Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado travado entre as principais potências do mundo entre os anos de 1914 e
1918. A principal razão para esse conflito ter estourado no contexto do início do século XX foi a ampla rivalidade que havia
entre as nações europeias, rivalidade de caráter político e econômico, que pode ser sintetizada no conceito de
imperialismo.
Imperialismo Europeu
Para se compreender a Primeira Guerra Mundial, é necessário saber que, desde a segunda metade do século XIX, nações
europeias como França, Alemanha, Inglaterra, Rússia e Itália, assim como outras fora do continente europeu – como
Estados Unidos e Japão –, tinham projetos imperialistas. Mas o que isso significa?
Cada uma dessas nações procurava expandir seus domínios territoriais e estabelecer zonas de influência sobre
determinadas regiões. O Império Britânico, por exemplo, colonizou, nesse período, parte do Sul da África e todo o território
indiano, na Ásia. Outras nações, como Itália, Bélgica e França, detinham grandes porções de terras no continente africano.
Os Estados Unidos procuravam estabelecer uma hegemonia no continente americano por meio da Doutrina Monroe, etc.
Para adquirir força política e militar, cada uma dessas lideranças formou alianças com outros países por motivos como:
inimigos em comum ou acordos comerciais. Assim, por exemplo, na década de 1880, formou-se a Tríplice Aliança a partir
de acordos entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. A partir da década de 1890, o Império Russo passou a se articular com
a França (inimiga histórica dos germânicos) a fim de fazer um tipo de acordo semelhante à Tríplice Aliança. A Inglaterra
também procurava resguardar-se dos avanços alemães no terreno da indústria bélica, que os ingleses julgavam
ameaçadora. Sendo assim, em 1907, foi criada a Tríplice Entente, formada por Inglaterra, Rússia e França.
Sendo a região dos Bálcãs, nessa época, uma espécie de “barril de pólvora”, o “estopim” para acionar sua explosão ocorreu
em 28 de janeiro de 1914. Foi nesse dia que o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, o arquiduque Francisco Ferdinando,
foi assassinado a tiros, em Sarajevo, capital da Bósnia. O arquiduque tinha ido a Sarajevo com a missão de propor a
criação de uma monarquia tríplice para aquela região, que seria gerida por austríacos, húngaros e eslavos, conjuntamente.
O assassino foi Gravilo Princip, um terrorista ligado à facção nacionalista sérvia Mão Negra.
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/126364 1/3
15/02/2021 Primeira Guerra Mundial - Brasil Escola
O assassinato de Francisco Ferdinando intensificou a tensão entre eslavos e germânicos. O Império Austro-húngaro e a
Alemanha deram um ultimato à Sérvia para solucionar o caso do assassinato de Francisco Ferdinando. A Sérvia, negando-
se a ceder à pressão dos germânicos, recebeu o apoio de sua principal aliada, a Rússia. Em seguida, veio a declaração de
guerra por parte da Áustria-Hungria, que foi formalizada em 28 de julho de 1914. A França não demorou muito a oferecer
apoio à Rússia contra a Áustria-Hungria, o que fez a Alemanha declarar guerra contra a Rússia e a França. O conflito logo
se expandiu para outras regiões.
Desenvolvimento da guerra
A Alemanha mostrou com veemência a força de seu moderno exército. O desencadeamento das ações militares
germânicas começou com o Plano von Schilieffen. O exército alemão, seguindo esse plano, marchou em direção à
França, invadindo o território belga, que estava neutro. Esse gesto fez com que a Inglaterra, aliada da Rússia, declarasse
guerra à Alemanha. A partir desse momento, a guerra ganhou proporções cada vez mais catastróficas. As principais
formas de tática militar eram: a guerra de trincheiras, ou guerra de posição, que tinha por objetivo a proteção de territórios
conquistados; e a guerra de movimento, ou de avanço de posições, que era mais ofensiva e contava com armamentos
pesados e infantaria equipada (Para mais informações sobre o modo como a guerra se desenrolou, clique aqui).
Ao longo da guerra, o uso de novas armas, aperfeiçoadas pela indústria, aliado a novas invenções como o avião e os
tanques, deu aos combates uma característica de impotência por parte dos soldados. Milhares de homens morreram
instantaneamente em bombardeios ou como vítimas das nuvens de gases tóxicos, como a iperita. A guerra também
proporcionou o destaque de grandes combatentes. Um deles, o mais famoso talvez, foi o alemão Manfred Von Richthofen,
o Barão Vermelho, um dos maiores pilotos de caça de todos os tempos.
No auge da guerra, a partir de 1916, uma das principais medidas era manter as posições conquistadas. Desse modo, essa
fase ficou conhecida como “guerra de trincheiras”, pois era nas trincheiras (corredores de valas cavados no solo) que os
soldados atuavam. O problema é que o tempo passado dentro das trincheiras era muito extenso e isso provocava danos
aos soldados tão graves quanto aqueles do confronto direto.
Todas as necessidades fisiológicas eram frequentemente feitas dentro das trincheiras, o que tornava o ambiente
extremamente prejudicial à saúde. Além disso, a umidade e o frio provocavam diversas doenças, senda a mais temida o
“pé-de-trincheira”. Essa doença apodrecia os pés dos soldados, que, por vezes, eram amputados no próprio campo de
batalha (Para mais informações sobre a vida nas trincheiras, clique aqui).
O fim da guerra veio em 1918, com vitória dos aliados da França e grande derrota da Alemanha. O ponto mais importante a
se destacar quanto ao fim da guerra são as determinações do Tratado de Versalhes. Seguindo as cláusulas desse tratado,
a Alemanha foi obrigada a ceder territórios e a reorganizar sua economia tendo em conta o futuro ressarcimento aos países
vencedores da Primeira Guerra, sobretudo a França. Ao exigirem isso, os países vencedores não aceitaram a orientação da
recém-criada Liga das Nações de não submeter a Alemanha derrotada à indenização pelos danos da guerra.
Para se ter uma ideia da carnificina gerada pela guerra, oito milhões de pessoas morreram só nos primeiros cinco anos da
Primeira Guerra, dentre esses, 1.800.000 apenas de alemães. Isso nunca havia acontecido antes em qualquer guerra
europeia.
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/126364 2/3
15/02/2021 Primeira Guerra Mundial - Brasil Escola
https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/126364 3/3