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EXPERIMENTO 03

CALIBRAÇÃO DO TUBO DO MEDIDOR


VENTURI
2

SUMÁRIO

3º EXPERIMENTO – Calibração do Medidor Venturi ........................................ 01


1-Introdução ............................................................................................ 07
2-Objetivos ............................................................................................. 07
3-Revisão de Literatura ........................................................................... 07
4-Materiais ............................................................................................... 10
5-Métodos ............................................................................................... 11
5.1 – Procedimentos............................................................................ 11
5.2 – Dados Levantados ..................................................................... 12
6-Resultados ........................................................................................... 13
7-Análise dos Resultados ........................................................................ 17
8-Conclusão .......................................................................................... 19
9-Bibliografia ........................................................................................... 20
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LISTA DE FIGURAS

3º EXPERIMENTO – Calibração do Medidor Venturi .............................. 01


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LISTA DE QUADROS

3º EXPERIMENTO – Calibração do Medidor Venturi .............................. 01


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EXPERIMENTO 3
CALIBRAÇÃO DO TUBO DO MEDIDOR VENTURI

1. Introdução

Este relatório descreve o experimento para calibração do medidor Venturi,


visando o levantamento de dados suficientes para calculo da vazão, do número de
Reynolds, coeficiente de descarga e plotagem de gráfico Vazão x R (diferenças de
níveis do menisco de mercúrio).

2. Objetivos

O objetivo principal deste experimento é a calibração do medidor Venturi.


Para que este processo seja internalizado adequadamente é necessário determinar
a diferença de pressão no manômetro diferencial de tubo em “U” para várias vazões
e a vazão pelo método direto (volumétrico); calcular o valor do coeficiente de
descarga (cd); fazer um gráfico da variação do coeficiente de descarga em função
do número de Reynolds; e, fazer um gráfico da variação da vazão em função da
diferença de níveis R entre os meniscos de mercúrio.

3. Revisão de Literatura

Como relatado anteriormente no Experimento 01 – Determinação da vazão


pelo método volumétrico – quando se toma um ponto de referência, a vazão é a
quantidade do produto ou da utilidade, expressa em massa ou em volume, que
passa por ele, na unidade de tempo. A unidade de vazão é a unidade de volume por
unidade de tempo (vazão volumétrica) ou a unidade de massa por unidade de tempo
( vazão mássica). Ambos referentes a forma direta para aferição de vazão.
No entanto, observa-se que, na prática, devido a variedade de fluidos e suas
respectivas densidades, há dificuldades na medição direta volumétrica ou mássica
tornando necessário uso de outros recursos para adequada medição da vazão.
Desta forma são frequentemente usadas as medições baseadas na temperatura e
temperatura e da pressão para inferir a densidade e, a partir daí, calcular a vazão.
6

3.1 - Vazão em Tubulações

Nosso estudo baseia-se majoritariamente na medição da vazão em


tubulações fechadas. O caminho mais empregado para transportar o fluido entre
dois pontos é a tubulação com seção circular. Tal fato, de acordo com REINALDO
SERFATY, autor do Manual de Medição de Vazão para Gerência de Inspeção de
Produtos (GEINP) da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa
Catarina (CIDASC) em 1996: “ O círculo fornece a maior resistência estrutural e
apresenta a maior área transversal por unidade de superfície da parede” (p. 05)
Segundo este mesmo autor, ocasionalmente são encontrados conduites seção
transversal não-circular ou tubulações com seção circular porém não totalmente
preenchidas pelo fluido. SARFETY explica que:
“Quando se calcula o número de Reynolds, nestas situações, utiliza se o
conceito de raio hidráulico, que é a relação entre a área transversal da vazão e o
perímetro molhado.”(p. 05)

3.2 - Tipos de Vazão

A vazão pode ser classificada de muitos modos, tais como laminar ou


turbulenta, ideal ou real, compressível ou incompressível, homogênea ou com mais
de uma fase, viscosa ou sem viscosidade, regime estável, ou instável, rotacional ou
irrotacional, isentrópica, adiabática, isotérmica, entre outras 1
Segundo o que já foi estudado nas aulas sobre Mecânica dos fluidos e
Hidráulica Geral, para cada vazão, há hipóteses simplificadoras e as
correspondentes equações permitem a análise. As simplificações se referem à
viscosidade, densidade, pressão, temperatura, compressibilidade e energia em suas
diferentes formas.

