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Psicopatas do Cotidiano.

Transtorno de Personalidade

A maioria de nós imagina que psicopatas são sinônimos de assassinos,


criminosos sem escrúpulos, mas estamos enganados pois apenas uma pequena
minoria corresponde a essa relação Psicopata x Assassino/criminoso.

Convivemos uma boa parte de nossas vidas com psicopatas em nosso dia a dia,
no trabalho, e mesmo na nossa família. Essas pessoas são desprovidas de
empatia, e tem um alto poder de manipulação e não medem esforços para
atingir seus objetivos mais íntimos.

Compreender um pouco sobre esses perfis Psicopatas, pode nos ajudar em


nossa convivência social, nos fazendo compreender melhor a lidar com atitudes
incompreensíveis sob nossa ótica e entendimento

A psiquiatra Katia Mecler , escreve me seu Livro , “Psicopatas do Cotidiano”


“Como reconhecer, como conviver, como se proteger “, uma abordagem
inteligível e assertiva sobre os transtornos de personalidade
Katia Mecler Psiquiatra, coordenadora do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira
de Psiquiatria e preceptora da residência médica em Psiquiatria Forense da UFRJ.

Se você é como eu, interessado em olhar um pouco mais profundamente o


assunto sobre “Transtornos de Personalidade” , essa leitura é um presente e
muito recomendada.

Boa leitura,

Sangue Bom
(Célio Cataldi)
Sinopse:

“Diz o ditado que de perto ninguém é normal. E, de fato, basta parar um minuto
para observar o seu entorno e você vai identificar aquela pessoa que é instável
demais, outra que é inflexível demais, outra ainda que é teatral ou insegura ou
arrogante ou submissa… Os desvios são muitos, e estão sempre à nossa volta. Às
vezes são apenas características individuais, que não preenchem critérios para
diagnóstico psiquiátrico algum, mas outras vezes são comportamentos repetitivos,
peculiares e disfuncionais que causam danos físicos e psicológicos às próprias
pessoas ou para aquelas que estão ao seu redor.
Este livro identifica estes que são os psicopatas do cotidiano e explica em detalhes
as características que levam essas pessoas a agirem assim. Para quem tem um
deles ao redor, será uma oportunidade única de descobrir mecanismos que
ajudem a manter a própria integridade, física ou psicológica, sem abrir mão da
convivência.”
O livro foi escrito por Katia Mecler, Psiquiatra, coordenadora do Departamento
de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria e preceptora
da residência médica em Psiquiatria Forense da UFRJ.

“Psicopatas do Cotidiano” foi publicado pela Editora Leya Brasil e pode ser
encontrado nas principais livrarias do país.

Título: Psicopatas do Cotidiano


Subtítulo: Como reconhecer, como conviver, como se proteger
Autora: Katia Mecler
Editora: Leya Brasil
Ano: 2015
ISBN: 9788577345700

Abaixo o Artigo com a entrevista com a Psiquiatra:

OS PSICOPATAS ESTÃO BEM MAIS PRÓXIMOS DO QUE VOCÊ IMAGINA!


O Segredo • 26 de julho de 2016

A psiquiatra Kátia Mecler prepara a segunda edição do seu livro “Psicopatas do


Cotidiano“, lançado em agosto deste ano. Eles não são os temíveis
assassinos em série. São pessoas aparentemente normais que estão no trabalho,
em casa ou na escola e têm em comum algum transtorno de personalidade.

A própria definição de “psicopatas do cotidiano” não existe na


Organização Mundial da Saúde (OMS). Como a senhora mesma disse em
entrevistas anteriores, é um termo resgatado do psiquiatra alemão Kurt
Schneider na década de 40. Por que escolheu esse tema? Algum caso
específico a motivou?
A OMS realmente não considera a psicopatia como uma categoria médica.
Schneider, no livro “As Personalidades Psicopáticas”, de 1923, tratou de pessoas
cuja personalidade foge à média normal e que sofre ou causa sofrimento por
causa de sua anormalidade. Essa definição é bastante próxima daquilo que
tanto a OMS quanto a Associação Americana de Psiquiatria consideram hoje um
transtorno de personalidade e comportamento. A principal motivação para
escrever o livro foi perceber o sofrimento dos pacientes que lidam com
indivíduos que têm transtornos de personalidade. Muitos chegam com a
autoestima arrasada, num grau de estresse emocional inimaginável. Procuraram
ajuda especializada por considerarem que têm algum problema, quando, na
verdade, o problema está no outro.

A senhora pode citar alguns desses casos de muito sofrimento?


