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Os Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável e as Entidades Fiscalizadoras


Superiores
Introdução aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
© Copyright 2018, Tribunal de Contas da União
www.tcu.gov.br

RESPONSABILIDADE E AUTORIA DESTE CONTEÚDO

Tribunal de Contas da União do Brasil, Secretaria Geral da Presidência Instituto Serzedello


Corrêa

AUTORA DO CONTEÚDO

Paula Hebling Dutra

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Índice de conteúdo

Capítulo I: Introdução

• Introdução à aula
• Objetivos de aprendizagem

Capítulo II: Temas da unidade

• Conceito de desenvolvimento sustentável


• Como chegamos até os ODS?
• O que é a Agenda 2030?
• Princípios da Agenda 2030

Capítulo III: Resumo da unidade

• Repassemos o visto...
• Encerramento

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1.1 Introdução à aula
Bem vindos a esta aula

Transcrição do áudio da tela:


Você já pensou, alguma vez, o que significa "desenvolvimento sustentável"?
Alguns conceitos são utilizados em contextos diferentes...
...e isto pode permitir que seu significado se disperse e perca força.
Este é o l caso do conceito de desenvolvimento sustentável, que trataremos nesta primeira classe.
Vamos começar vendo como está estruturado o conteúdo desta unidade.
Aproveite sua experiência de aprendizagem!
Começaremos por abordar o conceito de desenvolvimento sustentável. Realizaremos uma primeira apro-
ximação através de um caso hipotético e, em seguida, estudaremos a definição.
Em um segundo passo , veremos como chegamos aos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Revisaremos as tendências globais e como estão evoluindo os caminhos do desenvolvimento sustentá-
vel e do desenvolvimento humano.
Numa terceira etapa, trataremos a Agenda 2030, no que consiste e como aparece a convergência dos
dois caminhos antes mencionados, desenvolvimento sustentável e desenvolvimento humano.
Por último, nos concentraremos nos princípios que constituem a Agenda 2030.

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1.2 Objetivos de aprendizagem
O que você pode conseguir com esta aula?

A B C

Descrever o conceito de des- Identificar a estrutura da Conhecer os princípios


envolvimento sustentável. Agenda 2030. que construíram a Agenda
2030.

Transcrição do áudio da tela:


Nesta unidade vamos trabalhar para conseguir os seguintes objetivos...

2.1 1. Conceito de desenvolvimento sustentável


Enfoque ao desenvolvimento sustentável

O DILEMA

O governo de um país deve vender uma parte


da área de sua selva nativa, por não possuir o
dinheiro ou os recursos necessários para sua
gestão.

Este governo enfrenta-se ao dilema de decidir a qual dos três seguintes possíveis compradores vende-lo:

Uma organização do meio-ambiente.


Uma cooperativa local.
Uma corporação industrial.

Qual dos três potenciais compradores é a melhor opção? Vejamos a continuação os planos de cada um deles...

OPÇÃO A

O primeiro candidato é uma organização meio


ambiental.

Querem comprar a terra pela sua importância


ecológica.

Seu objetivo é manter e preservar a terra com muito


pouca intervenção.

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2.1 1. Conceito de desenvolvimento sustentável

OPÇÃO B

A segunda opção é uma cooperativa local

Um grupo de habitantes da área se uniu e juntos formaram


uma cooperativa. Desejam comprar a terra para cultivá-la
coletivamente.

OPÇÃO C

Uma empresa é a terceira opção

Uma grande corporação industrial está interessada em


comprar a terra para seu possível desenvolvimento
futuro.

A REFLEXÃO

A história anterior nos mostra o difícil que resulta


conciliar dois conceitos que parecem totalmente
contraditórios como é o caso de desenvolvimento
e sustentabilidade.

Não existe uma “resposta correta” quando se trata com te-


mas tão complexos e que podem evoluir de forma imprevi-
sível.

Então, como devemos proceder? O convidamos a refle-


tir sobre esta pergunta.

O desenvolvimento sustentável na sua vida diária


Alguma vez você tem calculado o seu
impacto ecológico?

Você pode aplicar na sua vida diária o conceito de


desenvolvimento sustentável e “sentí-lo na prática”
calculando seu impacto ecológico.

O cálculo é realizado medindo a quantidade de terra


e de água que é necessária para garantir seu estilo
de vida, e tendo em conta todos os recursos mate-
riais e energéticos que gasta.

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2.1 1. Conceito de desenvolvimento sustentável

Para saber mais... myfootprint.org/es/


Se você quiser saber qual é seu impacto ecológico pode utilizar o questionário do Centro
para Economia Sustentável, onde evidenciam a forma como você satisfaz suas necessi-
dades cotidianas, tais como alimentação, transporte, vestimenta, moradia, etc.

Transcrição do áudio da tela:


A combinação das palavras “desenvolvimento” e “sustentabilidade” nos faz pensar em grandes
desafios...
mas também nos inspira uma atitude otimista.
Isto é porque o desenvolvimento sustentável está relacionado com modelos de progresso mais
integradores e cuidadosos com os limites naturais.
Porém, O que é o desenvolvimento Sustentável?
Vamos realizar uma primeira aproximação ao conceito visualizando uma situação hipotética…

2.2 1. Conceito de desenvolvimento sustentável


O que é o desenvolvimento sustentável?
Conceito de desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável consiste em satisfazer as necessidades atuais das pessoas sem comprometer a
capacidade das futuras gerações para satisfazer as suas.