“Sempre há aspectos teóricos e informações experimentais. Em qualquer


situação existem três condições:
1. a lei de Newton do movimento se aplica para cada partícula em cada instante;
2. a equação da continuidade é válida;

1
Descritos nas obras de BRUNETTI, de FOX et. al. e artigos retirados do sitio: http://www.scielo.br
7

3. nas paredes do tubo, a componente normal da velocidade é igual à


velocidade do tubo. Para o fluido real, a componente tangencial da velocidade
do fluido na parede é zero, em relação à parede.” (SARFETY 1996,p.07)

3.3 – Escoamento laminar e turbulento:

Para determinação destes dois tipos de escoamento AZEVEDO NETO (1998)


nos remate à experiência de Osborne Reynolds(1883), explicando que através de
investigações teóricas e experimentais, trabalhando com diferentes diâmetros e
temperaturas, Reynolds “(...) concluiu que o melhor critério para se determinar o tipo
de movimento em uma canalização não seria relacioná-lo com a velocidade do fluxo,
e sim com uma variável adimensional” (Notas de Aula – professor Walszon – Parte
01 – Hidráulica Geral, 1º Semestre 2012) obtido através da equação:

equação 3.1

De acordo com AZEVEDO NETO (1998), utilizando este coeficiente, podemos


classificar o regime do fluxo em condutos forçados como:

Re < 2000  FLUXO LAMINAR


2000 < Re < 4000  FLUXO LAMINAR ou TURBULENTO
Re > 4000  FLUXO TURBULENTO

Movimento Laminar: é aquele em que cada partícula do líquido descreve


uma trajetória bem definida com velocidade sempre no sentido do escoamento. No
escoamento laminar as partículas movem- se ao longo de trajetórias paralelas
constituindo lâminas ou camadas, com cada uma destas deslizando suavemente
sobre as adjacentes.
8

Movimento Turbulento: é aquele em que cada partícula além da velocidade


no sentido do escoamento, está anima do de movimento de agitação com
velocidade transversal ao escoamento, ocorrendo em conseqüência, transferência
transferência de massa de uma cama da para outra.

3.4 - Calibração da Vazão

A calibração da vazão depende de padrões de volume (comprimento) ou


massa e tempo. Em SARFETY 1996,encontramos definição para calibração de
medidor de vazão e a justificativa para fazê-la:
“ A calibração do medidor de vazão consiste em ajustar o desempenho
do medidor para que ele meça a vazão dentro dos limites de precisão
predeterminados, sob as condições de operação definidas. A calibração de
vazão é geralmente feita para certificar a precisão do fator do medidor, pela
medição da saída do medidor sob condições de vazão que sejam
hidraulicamente similares à instalação real, ou seja, com equivalência do
número de Reynolds. Isto não garante que a precisão seja mantida em toda a
faixa de medição.” (p. 40)

O autor ainda afirma que, em geral, a precisão da medição de vazão de


líquidos é melhor que a de gases, que são compressíveis e dependem mais das
variações de pressão, temperatura e viscosidade. A maioria das vazões de líquidos
em pequenas e médias tabulações, tem números de Reynolds iguais a cerca de
106; as vazões de gases correspondem a números de Reynolds iguais e maiores
que 107. Alguns medidores não operam vazões com número de Reynolds muito
baixo.

