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Casimiro

de Abreu
AGENDA 21 COMPERJ
Grupo Gestor:
Petrobras Gilberto Maldonado Puig
Ministério do Meio Karla Monteiro Matos (2007 a junho de 2010)
Ambiente Geraldo Abreu (a partir de julho de 2010)
Secretaria de Estado do Carlos Frederico Castelo Branco
Ambiente (RJ)

Equipe:
Coordenação Geral: Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Coordenação Técnica: Patricia Kranz
Redação: Arilda Teixeira
Janete Abrahão
Kátia Valéria Pereira Gonzaga
Patricia Kranz
Thiago Ferreira de Albuquerque
Pesquisa: Mônica Deluqui e Ruth Saldanha
Revisão de conteúdo: Ruth Saldanha
Revisão: Bruno Piotto e Fani Knoploch
Leitura crítica: Cláudia Pfeiffer
Edição de texto: Vania Mezzonato / Via Texto
Colaboração: Ana Paula Costa
Bruno Piotto
Hebert Lima
Liane Raposo de Almeida Reis
Luiz Nascimento
Nathália Araújo e Silva
Fomento dos Fóruns: Ana Paula Costa
Colaboração: Leandro Quintão
Paulo Brahim
Roberto Rocco
Projeto Gráfi co: Grevy Conti Designers
Seleção e Tratamento de Maria Clara de Moraes
Imagens:
Fotos: Gerson Vieira Lima, Jorge Ronald, Luana
Azevedo, Roberto Rocco, Rodrigo Garcia
Alvim, Susanne Reimann / Banco de Imagens
Petrobras: André Valentim, Beto Paes Leme,
Bruno Veiga, Geraldo Falcão, Ismar Ingber,
Rogério Reis
Impressão Gráfica Minister

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MEMBROS DO FÓRUM DE CASIMIRO DE ABREU

Primeiro setor Mara Rogéria – Igreja Católica


A ntonio Sérgio M. Fachas - Secretar ia Municipal de Susanne M. Reimann - Associação Organizacional Ami-
Fazenda gos da Natureza
Claudia Rejane F. de Souza - Fundação Cultural Casimiro
Comunidade
de Abreu (FCCA)
Carlos Augusto Nascimento - Fazenda Visconde
Eliane Benjamin Paes - Secretaria Municipal de Plane-
jamento Evely Emilio Bock - Associação dos Trabalhadores Rurais

João Medeiros Neto - Câmara Municipal Gerson Vieira Lima - Associação Casimirense das Pessoas
Portadoras de Deficiência (Acapord)
José Henrique da Silva - Assessoria de Desenvolvimento
Econômico Janete da Silva Coutinho - Associação de Moradores de
Mataruna
Marco Antonio Faria Lobo – Instituto de Previdência dos
Servidores do Município de Casimiro de Abreu (IPREV) Jorge Carmo de Mello – Associação de Moradores de
Barra de São João
Oduvaldo Oliveira - Emater
Marco Fernandes Cinquini - 96° Gr upo de Escoteiros
Segundo setor Poeta Casimiro de Abreu
Alexandre Viana - Sindicato Rural
Antonio Marcelino Petrucci - São Pio X Agropecuária
Ltda
Cláudio Rodrigues Peres - OASIS
José Alberto Craveiro - MICROJAC
Paulo César Jorge – PJ Center
Renata Franco – RF Motopeças
Sonia Regina Stutz Pinto - Associação Comercial, Indus-
trial de Casimiro de Abreu (Acinca)

Terceiro setor
Aline Bockorny - Associação Mico-Leão-Dourado
Arnaldo Ferreira Linhares - AMACASIMIRO
Gleice Máira Fernandes Alves – ONG GEMA
Irene Alves Mello - Associação Comercial, Industrial de
Casimiro de Abreu (Acinca)
Luiz Antonio Brandão - Associação Amigos do Museu de
Arte Popular (AAMAP)

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Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) deverá entrar em operação em 2013. Situado em Itaboraí,
vai transformar o perfil socioeconômico de sua região de inf luência.

Ciente da necessidade de estabelecer um relacionamento positivo com as comunidades


sob inf luência direta de suas operações, a Petrobras, em parceria com o Ministério do
Meio Ambiente, a Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e organizações
da sociedade civil, desenvolveu uma metodologia para implementar a Agenda 21 Local
nos municípios localizados no entorno do Comperj.

Em todo o mundo, já foram desenvolvidas mais de 5 mil Agendas 21 Locais, e diversas


empresas utilizaram ou utilizam a Agenda 21 em seus processos de planejamento e
alinhamento com a sustentabilidade. No entanto, não se conhece experiência anterior
que tenha fomentado um processo em escala semelhante, nem que empregue a Agenda
21 como base de política de relacionamento e de comunicação, o que torna esta expe-
riência uma estratégia empresarial inédita.

A implementação de Agendas 21 Locais colabora para estruturar modelos sustentáveis


de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que esclarece o papel de cada setor social
nesse processo. Além disso, neste caso, contribui para que os municípios se preparem
mais adequadamente para os impactos e oportunidades advindos do desenvolvimento
impulsionado pelo Comperj e por outras empresas que se instalarão na região.

A Agenda 21 Comperj expressa o compromisso por parte da Petrobras, do Ministério


do Meio Ambiente, da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e de todos
os demais envolvidos, de promover um desenvolvimento pautado na sustentabilidade
no entorno da região em que o Comperj se insere.

Esse esforço só foi possível devido à ampla participação de toda a sociedade. Assim,
agradecemos a todas as instituições, empresas, associações e cidadãos que, voluntaria-
mente, dedicaram seu tempo e esforços ao fortalecimento da cidadania em seus municí-
pios em busca de um modelo de desenvolvimento que leve qualidade de vida para todos.

Estendemos nosso agradecimento também a todas as prefeituras e câmaras de vereado-


res, ao Poder Judiciário e a outros representantes do Primeiro Setor por sua participação
ativa nesse processo.

Esperamos que a Agenda 21, fruto de trabalho intenso e amplo compromisso, contribua
para a construção de um futuro de paz e prosperidade para esta e as próximas gerações.
Transformá-la em realidade é uma tarefa de todos.

Grupo Gestor da Agenda 21 Comperj


Casimiro de Abreu, município detentor de significativo patrimônio ambiental, não poderia abster-se
da elaboração da sua Agenda 21 Local. A Agenda 21 é, com certeza, o mais importante resultado da
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizada no
Rio de Janeiro em junho de 1992. E nós, prefeitos, devemos dar o exemplo, aplicando os princípios do
desenvolvimento sustentável no planejamento dos nossos municípios.

O município de Casimiro de Abreu tem muito a crescer e a se desenvolver rumo à sustentabilidade


socioeconômica e ambiental. Por isso, buscamos um modelo de desenvolvimento que contribua para a
valorização e conservação do nosso patrimônio ambiental e para a formação de cidadãos conscientes
e preparados para o desafio da sustentabilidade. Um modelo que gere receitas “limpas e verdes” e crie
uma cadeia produtiva baseada na conservação e no manejo dos recursos naturais. Estamos recuperando
áreas degradadas e implantando o saneamento básico para proteger nossos valiosos recursos hídricos.
Água de qualidade e em abundância constitui um dos principais ativos do nosso município. Com o de-
senvolvimento da educação ambiental, estamos incentivando a reutilização e a reciclagem de materiais.
As ações de nosso governo estão voltadas para a melhoria da qualidade de vida de nossa população.

Governamos nosso município sintonizados com essa proposta desafiadora de gestão pública voltada
para a sustentabilidade. Governar promovendo a sustentabilidade é preparar o município para que as
gerações atuais e futuras desfrutem de um ambiente saudável.

Gostaria de manifestar meus sinceros agradecimentos à equipe que construiu nossa Agenda 21 Local,
pelo empenho e dedicação, demonstrando elevado espírito de cidadania, responsabilidade e comprome-
timento com o interesse público em nosso município.

Conclamamos todos os casimirenses a participar da Agenda 21 Local, que não é uma solução em si, mas
uma metodologia que proporciona melhores condições de abordagem e encaminhamento das questões
básicas, necessárias ao desenvolvimento e à sustentabilidade do município.

Antonio Marcos de Lemos Machado


Prefeito de Casimiro de Abreu
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que
ficou conhecida como Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, o Brasil, juntamente com outros 178 países,
assinou um pacto para o desenvolvimento sustentável, a partir do Século XXI, denominado Agenda 21.

No município de Casimiro de Abreu, o processo de elaboração da Agenda 21 Local deu-se a partir da


mobilização conjunta dos vários segmentos da sociedade. Por meio de reuniões, fóruns de discussão,
oficinas, seminários etc., os munícipes discutiram suas propostas de ações para o desenvolvimento
sustentável de Casimiro de Abreu, levando em conta suas preocupações, potencialidades de recursos
naturais, econômicos e sociais, respeitando suas tradições culturais e belezas naturais, mas sem perder
o foco do desenvolvimento socioeconômico do município.

Hoje, Casimiro de Abreu conta com sua Agenda 21 como um instrumento de apoio aos Poderes Consti-
tuídos para a formulação de políticas públicas, voltadas para habitação, transporte, saneamento básico,
educação, saúde, esporte e lazer, recursos naturais, econômicos, cultura e turismo, entre outros. Fruto
do trabalho de abnegados munícipes, que, ao longo desse período, dedicaram horas de suas vidas à ela-
boração de nossa Agenda. Pois todos os que de alguma forma participaram desse projeto, demonstraram
sua preocupação com um futuro bem melhor para as próximas gerações de casimirenses.

Gerson Vieira Lima


Coordenador do Fórum Permanente da Agenda 21
Sumário
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
E A AGENDA 21 13
A Agenda 21 Local 14
A Agenda 21 no Brasil 15

O COMPERJ 16
Agendas 21 locais na região 16
Premissas 17
Organização da sociedade 17
Metodologia 18
Desafios e Lições Aprendidas 22

O MUNICÍPIO DE CASIMIRO DE ABREU 25


Um pouco da história de Casimiro de Abreu 26
Processo de construção da Agenda 21 Local 27

AGENDA 21 DE CASIMIRO DE ABREU 29


Para ler a Agenda 29
Vetores qualitativos e os 40 capítulos 30
Vocação e visão de Casimiro 33

ORDEM AMBIENTAL 35
Recursos Naturais 36
Recursos Hídricos 42
Biodiversidade 46
Mudanças Climáticas 50
ORDEM FÍSICA 55
Habitação 56
Saneamento 62
Mobilidade e Transporte 69
Segurança 72

ORDEM SOCIAL 77
Educação 78
Educação Ambiental 82
Cultura 84
Saúde 87
Grupos Principais 91
Padrões de Consumo 96
Esporte e Lazer 98

ORDEM ECONÔMICA 103


Geração de Trabalho, Renda e Inclusão Social 104
Agricultura 110
Indústria e Comércio 115
Turismo 119
Geração de Resíduos 122

MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO 127


Ciência e Tecnologia 128
Recursos Financeiros 131
Mobilização e Comunicação 136
Gestão Ambiental 139

AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃO 145


Programas Ambientais 145
Programas Sociais 147

GLOSSÁRIO (SIGLAS) 149

PARTICIPANTES 152
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
E A AGENDA 21
A sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia,
a economia e a ecologia, tem a ver com a relação que
mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza.
(Moacir Gadotti)

A vida depende essencialmente do que a Terra oferece – água, ar, terra,


minerais, plantas e animais. Todavia, há algumas décadas, esses recursos
naturais vêm dando sinais de esgotamento ou de degradação, principalmente
em função do consumo dos seres humanos, que estão se apropriando de cerca
de 20% da produção mundial de matéria orgânica. Como um planeta com
recursos em grande parte finitos pode abrigar e prover a crescente população
de seres humanos e as demais espécies que nele vivem?

Evidências científicas sobre os crescentes problemas ambientais levaram


a Organização das Nações Unidas (ONU) a reunir 113 países, em 1972, no
primeiro grande evento internacional sobre o meio ambiente – a Conferên-
cia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano,
conhecida como Conferência de Estocolmo. Uma das conclusões do encontro
foi que era preciso rever a própria noção de desenvolvimento. Para tanto, foi
criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que, em
1987, publicou o relatório “Nosso Futuro Comum”, no qual foi consagrado o
conceito de “desenvolvimento sustentável”.

A Comissão declarou que a economia global, para atender às necessidades


e interesses legítimos das pessoas, deve crescer de acordo com os limites
naturais do planeta e lançou o conceito de sustentabilidade. “A humanidade
tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável – de assegurar
que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das
futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades.”

Em busca desse novo modelo de desenvolvimento, em 1992 a ONU convocou


a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro e que ficou conhecida como Rio-92. Tratou-se, na
época, do maior evento voltado para o meio ambiente até então realizado pela
ONU, contando com a representação de 179 nações e seus principais dirigentes.

Um dos principais resultados da Rio-92 foi o documento do Programa Agenda


21, que aponta o desenvolvimento sustentável como o caminho para reverter
tanto a pobreza quanto a destruição do meio ambiente. O documento lista as
ações necessárias para deter, ou pelo menos reduzir, a degradação da terra,
do ar e da água e preservar as f lorestas e a diversidade das espécies de vida.
Trata da pobreza e do consumo excessivo, ataca as desigualdades e alerta

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para a necessidade de políticas de integração entre questões ambientais,
“A Agenda 21 tem sociais e econômicas.

muita importância na vida Em seus 40 capítulos, o documento detalha as ações esperadas dos governos
das pessoas de Casimiro. Foi que se comprometeram com a Agenda 21 e os papéis que cabem a empresá-
o único documento que entrou rios, sindicatos, cientistas, professores, povos indígenas, mulheres, jovens e
crianças na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o mundo.
para a história do município
conseguindo reunir os vários
setores de forma igualitária A Agenda 21 local
e discutir os problemas
da nossa sociedade.” Mais de dois terços das declarações da Agenda 21 adotadas pelos governos
nacionais participantes da Rio-92 não podem ser cumpridos sem a cooperação
e o compromisso dos governos locais. Em todo o documento há uma forte
ênfase na “ação local” e na administração descentralizada.

Mais precisamente, a ideia da elaboração das Agendas 21 Locais vem do


capítulo 28 da Agenda 21, o qual afirma que é no nível local que as ações
ocorrem concretamente e, assim, as comunidades que usam os recursos natu-
rais para sua sobrevivência é que podem ser mais eficientemente mobilizadas
para protegê-los.

A Agenda 21 Local é um processo de elaboração de políticas públicas volta-


das para o desenvolvimento sustentável e de sua implementação por meio da
formação de parcerias entre autoridades locais e outros setores, orientando-os
rumo ao futuro desejado.

O processo de construção de Agendas 21 Locais se inicia com um levantamento


dos problemas, preocupações e potencialidades de cada território, seguido
da elaboração de um plano local de desenvolvimento sustentável, de forma
consensual e com ampla participação de todos os setores da sociedade.

A construção das Agendas 21 Locais se dá por meio dos Fóruns de Agenda 21,
espaços de diálogo onde representantes de diversos setores da sociedade se
reúnem regularmente para acompanhar a construção das Agendas 21 Locais
e a viabilização dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável.

A construção de Agendas 21 Locais é um processo contínuo – e não um único


acontecimento, documento ou atividade. Não existe uma lista de tarefas a
executar, mas uma metodologia que envolve uma série de atividades, ferra-
mentas e abordagens que podem ser escolhidas de acordo com as circuns-
tâncias e prioridades locais, e que deverão ser constantemente trabalhadas
e atualizadas.

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Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MM A), a Agenda 21 Local é o
processo de planejamento participativo de determinado território que en-
volve a implantação de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e
sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local
de Desenvolvimento Sustentável (PLDS), que estrutura as prioridades locais
por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são
também definidas as responsabilidades do governo e dos demais setores
da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses
projetos e ações.

A Agenda 21 no Brasil
O processo de elaboração da Agenda 21 brasileira se deu entre 1996 e 2002,
e foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável
(CPDS). Durante esse período, cerca de 40 mil pessoas em todo o País foram
ouvidas, em um processo que valorizava a participação cidadã e democrática.

No ano seguinte ao término da sua elaboração, a Agenda 21 brasileira foi


alocada como parte integrante do Plano Plurianual (PPA) do governo fede-
ral – o que lhe proporcionou maior força política e institucional – e deu-se
início à fase de implementação.

A Agenda 21 brasileira cita quatro dimensões básicas no processo de cons-


trução do desenvolvimento sustentável:

Ética – demanda que se reconheça que o que está em jogo é a vida no planeta
e a própria espécie humana;

Temporal – determina a necessidade de planejamento a longo prazo, rompendo


com a lógica imediatista;

Social – expressa o consenso de que o desenvolvimento sustentável só poderá


ser alcançado por uma sociedade democrática e mais igualitária;

Prática – reconhece que a sustentabilidade só será conquistada por meio da


mudança de hábitos de consumo e de comportamentos.

Assim como nos demais países, a Agenda 21 brasileira não pode ser cumprida
sem a cooperação e o compromisso dos governos locais.

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O COMPERJ
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos principais
empreendimentos da Petrobras no setor petroquímico, está sendo construído
no município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.

Quando entrar em operação, o complexo agregará valor ao petróleo nacional e


reduzirá a necessidade de importação de derivados e produtos petroquímicos.
Além disso, atrairá novos investimentos e estimulará a criação de empregos
diretos, indiretos e por efeito renda, modificando o perfil socioeconômico
da região do leste f luminense.

Para mais informações sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro,


acesse o site www.comperj.com.br

Mapa 1: Área de atuação da Agenda 21 Comperj

Agendas 21 locais na região


O projeto Agenda 21 Comperj é uma iniciativa de responsabilidade socio-
ambiental da Petrobras, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e
a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que formam o Grupo
Gestor do projeto. É parte do programa de relacionamento que a companhia
está promovendo junto aos 15 municípios localizados nas proximidades do
Comperj: Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaboraí,
Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo,
Saquarema, Silva Jardim, Tanguá e Teresópolis. Juntos, estes municípios re-
presentam uma área de 8.116 km 2 , com mais de oito milhões de habitantes, dos
quais seis milhões correspondem à população do município do Rio de Janeiro.

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O objetivo do projeto é criar e fomentar processos de Agenda 21 Locais, con-
tribuindo para o desenvolvimento sustentável em toda a região e melhorando
a qualidade de vida de seus habitantes, hoje e no futuro.

O projeto Agenda 21 Comperj foi realizado simultaneamente em todos os


municípios participantes, com exceção do Rio de Janeiro. Este município
se encontra na fase de Consolidação Municipal (ver Metodologia), devido à
complexidade local e aos planos de preparação para a Copa do Mundo de
2014 e as Olimpíadas de 2016, ainda em elaboração.

A descrição e os documentos gerados em cada etapa podem ser encontrados


no site www.agenda21comperj.com.br.

Com o lançamento das Agendas e a implementação dos Fóruns Locais em cada


município, o projeto é encerrado, e os Fóruns passam a ser acompanhados pelo
Programa Petrobras Agenda 21 e a se relacionar diretamente com o Comperj.

Uma vez finalizadas, as Agendas 21 passam a ser uma referência para a


implantação de políticas públicas e ações compensatórias e de responsabi-
lidade socioambiental de empresas que deverão se instalar na região.

Premissas
O projeto Agenda 21 Comperj adota as premissas de construção de Agenda
21 preconizadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA):
 Abordagem multissetorial e sistêmica, que envolve as dimensões econô-
mica, social e ambiental;
 Sustentabilidade progressiva e ampliada, ou seja, construção de consensos
e parcerias a partir da realidade atual para o futuro desejado;
 Planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um
documento de governo, mas um projeto de toda a sociedade;
 Envolvimento constante dos atores no estabelecimento de parcerias, aberto
à participação e ao engajamento de pessoas, instituições e organizações
da sociedade;
Processo tão importante quanto o produto;
 Consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvi-
mento.

Organização da sociedade
O projeto Agenda 21 Comperj substituiu a divisão paritária da malha social
entre governo e sociedade civil, comumente adotada, pela divisão em quatro

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setores – público, privado, sociedade civil organizada e a comunidade – no
“Todas as intuito de identificar mais detalhadamente as demandas locais, fortalecendo
preocupações foram a representação dos diversos segmentos.

colocadas e espero que SETORES REPRESENTAÇÃO


lá na frente nós tenhamos Primeiro Prefeituras, Câmaras de Vereadores, poderes Legislativo e
um bom resultado. Judiciário, órgãos e empresas públicos
Segundo Empresas de capital privado, associações e federações do
Para mim foi importante setor produtivo
ter dado o meu parecer Terceiro ONGs, sindicatos, associações de classe, clubes, fundações
e assim fazer parte Comunidade Associações de moradores e de pescadores, e cidadãos em
desta história.” geral

Metodologia
A metodologia do Projeto Agenda 21 Comperj é constituída de cinco etapas:

1) Mobilização da Sociedade;

2) Construção Coletiva;

3) Consolidação Municipal;

4) Formalização dos Fóruns Locais;

5) Finalização das Agendas.

A descrição resumida dessas etapas e dos produtos delas resultantes se en-


contra nas tabelas das páginas seguintes e de forma mais detalhada no site
www.agenda21comperj.com.br.

Para executar as quatro primeiras fases, foram contratadas, por meio de


licitação, quatro Organizações Não Governamentais – Instituto Ipanema,
Instituto de Estudos da Religião - Iser, Rodaviva e Associação de Serviços
Ambientais - ASA –, encarregadas da mobilização dos setores sociais e da
facilitação de oficinas.

Para o acompanhamento da fase de Finalização das Agendas, incluindo re-


dação, diagramação, impressão e eventos de lançamento, foram contratados
consultores especializados.

Como resultado deste processo, as diferentes demandas da sociedade foram identi-


ficadas e sistematizadas em um mapeamento detalhado do cenário local, contem-
plando anseios, propostas e visões dos quatro setores dos municípios abrangidos.

Com a sociedade local representada nos Fóruns de maneira paritária e com


um objetivo comum, foi possível construir os Planos Locais de Desenvolvi-
mento Sustentável.

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Ao final das cinco etapas, as Agendas 21 Comperj compõem um mosaico
do contexto regional e oferecem uma visão privilegiada do cenário no qual
o Complexo Petroquímico será instalado, indicando as potencialidades que
podem ser aproveitadas em benefício de todos, fortalecendo a cidadania e a
organização social.

ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES


Mobilização da Caravana Comperj, em Na região:
Sociedade cada município, para: • 15 Caravanas Comperj
Março de 2007 a Janeiro • Apresentar o Comperj, o realizadas;
de 2008 projeto de Agenda 21 e as
• 1.589 representantes
demais ações planejadas para
do poder público, 900
a região;
da iniciativa privada,
• Identificar lideranças e 850 do Terceiro Setor e MMA/SEA/
Coordenação e
atores estratégicos locais; 5.038 munícipes em geral, Petrobras
responsabilidade
movimentos populares e (Grupo
• Sensibilizar e mobilizar os operacional
associações de moradores Gestor)
setores;
mobilizados para a fase
• Envolver a comunidade no seguinte do processo;
processo;
• Fórum Regional da Agenda
• Divulgar o calendário 21 Comperj criado em reunião
de eventos relacionados à com a presença de 2.700
Agenda 21. pessoas.
Construção Coletiva Seis reuniões por setor Na região:
Janeiro a Setembro de em cada município para: • 369 reuniões ordinárias e MMA/SEA/ Coordenação
2008 • Fortalecer os setores, 197 extraordinárias realizadas; Petrobras estratégica
identificar seus interesses e (Grupo
• 292 representantes eleitos
promover o alinhamento da Gestor)
para participação nas
visão de cada um sobre o
atividades da fase seguinte.
município; Fundação Coordenação
Em cada município: José Pelúcio executiva
• Realizar o Levantamento das
• Estágios de desenvolvimento (UFRJ)
Percepções Setoriais (LPS),
identificando preocupações e do município em relação aos
40 capítulos da Agenda 21 ONGs Responsabilidade
potencialidades;
Global identificados (Vetores Ipanema, Iser, operacional
• Elaborar Planos de Ação Qualitativos)1; Roda Viva,
Setoriais; ASA
• Preocupações e
• Eleger sete representantes potencialidades de cada setor
de cada setor. Fórum Monitoramento
identificadas;
Regional
• Planos Setoriais elaborados; Agenda 21
• Setores sociais fortalecidos Comperj
e integrados.

1 Os Vetores Qualitativos foram elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a construção do desenvolvimento
sustentável em empresas. Esta ferramenta defi niu uma escala que possibilitou identifi car o estágio no qual o município se
encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando os participantes a relacioná-los com a realidade
local e a planejar aonde gostariam de chegar.

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Consolidação Municipal Duas ofi cinas com os Na região:
Novembro de 2008 a representantes dos 30 oficinas de 20 horas cada.
quatro setores de cada
Junho de 2009 Em cada município:
município para:
• Integrar os setores, • Consenso acerca
orientando-os para das preocupações e
um objetivo comum: o potencialidades municipais
desenvolvimento sustentável e estágios dos vetores
do município; identificados;

• Obter consenso sobre • Planos de ação municipais


os estágios dos vetores elaborados;
MMA/SEA/ Coordenação
estabelecidos pelos quatro • Primeira versão de Vocação Petrobras estratégica e
setores; e Visão de Futuro do (Grupo executiva
• Obter consenso sobre município; Gestor)
as preocupações e • Propostas de ação
potencialidades elencadas detalhadas, prioridades Ipanema, Iser, Responsabilidade
pelos quatro setores; e próximos passos Roda Viva, operacional e
• Identificar a vocação e estabelecidos e possíveis ASA metodológica
construir uma visão de futuro parceiros e fontes de
para o município com base financiamento identificados; Consultoria ILTC2
na realidade local, bem como • Setores sociais integrados
oportunidades e demandas em um Fórum da Agenda 21.
decorrentes da implantação
do Comperj;
• Elaborar um plano de
ação com base nos temas
estruturantes de planejamento;
• Elaborar o detalhamento
preliminar de propostas para
viabilizar o plano de ação.

“A maior
expectativa é de poder
participar das políticas
públicas locais para fomentar
o desenvolvimento sustentável
do município.”

2 ILTC – Instituto de Lógica, Filosofi a e Teoria da Ciência

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES
Formalização dos Duas ofi cinas em cada Na região:
Fóruns Locais município para: • 28 oficinas e diversas visitas
Julho a Dezembro de 2009 • Orientar os Fóruns para sua técnicas realizadas;
organização, estruturação
• Portal na internet para
e formalização através de
relacionamento e divulgação
projeto de lei ou decreto;
do projeto lançado.
• Desenvolver o Regimento
Em cada município:
Interno;
• Decreto ou projeto de lei
• Aprimorar a vocação e a criando o Fórum da Agenda MMA/SEA/ Coordenação
visão de futuro municipal; 21 Local aprovado; Petrobras estratégica e
• Realizar a análise técnica (Grupo executiva
• Regimento interno do Fórum
das propostas de ação. Gestor)
elaborado;
• Fórum organizado com estruturas Ipanema, Iser, Responsabilidade
de coordenação, secretaria Roda Viva, operacional e
executiva e grupos de trabalho; ASA metodológica
• Primeira versão do Plano
Local de Desenvolvimento
Sustentável finalizada;
• Segunda versão da vocação
e da visão de futuro municipal
desenvolvida;
• Propostas de ação
analisadas tecnicamente.
Finalização das Consultoria e serviços Na região:
Agendas para: • 28 oficinas e diversos
Janeiro de 2010 a Junho • Pesquisar dados estatísticos encontros e reuniões locais e
de 2011 e informações técnicas; regionais realizados;
• Levantar e produzir material visual; • Comitê Regional da Agenda
• Redigir, editar, revisar, 21 Comperj estruturado para
diagramar e imprimir as Agendas. apoiar os Fóruns e planejar
e facilitar ações regionais ou
Duas ofi cinas em cada intermunicipais.
município, para:
Em cada município:
• Validar os textos de MMA/SEA/ Coordenação
diagnósticos; • Fórum de Agenda 21 Local Petrobras estratégica e
em funcionamento; (Grupo executiva
• Atualizar e validar as
propostas de ação. • Agenda 21 Local publicada Gestor)
e lançada;
Cinco encontros de Consultores Responsabilidade
coordenação dos Fóruns • Site do Fórum Local em
contratados técnica e
de Agenda 21 Locais funcionamento;
operacional
para:
• Vídeo da Agenda 21 local
• Promover a integração e produzido.
fomentar o apoio mútuo entre
os Fóruns locais.
Encontros, reuniões locais e
contato permanente para:
• Fortalecer a integração do
Fórum com o poder público local;
• Desenvolver e fomentar o
Fórum Local.

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DESAFIOS E LIÇÕES APRENDIDAS
Processos participativos são sempre muito complexos. A ordem de grandeza
deste projeto – 15 municípios envolvidos e mais de 8 mil participantes di-
retos – se por um lado o tornava mais estimulante, por outro aumentava os
desafios para o sucesso da iniciativa.

O primeiro deles foi o fato de se tratar de um projeto iniciado pela Petro-


bras tendo como elemento def inidor do território de atuação os municí-
pios inf luenciados pela implantação do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj).

Em geral, processos de Agenda 21 Local são iniciados pelo poder público


municipal ou por organizações da sociedade civil, sendo, por vezes, mais
difícil obter a adesão do Segundo Setor. Além disso, empresas do porte da
Petrobras despertam resistências e expectativas muitas vezes desmedidas.

No entanto, a atenção dedicada ao projeto, coordenado e acompanhado


pela Petrobras, e a transparência na condução dos processos minimizaram
posturas negativas e foram decisivas para conseguir o comprometimento
de todos os participantes.

A inovação metodológica de iniciar o trabalho dividindo os segmentos so-


ciais foi bem-sucedida, propiciando que os interesses ficassem bem definidos
e alinhados internamente nos setores e, depois, igualmente representados.
Embora o sistema simplificado de indicadores – os Vetores Qualitativos –
precise ser aperfeiçoado, ficou clara sua utilidade para que todos tomassem
conhecimento do conteúdo da Agenda 21. No entanto, a complexidade de
alguns temas e a falta de correspondência de outros com a realidade local
dificultaram a compreensão de alguns participantes.

O tempo dedicado às etapas iniciais constituiu uma limitação para a melhor


identificação de lideranças representativas, para que novas pessoas se in-
corporassem ao processo e para a capacitação dos participantes em tantos e
tão variados temas. Estes percalços foram trabalhados nas etapas seguintes.

Outra questão foi o equilíbrio delicado entre usar a mesma metodologia para
todos os municípios e fazer as adaptações necessárias às diferentes reali-
dades encontradas. Quanto mais o processo evoluía, mais as diferenças se
acentuavam. Mesmo assim, foi possível alcançar um resultado que ref lete
as peculiaridades de cada município e o grau de maturidade de cada grupo
mantendo uma estrutura semelhante e apoiando a todos da mesma forma.

A construção do consenso em torno das preocupações, potencialidades e


ações identificadas foi bem-sucedida graças à concordância em torno de ob-
jetivos comuns, ao estabelecimento de regras claras e à ação de facilitadores
experientes. A consolidação dos Fóruns requer uma boa compreensão do que

22
é representatividade e tempo para que esta se desenvolva. O debate sobre o
Regimento Interno foi um momento rico e determinante para a sustentabili-
dade dos Fóruns. Assim, foi encaminhado sem pressa, com foco nos valores
que cada grupo desejava adotar e por meio do desenvolvimento de critérios
para a tomada de decisão.

A criação de um portal com um site para cada município, com notícias atuali-
zadas, divulgação de oportunidades, editais e boas práticas, biblioteca, vídeos
e ferramentas de interatividade, como o chat, traz inúmeras possibilidades
de comunicação, funcionando como uma vitrine do projeto e uma janela dos
Fóruns para o mundo.

Além de democratizar e dar transparência às atividades de cada Fórum Local,


o portal proporciona a troca de experiências entre eles, criando uma sinergia
para seu desenvolvimento. As limitações de acesso à internet na região são
uma barreira que esperamos seja superada em breve.

Finalmente, a integração entre os saberes técnico e popular é um dos aspectos


mais gratificantes do processo e foi conduzida cuidadosamente com a cons-
trução dos textos das Agendas a partir do contato constante com os Fóruns.
As preocupações e potencialidades indicadas por consenso nas reuniões
foram suplementadas por informações técnicas obtidas de diversas fontes,
como institutos de pesquisa, prefeituras e agências governamentais diversas.

O processo de consulta continuou durante a etapa de finalização da Agenda.


Sempre que as informações coletadas divergiam da percepção dos partici-
pantes e quando incongruências ou questões técnicas eram identificadas, os
consultores se dedicavam a dirimir as dúvidas, por telefone, e-mail ou em
reuniões presenciais. Os Fóruns também se empenharam em qualificar o
trabalho realizado, que foi aprimorado progressivamente. A evolução deste
processo pode ser verificada nos documentos postados no site de cada mu-
nicípio na internet.

Ao longo do processo foram necessárias diversas adaptações, naturais em pro-


cessos participativos, já que estes, por sua natureza, não ocorrem exatamente
de acordo com o planejado. Todos os envolvidos aprenderam a f lexibilizar
suas expectativas e atitudes em prol do bem comum.

O resultado que apresentamos agora é a síntese deste percurso de mais de


três anos, durante os quais foram construídas novas relações e aprofundado
o entendimento de todos os envolvidos sobre o modelo de desenvolvimento
almejado para a região. A diversidade é uma premissa da sustentabilidade
e, assim como a participação, demanda transparência e responsabilidade
individual e coletiva pelos resultados alcançados.

Um processo de Agenda 21 Local é a construção participativa do consenso


possível entre interesses diversos, com o objetivo comum de promover a

23
qualidade de vida e a justiça social, sem perder de vista os limites impostos
pelo planeta e tendo um futuro sustentável como horizonte comum.

A Agenda 21 publicada é o início da jornada rumo a este futuro.

Membros e facilitadores do Fórum da Agenda 21 de Casimiro de Abreu

24
O MUNICÍPIO DE CASIMIRO DE ABREU

Área total: 461 km²


População estimada: 35.373 habitantes (IBGE – 2010)
Economia: Comércio e serviços, indústria
PIB: R$ 1,435 bilhão (IBGE - 2008)
Participação PIB estadual: 0,41% (Cederj - 2007)

Localizado na região da baixada litorânea, entre Macaé e Silva Jardim, Ca-


simiro de Abreu destaca-se por sua exuberância natural, cercado por matas,
serras e rios, e banhado pelo Oceano Atlântico, em Barra de São João.

Município litorâneo, com rios e cachoeiras, é polo de turismo ecológico e


rural e reparte com o município vizinho de Silva Jardim a Reserva Biológica
de Poço das Antas, habitat do mico-leão-dourado. Seu território estende-se
do mar à serra, em grande parte recoberto pela Mata Atlântica. O município
pode ser considerado como “produtor de águas”, devido ao grande número
de nascentes de rios e águas com potencial mineral. Sua sede localiza-se às
Selo comemorativo dos 150 anos de
margens da BR-101, entre o polo petroquímico de Macaé e o Comperj.
emancipação política e administrativa
O mapa fundiário do município tem cerca de 500 propriedades rurais – 80% de Casimiro de Abreu
delas estão abaixo do módulo do Incra de 72 hectares (pequena propriedade).
Casimiro de Abreu vem sofrendo pressão especulativa em torno das propriedades
rurais, que estão deixando de ser produtivas para funcionar como sítios de lazer
para os que trabalham no setor de petróleo de Macaé e futuramente no Comperj.

