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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO JUDAS TADEU – CSJT

BEATRIZ RODRIGUEZ LIMA – 520114950


JEFFERSON DA S. ALMEIDA – 52013061
LUCAS DANCEV – 52018530
MAURÍCIO DOS SANTOS SILVA – 520115630
REBECA SANTOS – 520114488
RUTE LÉIA PEREIRA BONFIM – 520111589
VINÍCIUS HERDY MOURA – 520214221

PERSPECTIVAS FENOMENOLÓGICAS, EXISTENCIAIS E HUMANISTAS.


A3 – ANÁLISE DA SÉRIE “BLACK MIRROR – EP. HANG THE DJ” SOB A
PERSPECTIVA FENOMELÓGICA E EXISTENCIAL.

Trabalho Interdisciplinar apresentado ao Centro


Universitário São Judas Tadeu – CSJT, como
exigência parcial para a aprovação na disciplina
perspectivas fenomenológicas, existenciais e
humanistas do Curso de Psicologia.
Orientador(a): Prof(a). Marcelo Bonachela e
Ana Maria Melo e Souza

SANTOS, 16 DE NOVEMBRO DE 2021


1.1 - SINOPSE DO EP. “HANG THE DJ – SÉRIE BLACK MIRROR”

O episódio traz uma das temáticas que envolve uma das naturezas
humanas, o amor, em uma realidade utópica e tecnológica de ficção científica.
Dois jovens solteiros, Amy e Frank, recorrem a um programa similar ao Tinder,
para encontrar seus amores verdadeiros, porém esse “Sistema” determina quem
vai ser seu parceiro e quanto tempo o relacionamento irá durar. O Sistema usa
um banco de dados adquirido a partir de outras experiências amorosas da
pessoa, para definir uma compatibilidade entre casais, a princípio uma forma
prática de se relacionar, mas que irá gerar conflitos por conta da complexidade
humana.

1.2 – INTRODUÇÃO

Apesar de ser uma obra de ficção, esse episódio é coerente quando fala
sobre os relacionamentos amorosos modernos, nos apresentados alguns pontos
que podemos utilizar para fazermos uma análise fenomenológica sobre o que é
amor no século XXI, uma questão explicitamente filosófica de se responder,
porém que nos ajuda a entender porque agirmos de determinada maneira. Umas
das premissas do episódio é nos mostrar a busca por um amor verdadeiro para
atingir um ideal construído socialmente, por inúmeros motivos como por
exemplo, medo de morrer sozinho. Indiferente se as pessoas querem se casar
ou não, as relações amorosas então presentes na vida de todos os seres
humanos, e com a modernidade surgiu formas de encontrar um parceiro para
viver a vida toda ou alguns momentos de prazer, como o Tinder. De acordo com
uma pesquisa feita pela UOL, esse APP de relacionamento chega à marca de
100 milhões de downloads no mundo todo, e no Brasil 10 milhões (TAGIAROLI,
2014). E apesar de ser uma das redes sociais que facilitam o trabalho de buscar
alguém, o quão influente ela é na nossa vida? Temos basicamente um “cardápio
humano” onde aceitamos ou não as pessoas como se fosse objetos para nos
saciar. (e aqui o “Sistema” e o Tinder se diferenciam, já que na vida real ainda
escolhemos quem queremos). Durante essa pesquisa iremos abordar algumas
questões observadas no episódio de Black Mirror e relacionar com a vida real e
o existencialismo.

2 - DESENVOLVIMENTO
Com o passar dos anos, assim como tudo se modificou, as relações
humanas não foram diferentes. A modernidade líquida está fazendo com que as
relações humanas fiquem cada vez mais flexíveis, ou seja, as pessoas não estão
dispostas a estarem em um relacionamento durante muito tempo, como indica a
matéria do G1, de que o número de casamentos caiu 2,7% em 2019 em relação
a 2018 e os casamento estão durando cada vez menos, em 2019 a média era
de 13 anos de duração. E uma das possíveis explicações é que as pessoas estão
mais focadas na sua vida pessoal, buscando se estruturar financeiramente,
antes de “construir uma família”. A média dos cônjuges que se casaram em 2019
era de 28 anos para mulheres e 31 anos para homens. (SILVEIRA, 2020)

O relacionamento amoroso do ponto de vista Existencialista, é visto como


um processo conhecido como “Coisificação”, a partir deste tipo de pensamento
nós somos vistos como um simples objeto de desejo da visão do outro, já que
só é assim que conseguimos nos projetar e conhecer nossa totalidade, logo,
essa "Coisificação" nos torna passível da escolha do outro, estando em
constante ameaça de um possível rompimento da relação após passarmos a não
ser mais um objeto de desejo e assim vice e versa. E é exatamente nesta forma
de raciocínio que o Existencialismo entra mais em evidência, pois aceitamos a
ideia de que a condição que temos de liberdade de escolha nos traz as
responsabilidades pelas consequências de nossas atitudes, e isso nos remete
um sentimento de "Angústia", o qual interfere em quase todos os nossos
processos de escolhas, é o sentimento que nos faz pensar nos ‘Prós e Contras’
de qualquer escolha feita. (LIMA E FREIRE, 2017).