Os casos são muitos. Os psicopatas do cotidiano injetam sentimento de culpa,
impotência e inadequação naqueles que estão no seu entorno. Pais que
sufocam os filhos com uma vigilância sem limites, homens e mulheres
envolvidos em relações amorosas excessivamente dependentes, pessoas que
sofrem com parceiros manipuladores e transgressores, funcionários sufocados
por chefes abusivos, enfim, um universo de situações que podem se repetir na
sua casa, na sua escola, no seu trabalho.

Pela sua definição, os psicopatas do cotidiano são pessoas com transtorno


de personalidade, que é um jeito de ser inflexível, rígido, que envolve
sentimentos ou sensações, pensamentos ou comportamentos repetitivos
que acarretam disfunção em alguma área da vida. A senhora pode traduzir
essa definição?
Imagine que você tenha se casado com uma pessoa muito dependente, desse
tipo que popularmente chamamos de “chiclete”. Ela está sempre exigindo a sua
atenção, sofre por achar que não tem o cuidado que merece (mesmo que você
nada faça além de tentar agradá-la) e acredita que é questão de tempo ser
abandonada. Em algum tempo, você estará exausto emocionalmente. Outra
situação comum: a mãe que faz cenas dramáticas cada vez que é contestada ou
criticada pelos filhos, que chega a ter sintomas físicos de algum mal-estar para
chamar a atenção. Pense ainda naquele vizinho que está sempre arrumando
encrenca no prédio. Desconfia de tudo e de todos e não perde uma chance de
comprar briga com quem quer que seja. São tipos com que todos nós
convivemos, que exibem traços patológicos de transtorno de personalidade. Ou
seja: sempre agem da mesma maneira, não admitem ser confrontados, não
enxergam problemas em si.

Quando a senhora diz que o grupo B, daqueles com tendência à perversão,


é o grupo da moda, o que significa? Pode explicar melhor isso?
Estamos vivendo uma época de superexposição da vida pessoal, da intimidade.
De ter é melhor do que ser. As pessoas estão conectadas 24 horas por dia,
exibindo seus corpos, seus bens materiais, seus relacionamentos. O conceito de
privacidade mudou. Nesse contexto, pessoas com tendências ao egocentrismo,
à vaidade excessiva, à manipulação, à mentira, à sedução sentem-se muito à
vontade. São características que perpassam os quatro tipos do grupo B. Porém,
cada um deles tem traços próprios.
Pode falar um pouco sobre esses quatro subitens (antissociais, borderlines,
narcisistas e histriônicos)?
No caso dos antissociais, estamos falando de pessoas manipuladoras,
transgressoras, que botam seus desejos e necessidades acima de qualquer
coisa. Agem como parasitas sociais, sugando as energias emocionais do outro. E
não têm constrangimento em usar e descartar quem quer que seja. Os
borderlines são instáveis, passam do amor ao ódio em segundos. Podem
assumir comportamentos de risco em relação a sexo e drogas, por exemplo, e
tendem à automutilação e ao pensamento suicida. O narcisista, de maneira bem
simples, é aquele cidadão que chega e pergunta: “Sabe com quem está
falando?” É alguém que se considera acima do bem e do mal, tão especial que
não precisa seguir regras. Já o indivíduo com transtorno de personalidade
histriônico poderá ser reconhecido pela tendência à dramaticidade, à
necessidade de estar sempre sob os holofotes.

Já vi estimativas de que 5% da população seria, de forma mais leve ou mais


grave, psicopata. Existe alguma estimativa de quanto desse total seria de
psicopatas do cotidiano?
Tanto a OMS quanto a Associação Americana de Psiquiatria estimam que cerca
de 10% da população têm um ou mais traços patológicos de transtornos de
personalidade. A mera presença de uma característica (típica de um problema
psíquico), sem trazer tantos prejuízos, não é suficiente para definir a doença.

Se no trabalho você tem colegas ou um chefe psicopata do cotidiano,


como se “defender” dele? Tem um jeito de agir com que você “neutraliza”
a influência negativa na sua vida?
No trabalho, em família ou na sociedade, há alguns caminhos para conviver de
maneira menos traumática com um psicopata do cotidiano. O primeiro passo é
entender que você não é a única vítima. Pessoas com esses traços agem da
mesma forma com todos. Saiba também que confrontá-lo não vai adiantar.
Dificilmente uma pessoa com essas características compreende que tem um
problema – ela acredita que o problema são os outros. Quando você
compreende que seu chefe é daquele jeito e que não vai mudar, você aprende a
se defender e a reagir melhor.

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