Na cidade, a pressão imobiliária – com loteamentos em áreas urbanas e no P roduto I nte r no Br uto ( PI B) –
perímetro urbano – aumenta o risco de ocupação desordenada e afeta também Indicador que mede a produção de
as atividades agrícolas. Há grande preocupação em fixar o homem no campo um território, segundo três grupos
e combater o uso indiscriminado de agrotóxicos. principais: agropecuária (agricul-
tura, extrativa vegetal e pecuária);
O PIB de Casimiro destaca-se pela contribuição dos royalties do petróleo, sendo indústria (extrativa mineral, trans-
o PIB per capita superior ao do Estado (R$ 19.193) e ao do Brasil (R$ 13.843). O formação, ser viços industriais de
pouco dinamismo municipal é refletido pelo índice negativo de novos postos de utilidade pública e construção civil);
trabalho criados e pela alta concentração da atividade econômica. A taxa de de- e ser viços (comércio, transpor te,
semprego é baixa (7,6%) e o município possui poucas pequenas e médias empresas. comunicação e serviços da adminis-
tração pública, entre outros).
Em estudo realizado com quatro cadeias produtivas 3, destaca-se, em Casimiro
de Abreu, a de construção (48,22%).

3 Agroindustrial, construção, metal-mecânica e químico-petroquímico - ONU-


Habitat /UFF - 2009

25
Um pouco da história de Casimiro de Abreu
Os primeiros habitantes da região foram os índios da nação Goitacás, que
tinham suas reservas divididas pelo Rio São João. Eram exímios nadadores e
pescavam tubarões – o que pode ser confirmado pelo nome dado pelos índios
ao Rio São João: Peruíbe, que quer dizer rio de tubarões. Esse mesmo rio, por
sua barra tranquila, provavelmente serviu bem aos interesses portugueses
na exploração do pau-brasil. Na criação da aldeia velha de Ipuca, os índios
Guarulhos foram trazidos para a região.

Data de 1501 o primeiro registro a respeito do território casimirense, com


a escolha dos nomes para os acidentes geográficos existentes na costa. Em
1748, foi erguida a primeira capela dedicada à Sacra Família, tendo a povo-
ação nascente recebido, em 1761, foros de freguesia, sob a denominação de
Sacra Família de Ipuca, declarada perpétua em 1800. Arruinada a capela, e
devido à ocorrência frequente de surtos de epidemias na localidade, a sede
da freguesia foi transferida para junto da foz do Rio São João, onde depois
se edificou uma igreja consagrada a São João Batista.

Em 1843, o governo Provincial aprovou a demarcação dos limites da povoação


de Barra de São João. Três anos mais tarde, o progresso verificado era tal que
a localidade foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Barra de
São João, conservando os limites da freguesia em que se encontrava.

Com o crescimento da freguesia – que era próspera e possuía um porto de


onde partia toda a produção agrícola para o Rio de Janeiro –, o presidente
da província, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, ordenou a criação da
vila de Barra de São João, em 1846, impondo como condição para sua eman-
Estátua de Casimiro de Abreu cipação que os moradores construíssem, por própria conta, uma casa para a
Câmara Municipal e a cadeia pública. Todavia, devido a problemas políticos,
Nascido em Barra de São João, Casi- a emancipação só aconteceu 13 anos mais tarde, em 15 de setembro de 1859.
miro de Abreu (1837-1860) foi um dos
Por volta de 1880, foi construída a linha férrea para levar a Macaé os trilhos
mais populares poetas do Romantis-
da futura Leopoldina Railway, e junto às estações nasceram os povoados de
mo no Brasil.
Indaiaçu, Professor Souza, Rio Dourado e Rocha Leão.

Em 1888, com a abolição da escravatura e a inauguração da estrada de ferro,


o porto de Barra de São João entrou em declínio e os distritos iniciaram uma
luta para determinar qual seria a sede da vila. Barra resistiu por 30 anos,
até que o prefeito Alpheu Marchon decidiu transferir a sede, em 1925, para
Indaiaçu, depois mudando seu nome para Casimiro de Abreu, em homenagem
ao poeta nascido na região.

Casimiro de Abreu foi um município voltado para a agricultura até o final


do século XIX. O porto de Barra de São João também foi importante para
seu desenvolvimento, pois tinha a função de escoar para o Rio de Janeiro a
produção cafeeira de Cantagalo e importar escravos clandestinamente.

26
Processo de construção da Agenda 21 Local
Em 9 de maio de 2007, a Caravana Comperj da Petrobras visitou Casimiro
de Abreu para divulgar o empreendimento e as ações de relacionamento
propostas para a região, convidando lideranças a participar do processo de
construção da Agenda 21 Local.

Em 25 de setembro daquele ano, em reunião em Itaboraí, com a presença de


cerca de 2.700 pessoas dos 14 municípios do entorno do Complexo Petroquí-
mico do Rio de Janeiro, foi escolhido um representante de cada segmento
social (governo, empresariado, ONGs e comunidade), por município, para
Reuniões comunitárias em Casimiro
formar o Fórum Regional da Agenda 21 Comperj.
de Abreu
Assim, cada município tinha quatro representantes neste Fórum, que ficou
responsável pelo monitoramento dos encontros e pelo andamento das Agendas
21 municipais. O Fórum Regional tinha caráter consultivo ao Grupo Gestor e a
tarefa de facilitar a integração de ações regionais ou de grupos de municípios.

Em dezembro de 2007, quatro ONGs – ASA, Instituto Ipanema, Instituto Roda


Viva e Iser – iniciaram o trabalho de mobilização específica para cada setor,
utilizando as estratégias mais adequadas a cada um.

O início do processo em Casimiro de Abreu foi trabalhoso: além das dúvidas


sobre os benefícios que o projeto poderia trazer ao município, as reuniões Fórum da Agenda 21 de Casimiro
foram prejudicadas pela alta frequência e intensidade de chuvas naquela reunido na secretaria de Turismo
região durante o verão. Outra questão importante foi a discrepância de re-
presentação entre a sede e o distrito de Barra de São João, muito distantes
entre si (42 km), o que obrigou alguns setores a realizar reuniões alternadas
ou mais de uma reunião por mês.

Em janeiro de 2008, iniciou-se uma rodada de três reuniões para o levan-


tamento das percepções de cada segmento, utilizando Vetores Qualitativos
elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a promoção do
desenvolvimento sustentável em empresas. Esta ferramenta definiu uma
escala que possibilitou a identificação do estágio no qual o município se
encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando
os participantes a planejar aonde gostariam de chegar.

Após a leitura do título dos capítulos e da descrição de cada estágio, era


solicitado aos participantes que escolhessem aquele que melhor retratasse
Casimiro de Abreu. Nas duas reuniões seguintes, os resultados orientaram a
produção de um painel de preocupações e potencialidades locais.

Foram realizados mais três encontros por setor, nos quais os participantes
definiram as ações necessárias para prevenir ou mitigar as questões identi-
ficadas como preocupações e para aproveitar, da melhor forma possível, as
potencialidades levantadas. Na última dessas reuniões, cada setor indicou

27
cinco representantes e dois suplentes para compor o Fórum da Agenda 21 de
Casimiro de Abreu, totalizando 28 componentes.

A Fase de Consolidação do processo foi o momento de reunir os quatro setores


para consolidar coletivamente as potencialidades e preocupações apontadas
por cada um deles. Em 11 de dezembro de 2008, os representantes de Casimiro
de Abreu viajaram até Rio Bonito para trabalhar nas oficinas de consolida-
ção. A partir dela, os resultados setoriais foram estruturados, e o Fórum da
Agenda 21 de Casimiro de Abreu ficou constituído.

Em fevereiro de 2009, foi realizada a oficina para iniciar o processo de


construção de vocação e visão de futuro, consolidar as ações em propostas e
iniciar seu detalhamento. Este trabalho foi realizado com uma nova estrutura,
agrupando os 40 capítulos da Agenda 21 Global conforme suas afinidades em:
Ordem Física, Ordem Ambiental, Ordem Social, Ordem Econômica e Ordem
Meios de Implementação, divididos em temas.

Em 6 de junho de 2009, foi realizada uma oficina em Casimiro de Abreu


para atualizar os trabalhos e fortalecer o Fórum. Nesse período, também foi
desenvolvido um portal na internet, voltado para a comunicação dos Fóruns
e a divulgação do projeto e de seus resultados – www.agenda21comperj.com.
br – com um site para cada município. Atualizados frequentemente, eles dis-
põem de uma área interna com ferramentas de comunicação que permitem o
contato entre os membros dos Fóruns.

Em novembro de 2009, foram contratados quatro consultores para desenvolver


e implementar uma metodologia de fortalecimento dos Fóruns e trabalhar na
elaboração das Agendas.

Em 2010, após uma análise dos resultados alcançados, iniciou-se uma nova
Primeira reunião dos coordenadores dos
rodada de oficinas para aprimorar o trabalho. Em Casimiro de Abreu foram
Fóruns da Agenda 21 Comperj
realizadas três reuniões para revisão do trabalho, apresentação do site e
acompanhamento, com o objetivo de ajudar na formação de parcerias e apoiar
a elaboração de ações de comunicação. Durante todo o período, o Fórum do
município se manteve mobilizado e sem conf litos.

Em 19 de março, 1o de outubro e 3 de dezembro de 2010, foram realizadas


reuniões com todos os coordenadores para promover a troca de experiências
e fomentar ações regionais estratégicas.

O Fórum da Agenda 21 de Casimiro de Abreu foi empossado formalmente no


dia 30 de junho de 2010, ocasião na qual todos receberam um certificado de
Cerimônia de posse do Fórum da participação no processo.
Agenda 21 de Casimiro de Abreu
O Fórum se mantém ativo, reunindo-se regularmente e desenvolvendo di-
versas atividades.

28
AGENDA 21 DE CASIMIRO DE ABREU

Para ler a Agenda


Este trabalho é resultado de empenho e esforço conjunto de moradores de
Casimiro de Abreu, bem como de técnicos e consultores que atuaram nas
diversas fases do projeto Agenda 21 Comperj.

O trabalho foi dividido em cinco ORDENS e 23 TEMAS, referentes aos 40


capítulos da Agenda 21. Cada tema apresenta a situação do município de
acordo com os dados e informações mais recentes.

ORDENS TEMAS CAPÍTULOS DA AGENDA 21


GLOBAL
ORDEM Recursos Naturais 10, 11, 12, 13, 16
AMBIENTAL
Recursos Hídricos 17 e 18
Biodiversidade 15
Mudanças Climáticas 9, 15 e 18

ORDEM FÍSICA Habitação 7


Saneamento 18 e 21
Mobilidade e Transporte 5
Segurança 3, 23, 23, 25, 26, 27

ORDEM SOCIAL Educação, Educação 36


Ambiental e Cultura
Grupos Principais 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29
Saúde 6
Esporte e Lazer 23, 24, 25, 26, 27, 36
Padrões de Consumo 4

ORDEM Geração de Renda e Inclusão 3


ECONÔMICA Social
Agricultura 3, 14, 32
Indústria e Comércio 3, 30
Turismo 3, 36
Geração de Resíduos 19, 20, 22

MEIOS DE Ciência e Tecnologia 31, 35


IMPLEMENTAÇÃO
Recursos Financeiros 2, 33, 34, 37
Comunicação e Mobilização 8, 40
Gestão Ambiental 1, 8, 28, 38, 39 40

29
Estão elencadas também, e evidenciadas por fontes em itálico, as preocupações dos
moradores e as potencialidades do município, conforme percebidas e apontadas
por consenso pelos participantes do processo.

Logo após um breve diagnóstico da situação em que se encontra o municí-


pio, estão listadas as propostas e seus respectivos níveis de prioridade (alta

- , média - • •
ou baixa - ). As propostas reúnem um conjunto de ações,
elaboradas para solucionar as preocupações elencadas, e de estratégias que
promovam o melhor aproveitamento das potencialidades identificadas.

As ações estão subdivididas em LIN H AS DE AT UAÇÃO. Dessa forma, é


possível identificar todas as ações de uma agenda, segundo a atividade de-
mandada para sua execução, independentemente do tema, de acordo com o
entedimento de cada grupo.

Ao final de cada ORDEM encontram-se reunidos os possíveis parceiros e as


possíveis fontes de financiamento elencadas para as propostas de seus temas.

No site www.agenda21casimirodeabreu.com.br está disponível a Ficha de


Detalhamento de cada proposta, com a lista dos possíveis parceiros para sua
No CD encartado nesta publicação
execução, os especialistas de cada município que podem colaborar com o
encontram-se todos os resultados
do processo e uma versão digital da
projeto, as fontes de financiamento identificadas e os primeiros passos para
Agenda 21 de Casimiro de Abreu sua implementação.

Os Vetores Qualitativos e os 40 capítulos


da Agenda 21 de Casimiro de Abreu
A tabela da página seguinte apresenta o resultado da consolidação das percep-
ções de todos os que participaram da fase de construção coletiva da Agenda
21 de Casimiro de Abreu, avaliando a situação do município em relação a
cada um dos capítulos da Agenda 21 Global.

Estágios da tabela:
1 – Quase nada foi feito
2 – Já existem ações encaminhadas
3 – Já há alguns resultados
4 – Estamos satisfeitos

30
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4

1 Preâmbulo

2 Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento


sustentável

3 Combater a pobreza

4 Mudar os padrões de consumo

5 Dinâmica demográfica e sustentabilidade

6 Proteger e promover a saúde humana

7 Promover assentamentos humanos sustentáveis

8 Integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas tomadas


de decisão

9 Proteger a atmosfera

10 Integrar o planejamento e o gerenciamento dos recursos do


solo

11 Combater o desflorestamento

12 Combater a seca e a desertificação

13 Gerenciar ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável


das montanhas

14 Promover o desenvolvimento rural e a agricultura


sustentáveis

15 Conservar a diversidade biológica

16 Gerenciamento responsável ambientalmente da


biotecnologia

17 Proteção dos oceanos

18 Proteger a qualidade e suprimento dos recursos de água


limpa

19 Gerenciar de forma ambientalmente responsável os produtos


químicos tóxicos

20 Gerenciar de forma ambientalmente sustentável os resíduos


perigosos

31
Estágio
Capítulos da Agenda 21
1 2 3 4
21 Gerenciar de forma ambientalmente responsável os resíduos
sólidos

22 Gerenciar de forma segura e ambientalmente responsável


os resíduos radioativos

23 Fortalecer o papel dos principais grupos sociais

24 Ação global para as mulheres pelo desenvolvimento


sustentável e equitativo

25 Crianças e jovens e o desenvolvimento sustentável

26 Reconhecer e fortalecer o papel dos povos indígenas e suas


comunidades

27 Fortalecer o papel das Organizações Não Governamentais

28 Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21

29 Fortalecer o papel dos trabalhadores e sindicatos

30 Fortalecer o papel da indústria e dos negócios

31 Comunidade científica e tecnológica

32 Fortalecer o papel dos fazendeiros

33 Recursos e mecanismos financeiros

34 Tecnologia ambientalmente responsável

35 Ciência para o desenvolvimento sustentável

36 Promover a educação, consciência pública e treinamento

37 Mecanismos nacionais e internacionais de cooperação

38 Arranjos institucionais internacionais

39 Instrumentos e mecanismos legais internacionais

40 Informação para a tomada de decisões

32
Vocação e Visão de Casimiro de Abreu
Uma visão sem ação não passa de um sonho. “A Agenda
Ação sem visão é só um passatempo. 21 Comperj é um bom
Mas uma visão com ação pode mudar o mundo.
(Joel Baker – vídeo: A Visão do Futuro)
espaço para as discussões
sobre as mudanças que
A Vocação é o conjunto de competências, recursos e produtividade local de
um município (em todos os sentidos: econômico, ambiental, artístico-cultural,
enfrentaremos com uma
turístico, educacional). visão de futuro para
A Visão de Futuro define o que se espera do município e deve representar
o nosso município.”
de forma clara e abrangente o que se deseja alcançar. Agrega as pessoas e as
inspira e motiva a fazer as melhores escolhas nos momentos de decisão e a
enfrentar com perseverança a espera pelos resultados.

Os participantes fizeram uma dinâmica de grupo para construir sua Vocação


e Visão de Futuro. O resultado foi revisto na Oficina Local e o que apresen-
tamos a seguir é ainda um trabalho em progresso, que o município deverá
refinar até chegar à versão definitiva.

Vocação
 Turismo (cultural, histórico, gastronômico, geológico, agroecológico,
ecológico, de pesca e de negócios)
 Recursos hídricos abundantes
 Agronegócios e agricultura familiar articulados de forma não conf litante
 Artesanato

Visão de futuro
 Ser referência em qualidade de ensino no nível técnico e superior
 Ser um polo industrial com definição de Zonas Especiais de Negócios (ZEN)
 Ter um aeroporto, de uso público, adequado à nova realidade econômica
 Prover saneamento com qualidade ambiental em todo o município
 Ter soluções de acesso facilitado à cidade sem o uso de viaduto (passagem
subterrânea na BR-101 para carros e pedestres)
 Crescer continuamente de forma sustentável em todos os distritos

33
1 Ordem Ambiental
RECURSOS NATURAIS
Chamamos de recursos naturais tudo o que obtemos da natureza com os ob-
jetivos de desenvolvimento, sobrevivência e conforto da sociedade. São clas-
sificados como “renováveis” quando, mesmo explorados por algum tempo em
determinado lugar, continuam disponíveis, e como “não renováveis” quando
inevitavelmente se esgotam.

A vida humana depende dos recursos naturais – terra, água, florestas, recursos
marinhos e costeiros – e de suas múltiplas funções. Tanto os seres humanos
quanto os demais seres vivos, agora e no futuro, têm direito a um meio am-
Morro de São João
biente saudável, que forneça os meios necessários a uma vida digna. Para isto,
é preciso manter os ecossistemas, a biodiversidade e os serviços ambientais em
quantidade e qualidade apropriadas.

Não é possível pensar em um futuro para a humanidade sem construir uma


M at a A t l â nt ic a – Um dos bio- relação adequada entre o homem e a natureza que o cerca. E essa magnífica
mas mais ricos em biodiversidade variedade de formas de vida não pode ser vista apenas como “recursos na-
do mundo, chegou a ocupar quase turais”, sem a valorização dos inúmeros benefícios intangíveis que nos traz.
todo o litoral brasileiro. Devido ao
intenso desmata mento, in iciado
com a chegada dos colonizadores Casimiro de Abreu é conhecido por seus recursos naturais abundantes,
por t ugueses, at ua lmente restam porém pouco explorados. Nesta região é possível encontrar muitos manan-
apenas 7% de sua área or iginal. ciais, além de uma grande diversidade topográfi ca, fl orística e faunística. O
Considerada uma das florestas mais município apresenta desde áreas de baixada, com predomínio de morros, a
ameaçadas do planeta, nela estão áreas com relevos bastante acidentados.
localizados mananciais hídricos es-
senciais ao abastecimento de cerca Seu território integra uma grande extensão de área verde, que faz parte do
de 70% da população brasileira. Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar. Segundo dados do Laboratório
Interdisciplinar de Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de Janei-
ro (Lima/UFRJ), o município apresenta 31,3% de seu território cobertos por
remanescentes f lorestais. Em Casimiro de Abreu, as serras possuem altitudes
de até 800m e suas montanhas são quase totalmente cobertas pela Mata Atlân-
tica. Nas áreas de baixada, próximas à Barra de São João, são encontradas
f lorestas de restinga e manguezais.

36
Gráfico 1: Proporção do uso do solo

876,5 ha 463,6 ha
1,90% 1%

14.438,5 ha Área Antropizada


30.305,7 ha
31,30% 65,80% Cobertura Vegetal Unidades de Conservação (UC) –
Áreas de proteção ambiental legal-
Área Urbana
mente instituídas pelas três esferas
Outros* do poder público (municipal, esta-
dual e federal). Dividem-se em dois
grupos: as de proteção integral, que
não podem ser habitadas pelo ho-
mem, sendo admitido apenas o uso
(*) Inclui água, afl oramentos rochosos e usos não identifi cados. indireto de seus recursos naturais
Fonte: Lima-Coppe/UFRJ, com base em geoprocessamento de imagens Landsat e em atividades como pesquisa cientí-
CBERS e Probio - Levantamento dos remanescentes de Mata Atlântica (2008). fica e turismo ecológico; e as de uso
sustentável, onde é permitida a pre-
A Unidade de Conservação (UC) de proteção integral é a Reserva Biológica
sença de moradores, com o objetivo
União, que compreende 5,6% do município. As Unidades de Conservação de
de compatibilizar a conservação da
uso sustentável são as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) de Macaé de Cima
natureza com o uso sustentável dos
e da bacia do Rio São João e as Reservas Particulares de Patrimônio Natural recursos naturais.
(RPPNs) criadas pela União: Fazenda Córrego da Luz, Fazenda Bom Retiro,
Á r e a s d e P r ot e ç ã o A m bie nt a l
Matumbo e Ventania, que abrangem 11% de seu território, com vegetação em
(A PA) – Áreas naturais (incluindo
razoável estágio de conservação.
recursos ambientais e águas jurisdicio-
Atualmente existem incentivos para a criação de novas RPPNs, por parte da nais) legalmente instituídas pelo poder
Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), e a iniciativa da criação da Reserva público, com limites defi nidos e ca-
racterísticas relevantes, com objetivos
Extrativista da Foz do Rio São João, que se encontra em um estágio bastante
de conservação e sob regime especial
avançado para ser implantada. Vale mencionar a existência de Unidades de
de administração, às quais se aplicam
Conservação no município com um número considerável de pesquisas sendo
garantias adequadas de proteção.
desenvolvidas. Essas localidades estão inseridas em áreas prioritárias para a
preservação da Mata Atlântica. Reser vas Particulares de Patri-
môn io Nat u ra l (R PPN ) – Á reas
Apesar de o município apresentar uma grande extensão de áreas verdes (Rebio particulares cujas características
União, APA do São João, de Macaé e proximidade da Reserva Biológica Poço naturais justifi cam sua preser va-
das Antas, entre outras), com formações pioneiras e refúgios preservados, ção. Destinadas por seus proprietá-
observa-se a falta de preservação dos recursos naturais como matas, rios, rios a serem protegidas em caráter
lagoas, praias e manguezais da região. Em alguns lugares já é possível ob- perpétuo, devem ser reconhecidas
pelo Instituto Brasileiro do Meio
servar que existem áreas sem cobertura vegetal. Um dos principais motivos
Ambiente e dos Recursos Naturais
é o avanço do desmatamento. Além disso, a falta de conscientização ambien-
Renováveis (I bama), e seus pro-
tal por parte de alguns proprietários rurais contribui para a fragmentação
prietários passam a gozar de alguns
dos remanescentes f lorestais. Uma das práticas bastante comuns nas áreas
benefícios, como isenção do Imposto
agrícolas consiste no uso de fogo para a limpeza de pasto, sem a licença e os Territorial Rural.
cuidados devidos.

37
O desmatamento avança sobre trechos pequenos e médios de mata que já estão
Extração de areia – Para a extra- isolados entre si, reduzindo as chances de conectá-los a fragmentos de vege-
ção de areia é preciso obter licen- tação mais extensos e, portanto, ecologicamente viáveis. Mesmo estas áreas
ça do Instituto Brasileiro do Meio
florestadas mais extensas também já estão sendo afetadas pelo desmatamento.
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e do Instituto Nas áreas de encosta existe a preocupação com a exploração desordenada do
Estadual do Ambiente (Inea), e au- solo, principalmente a extração ilegal de areia para construção, atividade que
torização do Departamento Nacional favorece o assoreamento dos rios. Dentre as preocupações apontadas pelo
de Produção Mineral. A falta de
Fórum da Agenda 21 de Casimiro de Abreu, a conservação de alguns am-
licença ou o exercício da atividade
bientes naturais merece destaque. Isso aparece, por exemplo, quando o grupo
em desacordo com a licença conce-
demonstra preocupação com o assoreamento e a degradação dos manguezais,
dida implicam pena de detenção de
que já se encontram avançados em algumas áreas.
seis meses a um ano, além de multa.

Assoreamento – Deposição de sedi- Por outro lado, existem iniciativas e condições para a realização de projetos de
mentos (areia, detritos etc.) origina- repovoamento de rios, agrofl orestas e agricultura orgânica, visando à utiliza-
dos de processos erosivos, transpor- ção econômica sustentável dos recursos naturais. As parcerias com o Ibama, o
tados pela chuva ou pelo vento para Instituto Chico Mendes (ICMBio), o Inea e a AMLD são bastante significativas
os cursos d’água e fundos de vale. para desenvolver ações estratégicas na área do meio ambiente. Entretanto,
Provoca a redução da profundidade percebe-se ainda a falta de meios adequados e recursos humanos para imple-
e da correnteza dos rios, dificul-
mentar uma política efi ciente de fi scalização e controle dos recursos naturais.
tando a navegação e diminuindo a
massa de água superficial.

Sistema Agrof lorestal – Forma de


uso da terra na qual se combinam
espécies arbóreas lenhosas (frutífe-
ras e/ou madeireiras) com cultivos
agrícolas e/ou animais, de forma
simultânea ou em sequência tem-
poral, e que interagem econômica e
ecologicamente. Tem como objetivo
otimizar a produção com o uso mais
efi ciente dos recursos (solo, água,
luz etc.), a diversifi cação da pro-
dução e a interação positiva entre
os componentes. Sistemas agroflo-
restais fazem parte das diretrizes Prainha em Barra de São João
centrais de desenvolvimento rural
sustentável e podem ser implantados
em áreas alteradas por atividades
agrícolas malsucedidas, contribuin-
do para reduzir o desmatamento de
novas áreas de floresta.

38
Mapa 2: Uso e cobertura do solo no município
de Casimiro de Abreu e arredores

Fonte: ONU-Habitat/UFF, 2010

Além do desmatamento que isola trechos da Mata Atlântica e reduz o núme-


ro de matas ecologicamente mais viáveis, outro aspecto importante para a
conservação de remanescentes f lorestais são os registros de desmatamentos
no interior e em zonas de amortecimento das Unidades de Conservação.

39
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Proteção dos recursos naturais Fiscalização
a partir de incentivos à criação 6 Cobrar maior fiscalização nas Unidades de Conser vação,
Áreas de Preser vação Ambiental e Áreas de Preser vação
de Unidades de Conservação Permanente.

Comunicação
1 Divulgar o mapeamento dos corredores ecológicos e das
• Políticas públicas para a
ações de conservação realizadas na região. administração eficiente
2 Divulgar as eventuais fontes de financiamento disponíveis dos recursos terrestres
para criação de RPPNs e respectivos planos de manejo.
Estudos técnicos
Planejamento 1 Realizar estudos técnicos que promovam a gestão e a ex-
3 Criar RPPNs, sobretudo ao redor das Unidades de Conservação. ploração sustentável das jazidas minerais.
4 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local Gestão pública
para discutir a promoção de um modelo de Desenvolvimento
Territorial em Bases Conservacionistas (DTBC). 2 Criar critérios técnicos e a fiscalização para o uso susten-
tável das jazidas minerais, por meio de estudos geológicos.
5 Implantar reservas extrativistas em todo o município.
3 Elaborar um plano de emergência que se estenda a todas as
Articulação localidades do município.
6 Articular junto ao poder público e à sociedade a ampliação 4 Criar um Conselho Representativo, evitando que haja de-
do número de Unidades de Conservação no município (sejam gradação dos recursos terrestres.
públicas ou RPPNs).
Planejamento
• Utilização dos recursos naturais 5 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local
que estude o manejo sustentável dos recursos terrestres.
de forma sustentável
Comunicação • Elaboração de um plano
1 Divulgar os recursos naturais do município. de ação estratégico para
2 Dar maior visibilidade ao manejo de culturas em torno dos as áreas degradadas
manguezais, com a produção de ostras e a valorização de
caranguejos e guaiamuns. Elaboração de programas
1 Elaborar programas de Educação Ambiental, tendo como
Planejamento
público-alvo os proprietários rurais.
3 Promover ações educativas para a preservação do patrimô-
2 Realizar projetos que promovam a recuperação de áreas
nio ambiental, incentivando práticas sustentáveis, através
degradadas.
de programas de Educação Ambiental em associações, sin-
dicatos, cooperativas, entre outros. 3 Elaborar projetos de mapeamento e monitoramento das
Áreas de Proteção Ambiental (APA) e Áreas de Preservação
Elaboração de programas e projetos Permanente (APP).
4 Realizar Programas Ecológicos de Longa Duração (Peld) e
Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad).
Planejamento
4 Investir em tecnologias para o monitoramento ambiental,
Gestão pública mediante parcerias com instituições de pesquisa e a inicia-
5 Estabelecer regulamentações e padrões para o controle do tiva privada.
uso de herbicidas nas plantações. 5 Implantar Sistemas Agrof lorestais (SAFs), visando aumentar
a produção agrícola de forma sustentável.

40
6 Cobrar maior atuação e articulação do Batalhão Florestal 13 Desenvolver o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE).
(municipal e estadual), ICMBio e Inea no combate aos des-
matamentos. Comunicação
7 Ampliar as competências do Batalhão Florestal Municipal 14 Informar os proprietários r urais sobre a necessidade de
para atuar como Brigada de Incêndio. realizar a averbação de reserva legal.

8 Utilizar técnicas alternativas que garantam o manejo ade- Fiscalização


quado das áreas agrícolas (adoção de normas e procedimen- 15 Fiscalizar as áreas de reserva legal existentes nas propriedades.
tos que evitem incêndios).

Articulação Possíveis parceiros


9 Solicitar ao Consórcio Intermunicipal Lagos São João a Associações • Câmara Municipal de Meio Ambiente • Consór-
ampliação da captação de recursos, visando à aquisição de cio Intermunicipal Lagos São João • Cooperativas • Corpo de
mudas para promover o ref lorestamento da faixa marginal Bombeiros • Defesa Civil • Emater • Embrapa • ICMBio • Inea
de proteção urbana. • ONGs • Secretarias municipais (Meio Ambiente e Desenvolvi-
10 Firmar parcerias que viabilizem a recuperação das nascentes mento Sustentável, Comunicação) • Sindicatos • Universidades
e matas ciliares, onde o proprietário entra com a mão de • Veículos de comunicação locais.
obra, e o município, com as mudas, promovendo a recupe-
ração de nascentes e rios. Possíveis fontes de financiamento
Capacitação BVS&A • Capes • CIID • CNPq • Conser vação Internacional
do Brasil • Embrapa • Faperj • Fauna e Flora International •
11 Promover cursos de capacitação voltados para a melhor
Funbio • FNMA • IBM Corporate Community Relations • Pibic
utilização econômica dos recursos naturais.
• Rainforest Action Network • Sophie Danfort Conser vation
Gestão pública Biology Fund • Unesco • WWF.
12 Cumprir a legislação ambiental relativa ao desmatamento.

41
RECURSOS HÍDRICOS
A água é essencial à vida no planeta. Embora seja um recurso renovável, seu
consumo excessivo, aliado ao desperdício e à poluição, vem causando um
déficit global, em grande parte invisível. Cada ser humano consome direta
ou indiretamente quatro litros de água por dia, enquanto o volume de água
necessário para produzir nosso alimento diário é de pelo menos 2 mil litros.
Isso explica por que aproximadamente 70% da água consumida no mundo vão
para a irrigação (outros 20% são usados na indústria e 10% nas residências).

Segundo a ONU, cerca de um terço da população mundial vai sofrer os efeitos


Poluição – Alteração das proprie- da escassez hídrica nos próximos anos. A análise do ciclo completo de uso e
dades físicas, químicas e biológicas reúso da água aponta o desaparecimento de mananciais como poços, lagos e
do meio ambiente pelo lançamento rios, e destaca a pouca atenção dada à diminuição das reservas subterrâneas.
de substâncias sólidas, líquidas ou
gasosas que se tornem efetiva ou O Brasil conta com recursos hídricos em abundância, o que levou à dissemi-
potencialmente nocivas à saúde, à nação de uma cultura de despreocupação e desperdício de água. No entanto,
segurança e ao bem-estar da po- o País enfrenta problemas gravíssimos: muitos cursos d’água sofrem com
pulação, ou causem danos à fl ora poluição por esgotos domésticos e dejetos industriais e agrícolas, e falta
e à fauna. proteção para os principais mananciais.

O uso sustentável dos recursos hídricos depende do conhecimento da co-


munidade sobre as águas de sua região e de sua participação efetiva em
seu gerenciamento.

Rio São João

42
Casimiro de Abreu é reconhecido pela abundância de recursos hídricos
disponíveis. A bacia hidrográfica do Rio São João está inserida na região de Corredor ecológico ou de biodi-
versidade – É o nome dado à faixa
baixadas litorâneas, compreendendo uma área de drenagem de aproximada-
de vegetação que liga grandes frag-
mente 2.160 km 2 , dos quais 352 km² no município. Em termos percentuais,
mentos f lorestais ou unidades de
76% do território municipal está inserido nessa bacia hidrográfica e o restante
conservação, separados pela ativi-
divide-se entre as bacias do Rio Macaé e Rio das Ostras. dade humana (estradas, agricultura,
cla rei ras aber tas pela at iv idade
O Rio São João é o principal curso d’água dessa bacia hidrográfica, nascendo
madeireira etc.), proporcionando à
em Cachoeiras de Macacu e atravessando o município de Silva Jardim e o
fauna o livre trânsito entre as áreas
distrito-sede de Casimiro de Abreu, indo desaguar em Barra de São João.
protegidas e, consequentemente, a
Apesar de caudaloso, possui águas mornas, de tonalidade parda – caracte-
troca genética entre as espécies.
rística que se modifica junto à sua foz por efeito das marés e dos ventos. É uma das principais estratégias
utilizadas na conservação da biodi-
Mapa 3: Localização da bacia hidrográfica do Rio São João versidade de determinado local.

Mata ciliar – Vegetação presente


na margem de rios, lagos, nascen-
tes, represas e açudes. Consideradas
áreas de preservação permanente, as
Fonte: Proposta para o Plano Diretor para o corredor ecológico Sambê-Santa Fé matas ciliares protegem as margens
contra a erosão, evitando o assorea-
A falta de manutenção e preservação das nascentes e matas ciliares dos rios mento, permitem a conservação da
favorece a diminuição das reservas hídricas, levando à escassez da água potável flora e da fauna e regulam os fluxos
e prejudicando a fauna e a flora locais. A contaminação fluvial e marítima, bem de água.
como as suas consequências para a saúde da população e o meio ambiente, está Erosão – Processo pelo qual a cama-
relacionada ao lançamento de esgotos sanitários não tratados. De maneira simi- da superficial do solo é retirada pelo
lar, a ocupação urbana sem planejamento e a instalação de indústrias colaboram impacto de gotas de chuva, ventos e
para o aumento da erosão dos taludes e o consequente assoreamento dos rios. ondas e é transportada e depositada
em outro lugar. Desgaste do solo.
Uma das estratégias identificadas para estimular as discussões junto às autorida-
Ta lude – Superfície inclinada na
des locais está associada à participação do município em ações conjuntas com o
base de um morro ou encosta.
Comitê de Bacias Lagos São João e o Consórcio Intermunicipal Lagos São João.

