destacam-se como focos de pesquisa os meios
de comunicação de massa, o conteúdo de suas mensagens, sendo a informação a maior
protagonista do processo, e o impacto dessas mensagens nas sociedades. Para esta
autora, a “onipotência das chamadas mídias obscureceu por muito tempo a práxis do
processo original: a comunicação” (GOMES, 2007, p. 35), embora alguns autores já
denunciassem as fissuras da teoria da comunicação em voga, a exemplo de Brecht, que
fez a crítica à transformação ocorrida com o rádio, que de um meio de comunicação que
permitia a interação e a mobilização política, passa a operar na perspectiva da
radiodifusão, com emissão controlada pelos monopólios e a serviço da lógica mercantil.
(FREDERICO, 2007)
EdUECE - Livro 4
00371
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Foi somente no final do século XX, com a emergência das tecnologias da informação e
comunicação, mais especialmente com a internet, que emerge um outro processo
comunicacional, em rede, horizontalizado, interativo, que permite a realização de trocas
simbólicas (informações, sons, imagens) personalizadas, individualizadas e
descentralizadas. Neste novo processo, as categorias elementares da então Teoria da
Comunicação, segundo Trivinho (1999, p. 182-183),
perdem o seu caráter distinto, ora porque se imbricam, se
sobrepõem ou se mesclam umas às outras, ora porque se
ofuscam mutuamente, se auto-anulam e se desfiguram, com
a agravante de que esse processo implosivo deixa de
comprometer tão somente a natureza dos elementos básicos
para deixar ainda em risco o próprio edifício esquemático sob
o qual se finca a teoria. Comparecem aqui todas as
características de uma era da confusão, expressão
correspondente à fase atual da sociedade tecnológica.
Decorre daí a “'liberação' da palavra” (LEMOS; LÉVY, 2010, p. 25), ou a hibridização das
funções de emissor e receptor, uma vez que, a partir dos sistemas e ferramentas de
comunicação próprios da web 2.0 (blogs, softwares sociais, twitter, wikis) e da
emergência dos dispositivos móveis, todo sujeito social que possua acesso ao
ciberespaço pode produzir e distribuir informações, e não apenas consumi-las, a partir
de qualquer lugar do planeta. Para os referidos autores, o fenômeno da “liberação da
emissão é correlata ao aumento da esfera pública mundial e da emergência de novas
formas de conversação e de veiculação da opinião pública, agora também planetária” (p.
25), o que provoca o surgimento de novas mediações e de novos agentes do processo
comunicacional. Em consequência, tensões se estabelecem, quer em torno dos modelos
de negócios do sistema estabelecido, que têm dificultado o acesso de boa parte da
população aos serviços de conexão, gerando a chamada “exclusão digital”, quer na
relação entre os cidadãos e os governos, quer ainda na legislação que tenta regular os
novos sistemas emergentes.
É no bojo dessas tensões que aparece a necessidade de tomar a comunicação como
um direito de todo cidadão. O primeiro movimento nessa direção se dá com a publicação,
EdUECE - Livro 4
00372
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
2O relatório intitula-se Um mundo e muitas vozes, mas ficou conhecido como Relatório MacBride,
em uma alusão ao então presidente da Comissão Internacional, o jurista e prêmio Nobel da Paz Sean
MacBride.
EdUECE - Livro 4
00373
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
3“Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização que trabalha pela efetivação do direito
humano à comunicação no Brasil.” http://intervozes.org.br
EdUECE - Livro 4
00374
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Ou seja, para que todo cidadão tenha voz e vez, e possa atuar ativamente em sociedade,
é fundamental o reconhecimento e a viabilidade do direito à comunicação, sem
condicionamentos ou impedimentos de quaisquer ordens, cabendo ao Estado a garantia
de seu exercício, sem limitá-lo à mera recepção passiva das informações produzidas de
forma centralizada e distribuídas de forma massiva, expressão de um ponto de vista
hegemônico. Para que as minorias, as culturas locais, os pontos de vista dissidentes,
contrários e contraditórios possam emergir e tensionar o hegêmonico, é fundamental que
a esses grupos seja garantido o acesso aos meios de comunicação horizontalizados,
que permitem a todos se comunicarem com todos, sem o controle externo dos meios.
