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01) Quanto ao uso das palavras em Língua Portuguesa:

I. A mulher por que (POR QUEM) (PELA QUAL) (POR QUAL) luto não me
ama.
II. Dar (EXECUTAR) um salto na minha vida é preciso.
III. Ela não ama a mim.
IV. Esta (AQUELA) mulher está (PERMANECE, FICA) num mal-estar
tremendo.

Quais estão certas?

A) I, II, III e IV.


B) III, IV e II.
C) IV, III e I.
D) I, III IV.
E) II, IV e I.

02) Considerando a frase: “Estar (FICAR, PERMANECER) com você é dá


(DAR) uma chance ao que a (HÁ, EXISTE) de mau (BOM) em mim de ir
embora.” Quantos ERROS existem nesse período?

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.

03) A gente, eu e minha esposa, entra em discussão e derrepente não sabe lhe
dar com a situação concerteza!

Quantas palavras estão ERRADAS na frase acima?

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.

04) Sem _____, meus pais ficarão _____ sossegados, _____ _____ sabem
eles que _____ amam.
Preencha corretamente os espaços vazios com as seguintes palavras.

A) mim – mas – mais – mau – mim.


B) me – mais – mas – mau – me.
C) mim – mas – mas – mal – me.
D) me – mais – mas – mau – mim.
E) mim – mais – mas – mal – me.

05) Quanto à grafia correta da Língua Portuguesa:

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I. A expressão COM CERTEZA é escrita somente assim separada.
II. AGENTE junto é aceito em certas circunstâncias em nossa língua.
III. A forma DERREPENTE não existe em Língua Portuguesa.
IV. ESTA MULHER ESTÁ MENAS GORDA QUE EU. Nessa frase, existe a
possibilidade da palavra MENOS ficar na forma feminina concordando com a
palavra mulher que também está no feminino.

Quais estão certas?

A) II, III e IV.


B) I, III, IV.
C) II e III.
D) I, II e III.
E) I, II e IV.

06) _____ você vai embora? Não sei _____ você vai embora, sério! Não
entendo o _____. Me responda: você vai embora, _____?

Marque a alternativa em que tenhamos uma declaração verdadeira.

A) Temos dois porquês juntos e dois separados sem acento.


B) Temos três porquês separados e um junto acentuado.
C) Temos um porquê separado e três juntos com acento.
D) Todos os porquês são separados e sem acento.
E) Todos os porquês são juntos e sem acento.

07) A mulher estar na sala de esta com aquela mulher, mais mau sabe que
estar esta com mas intenções.

Quantas palavras sublinhadas estão CERTAS?

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) Todas.
E) Nenhuma.

08) Sabemos que a utilização do A (sem agá) e do HÁ (com agá) traz bastante
muita confusão. Em qual alternativa, temos um ACERTO quanto a esse uso?

A) Há mim, ninguém me engana.


B) A tempos que ninguém me engana.
C) Daqui a pouco, alguém há de me enganar.
D) Eu há amo muito.
E) Nós indiferentes há tudo.

09) O _____ de segurança foi com _____ ver o filme do _____ 007, e _____
curtiu muito!

Preencha corretamente os espaços.

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A) agente – a gente – agente – a gente.
B) agente – agente – a gente – a gente.
C) a gente – agente – a gente – agente.
D) a gente – a gente – agente – agente.
E) a gente – a gente – a gente – a gente.

10) Tu gostas, _____ não _____ amas. _____ chance que eu vou _____, tu
não irás aproveitar.

A) mais – mim – estar – dá.


B) mas – me – esta – dar.
C) más – mim – está – da.
D) mais – mim – está – dá.
E) mas – me – estar – dar.

11) Assinale a opção em que todas as palavras estão grafadas de acordo com
as regras do Novo Acordo Ortográfico.
A) lingüiça, enjôo, leem, heroico.
B) cinquenta, creem, voo, assembleia.
C) abençôo, feiura, seqüestro, lêem.
D) dêem, paranoico, cinquenta, ideia.
E) heróico, linguiça, feiúra, abençoo.