Relatórios da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland): Nosso Futuro
Comum (Oxford: Oxford University Press, 1987).

Satisfazer todas as necessidades de todas as pessoas?

Quando falamos de que o desenvolvimento sustentável está relacionado com sa-


tisfazer as necessidades de todas as pessoas, é prioritário definir primeiro o que
entendemos por necessidade.

Vejamos um exemplo, pensemos na afirmação seguinte: “Todas as pessoas no


mundo devem possuir um automóvel!”

Agora bem, o automóvel é realmente uma necessidade? Não, a necessidade das


pessoas é disfrutar da mobilidade. Que cada pessoa possua um automóvel exclu-
sivo não é viável: você pode imaginar o número de ruas necessárias no mundo para
que todos os automóveis circulem, você poderia calcular a quantidade de combustível
queimado se isto chegasse a ocorrer?

Deste modo, entender a necessidade de mobilidade das pessoas através da len-


te do desenvolvimento sustentável significa, por exemplo, imaginar modelos
que substituam os automóveis individuais por modelos coletivos, e que não
empregassem combustíveis fósseis.

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2.2 1. Conceito de desenvolvimento sustentável - O que é o desenvolvimento sustentável?

O desenvolvimento sustentável implica uma preocupação a longo prazo

As decisões que tomemos agora podem ter graves consequências futuras. Em


ocasiões irreversíveis para as próximas gerações.

Um bom exemplo de como nossa geração já começa a sentir as consequências


das decisões passadas é a frequência e intensidade com que ocorrem os eventos
climáticos extraordinários que atualmente reportam os científicos. Se temos presente
a definição clássica de desenvolvimento sustentável, de que forma isto afeta na
satisfação de nossas necessidades?

Necessidades ambientais
Necessidades econômicas

Necessidades sociais

Algumas das necessidades ambientais são as seguintes:

• Diversidade biológica.
• Recursos naturais.
• Capacidade máxima admissível.

Algumas das necessidades econômicas são as seguintes:

• Serviços.
• Necessidades dos lares.
• Crescimento industrial.

Algumas das necessidades sociais são as seguintes:

• Equidade.
• Participação.
• Autodeterminação.

Uma forma de representar o conceito de desenvolvimento sustentável é por meio da


conciliação da tríada economia, sociedade e meio-ambiente.

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2.2 1. Conceito de desenvolvimento sustentável - Para refletir
Para refletir
Levando em conta as necessidades sociais, econômicas e ambientais, o convidamos a refletir em torno as seguintes
perguntas.

Podemos cumprir o objetivo econômico a longo prazo de


crescimento agrícola sustentado se não se cumpre o obje-
tivo ecológico de preservar a diversidade biológica?

O que acontece com o meio-ambiente no longo prazo se


um grande número de pessoas não podem satisfazer atual-
mente suas necessidades domésticas básicas?

Se você não tivesse acesso a água potável e precisasse


de lenha para ferver a água do rio para que seus filhos não
adoeçam você estaria preocupada com o desmatamento?

Se você tivesse que dirigir todos os dias uma grande distan-


cia para ir ao trabalho, você estaria disposto a mudar para
outra cidade ou mudar de trabalho para não contaminar
o ar com o gás de escape de seu automóvel?

Si não procuramos conseguir um equilíbrio entre nossos


objetivos sociais, econômicos e ambientais no curto prazo,
como iremos sustentar nosso desenvolvimento no lon-
go prazo?

Qual dilema sobre desenvolvimento sustentável enfrenta


você e sua família todos os dias?

Transcrição do áudio da tela:


A definição de desenvolvimento sustentável da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Des-
envolvimento nos diz que é aquele que satisfaz as necessidades atuais das pessoas sem compro-
meter a capacidade das futuras gerações para satisfazer as suas.
Agora bem. Todas as necessidades de todas as pessoas?
E, o que sucederá com as gerações vindouras?

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2.3 2. Como chegamos até os ODS?
Tendências globais
O relatório da ONU sobre desenvolvimento sustentável publicado em 2014 resumiu alguns avanços
proeminentes na dimensão do desenvolvimento sustentável, mas também enfatizou tendências
preocupantes que podem impedir os futuros avanços.

Global Sustainable Development Report, 2014. Disponível em inglês noportal da ONU.

Pessoas

A população global alcançou a 7,1 mil milhões de pessoas em 2012, e 80 milhões somam-se a este a cada ano.

A expectativa de vida humana estendeu-se em 22 anos, porém com deficiências persistentes entre as regiões e uma
deficiência cada vez maior entre homens e mulheres desde o ano 1950.

A saúde global encontra-se em melhor condição e o tipo de doença está mudando, mesmo assim, as lesões e
doenças perduram por mais tempo.