43
Bacia hidrográfica – Área drenada
por um rio principal e seus afl uen-
te s , i nc lu i ndo na scente s , suba-
fluentes etc. É a unidade territorial
de planejamento e gerenciamento
das águas.

Comitê de Bacias Hidrográf icas


– Colegiados instituídos por lei, no
âmbito do Sistema Nacional de Re-
cursos Hídricos e dos Sistemas Esta-
duais. Considerados a base da gestão
participativa e integrada da água,
tais comitês têm papel deliberativo,
são compostos por representantes
do poder público, da sociedade civil
e de usuários de água, e podem ser
ofi cialmente instalados em águas Rio Macaé
de domínio da União e dos estados.
Entretanto, a baixa participação de todos os setores nos comitês de bacias
hidrográficas dificulta a manifestação popular na tomada de decisões sobre o
tema. A preocupação do Fórum refere-se à ausência de gestão dos recursos hí-
dricos (como investimentos, mão de obra, entre outros). Apesar da importância
da valorização de bacias hidrográficas, fundamentais para a preservação de
regiões de interferência, o apoio do poder público local ainda é insuficiente.
Ademais, a falta de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
(PNRH) dificulta a realização de ações estratégicas.

44
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Gestão consciente dos 9 Buscar mais informações sobre a atuação e os resultados do
Consórcio Intermunicipal Lagos de São João.
recursos hídricos 10 Informar a população sobre a importância de preservar os
recursos hídricos.
Gestão pública
1 Implantar a reforma administrativa, que permitirá à Se-
cretaria Municipal de Meio Ambiente a efetiva gestão dos
• Políticas públicas para a
recursos hídricos. valorização da água
2 Cobrar da Secretaria Municipal de Meio Ambiente a gestão
Elaboração de programas
dos recursos hídricos, de acordo com a Política Nacional de
Recursos Hídricos. 1 Elaborar um programa de educação ambiental voltado para as
populações ribeirinhas e proprietários de áreas de nascentes.
Planejamento
2 Elaborar um programa de fiscalização das áreas de nascen-
3 Apresentar projetos que possam utilizar os recursos do tes.
Fundo gerido pelo Comitê de Bacias Lagos São João.
3 Elaborar programas de educação ambiental que promovam
4 Captar recursos disponibilizados por fundos e entidades, a valorização dos recursos hídricos, bem como possíveis
nacionais e internacionais, através da elaboração e apre- alternativas para a geração de renda.
sentação de projetos.
Gestão pública
5 Aplicar o manejo sustentável do uso da água, evidenciando
a necessidade de manutenção da qualidade dos mananciais. 4 Cobrar o cumprimento da Política Nacional de Recursos
Hídricos.
Articulação
5 Realizar periodicamente dragagem no leito dos rios.
6 Buscar parcerias junto a universidades e empresas privadas
que visem à elaboração de projetos na área de gestão de
recursos hídricos, para serem apresentados ao Comitê de
Possíveis parceiros
Bacias Lagos São João. Consórcio Intermunicipal Lagos São João • ICMBio • ONGs
• Secretarias municipais (de Educação e de Meio Ambiente e
7 Promover a articulação entre o Comitê Intermunicipal das
Desenvolvimento Sustentável) • Universidades.
Bacias Hidrográficas do São João e o Comitê da Bacia Hidro-
gráfica dos Rios Macaé e das Ostras, visando à elaboração
de projetos que promovam a gestão integrada dos recursos Possíveis fontes de financiamento
hídricos da região.
CNPq • CT-Hidro • Faperj • Finep • Consórcio Intermunicipal
Comunicação Lagos São João • FNMA • Fundação SOS Mata Atlântica • WWF.

8 Divulgar o calendário das reuniões e incentivar a partici-


pação nas atividades dos Comitês de Bacias Hidrográficas
em que o município participa.

45
BIODIVERSIDADE
A biodiversidade é a base do equilíbrio ecológico do planeta. Sua conser-
vação deve se concentrar na manutenção das espécies em seus ecossistemas
naturais, por meio do aumento e da implantação efetiva das áreas protegidas,
que asseguram a manutenção da diversidade biológica, a sobrevivência das
espécies ameaçadas de extinção e as funções ecológicas dos ecossistemas.

A biodiversidade interfere na estabilização do clima, na purificação do ar e


da água, na manutenção da fertilidade do solo e do ciclo de nutrientes, além
de apresentar benefícios culturais, paisagísticos e estéticos.

As principais formas de destruição da diversidade biológica são urbaniza-


ção descontrolada, ocupação irregular do solo, exploração mineral, des-
matamentos e fragmentação de ecossistemas, queimadas, superexploração
de recursos naturais, utilização de tecnologias inadequadas na produção
f lorestal, pesqueira, agropecuária e industrial, indefinição de políticas pú-
blicas e implantação de obras de infraestrutura sem os devidos cuidados.
Acrescentam-se ainda a introdução de espécies exóticas da f lora e da fauna
e a comercialização ilegal de espécies silvestres.
Alamanda rosa
O Brasil possui 25% da biodiversidade mundial, reunindo uma riqueza difícil
de mensurar, pois há espécies que sequer foram identificadas. O Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima o valor do patrimônio genético
brasileiro em US$ 2 trilhões (quatro vezes o PIB nacional). As cifras em jogo
são altas. Produtos da biotecnologia (biodiversidade explorada), como cos-
méticos, remédios e cultivares, constituem um mercado global que chega a
US$ 800 bilhões por ano, cifra semelhante à do setor petroquímico.

Casimiro de Abreu, localizado entre a serra e o mar, abriga uma grande


variedade de ecossistemas. A existência da Reserva Biológica União, da Área
de Proteção Ambiental (APA) da bacia do Rio São João (mico-leão-dourado)
Palmeira rabo de peixe e de Reservas Particulares de Proteção ao Ambiente Natural (RPPNs), além
de fragmentos isolados de Mata Atlântica, possibilitou a identificação de
diversas espécies, caracterizando a existência uma grande biodiversidade.

Apesar dos levantamentos incompletos, até o momento foram registradas cerca


de 300 espécies de árvores e mais de 280 espécies de vertebrados, havendo
um alto grau de endemismo na região. Destaca-se a ocorrência de espécies
da fauna e fl ora ameaçadas de extinção, segundo a lista do Ibama. Dentre
as espécies, encontram-se o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), a
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman
latirostris) e o papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha).

46
Mapa 4: Áreas prioritárias para a
preservação da biodiversidade

Fontes: IBGE, MMA, Petrobras (2010)

O grupo percebe que uma das maiores dificuldades relacionadas a este tema
está associada à falta de conhecimento da diversidade biológica, bem como de Endêmico – Característica de espé-
seus ecossistemas associados, devido à carência de estudos técnicos. Apesar cies que só ocorrem em determinado
da existência de órgãos ambientais no município, a fiscalização ainda é local ou região.
insuficiente, em virtude da falta de compromisso das autoridades compe-
tentes com a sustentabilidade e a biodiversidade. Em alguns casos, este fato
torna-se mais evidente devido à ausência de alternativas econômicas para
a manutenção da biodiversidade.

Com o passar dos anos, a exploração dos recursos naturais tem causado
sérios danos ao meio ambiente, resultando na extinção local de espécies.
Segundo os participantes, a pesca predatória nas praias e ao longo do Rio
São João e a caça e captura de animais silvestres, parte da cultura local, são
as atividades que mais comprometem a biodiversidade local.

47
Os peixes nativos que habitavam os rios da bacia pertenciam a 89 espécies,
sendo 62 exclusivamente de água doce e 27 marinhos, que frequentavam o
baixo curso – o que indica que o Rio São João foi um ecossistema com alta
biodiversidade, pois abriga 32% das 273 espécies de águas interiores f lumi-
nenses até aqui registradas. 

A fragmentação das matas e a caça ilegal, entre outras interferências, foram


responsáveis pela extinção local/regional de diversas espécies da fauna. Al-
gumas espécies emblemáticas de grandes mamíferos foram extintas em toda
a região, como a onça-pintada (panthera onca), exterminada em decorrência
da forte pressão de caça e da escassez de áreas protegidas que pudessem suprir
as grandes áreas que necessita para alimentação e reprodução.

Um dos maiores problemas são as já citadas áreas fragmentadas da Mata


Atlântica que, ao ficarem isoladas umas das outras, reduzem as possibilida-
des de manutenção dos processos ambientais, contribuindo para a perda da
As margens do Rio São João abrigam
biodiversidade regional.
extensos manguezais

48
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Desenvolvimento sustentável para 9 Cobrar do Consórcio Intermunicipal Lagos São João a im-
plementação do projeto de construção de escadas de peixes
a proteção da biodiversidade e crustáceos nas comportas da barragem Juturnaíba, no
Rio São João.
Articulação
Gestão pública
1 Estabelecer parcerias que promovam a realização de projetos
voltados para o levantamento da fauna e f lora locais e seus 10 Desenvolver técnicas e políticas públicas para a preserva-
ecossistemas. ção da diversidade biológica (espécies endêmicas, nativas
e migratórias).
2 Estabelecer parcerias visando à realização de Programas
Ecológicos de Longa Duração (Peld) para monitorar as es- 11 Formular políticas públicas que incentivem o manejo sus-
pécies ameaçadas de extinção. tentável da biodiversidade local.
12 Ampliar o corpo técnico dos órgãos fiscalizadores, mediante
Comunicação a convocação dos aprovados no último concurso.
3 Divulgar os resultados dos estudos de levantamento de fauna
e f lora realizados no município. Fiscalização
4 Promover cursos, visitas, palestras, entre outros, visando 13 Criar uma forma de fiscalização mais rigorosa, com punição
à divulgação de informações para a comunidade sobre a na forma de serviços prestados.
diversidade biológica local. 14 Cobrar maior fiscalização por parte dos órgãos competentes
5 Utilizar instrumentos de controle e comunicação com órgãos na aplicação das leis ambientais.
públicos para inibir ações predatórias do meio ambiente, 15 Criar um serviço de “disque-denúncia ambiental”.
usando a própria população como fiscal.

Capacitação Possíveis parceiros


6 Investir na capacitação do Batalhão Florestal para inibir a caça Consórcio Intermunicipal Lagos São João • ICMBio • ONGs
e a pesca predatórias, principalmente em áreas de proteção. • Secretarias municipais (de Educação e de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável) • Universidades
7 Realizar cursos, palestras, seminários, entre outros, de for-
ma a fornecer aos pescadores os conhecimentos necessários
para o repovoamento da fauna aquática local. Possíveis fontes de financiamento
Planejamento CNPq • CT-Hidro • Faperj • Finep • Fundo do Consórcio In-
termunicipal Lagos São João • FNMA • Fundação SOS Mata
8 Elaborar ações educativas de modo a desconstruir a cultura Atlântica • WWF
de caça estabelecida no município.

49
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera
contribui para a retenção de calor na Terra, provoca a elevação da tempera-
tura média do planeta e é a principal causa das mudanças climáticas. Isso se
deve, principalmente, à queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural
e carvão mineral), ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios f lorestais.

As principais consequências do agravamento do efeito estufa são: tempe-


raturas globais médias mais elevadas, resultando em ruptura dos sistemas
naturais; mudanças nos regimes de chuva e nos níveis de precipitação em
muitas regiões, com impactos na oferta de água e na produção de alimentos;
maior incidência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas
de calor, tempestades, enchentes, incêndios e secas; elevação do nível do mar
e alterações de ecossistemas, como o aumento de vetores transmissores de
doenças e sua distribuição espacial.

Na maioria dos países, a maior dificuldade para controlar a emissão de GEE


reside na queima de combustíveis fósseis para a obtenção de energia. Já no
Brasil, as principais causas são as queimadas e as emissões dos veículos au-
tomotores. A temperatura média no País aumentou aproximadamente 0,75ºC
no século 20, o que tem intensificado a ocorrência de secas e enchentes, e
provocou o surgimento de fenômenos climáticos que não ocorriam no Brasil,
como furacões.

Casimiro de Abreu tem um clima do tipo tropical úmido, com sazo-


nalidade bastante definida. O verão é quente, úmido e muito chuvoso, com
chuvas concentradas entre os meses de outubro e março. Já o inverno é frio e
seco. Com base nos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Metereologia
(Inmet, 2006), a temperatura média anual é de 24°C e a precipitação média
anual é de 1.800 mm, aproximadamente.

Além de causar danos ao meio ambiente, a falta de controle da poluição


atmosférica (também devida a queimadas em pastagens) pode comprometer
a saúde da população, em decorrência da alteração da qualidade do ar. A
atuação do poder público pode exercer um papel fundamental para a gestão
ambiental. Segundo os participantes do processo, existe a possibilidade de
desenvolver projetos de refl orestamento, visando à futura comercialização de
créditos de carbono.

No município também existe preocupação com a falta de conhecimento


da população quanto às questões relativas à poluição atmosférica e sobre
como preveni-la.

50
Outra iniciativa que pode ser utilizada no município consiste no apoio à
conversão dos automóveis para a utilização do gás natural, proveniente do
Gasoduto Cabiúnas – Reduc (Gasduc III) – e projetos de biodiesel, para ônibus e
caminhões. Caberá às autoridades competentes incentivar a realização dessas
atividades, com o apoio de especialistas da área ambiental.

Queimadas comprometem a qualidade do ar do município

51
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Soluções inovadoras para o Articulação
combate ao aquecimento global 6 Articular junto a universidades e instituições de pesquisa
o estudo de viabilidade para a produção de biodiesel e Uni-
Elaboração de programas e projetos dades de Processamento.

1 Criar um projeto de biodiesel no município. Gestão pública


2 Elaborar programas de educação ambiental, visando sensi- 7 Implantar um sistema de informação e monitoramento da
bilizar a população sobre os problemas ambientais causados qualidade do ar, bem como de eventuais focos de incêndio.
pelas queimadas. 8 Formar uma equipe técnica na Secretaria Municipal de Meio
Capacitação Ambiente que elabore e viabilize projetos de sequestro de
carbono e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
3 Realizar cursos de capacitação voltados para a elaboração
de projetos na área de sequestro de carbono e Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL). Possíveis parceiros
ONGs • Petrobras • Postos de Abastecimento • Secretar ia
Infraestrutura Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
4 Instalar postos de abastecimento de GN V na sede do mu- • Universidades
nicípio, v isando atender a frota municipal já existente e
f utura. Possíveis fontes de financiamento
Planejamento CNPq • Coca-Cola Company • Comissão Europeia • Embrapa
5 Estimular, por meio de incentivos fiscais, o plantio de es- • Faperj • Finep • Fundação Natura • Ministério da Ciência e
pécies adequadas para biodiesel (oleaginosas). Tecnologia • Pibic • Programa Petrobras Ambiental

52
53
2 Ordem Física
HABITAÇÃO
A Agenda 21, em seu capítulo 7, afi rma que o acesso à habitação segura e sau-
dável é essencial para o bem-estar físico, psicológico, social e econômico das
pessoas e que o objetivo dos assentamentos humanos é melhorar as condições de
vida e de trabalho de todos, especialmente dos pobres, em áreas urbanas e rurais.

Essa menção especial aos mais pobres se deve ao fato de que estes tendem a estar
nas áreas ecologicamente mais frágeis ou nas periferias das grandes cidades.
Moradores instalados em assentamentos precários estão mais sujeitos a proble-
mas como falta de saneamento e de serviços públicos adequados e a desastres
naturais, como inundações e deslizamentos de terra.

O déficit habitacional do Brasil é de 5,8 milhões de domicílios. Com os projetos


de habitação popular no País sendo guiados pelo menor preço, é importante
considerar os novos parâmetros propostos pela construção sustentável ao se
planejarem os investimentos necessários para atender a essa imensa demanda.

Além de evitarem o desperdício de água e de energia, novas tecnologias


garantem conforto e segurança, e facilitam a utilização de materiais que
causam menos impactos ambientais. As habitações sustentáveis também se
mostram mais econômicas e eficientes a médio prazo.

Em Casimiro de Abreu, de acordo com o Fórum da Agenda 21, falta


acompanhamento federal nas terras distribuídas pela reforma agrária e a
Déficit habitacional – Número de assistência técnica aos assentamentos e acampamentos do município é insu-
domicílios improvisados, inadequa- fi ciente. Também há preocupação com o aumento do parcelamento do solo na
dos para se viver e/ou onde existe serra, sem ordenamento, e com o impacto que uma possível explosão demo-
coabitação familiar e/ou onde famí- gráfi ca possa causar – já que faltam políticas para fi xar as pessoas nas suas
lias pobres pagam um aluguel que localidades, ocasionando êxodo rural e o consequente crescimento desordenado
excede 30% da sua renda familiar. da população urbana.

Segundo a pesquisa ONU-Habitat/UFF, no período de 2008 a 2009, o município


apresentou um crescimento de 18,49% do número de domicílios particulares
permanentes urbanos, enquanto na região do Conleste 4 foi de apenas 6,82%.
No entanto, este crescimento não foi acompanhado no mesmo ritmo pela
ampliação dos serviços de infraestrutura urbana. Os participantes apontaram
a existência de crescimento urbano desordenado, aumento da população e
consequentes problemas de habitação.

4 Conleste – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Leste


Fluminense. Reúne os municípios do entorno de Itaboraí, onde será instalado o
Comperj: Itaboraí, Niterói, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu,
Guapimirim, Magé, Maricá, Rio Bonito, Silva Jardim, Araruama e Tanguá.

56
No ano 2006, segundo a mesma pesquisa, o município apresentava apenas
um assentamento urbano precário, situado no distrito de Barra de São João, A s s e nt a me nt o s pr e c á r io s – 1)
denominado “Comunidade do Arroz” – um quadro que não se alterou em 2008. Favelas, vilas, mocambos 2) Lotea-
mentos irregulares e moradores de
Mas, no mesmo período, a área ocupada por este assentamento aumentou 25%,
baixa renda 3) Cortiços 4) Conjuntos
enquanto no Conleste o incremento da área ocupada para o mesmo fim foi de
habitacionais degradados (Ministé-
18,31%. A área urbanizada de Casimiro de Abreu não aumentou, enquanto
rio das Cidades).
no Conleste foi observado um crescimento de 27,23%.

Há temor de expansão dos bairros sem planejamento (favelização), devido à de-


ficiência e falta de transparência da política de habitação popular do município.

Mapa 5: Localização dos assentamentos precários


em relação à área urbana nos municípios do Conleste
680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000 A Observação Internacional
7540000

7540000
do Impacto do COMPERJ

¯
Areal
sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio
(ODMs) nos Municípios
Teresópolis
Nova Friburgo do CONLESTE

ODM 7
7520000

7520000
META 11
!

!
!!
Localização dos
!
!
!

assentamentos precários,
CASIMIRO DE ABREU em relação à área urbana,
CACHOEIRAS DE MACACU nos municípios do Conleste

!
!
!
Ano Base 2008
7500000

7500000
GUAPIMIRIM !
SILVA JARDIM !

MAGÉ !

Legenda
as
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!
Assentamentos precários
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Cabo Frio
Áreas urbanas
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COMPERJ
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RIO BONITO
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Município sem informação
ITABORAÍ
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7480000

7480000
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Araruama Rodovias
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! TANGUÁ
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! São Pedro da Aldeia
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SÃO GONÇALO
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Fonte: Equipe de Urbanismo


! ! ! ! ! Iguaba Grande
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Equipe: Urbanismo
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Áreas urbanas gentilmente cedidas


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! Saquarema
pela Equipe de Geociências
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NITERÓI
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MARICÁ
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7460000

7460000

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!
Arraial do Cabo
Escala 1:600.000
!
!
! !! !

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Projeção Universal Transverso de Mercator


Fuso 23 - Datum SAD-69

Oceano Atlântico
Km
0 2,5 5 10 15 20

680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000

Fonte: ONU-Habitat/UFF (2010)

Uma das grandes preocupações expressadas pelo grupo é a falta de integração


entre o primeiro distrito (Centro) e o segundo distrito (Barra de São João),
que piorou após a criação de um pedágio que onera o trânsito dos moradores
entre um e outro.

57
Os participantes do Fórum afirmaram que falta infraestrutura adequada
(viária e transporte público, Internet e telefonia, queda de energia diária
e necessidade de aumento da potência instalada), especialmente em toda a
região serrana de Casimiro de Abreu.

O município não tem uma Secretaria específica voltada para a Habitação,


mas possui Conselho e Fundo Municipal de Habitação, bem como legislação
e programa específicos que dispõem sobre regularização fundiária. Em abril
de 2010, foi realizada a primeira audiência pública para a criação do Plano
Municipal de Habitação.

Em Casimiro de Abreu há disponibilidade de áreas adequadas para a expansão


da cidade de forma ordenada e para o desenvolvimento habitacional e mão
de obra capacitada para a elaboração de projetos de qualidade. Um problema
a ser tratado é a falta de licenciamento e fi scalização dos empreendimentos
imobiliários. Nos anos de 2008 e 2009, não foram entregues casas populares.
No ano de 2010, foram entregues nove casas, e a previsão do governo atual
é a construção de 562 casas populares até o término do mandato.

Gráfico 2: Distribuição dos investimentos do PAC no Conleste

Assistência técnica 0,03%

Planos municipais
de habitação 0,07%

Produção de habitação 11%

Urbanização de
88%
assentamentos precários
0 20 40 60 80 100

Fonte: Relatório de Acompanhamento de Indicadores


do Milênio na Região do Conleste
Ano 2009 - Relatório do Termo Aditivo

Segundo o Balanço 3 Anos PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)


para o Rio de Janeiro (fevereiro de 2010), são os seguintes os investimentos
do programa na área de habitação em Casimiro de Abreu:

58
Tabela 1: Investimentos do programa na área de habitação

Tipo Investimento Previsto 2007- Estágio


2010 (R$ milhares)
Elaboração de plano municipal de habitação 72,0 Em licitação da obra
Produção habitacional - Distrito de Professor Souza 970,3 Ação preparatória
Produção habitacional - Distrito de Professor Souza 870,6 Em licitação da obra

O projeto habitacional em andamento no município reúne três programas que


vão beneficiar 360 famílias. As construções estão localizadas no distrito de
Professor Souza e começarão a ser entregues à população no final de 2010 –
as unidades de dois conjuntos habitacionais ainda não têm prazo previsto de
conclusão. Os financiamentos são do Fundo Nacional de Habitação de Interesse
Social (FNHIS) e do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, do Governo Federal.

Na área de saneamento ambiental, foi construída a Rede de Esgotamento


Sanitário e o abastecimento de água foi ampliado, com financiamento do
município por meio do Programa Municipal Kit. Em 2009, foi solicitada a
construção de 201 fossas residenciais e, para atender a esta demanda, está
prevista a instalação de uma nova fábrica, para aumentar a produção anual
de fossas. O projeto inclui a instalação de fossa-filtro no assentamento po-
pular Visconde e extensão da rede de abastecimento de água ao loteamento
Perimetral e Saulo Ramos.

Ainda está prevista a construção de 60 banheiros residenciais, em Palmital;


da Estação de Tratamento de Água 1, em Boa Esperança, cujo início estava
previsto para este ano; e da Estação de Tratamento de Água 2, no loteamento
Santa Irene. Os investimentos ultrapassam a casa de R$ 1 milhão e a execução
dos projetos está a cargo do Fundo Nacional de Saúde (Funasa).
Vista do Centro da cidade

59
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Promoção da integração municipal Elaboração de programas e projetos
5 Criar um programa voltado para a regularização da titula-
Infraestrutura ridade das terras distribuídas.
1 Construir uma estrada-parque municipal, ligando o distrito- 6 Desenvolver programas e projetos que consolidem a per-
sede ao distrito de Barra de São João. manência dos assentados nos lotes r urais (capacitação,
assistência técnica, maquinário, entre outros).
• Estratégias para o Gestão pública
planejamento do território 7 Controlar as invasões de terra.
Gestão pública
1 Contemplar o zoneamento do uso do solo na revisão do
• Promoção do desenvolvimento
Plano Diretor, à luz dos novos empreendimentos previstos habitacional
para a região.
Planejamento
Planejamento
1 Dimensionar e disponibilizar áreas para atender à demanda
2 Elaborar planos de manejo nas Unidades de Conser vação de desenvolvimento habitacional.
existentes. 
3 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local
Capacitação
para acompanhar a revisão e implementação do Plano Di- 2 Realizar cursos de capacitação para que os profissionais
retor, acionando o Ministério Público quando possível. elaborem bons projetos, específicos para cada área.

Estudos técnicos 
4 Inventar iar recursos municipais para a implantação de
• Ações sustentáveis para uso
projetos que atendam ao crescimento da população, a médio e ocupação do solo
e longo prazos.
Gestão pública
• Ações estratégicas para 1 Elaborar plano de habitação para atender ao aumento ace-
lerado da população devido aos novos empreendimentos.
a regularização de 2 Regulamentar a expansão e o desenvolvimento da cidade
assentamentos rurais considerando as questões ambientais e as necessidades de
infraestrutura.
Planejamento 3 Condicionar o desenvolvimento de novos empreendimentos
1 Recadastrar as propriedades rurais. imobiliários ao Plano de Zoneamento Urbano e à instalação
2 Regularizar os assentamentos irregulares já estabelecidos, de infraestrutura adequada.
prevenindo impactos sobre os recursos naturais. Estudos técnicos
3 Solicitar ao Incra, à Emater e à Secretaria Municipal de 4 Realizar estudos técnicos que promovam o planejamento do
Agricultura e Pesca o acompanhamento e a assistência uso e ocupação do solo.
técnica aos assentados da reforma agrária.
Fiscalização
Articulação
5 Fiscalizar as obras em andamento, verificando se foram
4 Estabelecer parcerias (Caixa, sindicatos, cartórios, órgãos fi s- aprovadas pela Prefeitura Municipal.
calizadores) para ajudar os proprietários a regularizarem seus
títulos de propriedade, permitindo transações imobiliárias. 6 Intensifi car a fi scalização no município, fazendo cumprir
todas as exigências do Código de Obras e Posturas Municipais.

60
Comunicação Estudos técnicos
7 Realizar debates públicos sobre a política municipal de 7 Elaborar estudos técnicos para determinar os potenciais ener-
habitação. géticos alternativos no município (solar, biomassa, eólico).
8 Informar a população sobre questões relativas ao desenvol- Infraestrutura
vimento urbano.
8 Melhorar a iluminação pública em todos os distritos do
município.
• Estratégias para a instalação 9 Ampliar o sistema telefônico.
de infraestrutura 10 Ampliar o acesso à Internet de alta velocidade (inclusão digital).
Articulação 11 Melhorar o serviço de correios.
1 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local 12 Criar posto de saúde, dos correios e biblioteca no espaço da
destinado a desenvolver estratégias para promover o acesso Escola Celina Macharet (Serra do Macharet).
a ser viços de infraestrutura na educação e saúde para os
moradores do município. Possíveis parceiros
2 Articular junto à prefeitura e às secretarias municipais a
Ampla • Câmara Municipal • DER • Emater • FGV • Sistema
possibilidade de desenvolver ações prioritárias para a me-
Firjan • Instituições religiosas • Incra • Instituições de Defesa
lhoria dos serviços básicos de água e energia.
dos Direitos das Pessoas com Deficiência • Inea • Ministério
Comunicação da Reforma Agrária • Ministério das Comunicações • MP •
Prefeitura Municipal • Sebrae • Secretarias municipais (de
3 Realizar um seminário municipal para discutir e divulgar os Assistência Social, Educação, Habitação, Planejamento, Admi-
resultados da pesquisa feita pela UFF sobre a infraestrutura nistração, Agricultura e Pesca, Desenvolvimento Econômico,
básica para o município. Meio Ambiente, Obras e Saúde) • Universidades.
Planejamento
4 Solicitar à Ampla um plano de dimensionamento das ne- Possíveis fontes de financiamento
cessidades de energia do município, por região. Banco do Brasil • BNDES • CEF • Comissão Europeia • Cona-
5 Encaminhar solicitação à Ampla para melhorar seus equi- de • CT-Transporte • CT-Energ • CT-Infra • Fecam • Finep •
pamentos e serviços. Fundescab • LOA • Ministério das Cidades • Ministério das
Minas e Energia.
6 Solicitar à Ampla o aumento da oferta de energia da capa-
cidade instalada.

61
SANEAMENTO
Saneamento ambiental é o conjunto de práticas voltadas para a conservação
e a melhoria das condições do meio ambiente em benefício da saúde. Envolve
abastecimento de água, esgoto sanitário, coleta de resíduos sólidos, drenagem
urbana e controle de doenças transmissíveis.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2010 do IBGE, em 2009, 62,6%


dos domicílios brasileiros urbanos eram atendidos, ao mesmo tempo, por rede
de abastecimento de água, rede coletora de esgoto e coleta de lixo direta,
porém com grande disparidade entre as regiões do País (13,7% no Norte e
85,1% no Sudeste). Consequência da rápida urbanização do País, esse quadro
indica que o saneamento é um dos pontos mais críticos da crise urbana no
Brasil e demanda medidas urgentes da maioria dos municípios brasileiros.

Além do comprometimento ambiental resultante da ausência de saneamento


adequado, são consideráveis as perdas econômicas e sociais causadas pela
morbidade e mortalidade que atingem principalmente as crianças. O Ministério
da Saúde estima que cada R$ 1 investido em saneamento retorna em R$ 5 de
custos evitados no sistema de saúde pública.

Esgoto sanitário
Em Casimiro de Abreu, de acordo com a pesquisa ONU-Habitat/UFF, o
serviço de esgotamento sanitário registrou um aumento de 12,68% no número
de domicílios particulares permanentes urbanos atendidos, abrangendo, em
2008, 45,37% do total de domicílios do município – o que caracteriza uma
situação mais favorável que a taxa da região, que foi de 22,33%.

O Relatório de Acompanhamento de Indicadores do Milênio na Região do


Conleste (2009) informa que “em Casimiro de Abreu, o distrito-sede possui
rede mista de captação, porém a canalização do esgoto já foi concluída e
ETE em construção na Sede
depende apenas da formalização de um convênio com a Funasa para a li-
gação na rede. No restante dos distritos do município existe tratamento por
fossa-filtro anaeróbio e coleta pela rede mista, enquanto nas áreas menos
urbanizadas existem fossas, filtros e sumidouro”.

A percepção dos participantes do Fórum da Agenda 21 Local é de que falta


saneamento básico em boa parte do município, havendo preocupação com a
poluição (efl uentes) e a contaminação por esgotos, devido à inexistência de
rede de coleta e sistemas de saneamento.

62
Mapa 6: Percentual de domicílios permanentes urbanos com
acesso à rede geral de esgoto nos municípios do Conleste
680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000 A Observação Internacional
7540000

7540000
do Impacto do COMPERJ

¯
Areal
sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio
Teresópolis
(ODMs) nos Municípios
Nova Friburgo
do CONLESTE

ODM 7
7520000

7520000
META 10 - Indicador A

Percentual de domicilios
CASIMIRO DE ABREU particulares permanentes urbanos
CACHOEIRAS DE MACACU com acesso à rede geral de esgoto
nos municípios do CONLESTE
7500000

7500000
GUAPIMIRIM SILVA JARDIM Ano Base 2009
MAGÉ
as Legenda
Cabo Frio 0,00 - 30,00 %
30,01 - 50,00 %
50,01 - 75,00 %
RIO BONITO
ITABORAÍ
7480000

7480000
Araruama 75,01 - 100,00 %
TANGUÁ
São Pedro da Aldeia Sem informação
SÃO GONÇALO Rodovias
Iguaba Grande

Saquarema
Fonte: Equipe de Urbanismo
NITERÓI Equipe: Urbanismo
MARICÁ
7460000

7460000
Arraial do Cabo
Escala 1:600.000
Projeção Universal Transverso
de Mercator
Fuso 23 - Datum SAD-69

Oceano Atlântico
0 2,5 5 10 15 20
Km

680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000

Fonte: ONU-Habitat/UFF (2010)

As empresas responsáveis pelo saneamento são o Serviço Autônomo de Água


e Esgoto (Saae) e a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). Estação de Tratamento de Esgotos
(ETE) – Infraestrutura que trata as
O município possui quatro distritos: águas residuais de origem doméstica
1º Distrito-sede, atendido pelo Saae, possui rede de esgoto, com a Estação e/ou industrial, comumente chama-
de Tratamento de Esgoto (ETE) cobrindo 25% da área (entrando em fun- das de esgotos sanitários ou despe-
cionamento), e o restante em rede de águas pluviais ligadas ao rio; jos industriais. Após o tratamento,
elas são escoadas para o mar ou rio
2º Barra de São João, atendido pela Cedae, com rede de águas pluviais ligadas com um nível de poluição aceitável
ao rio em pelo menos 70% do distrito e o restante com sumidouro; (ou são “reutilizadas” para fi ns do-
3º Professor Souza, atendido pelo Saae, tem rede de esgoto com ETE em mésticos) através de um emissário,
funcionamento cobrindo 70% do distrito e o restante vai para a rede de conforme a legislação vigente para
águas pluviais ligada ao rio; o meio ambiente receptor.

4º Rio Dourado, atendido pelo Saae, com rede de águas pluviais ligadas ao
rio em quase 100%.

63
Apesar de haver um Plano Municipal de Saneamento Básico voltado para a
sede do município, falta implementá-lo. Também suprir a falta de rede cole-
tora de esgoto para separação da rede fluvial e de Estações de Tratamento de
Esgoto (ETEs).

O Plano consiste em quatro fases. A primeira, com 3,8 km de rede coletora


de esgoto, uma elevatória e uma ETE. As outras fases foram incluídas em
solicitação ao Ministério das Cidades através do Plano de Aceleração do Cres-
cimento (PAC). De acordo com o Balanço 3 Anos do PAC (fevereiro de 2010),
estão previstos para obras de saneamento em Casimiro de Abreu investimentos
de R$ 4.700.000 (ação preparatória) e R$ 566.500 (em obra).

Abastecimento de água
Em Casimiro de Abreu, o número de domicílios particulares permanentes
urbanos com acesso ao abastecimento de água aumentou 17,28% entre 2006
e 2008, chegando a 69,49% - acima, portanto, da média do Conleste, que é
de 45,57%, segundo pesquisa ONU-Habitat/UFF.

O abastecimento de água é local, de responsabilidade do Serviço Autônomo de


Água e Esgoto (Saae), que atende 95% da sede do município (1º distrito), além
dos distritos de Professor Souza e Rio Dourado. O bairro de Boa Esperança
não é atendido pelo Saae. A obra de implantação da rede de abastecimento de
água (com recursos da Funasa) está sendo licitada pela Secretaria de Obras.
O distrito de Barra de São João é atendido pela Cedae.