2.1 AMORES LÍQUIDOS

Dito isso, seria correto considerar que vivemos em uma geração de


amores líquidos no qual nada é feito para durar, e assim é nos apresentado na
série. E apesar de os protagonistas terem o propósito de encontrar suas “almas
gêmeas” eles passam por diversos relacionamento apenas para alimentar o
“Sistema” com informações, e assim, tanto Amy quanto Frank se veem infeliz por
ter inúmeros relacionamentos amorosos. E apesar de Bauman, não ser
existencialista, é interessante nos apropriarmos de uma de suas teorias para
complemento científico: “Quando a qualidade o decepciona, você procura a
salvação na quantidade. Quando a duração não está disponível, é a rapidez da
mudança que pode redimi-lo”. (BAUMAN, 2003, p. 77)

Outras situações que representam o fenômeno de amor líquido, é a


indiferença no relacionamento, já que existe uma falsa sensação de
preenchimento pessoal. Amy experimenta essa sensação quando percebe que
nenhum de seus parceiros se preocupava com o relacionamento. O que nos abre
um parêntese para a questão que a série nos apresenta: você se esforçaria em
um relacionamento se tivesse uma data de término já estabelecida?
Provavelmente não. Dito isso, é fácil abrirmos diversas hipóteses e a principal
seria que nós apenas objetificamos os outros, quando não nos satisfaz mais,
trocamos. (SOUZA, MEDEIROS, OLIVEIRA, 2019)

2.2 OBJETIFICAÇÃO DAS PESSOAS

E quando falamos sobre objetificação, é quase impossível não falar sobre


a objetificação da mulher, e só digitar essa palavra no google, que logo ela será
associada às mulheres. Mas afinal o que significa objetificar uma pessoa? A
própria palavra em si já é bem auto explicativa, objetificação significa “Processo
que atribui ao ser humano a natureza de um objeto material, tratando-o como
um objeto ou coisa; coisificação” (DICIO, 2021)

Por muitos anos o sexo feminino foi alvo da objetificação, principalmente


objetificação sexual, não que hoje isso não aconteça, mas antigamente era como
se os homens não validassem a existência do gênero feminino. Simone de
Beauvoir foi a primeira existencialista a escrever sobre o papel da mulher na
sociedade naquela época. Ela produziu diversas obras relacionadas com
filosofia, política e sociologia, sem dúvida sua grande contribuição foi no campo
dos estudos sobre o feminismo e na luta de igualdade de gênero, aliado a isso
Beauvoir foi adepta da teoria existencialista, onde a liberdade é a principal
característica. Em sua obra: “O segundo sexo”, é citado:

“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino


biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea
humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da
civilização que elabora esse produto intermediário entre o
macho e o castrado que qualificam o feminino”. (BEAUVOIR,
1967, p. 09)
Em seu livro “Por uma Moral da Ambiguidade”, lançado em 1947,
Simone fala sobre a liberdade: “Querer ser livre é também querer livre os outros".
(BEAUVOIR, 1970, p. 60-61)

O existencialismo prega muito sobre a liberdade incondicional, a


autenticidade, o livre arbitro de traçar seus caminhos e fazer suas escolhas, e
que são as escolhas de cada um que definirão a sua essência e poderão afetar
o próprio mundo. Porém a partir do instante que uma pessoa é objetificada pela
sociedade, e como se ela perdesse essa liberdade aos olhos dá outras pessoas.
Por exemplo, se uma mulher que é objetificada por uma sociedade a ser somente
mãe, cuidar da casa e do marido, ela não poderia deixar isso pra traz e ser uma
empreendedora de sucesso, solteira, sem filhos, que tem um grande negócio,
porque ela estaria fugindo daquilo que ela foi objetificada, não estaria seguindo
aquilo que ela deveria servir. (BEAUVOIR, 1970)

De acordo com a CÂMARA DOS DEPUTADOS, o projeto de Lei no 6.946


de 2017(Sr. Delegado Waldir):