Nesse contexto, a internet passa a se configurar como a grande possibilidade
comunicacional e de expressão das diferenças e, por isso, a delimitação de um marco
legal que garanta o princípio de neutralidade da rede é fundamental, pois impede
bloqueios ou discriminação dos fluxos de informação, possibilitando igualdade de direitos
a todos, ou seja, que a comunicação e a informação processada por qualquer um seja
equivalente a de qualquer outra pessoa, em qualquer ponto da rede.
EdUECE - Livro 4
00375
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
As primeiras conexões com as redes mundiais se deram com a rede Bitnet, através de
duas conexões, sendo uma a partir da UFRJ e uma do LNCC (MCT), respectivamente
no Rio de Janeiro e em São Paulo. A partir destas conexões, diversas outras
universidades e instituições de pesquisas podiam acessar a rede de forma
compartilhada, como sempre foi o princípio da rede. De acordo com Michel Stanton, do
departamento de informática da PUC-Rio,
a organização das redes brasileiras, no final de 1991, foi
eminentemente cooperativa, onde cada instituição participante
custeava seu enlace de telecomunicações ou para o Rio ou para
São Paulo. (É interessante notar que o enlace direto entre o Rio e
São Paulo era custeado pelo governo federal, para manter a
harmonia nacional.) Uma solução definitiva para o problema de
projetar uma rede nacional deveria adotar uma topologia de malha,
o que seria mais robusto, e poderia até reduzir custos de
telecomunicações, pela maior utilização de enlaces mais curtos.
(STANTON, 1998)
De acordo com Imre Simon, uma “outra ligação pioneira que deve ser mencionada é
aquela realizada pela rede Alternex, ligada ao IBASE, uma Organização Não-
Governamental que se ligou à rede USENET, via linha discada internacional, em julho de
1989” (SIMON, 1997). A partir do CNPq, em 1989, inicia-se a implantação de um projeto
denominado de Rede Nacional de Pesquisa (RNP) que passa, então a liderar a
implantação da rede com a instalação do primeiro backbone nacional em 1991, com links
de 9.600 bps (SIMON, 1997).
Com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, mais conhecida como ECO 92, no Rio de Janeiro, entidades civis e
acadêmicas viabilizaram a conexão via internet do evento, constituindo-se num
importante marco da história da internet no país. Mais uma vez, “respondendo a
demandas de entidades civis e acadêmicas, o Ministério de Ciência e Tecnologia liderou
a criação de uma comissão nacional para acompanhar e coordenar o desenvolvimento
da Internet no país”, segundo artigo de um dos pioneiros da internet, Carlos A. Afonso
(2011, p. 17), que, na época, junto com o sociólogo Betinho, atuavam no IBASE e, desta
forma, demandavam que o acesso não se limitasse à comunidade acadêmica, mas que
EdUECE - Livro 4
00376
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
pudesse estar disponível às diversas ONG existentes no país. Nascia assim o Comitê
Gestor da Internet (CGI.br), com a missão de ser o
formulador, orientador ou executor de políticas relacionadas ao
desenvolvimento da Internet no país. O decreto original de criação
destacava quatro campos de atuação: supervisionar o
desenvolvimento dos serviços Internet; avaliar e recomendar
padrões e procedimentos operacionais e técnicos; coordenar a
designação de nomes de domínio “.br” e números IP; publicar
estatísticas sobre a Internet (AFONSO, 2011, p. 17).