Os anos 2000 foram a primeira década desde os oitenta na qual os números absolutos diminuíram, assim como é o
caso da proporção de pessoas em situação de pobreza absoluta. Mesmo assim, desde 1980, o número de pessoas
relativamente pobre no mundo em desenvolvimento continua crescendo.

850 milhões de pessoas passam fome, um numero um pouco mais alto em 1990, porém, 150 milhões menos que
em 1970.

Alcançou-se a educação nomotética primaria na maior parte do mundo. A taxa de alfabetização das pessoas entre
os 15 á 24 anos em países em desenvolvimento chegou aos 88% em 2011.

Em contraposição contundente respeito á 20 anos atrás, hoje em dia as mulheres dominam o setor educacional
universitário em grande parte do mundo.

740 milhões de pessoas possuem acesso a água potável segura (500 milhões a menos que em 1990) e 2.400 mil-
hões de pessoas não possuem acesso a saneamento básico (650 milhões á mais que em 1990). A contaminação da
água segue cegando a vida de milhões de pessoas.

Realizou-se uma grande melhora no que diz respeito ao acesso a energia moderna desde 1990, Entretanto em
2010, todavia existiam 1.27 mil milhões de pessoas sem acesso a repetição a energia elétrica e 2.59 mil milhões
sem acesso a combustíveis limpos para cozinhar.

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2.3 2. Como chegamos até os ODS?
A taxa de envelhecimento aumentou, inclusive em países em desenvolvimento. 810 milhões de pessoas hoje em
dia possuem mais de 60 anos. Em 2010 existiam 215 milhões de migrantes internacionais (59 milhões mais que em
1990) e 740 milhões de migrantes internos.

383 milhões de pessoas assalariadas sobrevivem com menos de US$1,25 por dia, a metade da quantidade de
pessoas em 1990, porém, não se conseguiu uma redução nos países menos desenvolvidos (LDCs), nos países em
desenvolvimento sem costa (LLDCs), nem nos pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS).

A mobilidade entre a geração social de renda, salário e mobilidade educativa varia muito em todos os países. Teve
um progresso misturado no que diz respeito à segurança humana e aos direitos humanos.

O bem-estar geral das pessoas –como é medido pelo índice de desenvolvimento humano– melhorou consubstan-
cialmente desde 1950.

Hoje em dia, existem mais conflitos armados com base no Estado que durante a guerra fria.

Mesmo assim, o número de mortes ocasionadas por conflitos armados não estatais, incluindo o terrorismo sofreu
uma diminuição considerável.

A diversidade da herança cultural, das traduções e do conhecimento tradicional –e 90% das línguas indígenas- en-
contram-se ameaçadas, porém, existem indícios de algumas compensações neste sentido em relação a elas.

Os países desenvolvidos, assim como aqueles em desenvolvimento passaram por câmbios extraordinários no que
diz respeito a valores, atitudes e comportamento, principalmente em mudança de atitude e comportamento no rela-
tivo ao sexo, a reprodução, e função da mulher, o meio ambiente e os direitos humanos.

Existem menos famílias estáveis na maior parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que em outras
décadas do passado. Nos países desenvolvidos a taxa líquida de matrimônios descendeu para a metade desde
1970 e a de divórcios aumentou. A durabilidade media de matrimônios manteve-se constante entre 10 a 15 anos.

Existe uma governabilidade e globalização. O poder mudou de estado nação em direção para cima a nível global e
em direção para abaixo a nível local. E em todos os níveis do publico para o privado. Agora há uma crise de multi-
lateralismo. Na maioria dos países onde existia um alto nível de consenso social sobre a equidade intergeracional,
isto se perdeu ou sofre pressões.

Economia

Aumentou a media da pobreza persistente. A economia mundial duplicou-se desde 1990 alcançando US$69 trilhões
em 2012. O indicador genuíno per capita diminuiu um pouco desde 1978.

O consumo permanece enormemente inadequado para as pessoas mais pobres.

Maior consumo material e menor por unidade de valor, porém, o progresso no que diz respeito ao acesso a tecnolo-
gia e desempenho descaíram muito, muito além dos requisitos da sustentabilidade.

Desde 1998 a 2008, todos os lucros em renda real foi coletada por parte da população extremamente rica em todos
os países e por parte da classe media emergente em países em desenvolvimento.

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2.3 2. Como chegamos até os ODS?
Economia

A desigualdade de renda cresce em muitas partes do mundo.

O comércio cresceu em uma taxa equivalente a mais do dobro em relação ao crescimento econômico desde 1950.

A assistência total a países em desenvolvimento é mais do dobro desde os anos 2000, alcançando a quantidade de
US$ 126 mil milhões em 2012.

A proporção de assistência oficial líquida para o desenvolvimento em relação á renda líquida nacional dos doadores
voltou ao nível de 1990. Deixou o 0,22% em 2002 para,32% em 2010.

A estimativa para 2012 é de 0,29%.

A energia quase triplicou entre 1970 e 2010 – chegando a 493 EJ. A cota de energia renovável cresceu de 5,4% em
1970 para 7,0% em 2000 e 8,2% em 2010.

A utilização da água está em aumento, porem a velocidade deste aumento diminui.