“Art. 1º As campanhas publicitárias destinadas à venda de


produtos de consumo ficam proibidas de exibir, em qualquer
veículo de comunicação ou propaganda, imagens ou cenas que
façam, direta ou indiretamente, apelo erótico ou alusão à
sexualidade e à sensualidade feminina” (BRASIL, 2017)

A Justificativa da criação desta lei seria:

“Apesar das conquistas alcançadas pelo sexo feminino, em


pleno século XXI, as campanhas publicitárias destinadas ao
consumo de diversos produtos utilizam a beleza feminina,
muitas vezes de forma pejorativa, sensual e estereotipada {....}”.
(BRASIL, 2017)

Não faz muito tempo em que as mulheres deixaram de ser objetificadas


em propagandas de televisão e nos filmes, nos dias atuais conseguimos
encontrar muito dessa forma pejorativa, sensual, e estereotipada do gênero
feminino em telas de cinema ou provedoras globais de filmes e séries.

A comunidade LGBTQIA+ também tem se tornado vítima da objetificação


sexual nas telinhas, em muitas series, filmes e novelas, a comunidade
LGBTQIA+ estão sendo representadas muitas vezes como um casal que só tem
relações sexuais, dificilmente são representados por uma família, ou como os
protagonistas, e sim sempre por papeis secundários, normalmente são jovens
que estão procurando relações sexuais, ou papeis de amante de um dos
membros do casal hétero, ou então o mais comum, o homem gay que tem um
salão, site de fofoca, super afeminado que tem muitas amigas, fazendo assim
está objetificação da comunidade LGBTQIA+.

Portanto quando uma pessoa objetifica a outra, ela está fadada a ser um
“objeto”, a servir somente para uma determinada função, a ser somente aquilo
que lhe foi colocado, e é onde as pessoas vão começar a te enxergar cada vez
mais desta maneira. Essa objetificação faz com que o ser humano sinta que não
pode ser nada diferente do que lhe foi proposto que ele deveria ser.

Seguindo essa lógica de objetificação e amores líquidos percebemos que


todos que utilizam o “Sistema” são apenas objetos, já que não existe
sentimentos, Amy e Frank ou qualquer outro participante são meios de conseguir
informações para que outro candidato encontre o seu amor verdadeiro. Assim
seria na vida real, se relacionar com o outro apenas para conseguir satisfazer
seus desejos carnais e nada mais.

2.3 EM BUSCA DO AMOR VERDADEIRO

Na série, por trás da objetificação do outro existe um motivo, que é


encontrar um amor para vida, mas por que essa é uma motivação tão forte?

O amor é um sentimento que nos rodeia antes mesmo de sermos


apresentados ao mundo. E cada cultura irá nos apresentar concepções
diferentes sobre o que é amor. Na cultura ocidental, apesar das quedas nos
números, ainda é muito comum que pessoas busquem um parceiro para se
relacionar de forma monogâmica e pensando em um longo prazo, no Brasil, por
exemplo, aconteceu mais um milhão de casamentos ao longo de 2019, de
acordo com o IBGE. (SILVEIRA, 2020). No território brasileiro é muito comum a
ideia de “encontrar uma alma gêmea” e muitos meios artísticos como música,
filmes e livros reforçam essa ideia. Mas este não é um conceito novo, Romeu e
Julieta de Shakespeare é uma das obras mais famosas do mundo que fala sobre
o amor que conhecemos. Mas antes de nos aprofundarmos nessa expressão é
importante entender como esse conceito de “alma gêmea” surgiu ou quais foram
os primeiros relatos. E há cerca de 380 a.C, Platão já discutia sobre o amor em
uma de suas obras, O banquete, e em um dos diálogos é citado o discurso de
Aristófanes, no qual é relatado o mito do Andrógino:

“Na origem, os homens eram dotados de órgãos duplos. Eram


extremamente ágeis e ousados. De tanta ousadia, que
resolveram, certa vez, atacar o próprio Olimpo. Os deuses,
enfurecidos, resolveram vingar-se e os homens foram separados
em duas metades. O amor nasceu daí: é a eterna procura, o
eterno desejo que os homens sentem de procurar a outra
metade que um dia perderam. Quando alguém a encontra,
encontra também a felicidade.” (PLATÃO; 1996 p. 76).

Além desse mito descrito por Platão, existem outras milhares de hipóteses
que buscam explicar esse conceito. Contudo iremos tentar responder algumas
perguntas como: por que buscamos tanto outra pessoa para nos sentirmos
completos? Existe um amor verdadeiro? E se existe qual a probabilidade de eu
encontrar essa pessoa no meio de bilhões de habitantes que vivem no mundo
atualmente? Tudo isso a partir de uma ótica existencialista.