12) A cigarra começa a cantar assim que a primavera a desperta.


Nas suas quatro ocorrências do período acima, a palavra “a” classifica-se,
respectivamente:
A) artigo, preposição, artigo, pronome.
B) artigo, pronome, preposição, pronome.
C) pronome, artigo, pronome, artigo.
D) artigo, pronome, preposição, artigo.
E) artigo, preposição, pronome, artigo.

13) Assinale a única alternativa cuja sequência completa correta corretamente


as lacunas da questão enumerada:

Pedro e João ..... entraram em sua casa, perceberam que as coisas não
estavam bem, pois sua irmã caçula escolhera um .... momento para comunicar
os pais que iria viajar nas férias; ..... seus dois irmãos deixaram os pais .....
sossegados quando disseram que a jovem iria com as primas e a tia.

A) mau, mal, mais, mas.


B) mal, mal, mais, mas.
C) mal, mau, mas, mais.
D) mal, mau, mas, mas.
E) mau, mau, mas, mas.

14) Tive um _____ ______, assim que vi o ______ de saúde, pois quando ele
prometeu visita, eu não esperei por ele, ______ ele ______ perdoou.

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A) mau – esta – a gente – mais – mim.
B) mal – estar – a gente – más – me.
C) mau – está – agente – mais – mim.
D) mal – estar – a gente – más – mim.
E) mal – estar – agente – mas – me.

15) Preencha corretamente as lacunas da seguinte frase:


____ menina ____ ótima, ela acha que ____ com você é muito saudável.

A) Está – está – estar.


B) Esta – está – estar.
C) Está – estar – está.
D) Estar – esta – está.
E) Estar – esta – estar.

16) _______ estou triste? Estou triste, _______? Você não sabe realmente o
motivo _______ estou triste? O _______ de eu estar triste é você!

PORQUE / POR QUE / PORQUÊ / POR QUÊ:

POR QUE EU ESTOU AQUI?


(ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE CAUSA)

EU ESTOU AQUI, POR QUÊ?


(ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE CAUSA)

A MULHER POR QUE EU LUTO É MARAVILHOSA.


(PRONOME RELATIVO) POR QUE – PELA QUAL, PELO QUAL, PELOS
QUAIS, PELOS QUAIS.

NÃO SEI O PORQUÊ DE VOCÊ ESTAR ASSIM.


(SUBSTANTIVO)

A) Porque – por quê – porque – porquê.


B) Por que – por quê – por que – porquê.
C) Porque – porquê – porque – porquê.
D) Por que – por quê – por que – por quê.
E) Porquê – porquê – por que – por que.

17) Na pergunta “Existem formas de tornar a linguagem corporativa mais


atrativa?”, a forma verbal no plural obedece às regras de concordância. Analise
as alternativas abaixo, observando se a concordância está de acordo com as
regras para o padrão formal culto da língua.

1. Haverá formas de tornar a linguagem corporativa mais atrativa?


2. Têm formas de tornar a linguagem corporativa mais atrativa?
3. Possuem formas de tornar a linguagem corporativa mais atrativa?

Está(ão) correta(s):

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A) 2, apenas.
B) 1, apenas.
C) 3, apenas.
D) 1 e 2, apenas.
E) 1, 2 e 3.

18) I. MAS (PORÉM) – II. MAIS (MENOS) – III. MÁS (BOAS).

MAS (PORÉM, ENTRETANTO, CONTUDO, TODAVIA)


CONJUNÇÃO (PALAVRA QUE LIGA VERBOS)
ADVERSATIVA (OPOSIÇÃO, CONTRADIÇÃO

ELA ESTÁ COM TUDO EM DIA.


ELA ESTÁ COM MEDO, CONTUDO CONTINUARÁ A VIDA.

TODA VIA (TODO CAMINHO, TODA ESTRADA) ESTÁ INTERDITADA.


ELA ESTÁ COM MEDO, TODAVIA CONTINUARÁ A VIDA.

