A aula inicia com a contradição entre doenças e sofrimentos ou problemas
psicológicos. E então começa a se falar sobre o modelo médico para as psicopatologias,
com um pequeno exemplo sobre a gripe e entidade nosológica, as doenças tem caráter universal e isso não depende de limites culturais, é possível diferenciar claramente o que é doença e o que é saúde, e o diagnóstico é baseado em critérios técnicos e então é aplicado uma droga para supressão dessa doença e a pessoa venha a se curar. Enfermidades psicológicas não escampam desse sistema, a depressão/ansiedade sendo a categoria que agrupamos certos sintomas, no entanto não há uma entidade nosológica. Isso é adequado para a compreensão dos problemas psicológicos? Então para isso nós precisamos analisar aqueles critérios acima, universidalide, critérios técnicos, diferenciação entre saúde x doença etc. Isso remete ao erro de categoria estudado em fundamentos. A medicação entra para agir nos sintomas, isso a ameniza a intensidade de cada sintoma da categoria depressão/ansiedade/transtornos. Todo comportamento aprendido seja ele considerado normal ou patológico, segue os mesmos princípios de aprendizagem; a diferença entre ambos não é intrínseca ao comportamento. Há certas perguntas que norteiam a discussão sobre medicalização, será que ela pode atuar como uma forma de eliminação do sofrimento psíquico e instaurar a felicidade? Inicia-se com a discussão sobre medicalização. Nem sempre é um termo bem definido, por poderem ser compreendidos de diferentes formas no processo complexo entre saúde e sociedade. Porém, ela é melhor entendida como um fenômeno que é apropriado pela medicina em seus conceitos, costumes e práticas, não é um processo recente. Quando a lógica médica assume certos âmbitos da vida que são rejeitados socialmente, e atuando para a modificação de comportamentos e condições que não remete a doença, isso perpetua a impregnação da medicalização e da cultura médica. “A profissão médica é uma profissão de especialistas que possuem o monopólio sobre qualquer coisa que possa ser conceitualizada como doença, dai ele ter o domínio sobre conhecimentos do corpo, isso não o faz ter o mesmo domínio em outros aspectos da vida humana e que fogem aos conhecimentos médicos. O fenômeno da medicalização não é sinônimo de medicar, ou ministrar remédios, compreendo-lo como uma cultura monopolizada pela área médica, uma vez cabendo a determinada área o monopólio do saber sobre determinados fenômenos, nos tornamos reféns de um tipo específico de intervenção, o empoderamento de voz de uma classe do saber em detrimento de outros saberes. Ele tem lidado com comportamentos que são completamente esperados na vida humana, e aquilo que ultrapassa certa métrica começa ser considerado patológico, exemplo do luto. Ou seja, obtendo o controle de fenômenos comuns relacionados a vida humana.