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Auditoria Ambiental
Material Teórico
A institucionalização da questão ambiental
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
A institucionalização da Questão a
Ambiental
Caro(a) aluno(a),
Nesta Unidade, em que trataremos da institucionalização da questão ambiental, você terá
acesso a diversos recursos.
Veja o mapa mental, esquema gráfico que sintetiza o assunto tratado nesta Unidade.
Fique atento(a) aos prazos das atividades que serão colocados neste Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) Blackboard.
Sempre que possível, recorra à videoaula e à apresentação narrada para esclarecer eventuais
dúvidas sobre o conteúdo textual.
Em seu tempo livre, procure pesquisar as fontes relacionadas no material complementar.
Além disso, tente pesquisar o máximo que puder sobre a institucionalização da questão
ambiental. Há inúmeros conteúdos na internet que são úteis ao seu estudo e à sua formação
profissional.
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Para iniciar as discussões desta Unidade, leia o texto de apresentação do Instituto Sea
Shepherd Brasil.
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A Institucionalização da Questão Ambiental
O debate sobre a questão ambiental não é novo, de modo que pode-se deduzir diversos
fragmentos da representação humana sobre o meio ambiente desde a Antiguidade, com as
primeiras expressões sobre os cuidados com a água, com o solo, com as florestas e, em última
análise, sobre os direitos humanos, pois esse tema tornou-se mais frequente e mais concreto
a partir de meados do século XX.
Assim, foi durante a Guerra Fria que as discussões acerca da questão ambiental tiveram
seu afloramento. Durante as corridas aeroespaciais, tecnológicas e bélicas, não só o
descontentamento popular, mas o engajamento pacifista de cientistas e governos empenhados
nas resoluções diplomáticas dos problemas geopolíticos internacionais inauguraram as
primeiras manifestações – por que não dizer? –, ativistas com relação à causa ambiental. Essas
primeiras manifestações foram acompanhadas das originais considerações sobre a qualidade
ambiental quanto à produção dos bens de consumo, o que, mais recentemente, foi responsável
pela proliferação internacional da certificação ambiental tanto das organizações quanto dos
produtos. Entretanto e de fato, da questão ambiental pode-se dizer que ocorreu quando esse
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
Fonte: www.seashepherd.org
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Em 1984, o serviço secreto francês detonou uma bomba no navio Rainbow Warrior (Figura
3), que servia de suporte para as ações do Greenpeace e estava atracado no porto de Auckland,
Nova Zelândia. A ideia era interromper um protesto que a organização planejava fazer,
denunciando os testes nucleares que a França realizava no Atol de Mururoa, no Arquipélago
de Tuamotu, na Polinésia Francesa. O ataque não só afundou a embarcação, como matou
um ativista do grupo. A partir da publicidade desse episódio, a França nunca mais produziu
detonações nucleares na região.
Fonte: greenpeace.org
A partir dessas primeiras referências, diversas outras organizações ativistas tiveram suas
atividades iniciadas pelo mundo, nas mais diversas lutas, desde a defesa dos direitos humanos,
como é o caso da Amnesty International – Anistia Internacional –, fundada em 1961, em
Londres, Inglaterra, até a proteção e defesa dos animais, caso da União Internacional Protetora
dos Animais (Uipa). Considerando todos os aspectos analisados até este ponto, podemos
considerar que a questão ambiental alcançou um patamar internacional. É a partir desta
perspectiva que devemos entender a assimilação da temática ambiental pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
Foi criada em 1945, em uma conferência realizada por cerca de cinquenta chefes de Estado,
em São Francisco, Estados Unidos (Figura 5). A partir de sua criação, a ONU teve sua sede
transferida para a cidade de Nova Iorque, Estados Unidos. Atualmente, a ONU representa
193 países, ou Estados-membros. O Brasil é considerado um membro fundador da ONU, pois
esteve presente e firmou a Carta de São Francisco, que deu origem a essa instituição.
Fonte: UN Photo/Lundquist
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Entre outros aspectos, a finalidade da ONU é a de congregar as nações e propiciar um
ambiente de relacionamento amistoso e diplomático internacional, no qual as resoluções
tenderiam à solução por meio do diálogo, contrariamente ao que havia ocorrido nas décadas
anteriores, marcadas por duas guerras mundiais.
Entre os temas aos quais a ONU se dedica, está a questão ambiental. Para este fim, a
ONU tem, desde as suas primeiras conferências, auxiliado na mediação de diversos acordos,
tratados e resoluções internacionais sobre o meio ambiente. Nas próximas linhas analisaremos
algumas resoluções originadas em conferências da ONU e que representam a sua intervenção
na temática ambiental.
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
Note que na Figura 6, à exceção da área de cor branca, em 1959 todas as demais se
encontravam reivindicadas por alguma nação. Todavia, a partir da assinatura do Tratado
houve o compromisso desses países reivindicantes em respeitar o espaço antártico sem alterá-
lo, realizando apenas pesquisas científicas.
Em 1957, o Conselho Internacional da União Científica (ICSU) criou o Comitê Especial
para Pesquisas Antárticas (Scar), formado por especialistas encarregados pelas investigações
cientificas nesse continente, durante o período de julho de 1957 até dezembro de 1958,
denominado ano geofísico internacional. Países como Argentina; Austrália; Bélgica; Brasil;
Chile; Estados Unidos; França; Japão; Noruega; Nova Zelândia; Reino Unido; República Sul
Africana e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) – hoje Rússia – criaram suas
estações de pesquisa e, após a assinatura do Tratado, mantiveram as estações funcionando
com o compromisso de aperfeiçoarem as pesquisas sobre o Continente.