Meio-ambiente

Existe evidência de interferência antropogênica em metade dos ecossistemas terrestres e em um quarto do estoque
mundial de água doce.

A biodiversidade continua diminuindo em proporção de 100 a 1.000 vezes no que diz respeito aos níveis anteriores
a existência do homem.

As emissões globais de CO2 originadas pela queima de combustível fóssil, a fabricação de cimento e a queima de
gás aumentaram de forma acelerada: de 24.8 GtCO2 em 2000 para 35.1 GtCO2 em 2012. Este é o maior aumento
em uma década ao longo da história da humanidade.

Em 2012, 41% dos oceanos presentaram consideráveis impactos ocasionados pela a ação humana sobre os siste-
mas.

Assentamentos humanos cobrem na atualidade 7% do território mundial livre de gelo, e as plantações outros 21%.

As áreas terrestres e marítimas protegidas expandiram-se o bastante em países desenvolvidos e em desenvolvi-


mento.

A metade das florestas do mundo tem sido domesticada. Florestas tropicais diminuíram aproximadamente de 12 a
14 milhões por ano, tanto nos anos 90 como em 2000, e um número semelhante a este sofreu degradação.

Pelo contrário, florestas temperadas e boreais foram alvo de reflorestação desde os anos 80.

Terras cultiváveis e plantações globais permanentes expandiram-se em 160 milhões desde o ano 1961, graças à
expansão das economias em desenvolvimento, porém, é provável que o mundo tenha alcançado seu ápice de terras
agrícolas em 2010.

A humanidade reivindica em torno de 24% da produção primaria terrestre líquida global, como nunca tinha se visto.

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2.3 2. Como chegamos até os ODS?

A escassez local ou regional de água doce, assim como o stress hídrico é generalizado ao longo de um terço do
planeta.

A proporção de armazenamento de peixe sobreexplorado triplicou de 10%, em 1970, para 30% em 2012.

Muitas concentrações de contaminantes do ar local diminuíram, porém, o dispêndio da contaminação local do ar


continua considerável, principalmente nas megacidades de países em desenvolvimento.

A capa de ozono continua seu percurso ao longo prazo rumo a sua estabilização até 2020/2030.

Zona litorânea onde mora a metade da população do mundo encontra-se degradada.

A convergência dos caminhos


A Agenda 2030 e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS)

A complexidade dos problemas que temos visto nas


tendências alarmantes e a necessidade de soluções
conjuntas já se discutem por parte da comunidade
internacional há muito tempo.

A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável (ODS) que fazem parte dela, é o resultado
direto da convergência de processos diferentes,
que começaram a muitas décadas: o caminho de
desenvolvimento sustentável e o caminho dos
objetivos do milênio.

Transcrição do áudio da tela:


Você acredita que estamos avançando em direção a um desenvolvimento sustentável ?
Vamos na direção acertada?
Existem luzes e sombras na nossa tendência, concretamente em relação às pessoas, à economia
e ao meio ambiente

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2.4 2. Como chegamos até os ODS?
O caminho para o desenvolvimento sustentável

Anos 60 Anos 70 Anos 80 Anos 90 Anos 00 Anos 10

Anos 60

Em 1962 é publicado um livro chamado Silent Spring (traduzido como Primavera Silenciosa),
da autora Rachel Carson.

O livro mostra os efeitos para a saúde e o meio ambiente da utilização a grande escala
de praguicidas. Também adverte sobre a tendência da sobreutilizaçao de recursos
naturais de uso comum.

Anos 70

A conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo,
Suécia em 1972 foi à primeira conferencia internacional ambiental.

Esta conferência trouxe para mesa governos de vários países, incluindo de forma definitiva
o meio ambiente nas discussões internacionais.

As negociações durante o evento demostraram uma forte divisão entre países. Os países
desenvolvidos enfatizaram na mitigação das consequências que o crescimento pós-guerra
trouxe tais como a chuva ácida que ocorre na Europa. Este grupo também está preocupado
com crescimento da população, principalmente nos países mais pobres do mundo, enquanto
os países em desenvolvimento defendem sua soberania e direito ao desenvolvimento.

Em 1972, o grupo Club de Roma publica o relatório “Limites ao crescimento”, utilizando


modelos computacionais de crescimento de população e utilização de recursos. Este trabalho
fez previsões alarmistas com relação a natureza finita dos recursos naturais restringindo o
crescimento econômico e da população de todo o planeta.

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2.4 2. Como chegamos até os ODS? - O caminho para o desenvolvimento sustentável

Anos 80

Durante os anos 80', a agenda internacional de meio ambiente evolui com a negociação e
assinatura de diversos acordos ambientais multinacionais. Entre eles, um bom exemplo a destacar
como exemplo de coordenação internacional, o Protocolo de Montreal relativo à sustância que
destroem a capa de ozono, e parte do Convênio de Viena para a proteção da capa de ozono.

Em 1987 foi criada a Comissão sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida
como Comissão Brundtland, responsável de articular e difundir o conceito de desenvolvimento
sustentável, presente no seu relatório “Nosso Futuro Comum”.

