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FCSHA, Teorias filosóficas sobre a Segurança Internacional, I Semestre 2019/2020.


Ano, Resumo nº2, texto “Poder e Segurança” de Chris Brown e Kirsten Ainley em Compreender
as Relações internacionais. Docente: Rui veiga Discente:E. Patrick Semedo

Os autores deste texto debruçam sobre conceitos como a arte de governar, influência e poder, numa
ideia neo-realista. Eles começam a definir a arte de governar como tentativa do Estado de influenciar as
questões de caráter nacional e Internacional a seu favor – uma ideia proveniente da análise do
historiador britânico David Baldwin. A influência é, sem dúvida, um dos aspectos fulcrais nas Relações
Internacionais, pois o sistema de Estados funciona muitas vezes de uma determinada forma como
impacto da mesma. O autor compara o conceito da influência no cenário Internacional, com outros
termos como a autoridade, controlo e poder. Segundo ele, a influência é diferente da autoridade, pelo
facto da primeira ser um instrumento mais utilizado no meio internacional do que a última. A autoridade
só existe numa relação legítima entre os Estados, o que não acontece na realidade, para que se tenha
uma autoridade é necessário um reconhecimento e respeito por parte dos outros Estados. A influência
também funciona diferente do controlo, visto que um estado controlado pelo outro perde a sua
autonomia, deixando de existir como um território político independente. O controle de um estado pelo
outro não é característica do nosso sistema internacional atual, pelo menos não de forma explícita, já a
influência nunca vai deixar de existir. Diferente das outras comparações, a influência e o poder, estão
mais o menos relacionados, pois um estado poderoso em condições normais é um estado influente.
Porém destaca o autor que nem sempre estão interligados porque existe circunstãncias em que um não
depende do outro.
O autor considera a última comparação mais importante e conveniente com a situação atual das relações
Internacionais, principalmente numa perspetiva realista. Por isso, começa a debruçar mais
profundamente sobre a questão do poder. Ele define poder sob três aspetos: como atributo, como relação
e como uma propriedade estrutural. Então o poder é um atributo, pois é algo que as pessoas, estados, e
outras entidades têm, e que contribui para a realização de um determinado fim. Para que um estado seja
considerado poderoso – na linguagem internacional como potência, ou ainda superpotência - é
necessário possuir algumas condições. As Condições podem incluir : a capacidade militar, económica,
demográfica, cultural, territorial, cientifica, etc. O nível destes atributos é que determinam o poder do
Estado. Mas os atributos dos Estados só ganham sentido quando relacionadas com a de outros Estados,
pois o poder de um é também determinada em função do outro. Neste aspecto, o poder não é atributo
que pode ser medido, mas a capacidade que uma comunidade independente política tem para fazer com
que uma outra mude de ação, o que o autor designa por poder relacional. Por fim, ele fala de outra
dimensão do poder, o poder estrutural, que destaca a forma como o sistema internacional está
organizado. A maneira como os países, a nível mundial estão posicionados no sistema Internacional,
acaba por condicionar os acontecimentos, e aqueles que possuem melhores condições de ação de acordo
com os resultados da estrutura, são os poderosos.
O autor ainda avança que as relações internacionais são perigosas, pelo facto dos Estados serem egoistas
na busca da sobrevivência e da soberania. Sempre haverá um clima de medo e insegurança no seio
internacional, porque não existe uma autoridade internacional que governa e controla os
comportamentos dos Estados, pois estamos num contexto de anarquia. Perante este clima de
desconfiança, a segurança torna-se um dilema, porque quando os Estados criam medidas de defesa,
acabam por motivar ainda mais a desconfiança de outrem, que por sua vez aumenta as suas capacidades
ofensivas, um “espiral”. O autor defende que os Estados não devem acreditar nas boas intenções dos
outros, porque mesmo que na maioria das vezes haja harmonia internacional, haverá sempre
possibilidades hostis e conclui que a existência do equilibrio do poder é importante na manutencão da
paz mundial. “A questão é que, mesmo num mundo em grande medida composto por Estados que não
têm intenções hostis e que tomam decisões racionais e calculadas sobre o seu lugar no mundo, a
insegurança continua a ser endémica”. Pág. 181 último parágrafo

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