A percepção é de má qualidade do abastecimento dos recursos hídricos, apesar


de que boa parte da população tem água encanada e tratada, já que há controle
da qualidade da água (fluoretação), que é considerada boa acima da barragem.

Por outro lado, também há preocupação com a conservação das nascentes e


com a falta de reservatório sufi ciente para o abastecimento da zona urbana.

Estão previstas as obras a seguir.

1 – Execução de orçamentos e projetos em andamento na Saae:


 Execução de anel de distribuição de 150 mm e 250 mm;
 Interligação do sistema de água de Casimiro de Abreu com Professor Souza,
através de adutora;
 Construção e interligação de futura captação do Tenar e captação do Rio
Macaé ao sistema de água bruta;
 Ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Casimiro de Abreu.

2 – Projeto e orçamento encaminhados à Funasa:


 Construção de reservatório na praça Edmar Mota Pinto;
 Construção de reservatório no loteamento de Montebello.

64
3 – Obra iniciada:
 Duplicação de adutora que interliga a caixa de quebra de pressão à ETA
de Casimiro de Abreu.

Mapa 7: Percentual de domicílios permanentes urbanos com


acesso à rede geral de água nos municípios do Conleste
680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000 A Observação Internacional
7540000

7540000
do Impacto do COMPERJ

¯
Areal
sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio
Teresópolis
(ODMs) nos Municípios
Nova Friburgo
do CONLESTE

ODM 7
7520000

7520000
META 10 - Indicador A

Percentual de domicilios
CASIMIRO DE ABREU particulares permanentes urbanos
CACHOEIRAS DE MACACU com acesso à rede geral de água
nos municípios do CONLESTE
7500000

7500000
GUAPIMIRIM SILVA JARDIM Ano Base 2009
MAGÉ
as Legenda
Cabo Frio 0,00 - 30,00 %
30,01 - 50,00 %
50,01 - 75,00 %
RIO BONITO
ITABORAÍ
7480000

7480000
Araruama 75,01 - 100,00 %
TANGUÁ
São Pedro da Aldeia Sem informação
SÃO GONÇALO Rodovias
Iguaba Grande

Saquarema
Fonte: Equipe de Urbanismo
NITERÓI Equipe: Urbanismo
MARICÁ
7460000

7460000
Arraial do Cabo
Escala 1:600.000
Projeção Universal Transverso
de Mercator
Fuso 23 - Datum SAD-69

Oceano Atlântico
0 2,5 5 10 15 20
Km

680000 700000 720000 740000 760000 780000 800000

Fonte: ONU-Habitat/UFF (2010)

Resíduos sólidos
Em Casimiro de Abreu, o volume de resíduos sólidos produzido, segundo
informações da Prefeitura, é de 36.000 kg/dia, destinados a um aterro no
município de Santa Maria Madalena. Com apoio do governo estadual, o mu-
nicípio está estudando, junto com Rio das Ostras e São Pedro da Aldeia, a
implantação de um aterro sanitário em São Pedro da Aldeia.

Segundo os participantes, falta a implementação de um programa de geren-


ciamento de resíduos sólidos (domiciliar, comercial e industrial), o que leva
à contaminação do meio ambiente – excesso de lixo nas praias e rios – e,
consequentemente, pode vir a aumentar os casos de doenças.

65
A coleta realizada por uma empresa terceirizada é regular no meio urbano, mas
Aterros – Existem três formas de falta capilaridade à mesma, pois o trabalho é irregular no meio rural. De acordo
disposição de resíduos em aterros: com o relatório do Lima–UFRJ, em 2005 a coleta alcançava 90,7% do município.
os ater ros sa nitá rios, que rece-
bem os resíduos de origem urbana O serviço é executado de forma inadequada ( faltam equipamentos de proteção
(domésticos, comerciais, públicos, individual) e, como não é feita a separação e reciclagem do lixo, não há apro-
hospitalares etc.); os industriais veitamento dos resíduos recolhidos, que vão misturados para outro município.
(somente para resíduos considerados
perigosos); e os aterros controlados O grupo tem esperança de que a futura implementação de uma unidade mo-
para lixo residencial urbano, onde delo de triagem de lixo resolva parte destes problemas e sugeriu a fabricação
os resíduos são depositados e rece- de vassouras a partir de garrafas PET. Outra sugestão apresentada foi a im-
bem uma camada de terra por cima. plantação de projeto de reciclagem do Polietileno de Alta Densidade (Pead)
Na impossibilidade de reciclar o para fabricação de utensílios de madeira plástica (bancos, pontes, tampas
lixo por compostagem acelerada ou para bueiros) como forma de dar aproveitamento econômico e sustentável
a céu aberto, as normas sanitárias
aos resíduos do município.
e ambientais recomendam a adoção
de aterro sanitário e não controlado.

Central de Tratamento de Água

66
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Soluções para a distribuição Fiscalização
de água potável no município 9 Monitorar e div ulgar sistematicamente a qualidade dos
corpos d’água e as condições de balneabilidade das praias.
Planejamento Comunicação
1 Fortalecer o núcleo de defesa sanitária do município. 10 Divulgar a implantação do cadastro técnico das atividades
2 Ampliar a captação de água, de forma sustentável, com a poluidoras ou potencialmente poluidoras e a regulariza-
construção e gestão adequada de mais um reservatório. ção destas.
3 Captar água da chuva e reutilizar águas servidas. 11 Realizar palestras, fóruns de discussão e seminários com
ênfase no tema saneamento no Programa de Educação Am-
4 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local
biental do município.
para rever, junto com especialistas e colaboradores, a in-
fraestrutura da rede local, para que haja manobra da rede 12 Informar a comunidade sobre a destinação correta do esgoto.
de água em Barra de São João.

Articulação • Ações de mobilização e


5 Articular junto à Saae e à Cedae a provisão de água tratada e educação para a melhoria
de qualidade para o consumo humano em todo o município. da qualidade ambiental
• Ações para potencializar a coleta Planejamento
e o tratamento de esgoto 1 Desenvolver um projeto de Educação Ambiental específico
nas praias, com o apoio de agentes comunitários (ex.: Projeto
Infraestrutura Verão).
1 Ampliar os serviços de saneamento básico e ambiental para 2 Apoiar o desenvolvimento e a continuidade do Programa
todos os distritos do município. de Educação Ambiental com a participação da sociedade
organizada.
2 Implantar uma rede de coleta e tratamento de esgoto.
3 Envolver a população no controle de pragas e vetores de
3 Incluir unidades de tratamento de ef luentes industriais na
contaminação, como ratos e mosquitos.
instalação de novos empreendimentos.
4 Construir uma rede pluvial separada da rede de esgoto em
todo o município.
• Plano de gestão de resíduos sólidos
Estudos técnicos Gestão pública
5 Promover estudos técnicos para contemplar o aproveitamen- 1 Criar um Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos
to energético da biomassa resultante da coleta de esgotos. Sólidos.
2 Garantir a coleta de lixo em todo o município.
Planejamento
3 Participar do estudo estadual para a instalação de aterro
6 Realizar pesquisas em soluções de baixo custo para o esgo- sanitário através de consórcio intermunicipal.
tamento sanitário domiciliar fora das áreas urbanas.
4 Buscar o aproveitamento energético a partir dos resíduos
Gestão pública sólidos urbanos na região (energia e gás), através do con-
7 Assegurar que par te da verba dos royalties do petróleo sórcio Lagos São João.
seja utilizada em projetos de saneamento básico e saúde 5 Criar uma Companhia de Limpeza Urbana.
ambiental.
Fiscalização
8 Aplicar a tar ifa de coleta de esgoto municipa l em sua
atividade-fim. 6 Criar um serviço de Disque-Denúncia Ambiental (0800).

67
Infraestrutura Comunicação
7 Criar uma usina de rejeitos zero, em regime experimental. 6 Desenvolver um trabalho permanente de educação ambiental,
8 Assegurar que os trabalhadores da limpeza urbana usem envolvendo os meios de comunicação de massa, para sensi-
todos os equipamentos exigidos por lei. bilizar a população para mudança de hábitos, destacando a
importância dos três ‘Rs’ (reduzir, reutilizar e reciclar).
9 Instalar recipientes de coleta de lixo em quantidade sufi-
ciente em todos os distritos. 7 Envolver a população no processo de separação do lixo
reciclável, a começar pelas escolas.
Comunicação
10 Promover campanhas permanentes de limpeza das ruas e Possíveis parceiros
destinação adequada dos resíduos sólidos. Câmara Municipal • Cedae • Empresários • FGV • Fundação
Cultural Casimiro de Abreu • Inea • Ministério das Cidades
• Estratégias para promover a • ONGs • Pet robras • Prefeit u ra Municipa l • Prefeit u ras
coleta seletiva e a reciclagem municipais da região • Saae • Secretaria de Estado de Ad-
ministração • Secretarias municipais (de Obras, Educação,
Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Saúde e Pla-
Elaboração de programas
nejamento) • UFF • UFRJ.
1 Elaborar programas de coleta seletiva e reciclagem de resí-
duos sólidos.
Possíveis fontes de financiamento
Planejamento BNDES • CT-Energ • Fecam • Finep • Governo do Estado • Inea
2 Recolher os materiais recicláveis, na cidade e na serra. • Instituições Internacionais • LOA • Ministério das Cidades •
Ministério das Minas e Energia • Ministério do Meio Ambiente
3 Criar cooperativas de reciclagem.
• Petrobras • Prefeitura Municipal • Prefeituras municipais
Infraestrutura da região.
4 Assegurar um caminhão de coleta específico para materiais
recicláveis.

Estudos técnicos
5 Realizar estudos para o aproveitamento econômico dos resídu-
os recicláveis (transformação de PET e outros, e compostagem).

68
MOBILIDADE E TRANSPORTE
Praticamente todos os aspectos da vida moderna estão ligados a sistemas
de transporte que permitem o deslocamento de pessoas, matérias-primas
e mercadorias. Nosso ambiente, economia e bem-estar social dependem de
transportes limpos, eficientes e acessíveis a todos. No entanto, os meios de
transporte disponíveis são insustentáveis e ameaçam a qualidade de vida e
a saúde da população e do planeta.

Nos últimos 30 anos, os investimentos públicos no Brasil privilegiaram a


infraestrutura voltada para a circulação dos automóveis. Além da poluição
atmosférica e sonora, este modelo de transportes gera um trânsito caótico e
violento, que causa acidentes com milhares de mortes todos os anos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o


setor de transportes já é responsável por um quarto das emissões de dióxido de
carbono em todo o mundo. A tendência é que entre 2005 e 2030 essas emissões
aumentem 57%, sendo 80% deste crescimento nos países em desenvolvimento
e, em sua grande maioria, provenientes de carros particulares e caminhões.

Sistemas de transportes sustentáveis demandam uma boa distribuição de


ser viços nos bairros, de forma a reduzir a necessidade de deslocamentos,
assim como transporte público de qualidade e ciclovias.

Apenas um terminal rodoviário atende a todo o município

69
Casimiro de Abreu, por estar ao lado da BR-101, é servido por inúmeros
ônibus intermunicipais e estaduais. Mas os participantes destacaram a pre-
cariedade do transporte coletivo, que fica evidente quando se constata que há
uma rodoviária no 1º distrito, mas o município só conta com uma linha direta
com o Rio de Janeiro. Os ônibus que passam pela cidade seguem para outros
municípios. O distrito de Barra de São João não possui terminal rodoviário
e os ônibus que servem aquela região são os mesmos que vão para Macaé.

Quase todo o município é atendido por transporte, com exceção do bairro Quilombo.

A existência da Ecorrodovia Serra-Mar (RJ-142) é considerada uma poten-


cialidade. Aberta há mais de 40 anos, a estradinha - que corta uma região
de natureza exuberante, com oito cachoeiras, corredeiras e Mata Atlântica
intacta - foi pavimentada, encurtando a distância entre a Costa do Sol e a
Região Serrana, além de facilitar o acesso de turistas mineiros às praias f lu-
minenses. Com a rodovia, o percurso entre Nova Friburgo e a BR-101 (acesso à
Costa do Sol e ao Norte Fluminense) foi reduzido em 85 quilômetros. A estrada
ainda possui atrações especiais voltadas para o meio ambiente e o turismo.

Mapa 8: Localização das principais estradas


do município de Casimiro de Abreu

Fonte: DNER (2010)

70
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Soluções para promover o 8 Melhorar a estrada Serra-Mar e a fiscalização de seu uso,
de acordo com as especificações de sua construção (controle
transporte acessível a todos do excesso de carga).
9 Assegurar a melhoria e a manutenção permanente das es-
Gestão pública tradas secundárias e vicinais.
1 Rever a política de concessão de transportes públicos, vi- 10 Utilizar o transporte fluvial entre os rios São João e Indaiaçu.
sando à adequação da oferta de transportes às necessidades
da população (qualidade dos serviços em geral). Comunicação
2 Regulamentar o transporte ‘alternativo’, definindo rotas e 11 Promover, através de meios de comunicação, a educação
estabelecendo as mesmas obrigações exigidas das empresas ciclística da população.
de ônibus.
3 Promover competição pela prestação de serviços de trans- Possíveis parceiros
porte para ligar a sede a outras localidades (Sana, Serra,
Câmara Municipal • Sistema Firjan • Inea • Ministério da
Barra de São João, Búzios, Rio das Ostras).
Educação • Ministério dos Transpor tes • ONGs • Prefeitu-
4 Criar incentivos fiscais para promover a utilização de com- ra Municipal • Sebrae • Secretaria Estadual de Educação •
bustíveis menos poluentes. Secretaria Estadual de Transporte • Secretaria Municipal de
Administração • Universidades.
Fiscalização
5 Fiscalizar o funcionamento do sistema de transporte, cum-
prindo as normas cabíveis (ambientais e atendimento às
Possíveis fontes de financiamento
pessoas com deficiência). BNDES • CEF • CT-Energ • CT-Transporte • DER • Finep •
Governo Estadual • Ministério das Cidades • Ministério das
Infraestrutura Minas e Energia • Prefeitura Municipal.
6 Criar ciclofaixas e bicicletários.
7 Adequar a rodoviária à demanda futura, promovendo o uso
de práticas de construção e gestão sustentável.

71
SEGURANÇA
Justiça e paz são aspirações humanas legítimas. Sua falta representa uma
perda para a qualidade de vida. Segurança é um tema que transcende as
ações policiais e judiciais de repressão e contenção da violência armada e
prevenção de mortes.

Relaciona-se diretamente com a redução da evasão escolar, distribuição de


renda, inclusão social, atenção básica à saúde, reforma urbana e rural, e solu-
ção das questões habitacionais. Ao tratar do tema, também é preciso dedicar
atenção especial às questões que envolvem violência doméstica, de gênero,
racismo e todo tipo de intolerância.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), só a criminalidade


violenta custa cerca de R$ 140 bilhões por ano ao País. Os custos totais da
criminalidade são estimados em 10% do PIB brasileiro. Portanto, segurança
pública também está relacionada a desenvolvimento econômico.

No Rio de Janeiro, com indicadores de segurança no mesmo patamar dos de


países em guerra, o desafio da construção de um Estado seguro e acolhedor
para seus cidadãos é a questão de fundo por trás de todos os objetivos. Con-
quistar a redução e o controle da violência armada implica compromissos e
processos de longo prazo, com fi nanciamento continuado e envolvimento de
amplos setores da sociedade, aliados a políticas públicas eficazes.

Em Casimiro de Abreu, assim como em todo o estado, o órgão respon-


sável pela segurança pública é a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg). A
partir de 1999, visando estruturar o setor, foram criadas as Áreas Integradas de
Segurança Pública (Aisp), reunindo um batalhão da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro (Pmerj) e uma ou mais delegacias de Polícia Civil (Pcerj).

Cada Aisp criou um Conselho Comunitário de Segurança para avaliar a área


e a qualidade do serviço prestado pela polícia com a gestão participativa da
sociedade, contribuindo com a adoção de soluções integradas e o acompa-
nhamento dos resultados das medidas adotadas.

O município faz parte da Aisp 32 e conta com o 32º Batalhão da Polícia Mi-
litar, com a 121ª Delegacia Policial e com Guarda Municipal, cuja atuação é
voltada para a fiscalização do trânsito e respeito às leis vigentes. A Guarda
Municipal também colabora, quando solicitada, com tarefas atribuídas à
Defesa Civil, na ocorrência de calamidades públicas ou grandes sinistros e
em auxílio às polícias Militar e Federal e ao Corpo de Bombeiros.

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o Estado do Rio de Janeiro


fechou o mês de janeiro de 2010 com significativa redução em alguns crimes,

72
quando comparados ao mesmo mês do ano anterior: 17,6% nas incidências
de homicídio, 24,4% de roubo de veículo, 15,7% de roubo de rua, 31,5% de
roubo em coletivo, 13,4% de roubo de aparelho celular e 13,9% de roubo a
transeunte. Já o crime de latrocínio apresentou um aumento de 46,2% (de 13
para 19). Não obtivemos dados desagregados para Casimiro de Abreu.

Há temor do possível surgimento de população de rua com a vinda do Comperj.


Outra preocupação é que haja uma mudança do perfi l dos moradores caso
fi que com fama de cidade-dormitório e que isto se refl ita na segurança do
município. Segundo os participantes, o índice de violência vem aumentando
em Casimiro de Abreu e faltam políticas de segurança pública.

Gráfico 3: Taxa de mortalidade por causas


externas (por 100.000 habitantes), por agressões
no município de Casimiro de Abreu

60
52,74
50,48
50 43,99 Casimiro de Abreu
46,58
40 Conleste
39,26 29,84
30 35,16 Estado do Rio
19,58 19,31 de Janeiro
20

10
2000/2002 2003/2005 2006

Fonte: ONU-Habitat/UFF (2010)

73
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Medidas para o fortalecimento Estudos técnicos
da segurança pública 2 Mapear a origem dos moradores de rua e as causas de seu
desabrigo.
Gestão pública Infraestrutura
1 Criar um conselho municipal de segurança. 3 Criar um posto de atendimento 24 horas para a população
2 Estabelecer uma política de combate aos pequenos delitos. de rua.
3 Revisar os convênios entre o poder municipal e o poder 4 Criar casas de abrigo, para atender adultos e idosos em
estadual, solicitando maior ar ticulação e o aumento de situação de risco.
efetivo da Polícia Militar.
Planejamento
Infraestrutura 5 Realizar cadastro em rede das pessoas que estão nos abrigos,
4 Ampliar e qualificar os quadros da Guarda Municipal. com atualização permanente.
5 Criar uma subdelegacia em Barra de São João. Elaboração de projetos
Planejamento 6 Desenvolver projetos de reintegração social e resgate da
dignidade humana.
6 Fechar bares e similares mais cedo.
7 Criar programas de prevenção ao uso de álcool e drogas.
Possíveis parceiros
Comunicação Câmara Municipal • FGV • Guarda Municipal • Instituições
8 Informar aos cidadãos a impor tância de registrarem as religiosas • ISP • Ministério da Justiça • ONGs • Petrobras •
ocorrências. Polícia Civil • Policia Militar • Prefeitura Municipal • Secre-
taria Municipal de Assistência Social • UFF • UFRJ
• Ações para a diminuição Possíveis fontes de financiamento
da população de rua
BNDES • Comissão Europeia • Ministério da Justiça • Petrobras
Gestão pública • Prefeitura Municipal
1 Estabelecer políticas de assistência social para prevenir o
aumento da população de rua.

74
75
3 Ordem Social
EDUCAÇÃO
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco), a educação, em todas as suas formas, molda o mundo
de amanhã, instrumentalizando indivíduos com habilidades, perspectivas,
conhecimento e valores necessários para se viver e trabalhar.

O capítulo 36 da Agenda 21 Global afirma que a educação e a consciência


pública ajudam as sociedades a desenvolver plenamente suas potenciali-
dades e que o ensino, tanto formal quanto informal, é indispensável para
modif icar a atitude das pessoas, de forma a capacitá-las para avaliar e
Nova creche em Barra de São João
enfrentar os obstáculos ao desenvolvimento sustentável. Para despertar a
consciência ambiental e ética, também são fundamentais valores e atitudes,
técnicas e comportamentos que favoreçam a participação pública efetiva
nos processos decisórios.

Segundo o Relatório de Acompanhamento de Indicadores do Milênio na Região


do Conleste (2009), o acesso ao Ensino Fundamental é praticamente univer-
salizado nas grandes cidades brasileiras, e, em geral, as crianças chegam a
ele na idade adequada. Todavia, o índice de reprovação ainda é elevado, o
que impede que muitas concluam esse nível de ensino.

Apesar da adoção de políticas para reverter essa situação, continuam altas


as taxas de reprovação, demandando ações mais eficazes de correção do
f luxo escolar. Entre elas se incluem maior atenção às condições materiais de
trabalho na escola, aumento do tempo de permanência dos alunos em suas
dependências e investimentos na formação de professores e educadores.

Casimiro de Abreu, na avaliação dos participantes do Fórum da Agen-


da 21 Local, apresenta uma boa estrutura da rede escolar. Segundo dados
disponíveis no site da Prefeitura, referentes a 2009, há 34 estabelecimentos
de ensino – dentre os quais 20 são municipais, oito são estaduais e seis são
particulares (quatro de Ensino Fundamental e Médio e duas pré-escolas, sendo
que uma oferece atendimento a crianças de 0 a 3 anos).

A Educação Infantil e o Pré-Escolar (4 a 6 anos) são universalizados, aten-


dendo à Emenda Constitucional 277/2008 – que prevê a obrigatoriedade do
ensino público e gratuito para indivíduos de 4 a 17 anos de idade.

78
Gráfico 4: Número de matrículas efetuadas
Í nd ice de Dese nvolv i me nto d a
Educação Básica (Ideb) – Mede a
Total Municipal Total Estadual Total Privado qualidade da educação numa escala
8.000 que vai de zero a dez. É calculado
7.000 6.228 5.988 5.954
5.754 5.958 5.877 5.878 6.021 com base na taxa de rendimento
6.000 5.229 5.139
4.530 escolar (aprovação e evasão), no
5.000 4.074
3.753 3.727 3.528 3.612 3.570 desempenho dos alunos no Sistema
4.000 3.201 3.172 3.305
Nacional de Avaliação da Educação
3.000
1.435 1.508 1.528 1.451 1.562 1.566 Básica (Saeb) e na Prova Brasi l.
2.000 897 918 961 1.156
Quanto maior for a nota da institui-
1.000
ção no teste e quanto menos repe-
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 tências e desistências ela registrar,
melhor será sua classificação. A par-
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios (2010) tir deste instrumento, o Ministério
da Educação traçou metas de desem-
As crianças de 0 a 3 anos são atendidas nas cinco creches municipais, que penho bianuais para cada escola e
não oferecem vagas suficientes, e em uma das escolas privadas de Educação cada rede até 2022. Em 2008, todos
Infantil existentes no município. Esse é um desafio a ser considerado. os 5.563 municípios brasileiros ade-
riram ao compromisso.
Com a atração de mais pessoas para a cidade há uma natural demanda por
vagas. O grupo teme que seja insufi ciente o número de escolas e creches, bem
como suas infraestruturas.

No Ensino Fundamental grande parte da demanda já é atendida, sendo ne-


cessários investimentos para manter sua qualidade. Outra necessidade é a
ampliação da oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos níveis Funda-
mental e Médio, pois, segundo os dados do Censo Escolar de 2006, há evasão
e repetência, resultando em alunos com defasagem de idade/ano escolar e
precisando de atendimento na EJA.

Tabela 2: Ideb observado em 2005, 2007,


2009 e metas para a rede municipal

Ideb observado Metas projetadas

Município 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais 4,2 4,9 4,8 4,3 4,6 5,0 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4
Anos finais 3,4 3,5 3,7 3,4 3,6 3,8 4,2 4,6 4,9 5,1 5,4
Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar

Segundo pesquisa realizada pela ONU-Habitat/UFF, Casimiro de Abreu apre-


sentava, em 2007, elevada taxa de distorção idade/ano escolar no Ensino
Fundamental. A preocupação maior está nas séries finais, cujo desempenho
compromete a conclusão dessa fase de ensino.

79
O mesmo ocorre no atendimento ao Ensino Médio, que precisa ser ampliado
e aperfeiçoado, pois, segundo dados da mesma pesquisa, a taxa de distorção
idade/ano escolar é ainda mais elevada se comparada à do Ensino Fundamen-
tal, revelando retenções em todos os anos desse nível de ensino.

Segundo o grupo, faltam escolas nos bairros novos e na área rural, no entanto,
há transporte escolar para crianças e jovens de localidades afastadas (zona rural).

Não há estabelecimentos de Ensino Superior e há apenas uma Escola Técnica


A implantação do Comperj demandará Profi ssionalizante Estadual na área agrícola, de forma que a capacitação edu-
a qualifi cação da mão de obra jovem em cacional fi ca limitada. Para compensar esta limitação é oferecido transporte
Casimiro de Abreu
universitário para os estudantes que frequentam as universidades localizadas
em municípios vizinhos.

O censo escolar de 2006 indicava que 17 crianças e jovens com alguma defici-
ência foram integrados ao Ensino Fundamental regular e 47 foram atendidos
em salas especiais, também nesse nível escolar. O município informa que o
sistema de ensino organiza atendimento para que alunos que apresentam
necessidades especiais frequentem preferencialmente turmas regulares,
complementadas com atendimento educacional especializado e oficinas com
diversas atividades pedagógicas. Os representantes do Fórum ressaltaram
a necessidade de qualificação dos profissionais de educação no trato com
pessoas com necessidades especiais.

Segundo o mesmo levantamento, 30 alunos tiveram acesso à educação pro-


fissional técnica. Diante da expansão do mercado na região do Comperj, a
demanda por mão de obra escolarizada e especializada faz com que o mu-
nicípio, como os demais, tenha que adotar políticas públicas para preparar
essa mão de obra de forma que possa ser absorvida pelas empresas da região.

No município existem seis bibliotecas públicas, duas escolas de dança, duas


escolas de música, cursos de teatro e ofi cinas.

80
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de reestruturação da Educação 2 Cobrar o encaminhamento de núcleos da Escola Agrícola
para outros distritos do município.
Fundamental de Casimiro de Abreu 3 Atrair universidades para a cidade de acordo com a demanda
necessária.
Infraestrutura
4 Dar status de escola técnica à Escola Agr ícola da Sede
1 Melhorar a infraestrutura física das escolas em todos os para formação profissional adequada dos agricultores do
distritos do município. município.
Gestão pública Articulação
2 Incluir os professores da rede municipal de ensino na atu- 5 Estabelecer convênios com o poder público estadual e fede-
alização de profissionais de ensino. ral para criar campi universitários públicos que atendam à
3 Fortalecer a atuação do Conselho Municipal de Educação. demanda regional.
4 Criar o Conselho Comunitário Municipal. 6 Formalizar um convênio com a Escola Técnica de Enferma-
gem (Escola Batista) para facilitar o acesso dos alunos de
Comunicação baixa renda.
5 Divulgar as ações do Conselho Municipal de Educação.
Estudos técnicos
Fiscalização 7 Realizar o levantamento regional dos cursos superiores
6 Solicitar ao Conselho Municipal de Educação que fiscalize existentes (particulares e públicos) na área de inf luência do
efetivamente a aplicação das verbas de Educação e divulgue Comperj, para identificar a oferta e avaliar as necessidades
anualmente a prestação de contas de suas atividades. do município.
7 Regularizar e fi scalizar o transporte escolar (terceirizado pela Infraestrutura
Prefeitura) para que haja uma prática adequada e segura.
8 Regularizar o serviço de transporte universitário, através
Elaboração de programas e projetos do aumento e manutenção da frota e da diversificação de
horários (diurno e noturno), inclusive nos fins de semana.
8 Elaborar projetos para captação de recursos, através de
parcerias público-privadas para a ampliação da rede edu-
cacional nas áreas rurais e nos bairros novos. Possíveis parceiros
9 Criar um programa educacional para que as crianças e os Associações • Cooperativas • ONGs • Secretarias municipais (de
jovens tenham formação sólida em atividades extracurri- Educação e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável)
culares, como esporte, lazer e cultura. • Sindicatos • Universidades.

Planejamento
Possíveis fontes de financiamento
10 Implantar no município o programa Escola Aberta.
Coca–Cola Company • Embaixada da A lemanha • Fecam •
Finep • Fundação Educar • Fundação Ford • LOA • Ministério
• Plano de estruturação do da Educação • Shell • Unesco.
Ensino Técnico e Superior
de Casimiro de Abreu
Planejamento
1 Identificar a demanda profissional do Comperj e redes de
serviços associadas, para atrair cursos profissionalizantes
e escolas técnicas para o município.

81
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Trata-se de processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade cons-
troem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltados para a conservação do meio ambiente e dos bens de uso comum,
essenciais à qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Seu papel é educar e conscientizar as populações sobre a importância da


preser vação do meio ambiente, oferecendo-lhes, ao mesmo tempo, opções
de subsistência e opor t unidades para melhorar sua qualidade de v ida,
mostrando que as comunidades locais são as principais beneficiárias das
atividades de conser vação.

No Brasil, para que esses objetivos sejam atingidos, a Política Nacional de


Educação Ambiental (Lei 9.795/99 e Decreto 4.281/02) estabelece que os temas
ambientais devem estar presentes durante todo o processo de escolarização,
até o Ensino Superior, de forma transversal, em todos os níveis e disciplinas.

Para que uma Agenda 21 Local seja bem-sucedida, é necessário um amplo


Moradores de Casimiro querem mais entendimento dos propósitos e do conteúdo da Agenda 21. Assim, a Educação
ações de educação ambiental nas
Ambiental tem uma importância central neste processo. É por meio dela que
escolas
se pode promover a capacidade de compreensão das questões ambientais e
do desenvolvimento, que levam à participação no processo e à mudança de
valores necessários à construção de um mundo sustentável.

Em Casimiro de Abreu, os participantes do processo informaram sobre a


existência de projetos e ações de Educação Ambiental. Segundo eles, as escolas
abordam questões relacionadas ao meio ambiente e aos problemas ambientais
através de uma atuante (ainda que pequena) equipe de Educação Ambiental.
No entanto, ressaltaram que esse processo é defi ciente, principalmente nas
escolas municipais, devido ao número reduzido de educadores e à falta de
capacitação continuada.

Muitas novas propostas de Educação Ambiental poderiam ser desenvolvidas


em Casimiro de Abreu se houvesse um aumento da equipe de Educação Am-
biental do município, inclusive com ações que utilizassem as embarcações
pesqueiras (que são fonte de renda de muitos moradores) para trabalhar as
questões relacionadas ao mar e à orla. Em Casimiro de Abreu também existem
pessoas com conhecimento notório em meio ambiente que poderiam contribuir
para o desenvolvimento destas ações.

82
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Programa municipal de Elaboração de projetos
educação ambiental 5 Elaborar projetos de Educação A mbiental, apoiados em
recursos do Consórcio Intermunicipal Lagos São João.
Capacitação Gestão pública
1 Capacitar os professores sobre os temas: desenvolvimento 6 Elaborar políticas públicas que envolvam as escolas que
sustentável e educação ambiental. atuam no município na educação ambiental.
2 Realizar a capacitação de agentes escolares ambientais. 7 Ampliar os programas de educação ambiental em todo o
Comunicação município.

3 Promover cursos, palestras, teatro, música, entre outros, Planejamento


sobre a temática ambiental em escolas, associações de mo- 8 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local
radores, igrejas, instituições filantrópicas e praças. para definir ações que priorizem as atividades de Educação
4 Investir em campanhas de educação ambiental que envol- Ambiental na zona rural.
vam a população na conservação dos recursos.
Possíveis parceiros
Associações • Cooperativas • Escolas • Ibama • Inea • ONGs •
SEA • Secretarias municipais (de Educação e de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável) • Sindicatos • Universidades.

Possíveis fontes de financiamento


Fecam • Finep • Fundação Ford • LOA • MEC • Shell Brasil
• Unesco.

83
CULTURA
Segundo a Unesco, a diversidade cultural, produto de milhares de anos de histó-
Desigualdades no acesso à produ-
ria e fruto da contribuição coletiva de todos os povos, é o principal patrimônio
ção cultural:
da humanidade. As civilizações e suas culturas também resultam da localiza-
Entretenimento – Apenas 13% dos ção geográfica e das condições de vida que cada uma oferece, o que se traduz
brasileiros vão ao cinema alguma na riqueza e diversidade de formas de viver e sobreviver da espécie humana.
vez no ano; 92% nunca frequentaram
museus; 93,4% jamais visitaram uma A cultura representa as formas de organização de um povo, seus costumes
exposição de arte; 78% nunca assis- e tradições, que são transmitidos de geração a geração, como uma memória
tiram a um espetáculo de dança, em- coletiva, formando sua identidade e, muitas vezes, mantendo-a intacta, apesar
bora 28,8% saiam para dançar. Mais das mudanças pelas quais o mundo passa.
de 90% dos municípios não possuem
salas de cinema, teatro, museus e A identidade cultural é uma das mais importantes riquezas de um povo, pois
espaços culturais multiuso. representa um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos,
historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados
Livros e bibliotecas – O brasileiro
valores entre os membros de uma sociedade. Trata-se de um conceito de ta-
lê, em média, 1,8 livro per capita/
manha complexidade, que pode ser manifestado de várias formas e envolver
ano (contra 2,4 na Colômbia e 7 na
França, por exemplo); 73% dos li-
situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
vros estão concentrados nas mãos de A diversidade cultural é um dos pilares da identidade brasileira e fator de
apenas 16% da população. O preço
sustentabilidade do desenvolvimento do País. O maior desafio nesta área é
médio do livro de leitura corrente é
enfrentar a pressão que o desenvolvimento exerce sobre as estruturas tradi-
de R$ 25,00, elevadíssimo quando
cionais – sejam físicas, como sítios arqueológicos ou patrimônios históricos,
comparado com a renda do brasi-
sejam imateriais, como conhecimentos e práticas das populações.
leiro nas classes C/D/E. Dos cerca
de 600 municípios brasileiros que
nunca receberam uma biblioteca,
405 f icam no Nordeste, e apenas
Em Casimiro de Abreu, embora dados do site da prefeitura indiquem
dois no Sudeste. que os primeiros habitantes do município foram os índios Saruçus, da na-
ção Goitacás, faltam informações históricas sobre a ocupação de populações
Acesso à internet – 82% dos brasilei-
tradicionais no município. Esses conhecimentos são importantes para que
ros não possuem computador em casa;
ocorra a preservação da identidade da cultura local.
destes, 70% não têm acesso à internet
(nem no trabalho, nem na escola). No município existem várias comunidades tradicionais, como os quilombolas,
Profissionais da cultura – 56,7% os índios e os pescadores, mas ainda falta uma política que garanta o resgate
da população ocupada na área de destas culturas, bem como a dos imigrantes.
cultura não têm carteira assinada
Casimiro de Abreu possui atrativos culturais para turistas, mas para os seus
ou trabalham por conta própria.
moradores os projetos sociais e culturais são insufi cientes. Faltam equipamen-
tos culturais em todos os distritos – cinemas, teatros, bibliotecas. Também foi
(Fonte: http://www.unesco.org/ sugerido que as escolas existentes de artes manuais, pintura, música e dança
pt/brasilia/culture/access-to- deveriam funcionar em prédio próprio da municipalidade, o que não ocorre.
culture/#c37219).
Ainda que restritos, existem projetos de desenvolvimento social e cultural, den-
tre eles o “Chama Cultural”, organizado pelo Núcleo de Apoio ao Profi ssional
da Educação (Nape), vinculado à Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura
de Casimiro de Abreu. O “Arte em Fibra” é um programa de geração de renda

84
em que são ensinadas técnicas de artesanato com a fibra de bananeira para a
confecção de bolsas, bonés, porta-CDs etc. Os produtos são comercializados
nos quiosques da prefeitura, no Espaço Arte Natural (Casa do Artesanato) e em
feiras, e no “Projeto Renovar” – dirigido a pessoas da terceira idade. Também há
programas oferecidos pelas escolas de dança e música, mantidas pela Fundação
Cultural de Casimiro de Abreu, que oferecem cursos gratuitos à população.