Anos 90

Em 1992 realiza-se na cidade de Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento. O contexto internacional naquele momento foi favorável
para a consolidação da cooperação global como consequência do fim da Guerra Fria, dando um
grande impulso á Conferência.

Como resultado de Rio 92, foram assinados acordos tais como a Convenção Marco Quatro das
Nações Unidas para o Cambio Climático (UNFCCC, suas siglas em inglês) e a Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB). Ambas aspiram mudar a produção e o consumo,
estabelecendo a importância económica e estratégica dos recursos genéticos.

Outro resultado da Conferência foi o estabelecimento de um Plano de Ação para conseguir o


desenvolvimento sustentável: a Agenda 21.

Esses acordos, conjuntamente com a Declaração de Rio sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento (documento final deste evento), tem consolidado princípios importantes de
governança ambiental como o de responsabilidade comum, mesmo diferenciada (principio 7), e
o principio da precaução (principio 15).

Anos 00

Em 2002, os países se reúnem novamente na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento


sustentável em Johannesburgo, África do Sul.

Dez anos depois da Conferência em Rio, a Cúpula teve como objetivo avaliar o estado do
meio ambiente global e discutir o progresso feito na implementação dos compromissos de
outras conferências e dos acordos ambientais multilaterais.

Conscientes das brechas no processo de internalização dos compromissos, o resultado do


encontro foi um plano de aplicação sustentado na reafirmação de objetivos e compromissos
assumidos previamente.

Anos 10

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento sustentável (Rio +20) teve como ob-
jetivo não somente discutir a aplicação e cumprimento dos acordos e compromissos do passado,
assim como também olhar aos desafios do futuro. Como resultado da Conferência, ficou definido
que estes desafios devem ser resumidos em objetivos e metas a ser alcançados por todos os
países: os Objetivos de Desenvolvimento sustentável (ODS), que foram negociados no mar-
co das Nações Unidas e adotados em 2015, entrando em vigor em 2016.

15
2.5 2. Como chegamos até os ODS?
O caminho do desenvolvimento humano
A história do desenvolvimento sustentável começa com a percepção do impacto das inovações
tecnológicas na saúde humana, pois esta preocupação semeia a semente da discussão ambiental.

Com o tempo, o que foi uma questão limitada ao “meio


ambiente” e seu impacto sobre o bem-estar humano,
passou a ser uma discussão mais ampla sobre
modelos e estratégias de desenvolvimento. Por tanto,
hoje falamos de desenvolvimento sustentável.

Como você já pode imaginar, os dilemas do


desenvolvimento sustentável não afeta somente
aos indivíduos e famílias. São dilemas coletivos e,
por tanto, também estão nas agendas governamentais.
Também, como por ter uma natureza ampla, não esta
restringido a ministérios, departamentos ou secretarias
do meio-ambiente do país, o tema é tratado a nível
internacional em conferências globais.

A trajetória que vimos até agora, apesar de


identificada como “desenvolvimento sustentável”,
esteve muito vinculada a questões ambientais.
Mesmo assim, outras questões, com um olhar no
desenvolvimento humano, não poderiam ficar
fora das discussões internacionais.

A chave de do ODM
Nos anos 90, mais sete conferências globais, como a de Rio 92, serão abordados os temas da infância,
direitos humanos, população, desenvolvimento social, habitação e alimentação em conjunto com os temas
ambientais. O consenso que nasce nas Cúpulas dos 90' ficou plasmado na Declaração do Milênio, adotada
pelos chefes de Estado no ano 2000. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), com base
nesta declaração, são o primeiro marco global de resultados para políticas de desenvolvimento.

Quais são os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)

Trata-se de um conjunto de objetivos e metas adotados pelos Estados membros das Nações Unidas ao inicio
dos anos 2000. Expiram em 2015, por tanto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que sejam vistos
mais na frente, de certa forma, sucederam aos ODM. Falamos “de certa forma”, porque você verá ODS são muito
mais amplos que seus antecessores.

Nos ODM a maior preocupação foi à erradicação da pobreza extrema. A Declaração do Milênio e os ODM deram
um forte impulso para enfrentar desafios sociais.

Características dos ODM

Os ODM são pioneiros, foram a referência para a sugestões de resultados em políticas de desenvolvimento.
Incluíam um conjunto integrado de metas quantitativas para reduzir a pobreza e abordar outros aspectos do des-
envolvimento social, como saúde, educação, empoderamento feminino, dentre um período definido de tempo. A
maioria tinha 2015 como prazo limite e utilizava 1990 como o principal ano de referência.

16
2.5 2. Como chegamos até os ODS? - O caminho do desenvolvimento humano
Evolução dos ODM

O poder mobilizador dos ODM os transformou numa história de êxito. Mesmo assim, o progresso nos diversos
objetivos foi desigual, inclusive em relação às metas do objetivo 8 (fomentar uma aliança mundial para o desenvol-
vimento).

Segundo analistas, as limitações dos ODM estão relacionadas com duas interpretações equivocadas nos seus ob-
jetivos:

- Os ODM foram com frequência entendidos como objetivos ideais


Na realidade, as metas dos ODM foram definidas através da análise da media do progresso global em dife-
rentes áreas com relação aos últimos 30 anos, com base nas projeções feitas para definir as metas futuras de
forma realista. Por tanto, os ODM não eram objetivos ideais, e sim realistas.

