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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CÁLCULO II - PROJETO NEWTON

AULA 12

Assuntos: Derivadas Parciais

Palavras-chaves: derivada, derivadas parciais, diferenciabilidade

Derivadas Parciais (continuação)

∂f ∂f
Exemplo 1 Determine as derivadas parciais (x, y) e (x, y) da função dada
∂x ∂y

x
1. f (x, y) =
ex2 +y2

Em relação a x temos:

2
+y 2 2
+y 2 0
∂f (x)0 ex − x(ex )
(x, y) = x2 +y 2
∂x (e )2
2
+y 2 2 2
1.ex − x.ex +y .2x
=
(e 2 +y2 )2
x
2 
+y 2
(1 − 2x2 ).
ex
=
(ex2 +y2 )2
1 − 2x2
=
ex2 +y2

Em relação a y :
0
z}|{ 2 2 2 2
∂f (x)0 ex +y − x(ex +y )0
(x, y) =
∂y (ex2 +y2 )2
2 
+y 2
−x.ex .2y
=
(ex2 +y2 )2
−2xy
=
ex2 +y2

2. f (x, y) = arctan(xy)
Em relação a x:

∂f 1
(x, y) = (xy)0
∂x 1 + (xy)2
1
= y
1 + (xy)2
y
=
1 + (xy)2

Em relação a y :

∂f 1
(x, y) = (xy)0
∂y 1 + (xy)2
1
= x
1 + (xy)2
x
=
1 + (xy)2
 
x
Exemplo 2 Verique que a função f (x, y) = x sin satisfaz
y

∂f ∂f
x +y =f
∂x ∂y

Resolução: Temos que:

   
∂f x x 1
(x, y) = sin + x. cos .
∂x y y y
   
x x x
= sin + cos
y y y

Por outro lado:

x2
     
∂f x x x
(x, y) = x. cos . − 2 = − 2 cos
∂y y y y y

Assim, teremos:

 !
x2
    
∂f ∂f x x x x
x (x, y) + y (x, y) = x sin + cos + y − cos
∂x ∂y y y y y2 y
x2  x2
     
x x x
= x sin + cos
 − cos

y y y y y
   
x
= x sin = f (x, y)
y

Portanto:

2
∂f ∂f
x +y =f
∂x ∂y

∂f ∂f
A expressão x +y = f é um exemplo de equação diferencial parcial
∂x ∂y

Exemplo 3 Encontre a função f (x, y) que satisfaz:

 ∂f 1
 = 2xy 3 − √
∂x x








∂f
= 3x2 y 2 − 10y



 ∂y





f (4, 2) = 5.

∂f 1
Resolução: Se = 2xy 3 − √ , então:
∂x x

Z  
31
f (x, y) = 2xy − √ dx
x

= x2 y 3 − 2 x + ϕ(y)

em que ϕ(y) é uma função apenas da variável y . Portanto:

∂f
= 3x2 y 2 + ϕ0 (y)
∂y

∂f
Mas, já temos que = 3x2 y 2 − 10y , logo:
∂y

2
3x
 y 2 − 10y =  y 2 + ϕ0 (y)
2
3x
ϕ0 (y) = −10y ⇒
ϕ(y) = −5y 2 + k

onde k é uma constante. Portanto


f (x, y) = x2 y 3 − 2 x − 5y 2 + k

Como f (4, 2) = 5, segue que:


f (4, 2) = 42 . − 2 4 − 5.22 + k ⇒
5 = 128 − 4 − 20 + k ⇒
5 = 104 + k ⇒
k = −99

3

Portanto, f (x, y) = x2 y 3 − 2 x − 5y 2 − 99.

Sejam f (x, y) uma função e p0 = (x0 , y0 ) um ponto interior de Df , isto é, um ponto para o qual existe
uma bola aberta Br (p0 ) contida em Df .

Logo existe um intervalo aberto I tal que os pontos da forma (x, y0 ), com x ∈ Df , estão em Df .

Consideremos a função g(x), de uma variável, dada por:

g(x) = f (x, y0 ) com x ∈ I

∂f
Sabemos que (x0 , y0 ) = g 0 (x). Portanto
∂x

∂f g(x) − g(x0 )
(x0 , y0 ) = lim
∂x x→x 0 x − x0

Logo,

∂f f (x, y0 ) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim
∂x x→x0 x − x0

Fazendo a seguinte mudança de variável nesse limite, teremos:


(
h = x − x0
x → x0 ⇒ h → 0

obtemos:

4
∂f f (x0 + h, y0 ) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim
∂x h→0 h

Essas são as duas fórmulas para o cálculo da derivada parcial de f (x, y) em relação a x. Procedendo de
maneira análoga, temos que as fórmulas para o cálculo da derivada parcial de f (x, y), em relação a y , são
dadas por:

∂f f (x0 , y) − f (x0 , y0 ) f (x0 , y0 + k) − f (x0 , y0 )


(x0 , y0 ) = lim = lim
∂y y→y0 y − y0 k→0 k

Há casos em que, para cálculo das derivadas parciais de f (x, y) em relação em um ponto (x0 , y0 ), temos
que usas essas fórmulas.