3.4 – Medidor Venturi

Entre as formas existentes para gerar medidas de vazão uma das mais
importantes e frequente, em problemas reais de engenharia, é a que explora os
efeitos de variação de velocidade provocada por redução de seção de escoamento.
Os medidores de vazão que usam a redução de seção baseiam-se na aceleração
imposta ao fluxo que passa por um bocal, como o esquematizado pela Figura 3.1.
9

Figura 3.1 - Escoamento num bocal genérico


Fonte: Fox e McDonald, 1995

A separação do escoamento na borda viva da garganta do bocal provoca a


formação de uma zona de recirculação que pode ser suprimida se a parede do duto
for desenhada de forma a evitar o descolamento de camada limite.
Dentre os aparelhos de medir vazão nos quais a variação de diâmetro é
suave a ponto de evitar o descolamento de camada limite temos o tubo de Venturi
(Figura 02), que foi idealizado pelo cientista italiano Venturi em 1791 e usado como
medidor de vazão em 1886 por Clemens Herschel.
É um elemento medidor de vazão de diferencial de pressão, também
chamado de medidor de vazão por obstrução de área. A diferença de pressão entre
duas seções distintas do medidor é proporcional à vazão que escoa por ele. A
diferença de pressão é produzida por efeitos inerciais – a aceleração do escoamento
devido à obstrução do mesmo (redução de área na garganta) – e viscosos, isto é, a
perda de carga. Algumas das principais razões de usar elementos de obstrução para
se medir vazão são as seguintes:
• Podem ser usados para medir qualquer fluido;
• Não há nenhum elemento mecânico imerso no escoamento;
• Não há limite de vazão a ser medida, ou seja, a tubulação pode ter qualquer
diâmetro;
O tubo de Venturi é constituído por um convergente - o cilindro de entrada,
onde se faz a medida de alta pressão e está destinado a aumentar
progressivamente a velocidade do fluido - e outro divergente (o cone de saída, que
diminui progressivamente a velocidade até ser igual à de entrada) unidos por uma
parte cilíndrica denominada "garganta" de Venturi. A redução de diâmetro na
"garganta cilíndrica" cria uma perda de carga, tornando a pressão neste ponto
inferior a pressão antes do mesmo.
10

Figura 01 – Tubo de Venturi em corte

Fonte:

Figura 02 – Medidor Venturi


Imagem: Aristeu da Silveira Neto

A medição de vazão tem grande importância no controle de processos


industriais, envolvendo misturas e descargas de fluidos. Mais especificamente, a
medição de vazão com o uso do tubo de Venturi torna-se relevante em aplicações
onde não se deseja grandes perdas de carga.
Para que esta medição represente, de fato, o valor da vazão escoada, é
preciso calibrar o medidor, calculando o coeficiente de descarga “(...) é um fator de
ajuste utilizado nos instrumentos de medição de vazão tendo em vista que as
medidas nesses instrumentos não retratarem a vazão real escoada.” (BEZERRA
2011).

Para este experimento foram usadas as seguintes equações:

 Equação 3.1 – Para cálculo do Número de Reynolds

 Equação 3.2 – Determinação de Áreas cilíndricas:

A = πD2
4

 Equação 3.3 – Cálculo da Vazão Volumétrica:

Q= V : T
11

 Equação 3.4 – Determinação da Vazão:

 Equação 3.5 - Vazão Média (Ǭ)

Onde Qi são as vazões calculadas.

 Equação 3.6 - Desvio Padrão

Onde σ é o desvio padrão das vazões aferidas.

 Equação 3.7 – Coeficiente de Variação

O valor encontrado deve ser multiplicado por 100% para ser expresso em
porcentagem.

4. Materiais

Neste experimento para calibração do medidor venturi foram utilizados os


seguintes materiais:
 Bancada para ensaios sobre perdas de carga e medição de vazão – é um
equipamento composto por um sistema de válvulas, registros, tubos,
medidores de vazão, e outros acessórios que pode ser usado medida de
vazão pelo método volumétrico, medida de pressão através de manômetro
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de coluna de fluido, calibração de diafragma, calibração de medidor


Venturi, calibração do tubo de Pitot, análise da perda de carga distribuída
(linear), análise de perda de carga localizada (singular), perda de carga em
registros, determinação de curvas características de bombas centrífugas
entre outros.