Um dos primeiros pontos que podemos levantar é que a nossa sociedade


entende o amor de uma forma desconexa do que realmente deveria ser,
carregamos a ideia que amar é sinônimo de sofrer, quantas histórias já ouvimos
no qual o protagonista sofre por amor? Romeu e Julieta (como já foi citado
anteriormente), Jack e Rose no Titanic ou a crucificação de Jesus Cristo. Todos
esses morreram por amor. A partir desse ponto podemos entender o porquê
tantas pessoas se submetem a relacionamentos em que não gostariam de estar
apenas para alimentar o propósito de amor verdadeiro. (PRETTO, MAHEIRIE E
TONELI, 2009).

A concepção de estarmos sempre buscando a nossa “metade da laranja”


implica na ideia de que queremos alguém que seja um reflexo no espelho e que
ao se unir a essa pessoa estaríamos atingindo a nossa completitude, algo visto
na passagem bíblica: Marcos 10:7 e 8 “[...] e unir-se-á a sua mulher, E serão
os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne[..]”. Assim
podemos observar o quão forte é a religião na construção do que é amor, em
específico amor romântico, e apesar de ter sofrido com as mudanças do tempo,
amar ainda é visto sobre uma ótica cristã e matrimonial. (CAMPAGNARO,
SEMENSATO E VIEIRA, 2013).

A partir daqui podemos introduzir a teoria de Sartre, sobre o amor. E de


forma bem direta, para ele o amor que conhecemos (amor ocidental) é um
impasse, já que existirá um conflito, não apenas no amor, mas em qualquer outra
relação interpessoal, como ele cita no livro O ser e o nada: “O conflito é o sentido
originário do Ser-Para-Outro” (SARTRE, 1997, pg. 454). Esse conflito acontece
porque sempre temos uma relação de posse do outro.

E em relacionamentos amorosos não foge dessa linha de raciocínio. No


conceito sartreano, a relação é composta por um objeto, que “abdica” da sua
liberdade pois busca se unir ao seu amor e ter a liberdade do outro, e aqui seria
um ato masoquista, de acordo com o filósofo francês. A relação também é
composta por um sujeito que detém a liberdade do objeto com o objetivo de se
tornar um só e ter também a liberdade do outro, e aqui é um ato de sadismo.
Para Sartre, essa vontade de se unir ao outro é algo irrealizável, pois seria uma
fonte de conflito. E apesar da relação objeto-sujeito não serem posições fixas
no relacionamento, por uma questão histórica patriarcal e de submissão
feminina, as mulheres tendem a ser o objeto da relação, como já foi dito
anteriormente.

Contudo, podemos concluir que para o autor o amor no formato objeto-


sujeito ou sadomasoquista é fadado ao fracasso por dois motivos como é citado
no artigo Um olhar sobre o amor no ocidente: “primeiro, porque possibilita
apenas satisfação imediata e perempta; e segundo, porque os sujeitos não
sentem suas existências validadas ou legitimadas pelo outro” (PRETTO,
MAHEIRIE E TONELI, 2009). Entretanto se fosse adquirido a capacidade de
intersubjetividade, no qual o outro fosse capaz de ser pleno de suas vontades,
iria se estabelecer um relacionamento sujeito-sujeito. Para isso seria necessária
uma readequação de projetos, uma vez que os próprios parceiros seriam um
obstáculo no caminho para a realização existencial causando angústias, porém
ao legitimar a liberdade e a existência do outro sem tentar possuir a subjetividade
do parceiro, o amor seria algo próximo do amor verdadeiro, contudo não quer
dizer que seja fácil alcançar, e não devemos nos enganar, o amor não é
unilateral, viver um relacionamento “tóxico” com a justificativa de ser “amor da
sua vida” seria equivalente a um ato de má fé (terceirizar a culpa para fugir da
responsabilidade que a liberdade lhe traz). E para concluir essa linha de
raciocínio, Sartre (1997) diz: “o amor é um empreendimento, ou seja, um
conjunto orgânico de projetos rumo a minhas próprias possibilidades."

Com tudo isso dito, podemos fazer um paralelo com o EP “Hang the DJ”
da série “Black Mirror”. E o primeiro ponto que iremos abordar aqui, é que Amy
e Frank (os protagonistas da trama) se submetem a utilizar o “Sistema” com o
intuito de encontrar suas “almas gêmeas”, renunciando a liberdade com o
propósito que o aparelho tecnológico iria encontrar suas respectivas “caras
metades”. E se por um lado, essa parecia uma solução simples, já que o
“sistema” tinha essa capacidade de criar padrões a partir de outros
relacionamentos e então achar seu parceiro ideal, pelo olhar existencialista este
ato seria considerado má fé, pois estão terceirizando o poder de decisão, para
evitar a angústia que a liberdade trás, com o intuito de encontrar alguém para
compartilhar a vida. E como já vimos anteriormente, esse conceito de querer
alguém que seja perfeito para você é uma construção social, e que não
necessariamente aquela pessoa nasceu para ficar com você, mas que ao
entender que apesar de todas as escolhas possíveis ele(a) escolheu viver esse
relacionamento e partir desse princípio que se constrói o amor. E que
curiosamente ao final do EP, que ambos tomam uma decisão de abdicar da
“ajuda” do sistema é que surge a possibilidade de se construir o relacionamento.

