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A infiltração do marxismo cultural no Brasil

Enquanto os EUA viviam Woodstock e a revolução cultural, o Brasil passava por um regime de
exceção, de um governo civil-militar instaurado para evitar a instalação do comunismo no Brasil.
Preocupados, no entanto, em neutralizar as guerrilhas da revolução armada, os militares não se
atentaram para uma outra vertente do socialismo que crescia livremente nas universidades: o
marxismo cultural.
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Enquanto os EUA viviam Woodstock e a revolução cultural, o Brasil vivia um regime de exceção,
de um governo civil-militar que foi instaurado para evitar a instalação do comunismo no Brasil. Em
1964, antes do início do processo mundial de transformações culturais, os militares estavam
preocupadíssimos com a situação do comunismo no Brasil. A Igreja brasileira apoiava os
militares, fazendo diversas manifestações populares contra o comunismo no país. A Igreja
brasileira era conservadora e anticomunista[1].
Apesar de o regime de exceção ser chamado de ditadura, quando comparado às outras
ditaduras da América Latina, vê-se que o regime no Brasil não foi tão violento assim. A
contagem de vítimas de perseguição, feita pelos próprios movimentos esquerdistas, chegou a cerca
de trezentas pessoas, levando em consideração que em diversos momentos o exército se confrontou
com guerrilhas ou se envolveu em confrontos armados. Ao contrário, é notório que a repressão
militar representou o crescimento da cultura comunista no país, pois os militares achavam que
o comunismo que devia ser evitado era o comunismo armado, deixando de lado o comunismo
cultural, chegando até mesmo a subsidiá-lo. O governo militar dava dinheiro para publicações
comunistas. Tal realidade é confirmada pelos próprios marxistas.
Os militares eram liberais e por isso acreditavam que era preciso dar espaço também para a
esquerda. Os militares tinham medo da insurreição armada, dando aos marxistas uma válvula de
escape: as universidades. Os espiões nas salas de aula só verificavam se os professores ensinavam
algo no que diz respeito à revolta armada. Quando isso era comprovado, o indivíduo era levado para
interrogatório e, esporadicamente, torturado. Os militares brasileiros não souberam identificar e
combater o marxismo cultural, mas somente o marxismo armado.
Aproveitando-se dessa situação, alguns autores comunistas passaram a se aproveitar de novelas para
ir, pouco a pouco, apresentando o conteúdo revolucionário para a nação[2]. As novelas (realidade
que ainda hoje continua no Brasil) se prestaram a levar à frente a proposta da escola de Frankfurt de
revolução cultural. Mas, para a população em geral, a grande impressão era a de que as novelas
eram expressão da sociedade capitalista decadente americana e que estavam por destruir o
cristianismo e a família brasileira.
Atualmente, no Brasil, ganha grande exposição nas novelas um dos grandes bastiões da revolução
cultural: a promoção da cultura homossexual. Para que se explique a importância do
homossexualismo no contexto revolucionário é necessário fazer um pequeno resgate histórico e
teórico. Marcuse, percebendo que a revolução marxista não eclodiu através da luta de classes, se
aproveitou de uma realidade característica do ser humano (a inveja), para alimentar um combustível
de revolta. Pierre Bourdieu[3], por sua vez, sistematizou a revolta no conceito de excluído[4],
que foi criado para promover a questão da inveja. Aí entram os homossexuais[5], pois o seu desejo
de igualdade com os heterossexuais os leva constantemente à revolta.
Seguindo fielmente esta cartilha, as novelas brasileiras tem buscado apresentar a cultura
homossexual principalmente pela exploração do lesbianismo, uma vez que os grandes opositores do
homossexualismo, os homens heterossexuais, aceitam mais facilmente o relacionamento entre duas
mulheres do que o relacionamento entre dois homens. O machismo do brasileiro é o maior
empecilho para a aceitação do homossexualismo neste país[6].
Os que pensam a revolução cultural sabem que seu trabalho deve ser feito de forma lenta,
gradual, dando a impressão de naturalidade, ou seja, dando a impressão de que a sociedade
caminha assim naturalmente. O marxismo cultural, no Brasil, já conseguiu a hegemonia cultural e
da mídia. Pela política da dominação de espaços, já dominaram a classe falante (jornalistas,
cineastas, psicólogos, padres, juízes, políticos, escritores) que é formada no pensamento do
marxismo cultural. Não existe nenhuma universidade brasileira que seja exceção... principalmente
as católicas.
Tudo isso é fruto de um descaso histórico dos conservadores[7], que permitiu que o marxismo
cultural tomasse conta das universidades. Em qualquer curso universitário é possível constatar
tal realidade através de um ódio frontal e fundamental ao cristianismo, aos valores cristãos e
mais especificamente ao catolicismo tradicional. E o que se vê é que a classe falante
revolucionária, apesar de ser minoria, domina hegemonicamente os meios de produção da cultura,
enquanto a maioria de brasileiros mudos, conservadores em muitos aspectos, não tem
representação, imaginando que seu posicionamento é compartilhado por poucos[8].

Referências
1. Com relação à Igreja no Brasil, a mudança no panorama se deve, em grande parte, à
Teologia da Libertação, mas também por influência do Concílio Vaticano II. Porém, a
realidade eclesial será abordada com maior clareza em outro momento. Esta aula se dedicará
à análise dos acontecimentos civis.
2. Dias Gomes, por exemplo, transpôs para as novelas a mentalidade marxista. Através de suas
obras, aproveitando-se do liberalismo militar e do liberalismo capitalista de Roberto
Marinho, fomentou a aceitação do divórcio na sociedade brasileira. Na sua mais famosa
novela, Roque Santeiro, apresentou uma caricatura da Igreja, apresentada como uma farsa,
mostrando que estaria interessada somente no dinheiro e na opressão dos pobres.
3. Sociólogo francês.
4. Na realidade, tal conceito nasceu de um pensamento marxista. Foi um termo cunhado para
explorar a inveja como combustível capaz de eclodir uma revolução. O combustível da
inveja é capaz de produzir uma revolta. Os acontecimentos de protestos nas bolsas de
valores no mundo inteiro, por exemplo, não é outra coisa que simplesmente fruto da inveja:
as pessoas querem ter mais. Nunca houve uma sociedade que possuísse tanto, mas que ao
mesmo tempo fosse tão infeliz.
5. Existe algo de muito inquietante no homossexualismo por sua própria natureza, pois ele está
numa situação em que sua própria opção de vida sexual o coloca contra a realidade biológica
da ordem das coisas. Querem igualdade, organizam passeatas, mas não existe ideologia
nesse mundo que consiga tal intento, pois a estrutura da realidade não é de acordo com o que
estão querendo ou exigindo. Não existe ideologia no mundo que consiga mudar o fato de
que de uma união homossexual não irá produzir fruto. Exatamente por isso o movimento
homossexual é um dos mais utilizados para quebrar a ordem das coisas.
6. A tática revolucionária, porém, é bastante simples: se é possível aceitar o relacionamento
homossexual entre duas mulheres, qual a razão de ainda serem criadas barreiras para a
aceitação do relacionamento homossexual entre dois homens?
7. Tanto no que diz respeito aos militares, quanto à elite capitalista brasileira e à própria Igreja.
8. Tal característica conservadora da população brasileira ainda pode ser comprovada numa
análise encomendada por um grande jornal que mostrou que 70% da população brasileira
ainda tinha posições conservadoras em questões morais (não aceitação do aborto, não
aceitação do casamento gay, defesa da indissolubilidade do matrimônio, do valor da
castidade e da virgindade, da pena de morte, contra a liberação das drogas).

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