Figura 2.7 – Bancada para ensaios sobre perdas de carga e medição de vazão

 Canal de Experimentos Hidráulicos (figura 2.8) – é um equipamento


composto por um canal de acrílico, reservatório, sistema motobomba,
canalização de alimentação, uma caixa de alimentação do canal com
regularizador de escoamento, e outros acessórios que pode ser usado
medida da pressão através de manômetro de coluna de fluido, medida da
vazão através do diafragma; vertedores, força sobre comportas, ressalto
hidráulico, perda de energia em canais, determinação da profundidade
crítica, curvas características de bombas centrífugas, entre outros.
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Figura 2.7 – Bancada para ensaios sobre perdas de carga e medição de vazão

 Água;
 Piezômetro;
 Manômetro de mercúrio;
 Diafragma;
 Material para anotação dos dados levantados;
 Material para cálculo dos resultados do experimento.

5. Métodos

5.1 – Procedimentos:

01. Ligar o conjunto motobomba e abrir completamente o registro principal;


2. Aguardar o sistema entrar em regime permanente;
3. Retirar o ar das mangueiras (uma a uma) do manômetro ligado ao diafragma
e ao medidor Venturi desconectando-as do sistema e deixando que a água
empurre o ar pra fora;
4. Reconectar as mangueiras ao sistema;
5. Verificar se o dispersor está ajustado de maneira a possibilitar o desvio
adequado de fluxo d’água para dentro da caixa de acrílico e para fora dela
com um simples toque de mão;
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6. Esvaziar a caixa de acrílico através da válvula que fica no canto esquerdo,


fundo da caixa;
7. Ajustar o cronômetro para leitura de 10 segundos – aproximadamente;
8. Quando o sistema entrar em regime permanente ativar o cronômetro e ao
mesmo tempo tocar no dispersor de fluxo para que a água caia no
reservatório de acrílico;
9. Quando o cronômetro marcar 10 segundos (aproximadamente) tocar
novamente no dispersor para que o fluxo seja desviado para fora da caixa de
acrílico e ao mesmo tempo parar o cronômetro;
10. Proceder a leitura da altura na régua da caixa de acrílico e registrar
juntamente com o tempo em que o cronômetro foi parado em tabela de
registro apropriada;
11. Aferir a temperatura da água;
12. Proceder as leituras do piezômetro e registrá-las em tabelas apropriadas;
13. Repetir procedimento do item 08 ao 12 mais uma vez com registro totalmente
aberto;
14. Fechar levemente o registro principal;
15. Proceder a coleta e registro de dados como nos itens 08 a 12;
16. Novamente fechar um pouco mais o registro principal e proceder como nos
itens 08 ao 12;
17. Novamente fechar um pouco mais o registro principal e proceder como nos
itens 08 ao 12;
18. Novamente fechar um pouco mais o registro principal e proceder como nos
itens 08 ao 12;
19. Pela última vez fechar um pouco mais o registro principal e proceder como
nos itens 08 a 12;
20. Fechar o registro e desligar o conjunto motobomba, esvaziar a caixa de
acrílico;
21. Calcular o volume de cada uma das medidas aferidas considerando a área da
base da caixa de acrílico com 31,5cm 2 e a altura da água lida na caixa de
acrílico (lembrar de fazer a diferença entre a altura atual e a anterior, pois a
água foi acumulando-se no reservatório a medida em que o experimento foi
realizado);
15

22. Calcular a vazão direta e transformar os dados obtidos de centímetros cúbico


por segundo para litros por segundo (basta multiplicar por 10 –3 ou dividir o
resultado encontrado por mil);
23. Calcular a média, desvio padrão e coeficiente de variação das 02 primeiras
vazões encontradas repetindo o procedimento para as próximas vazões;
24. Calcular o coeficiente de contração;
25. Calcular o número de Reynolds;
26. Plotar gráfico da variação do coeficiente de contração c em função do
número de Reynolds;
27. Plotar gráfico da variação da vazão em função da diferença de níveis R entre
os meniscos de mercúrio;
28. Proceder a análise dos resultados encontrados;
29. Finalizar o experimento.