Dessa forma, a internet foi se implantando no país pela ação do CGI.br e da RNP, que
atuava de forma integrada com as Instituições Federais de Ensino Superior, instalando
nela os chamados Pontos-de-Presença (POP) que teriam a função de implantar a rede
nos Estados, articulando os demais setores não acadêmicos, como os governos
estaduais e municipais e a sociedade civil através das ONG. O acesso comercial passa
a se dar a partir do ano de 1995, sendo esta uma história que ainda merecerá
aprofundamento. Para o que nos interessa neste artigo, importante trazer, mais uma vez,
Carlos Afonso, com o detalhamento das mudanças na governança da internet no país.
Carlos Afonso:
No final de 2002 entidades civis e acadêmicas construíram uma
proposta de aprofundamento da representação e dos objetivos do
CGI.br, entregue a representantes da Casa Civil em fevereiro de
2003. O governo federal decidiu então nomear um comitê de
transição para ‘estudar e propor um novo modelo de governança da
Internet no Brasil’. Desse comitê fizeram parte tanto membros
antigos do CGI.br como representantes que defendiam novas
propostas. O resultado deste processo foi sacramentado no decreto
4.829, de 3 de setembro de 2003, que definiu uma estrutura
pluralista de governança em que os membros não governamentais
da comissão teriam maioria e seriam escolhidos pelos seus próprios
setores ou grupos de interesses, e melhor precisou suas atribuições.
(AFONSO, 2011, p. 18).
A atuação do CGI marcou a governança da internet brasileira, tendo sido destacado
internacionalmente este modelo, uma vez que, em todo o mundo, a temática de como
garantir o funcionamento aberto e democrático da rede é um tema presente. Um dos
marcos desta atuação foi a formulação de princípios norteadores da internet no país,
princípios esses que serviram de base para o que veio a ser conhecido posteriormente
como Marco Civil da Internet. Mais uma vez Carlos Afonso: “o resultado foi um exemplo
EdUECE - Livro 4
00377
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
EdUECE - Livro 4
00378
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
EdUECE - Livro 4
00379
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
8 O movimento em defesa do Marco Civil da Internet construiu de maneira colaborativa uma linha do
tempo das ações em defesa de um Marco Civiul da Internet que está disponível em:<
http://bit.ly/1oWBG0y>. Acesso em: 22 ago. 2014.
9 Entre outros, http://xocensura.wordpress.com/2008/07/05/chamada-para-o-dia-da-
blogagem-politica, http://meganao.wordpress.com e
https://twitter.com/hashtag/megan%C3%A3o.
10 http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html, acesso: 22 ago. 2014.
EdUECE - Livro 4
00380
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
11 idem, ibidem
12 http://www.cgi.br/resolucoes/documento/2009/003
EdUECE - Livro 4
00381
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
13 Tradução nossa para ““With respect to the process, it is worth mentioning that it
started from a request from society. [...] This request led the Brazilian Ministry of Justice
to start a process to build, jointly with all interested parties, a civil rights-oriented
framework for internet in Brazil. In this process, we had the close collaboration of
Fundação Getulio Vargas’ Center for Technology and Society, an important Brazilian
think tank for technology issues. To promote an open and online discussion, we set up a
website at “Cultura Digital”, a Brazilian social network sponsored by Brazilian Ministry of
Culture to promote the discussion of digital public policies. We conducted the drafting in
two different phases. In the first one, we presented a white paper in order to
contextualize the discussions, which have been arranged in three different axes: one
concerning user’s rights, a second regarding service providers’ duties and liabilities, and
a third focused on governmental activities which would be necessary to promote the
internet. In this first phase, each paragraph of the proposed text was open for non-
moderated comments.” http://culturadigital.br/marcocivil/2011/10/22/experiencia-do-
marco-civil-da-internet-e-apresentada-na-onu/, acesso: 04 set. 2014.
14 O portal e-democracia foi criado em 2009 pela Câmaraa dos Deputados com o objetivo de usar a
internet para “incentivar a participação da sociedade no debate de temas importantes para o país.