MAIS (MENOS) – ADVÉRBIO DE INTENSIDADE.


VOCÊ É MAIS (MENOS) BONITO DO QUE EU.
EU QUERO MAIS (MENOS)
BIL É DEMAIS.

MÁS (BOAS) – ADJETIVO (CARACTERIZAR O SUBSTANTIVO)


ELAS SÃO MENINAS MÁS. (BOAS)
ELE TEVE ATITUDES MÁS. (BOAS)
EU NÃO TENHO MÁS (BOAS) INTENÇÕES COM SUA FILHA.

a) Quanto MAIS exercícios MAIS você aprende.


b) Eu gosto de Bil, ___ ele é muito exigente.
c) Elas são meninas ____.
d) Os meninos de ontem tinham intenções ____
e) Bil é demais.
f) Eu sou ___ bonito que todo mundo.

19) I. MAL (BEM) – II. MAU (BOM)


a) Eu vi o Lobo ____.
b) ___ chegou, já foi embora.
c) Eu estou com um mal-_____.
d) Ele tem um _____ comportamento.
e) Bil é o _____ encarnado.

20)
I. DAR (ENTREGAR, OFERECER)
II. DÁ (ENTREGA, OFERECE, PERTENCE)
III. DA (DE + A).

A) VOU ___ UM ABRAÇO EM VOCÊ.


B) ELA ____ MUITO TRABALHO A SEUS PAIS.

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C) ELA É DE MAMÃE.
D) ____ ALEGRIA AOS OUTROS É MINHA PROFISSÃO.
E) ESSE CARRO É ___ SUA MÃE?

21) PERCA (VERBO PERDER) – PERDA (SUBSTANTIVO)

A) QUE EU ______! POUCO ME IMPORTA.


B) A ______ DA MINHA MÃE ME CAUSOU MUITA TRISTEZA.
C) QUERO QUE VOCÊ ______ A COMPETIÇÃO.
D) NINGUÉM PODE AVALIAR A MINHA ______.
E) ELA FOI A ______ MAIOR QUE TIVE.

22) LIDAR (VERBO) – LHE DAR (PRONOME + VERBO DAR)

A) NÃO SEI ______ COM ISSO NA MINHA VIDA.


B) BIL VAI ______ UM PRESENTE HOJE.
C) NÓS VAMOS ______ O QUE VOCÊ QUISER.
D) ______ COM VOCÊ SERÁ MINHA PRIORIDADE.
E) ______MEU AMOR FOI MEU ERRO.

23) VIAGEM (SUBSTANTIVO) – VIAJEM (VERBO)


A) MINHA ______ FOI MUITO BOA.
B) VOU FAZER A ______ DOS MEUS SONHOS.
C) QUE ELES ______ AGORA.
D) NÃO PERCAM TEMPO, ______ AGORA!
E) NOSSA ______ FOI ANGUSTIANTE.

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Texto 1 – Futebol de rua
Luís Fernando Veríssimo

Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. (I) Mas existe um tipo de


futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do
futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã
em jogo noturno. (II) Se você é homem, brasileiro e criado em cidade, sabe do
que eu estou falando. (III) Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de
senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel
as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim:
DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma
bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como
uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá
correndo para se queixar em casa. (...)
DAS GOLEIRAS – As goleiras podem ser feitas com, literalmente, o que estiver
à mão. Tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, os livros da escola, a
merendeira do seu irmão menor, e até o seu irmão menor, apesar dos seus
protestos. (IV) Quando o jogo é importante, recomenda-se o uso de latas de
lixo. Cheias, para aguentarem o impacto. (...)
DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua,
calçada, rua e a calçada do outro lado e – nos clássicos – o quarteirão inteiro.
O mais comum é jogar-se só no meio da rua.
DA DURAÇÃO DO JOGO – (V) Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier
primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a
polícia.
DO JUIZ – Não tem juiz.
(...)
DAS SUBSTITUIÇÕES – Só são permitidas substituições:
a) No caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a
lição.
b) Em caso de atropelamento.
DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando.
DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o Futebol de
Verdade (que é como, na rua, com reverência, chamam a pelada), mas com
algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa,
para onde fugiu gritando por socorro. É permitido entrar na área adversária
tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner*.
DAS PENALIDADES – A única falta prevista nas regras do futebol de rua é
atirar um adversário dentro do bueiro. É considerada atitude antiesportiva e
punida com tiro indireto.
DA JUSTIÇA ESPORTIVA – Os casos de litígio serão resolvidos no tapa.
*córner = escanteio
(Publicado em Para Gostar de Ler. v.7. SP: Ática, 1981)