5.2 – Dados levantados

TABELA 3.1 – Valores da diferença de níveis R


1ª Leitura 2ª Leitura 3ª Leitura 4ª Leitura 5ª Leitura 6ª Leitura
719 - 606 717 - 608 710 - 614 702 - 623 695-633 691 - 638
R(mm) 113 109 96 79 62 53

7ª Leitura 8ª Leitura 9ª Leitura 10ª Leitura 11ª Leitura 12ª Leitura


685 - 641 679 - 653 677 - 657 674 - 660 673 - 663 672 - 666
R(mm) 44 26 20 14 10 6

TABELA 3.2 – Levantamento de Dados e Cálculo da Vazão

1ª Vazão 2ª Vazão 3ª Vazão


T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)
1ª medição 10,32 16,00 1,538 1ª medição 10,29 15,50 1,495 1ª medição 10,24 14,40 1,395
2ª medição 10,38 15,50 1,482 2ª medição 10,23 15,30 1,484 2ª medição 10,11 14,10 1,384
3ª medição 10,35 15,30 1,467 3ª medição 10,19 15,00 1,461 3ª medição 10,10 14,00 1,375
4ª Vazão 5ª Vazão 6ª Vazão
T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)
1ª medição 10,10 13,20 1,297 1ª medição 10,03 11,80 1,167 1ª medição 10,04 10,50 1,038
2ª medição 10,28 13,00 1,255 2ª medição 9,97 11,20 1,115 2ª medição 10,23 10,70 1,038
3ª medição 10,14 12,60 1,233 3ª medição 10,10 11.40 1,120 3ª medição 10,03 10,60 1,049

7ª Vazão 8ª Vazão 9ª Vazão


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T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)   T(s) H(cm) Q(L/s)


1ª medição 10,20 9,20 0,895 1ª medição 10,21 7,60 0,739 1ª medição 10,26 6,80 0,658
2ª medição 10,17 8,80 0,859 2ª medição 10,22 7,60 0,738 2ª medição 10,23 6,60 0,640
3ª medição 10,33 9,10 0,874 3ª medição 10,23 7,50 0,727 3ª medição 10,16 6,70 0,654

10ª Vazão 11ª Vazão 12ª Vazão


T (s) H(cm) Q(L/s) T(s) H(cm) Q(L/s) T(s) H(cm) Q(L/s)
1ª medição 10,16 5,30 0,518 1ª medição 10,30 4,80 0,462 1ª medição 10,19 3,50 0,341
2ª medição 10,20 5,50 0,535 2ª medição 10,23 4,70 0,456 2ª medição 10,23 3,50 0,339
3ª medição 10,36 5,50 0,527 3ª medição 10,35 4,80 0,460 3ª medição 10,09 3,40 0,334

6. Resultados

Todos os resultados apresentados nas TABELAS de 3.3 e 3.4 foram


encontrados conforme os exemplos de cálculos a seguir.

Volume da caixa acrílica com base quadrada de 31,5cm por lado:

V = Ab x H
Onde:
V = volume ( em cm3)
Ab = área da base (em cm2)
H2 = altura (cm)

Então:
V = 31,52 x 16
V = 15.876 cm3

Vazão Direta Volumétrica –

Q=V/T
Q = 15.876 cm3 : 10,32s

Q = 1538,37209302 cm3/s
Para transformar a vazão encontrada em cm³/s para a vazão expressa na
tabela em L/s, deve-se dividir o resultado encontrado por 1000 (mil), pois 01 metro
2
A altura durante o experimento foi anotada de forma cumulativa, assim sendo, para cálculo do volume da
segunda medição deve-se diminuir a leitura da altura obtida na 2ª medição do valor encontrado na primeira; para
cálculo do volume da terceira medição deve-se diminuir a leitura da altura obtida na 3ª medição do valor
encontrado na segunda e assim sucessivamente até o calculo do volume da 12ª medição.
17

cúbico(m3) é o mesmo que 1000 litros (L), assim sendo, um centímetro cúbico por

segundo (cm3/s) é o mesmo que 10-3 litros por segundo (L/s), então:

Q = 1538,37209302: 1000  Q = 1,538 L/s

Análise estatística – média, desvio padrão e coeficiente de variação por aluno:

 Média das vazões Aluno 01

1,538+1,482+1,46
Ǭ= 7
3
Ǭ = 1,496 L/s

 Desvio Padrão das vazões Aluno 01 – usar equação 1.5

(1,538-1,496)² + (1,482-1,496)² + (1,467-1,496)²


σ ²=
3–1
σ = 0,0374 L/s

 Coeficiente de Variação das vazões Aluno 01 – usar equação 1.6

0,0374
Cv = 1,496 = 0,025 x 100= 2,5%

Área da Tubulação:

Informado que :

A2 : A1 = 0,45 (D2 / 26mm) = 0,67


(4-1 π D22) / (4-1 π D12) = 0,45 D2 = 17,42mm
(D2 / D1)2 = 0,45
D2 / D1 = (0,45) 0,5 A2 = (π D22):4
D2 / D1 = 0,67 A2 = (π 17,422):4
A2 = 238,33 mm²
Número de Reynolds
18

V = Q/A = (1,538x10-3m3 /s)/2,383x10-4 m² = 6,278m/s


D2 = 17,42mm = 0,01742
Viscosidade Cinemática adotada: 1,01 x 10-6 m²/s

Re = (6,278 x 0,01742) / 1,01 x 10-6


Re = 1,083 x 105

Coeficiente de Descarga

Q1= 1,496 x 10-3 m3/s g=9,8m/s²


A2=0,238m dHg / dH O = 13,6
2
A2 : A1 = 0,45cm então:
R = 113mm

0,5
1,496 x 10-3 = cd x 0,238m x (((2 x 9,81 x 0,113 x (13,6 – 1)) / (1 – (4,5²)))
0,5
1,496 x 10-3 = cd x 0,238m x (27,935 / 0,7975)
0,5
1,496 x 10-3 = cd x 0,238m x (35,028)
1,496 x 10-3 = cd x 0,238m x 5,918
(1,496 x 10-3) / 1,408 = cd
cd = 1,0625 x 10-3

TABELA 3.3 – Resultados Cálculo da Vazão Volumétrica,


Análise Estatística, Coeficiente de Descarga e Reynolds –
1º aluno 2º aluno 3º aluno
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H(cm H(cm H(cm