O município possui vários espaços culturais, tais como: Associação Livre dos
Agricultores das Águas de São João; seis bibliotecas públicas; Casa de Cultura Igreja de São João Batista em Barra de
Estação Casimiro de Abreu; Centro de Convivência da Terceira Idade (Cecon); São João
Escola de Dança Barra de S. João; Sala Popular de Cinema Humberto Mauro e o
Museu da Serra. O Museu Estadual Casa de Casimiro de Abreu foi municipalizado.

As principais instituições históricas e culturais de Casimiro de Abreu são: a


Escola Municipal de Música Maestro Álvaro de Souza; a Escola de Dança Santa
Cecília; o Espaço de Artes Naturais; a Fazenda Casimiro de Abreu; a Paróquia
da Sagrada Família (construção do Século XIX) e a Sociedade Musical.

Outras iniciativas públicas nessa área são: o concurso literário, que já está na
XI edição; o encontro afro-brasileiro; o “Passa na praça que o livro é de graça”,
uma iniciativa para estimular a leitura; o festival de crustáceos e frutos do mar
de Barra de São João (no centro gastronômico cultural Casa Beira Rio, onde
fica o espaço cultural Chico Tabibuia); e a Feira de Artesanato Popular (Fapo).

Algumas ONGs e outros atores sociais têm buscado parcerias para desenvolver
projetos culturais no município. Uma parceria que vem dando certo é a dos
Pontos de Cultura no Estado do Rio de Janeiro. Em Casimiro, o projeto selecio-
nado para receber incentivos fi nanceiros em 2010 pelo programa foi o “Era uma
vez... vozes do São João”, do Grupo de Educação para o Meio Ambiente (Gema).

O município possui lei de preservação dos bens culturais (lei do Patrimônio) e


tem como bens tombados a Casa de Casimiro de Abreu (pelo Iphan) e a Igreja
da Sagrada Família, em Barra de São João (pelo Inepac).
Casa de Cultura, instalada na antiga
estação ferroviária

85
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de resgate cultural 2 Desenvolver um levantamento atualizado de informações
que permitam o fortalecimento dos roteiros de turismo e
do município do conteúdo sobre história e cultura locais nas escolas.

Gestão pública Planejamento


1 Implementar um Plano Municipal de Cultura. 3 Fortalecer a cultura local mediante a incorporação e inte-
gração dos conhecimentos tradicionais.
Elaboração de projetos 4 Publicar um livro com estas informações reunidas.
2 Elaborar projetos culturais, visando dotar o município dos 5 Preservar a identidade e a cultura locais por meio de projetos
equipamentos necessários para as atividades culturais, e programas de valorização e divulgação da identidade e
como cinemas, teatros, centros culturais e escolas de artes das expressões culturais locais.
(pintura, música, dança, artesanato).
6 Resgatar a cultura local por meio de exposições fotográficas.
3 Elaborar um projeto de resgate do artesanato de Barra de
São João e da arte de Tabibuia. Articulação
Planejamento 7 Realizar parcerias técnicas com universidades (arquivologia,
museologia, restauro de documentos) para a recuperação de
4 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local documentos históricos do município.
para resgatar os valores culturais do município por meio
de pesquisas nas comunidades e escolas.
Possíveis parceiros
• Ações estratégicas de preservação Associações religiosas • MinC • ONGs • Secretarias estaduais
de Educação e Cultura • Secretaria Municipal de Educação e
da identidade e da cultura locais Cultura • Universidades.
Estudos técnicos
Possíveis fontes de financiamento
1 Resgatar a memória e a história do município por meio de
estudos arqueológicos (existência de cemitério de escravos Coca–Cola Company • Embaixada da Alemanha • Embaixada do
na região). Canadá • Fundo Nacional da Cultura • Fundação Educar • LOA.

86
SAÚDE
A Agenda 21 brasileira afirma em seu objetivo 7 – “Promover a saúde e evitar
a doença, democratizando o SUS” – que a origem ambiental de diversas do-
enças é bem conhecida e que o ambiente natural e as condições de trabalho,
moradia, higiene e salubridade, tanto quanto a alimentação e a segurança,
afetam a saúde, podendo prejudicá-la ou, ao contrário, prolongar a vida.

Segundo a Agenda 21 Global, o desenvolvimento sustentável depende de uma


população saudável. No entanto, os processos de produção e de desenvolvi-
mento econômico e social interferem nos ecossistemas e podem colaborar
para a existência de condições ou situações de risco que inf luenciam nega-
tivamente o padrão e os níveis de saúde das pessoas.

As principais questões ambientais que afetam a saúde humana envolvem a


poluição decorrente da falta de saneamento, a contaminação do meio ambiente
por poluentes químicos, a poluição atmosférica e os desastres ambientais.

Atualmente, além de se reconhecer a interdependência entre saúde, desen-


volvimento econômico, qualidade de vida e condições ambientais, aumenta
a consciência de que a capacidade humana de interferência no equilíbrio
ambiental acarreta responsabilidades da sociedade sobre seu destino e o da
vida no planeta.

Casimiro de Abreu conta com 17 estabelecimentos de saúde para atender


à população – dos quais 15 são públicos e dois, privados. Os públicos são: Est ratég ia Saúde da Fa m í l ia –
11 Programas de Saúde da Família (PSF/PACs); um Hospital Municipal; dois O Programa de Saúde da Família
Centros de Referência e Especialidades Médicas e um Centro de Referência (PSF/PACs) foi criado em 1994 para
ampliar a atenção básica em saúde
Ambulatorial da Dengue.
no Brasil. Entre seus objetivos está
Apesar de aparentemente o município ter uma boa infraestrutura de atendi- a prevenção da gravidez na ado-
mento e o Conselho Municipal de Saúde, segundo os participantes do Fórum lescência. Atualmente, é defi nido
da Agenda 21 Local, ainda falta infraestrutura e mão de obra especializada como Estratégia Saúde da Família
em algumas áreas para atendimento médico. E, apesar de existirem serviços de (ESF), ao invés de programa, visto
que este termo aponta uma ativi-
Médico de Família no campo, ainda faltam controle e efi ciência do programa,
dade com início, desenvolvimento
principalmente pela carência de médicos.
e fi nalização. O PSF é uma estra-
Casimiro de Abreu tem a melhor cobertura de PSF instalada da área do Com- tégia de reorganização da atenção
perj, segundo dados levantados pela Coordenação do Gabinete do Ministério primária à saúde e não tem prazo
para terminar.
da Saúde, até fevereiro de 2010.

Segundo eles, o município não conseguiu ainda a implementação do Plano


Municipal de Saúde, devido à falta de interesse e de continuidade das políticas
públicas na área da saúde. Além disso, as verbas não são bem administradas
e falta integração e articulação entre o poder público e a sociedade civil or-
ganizada no que diz respeito aos programas dessa área.

87
O Hospital Municipal é o único hospital
público do município Outra importante questão que afeta a qualidade dos ser viços de saúde no
município é a falta de capacitação em proteção e promoção das condições
da saúde humana.

Todas as deficiências envolvendo os estabelecimentos de saúde de Casimiro de


Abreu contribuem para a ocorrência de casos de algumas doenças, entre elas
a dengue – que apresentou um aumento no número de casos no município (que
passaram de seis, em 2005, para 23, em 2007, segundo informações do site da
prefeitura), lembrando que ocorre a subnotifi cação de muitos casos. O grupo
considerou positiva a existência de um programa de combate à dengue, porém
afi rmou que o mesmo não é efi caz e que é insufi ciente o número de agentes.

A proliferação do caramujo africano pode aumentar o risco de contágio pa-


rasitário e algumas ações de combate estão sendo implementadas pelo Ibama
e pela prefeitura.

Também há preocupação com o aumento do número de animais soltos na rua.

A saúde aliada à educação é importante na prevenção de doenças e da gravi-


dez precoce. Segundo o Ministério da Saúde, em nível nacional, o número de
partos de adolescentes caiu 34,6% entre 2000 e 2009, e na região Sudeste, caiu
36,3%. Dados mais recentes mostram que a quantidade desses procedimentos
em adolescentes de 10 a 19 anos caiu 22,4% de 2005 a 2009. Mesmo assim,
de acordo com os membros do Fórum, no município houve um aumento no
número de casos de gravidez na infância, justificando a existência de projetos
de educação sexual nas escolas. Esses projetos são importantes, mas aliado
a eles deveria haver um trabalho de conscientização, pois faltam Programas
de Prevenção DST-Aids.

88
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Ações para viabilizar as políticas de Articulação
saúde pública em todos os distritos 2 Formar parcerias com as associações de moradores para
coletar estas informações.
Gestão pública
1 Cobrar do Conselho Municipal de Saúde a universalidade, • Ações estratégicas para a criação
integralidade e equidade nas ações de saúde em todo o de um radar epidemiológico
município.
Gestão pública
Planejamento
1 Viabilizar, junto ao Depar tamento de Saúde Coletiva e
2 Promover a participação das associações, em conjunto com Vigilância Epidemiológica, a visita do agente endêmico a
o poder público, nas reuniões do Conselho de Saúde, com todas as residências pelo menos uma vez por mês.
maior divulgação das mesmas.
3 Promover maior atuação da comunidade, em parceria com Fiscalização
os governos municipal e estadual. 2 Fiscalizar os agentes sanitários nos lixões.
4 Criar mecanismos para dar transparência à aplicação dos Infraestrutura
recursos financeiros utilizados na saúde.
3 Construir uma usina de tratamento de lixo.

• Estratégias para a melhoria da 4 Aumentar a frota para a visita dos profissionais da Estraté-
gia Saúde da Família e da Vigilância Sanitária às residências
qualidade dos serviços de saúde de todo o município.

Infraestrutura Comunicação
1 Ampliar o espaço físico e o quadro funcional do Centro de 5 Informar a população para que não haja acúmulo de água
Referência em Especialidades Médicas. em situações que favoreçam a multiplicação de vetores.
2 Criar uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) nos hos- 6 Criar mecanismos técnicos e de comunicação para facilitar
pitais locais. a notificação de casos de doenças incluídas na lista de no-
3 Melhorar as ambulâncias que operam no município. tificação compulsória.

4 Criar um Banco de Sangue para atender às demandas da


região. • Mecanismos para fomentar o
Planejamento
bem-estar da população
5 Distribuir remédios em todos os postos de saúde de Casimiro Infraestrutura
de Abreu. 1 Construir centros de apoio/triagem para crianças e adoles-
Capacitação centes em situação de risco (acompanhamento de menores
vítimas de abuso, em situação de gravidez por estupro e
6 Investir na educação continuada dos profissionais de saúde. consequente aborto).
Gestão pública Comunicação
7 Cobrar a municipalização do hospital em Barra de São João. 2 Informar a população sobre os canais para a solução de
problemas sociais nas famílias (maus-tratos, alcoolismo,
• Mecanismos de ouvidorias itinerantes entre outros).
3 Promover campanhas preventivas para trabalhar a sexuali-
Planejamento dade, DSTs e gravidez em diversos grupos (escolas, igrejas
1 Criar um sistema de coleta de informações sobre a qualidade e outros).
dos serviços de saúde, como uma ouvidoria itinerante.

89
• Promoção do controle de zoonoses Elaboração de programas e projetos
5 Elaborar programas de esterilização gratuita para cães e gatos.
Planejamento
1 Promover a visita dos agentes de endemias a todos os locais Possíveis parceiros
infestados por caramujos africanos.
BNDES • Câmara Municipal • Conselho Municipal de Saúde •
Comunicação MP • ONU • ONGs • Secretaria Municipal de Saúde • Sindicatos
• Suipa • Universidades.
2 Realizar campanhas educativas para toda a população du-
rante todo o ano sobre o caramujo africano e os problemas
causados por ele. Possíveis fontes de financiamento
3 Ampliar os canais de comunicação com os órgãos responsáveis BNDES • Conselho Municipal de Saúde • Empresas ligadas ao
para que animais de qualquer espécie soltos na rua sejam Comperj • Fundação Ângela Borba • LOA • Ministério da Saúde
retirados (principalmente cavalos, cães, gatos e vacas). • ONGs • Petrobras.

Infraestrutura
4 Criar um local para abrigar os animais recolhidos, com
promoção de campanhas de adoção.

90
GRUPOS PRINCIPAIS
A Agenda 21 Global define como grupos principais as mulheres, crianças e jovens,
povos indígenas, ONGs, autoridades locais, trabalhadores e seus sindicatos, comer-
ciantes e industriários, a comunidade científica e tecnológica, agricultores e empresá-
rios. É desses grupos que o documento cobra comprometimento e participação para a
implementação dos objetivos, políticas e mecanismos de ação previstos em seu texto.

Sendo um processo democrático e promotor da cidadania, a construção da Projetos sociais oferecem cursos
Agenda 21 Local não pode deixar de considerar as necessidades e interesses profi ssionalizantes para mulheres
de outros grupos, como afrodescendentes, ciganos, idosos, pessoas com de-
ficiência, homossexuais, travestis e outras minorias.

A Agenda 21 brasileira vai além e destaca como uma de suas prioridades a neces-
sidade de diminuir as desigualdades sociais no País para garantir as condições
mínimas de cidadania a todos os brasileiros, enfatizando a importância de pro-
teger os segmentos mais vulneráveis da população: mulheres, negros e jovens.

É na Seção III, dedicada ao fortalecimento do papel dos grupos principais, que a Agenda
21 Global propõe o desenvolvimento de processos de consulta às populações locais
para alcançar consenso sobre uma “Agenda 21 Local” para a comunidade. No Capítulo
28, recomenda que os países estimulem todas as suas autoridades locais a ouvirem
cidadãos e organizações cívicas, comunitárias, empresariais e industriais locais para
obter as informações necessárias para formular as melhores estratégias, aumentando a
consciência em relação ao desenvolvimento sustentável. Para a legitimidade e sucesso
deste processo, é fundamental a inclusão de representantes de todos os grupos sociais.

Em Casimiro de Abreu, existem alguns problemas a serem superados


e questões que podem ser mais bem trabalhadas no que se refere aos grupos
sociais. Um exemplo citado pelos participantes foi o fato de esses grupos, por
não terem uma conscientização adequada sobre desenvolvimento sustentável
e cuidados com o meio ambiente, não se interessarem pelo tema – o que os
impossibilita de contribuir conforme preconizado pela Agenda 21.

Já os jovens e adolescentes, por falta de trabalhos de sensibilização, não têm


seu interesse despertado para as atividades políticas e sociais. Esse quadro é
agravado pela falta de capacitação das lideranças. Outra importante questão
levantada foi o papel da família na formação dos jovens. Segundo os partici-
pantes, a falta de maior participação/conscientização social das famílias no
processo educativo dos jovens, mostrando a eles o caminho do bem, contribui
para o envolvimento de muitos jovens com drogas.

No município, os projetos sociais funcionam bem para crianças, jovens e idosos –


principalmente o ‘Jovem Agricultor Orgânico’; ‘Paisagista Mirim’; ‘Ecoturismo para
Jovens’; ‘Cidade Limpa’; ‘Jovem Cidadão’; ‘Vereador Mirim’; ‘Projeto Construir’; ‘Pa-
daria-Escola’; ‘Aprendendo a Estampar’; ‘Bolsa Auxílio’ e ‘Bolsa Estágio’, entre outros.

91
As ações voltadas para os idosos são poucas, mas eles dispõem de um Centro
de Convivência da Terceira Idade (Cecon).

As oportunidades de trabalho para as mulheres são mais escassas, devido à


acomodação social que prejudica sua capacitação para o mercado de trabalho.
Os principais programas e projetos oferecidos para a mulher são: Questão
da Mulher, voltado para a recuperação da autoestima; curso para gestantes;
curso de salão de beleza e curso de culinária.

A participação política das mulheres no município não é expressiva. Nas úl-


timas eleições de 2008 para prefeito e vereadores, nenhuma mulher foi eleita.
Mas, segundo dados da pesquisa ONU-Habitat/UFF, o percentual de mulheres
no mercado de trabalho formal no município de Casimiro de Abreu, em 2009,
foi de 41%, ficando acima do patamar observado para o Conleste (36%) e para
o Estado do Rio de Janeiro (40%), e registrando uma participação equivalente
à observada no Brasil (41%). Dentre os municípios do Conleste, Casimiro de
Abreu ocupava a segunda posição em termos da participação feminina, ao
lado de Cachoeiras de Macacu e Magé.

O diferencial de remuneração feminina observado no município de Casimiro


de Abreu em 2009 (57%) foi inferior ao observado para o Conleste (76,6%),
para o Estado do Rio de Janeiro (81,7%) e para o Brasil (87,8%).

Gráfico 5: Diferencial de remuneração feminina (em %),


comparado aos do Conleste, Estado do Rio de Janeiro e Brasil.

100 87,8%
81,7%
76,6%
80
57,0%
60

40

20

0
Casimiro de Abreu Conleste Rio de Janeiro Brasil

Fonte: UFF/ONU-HABITAT/UFF Habitat (2009)

A área ambiental está em expansão, abrindo novos campos de trabalho, e no


município a questão ambiental é importante e difundida, apesar de alguns
projetos existentes não levarem em consideração as necessidades femininas
nem envolverem as mulheres nas causas ambientais. Isso faz com que elas
tenham pouco espaço para expor suas ideias, que poderiam ser mais bem
aproveitadas, apesar de algumas conseguirem participar dessas decisões.

92
Foi aberta a possibilidade de criação de um Conselho Municipal da Mulher,
para a participação organizada das mulheres nas representações municipais.
Alguns importantes programas e projetos ambientais e educativos oferecidos
para esse público são: Renovar; Terceira Idade e Novo Amanhecer.

Em Casimiro de Abreu existem projetos de inclusão social de pessoas com


defi ciência e centros de reabilitação privados. Ocorre também o repasse de
subvenções para associações e entidades do Município que trabalham pelos
grupos de pessoas com deficiência, como o Projeto de Apoio a Instituições de
Luta e Defesa da Pessoa com Deficiência, a Associação Casimirense da Pessoa
com Deficiência (Acapord), a Associação de Pais e Amigos do Excepcional
(Apae) e a Associação Casimirense de Integração dos Cegos (Acic).

Existem diversas entidades e ONGs trabalhando com jovens e mulheres, mas,


por um lado, falta integração entre essas e o poder público e, por outro, al- Associação Casimirense
gumas têm forte dependência financeira do poder público local. da Pessoa com Defi ciência

Algumas ONGs não recebem o reconhecimento sobre a relevância dos trabalhos


e projetos desenvolvidos. Em parte dos casos isso é provocado pelo fato de
algumas organizações não cumprirem sua missão institucional e competirem
entre si, por prestarem o mesmo serviço.

Os sindicatos de Casimiro de Abreu não representam os interesses de muitos


trabalhadores e falta maior participação na política de fortalecimento dos
trabalhadores e no desenvolvimento de uma política sindical atuante, inclu-
sive na área de saúde.

Os sindicatos precisam se fortalecer e desenvolver atividades sociais que


atendam a diversas classes sociais. Existem grandes parceiros potenciais
(Associação Comercial de Casimiro de Abreu – Acinca, Cooperativa Agrope-
cuária Casimiro de Abreu – Cacal, Associação Brasileira de Turismo Rural
– Abraturr, Associação dos Empreendedores de Ecoturismo da APA Capivari
Monos Parque de Aventura – Aecotur, entre outros) nessa tarefa, considerando
também o exemplo do sindicato rural, que é atuante.

Existem os seguintes conselhos municipais em Casimiro de Abreu: Conselho


Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da
Educação; Conselho Municipal de Alimentação Escolar; Conselho Municipal de
Educação; Conselho Municipal de Turismo; Conselho Municipal de Habitação,
Saneamento e Urbanismo; Conselho Municipal de Saúde; Conselho Municipal
de Defesa da Criança e do Adolescente; Conselho Municipal de Assistência
Social; Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentável; Conselho
Municipal de Esporte e Lazer; Conselho Municipal de Cultura; e Conselho
Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que representam
um legítimo espaço dos diferentes segmentos da sociedade civil na gestão
democrática dos interesses dos munícipes.

93
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Ações de apoio ao idoso 2 Promover a educação continuada para os profissionais que
trabalham com jovens nos projetos da Fundação para a
Infância e Adolescência (FIA).
Infraestrutura
1 Construir um centro de apoio ao idoso que atenda a demanda Planejamento
de todo o município. 3 Dar prioridade aos assuntos voltados ao suporte dos jovens,
com fomento ao emprego e desenvolvimento cultural no
• Políticas públicas para as mulheres município.
4 Ampliar o atendimento dos programas existentes para todo
Capacitação o município.
1 Capacitar as mulheres em várias áreas de atuação, visando 5 Ampliar os programas de esporte para todo o município.
prepará-las para o mercado de trabalho.
6 Formar jovens com consciência política.
Planejamento 7 Envolver crianças em fóruns infantojuvenis.
2 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda Local para
8 Informar as famílias da sua responsabilidade com os jovens
elaborar e apresentar às autoridades competentes a proposta
no resgate dos valores morais.
de criação do Conselho Municipal da Mulher.
3 Cobrar que os projetos voltados para o bem-estar da mulher Elaboração de programas e projetos
sejam atuantes em todos os distritos do município. 9 Elaborar projetos nas escolas municipais voltados para áreas
4 Criar um núcleo especial de atendimento à mulher dentro experimentais de plantio de orgânicos, cuja produção seria
da delegacia legal, com profissionais femininas para pres- aproveitada nas merendas escolares.
tar atendimento (orientar sobre a necessidade de criar uma
Gestão pública
delegacia especial para o atendimento das mulheres).
10 Assegurar o ensino em horário integral nas escolas.
Infraestrutura
5 Criar casas de abrigo para mulheres vítimas de violência. • Promoção das pessoas
6 Criar um centro de referência para o atendimento à mulher. com deficiência
Gestão pública Planejamento
7 Criar um Conselho Municipal da Mulher.
1. Informar a sociedade sobre as necessidades das instituições
8 Criar uma secretaria especial de políticas para a mulher. de atendimento a pessoas com deficiência para que colabo-
rem na busca de recursos para as mesmas.
• Participação da mulher nos Gestão pública
espaços de tomada de decisões 2 Captar recursos para projetos voltados para os portadores
de necessidades especiais.
Planejamento
3 Fortalecer os centros de reabilitação que desenvolvam as
1 Promover maior participação das mulheres nas representa- capacidades de pessoas com deficiência.
ções municipais.
Capacitação
• Ações de combate às drogas 4 Capacitar os prof issionais da área da saúde, visando ao
melhor atendimento aos portadores de deficiência (braille
Capacitação e libras).
1 Capacitar os grupos de voluntários para atuar junto aos
jovens, conscientizando-os sobre os perigos de abuso de
álcool e drogas, DST/Aids e gravidez precoce.

94
• Estratégias para o fortalecimento 3
4
Criar sindicatos patronais e de trabalhadores por classe.
Organizar os trabalhadores nos sindicatos de sua categoria
das ONGs no município
5 Revitalizar o sindicato dos trabalhadores rurais.
Articulação 6 Articular com os sindicatos a sua participação nos conselhos
1 Integrar o poder público e as associações e ONGs para que municipais, nas áreas a que estão afetos.
ambos os parceiros prestem contas em relatórios periódicos.
Elaboração de projetos
Capacitação 7 Elaborar projetos voltados para o fortalecimento dos sindi-
2 Realizar cursos de capacitação para ONGs captarem recursos. catos existentes (ex.: patronal, rural, comércio, educação
estadual – Sepe, entre outros).
Planejamento
Comunicação
3 Identificar as ONGs com perfil socioambiental sustentável.
8 Informar os trabalhadores sobre os seus direitos.
4 Promover a elaboração de projetos sustentáveis, por inter-
médio das ONGs.
Possíveis parceiros
5 Dar visibilidade ao projeto institucional das organizações
locais. Apae • Emater • Empresas ligadas ao Comperj • Sistema Fir-
jan • Fundação Ângela Borba • Fundação Pestalozzi • ONGs •
6 Fortalecer as organizações sérias.
Petrobras • Prefeitura • Sebrae • Câmara Municipal.

• Fortalecimento dos sindicatos Possíveis fontes de financiamento


Planejamento Sistema Firjan • LOA • ONGs • Empresas ligadas ao Comperj
1 Organizar os trabalhadores por meio de seus sindicatos. • Petrobras • Prefeituras.

2 Fortalecer os sindicatos.

95
PADRÕES DE CONSUMO
A pobreza e a degradação ambiental estão estreitamente relacionadas. Enquanto
a primeira tem como resultado determinados tipos de pressão ambiental, segundo
a Agenda 21, as principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente
mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente
nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de con-
sumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios.

É muito comum confundir “consumir” com “fazer compras”. Consumir é um


ato muito mais presente em nossas vidas. Todos os dias consumimos água,
alimentos, combustíveis etc. Como cada um desses elementos se origina do
planeta e nele permanece depois de usado, o consumo interage diretamente
com a sustentabilidade e pode ser um poderoso instrumento para alcançá-la.

Tomar consciência dos hábitos de consumo, pensar sobre todos os materiais


presentes em cada objeto, sua origem e destinação final requer uma revisão
de hábitos, costumes e valores. A fim de atingir a escala necessária para
fazer a diferença, todas as esferas sociais precisam estar envolvidas nesta
transformação: governos, empresas, ONGs e cidadãos. As mudanças neces-
sárias são profundas, mas o movimento do consumo consciente afirma que
o poder de promovê-las está ao alcance de cada um, em sua própria vida, em
seus atos cotidianos.

Em Casimiro de Abreu, embora, segundo a Lei Orgânica do Municí-


pio, exista um Conselho Municipal de Defesa do Consumidor e também um
Con su mo r e spon sáve l – Signi- Juizado de Pequenas Causas (que também defende os direitos do consumidor),
fi ca adquirir produtos eticamente falta um posto de atendimento do Procon (o mais próximo fi ca em Macaé).
corretos, ou seja, cuja elaboração
não envolva a exploração de seres
Faltam políticas públicas para promover a mudança dos padrões de consumo,
humanos e animais e não provoque sendo necessária a criação de programas de consumo consciente de energia.
danos ao meio ambiente. Nesse contexto, destaca-se a sugestão do Fórum de promover a implantação
de projetos residenciais de aproveitamento da energia solar.

96
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Ações estratégicas para o Articulação
consumo consciente 5 Promover parcerias para a substituição de sacolas plásticas
por bolsas de lona ou palha que possam ser reutilizadas.
Elaboração de programas e projetos
1 Criar programas de conscientização de economia de água e • Programa de defesa do consumidor
melhor manejo da mesma.
Articulação
2 Elaborar projetos voltados à redução do consumo de energia
6 Articular a vinda de um posto de atendimento do Procon
na cidade.
para o município.
Comunicação
3 Realizar campanhas (eventos, palestras, seminários, entre Possíveis parceiros
outros), visando à sensibilização da população para o con- Acinca • AMLD • MP • Secretaria Municipal de Meio Ambiente
sumo consciente. e Desenvolvimento Sustentável.
Infraestrutura
4 Instalar sistemas para aproveitamento da energia solar nas
Possíveis fontes de financiamento
residências do município. Fecam • LOA • Shell • Unesco.

97
ESPORTE E LAZER
O conceito de qualidade de vida, embora subjetivo, independentemente da
nação, cultura ou época, relaciona-se a bem-estar psicológico, boas condições
físicas, integração social e funcionalidade.

O esporte e o lazer são fatores de desenvolvimento local pelos benefícios que


proporcionam à saúde física e mental dos seres humanos e pela oportunidade
que oferecem de desenvolvimento individual e convivência social. São ativi-
dades reconhecidas pelas Nações Unidas como direitos humanos e, portanto,
devem ser promovidas em todo o mundo.

Atividades esportivas são uma ferramenta de baixo custo e alto impacto


nos esforços de desenvolvimento, educação e combate à violência em várias
sociedades, e o lazer é fundamental para a qualidade de vida dos indivíduos.

Ambos têm o poder de atrair e mobilizar a juventude, promovendo a inclu-


são e a cidadania, valores como respeito ao outro e à natureza, aceitação de
regras, trabalho de equipe e boa convivência social. Além disso, atividades
de esporte e lazer geram empregos e renda.

Casimiro de Abreu conta com um ginásio coberto, agremiações esportivas


registradas, amadoras e profi ssionais, e projetos esportivos, como escolinha de
futebol, escolinha de skate, de vôlei, além de cursos de rafting, rapel, arborismo,
jiu-jítsu, capoeira e futebol, entre outros projetos fi nanciados pela prefeitura.
Estes estão articulados por um projeto municipal maior, o Prodesporte, que tem
a intenção de incentivar a prática de atividades esportivas no município, bem
como promover um trabalho socioeducativo. Podemos destacar também eventos
nessa área, como o campeonato de beach soccer e o torneio de futsal.

A lém de incentivar o surgimento de novos atletas, o município dispõe


de auxílio para jovens desportistas que são destaque em seus esportes.
Ent re os que recebem apoio da Prefeit u ra podemos destaca r: U lisses
da Silva Conceição, 17 vezes campeão de jiu-jítsu; Cláudio José Sales,
campeão estadua l de Super-cross e Cross-countr y; Freder ico Verçoza,
campeão estadual amador de Bodyboard e v ice-campeão brasileiro ama-
dor; e A na Paula A leixo, que detém o 6° melhor tempo do campeonato
brasileiro de 100 metros liv res e é especialista em salto em distância e
400 metros liv res.

Durante o verão, a Secretaria de Esportes e Lazer desenvolve o ‘Projeto Ve-


rão’, com atividades para toda a comunidade e visitantes, como recreação
infantil, parquinho inf lável, caminhada, vôlei de praia, passeio ciclístico,
campeonato de skate, torneio de futsal e de sueca, corrida, escalada, ginás-
tica, aula de step e streetball.

98
Rios de Casimiro de Abreu atraem praticantes de canoagem

99
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Plano de incentivo às Articulação
práticas desportivas 4 Articular a criação de campeonatos interescolares.
5 Articular parcerias para atrair patrocinadores para o grupo
Gestão pública de ciclistas de Casimiro de Abreu.
1 Ampliar os programas esportivos existentes (Viva Vôlei,
Cecom) para todos os distritos do município. Possíveis parceiros
Infraestrutura ONGs • Universidades.
2 Criar infraestr utura física para a prática de esportes e la-
zer para toda a população (praças, quadras poliesportivas, Possíveis fontes de financiamento
entre outros). Coca–Cola Company• Embaixada da Alemanha • Embaixada do
3 Construir um Centro de Esporte e Lazer que inclua atividades Canadá • Fundação Educar • Ministério de Saúde • Secretaria
como artes marciais, capoeira, natação, futsal, handebol, Municipal de Saúde • Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil.
entre outras.

100
101
4 Ordem Econômica
GERAÇÃO DE TRABALHO,
RENDA E INCLUSÃO SOCIAL
As mudanças climáticas e seus impactos, e a degradação do meio ambiente
Princípios dos empreendimentos em geral, têm implicações significativas para o desenvolvimento econômico e
sustentáveis

– Substituem itens produzidos nacio-


nal ou internacionalmente por produ-
tos criados local e regionalmente;
social, para os padrões de produção e de consumo e, portanto, para a criação
de empregos e geração de renda.

Ao contrário do que muitos afirmam, a transição para a sustentabilidade pode

– Assumem responsabilidade por


seus efeitos no meio ambiente;
aumentar a oferta de emprego e a geração de renda. A relação direta entre
o mundo do trabalho e o meio ambiente constitui a essência dos chamados

– Não exigem fontes exóticas de ca-


pital para se desenvolver e crescer;
empregos verdes – trabalhos e atividades que contribuem para a preservação
ou restauração da qualidade ambiental, com remuneração adequada, condições

– Empenham-se em processos de
produção humanos, dignos e intrin-
secamente satisfatórios;
de trabalho seguras e respeito aos direitos dos trabalhadores.

Os empregos verdes podem ser o caminho para enfrentar tanto a degrada-


ção ambiental, reduzindo os impactos da atividade econômica, quanto o
Criam objetos duráveis e de uti- desafio social representado por 1,3 bilhão de pessoas no mundo em situação
lidade em longo prazo, cujo uso ou de pobreza. Eles podem beneficiar trabalhadores com diferentes níveis de
disposição fi nal não prejudicarão as qualificação e são encontrados em uma ampla gama de setores da economia,
futuras gerações; tais como os de fornecimento de energia, reciclagem, agrícola, construção

– Transformam seus consumidores


em clientes por meio da educação.
(Paul Hawken)
civil e transportes.

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que,


em 2008, o Brasil tinha aproximadamente 2,6 milhões de empregos verdes
– o que representava 6,73% do total de postos formais de trabalho – e que
a oferta desse tipo de emprego no País vem crescendo a uma taxa anual de
cerca de 2%.

A economia de Casimiro de Abreu , no período 2002-2007, correspon-


dia a 5,18% do PIB da região das Baixadas Litorâneas. Dentro do Comperj,
este município faz parte da Região de Inf luência Ampliada e respondeu, no
mesmo período, por 0,37% do PIB da região5.

Casimiro de Abreu é um dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro que


recebem royalties pela exploração e produção de petróleo – o que justifica a
alta participação do município no PIB regional.

O perfil do setor produtivo do município pode ser observado no Gráfico 6.


Em todos os setores da economia, o porte predominante de estabelecimento
é a microempresa.

5 IBGE, em parceria com Órgãos Estaduais de Estatística (Fundação Cide),


Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus -
Suframa

104
Gráfico 6: Número de estabelecimentos
Royalties – Uma das compensações
por setor, conforme tamanho
fi nanceiras relacionadas às ativi-
dades de ex ploração e produção
600 548 de petróleo e gás nat ural que as
companhias petrolíferas pagam aos
500 estados e municípios produtores. A
394
Micro legislação prevê regras diferentes
400
para a distribuição dos royalties
300 Pequena em função da localização do campo
166 Média produtor, se em terra ou no mar.
200
61 Grande
100 20
4 0 0 3 1 0 13 4 1 3 4
0
Agropecuária Indústria Comércio Serviços

Fonte: SEBRAE, base de dados RAIS/ESTAB 2007

Entre 2002 e 2007, o setor de serviços foi o principal responsável pela geração
da renda do município. Em 2002 e 2004, respondeu por quase 60% e, em 2007,
por 80% – Gráfico 7. A indústria, por sua vez, manteve sua posição relativa
de 40% do PIB em 2002 e 2004, mas caiu para 20% em 2007. A administração
pública, que representa uma parcela do setor de serviços, perdeu participação
relativa na economia, respondendo por menos de 10% em 2007. A participação
da agropecuária permaneceu pequena (menos de 1%).