Acreditamos que o envolvimento dos cidadãos na discussão de novas propostas de lei contribui para a
formulação de políticas públicas mais realistas e implantáveis.” Veja em
http://edemocracia.camara.gov.br, acesso: 02 ago. 2014.
15 http://edemocracia.camara.gov.br/web/marco-civil-da-internet/inicio
EdUECE - Livro 4
00382
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
23 de abril de 2014, quando o Marco Civil foi finalmente aprovado e sancionado pela
Presidência da República, como a Lei Ordinária nº 12.965/2014.
Durante este longo período, muitas disputas se estabeleceram em torno da redação do
texto final, disputas estas que marcaram o embate entre as possibilidades de liberdade
e de controle da internet no país.
16 Um resumo geral de todas as versões do Marco Civil ao longo de todo o processo pode ser
encontrado, entre tantos outros, no trabalho de Marcelo Pimenta, Flávio Wagner e Diego R. Canabarro
na “Tabela comparativa da redação das versões do Substitutivo do Dep. Alessandro Molon ao texto do
Projeto de Lei 2.126/2011 (Marco Civil da Internet do Brasil). Disponível em
<file:///home/nelson/Dropbox/marco%20civil%20da%20internet/CEGOV%20-%202014%20-
%20Tabela%20Comparativa%20Versoes%20Marco%20Civil.pdf>. Acesso em 01 set. 2014.
EdUECE - Livro 4
00383
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
serviço, terminal ou aplicação” (BRASIL, 2014). A lei prevê que uma eventual
descriminação ou degradação do tráfego somente pode ocorrer mediante uma
regulamentação complementar, atribuída à Presidência da República (ouvidos o Comitê
Gestor da Internet e a ANATEL) e decorrente de requisitos técnicos indispensáveis à
prestação dos serviços ou priorização a serviços de emergência. Essa foi uma vitória
parcial da sociedade civil que lutou através de forte articulação em rede e por pressão
no Congresso Nacional, para que a neutralidade fosse garantida sem nenhuma exceção.
Como esse foi um dos pontos onde as operadoras de telecomunicações mais
pressionaram, a redação final terminou deixando algumas brechas para a quebra de
neutralidade, através da regulamentação da lei.
Retirada de conteúdo - conhecida como “notice and takedown”, este foi outro dos
motivadores das grandes polêmicas, uma vez que se desejava incluir no marco legal a
possibilidade de responsabilização dos provedores por conteúdos publicados na rede
por terceiros, responsabilização essa atribuída por qualquer pessoa que julgasse ter tido
algum direito infringido pela publicação na internet, sem nenhuma ação judicial. Como
diz a própria denominação do dispositivo, bastaria ao suposto prejudicado comunicar ao
provedor e ele teria que, imediatamente, retirar o conteúdo da rede. Argumentava-se que
a prática já existia em outros países e que, com isso, ganharia-se em celeridade nos
processos de retirada de conteúdo da internet, o que, com veemência, foi combatido pelo
movimento social aglutinado em torno da campanha pelo Marco Civil.
Ao longo das discussões com o relator do processo, deputado federal Alessandro Molon
(PT-RJ), avançou-se para não incluir o Notice and Takedown no texto legal (artigo 15º).
No entanto, entre tantas idas e vindas, com as inúmeras versões circulando pela rede,
oficial e oficiosamente, surgiu uma versão que mantinha basicamente o espírito do
referido artigo 15º, mas incluía um segundo parágrafo, que não existia até então,
possibilitando a retirada de conteúdo em caso de violação de direito autoral.17 A inclusão
deste novo parágrafo foi acompanhada de protestos nas redes, uma vez que associava-
se à pressão da própria ministra da Cultura, Marta Suplicy, e também de grande grupos
da mídia, como as Organizações Globo, conforme declaração do sociólogo Sérgio
17“O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de infração a direitos do autor ou a direitos
conexos”, conforme substitutivo I de 4/7/2012.