- As metas dos ODM foram com frequência entendidas como metas nacionais em lugar de
metas coletivas.
Por definição as metas dos ODM foram metas globais, por tanto, supostamente estas não deviam ser alcança-
das por cada um dos países com o mesmo nível de progresso. Entenda-se, cada país deve estabelecer suas
metas nacionais. Esta generalização tem sido considerada inadequada, dada as diversas circunstâncias e
condições iniciais entre os países.

Com o enfoque no desenvolvimento humano, o principal sujeito dos ODM foram os países em desenvolvimen-
to, em particular os menos desenvolvidos.

Resultados dos ODM

A comunidade de desenvolvimento considera como um êxito a estratégia de definição para uma agenda global
com foco em temas prioritários e desafios comuns, traduzida em metas específicas e objetivas, facilmente
comunicáveis. Doadores internacionais e organizações globais e regionais, pouco a pouco foram-se organizando
arredor desta agenda.

Os resultados obtidos pelos países foram apresentados em relatórios da ONU, onde eram comparados com os de
países vizinhos e o resto do mundo em desenvolvimento. Esta prática foi um incentivo para que os governos não
ficassem ressegados. Desta forma, no fim de 2015 observa-se uma melhora significativa nos indicadores de
todos os países nas zonas atendidas pelos ODM.

17
2.6 3. O que é Agenda 2030
O que é a Agenda 2030?

Um caminho

A Agenda 2030 é um plano de desenvolvimento que


vá além de um marco de resultados, como foi o caso dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Apresenta um
caminho para alcançar uma visão de futuro.

Está estruturada em 17 objetivos e 169 metas que se


devem alcançar até 2030. Sua composição contém di-
versos elementos:

Visão e Princípios, sendo estes refletidos na De-


claração.

Marco de Resultados, são os objetivos e metas


conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável.

A estratégia de implementação, que envolve


uma aliança global e os chamados “Meios de Im-
plementação”.

Marco de seguimento e exame.

A fórmula das 5P

A partir do êxito da Declaração do Milênio, a comu-


nidade internacional decidiu ampliar a estratégia: além
de estar focada nos países em desenvolvimento, esta
sugere um desafio para um cambio qualitativo global em
direção ao desenvolvimento sustentável.

O anterior não significa abandonar o foco anterior em


questões básicas de desenvolvimento humano, onde
ainda é muito necessário em muitos países, mas tam-
bém abordar estes e outros problemas de maneira in-
tegral.

A proposta atual é incluir a dimensão social as outras


dimensões até então contempladas no desenvolvi-
mento sustentável: a econômica e a ambiental, como
também a busca pela paz. Tudo isto deve-se realizar
através de alianças globais. Isto nos traz uma visão mais
ampla do desenvolvimento sustentável, que o podemos
definir utilizando a fórmula das 5P: Pessoas, Prosperi-
dade, Paz, Alianças (ou Parcerias) e Planeta.

18
2.6 3. O que é Agenda 2030

Para saber mais... A Assembleia Geral da ONU


Você sabe o que é a Assembleia Geral da ONU? É o órgão representante, normativo
e deliberativo da ONU, e o único que conta com representação universal por estar
nele presentes os 193 Estados Membros. Estes se reúnem a cada ano, em setem-
bro, durante a sessão anual, que acontece no Salão da Assembleia Geral em Nova
York. A Assembleia Geral ocupa um lugar central como principal órgão deliberativo,
e representativo na formulação de políticas das Nações Unidas.

Transcrição do áudio da tela:


Para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, representativos das prioridades globais
e os desafios comuns a todos os países, a ONU promoveu um amplo processo de negociação.
Deste processo nasceu a publicação do documento “Transformando nosso mundo: Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável”, conhecido também como Agenda 2030.
Vejamos em que consiste.

2.7 4. Princípios da Agenda 2030


Princípios da Agenda 2030
Vejamos a continuação os seis princípios da declaração da Agenda 2030

Propriedade nacional

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


(ODS) foram formulados a nível global, desde
ai é requerido uma adaptação para definir metas
nacionais segundo as prioridades e circuns-
tâncias de cada país. Por esta razão, a Agenda
2030, apresenta o quanto é essencial que exis-
ta propriedade nacional dos ODS para que os
compromissos estejam afincados nas políticas
nacionais e para que sejam implementados pelos
países.

A Agenda 2030 reconhece explicitamente a impor-


tância da propriedade nacional para as estratégias
de desenvolvimento. Os ODS tem por objetivo
abordar fatores estruturais fundamentais,
porém, preservando o espaço da política inter-
na e das prioridades nacionais dentro de um
marco de participação.

Para garantir a propriedade real da agenda, é im-


portante realizar processos participativos na-
cionais que permitam levar os objetivos desde o
global para o local, e consolidar assim um compro-
misso de posto em prática das metas de desen-
volvimento sustentável.