Gráfico 7: Participação relativa dos setores no PIB


do município em 2002, 2004 e 2007

79,29
80
70 58,24 56,30
60
2002

50 40,46 40,58 2004


40
22,78 2007
30 20,17 18,84
20 9,27
10 1,29 0,92 0,54

0
Agropecuária Indústria Serviços Administração
Pública

Fonte: IBGE 2007

105
A população total estimada em 2007 era de 27.086 habitantes, sendo que
82,8% residiam na área urbana e 17,2%, na área rural6 . A maior parcela dessa
população – Gráfico 8 – tem idade acima de 15 anos.

Gráfico 8: Porcentagem da população segundo a faixa etária

27,99%
30

25
17,57% 17,01%
20

15
10,27%
8,60% 9,25% 9,24%
10

0
0a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 49 50 anos +
anos anos anos anos anos anos

Fonte: Sebrae, base de dados RAIS/ESTAB 2007

Considerando-se a idade estimada para a População Economicamente Ativa


(PEA), é possível afirmar que a PEA do município de Casimiro de Abreu, em
2007, correspondia a 72,84% da sua população.

Entretanto, apenas 38,3% encontravam-se ocupados. Isso significa que mais


de 80% da população com idade para trabalhar estava desempregada. Os dados
demonstram também que 32,3% da PEA ocupada é assalariada.

No período 2003-2007, o salário médio da população empregada em Casimiro de


Abreu foi de R$ 435,867. Este valor corresponde a 1,42 salários mínimos8. No Gráfico
9 podem ser verificadas as taxas de variação de emprego com carteira assinada.

6 IBGE e Sebrae, base de dados Rais/2007


7 Corresponde à média aritmética dos salários das 20 ocupações que mais
empregaram no período 2003-2007.
8 Valor obtido da média aritmética dos salários mínimos do período 2003-2007.

106
Gráfico 9: Taxa de variação de emprego com carteira
assinada por setor de atividade de 2001 a 2008

800
700 608,56
600
500
400
300
93,84 124,55
200
34,68 47,06 13,70
100 -6,33 -95,08
0
-100
Adm. Agropec. Const. Ind. Extr. Ind. Serv. Ind. Serviços Comércio
Pública Civil Mineral Transf. Ut. Púb.

Fonte: IBGE 2007

Esses dados vêm ratificar a preocupação manifestada com o desemprego, a


pobreza e a desigualdade social no município. Chama atenção a diferença
entre o PIB per capita, que cresceu 253,8% entre 2002-2007, chegando ao
montante de R$ 44.932 – em valor mensal seriam R$ 3.744 –, enquanto a
renda média dos trabalhadores brasileiros, em período equivalente, perma-
neceu em torno de R$ 435,86.

No mapa da densidade da pobreza no estado, Casimiro de Abreu apresenta


um índice na faixa de 0,1 a 11,9, o qual indica o número de pessoas resi-
dentes no município com renda domiciliar inferior a 0,5 SM/km 2 . Embora
a concentração da pobreza seja baixa, devido à grande extensão territorial
do município, a taxa de pobreza é alta. Considerando o número de pessoas
residentes com renda domiciliar inferior a 0,5 SM/total de habitantes, esta
taxa em Casimiro de Abreu fica na faixa de 14,18 a 21,43.

A Associação Comercial Industrial e Turística de Casimiro de Abreu apoia os


empresários do município

107
Mapa 9: Densidade de pobreza no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Estratégias de ação para a conservação da biodiversidade no Estado do


Rio de Janeiro (2009), in Anuário Estatístico do Rio de Janeiro, Fundação Ceperj
(http://www.ceperj.rj.gov.br/)

Nesse sentido, a percepção dos participantes do Fórum está correta. O cresci-


mento da economia de Casimiro de Abreu está trazendo consigo uma expres-
siva concentração de renda. E, na esteira desse processo, vêm a desigualdade
e a exclusão social, realidade que o grupo demonstrou conhecer.

Os participantes manifestaram preocupação com a falta de oportunidades de


trabalho no município. O grupo informou que Casimiro de Abreu possui um
alto índice de desemprego devido a duas ordens de fatores. A primeira é a falta
de programas que promovam a capacitação e a geração de renda no município;
a segunda é a resistência das empresas situadas no município a aproveitarem
o incentivo ao primeiro emprego. Este problema acaba levando a outro, que é
a migração de jovens para outros municípios, em busca de estudo e emprego.

Ainda no âmbito das possibilidades de geração de renda, o grupo informou


que o crescimento sustentável da indústria pesqueira é uma potencialidade
em Casimiro de Abreu.

108
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Formação profissionalizante para 2 Instalar, no município, indústrias e empresas for tes, que
tenham compromisso e responsabilidade com o f ut uro
inserção no mercado de trabalho da população.

Elaboração de programas e projetos Elaboração de programas


1 Criar programas que promovam a capacitação e a geração 3 Desenvolver programas de primeiro emprego, direcionando
de renda no município. os jovens para o mercado de trabalho.

Infraestrutura Planejamento
2 Instalar escolas técnicas profissionalizantes – patrocinadas 4 Integrar a popu lação carente e desqua lif icada à at iv i-
– por meio de convênios com Senai, Sesi, Cefet, Sistema dade produt iva.
Firjan, Sesc, Dieese (construção civil, turismo sustentável,
Comunicação
hotelaria, eletrônica, entre outros).
5 Div ulgar as possibilidades de trabalho nos diversos se-
Capacitação tores econômicos.
3 Ampliar a oferta de capacitação gratuita em línguas estrangeiras.
4 Capacitar a mão de obra local para ocupar cargos e trabalhar Possíveis parceiros
na construção e operação do Comperj. Assessoria de Comunicação da Prefeitura • Assessoria de De-
5 Oferecer cursos especializados que atendam à demanda de senvolvimento Econômico • Acinca • Câmara Municipal • Cefet
empregos do Centro de Oportunidades do Estado (localizado • Centro de Oportunidades • Dieese • Sistema Firjan • MEC •
no município). Secretarias municipais (de Ação Social, Agricultura, Turismo
e Cultura) • Senai • Sesc • Sesi.

• Bases para a política pública Possíveis fontes de financiamento


para geração de trabalho e
Alcoa Foundation • CEF • Comissão Europeia • Cooperativa
renda e inclusão social de Agricultura Cacal • Fundescab • General Motors • IBM •
Ministério da Educação • Pronaf.
Gestão pública
1 Elaborar políticas públicas em parceria com os empresários
da região.

109
AGRICULTURA
A Agenda 21, em seu Capítulo 32, afirma que a agricultura ocupa um terço
da superfície da Terra e constitui a atividade central de grande parte da
população mundial. Segundo o documento, as atividades agrícolas ocorrem
em contato estreito com a natureza – a que agregam valor com a produção
de recursos renováveis –, ao mesmo tempo em que a tornam vulnerável à
exploração excessiva e ao manejo inadequado.

A agricultura é sustentável quando é ecologicamente equilibrada, economi-


camente viável, socialmente justa, culturalmente apropriada e orientada por
um enfoque holístico. Este modelo de agricultura respeita a diversidade e a
independência, utiliza os conhecimentos da ciência moderna para se desen-
volver e não marginaliza o conhecimento tradicional acumulado ao longo dos
séculos por grandes contingentes de pequenos agricultores em todo o mundo.

Um modelo sustentável de agricultura produz alimentos saudáveis para os


consumidores e os animais, não prejudica o meio ambiente, é justo com seus
trabalhadores, respeita os animais, provê sustento digno aos agricultores e
apoia e melhora as comunidades rurais. Além disso, deve manter nossa capa-
cidade futura de produzir alimentos, distribuindo-os com justiça, mantendo a
qualidade do meio ambiente e preservando a diversidade cultural e biológica
das variedades tradicionais de plantas cultiváveis.
Piscicultura na Fundação
Agrícola Municipal
Em Casimiro de Abreu, o setor agrícola tem uma participação muito
pequena na atividade econômica. De 2002 a 2007, sua participação relativa não
superou 1% do PIB. Curiosamente, o grupo participante do Fórum considera que
o município reúne condições para desenvolver a atividade agrícola.

Os participantes do Fórum acham que o município tem potencial para desen-


volvimento agropecuário e turismo rural, ecológico e cultural, com benefícios
para sua economia. Eles mencionaram a existência de uma feira de agricul-
tura familiar, com produtos sem agrotóxicos, e de uma área disponível para
criação de um Mercado do Produtor, lembrando que a prefeitura já compra
hortifrutis localmente.

Consideram que a boa qualidade de solos na área rural, juntamente com as


características geográfi cas, favorece a agricultura. Na visão do grupo, essas
características contribuíram para a existência de áreas com vocação agrí-
cola, além de condições favoráveis à agricultura orgânica. Os participantes
citaram, como exemplos, o sítio escola agrícola com projetos de agricultura
orgânica, piscicultura, horticultura e agroecologia; o grupo de articulação
de agroecologia com participação nas redes estadual e nacional; a existência
de uma pequena horta medicinal (distrito-sede) e o alto potencial de espécies
para uso medicinal.

110
Os participantes afirmaram também que, apesar de haver projetos voltados ao
pequeno agricultor, falta divulgação e ampliação dos projetos agrofl orestais A g r o e c olo g i a – A bordagem da
visando à diversifi cação e ao aumento da renda familiar – produtores fami- agricultura que se baseia nas di-
nâmicas da natureza e propõe mu-
liares; faltam projetos que visem ao fortalecimento do papel dos agricultores
danças profundas nos sistemas e nas
para o desenvolvimento sustentável. Do mesmo modo, falta incentivo à pro-
formas de produção. Sua fi losofi a
dução orgânica e agrofl orestal e não há apoio logístico adequado. Segundo
é produzir de acordo com as leis e
eles, a falta de orientação aos agricultores estaria levando ao uso de práticas processos que regem os ecossiste-
agrícolas inadequadas à topografi a da Serra. mas. Reúne conceitos das ciências
naturais e das ciências sociais em
O grupo considera que o município vem desenvolvendo boas políticas de in-
práticas dedicadas ao estudo das
centivo agrícola; que há apoio técnico ao agricultor e que houve aumento da
relações produtivas entre o homem
produtividade com emprego de insumos agrícolas.
e a natureza, visando sempre à sus-
Mas lembrou que a ausência de políticas que evitem o êxodo rural e de políti- tentabilidade ecológica, econômica,
social, cultural, política e à ética. A
cas de fortalecimento de culturas agrícolas contrasta com a presença de uma
agroecologia trata também da biodi-
grande massa de agricultores para fi xar na terra. E destacou a diminuição das
versidade, da agricultura orgânica,
áreas de agricultura e a ociosidade de áreas agrícolas existentes.
da agrofloresta, da permacultura e
A banana em cacho e a mandioca foram os principais produtos agrícolas da agroenergia, entre outros temas.
das lavouras do município em 2008, com uma produção de 2.445 e 2.420
toneladas, respectivamente. As áreas plantadas chegaram a 163 hectares, no
caso da banana, com rendimento médio de 15.000 kg/ha; e a 220 hectares
de mandioca, com 11.000 kg/ha. O município cultiva ainda cana-de-açúcar
(700 t), coco-da-bahia (250 mil frutos), feijão em grãos (50 t), laranja (600
t), limão (50 t) e milho em grãos (116 t).

A pecuária no município destacou-se, ainda em 2008, com a criação de bovi-


nos (40.900 cabeças), aves (4.870), vacas ordenhadas (3.520) e ovinos (2.050).
Casimiro de Abreu também tem criação de caprinos, suínos, equinos e coelhos,
entre outros, além de produzir leite (2.110 mil litros), ovos de galinha (12 mil Viveiro de mudas na Fundação Agrícola
dúzias) e mel de abelha (500 quilos). Os dados são do IBGE/2010. Municipal

111
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Bases para política pública agrícola • Mecanismos de produção e
Gestão pública geração de renda na agricultura
1 Elaborar políticas para a promoção da agricultura susten- Infraestrutura
tável no município.
1 Ampliar o apoio da prefeitura com maquinário, sementes,
2 Fortalecer as políticas agrícolas (ex.: reformular a Emater). insumos e assistência técnica aos produtores rurais.
3 Criar um Fundo Municipal para financiar as associações de 2 Ampliar o apoio técnico para obter produção suficiente para
produtores. abrir novos espaços com a venda dos produtos.
Comunicação Planejamento
4 Informar sobre a importância da representatividade dos 3 Estabelecer linha de crédito para incentivo de produção
agricultores nos órgãos competentes (ex.: Conselho, Fórum, (ex.: Fundescab).
Sindicato Rural).
4 A mpliar, apoiar e incentivar a agricultura familiar e a
Planejamento produção orgânica e agrof lorestal por meio de financia-
mentos públicos, visando à diversificação, ao aumento da
5 Revitalizar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
quantidade de produtores familiares e da renda familiar, e
6 Desenvolver mecanismos que permitam adicionar diferen- à fixação das pessoas no campo.
cial e valor agregado aos produtos locais: doces, compotas,
5 Criar mecanismos que incentivem o jovem a produzir e per-
geleias, queijos, bananas, entre outros.
manecer no campo (acesso à tecnologia, empreendedorismo,
7 Criar hortas comunitárias. escolas agrícolas, lazer, cultura).
8 Viabilizar o ensino técnico-agrícola no município (aprovei-
tando a escola que já existe ou criando uma nova). • Promoção do manejo
9 Desenvolver ações e arranjos produtivos no município. agrícola sustentável
Articulação Planejamento
10 Promover o intercâmbio do setor agropecuário com a Em-
1 Integrar ações de manejo agrícola com o meio ambiente.
brapa e Pesagro.
Elaboração de projetos
Estudos técnicos
2 Elaborar projetos que visem ao fortalecimento do papel dos
11 Mapear a área agr icultável das propr iedades e fazer o
agricultores para o desenvolvimento sustentável.
zoneamento.
12 Mapear as práticas agrícolas inadequadas à topografia de serra.
13 Identificar a vocação agrícola do município (agricultura,
• Ações para o incremento
pecuária, peixes ornamentais, cogumelos, apicultura, cria-
da produção de orgânicos
ção de borboletas, beneficiamento da banana e do leite), e agroecológicos
buscando parcerias com o Sebrae e universidades.
14 Identificar áreas propícias para a instalação de hortos florestais. Planejamento
15 Implantar sistemas agroflorestais no município. 1 Identificar agricultores interessados no cultivo de produtos
orgânicos.
2 Realizar pesquisas científicas para aprimoramento da pro-
dução e comercialização.
3 Promover a especialização para a produção orgânica a
partir de sua cadeia produtiva (ex.: produtor especializado
em insumos).

112
4 Promover a agricultura orgânica local por meio da compra
da produção (Secretaria Municipal de Agricultura) para uso • Mecanismos para o aumento da
em equipamentos públicos (escolas e hospital). produção de ervas medicinais
5 Criar um selo de certificação para os produtos orgânicos.
Articulação
6 Incluir as propriedades produtoras e os produtos agrícolas
(principalmente os orgânicos) no circuito de turismo ecológico. 1 Realizar parcerias com os pequenos produtores para produ-
ção de ervas medicinais.
Articulação
Planejamento
7 Formar parcerias junto a órgãos técnicos (Emater e Embrapa)
para assistência na produção de orgânicos. 2 Utilizar a medicina alternativa como saber tradicional, de
uso conhecido e testado.
8 Dinamizar um grupo de articulação de agroecologia - já
existente - com participação nas redes estadual e nacional. 3 Resgatar a história e os conhecimentos tradicionais da área
da horta medicinal do Dr. Fischer.

• Ações para o escoamento 4 Aprimorar a produção das espécies locais existentes para
uso medicinal.
da produção 5 Cultivar espécies fitoterápicas em áreas propícias.
Estudos técnicos
1 Realizar estudos para identif icar e implantar formas de • Desenvolvimento de capacidades
estabilizar a produção do município. na agricultura familiar
Infraestrutura Capacitação
2 Cr iar um mercado do produtor para venda de produtos 1 Promover a qualificação de produtores agrícolas familiares
agrícolas (principalmente orgânicos), tendo os próprios nas práticas de rotação de culturas e cultivos orgânicos.
produtores rurais como parceiros, com sistema de comer-
cialização eficaz, ágil e moderno. 2 Orientar os produtores agrícolas da região serrana (cada
topografia, uma prática diversa).
3 Criar quiosques para a venda dos produtos rurais (da Serra)
na estrada Serra Mar e analisar a viabilidade de padronizá- 3 Realizar cursos técnicos, em diversas áreas, para que os
los para todo o município. agricultores estejam inseridos no mercado (visando evitar
o êxodo rural).
Planejamento 4 Realizar cursos para ensinar a utilizar a compostagem na
4 Identificar o mercado consumidor, com o objetivo de criar produção orgânica (doação de composteiras por instituições
corredores de escoamento da produção. competentes).
5 Dinamizar a feira de agricultura familiar com produtos 5 Realizar cursos de empreendedorismo, tendo em vista a
locais e com certificação orgânica. produção rural.
6 Buscar informações que superem as dificuldades das licitações 6 Qualificar os agricultores e interessados para implementa-
e concorrências para ampliar o programa de compra de pro- ção da agroindústria.
dutos locais da prefeitura e incluir peixes, leite, entre outros. 7 Capacitar os agricultores para a organização e gestão de
7 Cobrar o acesso a financiamento de meios de transporte, a cooperativas.
juros subsidiados e longo prazo para pagamento, para pos-
sibilitar o escoamento da produção nas áreas produtoras.
• Mecanismos de comunicação
Articulação estratégica para a
8 Fortalecer a parceria com a prefeitura que já compra hor- agricultura familiar
tifrutis dos produtores locais.
9 For talecer a parceria já existente entre a prefeitura e a Comunicação
Cooperativa Agropecuária de Casimiro de Abreu (conti- 1 Criar informativos para divulgar projetos agrof lorestais
nuação do apoio da prefeitura em relação ao transporte e (implicações legais e resultados financeiros) e demais pro-
comercialização para cooperativa). jetos agrícolas no município (pequenos e grandes).
2 Divulgar a Medida Provisória 455, de 28 de janeiro de 2009,
que obriga os entes federativos a comprar, pelo menos, 30%
da demanda de merenda com os produtores locais.

113
3 Criar informativos que expliquem os mecanismos e ferra- Elaboração de projetos
mentas que facilitam a vida do produtor rural (ex.: impor-
tância do cooperativismo e suas vantagens, passos para 7 Desenvolver projetos para criação artificial e reprodução
entrar em licitações e concorrências, entre outros). natural de mexilhão e de peixes.

Comunicação
• Bases para o desenvolvimento de 8 Difundir o programa desenvolvido pela Petrobras de criação
política pública para a pesca de recifes artificiais (que vem sendo desenvolvido em outros
municípios para impedir arrastão).
Gestão pública
Fiscalização
1 Elaborar políticas públicas que promovam a geração de mais
empregos a partir da pesca marítima sustentável (artesanal 9 Cobrar a fiscalização ambiental, com maior rigidez ao infra-
e industrial). tor (ex.: em locais estratégicos de reprodução de cardumes).

Infraestrutura Possíveis parceiros


2 Construir um cais de atracação. Acinca • Assessoria de Desenvolvimento Econômico • Asso-
3 Instalar indústrias de beneficiamento de pescado. ciações de Trabalhadores e Produtores Rurais • Cooperativa de
Agricultura • Embrapa • ONGs • Secretarias municipais (de
Planejamento Agricultura, Educação, Saúde e Ação Social) • Sindicato Rural.
4 Promover o desenvolvimento sustentável da indústria pesqueira.
5 Formar cooperativas. Possíveis fontes de financiamento
6 Repassar os incentivos econômicos para pescadores adqui- CT-Agro • Embaixada da Alemanha • Embrapa • Fundescab •
rirem equipamentos novos e o treinamento necessário para General Motors • IBM • Mapa • Pais • Pronaf.
esta operação.

114
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Em seu Capítulo 30, a Agenda 21 reconhece que a prosperidade constante, obje-
tivo fundamental do processo de desenvolvimento, resulta principalmente das
atividades do comércio e da indústria. Mas alerta que o setor econômico deve
reconhecer a gestão do meio ambiente como uma de suas mais altas prioridades.
Não é possível ter uma economia ou uma sociedade saudável num mundo com
tanta pobreza e degradação ambiental. O desenvolvimento econômico não pode
parar, mas precisa mudar de rumo para se tornar menos destrutivo.

As políticas e operações empresariais podem desempenhar um papel impor-


tante na redução do impacto sobre o uso dos recursos e o meio ambiente por
meio de processos de produção mais eficientes, estratégias preventivas, tec-
nologias e procedimentos mais limpos de produção ao longo do ciclo de vida
de um produto. É necessário estimular a inventividade, a competitividade
e as iniciativas voluntárias para estimular opções mais variadas e efetivas.

A competitividade também exige das indústrias e do comércio a adequação


a esta tendência, o que está propiciando o surgimento de produtos e serviços
ambientais que visam à diminuição dos danos ao meio ambiente.

A contribuição deste setor para o desenvolvimento sustentável pode aumentar


à medida que os preços de bens e serviços ref litam cada vez mais os custos
ambientais de seus insumos, produção, uso, reciclagem e eliminação, segundo
as condições de cada local.

Em Casimiro de Abreu, a indústria é o principal setor da economia.


Conforme descrito no Gráfico 7, teve sua participação relativa ampliada. Em
2002, representava 58% do PIB; em 2004, 56% e em 2007 alcançou 80%.
Esse bom desempenho explica as expressivas taxas de crescimento do PIB
do município no período 2002-2007. O desafio é compatibilizar crescimento
econômico com desenvolvimento social.

O grupo considera que o Comperj trará novas oportunidades e possibilidades


de geração de emprego e renda para Casimiro de Abreu devido à sua proximi-
dade do centro de petróleo e gás de Macaé e ao seu potencial para prestação Comércio em Casimiro de Abreu
de serviços, agronegócios e hotelaria.

Entretanto, destacaram a falta de capacitação para os munícipes ocuparem cargos


junto ao Comperj e para o empreendedorismo. O grupo lembrou que, por causa
disso, existe a possibilidade da contratação de profissionais de outros municípios.

Os participantes veem a possibilidade de geração de renda com a exploração da


fibra da bananeira - projeto “Gente de Fibra” (restrito ao distrito-sede) -, consi-
deram o artesanato local de qualidade e atribuem grande importância à atuação
de algumas cooperativas que oferecem curso de artesanato, com aproveitamento
de recursos naturais, como fibra de bananeira na confecção de roupas. Essas
iniciativas incentivam a comercialização de artigos oriundos do artesanato.

115
Eles chamaram a atenção também para a falta de uma integração maior entre
comércio, indústria e prefeitura – ainda que o comércio e a indústria sempre
participem das atividades socioeconômicas, quando requisitados. Foi ainda
citado pelo grupo o desenvolvimento socioeconômico possibilitado pelas ati-
vidades do Sebrae e da Associação Comercial de Casimiro de Abreu (Acinca).

No âmbito do comércio, os participantes lembraram a informalidade no setor,


que muitas vezes funciona sem registro de alvará, destacando a necessidade
de parte do comércio e da indústria locais atender aos requisitos básicos da
legislação. Os participantes lembraram que alguns empresários têm interesse
em regularizar a situação de suas empresas.

Os participantes do Fórum manifestaram preocupação com a implantação de


indústrias que poluam e causem impacto ao meio ambiente, em função da
instalação do Comperj.

A realidade industrial da região deverá ser alterada devido à instalação do


Comperj. O valor adicionado a ser gerado pelos empreendimentos, durante a
fase de operação do Complexo Petroquímico, com relação ao PIB do município,
pode ser visto na Tabela 3.

Tabela 3: Projeções para a relação entre o Valor


Adicionado / PIB a partir da instalação do Comperj

Valor Adicionado / PIB (2015)

Município Cenário Conservador Cenário Otimista


Casimiro de Abreu 7,56% 15,12%
Rio de Janeiro 0,02% 0,05%
Fonte: Fundação Getúlio Vargas (2008)

Casa do Artesanato – Projeto Arte em Fibra

116
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Bases para o fortalecimento 14 Criar uma comissão entre as secretarias municipais para
avaliar e decidir sobre as empresas que pretendem instalar-
do comércio e indústria se no município.
15 Conceder incentivos fiscais para atrair novos empreendi-
Gestão pública mentos.
1 Reduzir a informalidade no setor (ex.: falta de alvará de
funcionamento). Fiscalização
16 Fiscalizar, de forma adequada, a aplicação da legislação
Estudos técnicos fiscal, trabalhista e ambiental existente para o comércio e
2 Identificar junto à Petrobras quais indústrias, comércio e servi- a indústria, inclusive no setor de petróleo e gás.
ços devem se instalar no entorno do Comperj e detectar o perfi l
empresarial mais desejável para os interesses do município.
• Ações para o fortalecimento
3 Desenvolver ações estratégicas para atrair indústr ias e
prestação de serviços, agronegócios e hotelaria, empresas
do artesanato local
offshore (proximidade do centro de petróleo e gás de Macaé)
Planejamento
e empresas limpas que atuem em tecnologia de ponta.
1 Dinamizar e ampliar a atuação do projeto “Gente de Fibra”
Planejamento (atualmente restrito ao distrito-sede).
4 Reunir a classe para saber suas demandas. 2 Promover a produção artesanal a partir da exploração da
5 Identificar e integrar as possíveis parcerias (setores e entes fibra da bananeira (empregando mão de obra local).
públicos). 3 Assegurar o funcionamento de lojas de artesanato nos finais
6 Monitorar a empregabilidade local. de semana.
7 Buscar contrapartidas com empresas que se instalarão na 4 Utilizar material reciclado e reaproveitável para a produção
região para fortalecer o desenvolvimento de ações estraté- artesanal.
gicas promovidas pelo Fórum da Agenda 21 Local. 5 Fortalecer as cooperativas de artesãos existentes e criar
8 Criar um grupo de trabalho no Fórum da Agenda 21 Local novas para o beneficiamento de recursos naturais, como a
para discutir a certificação das empresas não poluidoras. fibra de bananeira (produtos ecologicamente sustentáveis).
6 Promover a comercialização dos artigos artesanais.
Articulação
9 Promover a participação em programas que incentivem o Capacitação
desenvolvimento sustentável. 7 Qualificar a produção de artesanato (diferencial, qualidade
e valor agregado), em parceria com o Sebrae.
Capacitação
10 Realizar o recrutamento e treinamento de pessoal a partir Comunicação
da demanda das empresas. 8 Informar sobre a importância do empreendedorismo nas
11 Estabelecer parceria com o Prominp, visando empregar os escolas.
moradores do município. 9 Realizar campanhas que promovam o empreendedorismo
no município e a participação da população nessa questão.
Gestão pública
10 Divulgar melhor as consultorias disponíveis na Acinca e no
12 Apoiar as indústrias locais para a obtenção da ISO 14.001.
Sebrae.
13 Adequar a legislação complementar para que atenda às
11 Divulgar o projeto “Gente de Fibra” e a importância da gera-
necessidades de expansão.
ção de trabalho e renda baseados em programas sustentáveis.

117
• Estratégias para o fortalecimento Comunicação
das capacidades 5 Promover informação para a regularização das empresas.

Capacitação Possíveis parceiros


1 Realizar cursos de capacitação em empreendedorismo, as- Acinca • Cooperativas • Sistema Firjan • Ministério do Tra-
sociativismo e outras formas de cooperação para todos os balho • Sebrae • Secretarias municipais (de Desenvolvimento
setores da sociedade. Econômico e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável)
2 Criar cursos profissionalizantes para empregar munícipes • Senac • Sesi • Sindicatos • Universidades.
na indústria, comércio e serviços.
3 Capacitar, continuamente, os profissionais que venham a Possíveis fontes de financiamento
atuar no Comperj (Prominp). IBM • General Motors • Embaixada da Alemanha • FAT • Prominp.
Elaboração de programas
4 Elaborar programas educacionais de pesca marítima sus-
tentável.

118
TURISMO
O turismo está entre as atividades econômicas que mais dependem da con-
servação e valorização do meio ambiente natural e construído, especialmente
para os destinos cujo destaque são os atrativos relacionados à cultura e às
belezas naturais. É considerado sustentável quando consegue alcançar os
resultados econômicos desejados respeitando o meio ambiente e o desenvol-
vimento das comunidades locais.

Os turistas, cada vez mais, favorecem empreendimentos que minimizam a


poluição, o desperdício, o uso de energia, de água e de produtos químicos
tóxicos. Visitantes satisfeitos, que levam consigo novos conhecimentos e
recomendam aos amigos que tenham a mesma experiência, são a garantia Cachoeiras são uma das atrações
de sucesso de um destino turístico. turísticas de Casimiro de Abreu

Um ambiente saudável e preser vado, no qual há respeito pela diversidade


humana, natural e cultural é o ideal para a prática sustentável do turismo.
Se essas condições não são asseguradas, o destino começa a declinar e deixa
de gerar os benefícios a que se propõe.

O desenvolvimento do turismo sustentável deve respeitar a legislação vigen-


te, garantir os direitos das populações locais, conservar o ambiente natural
e sua biodiversidade, considerar o patrimônio cultural e os valores locais,
e estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos.

Negócios turísticos sustentáveis empregam e capacitam a população local,


compram produtos da região e usam serviços também locais. Cooperam com Praça Feliciano Sodré
a manutenção de hábitats naturais, sítios históricos e lugares que se destacam
pela beleza da paisagem.

Casimiro de Abreu tem grande potencial turístico, segundo acreditam


os participantes do Fórum, devido à sua proximidade com a natureza: grande
quantidade disponível de recursos naturais, como rios, cachoeiras, fl orestas,
mata atlântica, praias e diversidade de animais silvestres. Mencionaram o
aumento do ecoturismo e o turismo ecológico e rural com a 1ª trilha ecológica
para portadores de defi ciência.

O grupo apontou que há potencial para o desenvolvimento do ecoturismo usan-


do a estrutura física e humana da própria região (jovens já capacitados para
o ecoturismo e moradores), ressaltando ainda a necessidade de implementação
de cursos de capacitação para toda a população do município.

Os participantes chamaram atenção para os riscos de degradação do meio


ambiente devido à falta de estrutura para receber o número crescente de vi-
sitantes, indicando a necessidade de construção de infraestrutura adequada
à prática de um turismo sustentável. Com estes investimentos, o incremento
das atividades turísticas pode ser realizado mediante a promoção de eventos
esportivos ecológicos, cavalgada, passeios, mountain bike, trilhas etc.

119
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Mecanismos para infraestrutura mountain bike, trilhas, canoagem, arborismo, asa-delta,
pescaria de vara, observação de pássaros.
básica para o turismo
Capacitação
Estudos técnicos 7 Formar os jovens do município para o trabalho com o meio
1 Mapear o potencial turístico do município. ambiente (guias turísticos locais).

Planejamento Comunicação
2 Criar uma câmara técnica de ecoturismo na Agenda 21 Local 8 Informar a população do município sobre as potencialidades
para fomentar intercâmbios com os demais municípios da turísticas (para fortalecer o turismo).
Área de Inf luência do Comperj. 9 Divulgar as atrações do município, estimulando e valori-
3 Criar um plano de desenvolvimento do turismo em todo o zando a sua visitação.
município, com apoio do Sebrae. 10 Divulgar a primeira trilha ecológica para pessoas com defi-
ciência na Reserva Biológica União (com sinais em braille,
Infraestrutura rampas de acesso a cadeirantes, freios especializados para
4 Revitalizar o centro histórico de Barra de São João e incentivar acompanhamento e equipamentos para deficientes visuais).
que este padrão arquitetônico seja seguido por todo o distrito.
5 Cobrar infraestrutura adequada para turismo rural susten- • Desenvolvimento de pontos
tável (vias de acesso, telefonia, pousadas, entre outros).
turísticos entre a serra e o mar
Comunicação
Articulação
6 Divulgar a gastronomia local.
1 Realizar parcerias com a Associação Mico-Leão-Dourado

• Fortalecimento de vantagens 2
(AMDL) para fortalecer o ecoturismo na região.
Rea lizar em parcer ias com o Senac/Senai cu r sos para
comparativas para o setor turístico qualificar a mão de obra local para o turismo (ex.: Gestão,
Hotelaria, Gastronomia, guias de turismo).
Planejamento
1 Promover o fortalecimento dos atrativos turísticos (roteiros, Infraestrutura
circuitos e trilhas) já em funcionamento e propor novos. 3 Criar pontos turísticos na serra e no litoral.
2 Preparar o município para o turismo receptivo (ex.: vulcão, Planejamento
Poço do Pai João, mirante, entre outros), dinamizando o
turismo cultural, histórico, de eventos, ecológico, rural, de 4 Fomentar a pesca esportiva no Rio São João (entre a bar-
negócios, religioso e de aventuras. ragem e a foz) e na região serrana onde for possível.
5 Promover o dimensionamento correto (regional) dos equi-
Infraestrutura pamentos de comércio para atender o turismo de praia.
3 Criar uma central de reservas.
Capacitação
4 Criar um meio de transporte específico ( jardineira) para
agregar valor à visitação turística. 6 Capacitar jovens como guias-mirins para incentivar a cadeia
produtiva de turismo.
Estudo técnico
5 Estudar a capacidade de suporte das trilhas para a prática
de atividades turísticas.
• Promoção do turismo sustentável
Planejamento
Articulação
1 Promover o Ecoturismo internacional.
6 Estabelecer parcerias para desenvolver atividades como
eventos espor tivos ecológicos, cavalgada, caminhadas, 2 Criar uma estratégia de impacto para lançar Casimiro de
Abreu no cenário turístico internacional.

120
3 Desenvolver mecanismos de projeção das potencialidades Articulação
de ecoturismo da região.
11 Criar parceria com a Embratur de modo a estimular negócios
4 Fortalecer os segmentos de mercado turístico que atuam no que integrem os recursos naturais, a paisagem e a população
município (garantindo responsabilidade ambiental, desen- tradicional de modo sustentável.
volvimento sustentável e manutenção da qualidade de vida).
5 Estruturar equipes de forma multidisciplinar para concei- Possíveis parceiros
tuar projetos, formas de ação e monitoramento do uso do
território para fins turísticos. Abav • Câmara Brasileira de Turismo • CBratur • Clube do Jipe
• Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados
Infraestrutura • Consórcio Intermunicipal Lagos São João • Fazendeiros da
6 Criar um centro de especialização técnica em “turismo região • Femerj • Sistema Firjan • MTur • Movimento de Tri-
e empreendedorismo” para qualificar os proprietários de lheiros locais • Sebrae • Secretaria Municipal de Meio Ambiente
hotéis e pousadas. e Desenvolvimento Sustentável • Senac • Setor Empresarial •
Turisrio • TV Alto Litoral.
7 Criar um centro de referência para recepção de turistas, com
roteiros, propagandas e informações (semanais/mensais)
sobre as atividades oferecidas no município.
Possíveis fontes de financiamento
Finep • Ministério das Cidades • Ministério do Turismo • PAC
Comunicação • Sebrae • Senac • Turisrio.
8 Criar um plano de marketing para o turismo.
9 Investir em campanhas de propaganda para divulgar a cidade.