Calcule as derivadas parciais de f (x, y) = x2 + y 2 em (x, y) 6= (0, 0) e em (0, 0)


p
Exemplo 4

Resolução: Para (x, y) 6= (0, 0), temos:

∂f 1 x
(x, y) = p 2x = p
∂x 2 x2 + y 2 x2 + y 2
∂f 1 y
(x, y) = p 2y = p
∂y 2 x2 + y 2 x2 + y 2

∂f ∂f ∂f ∂f
Observamos que não podemos usas essas expressões de e para calcularmos (0, 0) e (0, 0).
∂x ∂y ∂x ∂y
Assim, para estas, devemos utilizar as fómulas anteriores.

∂f f (x, 0) − f (0, 0) x2 |x|
(0, 0) = lim = lim = lim
∂x x→0 x−0 x→0 x x→0 x

∂f
Esse limite não existe. Portanto, não existe (0, 0). Temos também que:
∂x
p
∂f f (0, y) − f (0, 0) y2 |y|
(0, 0) = lim = lim = lim
∂y y→0 y−0 x→0 y x→0 y

∂f
Logo, (0, 0) também não existe.
∂y

Concluímos que a função f (x, y) = x2 + y 2 não possui derivadas parciais em (0, 0).
p

 x
∂f  p se (x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = x + y2
2
∂x 
não existe se (x, y) = (0, 0)
 y
∂f  p se (x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = x + y2
2
∂y 
não existe se (x, y) = (0, 0)

5
Observamos que (0, 0) é um ponto interior de Df e que f (x, y) é contínua em (0, 0). Isso mostra que a
continuidade de uma função f (x, y) em um ponto (x0 , y0 ) não implica na existência das derivadas parciais de
f (x, y) nesse ponto.

∂f ∂f
f é contínua em (x0 , y0 ) 6⇒ existem (x0 , y0 ) e (x0 , y0 )
∂x ∂y

Exemplo 5 Calcule as derivadas parciais da função

x3 − y 2

 se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x2 + y 2
0 se (x, y) = (0, 0)

Resolução: Seja (x, y) 6= (0, 0). Então:

∂f 3x2 (x2 + y 2 ) − (x3 − y 2 )2x


(x, y) =
∂x (x2 + y 2 )2
3x4 + 3x2 y 2 − 2x4 + 2xy 2
=
(x2 + y 2 )2
x4 + 3x2 y 2 + 2xy 2
=
(x2 + y 2 )2

∂f
Vamos agora calcular (0, 0):
∂x

x3 −02
∂f f (x, 0) − f (0, 0) x2 +02 −0 x
(0, 0) = lim = lim = lim = lim 1 = 1
∂x x→0 x−0 x→0 x x→0 x x→0
Portanto,

x4 + 3x2 y 2 + 2xy 2

∂f  se (x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y 2 )2
∂x
1 se (x, y) = (0, 0)

∂f
Calculemos (x, y), para (x, y) 6= (0, 0):
∂y

∂f −2y(x2 + y 2 ) − (x3 − y 2 )2y


(x, y) =
∂y (x2 + y 2 )2
−2x2 y
−2y
3
− 2x3 y + 2y3
= 2 2 2
(x + y )
2
2x y(1 + x)
= − 2
(x + y 2 )2

∂f
Agora calculemos (0, 0):
∂y

03 −y 2
∂f f (0, y) − f (0, 0) 02 +y 2 −0 1
(0, 0) = lim = lim = lim −
∂y x→0 y−0 x→0 y x→0 y

6
∂f
Esse limite não existe. Logo não existe (0, 0). Portanto:
∂y

2x2 y(1 + x)

∂f  − se (x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y 2 )2
∂y
não existe se (x, y) = (0, 0)

Derivadas Parciais de funções de três ou mais variáveis

Seja f (x, y, z) uma função de três variáveis reais a valores reais e (x0 , y0 , z0 ) um ponto interior de Df .
Consideremos a função g(x) = f (x, y0 , z0 ). A derivada da função g em x0 é a derivada parcial de f , em
∂f
relação a x, em (x0 , y0 , z0 ) e é indicada por (x0 , y0 , z0 ). Portanto,
∂x

∂f
(x0 , y0 , z0 ) = g 0 (x0 )
∂x
Logo,

∂f f (x, y0 , z0 ) − f (x0 , y0 , z0 ) f (x0 + h, y0 , z0 ) − f (x0 , y0 , z0 )


(x0 , y0 , z0 ) = lim = lim
∂x x→x0 x − x0 h→0 h

Analogamente denimos as derivadas parciais de f , em relação a y e em relação a z

∂f f (x0 , y, z0 ) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim
∂y y→y0 y − y0
∂f f (x0 , y0 , z) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim
∂z z→z0 z − z0

De maneira análoga denimos derivadas de funções com mais de três variáveis

Exemplo 6 Calcule as derivadas parciais da função dada

1. f (x, y, z) = x4 y 2 z − xz 3 + y 2 z − 3z

Teremos então que:

∂f
(x, y, z) = 4x3 y 2 z − z 3
∂x
∂f
(x, y, z) = 2x4 yz + 2yz
∂y
∂f
(x, y, z) = x4 y 2 − 3xz 2 + y 2 − 3
∂z

2. f (x, y, z, w) = x2 ln(y 2 + z 4 + w6 )

Temos que:

7
∂f
(x, y, z, w) = 2x ln(y 2 + z 4 + w6 )
∂x

∂f 2x2 y
(x, y, z, w) = 2
∂y y + z 4 + w6

∂f 4x2 z 3
(x, y, z, w) = 2
∂z y + z 4 + w6

∂f 6x2 w5
(x, y, z, w) = 2
∂w y + z 4 + w6

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