Texto II: Sapato maluco.

Quando criou O Menino Maluquinho, Ziraldo inspirou-se na própria


infância. Em Caratinga (Minas Gerais), onde nasceu, o garoto era tão
espevitado que ganhou dos colegas o apelido de "Bala Perdida".

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"Eu era muito agitado, é o que hoje as pessoas chamam de hiperativo",
relembra o escritor. Ele nasceu em 1932 e completou 80 anos no mês
passado. É o mais velho de sete irmãos. Seu nome veio da mistura do nome
da mãe (Zizinha) com o do pai (Geraldo). Os pais ganhavam pouco dinheiro.
Ele tinha apenas um par de sapatos. Quando um estragava e ia para o
conserto, ele andava pelas ruas com um pé calçado e o outro descalço.
Também quase não ganhava brinquedos. "Mas eu não percebia isso.
Era uma criança muito feliz."
A diversão de Ziraldo era ficar na rua com amigos. Adorava brincar de
pique-esconde, soldado e pião.
Em casa, eram raros os castigos. O pai era muito carinhoso. Gostava de
brincar, pentear os cabelos e arrumar os filhos. Quando sobrava dinheiro,
Geraldo comprava livros para eles.
Ziraldo adorava as histórias do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", de Monteiro
Lobato, e os gibis do Batman e do Super-Homem. Em 1939, começou a
Segunda Guerra. A família de Ziraldo acompanhava o conflito pelo rádio. Ele
tinha medo de que uma bomba caísse em Caratinga.
Felizmente, isso nunca aconteceu. O que realmente deixava a
sossegada Caratinga em pânico era o travesso Ziraldo.
Uma de suas brincadeiras prediletas era pegar uma gravata do pai,
enchê-la de areia, amarrar um fio de linha e colocá-la na rua. Quando alguém
passava, ele puxava o fio. Pensando que a gravata era uma cobra, as pessoas
levavam um baita susto.

(Marco Rodrigo Almeida – Folha de São Paulo, 10.12.2012.)

Texto III: A bola.

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que


sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial
de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os
garotos dizem hoje em dia quando não gostam do presente ou não querem
magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
– Como é que liga? - perguntou.
– Como, como é que liga? Não se liga. O garoto procurou dentro do papel de
embrulho.
– Não tem manual de instrução? O pai começou a desanimar e a pensar que
os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
– Não precisa manual de instrução.
– O que é que ela faz?
– Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
– O quê? – Controla, chuta...
– Ah, então é uma bola.
– Claro que é uma bola.
– Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
– Você pensou que fosse o quê?
– Nada, não.
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o
encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles

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de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos
disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo
tempo em que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo.
Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O pai
pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola
no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
– Filho, olha.
O garoto disse "Legal", mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou
a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de
couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa
ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

(Luís Fernando Veríssimo – Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro,


Objetiva, 2001. P. 41.)

Texto IV – Socorro.

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era
cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para
cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou
mais forte ainda. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar,
desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite
chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e
na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse
cheio de pipilos e coaxares naturais do mato. Só pouco depois da meia-noite é
que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os
passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o
que havia: “O que é que há?”
O coveiro então gritou desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou
com um frio terrível!” “Mas coitado” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda razão
de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”
E, pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

Moral da história: Nos momentos difíceis, veja bem a quem você pede
ajuda.