2.4 MEDO DA SOLIDÃO

Um ponto que não foi discutido, mas que poderia ser uma das causas pela
busca intensa pelo amor seria o medo de viver sozinho. E para o filósofo alemão
Heidegger a solidão é um estado inativo do ser “homem’’, para ele cada homem
está sozinho no mundo. Ou seja, ele quis dizer que cada ser nasce sozinho e vai
morrer sozinho, e que ao longo da vida vai tendo suas experiências também
sozinho. Mesmo tendo outras pessoas no seu círculo social. Ninguém vivencia
seu próprio aprendizado ao não ser você próprio, cabe cada um vivenciar sua
travessia. Devemos aprender a sermos só, aceitar esse estado natural.
Devemos entender que estamos sozinhos e não podemos alimentar esse medo
e nem tentar amenizar essa sensação vivendo a vida do outro. Esse medo da
solidão vem da incapacidade que temos de olharmos para nós mesmos. Não
devemos ter medo de entrar fundo nesse autoconhecimento, pois se
continuarmos com esse medo vamos se distanciando de nós mesmo para
procurar no outro o que realmente tem em nós. (MACEDOCOUTO e JUNIOR,
2017)

Assim como vimos no episódio, vimos que o personagem Frank ficou com
muito medo de não dar certo com a Amy, por medo de voltar a ficar só, ele
resolveu mostrar que a inteligência artificial estava errada, então tomando
autonomia de suas escolhas.

Apesar de nos tornarmos seres cada vez mais egocêntricos por conta do
uso constante de redes sociais, ainda nos cerca o medo da solidão. Olhamos
com estranheza pessoas que vão a um restaurante, cinema ou passear
sozinhas. Isso pode ser um reflexo da indiferença geográfica que as redes
sociais nos oferecem, cultivando relações irreais e que nunca poderão ser
concretizadas. Segundo uma pesquisa da Happn, aplicativo de relacionamentos
semelhante ao Tinder, 20 a cada 100 brasileiros encontraram seus parceiros
atuais via aplicativos, 40 dos 100 recorrem à tecnologia para marcar encontros
casuais e sem compromisso e o restante almeja relacionamentos sérios.
(AMARO, 2018)

Logo após um término precoce do relacionamento imprevisto pelo


Sistema, Amy e Frank são jogados para uma série de relacionamentos que
visam somente o sexo e demais relações descompromissadas. Porém, ao se
sujeitarem a tais relacionamentos, os personagens evidenciam sentimentos
como solidão e indiferença pessoal. A questão é, com a facilidade que aplicativos
de relacionamento nos entregam, somos capazes de encontrar em questão de
minutos um parceiro que satisfaça nossas necessidades de maneira
descompromissada, porém, burlando todo o processo natural que antes seria
necessário, caso houvesse ausência destes aplicativos.

2.5 A REALIDADE VIRTUAL CONTRAPOSTA AO REAL


Aqui neste ponto da pesquisa é importante dizermos que a tecnologia ela
é utilizada como uma ferramenta facilitadora, porém pode ser uma barreira para
a relação com o outro na vida real, contudo faz parte das nossas vidas, e aqueles
que não se adaptam a ela, correm o risco de serem deixados para trás. Essas
novidades não vieram somente para melhorar nossos meios de comunicação,
locomoção e de compra. A tecnologia veio também para mudar o modo como as
pessoas se relacionam. As salas de bate papo ou “chat” foram um dos primeiros
meios de interação entre colegas, e logo em seguida surgiram as redes sociais,
o Orkut por exemplo tomou proporções fora de seu controle, o que era pra ser
apenas uma interatividade entre amigos. Não demorou muito para surgir o
Facebook, Twitter, Instagram, entre outras redes sociais. De acordo com o artigo
“O Impacto da Internet Nas Relações Humanas” de Paula Da Silva Moreira
(2010): “Com todos os atrativos que a internet fornece, as pessoas estão sendo
levadas a passar mais tempo na frente do computador. Esta nova maneira de
viver que muitos autores criticam se dá ao uso excessivo do computador”.
Segundo Nie Litz (2000).