A seguir são relacionadas algumas das convenções realizadas pela ONU para discutir
questões ambientais:
• 1960 – Convenção Sobre a Proteção dos Trabalhadores Contra Radiações Ionizantes;
• 1960 – Convenção Sobre a Responsabilidade de Terceiros no Uso da Energia Nuclear;
• 1961 – Convenção Sobre a Proteção de Novas Qualidades de Plantas e o Reconhecimento
e Proteção dos Cultivadores de Novas Variedades de Plantas;
• 1962 – Acordo de Cooperação em Pesca Marítima;
• 1963 – Convenção de Viena Sobre a Responsabilidade Civil por Danos Nucleares;
• 1963 – Acordo Sobre a Poluição do Rio Reno – Cooperação Entre Países para Prevenir
a Poluição e Manter a Qualidade da Água;
• 1963 – Tratado Proibindo os Ensaios Nucleares na Atmosfera, no Espaço Extraterrestre;
• 1964 – Convenção Sobre o Conselho Internacional para a Exploração do Mar;
• 1966 – Convenção Sobre a Conservação do Atum do Atlântico;
• 1967 – Convenção Fitossanitária Africana de Controle e Eliminação de Pragas das Plantas;
• 1968 – Convenção Africana Sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais;
• 1969 – Convenção Sobre a Conservação dos Recursos Vivos do Atlântico Sudeste;
• 1969 – Convenção Internacional Sobre a Responsabilidade Civil por Danos Causados
pela Poluição por Óleo – Petróleo;
• 1969 – Convenção Relativa à Intervenção em Alto Mar em Caso de Acidentes com Óleo
– Petróleo;
• 1971 – Convenção – de Ramsar – Relativa às Áreas Úmidas de Importância Internacional;
• 1971 – Convênio Sobre a Proteção Contra os Riscos de Contaminação por Benzeno;
• 1971 – Convênio Sobre a Responsabilidade Civil na Esfera do Transporte Marítimo de
Materiais Nucleares.
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A Conferência de Estocolmo (1972)
Entre todas as convenções promovidas pela ONU até aquele momento, a de maior relevância
– do ponto de vista ambiental – foi, sem dúvida, a Convenção das Nações Unidas Sobre o
Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia, em 1972.
A Convenção de Estocolmo teve 113 chefes de Estado, contou com cerca de 250
organizações não governamentais e com organismos internos da ONU. Nessa oportunidade
foi assinada a Convenção das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente Humano – Declaração
de Princípios Sobre a Proteção do Meio Ambiente –, por meio da qual se disseminou os
princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relativas
às questões ambientais.
Além do documento supracitado, a Convenção também formulou o plano de ação
que convidava todos os países, os organismos da ONU, além de todas as organizações
internacionais a cooperarem com a busca de soluções para os problemas ambientais
considerados mais graves.
Foi no fim da década de 1960 e início de 1970 que teve origem a crença de que as atividades
humanas eram as únicas responsáveis pelo que se convencionou chamar de “degradação” da
natureza, o que implicaria em riscos futuros ao próprio bem-estar da humanidade.
Os debates que se seguiram durante a reunião polarizaram de um lado, os países mais
desenvolvidos e de outro, as nações em desenvolvimento. Enquanto os primeiros estavam
preocupados com o futuro a partir de uma perspectiva extremamente pessimista e alarmista, com
proposições conservacionistas da natureza remanescente, por meio de medidas preventivas;
por outro lado, os países em desenvolvimento, varridos por problemas socioeconômicos
dos mais diversos, reivindicavam o direito de crescimento econômico mais breve possível,
contrariando exatamente as premissas do grupo de nações desenvolvidas.
Em sua contra-argumentação, os países em desenvolvimento lembraram às nações
desenvolvidas que essas já tinham chegado ao auge de suas capacidades produtivas e de
consumo ao custo da degradação ambiental anunciada e que, agora, impunham restrições de
crescimento aos países em desenvolvimento daquele contexto.
Além de todos os aspectos mencionados, a Convenção de Estocolmo também promoveu
a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) – United Nations
Environment Programme –, sediado em Nairóbi, Quênia.
De Estocolmo em diante foram realizadas diversas convenções na ONU sobre meio
ambiente, entre as quais:
• 1973 – Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies de Flora e Fauna
Selvagens em Perigo de Extinção (Cites);
• 1974 – Convenção Sobre a Proteção Ambiental nos Países Escandinavos – Dinamarca,
Finlândia, Suécia e Noruega;
• 1977 – Convenção para a Proteção dos Trabalhadores Contra Problemas Ambientais –
Proteção Contra Problemas Relacionados à Poluição do Ar, Som, Vibração;
• 1978 – Convenção Regional do Kuwait Sobre a Proteção dos Ambientes Marinhos;
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
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Figura 7 – Distribuição dos países em relação à CQNUMC
Material Complementar
Sites:
Organizações supranacionais do meio ambiente
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
http://nacoesunidas.org/agencia/pnuma/
GreenPeace
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
Sea Shepherd
http://seashepherd.org.br/
Conferências da Organização das Nações Unidas (ONU)
A ONU e o meio ambiente
http://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente
Eco-92
Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente do planeta: desenvolvimento
sustentável dos países
http://goo.gl/2HFM6O
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Referências
ROBERTS, Adam. Governança global. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2008.
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Unidade: A institucionalização da questão ambiental
Anotações
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