FERNANDES, Millôr. Socorro. Fábulas fabulosas. 5 ed. Rio de Janeiro,


Nórdica, 1977. p. 13.

TEXTO V - VELHAS HISTÓRIAS, OUTRAS HISTÓRIAS.

Foi por pouco. Se frei Lourenço chegasse um segundo mais tarde,


Romeu teria cometido um desatino, tal seu desespero ao contemplar Julieta
morta. “Espere, meu rapaz”, disse o frei, espavorido. “Não é o que estás
pensando. Apenas, dei-lhe uma droga para fingir-se de morta, um produto
muito eficaz. Romeu mudou do desespero ao júbilo. “Ó, meu anjo de luz”, dizia.
“Abre os olhos, e eles hão de brilhar tanto que as estrelas do céu serão

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humilhadas como uma vela diante do sol”. Julieta ao poucos despertou. “Ó,
meu amado”, disse. “O tesouro de meu amor é tamanho que nem posso contá-
lo.” Cai o pano. Longe das intrigas de Verona e das rivalidades familiares, os
enamorados retomarão a paixão que os abrasa.” (...)

(Roberto Pompeu de Toledo. Fragmento de ensaio publicado na Revista Veja –


edição 1731 de 19.12.01).

TEXTO VI – Compadre.

Adamastor estava numa grande loja para fazer um cartão de crédito, e a


atendente pediu a ele referências pessoais. Adamastor deu, como uma das
referências, o compadre Felisberto.
A atendente liga para a casa de Felisberto:
- Alô, Seu Felisberto, quem fala é a atendente da loja (...), e eu gostaria de
confirmar as informações acerca do senhor Adamastor, tudo bem?
- Adamastor, meu irmão, claro que eu o conheço. Vê se não é ele: orelhas
asininas, olhos ictíicos, nariz alectório, pele ebúrnea e tem uma cicatriz na
região cervical. É paulistano e trabalha no período vespertino. Seu único
problema é a mulher hierosolimita que logo, logo vai deixá-lo num estado senil,
sim, porque aquela mulher tem um jeito viperino. Fora isso, ele é uma boa
pessoa.
- Muito obrigada pelas informações, Seu Felisberto, o senhor foi muito...
“esclarecedor”!
- Oxe, a mulher desligou... Eu, hein!

MORAES, Willian. Professor de Língua Portuguesa.

TEXTO VII - Os Camundongos em conselho.

Um dia os camundongos se reuniram para decidir a melhor maneira de


lutar contra o inimigo comum, o gato. Discutiram horas seguidas, sem
encontrar um bom plano.
Afinal, um ratinho pediu a palavra e falou:
– Sabemos que o grande perigo é quando o gato se aproxima tão
mansamente que não percebemos sua presença. Proponho que se coloque um
guizo no pescoço do gato. Graças ao barulho do guizo, saberemos da
aproximação do gato, e teremos tempo para fugir.
Todos aplaudiram a ideia brilhante. Mas um ratinho mais experimentado
pediu também a palavra e disse: – A ideia é muito boa. Mas quem vai pendurar
o guizo no pescoço do gato? MORAL: É mais fácil falar do que fazer.

Fábula de Esopo. Disponível


em˂ttp://www.contandohistoria.com/camundongosemconselho.htm˃. Acesso
em 04out2013.

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TEXTO VII - O porquinho.

Um homem tinha uma fazenda e lá havia um lindo porquinho. Um dia o


fazendeiro resolveu levar o porquinho para dentro de casa. Deu banho, passou
perfume, colocou laço de fita. O porquinho ficou lindo e cheiroso, mas o
fazendeiro teve que ir à cidade fazer compras. Quando voltou para casa, sabe
onde o porquinho estava? No chiqueiro de novo, todo sujo, enlameado, e
quando o fazendeiro perguntou ao porquinho por que ele voltou ao chiqueiro.
Sabe o que ele disse? “Porque aqui é o meu lugar”.

Moral da história: ninguém foge à sua natureza.

Willian Moraes.

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