“A Internet está gerando uma onda de isolamento social e


alimentando o fantasma de um mundo sem contato humano ou
emoções “Quanto mais tempo as pessoas passam na internet,
menos tempo gasta com seres humanos de carne e osso”. Isso
mostra que navegar pelo espaço cibernético deixou de ser uma
atividade ligada ao trabalho e está se tornando um hábito
doméstico. O tempo antes destinado a outras formas de lazer e
ao convívio social está sendo ocupado com a internet.
Considerando esses aspectos observa-se que a internet está
trazendo junto com ela, mudanças significativas no
comportamento social e individual das pessoas”. (MOREIRA,
2010)

Cada vez mais as pessoas compartilhavam suas vidas nas redes sociais,
então por que não criar um aplicativo para relacionamentos amorosos, existem
vários tipos de sites de encontros, tem aqueles onde as pessoas procuram
relacionamentos mais sólidos ou de encontros de uma única noite. Acontece que
a vida nas redes sociais parece bem mais simples e “perfeita” do que na vida
real, apesar de ter contribuindo ajudando algumas pessoas com a autoconfiança,
dificuldade em se expressar, falar sobre seus sentimentos, com a timidez,
acabou virando também zona de conforto para essas pessoas, criou a
oportunidade para que elas fujam de suas realidades, criando personalidades
fictícias muitas vezes escondidas através de perfis Fakes, criando mais
dificuldades em se relacionar e conviver no mundo real. Afinal na internet
qualquer um pode ser quem quiser, ou ter aparência que deseja, se afastando
cada vez mais da própria realidade, e aumentando suas frustrações. A
população confia suas relações nos aplicativos, por medo da solidão, também
pela dependência emocional, e a necessidade de se relacionar, e principalmente
por confiar que através desses sites e aplicativos irão encontrar o seu “par ideal”
e também porque a internet como já comentamos é um mundo onde todos
parecem ser “perfeitos” e os defeitos passam despercebidos ou sequer são
notados. A dificuldade em se relacionar é comum, muitos cidadãos passam por
essa situação, porém fazer do mundo das redes uma zona de conforto não é a
melhor opção. (MOREIRA, 2010)

Outro ponto que devemos observar é que algumas habilidades sociais


como a comunicação tem sido desgastada pelas redes sociais, e logo no início
do episódio fica nítido como os protagonistas sentem dificuldades em conversar,
e diversas vezes eles recorrem ao “Sistema” por ser um atalho ágil, mas aqui
não podemos dizer que não é só por uma questão de não saber o que dizer ou
se sentir inseguro, mas uma questão de que eles abdicam completamente do
poder de escolha, deixando que o programa seja uma forma de determinismo, o
que para Sartre seria um ato de má-fé.

2.6 A ABDICAÇÃO DO PODER DE ESCOLHA E O INDIVIDUALISMO NAS


RELAÇÕES

E dentro dos assuntos centrais de “Hang the DJ”, está a questão dos
algoritmos e relacionamentos amorosos. O final do episódio resume toda a trama
e deixa explícito que existe todo um processo na relação dos códigos virtuais,
deixando também um questionamento: o quanto os algoritmos influenciam as
nossas escolhas, criando a ilusão de autonomia?

Autonomia significa a capacidade de governar a si pelos próprios meios,


a capacidade de ser independente. A falta de autonomia diante da vida,
consequentemente, em todas as áreas que a vida abarca, entre elas o
relacionamento, vem da falta de consciência de si mesmo. Uma vez que
conhecemos os desejos que pulsam em nós, os padrões de crenças e
pensamentos, e também as nossas potencialidades, podemos exercer, assim, a
capacidade de ser o eixo da própria vida ou o agente independente que age com
autonomia perante a própria vida, escolhendo e sendo responsável pelas
escolhas e as consequências das mesmas.

A autonomia dentro de um relacionamento amoroso é muitas vezes mal


interpretada, pois existe a ideia de que o casal é um só, assim, se uma das
pessoas que compõem a relação faz uma escolha importante em sua vida, logo
se entende que não é só uma escolha para si, mas também para o outro, é
entendido que toda escolha feita vale para os dois. Quando o parceiro/a vai
assumindo essa atitude de autonomia dentro do relacionamento é quando se
estabelece alguns conflitos, normalmente essa atitude é chamada de “egoísta”.
Nesse sentido, pode-se dizer que se os integrantes de um relacionamento
amoroso não conseguem acessar esse lugar de independência dentro de si, fica
mais fácil para que se percam de suas próprias vontades e potências.