Gestão pública
10 Implantar políticas de atração de agências turísticas para
a localidade.

121
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
As atividades industriais, agroindustriais, hospitalares, de transpor tes,
ser viços de saúde, comerciais e domiciliares produzem grandes volumes
de resíduos sólidos sob a forma de plásticos, metais, papéis, vidros, pneus,
entulhos, lixo eletrônico, substâncias químicas e alimentos. Para piorar este
quadro, a maioria dos municípios não conta com mecanismos de gerencia-
mento integrado desses resíduos.

Substâncias químicas perigosas de origem orgânica, como os organoclorados,


ou inorgânica, como metais pesados (chumbo e mercúrio, entre outros), pro-
vocam doenças e não se degradam na natureza. Pilhas, baterias de telefones
celulares, lâmpadas de mercúrio e outros resíduos perigosos têm em sua
composição metais pesados, altamente tóxicos, não biodegradáveis e que se
tornam solúveis, penetrando no solo e contaminando as águas.

Já os resíduos infectantes gerados pelos serviços de saúde constituem risco


pelo potencial de transmissão de doenças infectocontagiosas, uma vez que
nem sempre são coletados, tratados, eliminados ou dispostos corretamente. É
urgente a diminuição, o gerenciamento, a reciclagem e a reutilização dos resí-
duos gerados ao longo de todas as fases do processo econômico, considerando
que muitos deles podem ser reaproveitados, beneficiando a todos.

Classes dos resíduos

1 – Perigosos – Apresentam riscos Tabela 5: Relação entre origem e classes de resíduos e responsáveis por seu
à saúde pública e ao meio ambiente, descarte
exigindo tratamento e disposição es-
peciais; Origem Possíveis Classes Responsável

2 – Não inertes – Não apresentam Domiciliar 2 Prefeitura


periculosidade. (ex.: lixo doméstico); Comercial 2, 3 Prefeitura

3 – Inertes – Não contaminam a água, Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo


não se degradam ou não se decom- Público 2, 3 Prefeitura
põem quando dispostos no solo (se
Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo
degradam muito lentamente). Muitos
deles são recicláveis (ex.: entulhos de Portos, aeroportos 1, 2, 3 Gerador do resíduo
demolição, pedras e areias retirados e terminais ferroviários
de escavações).
Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Entulho 3 Gerador do resíduo

Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/residuos/
classes_dos_residuos.html

122
A atividade econômica produz resíduos ao longo de sua realização, o que
passou a chamar mais atenção à medida que se consolida a responsabilidade
socioambiental das organizações e cidadãos. Tratar e dar uma destinação se-
gura para os resíduos do processo produtivo é questão crucial para a agenda
do desenvolvimento sustentável.

Em Casimiro de Abreu, o grupo manifestou preocupação com a falta de fi sca-


lização e de controle permanente dos resíduos sólidos e líquidos das empresas,
e com o descumprimento da legislação por parte daquelas que comercializam
produtos radioativos.
Capacitação de agricultores locais para
Eles temem também a possibilidade de ocorrência de derramamentos de re- o manuseio e descarte de embalagens de
agrotóxicos
síduos radioativos na BR-101 e nas RJ’s-106, 142 e 162.

Os participantes informaram sobre a inexistência do controle da comerciali-


zação, transporte e destino final de substâncias tóxicas no município e, como
já citado, sobre o risco de acidentes nas estradas que atravessam o município,
por causa dos veículos que transportam cargas infl amáveis e perigosas. Ressal-
taram que as empresas concessionárias podem usar a compensação ambiental
para capacitar equipes profi ssionais para casos de acidentes.

Eles afirmaram ser ineficaz o controle da poluição causada pelo uso indevido
e abusivo de agrotóxicos (defensivos agrícolas e herbicidas) na lavoura e
pecuária, acarretando a contaminação dos mananciais e do subsolo, agre-
dindo a fauna e a f lora.

O grupo informou inclusive sobre a ocorrência de contaminação por agrotóxicos


devido ao uso incorreto de substâncias químicas tóxicas. Por exemplo, o descarte
inapropriado de embalagens de agrotóxicos (mesmo sendo baixa a ocorrência).
E considera que o manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas
tóxicas preveniria a contaminação ambiental e traria muitos benefícios.

Os participantes destacaram também a defi ciência no serviço de coleta de lixo


hospitalar e a destinação do lixo radioativo produzido nos hospitais, unidades
de saúde e clínicas particulares (odontológicas e médicas) e lembraram: ”Não
temos coleta de resíduos industriais”.

Outro tipo de resíduo mencionado pelo grupo foi o lixo tecnológico, como os
computadores e suas peças. Eles informaram que já foi dado início à coleta
de pilhas e baterias de celulares.

123
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Ações para conter o despejo Planejamento
de resíduos tóxicos 2 Promover a separação do lixo hospitalar, para que haja a
reciclagem do plástico do soro.
Fiscalização 3 Envolver as indústr ias e lojas (locais de compra de ce-
1 Cobrar maior fiscalização na aplicação de agrotóxicos nas lulares e pilhas) no controle e recolhimento de resíduos
lavouras e pastos (controle ineficaz da poluição causada, tecnológicos (computadores e suas peças), de acordo com
acarretando a contaminação dos mananciais e do subsolo, a legislação vigente.
agredindo a fauna e a f lora). Elaboração de programas
2 Cobrar maior fiscalização da venda ilegal de agrotóxicos. 4 Elaborar um programa de assistência a acidentes com resí-
Gestão pública duos perigosos (propor à concessionária da rodovia local).

3 Manter a integração do estado e município nas ações de Capacitação


controle do uso de agrotóxicos. 5 Capacitar os manipuladores para manejo ecologicamente
Planejamento saudável das substâncias químicas tóxicas.

4 Promover a produção e o uso do defensivo agrícola natural. Comunicação


5 Promover o uso racional de substâncias químicas tóxicas 6 Elaborar campanhas de comunicação para a população nos
pelo governo (ex.: controle de pragas e a construção/reca- locais de compra (lanchonetes, rodoviária, lojas de celulares,
peamento de vias públicas). entre outros).
6 Informar os agricultores sobre o descarte inapropriado de
embalagens de agrotóxicos. • Medidas para a gestão dos
Comunicação resíduos radioativos e nucleares
7 Criar campanhas mais efetivas para desestimular o uso Capacitação
abusivo de defensivos agrícolas.
1 Realizar o treinamento, de forma integrada, dos técnicos
8 Orientar os agricultores para inibir o uso indevido e abu- dos governos municipal, estadual e federal para fiscaliza-
sivo de agrotóxicos e similares na lavoura e na pecuária ção e atendimento de acidentes de transporte com resíduos
(ex.: na serra). químicos e radioativos.
9 Divulgar os biopesticidas à base de Bacillus thuringiensis 2 Buscar orientações sobre como proceder no caso de acidentes
(Dipel – Abbot, Florbac FC - Novo Nordisk, Biobit - Novo com carga radioativa.
Nordisk), entre outros.
Articulação
• Manejo de substâncias 3 Articular órgãos ambientais estaduais e federais, inclusive
tóxicas e perigosas o Cnen, para tratamento decorrente de acidentes de manu-
seio, transporte e ocorridos na destinação final de resíduos
radioativos.
Fiscalização
1 Controlar a comercialização, a coleta, o transpor te e o Fiscalização
destino f inal de substâncias tóxicas no município, im- 4 Fiscalizar o transporte de cargas radioativas pela BR-101.
possibilitando a contaminação f luvial e marítima e suas
consequências (manejo ecologicamente saudável). Planejamento
5 Privilegiar os serviços e ações preventivas (usando recursos
da compensação ambiental da empresa concessionária da
rodovia) para mitigar potenciais acidentes causados pelo
aumento de f luxo.

124
Possíveis parceiros Rurais • Sindicato dos Trabalhadores Rurais • Universidades •
Vigilância Sanitária.
Abes • Acinca • Associação de Moradores • Cnen • Conama •
Corpo de Bombeiros • Defesa Civil • DNOS • Emater • Embra- Possíveis fontes de financiamento
pa • MDA • Mapa • Ministérios (da Saúde, das Cidades e do
Meio Ambiente) • Petrobras • Polícia Rodoviária • SEA • Inea Concessionária Autopista Fluminense • BNDES • Cnen • Em-
• Sebrae • Secretarias municipais (de Agricultura, Turismo, presas ligadas ao Comperj • Fecam • FNMA • MDA • Mapa •
Indústria e Comércio, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus- Ministério das Cidades • Petrobras.
tentável, Saúde, Promoção Social, Agricultura e Pesca, Turismo
e Eventos e de Indústria e Comércio) • Sindicato dos Produtores

125
5 Meios
de Implementação
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Segundo a Agenda 21, o desafio relacionado a este tema é utilizar o conhe-
cimento científico e tecnológico em busca de soluções inovadoras em prol
do desenvolvimento sustentável. E um dos papéis da ciência é oferecer in-
formações que permitam desenvolver políticas adequadas à gestão cautelosa
do meio ambiente e ao desenvolvimento da humanidade.

A ciência e a tecnologia devem colaborar para a adoção de técnicas de manejo


e uso adequado dos recursos ambientais, melhorando a qualidade de vida
das populações e permitindo sua participação na elaboração de estratégias
de desenvolvimento local.

A fim de alcançar esses objetivos são necessárias ações para melhorar, atua-
lizar e ampliar, ao longo do tempo e de forma permanente, as bases de dados
científicos existentes. Isto exige o fortalecimento das instituições de pes-
quisas, o estímulo aos cientistas e a ampliação das fontes de financiamento,
além de uma aproximação das instituições científicas e tecnológicas e dos
cientistas com a população.

Segundo a Unesco, o Brasil aplica aproximadamente 1,4% do PIB em ciência


e tecnologia, sendo que 1,02% do PIB são investimentos diretos em pesquisa e
desenvolvimento. Mas observa que o País enfrenta o desafio de fazer com que
os investimentos cheguem de forma mais homogênea à população e possam
efetivamente melhorar sua qualidade de vida.

Em Casimiro de Abreu, os participantes do processo da Agenda 21 de-


monstraram preocupação com a utilização ainda restrita da ciência e da tecnolo-
gia em apoio à sustentabilidade local. Afi rmaram que, embora existam algumas
parcerias com universidades federais e estaduais, não possuem mecanismos de
fomento e estímulo ao desenvolvimento científico que contribuam para a formu-
lação e implantação de políticas públicas locais voltadas para a sustentabilidade.

Eles consideram um problema o fato de o governo municipal não se interessar


por esta área e afi rmam que a ausência de políticas públicas para a educação
tecnológica é caracterizada pela falta de instituições educacionais voltadas para
a formação e pesquisas que garantam o desenvolvimento da comunidade local.

Outra fragilidade apontada diz respeito à falta de informação sobre os projetos


científicos que porventura estejam em andamento nas diversas áreas do município.

Os participantes informaram também que não há transferência de tecnologia


ambiental saudável e que a falta de vontade política é uma dificuldade.

Apesar de os participantes terem apontado a fragilidade das políticas de


incentivo à ciência e tecnologia, reconheceram o interesse do município em
investir no desenvolvimento sustentável.

128
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Incentivos às pesquisas Fiscalização
científicas e tecnológicas 2 Acompanhar a aplicação de lei federal que dispõe sobre a
transferência obrigatória de conhecimentos obtidos a partir
Gestão pública de pesquisas no município e que priorizem o desenvolvi-
mento sustentável.
1 Elaborar políticas públicas adequadas para a educação tec-
nológica. Planejamento
2 Elaborar políticas públicas de incentivo à ciência e à tec- 3 Fomentar as ações, já existentes no município, que visam
nologia, por meio de bolsas de estudos para estudantes do ao desenvolvimento sustentável.
Ensino Médio. 4 Identificar e apoiar os projetos de ciência e tecnologia que
3 Implementar o Programa de Incentivo a Pesquisas Técnicas estejam em andamento no município.
e Científicas em todas as escolas do município. 5 Buscar captação de recursos para promover o desenvolvi-
Infraestrutura mento sustentável do município.

4 Sediar campi avançados de universidades. Articulação


Fiscalização 6 Formar parcerias com instituições de ensino fundamental,
médio, superior e técnico a fim de qualificar os alunos para
5 Fiscalizar os critérios para seleção de alunos candidatos à desenvolverem suas potencialidades e contribuírem com
bolsa de estudos. projetos que visem à sustentabilidade do município.
Planejamento 7 Realizar parcerias com universidades a fim de identificar as
possibilidades de aplicação dos recursos naturais existentes
6 Ampliar as oportunidades em estágios remunerados.
no município.
7 Cobrar melhor aplicação dos recursos destinados à educação
8 Identificar parceiros para auxiliar na comercialização sus-
científica e tecnológica
tentável da produção municipal.
8 Identificar as demandas de emprego para as áreas científica
e tecnológica.
• Manejo ambientalmente
Capacitação saudável da tecnologia
9 Criar uma agenda de cursos para capacitação de recursos
humanos conforme a demanda. Articulação
Articulação 1 Identif icar parceiros que possuam conhecimentos sobre
tecnologia ambientalmente saudável.
10 Identif icar parceiros que promovam o desenvolvimento
tecnológico. Capacitação
2 Capacitar o Fórum Local da Agenda 21 em tecnologia am-
• Elaboração de estratégias para bientalmente saudável.
o desenvolvimento sustentável 3 Aplicar no município todo o conhecimento obtido com a
capacitação da tecnologia ambientalmente saudável.
de Casimiro de Abreu
Gestão pública
Comunicação 4 Criar mecanismos de incentivo à transferência de tecnologia
1 Divulgar para a população o que é desenvolvimento sus- saudável.
tentável.

129
Possíveis parceiros Possíveis fontes de financiamento
Assessoria de Comunicação da Prefeitura • AMLD • Cefet • Embrapa • Empresas ligadas ao Comperj • Finep • FNMA • Ieca
Coppe / UFRJ • Faetec • Petrobras • Prefeitura Municipal • • Petrobras • Fundação SOS Mata Atlântica.
Procuradoria Geral do Município • ReBio Poço das Antas •
ReBio União • Sebrae • Secretarias estaduais (de Ciência e
Tecnologia e de Educação) • Secretarias municipais (de Bem-
Estar Social, Comunicação, Educação, Planejamento e de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) • Universidades.

130
RECURSOS FINANCEIROS
O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 Global exige um fluxo substancial
de recursos fi nanceiros, sobretudo para os países em desenvolvimento, que
ainda necessitam resolver questões estruturais para que sejam construídas as
bases de um desenvolvimento sustentável.

No plano local, o fortalecimento da capacidade das instituições para a implementação


da Agenda 21 também exige financiamento, e um dos principais desafios enfrentados
nesse processo é a identificação de mecanismos para obter recursos financeiros que
viabilizem a execução dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável.

A busca de fi nanciamento deve não só considerar os recursos conhecidos como


também buscar novas fontes, ampliando e diversificando as alternativas exis-
tentes para os diferentes processos e localidades. Essa tarefa demanda competên-
cias e capacidade técnica para quantificar de forma adequada as necessidades,
planejar e desenvolver projetos que permitam a captação, além de monitorar
e controlar a aplicação dos recursos e o andamento das ações contempladas.

Nesse sentido, destaca-se a importância de processos de capacitação e formação


de quadros locais que possam desenvolver de forma adequada os projetos e atuar
de forma transparente na utilização dos recursos disponibilizados. Já para o mo-
nitoramento e controle, é importante implementar mecanismos eficientes e criar
estratégias que promovam a transparência na prestação de contas à sociedade.

A participação da sociedade deve permear todo o processo, desde a escolha


da destinação dos recursos obtidos, visando à eficácia de sua aplicação, até
seu acompanhamento ao longo da utilização.

Em Casimiro de Abreu, os participantes afirmaram que é necessária


a ampliação de incentivos do governo municipal. Eles informaram que sa-
bem da existência de recursos voltados ao financiamento de Agendas 21, via
Fundo Nacional de Meio Ambiente e Fundo Municipal de Desenvolvimento
Sustentável – Fundescab (órgão municipal para fomentar microempresas).
Essa iniciativa também inclui a capacitação da comunidade pelo Sebrae, com
ênfase no empreendedorismo.

Faltam informações sobre recursos financeiros e questões relacionadas, tais


como a origem e condições de financiamento, além da carência de agentes e
promotores de financiamento no nível local.

Há um conjunto de cenários que corroboram a dificuldade em obter recursos


externos para processos participativos de planejamento e sustentabilidade
como a Agenda 21, como a carência de empresas internacionais para for-
malizar parcerias e a ausência de políticas de desenvolvimento visando à
cooperação internacional.

131
Os participantes enfatizaram a preocupação com a necessidade de emprego cor-
ICMS-Verde – A legislação tradi- reto dos recursos arrecadados e com a falta de divulgação e transparência das
cional do Imposto sobre Circulação verbas internacionais porventura recebidas por algumas instituições públicas e/
de Mercadorias e Ser viços (ICMS)
ou privadas no município (ex.: prestação de contas sobre os recursos aplicados).
prevê que 25% dos recursos arre-
cadados pelo governo estadual do Afirmaram ainda que é preciso seriedade na adoção de políticas e programas
Rio de Janeiro sejam repassados de desenvolvimento sustentável e que é urgente resolver a ausência de infor-
às prefeituras, segundo cr itér ios mações organizadas sobre o assunto. Também sentem falta de capacitação
como número de habitantes e área
dos atores envolvidos e de integração entre todos os setores no processo da
ter r itor ia l. Com a aprovação da
Agenda 21 para facilitar a obtenção de financiamentos – já que o município
Lei do ICMS-Verde, o componente
tem capacidade monetária para investimento em projetos afi ns.
ecológico foi incor porado a essa
distribuição, tornando-se um dos Em 2009, Casimiro de Abreu fez jus a um repasse de R$ 54 milhões em royal-
seis índices estabelecidos para o ties do petróleo, segundo o site da prefeitura – o que representa 50% da receita
cálculo do imposto. Dependendo do
total da cidade. Segundo a prefeitura, a verba é investida em infraestrutura
tipo de política que adotar em favor
e serviços continuados.
do meio ambiente, o município terá
direito a maior repasse do imposto. Outra fonte de recursos disponíveis para Casimiro de Abreu é o ICMS Ecológi-
O índice de repasse do ICMS-Verde co, cuja estimativa para o município, em 2010, é de R$ 1.694.089, distribuídos
é composto da seguinte forma: 45%
entre os seguintes parâmetros: mananciais de abastecimento (R$ 283.884),
para áreas conservadas (Unidades
destino final de lixo (R$ 491.006) e Unidades de Conservação (R$ 919.200).
de Conser vação, reser vas par t i-
culares e áreas de proteção per- As receitas municipais totalizaram R$ 140,60 milhões em 2008, enquanto as
manentes); 30% para qualidade da despesas totais foram de R$ 136,13 milhões, representando um aumento de
água; e 25% para a administração 101% na receita entre 2003 e 2008, e de 91% nas despesas no mesmo período.
dos resíduos sólidos. As prefeituras
A Tabela 4 a seguir traz alguns dos indicadores do Tribunal de Contas do
que criarem suas próprias Unidades
Estado (TCE) referentes a Casimiro de Abreu em 2008.
de Conservação terão direito a 20%
dos 45% destinados à manutenção
de á r ea s proteg ida s. Os í nd ice s
para a premiação dos municípios
são elaborados pela Fundação Cide
(Centro de Informações de Dados do
Rio de Janeiro).

132
Tabela 4: Descrição dos índices econômicos
do município de Casimiro de Abreu

Índice Nomenclatura Fórmula Valor Descrição Série Histórica


1 Indicador Receita realizada/ 1,0328 Há R$ 103,28 para cada R$ 100 Ver Gráfico 10
de equilíbrio despesa executada executados.
orçamentário
2 Indicador do Despesas de custeio/ 0,89 89% da receita está comprometida com Ver Gráfico 11
comprometimento receitas correntes o custeio do funcionamento da máquina
da receita corrente administrativa.
com a máquina
administrativa
3 Autonomia Receita tributária 0,059 Apenas 5,9% de toda a receita do Ver Gráfico 12
financeira própria/despesas município são provenientes do próprio.
de custeio
4 Esforço tributário Transferências correntes 0,073 Do total de receitas do município, Ver Gráfico 13
próprio e de capital/receita 7,3% vêm de transferências.
realizada
5 Carga tributária Receita tributária 272,47 Ao longo do período (2008), cada Ver Gráfico 14
per capita própria + cobrança habitante contribuiu em média com
dívida ativa/população R$ 272,42 para o Fisco municipal.
6 Investimentos Investimentos/população 350,07 Cada habitante recebeu da Ver Gráfico 15
per capita do município administração pública R$ 350,07 em
forma de investimentos.
7 Grau de Investimentos/receita 7,42% Os investimentos públicos representam Ver Gráfico 16
investimento total 7,42% da receita total do município.
8 Liquidez corrente Ativo financeiro/ 1,11 Para cada parte devida, há Ver Gráfico 17
passivo financeiro 1,11 vezes mais receita a pagar.
Fonte: TCE, Estudo Socioeconômico do Município de Casimiro de Abreu

Gráfico 10: Indicador Gráfico 11: Despesas de custeio


de equilíbrio orçamentário

1,2 1,00 0,98


0,96
1,1010
1,1 0,95 0,93
1,0328
0,9892 0,9893
0,9766 0,89
1,0 0,9450 0,90

0,84
0,9 0,85 0,83

0,8 0,80
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

133
Gráfico 12: Autonomia fi nanceira Gráfico 15: Investimentos per capita (R$)

0,07 800
690,81
0,059 700
0,06
600
0,05 500
0,040 0,039
400 350,07
0,04 0,034 0,037
0,030 300 251,77
0,03 228,24 300,47
157,07
200

0,02 100
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Gráfico 13: Esforço tributário próprio Gráfico 16: Grau de investimento

0,08 16 14,85%
0,073

0,07 13

0,060
0,06 0,056 10 8,72%
0,050 7,42%

0,05 7 5,70% 6,58%


0,043 7,35%
0,043
0,04 4
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Gráfico 14: Carga tributária per capita (R$) Gráfico 17: Liquidez corrente

300 272,47 2,5 2,27

1,88
250 2,0
1,56
200 1,5
166,30 1,11

150 128,54 173,44 1,0


100,04 0,55
92,32
100 0,5 0,40

50 0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008

134
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Estratégias de captação de recursos Gestão pública
para o Fórum da Agenda 21 Local 2 Criar um conselho fiscal de aplicação dos royalties.
3 Criar um Fundo para que produtores de água na serra man-
Planejamento tenham suas áreas f lorestadas.
1 Criar uma comissão para buscar os canais pertinentes de
aporte de recursos financeiros. • Transparência na gestão
2 Buscar conhecimentos das leis vigentes que disponibilizem dos recursos financeiros
recursos financeiros para o Fórum Local da Agenda 21.
Planejamento
Gestão pública
1 Organizar reuniões, por intermédio de Conselhos ou de
3 Elaborar um Projeto de Lei criando o Fundo Municipal da Câmaras de Trabalho, para expor as informações corretas
Agenda 21. sobre as aplicações dos recursos arrecadados.
4 Dotar de função remunerada o cargo de secretário do Fórum
da Agenda 21 Local. Comunicação
2 Disponibilizar no site do município a prestação de contas
Articulação mensal.
5 Estabelecer parcerias com organizações credenciadas para 3 Elaborar um plano de div ulgação para socialização das
elaboração de projetos com finalidades específicas para a informações disponíveis no site.
Agenda 21 Local.
Gestão pública
• Elaboração de um plano para 4 Criar uma ouvidoria, com ligação gratuita.
captação de recursos internacionais
Possíveis parceiros
Articulação Câmara Municipal • Corregedoria Municipal • ONGs • Petrobras
1 Estabelecer parcerias com organizações especializadas em ob- • Prefeitura Municipal • Procuradoria Geral do Município •
ter informações sobre acesso a fi nanciamentos internacionais. Secretarias municipais (de Fazenda e de Meio Ambiente e De-
2 Ar ticular com o poder público municipal a obtenção de senvolvimento Sustentável)
recursos internacionais.
Possíveis fontes de financiamento
Fiscalização
FNMA • Empresas ligadas ao Comperj • LOA
3 Fiscalizar os recursos financeiros captados.

• Estratégias para a
utilização dos royalties
Planejamento
1 Buscar informações sobre a legislação de aplicação dos
royalties.

135
MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A participação, essencial em um processo de Agenda 21 Local, tem a função
de aproximar o cidadão da gestão e das políticas públicas. Dessa maneira,
ele conquista espaço, garante a elaboração de um planejamento que ref lita
as necessidades locais e acompanha sua implantação.

A mobilização social é parte importante do processo de fomento à participa-


ção. Ela acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para
um bem comum. Fazer parte de um processo de mobilização é uma escolha
que depende das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de
transformar sua realidade.

O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e


disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam
participar efetivamente dos processos decisórios e inf luenciar as políticas
locais, os cidadãos devem estar bem informados sobre os problemas, opor-
tunidades e potenciais da região.

Embora haja uma quantidade considerável de dados produzidos, é preciso


sistematizá-los e atualizá-los para que se transformem em informação útil
para as populações e que sua divulgação seja ampla e democrática entre os
diferentes segmentos sociais.

O desafio é promover formas de organizar, disponibilizar e divulgar as in-


formações de modo integrado, coerente e acessível a todos, para que elas se
tornem ferramentas eficazes de participação social.

O Fórum da Agenda 21 de Casimiro de Abreu defende a necessidade


de se repassar informações corretas para promover a transparência na tomada
de decisão, acrescentando que para isso é preciso melhorar a disponibilidade
da informação de modo que contemple igualmente todo o município.

Um entrave identificado pelo grupo foi a falta de acesso aos diferentes meios de
comunicação fora do distrito-sede. Outra dimensão dessa desigualdade é a falta de
divulgação em todos os distritos do que acontece no município de Casimiro de Abreu.

Os participantes do processo apontaram que falta articulação entre os grupos


da sociedade e o poder público, que não há divulgação e integração de ações
entre setores (comunicação) e que há deficiência no intercâmbio e acesso às
informações para a população em geral.

Outra falha apontada é a falta de um sistema de informações e de uma rede


interna entre as diversas secretarias de governo para facilitar a comunicação
e a organização dos dados existentes.

136
Porém, destacaram que há acesso à informação através da Internet e de outros
meios de comunicação no distrito-sede do município, onde se encontra o Cen-
tro de Internet Comunitária, projeto desenvolvido pelo Centro de Tecnologia
da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj), como
parte do programa de inclusão digital do governo f luminense. O programa
implanta laboratórios de informática que oferecem treinamentos gratuitos de
alfabetização digital, acesso à Internet em banda larga e diversos serviços
de governo eletrônico.

Centro de Internet Comunitária oferece cursos de informática gratuitos para a


população

137
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Elaboração de projetos de • Gestão das informações nas
democratização da informação secretarias municipais
Infraestrutura Planejamento
1 Solicitar a constante atualização do site do município. 1 Acompanhar o desenvolvimento das ações promovidas pelas
secretarias municipais.
Comunicação
2 Acompanhar a aplicação das informações disponibilizadas
2 Divulgar o site que contém os indicadores do município. no site do município.
3 Melhorar o funcionamento e articulação da Assessoria de
Comunicação Municipal. Possíveis parceiros
Elaboração de projetos Associações de moradores • Câmara Municipal • CNM • Con-
4 Elaborar um projeto para promover a coleta de informações dos leste • Empresas ligadas ao Comperj • Escolas • FGV • Firjan
acontecimentos do município, seguida de ampla divulgação. • Ibam • IBGE • MP • OAB • ONGs • Prefeitura Municipal •
Sebrae • Senac • Senai • TCE-RJ • Universidades
Estudos técnicos
5 Elaborar estudo de georreferenciamento da região. Possíveis fontes de financiamento
ABC • Banco do Brasil • BVS&A • Caixa Econômica Federal
• Empresas ligadas ao Comperj • Finep • Fundação Roberto
Marinho • LOA

138
GESTÃO AMBIENTAL
Nos últimos anos, os municípios brasileiros vêm assumindo um papel cada vez
A gestão envolve:
mais efetivo na gestão das políticas públicas, dentre elas a política ambiental.
Desde 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) define o papel
– Escolha inteligente dos serviços
públicos oferecidos à comunidade;


do poder local dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente. A Constituição
Federal de 1988, por sua vez, transformou o município em ente autônomo da Edição de leis e normas claras,
federação e lhe facultou o poder de legislar suplementarmente sobre a política simples e abrangentes de defesa
ambiental local;


ambiental, em especial sobre questões de interesse local.
Aplicação das leis, penalizando
Gestão é o ato de administrar, ou seja, usar um conjunto de princípios, nor- quem causa algum tipo de dano
mas e funções para obter os resultados desejados. A gestão ambiental de um ambiental;
território deve cuidar para que este não se deteriore, conservando as carac-
terísticas que se deseja e aprimorando aquelas que necessitam de melhoria. – For mação de consciência am-
biental;
Para isto, é preciso conscientizar e capacitar administradores e funcionários
para que possam desempenhar seu papel, suas responsabilidades e atribuições. – Geração de informações que deem
suporte às decisões;
Uma gestão participativa, como pede a Agenda 21, entende que poder local
não é apenas a Prefeitura, mas o conjunto de poderes instituídos, a sociedade
– Democratização das instituições,
para que permitam e estimulem a
participação de cidadãos e cidadãs;
civil organizada, outras esferas sociais, o poder público estadual e federal e
as relações que estabelecem entre si. Uma boa gestão ambiental depende do
– Planejamento do desenvolvimento
sustentável local;
bom funcionamento deste conjunto e tem como atribuições cuidar das áreas
importantes para o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos.
– Implementação das políticas ne-
cessárias para realizá-lo.
Fonte: Programa Nacional de
Em Casimiro de Abreu, os participantes do processo da Agenda 21 Capacitação – volume 1 - MMA
apontaram potencialidades e fragilidades do Sistema de Gestão Ambiental
Local, abordando as dimensões administrativa, legal e de participação social.

Reconheceram que houve avanço na participação da população nos projetos


e atividades desenvolvidas pelo poder público, mas reclamam que persistem
decisões sem participação e conhecimento da população.

Eles enfatizaram a importância da implementação e construção do Fórum da


Agenda 21, que já tem lei e regimento aprovados, e também da informação
sobre a temática ambiental e sobre a Agenda 21 para a sociedade. Ressaltaram,
nesse sentido, que as associações de moradores e entidades organizadas no
território podem ser veículos para potencializar estas ações.

Há preocupação com a falta de participação e interesse de algumas autori-


dades quanto à discussão da Agenda 21 (ex.: Poder Legislativo e Judiciário e
órgãos ambientais federais e estaduais). É clara a necessidade de motivação
para realização das reuniões e, apesar de o apoio do poder público municipal
ser reconhecido, não há participação ativa do mesmo.

Apesar de considerarem que Casimiro de Abreu apresenta um cenário ex-


celente para criar estratégias que envolvam instituições internacionais, os

139
participantes destacaram a não utilização pelo município de qualquer arranjo
institucional internacional que possa colaborar na gestão ambiental local.
Também relataram a inexistência de mecanismos jurídicos internacionais
conhecidos no município, que normatizem as parcerias internacionais.

O grupo demonstrou conhecimento sobre a nova atribuição da gestão am-


biental municipal, que é o Licenciamento Ambiental, e, afirmando que este é
bem-vindo, sugeriu a otimização e atualização do conhecimento jurídico por
meio de capacitação. Essa necessidade foi apontada por existirem ações de
desrespeito e descumprimento das leis e dos instrumentos legais vigentes,
como no caso dos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs).

Na avaliação do grupo, a gestão ambiental de Casimiro de Abreu vem avan-


çando de forma participativa. Em 2009, as atividades do Conselho Municipal
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Codema) do município
foram retomadas. O Codema é composto por 28 entidades (14 governamen-
tais e 14 não governamentais) e vem desenvolvendo seu trabalho em cinco
Câmaras Temáticas:
1 elaboração da proposta orçamentária de gastos do Codema;
2 estudo técnico sobre os impactos ambientais oriundos da exploração de
petróleo;
3 revisão e apresentação de propostas para o Código Municipal Ambiental
de Casimiro de Abreu;
4 regulamentação do programa “Conservadores de Água”;
5 educação ambiental.

Também em 2009, foi realizada a 1ª Conferência Municipal de Meio Ambiente,


com participação de todos os setores da sociedade. Foram feitas propostas
sobre os temas Proteção, Conservação, Recuperação e Monitoramento Am-
biental; Educação Ambiental; Recursos Hídricos; Política e Gestão Ambiental;
Licenciamento Ambiental e Fiscalização Ambiental, que foram encaminhadas
ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e à Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semmads).

Os seis temas citados acima sintetizam as principais preocupações da Sem-


mads, que afirma buscar sólida cumplicidade com todos os habitantes para
cuidar do município. Mesmo assim, os participantes informaram que sentem
falta de ter a quem recorrer quando acontecem problemas com o meio am-
biente no município.

Sobre os aspectos legais da gestão ambiental, a existência de um Código


Ambiental é um avanço reconhecido, mas falta ainda um planejamento inte-
grado para que a cada projeto que o município venha a implantar as questões
ambientais sejam, desde o início, consideradas.

140
Os participantes entendem que o Plano Diretor aprovado carece de uma revi-
são pela população, ou seja, de um processo de participação mais ampliado Plano Diretor – Lei municipal que
da sociedade local. E entendem que há a necessidade de implementação desse estabelece diretrizes para a ade-
quada ocupação do município. É o
instrumento de planejamento da cidade.
instrumento básico da política de
Apesar da existência de Guarda Ambiental municipal, eles consideraram desenvolv imento municipal. Sua
que faltam fiscais ambientais, o que acarreta negligência da fiscalização pr incipal f inalidade é or ientar o
ambiental e insuficiência de ações e medidas eficazes de controle para a poder público e a iniciativa privada
no que se refere à construção dos
preservação do meio ambiente.
espaços urbano e rural, e à oferta
De forma geral, foi destacada a preocupação da comunidade com a mani- dos serviços públicos essenciais, vi-
pulação política para interesses próprios e com o não compromisso com as sando assegurar melhores condições
políticas públicas ligadas à gestão ambiental. de vida à população.

Os participantes sinalizaram, ainda, a falta de sensibilidade do poder público


na concretização das propostas para ampliação do quadro técnico e afirmaram
que o plano de cargos e salários precisa ser revisto. Contando com uma solução
satisfatória para a questão, eles acham que há boa estrutura administrativa
para desenvolver projetos. A Semmads conta com 24 funcionários, dos quais
dez têm curso superior e 11 são concursados.