EdUECE - Livro 4
00384
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Amadeu da Silveira, rebatidas pelo relator Alessandro Molon.18 A última versão, que deu
origem à lei aprovada, não continha mais este parágrafo, constituindo-se numa
importante vitória dos movimentos sociais na construção do Marco Civil da Internet.
Ainda, nesta linha, a redação do artigo 19º contemplou a luta para que a remoção de
conteúdos só se desse a partir de ação judicial. Com isso, assim ficou o texto legal:
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e
impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente
poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica,
não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do
seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o
conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições
legais em contrário. (BRASIL, 2014)
Garantia da privaciadde/guarda de logs - por último, mas não menos importante, e
obviamente não esgotando a questão nem as polêmicas, vem a problemática da guarda
de logs (guarda dos registros). Este foi um tema que terminou dando um impulso à
aprovação do Marco Civil por conta da divulgação de informações coletadas e
armazenadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) americana, por um
funcionário terceirizado, Edward Snowden, que trabalhava para a NSA. Em função do
que ficou conhecido como sendo o Caso Snowden - que mostrou estarem sendo
espionadas diversas autoridades em diversos países, inclusive o Brasil e sua presidente
-, o tema da segurança das informações e da guarda dos logs ganhou relevância ainda
maior. A discussão posta era, basicamente, sobre quem deveria guardar os registros de
navegação e por quanto tempo.
Uma difícil discussão, uma vez que a temática é permeada por aspectos técnicos. O
resultando final, no entanto, garantiu, em última instância, a privacidade como princípio
e direito fundamental. Vale aqui resgatar, apesar de longa, a síntese feita por Joana
18Respectivamente em http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/07/sergio-amadeu-a-
globo-quer-desvirtuar-o-marco-civil/ e
http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/07/marco-civil-pela-neutralidade-privacidade-
e-liberdade/, acesso: 12 jul. 2014. Também em http://www.idec.org.br/em-acao/artigo/noticias-
do-brasil-um-pouco-sobre-o-marco-civil-da-internet e
http://idgnow.com.br/blog/circuito/2013/10/18/entidades-do-setor-audiovisual-defendem-
notice-and-take-down-no-marco-civil/, acesso: 12 jul. 2014.
EdUECE - Livro 4
00385
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Como pode ser visto, esta guarda deve atender à preservação da intimidade, da vida
privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas. O texto
19
https://antivigilancia.wiki.br/boletim_antivigilancia/9#trilha_1ativismo_e_politicas_digitais
, acesso: 07 set. 2014.
EdUECE - Livro 4
00386
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
final da Lei indicou, como resultado das discussões, que esses dados deveriam ser
guardados por um ano, apenas pelos administradores de sistema autônomo. Importante
observar que ao se falar em guarda de logs, temos que diferenciar o que seja a guarda
de registro de conexão (data, hora e duração da conexão de um determinado número
IP) e guarda do log de acesso à aplicações (data e hora de uso de uma aplicação por
um determinado número IP). Sendo assim, o que ficou na versão final é que devem ser
guardados apenas os registros de conexão.