Sendo assim, podemos dizer que as formas em lidar com suas


individualidades em um relacionamento amoroso faz parte da única forma pelo
qual cada pessoa lida com o seu mundo em particular, que inclui tópicos internos
naturais de sua bagagem emocional por tudo aquilo em que aprendeu e tudo
que absorveu durante a vida.

Por muitas vezes não é fácil aceitar as invisibilidades e individualidades


do cônjuge, certos comportamentos são claramente inaceitáveis. O que ocorre
na maioria dos recentes casais é a dificuldade em encontrar um ponto saudável
de acordo entre suas individualidades, para desfrutarem da nova etapa em
comum, sem sobrepor um à individualidade do outro, vivendo de forma saudável
na relação. Para haver um amadurecimento e um crescimento por ambas as
partes são necessários diálogos e comunicação entre o casal quando alguma
coisa, ou atitude não agrada.

Quando a individualidade de cada um é respeitada e colocada em prática,


a relação tem um melhor desenvolvimento reconhecendo que o respeito à
individualidade é uma via mútua e o respeito pela individualidade de cada um é
primordial. Assim o casal evolui e se desenvolve, diminuindo-se as brigas,
tornando assim uma um relacionamento com mais respeito (ANDRADE e HIME,
2018)

Nos tempos atuais, os relacionamentos têm se constituído por diversas


formas, uma delas, é através de ferramentas dentro da internet. O Tinder, como
exemplo clássico, possui essa função de conhecer pessoas para relações
casuais ou para algo mais sério. No entanto, nada é tão simples como
imaginamos, por trás da fachada chamativa do aplicativo, existe um sistema
operacional comandado pelos algoritmos. Os algoritmos vão jogando de acordo
com as informações que recebem de cada perfil, fechando bolhas, e fazendo
com que as mesmas opções apareçam permanentemente, ou, até mesmo, as
opções em destaque no perfil daquela pessoa com quem se deu o match começa
a aparecer na própria timeline. Ou seja, os algoritmos, dentro das várias funções
que exerce, também ajudam na alienação de escolhas próprias. Se tem a
impressão de que se está escolhendo um candidato/a, mas na realidade, é só o
algoritmo jogando as opções que acha melhor.

Dentro disso, vem o questionamento: O quanto somos livres para


escolher? De fato, queremos ter o poder da escolha e encarar a responsabilidade
que vem dela?

Sartre escreve em seu livro “O Ser e o Nada” (1997, p. 570) que “escolha
e consciência são uma só e mesma coisa.” Ou seja, quando falamos de
liberdade, escolha e responsabilidade, estamos falando de uma mesma coisa:
consciência. Sartre (1997) também escreve que a angústia é o estado que se
dá ao reconhecer a total liberdade de escolha do indivíduo perante a sua
existência. O homem se sente angustiado ao perceber que é o responsável pelas
próprias escolhas, pois essa compreensão vem acompanhada do peso da
responsabilidade e da consciência de que não é legítimo, de maneira alguma,
culpar o outro por escolhas próprias.

Nessa realidade de relacionamentos programados, faz-se importante


romper com essa barreira superficial através do conhecimento de si, ao que diz
respeito aos próprios sentimentos e da relação honesta que se tem com eles e
na comunicação com o outro.
Durante o episódio, é possível perceber que ao longo dos sucessivos
encontros, os personagens vão ficando cada vez mais desgastados por estarem
com alguém que não corresponde com a sua maneira de encarar a vida, não se
encontram na comunicação e apenas estão juntos porque o algoritmo assegurou
que são compatíveis. Essa perda da autonomia pressupõe a falta de consciência
de si, uma vez que, só quando consciente das questões que envolvem a própria
existência é que se pode direcionar uma escolha.

Para Rollo May (1953, p. 85) “A autoconsciência expande o controle da


própria vida e com essa força ampliada vem a capacidade de se sentir mais
livre.” Para que a autonomia se realize dentro dos relacionamentos, por parte
daqueles que o integram, é preciso desenvolver a autoconsciência.

2.7 AUTOCONHECIMENTO

E para que a autoconsciência seja possível primeiramente é necessário


que se desenvolva um Autoconhecimento ou conhecimento sobre si próprio.
Tem um significado muito mais profundo que apenas a absorção de informação.
Possui-se desta maneira um papel principal de nos movermos para uma
compreensão própria, de uma forma que venha provocar desconstruções e
construções internas, fazendo com que esse entendimento traga à tona muitos
questionamentos que por vezes passam despercebidos. Fortalecendo assim um
alto grau de intimidade para incentivar o aprimoramento pessoal. Pelo meio
desse método, nos é permitido saber e trabalhar os nossos obstáculos, conflitos
e nossos medos, bem como aprender e aumentar nossos meios, possibilidades
e competências, trabalhando dessa maneira nossa autoestima, tornando-nos
ainda mais fortes para assim poder encarar os obstáculos da vida, criando um
sentimento de satisfação. O que já é alguma condição para nossa realização e
felicidade excessiva, que é o oposto da sensação de alegria que se é oferecida
“lá fora”. (ARAGÃO)