Reconheceram, também, a baixa participação da iniciativa privada na questão


ambiental, por um lado, e a falta de cumprimento das deliberações e decisões
dos conselhos, por outro.

141
PROPOSTAS
• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade
• Fortalecimento do Fórum • Proposta de revisão do Código
da Agenda 21 Local Ambiental Municipal
Planejamento Gestão pública
1 Fortalecer o processo de construção da Agenda 21 Local, me- 1 Revisar e regulamentar o Código Ambiental Municipal, com
diante o apoio de entidades do Primeiro e Segundo Setores. audiência pública.
2 Estimular o desenvolvimento de Agendas 21 Escolares. Comunicação
3 Realizar reunião com a presença do prefeito, convidando 2 Divulgar o Código Ambiental no site do município e demais
o poder público e apresentando “o processo de evolução da veículos de comunicação locais.
construção da Agenda 21 do município”.
3 Elaborar uma cartilha do Código Ambiental com linguagem
4 Realizar um Encontro Internacional da Agenda 21. de fácil acesso para ser distribuída para toda a população e
Comunicação estabelecimentos comerciais.

5 Informar os munícipes sobre a importância de se ter uma Planejamento


nova postura dirigida ao desenvolvimento sustentável. 4 Acompanhar, junto ao Conselho de Meio Ambiente, a apli-
Infraestrutura cação das leis contidas no Código Ambiental Municipal.

6 Assegurar um espaço físico para abrigar o Fórum da Agenda


21 Local, dotado de infraestrutura adequada para o bom • Busca de informações sobre arranjos
desempenho das ações do Fórum. institucionais internacionais
• Elaboração de um plano eficaz Planejamento
de fiscalização ambiental 1 Identificar organizações que possam colaborar com a busca
de informações sobre o tema.
Gestão pública
1 Realizar concursos para suprir a necessidade de f iscais • Busca de informações sobre
ambientais no município. mecanismos jurídicos internacionais
Capacitação Planejamento
2 Realizar oficinas de capacitação para o quadro de fiscali- 1 Identificar organizações que possam colaborar com a busca
zação ambiental. de informações sobre o tema.
Planejamento Articulação
3 Promover ações para que a guarda ambiental faça parte 2 Buscar parcerias com escritórios especializados em Direito
efetiva da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Internacional.
4 Criar um disque-denúncia ambiental (0800), respeitando o
anonimato de quem liga.
• Proposta de revisão do Plano Diretor
Fiscalização
Gestão pública
5 Cobrar maior rigor no ato de autuar e multar os infratores
1 Rev isar o Plano Diretor, adaptando-o às demandas do
da legislação vigente.
Comperj, às propostas da Agenda 21 e aos mecanismos
Infraestrutura internacionais.
6 Cobrar dos órgãos competentes a infraestrutura adequada 2 Concluir o Plano Diretor, utilizando uma metodologia coe-
para uma atuação eficaz dos fiscais ambientais (barcos, rente com a realidade local.
carros, GPS, entre outros).

142
Planejamento 2 Acompanhar o funcionamento dos conselhos municipais e
suas ações.
3 Acompanhar a implementação das ações do Plano Diretor,
após a revisão. Capacitação
Comunicação 3 Realizar programas contínuos de capacitação para os con-
selheiros municipais.
4 Elaborar um plano de divulgação mais dinâmico do Plano
Diretor, com uma linguagem de fácil compreensão.
• Planos de ações para o
• Acompanhamento da gestão pública licenciamento ambiental municipal
Gestão pública Comunicação
1 Cobrar maior clareza na gestão pública. 1 Elaborar uma cartilha voltada para a orientação dos cida-
dãos e empresas sobre processos de licenciamento e outros.
2 Criar e implementar o Plano de Cargos e Salários.
2 Distribuir estrategicamente as cartilhas.
Capacitação
3 Realizar cursos de qualificação para o quadro administrativo.
Gestão pública
3 Condicionar a concessão de licenças ambientais à recupe-
Articulação ração de APPs e averbação da Reserva Legal.
4 Integrar, permanentemente, os representantes do poder
público e os conselhos municipais. • Elaboração de um plano estratégico
Comunicação de envolvimento da sociedade
5 Divulgar as atividades da Comissão de Trabalho e Renda civil nas questões ambientais
existente no município, atraindo a participação da popula-
ção em geral. Planejamento
1 Valorizar a participação cidadã no planejamento local, in-
• Participação do segundo setor cluindo a participação nas tomadas de decisões relacionadas
nas questões socioambientais aos impactos (sociais, econômicos e ambientais) que virão
com o Comperj.
Gestão pública Elaboração de projetos
1 Adequar o cumprimento das compensações ambientais, de 2 Elaborar projetos que envolvam crianças e jovens em fóruns
acordo com a legislação. infantojuvenis para discutir a questão ambiental.
Planejamento Comunicação
2 Realizar um levantamento das empresas instaladas no mu- 3 Divulgar, para a população, as políticas de meio ambiente,
nicípio. por meio da Assessoria de Comunicação.
3 Identif icar as empresas com potencial de causar danos 4 Realizar seminários, encontros e conferências sobre políti-
ambientais. cas públicas e participativas.
4 Identificar as empresas que já possuem comprometimento 5 Elaborar uma cartilha sobre políticas públicas e distribuí-la
com as questões ambientais. para a sociedade civil.
5 Criar um “selo verde”.
Capacitação
• Acompanhamento do funcionamento 6. Realizar capacitação política e educação cidadã para quebrar
a cadeia de poder local.
dos conselhos municipais
Planejamento
1 Promover melhor organização e at uação dos conselhos
municipais.

143
Possíveis parceiros e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) • Sindicato
Rural • Sociedade Civil • Universidades • WWF.
Acinca • Assessoria de Comunicação da Prefeitura • Assessoria
de Desenvolvimento Econômico do Município • Batalhão Flo- Possíveis fontes de financiamento
restal Estadual • Câmara Municipal • Conselhos municipais •
Escritórios de advocacia especializados em Direito Internacional Banco do Brasil • Bird • CIID • Finep • FNMA • Banco Itaú
• Ibama • Inea • Ministérios (das Relações Exteriores e do Meio • LOA • Empresas ligadas ao Comperj • Fundo Municipal de
Ambiente) • MP • OAB • ONGs • Prefeitura Municipal • Procu- Meio Ambiente • ICMS.
radoria Geral do Município • Sebrae • Secretarias municipais
(de Planejamento, Administração, Bem-Estar Social, Educação

144
AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃO
Com base na avaliação de todas as questões levantadas e discutidas com os
representantes da Agenda 21 dos municípios localizados na área de inf luência
do Comperj, a Petrobras desenvolveu diversos planos e programas para a re-
gião, tanto de medidas compensatórias quanto de responsabilidade ambiental
e social, para minimizar eventuais impactos causados pelo empreendimento.

Programas ambientais
 Monitoramento dos corpos hídricos superficiais e sedimentos

Acompanhar a evolução da qualidade das águas dos rios Macacu e Caceribu,


verificando alterações nas características e na qualidade das águas. Essa
iniciativa dará origem a um banco de dados que orientará o monitoramento
da água em fases futuras do empreendimento, assegurando que não haja
degradação de corpos hídricos pelas atividades do Complexo.

 Monitoramento das águas subterrâneas

Monitorar as variações e interferências na quantidade e qualidade das águas


subterrâneas durante a realização das obras de infraestrutura de urbanização
do Comperj.

 Monitoramento dos ef luentes líquidos

Monitorar os ef luentes líquidos gerados pelas obras na fase de infraestrutura


de urbanização e verificar se o tratamento de ef luentes é realizado de forma
adequada, não só em consonância com as leis pertinentes, mas também em
relação aos parâmetros básicos necessários para sua reutilização.

 Monitoramento de emissões atmosféricas e da qualidade do ar

Monitorar o teor de gases e particulados a serem gerados durante a fase de


infraestrutura de urbanização e dar continuidade ao programa de monitora-
mento da qualidade do ar, iniciado na fase de licenciamento prévio.

145
 Monitoramento de manguezais da APA de Guapimirim e Esec da Guanabara

Diagnosticar e monitorar as principais características nas áreas de f lorestas


de mangue da APA de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara.

 Monitoramento da biota aquática

Caracterizar e monitorar possíveis alterações do ecossistema aquático, tanto


f luvial quanto marinho, a partir de informações sobre seres vivos e condições
do ambiente na fase de terraplanagem do Comperj.

 Monitoramento da biota terrestre

Realizar o levantamento e monitoramento da composição da fauna terrestre


da área de inf luência direta do Comperj.

 Revegetação e apoio ao desenvolvimento, divulgação e implantação de


práticas agrof lorestais sustentáveis

Promover atividades de ref lorestamento que contribuam para a recuperação


e manutenção da biodiversidade dos ecossistemas das bacias hidrográficas
dos rios Macacu e Caceribu.

 Fortalecimento das atividades de licenciamento e fiscalização ambiental


de Itaboraí

Prover subsídios para que a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Am-


biente de Itaboraí possa cumprir as condições para celebração de convênio
com o governo do Estado do Rio de Janeiro que visa à descentralização do
licenciamento ambiental.

 Apoio ao Parque Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí

Apoiar a implantação de infraestrutura do Parque Paleontológico de São


José de Itaboraí, contribuindo para que ele se torne referência enquanto
espaço de pesquisa, educação patrimonial-ambiental e entretenimento para
a comunidade do entorno.

146
Programas sociais
 Educação Ambiental

O objetivo do programa de Educação Ambiental é desenvolver ações nas áreas


de inf luência direta e indireta do empreendimento, visando capacitar diver-
sos setores da sociedade para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade
ambiental e de vida na região.

 Comunicação social

O programa de Comunicação Social do Comperj visa difundir e monitorar


continuamente as informações sobre a implantação do empreendimento, in-
formando riscos, situações específicas e evitando criar expectativas irreais
entre os diversos públicos de interesse envolvidos.

 Integração do Comperj

O local foi planejado para permitir a qualificação de mão de obra e o desen-


volvimento das vocações locais nos municípios de inf luência do empreendi-
mento. O objetivo é promover o desenvolvimento socioeconômico por meio da
capacitação de micro e pequenas empresas da região, de forma a diminuir o
impacto gerado pela mobilização e desmobilização de mão de obra em virtude
das fases de construção e montagem do Comperj.

 Centro de Informações do Comperj

O Centro de Informações do Comperj tem por missão coletar, sistematizar e


disponibilizar dados e informações socioeconômicos e ambientais georrefe-
renciados sobre os municípios membros do Conleste.

 Apoio e cooperação às políticas públicas para adequação dos ser viços


públicos locais

O objetivo deste plano é apoiar as administrações públicas municipais e


incentivar a articulação dos diversos agentes públicos e privados atuantes
na região, de modo a adequar a estrutura dos serviços públicos regionais às
demandas oriundas da implantação do Comperj.

147
 Capacitação de fornecedores e ser viços locais para gestão de resíduos
sólidos e insumos para obras

O objetivo deste plano é capacitar e apoiar os municípios da região do Comperj


para disposição final de resíduos sólidos, assim como qualificar os fornece-
dores locais para suprimento de areia, em virtude das obras de urbanização.

 Monitoramento da evolução demográfica e das demandas por serviços públicos

O objetivo do plano é acompanhar impactos socioeconômicos e ambientais


provocados pelo aumento da população e da demanda dos serviços públicos,
disponibilizando informações que permitam o planejamento de políticas
públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida.

 Valorização da cultura local

O objetivo geral deste programa é apoiar iniciativas para a valorização do


patrimônio cultural material e imaterial dos municípios na região do Comperj,
em alinhamento à Política de Responsabilidade Social da Petrobras.

 Acompanhamento epidemiológico

Acompanhamento analítico da evolução de enfermidades e agravos na área


de abrangência do Comperj – com foco nos municípios de Itaboraí, Guapimi-
rim, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo e Guaxindiba –, contribuindo para
quantificar e informar possíveis mudanças no comportamento epidemiológico
no decorrer do processo de implantação do Complexo.

 Atitude sustentável

O projeto, desenvolvido no parque ambiental Praia das Pedrinhas, em São


Gonçalo, visa oferecer atividades esportivas e culturais a 2.200 pessoas, em
sua maioria crianças e adolescentes. O projeto traz ainda benefícios ao meio
ambiente, já que a água que abastece o lago artificial (piscinão) é captada por
uma balsa localizada na Baía de Guanabara e tratada com fins de purificação,
tornando-se própria para o banho.

148
GLOSSÁRIO / SIGLAS

Abav – Associação Brasileira de Agências de Viagens CIID – Centro Internacional de Investigações para o
Desenvolvimento
Abes – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental CIIE – Centro de Integração Empresa Escola

Abrae – Associação Brasileira de Assistência ao CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear


Excepcional
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento
Abratur – Associação Brasileira de Turismo Rural Científico e Tecnológico

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres Coapi-Rio – Cooperativa de Apicultores do RJ

Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais COB – Comitê Olímpico Brasileiro

Apherj – Associação dos Produtores Codin – Coordenadoria da Defesa dos Interesses Difusos
Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro e Coletivos

Asdi – Agência de Cooperação Internacional para Commads – Conselho Municipal de Meio Ambiente
o Desenvolvimento e Desenvolvimento Sustentável

Bird – Banco Internacional para Reconstrução Conade – Conselho Nacional das Pessoas com
e Desenvolvimento Deficiência

BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico Social Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente

BVS&A – Bolsa de Valores Sociais e Ambientais Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra
de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior Coren – Conselho Regional de Enfermagem

CBB – Confederação Brasileira de Basquete Crea – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura


e Agronomia
Cbratur – Congresso Brasileiro da Atividade Turística
CRM – Conselho Regional de Medicina
CBV – Confederação Brasileira de Voleibol
CRT – Concessionária Rio-Teresópolis
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas
CT-Transporte – Fundo Setorial de Transportes
Cedae – Companhia Estadual de Água e Esgoto
Terrestres
Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica
CT-Energ – Fundo Setorial de Energia
Celso Suckow da Fonseca
CT-Hidro – Fundo Setorial de Recursos Hídricos
Cenpes – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
Leopoldo Américo Miguez de Mello CT-Infra – Fundo Setorial de Infraestrutura

DER – Departamento de Estradas de Rodagem

149
Detran – Departamento de Trânsito do Estado Firjan – Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro do Rio de Janeiro

Detro – Departamento de Transportes Rodoviários FNMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente

Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Frida – Fundo Regional para a Inovação Digital
Estudos Socioeconômicos na América Latina e Caribe

Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Funama – Fundação Nacional do Meio Ambiente


Transportes
Funbio – Fundo Brasileiro para Biodiversidade
DNOS – Departamento Nacional de Obras de
Fundescab – Fundo de Desenvolvimento
Saneamento
IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil
Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Faetec – Fundação de Apoio à Escola Técnica ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da
do Rio de Janeiro Biodiversidade
Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Idec – Instituto de Defesa do Consumidor
do Rio de Janeiro
Ieca – Instituto de Estudos Científicos Ambientais
FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Febracoop – Federação das Cooperativas de Trabalho Agrária
do Rio de Janeiro
Inea – Instituto Estadual do Ambiente
Fecam – Fundo Estadual de Conservação Ambiental
e Desenvolvimento Urbano Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

Fenape – Federação Nacional de Apoio aos Pequenos Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico
Empreendimentos e Artístico Nacional

Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes ISP – Instituto de Segurança Pública


de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro
Iterj – Instituto de Terras e Cartografia do Estado
FGV – Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro

Finep – Financiadora de Estudos e Projetos MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da MEC – Ministério da Educação e Cultura


Educação
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
Fiperj – Fundação Instituto de Pesca do Estado
Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável
do Rio de Janeiro
Parnaso – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

150
PDA – Programa de Desenvolvimento Ambiental TurisRio – Companhia de Turismo do Estado
do Rio de Janeiro
Pesagro – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado
do Rio de Janeiro Uenf – Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro
Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica Uerj – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Planfor – Plano Nacional de Qualificação do UFF – Universidade Federal Fluminense


Trabalhador
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Procon – Programa de Orientação e Proteção
UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
ao Consumidor
Unesco – Organização das Nações Unidas para
Prodetur – Programa de Desenvolvimento do Turismo
a Educação, a Ciência e a Cultura
Prominp – Programa de Mobilização da Indústria
Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância
Nacional de Petróleo e Gás Natural
UniRio – Universidade Federal do Estado do Rio de
Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento
Janeiro
da Agricultura Familiar
Unisol – União e Solidariedade das Cooperativas
Pronasci – Programa Nacional de Segurança Pública
Empreendimentos de Economia Social do Brasil
com Cidadania
WWF – World Wildlife Fund
Rebal – Rede Brasileira de Agendas 21 Locais

Rits – Rede de Informação do Terceiro Setor

Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto

SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Sesc – Serviço Social do Comércio

Sesi – Serviço Social da Indústria

Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil

Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos


Animais

SUS – Sistema Único de Saúde

151
LISTA DE PARTICIPANTES

Primeiro Setor  Dayse Saya de Barros - Prefeitura Municipal de Casi-


 Alessandro Terra Paes - Inea miro de Abreu

 Alex da Silva Neves - Câmara Municipal  Dilcelena da Silva Oliveira - Secretaria Municipal de
Educação
 A lfredo Rosa Mangifest - Prefeitura Municipal de
Casimiro de Abreu  Dyrcymary Barbosa do Nascimento - Secretaria Mu-
nicipal de Saúde
 Aluisio Ribeiro Coutinho - Prefeitura Municipal de
Casimiro de Abreu  Ednéa Pinto Sarzedas - Secretaria Municipal de Saúde

 Ana Cláudia Diniz - Prefeitura Municipal de Casimiro  Eliane Benjamin Paes - Secretaria Municipal de Pla-
de Abreu nejamento

 André Luiz Lopes Pereira - Fundação Cultural Casi-  Emilse Costa - Secretaria Municipal de Meio Ambiente
miro de Abreu e Desenvolvimento Sustentável

 Antônio Ricardo R C. - Secretaria Municipal de Habi-  Erica Esteves Dames Passos Neves - Gabinete do Pre-
tação feito

 Antônio Sérgio M. Fachas - Secretaria Municipal de  Expedito da Silva Esteves - Secretaria Municipal de
Fazenda Agricultura e Pesca

 Alessandra Rodrigues - Serviço Autônomo de Água e  Gilberto S. Aguiar - Secretaria Municipal de Saúde
Esgoto  Heloiza Rosa Macabu - Secretaria Municipal de Saúde
 Bárbara da Motta Gil - Prefeitura Municipal de Casi-  Hervan Silva - Prefeitura Municipal de Casimiro de
miro de Abreu Abreu
 Bárbara G. Schneider - Secretaria Municipal de As-  Ibson Carvalho Damos - Secretaria Municipal da Ha-
sistência Social bitação
 Camila Pires de Souza – Assessoria de Desenvolvi- Joarez Carlos Sardenberg - Prefeitura Municipal de
mento Econômico Casimiro de Abreu
 Carlos Alberto Muniz - Inea  Jorge Antonio Silva - Secretaria Municipal de Meio
 Carlos Henrique Farias Peçanha - Secretaria Municipal Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
de Turismo  José Alexandre A. Francisco - Prefeitura Municipal
 Claudia Rejane F. de Souza - Fundação Cultural Casi- de Casimiro de Abreu
miro de Abreu (FCCA)  José Antonio Bockorny - Câmara Municipal
 Claudio de Mendonça Ribeiro - Secretaria Municipal  José Francisco Branco - Secretaria Municipal de Agri-
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável cultura e Pesca
 Cíntia Luchiari - Secretaria Municipal de Meio Am-  José Henrique da Silva
biente e Desenvolvimento Sustentável  Leila Márcia Barbosa de Souza - Secretaria Municipal
 Cristine Brandão Moraes - Secretaria Municipal de de Assistência Social
Controle Interno

152
 Lucia Helena de Oliveira Simões - Secretaria Municipal Segundo Setor
de Educação Adriana Sodré Teixeira - Adriana Festas
 Luciane de S. Barbosa - Secretaria Municipal de Edu-  A lba Maria Moreira da Silva - Fazenda São Judas
cação Tadeu
 Luiz Adilson Bom – Ser viço Autônomo de Água e .. Alexandre Viana - Sindicato Rural
Esgoto
 Anderson Machareth de Freitas
 Luiz Gomes Ferreira Jr.
 André Luiz Pinto Coelho - Bazar Menta-Rio
 Luiz Sardenberg
 Antônio Cavalcante
 Marco Antonio Faria Lobo - Instituto de Previdência
dos Ser vidores do Município de Casimiro de Abreu  Antônio Marcelino Petrucci Rangel - São Pio X Agro-
(Iprev) pecuária Ltda

 Maria Cristina de Lima - Secretaria Municipal de  Carlos Alberto S. Cardoso - Cardoso Áries Gráfica
Habitação  Carlos Antônio de Souza Leite - Tefac
 Maria da Gloria Gomes Passos - Secretaria Municipal  Carlos César Oliveira - HEF do Brasil
de Educação  Carlos Mothé - Mothé Inox
 Maria Elizabeth S. Silveira - Secretaria Municipal de  Cid Rezende
Planejamento
Claudio Peres - Oasis
 Marilene Accurso - Secretaria Municipal de Obras
 Damião Rommano - Revolution Produtora de eventos
 Neuza Maria C. A - Secretaria Municipal da Fazenda
 Diller Aragão - Amojap
Pedro Habibe Pereira - Secretaria Municipal de Meio
 Elcio da Silva Lyrio - E.S. Lyrio Engenharia Civil
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
 Eli Gusmão da Silva
 Renata Gomes de Souza - Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável  Eliane A. S. Marinho - GMF Tornearia

Renata Sarzedas  Eliene Alves de Castro - Manas Confecções

 Rodrigo Bacellar Mello - Ibama  Eliezer Crispim Pinto - Eli e Leo Comércio

 Rosemery Muzy Ribeiro  Ênio Raposo Lousada - Fazenda Carioca

 Rubens Marques - Secretaria Municipal de Obras  Esthefany Ximenes Proença

 Sonia R. S. Cardoso – Fundação Cultural de Casimiro  Fernando Augusto de Barros - Auto Posto Barra
de Abreu  Gildo Santos Gomes
Sula Cunha dos Passos - Secretaria Municipal de Meio  Gilmar Luiz Mucelin - Posto Mucelim
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
 Gilson dos Santos Gomes - Fazenda Macharet
 Teresa Cristina Alves Chedid - Secretaria Municipal
 Henrique Freires - I. Silva Marques Serviços Constru-
de Trabalho e Emprego
ção Civil
 Theresa Christina L. Cesário - Secretaria Municipal
 Izaias Silva Marques -
de Assistência Social
 Jardel Marinho da Rosa
 João Francisco Franco - Hotel Faz Mirante do Poeta
 Joaquim Ferreira Garcia - Garcol Ind. e Com.

153
 Joaquim Marinho Filho - GMF Tornearia  Aline Bockorny - Associação Mico-Leão-Dourado
 José Alberto Craveiro - Microtac Comp. e Inform.  Alzira de Souza Marins
 José Carlos Gomes - E.S. Lyrio Engenharia Civil  Ana Maria Costa Muniz
 José Fernando da Silva Cardoso - R. F. Estofados  Armando Alberto Hidenijj
 José Henrique da Silva  Arnaldo Linhares
 José Jorge da Silva Dias - J M Cosméticos  Cátia Penha de Marins - Fundação Municipal de Saúde
 José Marcos - E. V. Estofados  Cristiane Feliciano Teixeira
 José Roberto Figueiredo Guimarães - RPPN Fazenda  Edson Ferreira dos Santos
Bom Retiro  Gleice Máira Fernandes – Grupo de Educação para o
 Josué de Moura dos Santos Meio Ambiente
 Lúcio Borges de Freitas - Fábrica de Gelo São Gabriel  Irene Alves de Mello - Associação Comercial, Indus-
 Luiz Nelson Faria Cardoso - RPPN Fazenda Bom Retiro trial de Casimiro de Abreu (Acinca)

 Luiz Antonio Brandão - Associação Amigos do Museu  Jacqueline Lima de Hidenijj


de Arte Popular (Aamap)  Jorge dos Santos Pereira - Casa de Cultura de Casimiro
 Manoel Francisco Branco Junior - Fazenda Primavera de Abreu

 Marden M. R. Marques - Cooperativa Agropecuária  Josiane Afonso


de Casimiro de Abreu  Leonardo Costa
 Paulo César Jorge - PJota Center  Lucia Helena de Oliveira Simões
Pedro Morais da Silva - Fazenda São Judas Tadeu  Luiz A. Brandão - Associação Amigos do Museu de
Raul Ferreira Arte Popular

Raul Gaspar Franco - Associação Comercial, Industrial  Mara Rogéria Nogueira Vieira - Fundação Cultural
de Casimiro de Abreu (Acinca) 3ª idade

 Rosana Miquilini Cardoso  Maria de Fátima F. Alves - Casas dos Velinhos Luíz
Laurentino
 Romy Proença - Paradinha da Serra
 Pedro dos Santos Pinto – Ação Livre dos Aquicultores
 Sônia Regina Stutz Pinto - Associação Comercial,
das Águas do São João
Industrial de Casimiro de Abreu (Acinca)
 Sinval Lima – Ação Livre dos Aquicultores das Águas
 Valder Rosa dos Reis - V.R. dos Reis Bazar
do São João
 Wellington Mendes de Abreu - Escritório Contábil
 Susanne M. Reimann – Associação Organizacional
Lopes Abreu
Amigos da Natureza
 Wilson Francisco de Souza - Fazenda Ipiabas
 Vanessa Boucinha
 Wilson Marinho dos Santos - P.M. Santos Construção

Comunidade
Terceiro Setor  Adileia de Almeida Marinho
 Adriana Sadi Teixeira - Associação Mataruna
 Adriano B. Fonseca

154
 Alex Lopes Coelho  Eliane Henriques Veloso
 Aline Leite Nunes  Erik Duarte Macharet
 Ana Maria F. Jardim  Ernesto Menano Fernandes - Casa dos Velhinhos
 Anderson Macharet Freitas  Estevão Marcos da Silva - Associação de Moradores
 Angelo de Souza Jorano - Associação de Moradores do Bairro Industrial
do Bairro Industrial  Eveli Emilio Bock - Associação dos Trabalhadores
 Anthlaciana Machado Marinho Macharet Rurais Sebastião

 Antônia Concebida P. de Mesquita  Fatima Regina Nascimento

 Antônio Carlos Macedo de Souza  Felisbela Alves de L. Castro

 Antônio Edilson P. de Mesquita - Associação de Mo-  Flavia Barreto de Souza


radores do Bairro Industrial  Francisco Silveira Torres Filho - Associação Social
 Antônio Lopes de Mello Espírita Eurípedes Barsanulfo

 Ari Ribeiro  Georgina dos Santos Moura - Associação de Moradores


do Bairro Santa Ely e Extensão
 Arinelson Silva Rosa
 Gerson Vieira Lima - Associação Casimirense das
 Athlaciana Machado Marinho Macharet
Pessoas Portadoras de Deficiência (Acapord)
 Carla Luiza Silva Costa
 Gervaldo Pereira de Freitas
 Carlito Macharet
 Henrique Nelson Alves Friz
 Carlos Augusto Mendes de Oliveira - Fazenda Visconde
 Hilda Fredman
 Carlos Magno Heriger Clein
 Jamil Jose da Silva
 Carlos Magno Jutuca
 Janaína F. Garcia
 Cezar G. Magalhães
 Janete da Silva Coutinho - Associação de Moradores
 Cintia dos Santos Pereira de Mataruna
 Claudio de Mendonça Ribeiro  Joberto Rodrigues Soares
 Cristiane Balonequer Marins - Associação Casimirense  Joelson Pires Soares
para Integração dos Cegos
 Jorge C. Mello
 Cristiano Knupp
 Jorge Carmo de Mello Junior – Associação de Mora-
 Darli Marins Miller dores de Barra de São João
 David Muniz dos Reis  Jorge silva Torres
 Deise Lucia da Silva  José Carlos Chagas
 Delmiro Pereira da Silva  José de Oliveira
 Dilceia Barreto de Souza  José Elias Vervical
 Edilma da Silva Barreto  José Elisen Thomé Macharet
 Ednéia Barreto dos Santos  Jose Jorge Macharet

155
 José Luciano da Silva  Patricia Barros de Lima de Mello
 Josiane Afonso de Oliveira  Pedro Habibe Pereira
 Laert dos Santos Moura - Associação de Moradores do  Raul Ferreira de Oliveira - Associação de Moradores
Bairro de Santa Ely e Extensão do Bairro Santa Ely
 Leonardo da Silva Pinto - Associação Casimirense das  Renato de Oliveira Vieira
Pessoas Portadoras de Deficiência  Rita de Cássia Machado de Freitas
 Luiz Carlos Maciel  Rodrigo Alves de Mello
 Luiz Nelson Faria Cardoso  Rodrigo Pereira da Silva
 Luiza Sergio Gomes  Rosana Shinkawa - 96° Gr upo de Escoteiros Poeta
 Lumán Shinkawa Martire Casimiro de Abreu
 Maira Panza Ramalho  Rosangela Maximiano Afonso
 Manoel Marcio Macharet  Rosemar Soarez
 Mara Rogéria – Igreja Católica  Rosemeire de Oliveira
 Marcele Machado de Freitas  Silvia Soares Canella Novellino
 Marcelo Machado dos Santos  Simone Mota dos Santos
 Marciel Macharet  Sival silva Lima
 Marco Cinquini Paiva Fernandes - 96° Grupo de Es-  Sylvio Nascimento Junior
coteiros Poeta Casimiro de Abreu  Tenório Laurindo
 Marcos Roberto Ribeiro Teixeira - Associação de Mo-  Thais Gomes Ferreira de Mello
radores do Loteamento Village do Poeta
 Vera Lúcia Macharet Demberg
 Marcus Reis de Queiroz
 Veronica Souza
 Maria de Lourde Macharet Berçot
 Wallace da Silva Coutinho
 Maria Elena Machareth dos Santos
 Vera Lucia Marins Macabu
 Maria Lucia de Jesus
 Maria Luiza F. Branco - Associação Casimirense para
a Integração dos Cegos
 Maria Madalena Souza
 Mario Dimas Acosta Lima
 Marlene Rocha Menezes
 Meire Marcia Macharet
 Merian Valdenira Macharet
 Osmar Freire de Sequeira
 Osvaldo Coelho
 Ozimar Gomes Barreto
 Pasquale Martire

156
PROJETO AGENDA 21 COMPERJ –
CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS
Petrobras

Gerente de Relacionamento Gilberto Puig Maldonado


Gerente de Relacionamento Corporativo Carmen Andrea Ribeiro Vianna Santos
Coordenador da Agenda 21 Comperj Ricardo Frosini de Barros Ferraz
Assessor (mobilização à construção Caroline Vieira Nogueira
coletiva)
Assessor (formalização à finalização) Luiz Cesar Maciel do Nascimento
Encarregado de Logística Paulo Brahim

Ministério do Meio Ambiente

Diretora do Departamento de Cidadania Karla Monteiro Matos


e Responsabilidade Socioambiental Geraldo Abreu
Assessor técnico (consolidação Márcio Ranauro
municipal)
Assessor técnico (consolidação Luis Mauro Ferreira
municipal)

Secretaria de Estado do Ambiente

Superintendente do Grupo Executivo do Carlos Frederico Castello Branco


Programa Estadual da Agenda 21

Etapas mobilização da sociedade à formalização do Fórum

Instituto Ipanema

Coordenadora Geral Ninon Machado de Faria Leme


Coordenadora Técnica Maria de Lourdes Davies Freitas
Técnico Eduardo Peralta Vila Nova de Lima
Técnico Jaime Bastos Neto
Técnico Mônica Engelbrecht Deluqui
Assistente Técnica (construção coletiva) Cristiane Vieira Jaccoud do Carmo
Azevedo
Assistente Técnica (construção coletiva) Fernanda Leopardo
Assistente Técnico Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro
Assistente Técnico (construção coletiva) Leonardo Fernandez Casado Barcellos
Assistente Técnico (construção coletiva) Nilmar Vieira Magalhães
Assistente Técnica (construção coletiva) Polita de Paula Gonçalves
Assistente Técnica Priscila Amaro Lopes
Assistente de Apoio Helena Maria de Souza Pereira

157
ISER

Coordenadora Geral (construção Samyra Crespo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Dioney Brollo
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Técnica Márcia Gama
Técnica Patricia Kranz
Técnica (construção coletiva) Ana Batista
Técnica (construção coletiva) Renata Bernardes
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente Técnico/Financeiro Hebert Lima
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)

Rodaviva

Coordenadora Geral (construção Cláudia Jurema Macedo


coletiva)
Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues
Coordenadora Financeira Rozender Smaniotto
Coordenador de Produção Wagner Sabino
Coordenador Regional Vladimir Falcão
Técnica Isabel Macedo
Técnico Marcelo Arantes
Técnica (construção coletiva) Tânia Jandira
Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva
Assistente Técnico Hebert Lima
Assistente Administrativo (consolidação Fernando Pereira
municipal)
Assistente de Coordenação (construção Martha Guimarães
coletiva)
Assistente de Produção (construção Camila Rodi
coletiva)
Administração (construção coletiva) Rosangela Ferrão
Tesoureiro Jose Pedro Mendes
Suporte Técnico (construção coletiva) Raimundo Nonato

158
ASA

Coordenador Geral Roberto Rosa Olivella


Gerente do Projeto Cláudia Passos Sant’Anna
Coordenador Técnico Roberto Wagner Rocco
Coordenador de Campo (construção Leandro Quintão
coletiva)
Técnica Ana Paula Costa de Paula e Silva
Técnico Thiago Ferreira de Albuquerque
Técnico Flavio Vizeu Soares Bezerra
Técnico (construção coletiva) Alex Bernal
Técnica (construção coletiva) Christiane Nascimento Santos
Técnica (construção coletiva) Gisele Renault
Técnica (construção coletiva) Nathália Araújo e Silva
Técnica (construção coletiva) Priscila Amaro Lopes
Técnica (construção coletiva) Patricia Themoteo Teixeira
Técnica (construção coletiva) Renata Villaça
Técnico (construção coletiva) Thiago Vasquinho Siqueira
Assistente de Relatoria (construção Tatiana de Sá Ferreira
coletiva)
Apoio Administrativo Heidi Marques

Consultorias:

Fundação José Pelúcio – Ladec / UFRJ José Luiz de Santana Carvalho


(construção coletiva)
ILTC (consolidação municipal) Lucila Martínez Cáceres

Etapa de Finalização das Agendas

Consultorias:

Coordenadora Técnica Patricia Kranz


Consultor Ana Paula Costa de Paula e Silva
Consultor Thiago Ferreira de Albuquerque
Consultor Mônica Engelbrecht Deluqui
Consultor Roberto Rocco
Consultor Leandro Quintão
Técnica Maria Aparecida de Oliveira
Produção de vídeo Wellington Gomes de Oliveira

159
160
161
fevereiro 2011

www.agenda21casimirodeabreu.com.br

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