Esses foram os três contenciosos principais em torno do Marco Civil da Internet que
geraram intensas discussões e negociações, mas que marcaram o movimento brasileiro
em torno da efetivação do direito à comunicação. O resultado desse movimento foi a
garantia, pelo menos temporariamente, dos princípios que nortearam a constituição e o
desenvolvimento da rede, e da possibilidade de todos terem acesso igualitário e poderem
se expressar com liberdade. Temporariamente porque, no momento que fechávamos
este texto, não tendo o Marco Civil completado nem mesmo cinco meses de vigência, já
havia sido proposto no Senado o Projeto de Lei número 180/2014, com o objetivo de
alterar alguns dos seus dispositivos, ”para estabelecer a finalidade e restringir o rol de
autoridades públicas que podem ter acesso a dados privados do cidadão na internet,
prever a possibilidade de recurso contra decisão interlocutória que antecipa tutela no
âmbito dos Juizados Especiais e dar outras providências”, conforme matéria publicada
no site do Instituto Telecom20, o que evidencia que o tema não está esgotado e que
tensões e negociações em torno do Marco Civil continuarão a se desenrolar. Isso,
obviamente, mostra-nos a importância de uma permanente vigilância de toda a
sociedade para que possamos, efetivamente garantir o pleno uso da internet, com
liberdade e privacidade, a todas as camadas da população.
20
http://institutotelecom.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5999:pro
jeto-de-lei-no-senado-pretende-alterar-o-marco-civil-da-internet&catid=1:latest-news,
acesso: 31 ago. 2014
EdUECE - Livro 4
00387
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Todas as questões até aqui tratadas estavam mais voltadas para uma leitura do mundo
contemporâneo. Importante agora olhar a educação. E, para tal, é necessário se pensar
na presença das tecnologias digitais de informação e comunicação na educação não
como mera ferramentas auxiliares dos processos educacionais instituídos, conforme já
avançamos em outros textos (PRETTO, 2011 e PRETTO, 2014b). No conseguimos
pensar em um sistema educacional que continue centrado na lógica da transmissão e de
distribuição de informações, embora este ainda seja o modelo hegemônico. Nesse
modelo, o conhecimento está centrado nos livros, nos professores, e agora também nas
redes, e deve ser transmitido aos alunos, cabendo a estes consumi-los e assimilá-los.
No passado, as informações eram escassas e fazia sentido procurarmos a escola e os
mestres para buscá-las. No entanto, hoje, temos abundância de informações, e isso,
diferentemente do que pensam alguns (KEEN, 2008, entre outros), é muito importante
para a formação da juventude.
Com a emergência das redes interativas, horizontais e descentralizadas, novas questões
são incorporadas ao processo formativo, tais como o estabelecimento de relações, a
interatividade, a problematização e a produção do conhecimento. A partilha do
conhecimento passa a ser potencializada uma vez que o resultado desta produção passa
a estar disponível na rede, viabilizando, com isso, um uso pleno e ampliado, estimulando
as práticas recombinantes, com todos podendo usar, copiar, reproduzir e remixar os
conteúdos, naquilo que denominamos de um círculo virtuoso de produção de culturas e
conhecimentos. Desta forma, estimula-se o envolvimento de todos, alunos, professores
e comunidades, partindo do princípio da colaboração em rede, possibilitando não só a
partilha, como também a produção do conhecimento de forma horizontalizada. Aqui,
importante destacar que o conhecimento estabelecido é parte deste diálogo e sua
partilha possibilita que o mesmo seja utilizado e aprendido como integrante do processo
de produção de novos conhecimentos e culturas.
Também, a comunicação passa a ser ampla e generalizada e, com isso, a aprendizagem,
nesse contexto, não se dá na mera relação sujeito-objeto, concepção superada pelas
perspectivas interacionistas, que entendem que a aprendizagem se dá na relação entre
sujeitos: “[...] funda-se a aprendizagem no mundo dos homens que ouvem uns aos
outros, postos à escuta das vozes que os interpelam” (MARQUES, 1995, p. 110).
EdUECE - Livro 4
00388
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
EdUECE - Livro 4
00389
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
que deverá incorporar, a partir de 2015, a programação como atividade obrigatória para
o ensino secundário21, com o objetivo de que os alunos aprendam a criar sítios web,
aplicações para smartphone, jogos e adquiram conhecimento de robótica. A grande meta
com esse projeto é colocar o país na vanguarda da educação mundial, pois com esses
conhecimentos os alunos efetivamente estarão sendo preparados para compreender e
atuar numa sociedade altamente tecnologizada. Algumas iniciativas envolvendo
programação de computadores também estão em curso no Brasil, mas ainda muito
concentradas nas escolas privadas.