19
2.7 4. Princípios da Agenda 2030
Um olhar inclusivo e participativo

O processo de formulação da agenda 2030 a nível global tem


sido altamente participativo e inclusivo, refletindo na impor-
tância de conectar com "o humano" para garantir que a nova
Agenda esteja realmente centrada nas pessoas.

Foi consultado uma ampla gama de interessados, repre-


sentantes da sociedade civil, no âmbito de negócios, algumas
autoridades locais, universidades e cientistas. Mesmo assim,
perguntamos a grupos em situação de vulnerabilidade e aos
cidadãos no geral.

A sociedade civil, os grupos vulneráveis e o setor privado tem


um papel importante na Opção da Agenda. Os processos
nacionais participativos de tomada de decisões são ne-
cessários para proporcionar um espaço para a partici-
pação livre, significativa e ativa da sociedade civil e as
pessoas em todas as etapas dos processos de desenho,
implementação, seguimento e exame dos ODS.

De fato, não podemos por em prática a nova Agenda con-


tando somente com os governos. Distintos atores desem-
penham funções importantes, tais como a mobilização de re-
cursos, soluções criativas, e inovação, mudança de padrão de produção e estilo de vida, promoção, responsabilidade em
expressar preocupação por pessoas vulneráveis e ajudar a identificar e abordar áreas problemáticas.

A Opção de uma abordagem inclusiva e participativa nos níveis nacional e subnacional garante desde o começo um forte
compromisso das partes interessadas com os processos de planejamento nacional. Este abordagem é uma exigência
prévia para a realização com êxito dos ODS. Posto que finalmente, o princípio da propriedade nacional significa que
a Agenda pertence às pessoas.

Universalidade

O preâmbulo da Agenda 2030 sinaliza o seguinte:

"A presente Agenda tem um alcance e uma importância


sem precedentes. Foi aceita por todos os países e é apli-
cada em todos eles, mesmo levando em consideração as
diferentes realidades, capacidades e níveis de desenvol-
vimento de cada um e respeitando suas políticas priorida-
des nacionais."

O principio da universalidade foi consagrado no do-


cumento final de Rio +20, reafirmando que esses obje-
tivos são de caráter global e aplicável universalmente. A
natureza e escala dos desafios globais da atualidade sig-
nifica que já não é possível adotar uma agenda predomi-
nantemente centrada nos países em desenvolvimento. O
desenvolvimento sustentável requer que todos os ato-
res examinem as situações particulares de seus paí-
ses, assim como o impacto em outros Estados, em todas
as dimensões. Assim, o enfoque passou de paradigma/
aliança do desenvolvimento Norte-Sul para uma agen-
da aplicável universalmente, graças aos ODM.

Com frequência utilizamos o conceito de Responsabilida-


des Comuns porém Diferenciadas (RCD) para qualificar o conceito de universalidade. As RCD consagradas na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) no contexto das discussões em
relação às responsabilidades e diferentes níveis de contribuição na degradação ambiental.

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2.7 4. Princípios da Agenda 2030
Universalidade

O princípio da universalidade implica responder as seguintes perguntas:

Como pode a Agenda universal ser relevante para grupos diversos de países que tem necessidades e recursos
diferentes?

Como pode o desenvolvimento sustentável ser atrativo para os países menos desenvolvidos ou para os pequenos
Estados insulares em desenvolvimento?

Que significa para os países de ingresso médio a nova Agenda? Pode esta ser percebida como um lastre que
dificulta seu potencial de crescimento e possivelmente os carrega com compromissos de ajuda?

Ate que ponto é realista a transição de uma economia baixa em carbono no norte, dadas às dificuldades políticas e
estruturas econômicas?

Não deixar ninguém para trás

Os ODS situam o centro da nova Agenda o principio


de igualdade e não discriminação, com o objetivo de
garantir a inclusão dos grupos marginados, não empo-
derados e excluídos, assim como reduzir as desigualda-
des entre os países.

Muitas das metas dos ODS exigem o seguimento do pro-


gresso para grupos diferentes através da desagregação
de dados. Muitas metas estão centradas especificamen-
te nas necessidades dos mais vulneráveis. A melhora
da informação relativa às taxas de progresso para dife-
rentes grupos de população pode ajudar na abordagem
de fatores estruturais e satisfazer as necessidades dos
grupos vulneráveis. Também, o ODS 10 aborda espe-
cificamente a redução das desigualdades entre países.

Enfoque baseado nos direitos humanos

O princípio de não deixar ninguém para trás e o enfo-


que baseado nos direitos humanos são duas caras da
mesma moeda. Os direitos humanos proporcionam um
marco geral ao que almejam alcançar os governos em
favor de seu povo.

Para garantir que qualquer pessoa usufrua de todos os


direitos humanos, os governos coincidem em integrar
em suas políticas, prestação de serviços e seguimento
de resultados, o princípio de não deixar ninguém para
trás, assim como atualizar os marcos normativos nos
que não estão respeitando os princípios de igualda-
de e zero discriminação.