Por outras palavras, pode-se dizer que a partir do autoconhecimento, “nós


nos acolhemos e nos encontramos, à partir desse ponto atribuído à
conscientização dos conteúdos subentendidos ao nosso estado emocional e ao
afetivo”; para reconsiderar valores e crenças nós consequentemente nos
posicionamos como pessoas responsáveis perante nós e nossa vida.
Por esse contexto conclui-se que nós não somos exatamente o reflexo
dos papéis sociais a qual operamos, assim como também não correspondemos
às percepções que as pessoas criam ao nosso respeito. Da mesma maneira que
também não somos um reconhecimento exato daquilo que criamos sobre nós
mesmos. No geral tem um papel de defesa e máscara protetora para nós
prendemos em uma imagem idealizada. Em geral, até mesmo aquela imagem
que imaginamos sobre nós acaba não correspondendo integralmente ao que de
fato nós somos. Essa por sua vez acaba vindo à tona perante experiências
incentivadoras que nos colocam de frente a atitudes automáticas e emoções de
ser imediatamente trabalhadas. O fato é que por muitas vezes acabamos
culpando o outro sem conseguir aceitar que essa é uma questão totalmente
nossa.

Identificar a estrutura por meio dos sintomas, os mesmos falam muito


sobre nós e por nós. Entender as nossas emoções é a solução para um
autoconhecimento, visto que sintomas e estados emocionais se relacionam. Isso
acontece, pois conteúdos que são subentendidos se escondem nesses indícios,
que uma vez que é realizado pode ser que passe a desenvolver um quadro
depressivo e ansioso além também de poder desenvolver outros distúrbios tanto
físicos quanto psiquiátricos. Se tratando disto a principal questão não é a
preocupação em retirar os sintomas e sim deixar que flua naturalmente e que
este seja trabalhado.

Isso faz com que aconteça que as pessoas procurem se autoconhecer


apenas quando se veem diante de algum estado de muito sofrimento,
independente se por seus sintomas reais, ou mesmo em busca de respostas
existenciais. Essa resistência provém do fato de que, mesmo embora se
autoconhecer seja satisfatório, é igualmente um trabalho extenso e penoso,
vendo que não é sempre que estamos prontos ou dispostos para enfrentar
nossas sombras, romper os paradigmas, mudar os hábitos e conceitos e se
desconstruir. (ARAGÃO)
No mais, a falta de autoconhecimento e autoconsciência nos personagens
fica nítida uma vez que eles não sabem o que querem e terceirizam essa
responsabilidade para o aparelho tecnológico. Um Processo de
autoconhecimento seria o suficiente para que eles evitassem tanto desgaste em
relacionamentos que não levaram a nada, porém como optaram pela ajuda do
“Sistema”, e o aparelho funciona na base da tentativa e erro, eles tiveram que
encaram todos esses desafios, que não deixaram de ser uma jornada de
autoconhecimento da maneira mais dura. E a partir do ponto que eles tiveram
experiências desastrosas, eles perceberam o que era melhor para si e acabaram
por escolher deixar o programa de lado e tomar a própria decisão de escolher
um ao outro.

3 CONCLUSÃO

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Podemos dizer que apesar do episódio
nos apresentar uma realidade utópica (ou distópica, se levarmos em conta todos
esses pontos levantados e ignorar o “final feliz” do ep), a realidade que vivemos
não está muito longe da apresentada, já que os aplicativos e algoritmos nos dão
essa falsa sensação de escolha, e que é reforçada pelas construções sociais de
que devemos buscar um amor para viver a vida e que sozinho não é possível
ser feliz. Diariamente agimos de má-fé para poder atingir esse ideal. Também
seria correto dizer que usamos os outros apenas para nos saciar enquanto a
nossa “cara metade” não aparece, brincando de tentativa e erro. Porém o amor
não é algo que você vá encontrar no outro, o amor é escolha e construção diária,
readequação de projetos, não são uma só alma, mas duas, com desejos,
objetivos e afins. Antes de encarar o amor frente a frente é necessário saber
quem você é, ter consciência de que o outro não vai ser exatamente igual você,
e que talvez a pessoa com 100% de compatibilidade contigo nem exista, por
mais que você analise todos os dados e faça comparações cada um é único,
cada um está inerente a vida construindo sua própria essência.

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