O desafio posto à educação, em geral, e à escola pública, em particular, é criar ambientes
onde esses conhecimentos possam ser trabalhados com os alunos e onde a vasta gama
de informações a que os alunos têm acesso seja discutida, analisada e gere novos
conhecimentos, onde as práticas pedagógicas e os currículos sejam abertos, flexíveis,
hipertextuais, para dar conta da diversidade de temas que atravessam o cotidiano dos
sujeitos aprendentes. No entanto, para que essas novas perspectivas possam
consolidar-se é necessário tomar a liberdade como princípio. É na liberdade, e não no
cerceamento, de forma coletiva e colaborativa, que o conhecimento é produzido, que a
autoria e a criatividade emergem.
Nesse sentido, o acesso à infraestrutura de comunicação, com todas as liberdades e
possibilidades que discutimos ao longo deste texto, é fundamental. E acesso pleno
requer qualidade de conexão, tanto na largura da banda como na estabilidade do sinal,
serviço que as escolas não estão recebendo das operadoras comerciais. No Brasil, a
conexão das escolas está na mão destas operadoras, pois, em 2008, o governo lançou
o Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE), e, para operacionalizá-lo, alterou o Plano
Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado
no Regime Público – PGMU (Decreto nº 4.769)22, passando a contar com as operadoras
comerciais para a conexão de todo o sistema de escolas públicas urbanas no país.
21http://www.fayerwayer.com/2014/09/programacion-web-sera-una-asignatura-
obligatoria-en-los-colegios-de-
madrid/?utm_content=buffer54e85&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&u
tm_campaign=buffer. Acesso: 08 set. 2014.
22 Disponível em:
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%20
4.769-2003?OpenDocument, Acesso: 08 set. 2014.
EdUECE - Livro 4
00390
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
Referências
AFONSO, Carlos A. CGI.br: história e desafios atuais. PoliTICs, n. 11, dez. 2011.
Disponível em:
<http://www.politics.org.br/sites/default/files/poliTICS_11_Pag16_27_CGI.br_.pdf>.
Acesso em: 22 ago. 2014.
23 http://www.qedu.org.br/brasil/censo-escolar
EdUECE - Livro 4
00391
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
BERNERS-LEE, Tim. The World Wide Web: A very short personal history, 7 de maio
de 1998. Disponível em: <http://www.w3.org/People/Berners-Lee/Longer.html>. Acesso
em: 22 ago. 2014.
KEEN, Andrew. O culto do amadorismo? como a internet actual está a matar a nossa
cultura e a assaltar a economia. Lisboa, Portugal: Guerra e Paz, 2008.
LEVY, Steven. Os Heróis da Revolução: como Steve Jobs, Steve Wosniak, Bill Gates,
Mark Zuckenberg e outros mudaram para sempre nossas vidas. São Paulo: Évora,
2012.
EdUECE - Livro 4
00392
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
MARQUES, Mario Osorio. Botar a boca no mundo: cidadania, política e ética. Ijuí: Ed.
Unijuí, 1999.
PRETTO, Nelson De Luca. Redes Sociais e Educação: O Que Quer a Geração Alt+tab
Nas Ruas? Liinc Em Revista v. 10, n. 1, mai. 2014a, p. 344–350. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/viewFile/643/489>, Acesso em: 22 ago.
2014.
SIMON, Imre. História Das Redes No Brasil. 16 jul. 1997. Disponível em:
<http://www.ime.usp.br/~is/abc/abc/node25.html>. Acesso em: 20 ago. 2014
EdUECE - Livro 4
00393
Didática e Prática de Ensino: diálogos sobre a Escola, a Formação de Professores e a Sociedade
EdUECE - Livro 4
00394