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2.7 4. Princípios da Agenda 2030
• Os direitos humanos no Rio + 20
Em 1986, a Declaração das Nações Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento proclamou que o desenvol-
vimento é um direito que pertence a todo o mundo. No marco do processo de desenvolvimento sustentável,
o documento final de Rio + 20 fez referência explícita aos direitos humanos, recomendando que os ODS
sejam “compatíveis com o direito internacional”, e ressaltando numa série de direitos humanos específicos,
incluindo:

O direito a um nível de vida adequado.

O direito à alimentação.

O direito à água e ao saneamento.

O direito à saúde.

O direito à saúde.

O direito ao desenvolvimento.

O direito à segurança pessoal.

Todos os direitos humanos no contexto da saúde sexual e reprodutiva.

O direito a um trabalho digno incluído os direitos fundamentais no trabalho.

A igualdade de gênero.

O direito à livre determinação.

• Os direitos humanos para o desenvolvimento (ONU, 2013)


O enfoque com base nos direitos humanos para o desenvolvimento em acordo com o sistema das Nações
Unidas (2013), inclui os seguintes aspectos:

O desenvolvimento centrado nas pessoas.

Um desenvolvimento centrado na cultura e na identidade que respeita e incorpora os conhecimentos


tradicionais.

A atenção para as causas fundamentais.

Uma ampla participação pública.

A inclusão.

A rendição de contas.

A não discriminação.

A redução das desigualdades.

O empoderamento do Estado de Direito.

A democracia, a segurança pessoal.

A boa governança.

O acesso á justiça.

O acesso á informação.

O papel ativo da sociedade civil.

Níveis de proteção social.

A cooperação internacional eficaz.

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2.7 4. Princípios da Agenda 2030
Os ODS fazem referências as normas internacionais dos direitos humanos. Diversas metas dos ODS evocam dire-
tamente diferentes direitos, tais como os direitos aos recursos econômicos, direitos laborais, etc.

A perspectiva dos direitos humanos expressa-se igualmente através de referências aos seguintes elementos:

A igualdade de acesso para os diferentes grupos de população.

O acesso universal aos serviços públicos ou a cobertura universal para todos (saúde).

A educação primaria e secundaria livre, equitativa e de qualidade.

A qualidade dos serviços públicos (aprendizagem).

A inclusão social, econômica e política de todos, entre outros.

Enfoque integrador para o desenvolvimento sustentável

Um enfoque integrador consiste fundamentalmen-


te no reconhecimento de que as diferentes di-
mensões do desenvolvimento sustentável (social,
econômica e ambiental) não devem ser considera-
dos por separado, e sim de maneira integral, por-
tanto, vinculadas entre si e com igual importância.

Transcrição do áudio da tela:


Para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, representativos das prioridades globais
e os desafios comuns a todos os países, a ONU promoveu um amplo processo de negociação.
Deste processo nasceu a publicação do documento “Transformando nosso mundo: Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável”, conhecido também como Agenda 2030.
Vejamos em que consiste.

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3.1 Aqui você irá encontrar os pontos chave e as ideias
mais importantes, estudadas na unidade de aprendizagem
Repassemos o visto...
Ao longo da primeira aula temos estudado o conceito de desenvolvimento sustentável, a
Agenda 2030 e os princípios pelos quais foi construída. Vamos revisar os códigos
estudados até agora.

Conceito de desenvolvimento sustentável

Começamos realizando um primeira aproximação ao desenvolvimento sustentável e percebemos quão com-


plexo resulta combinar o desenvolvimento e a sustentabilidade visando o futuro das pessoas, a economia
e o meio-ambiente. Estudamos o conceito clássico de desenvolvimento sustentável sendo definido como
aquele que satisfaz as necessidades atuais das pessoas sem comprometer a capacidade das futuras gerações para
satisfazer as suas.

Evolução e tendências atuais

Mais na frente trataremos das tendências atuais reportadas pela ONU no relatório sobre desenvolvimento susten-
tável de 2014 (Global Sustainable Development Report, 2014).

Fizemos uma revisão da evolução e história do desenvolvimento sustentável e como chegamos à declaração da
Agenda 2030, um dos temas chave desta unidade de aprendizagem.

A Agenda 2030

É um plano de desenvolvimento que nos apresenta um caminho para alcançar uma visão de futuro.

Finalizamos esta primeira unidade de aprendizagem focalizando no primeiro dos elementos que compõe a Agenda
2030: Visão e Princípios. Estes são mencionados nas sessões específicas da declaração, mas também estão dis-
persos ao longo do texto, fazendo referência a princípios de outros acordos internacionais. Os seis princípios sobre
os quais foi construída a Agenda 2030 são os seguintes:

1. Propriedade nacional.
2. Enfoque inclusivo e participativo.
3. Universalidade.
4. Não deixar ninguém para trás.
5. Enfoque baseado nos direitos humanos.
6. Enfoque integrado para o desenvolvimento sustentável.

Responsabilidade e autoria deste conteúdo

Responsabilidade e autoria deste conteúdo


Tribunal de Contas da União do Brasil, Secretaria Geral da Presidência Instituto Serzedello
Corrêa

Autora do conteúdo

Paula Hebling Dutra

Transcrição do áudio da tela:


Felicitações! Você finalizou esta classe.

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