  T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)
10,3 10,2 10,2
1ª medição 2 16 1,538 1ª medição 9 15,5 1,495 1ª medição 4 14,4 1,395
10,3 10,2 10,1
2ª medição 8 15,5 1,482 2ª medição 3 15,3 1,484 2ª medição 1 14,1 1,384
10,3 10,1
3ª medição 5 15,3 1,467 3ª medição 9 15 1,461 3ª medição 10,1 14 1,375
vazão média (L/s)   1,496 vazão média (L/s)   1,480 vazão média (L/s)   1,385
desvio padrão   0,037 desvio padrão   0,017 desvio padrão   0,010
coeficiente de variação Coeficiente de variação 1,172
(%) 2,502% (%) % coeficiente de variação (%) 0,723%
1,0625 x 10-
coeficiente de descarga 3
coeficiente de descarga   coeficiente de descarga  
Número de Reynolds 1,083 x 105Número de Reynolds   Número de Reynolds  
4º aluno 5º aluno 6º aluno
H(cm H(cm H(cm
  T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)
10,0 10,0
1ª medição 10,1 13,2 1,297 1ª medição 3 11,8 1,167 1ª medição 4 10,5 1,038
10,2 10,2
2ª medição 8 13 1,255 2ª medição 9,97 11,2 1,115 2ª medição 3 10,7 1,038
10,1 10,0
3ª medição 4 12,6 1,233 3ª medição 10,1 11.40 1,12 3ª medição 3 10,6 1,049
vazão média (L/s)   1,262 vazão média (L/s)   1,134 vazão média (L/s)   1,042
desvio padrão   0,033 desvio padrão   0,029 desvio padrão   0,006
coeficiente de variação 2,530
(%) 2,577% coeficiente de variação (%) % coeficiente de variação (%) 0,610%
coeficiente de descarga   coeficiente de descarga   coeficiente de descarga  
Número de Reynolds   Número de Reynolds   Número de Reynolds  
7º aluno 8º aluno 9º aluno
H(cm H(cm H(cm
  T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)
10,2 10,2
1ª medição 10,2 9,2 0,895 1ª medição 1 7,6 0,739 1ª medição 6 6,8 0,658
10,1 10,2 10,2
2ª medição 7 8,8 0,859 2ª medição 2 7,6 0,738 2ª medição 3 6,6 0,64
10,3 10,2 10,1
3ª medição 3 9,1 0,874 3ª medição 3 7,5 0,727 3ª medição 6 6,7 0,654
vazão média (L/s)   0,876 vazão média (L/s)   0,735 vazão média (L/s)   0,651
desvio padrão   0,018 desvio padrão   0,007 desvio padrão   0,009
coeficiente de variação 0,906
(%) 2,064% coeficiente de variação (%) % coeficiente de variação (%) 1,453%
coeficiente de descarga   coeficiente de descarga   coeficiente de descarga  
Número de Reynolds   Número de Reynolds   Número de Reynolds  
10º aluno 11º aluno 12º aluno
H(cm H(cm H(cm
  T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)   T(s) ) Q(L/s)
10,1 10,1
1ª medição 6 5,3 0,518 1ª medição 10,3 4,8 0,462 1ª medição 9 3,5 0,341
10,2 10,2
2ª medição 10,2 5,5 0,535 2ª medição 3 4,7 0,456 2ª medição 3 3,5 0,339
10,3 10,3 10,0
3ª medição 6 5,5 0,527 3ª medição 5 4,8 0,46 3ª medição 9 3,4 0,334
20

vazão média (L/s)   0,527 vazão média (L/s)   0,459 vazão média (L/s)   0,338
desvio padrão   0,009 desvio padrão   0,003 desvio padrão   0,004
coeficiente de variação 0,665
(%) 1,615% coeficiente de variação (%) % coeficiente de variação (%) 1,067%
coeficiente de descarga   coeficiente de descarga   coeficiente de descarga  
Número de Reynolds   Número de Reynolds   Número de Reynolds  
7. Análise dos Resultados

Quase todos os problemas práticos de mecânica dos fluidos estão associados


à necessidade de medições precisas do escoamento. A medida de grandezas nos
fluidos inclui a determinação de pressão, velocidade, vazão em massa ou vazão
volumétrica, ondas de choque, gradientes de massa específica, turbulência, entre
outros.
Com a coleta dos dados, mostrados nas tabelas do tópico anterior, foi
possível comparar as vazões médias e as variações das pressões no tubo de
Venturi. Em seguida, foram feitos dois gráficos da vazão pela altura diferença de
níveis (R) e do coeficiente de descarga pelo numero de Reynolds.
Encontrada a média dos coeficientes de descarga chega-se a
aproximadamente 3,72 x 10-5 para o tubo de Venturi .
De acordo com a revisão teórica apresentada, há uma relação direta entre o
número de Reynolds e o Coeficiente de descarga (Cd) , que é de extrema
importância para o cálculo preciso da vazão através do medidor Venturi pois o
coeficiente de descarga é um fator de ajuste utilizado nos instrumentos de medição
de vazão tendo em vista que as medidas nesses instrumentos não retratarem a
vazão real escoada.
Normalmente os medidores de Venturi são construídos seguindo as normas
ISO. Nesse sentido, é especificada a geometria e o coeficiente de descarga
constante, para determinada faixa de números de Reynolds. Se o medidor não se
ajusta aos parâmetros da norma, o coeficiente (Cd) pode ser obtido
experimentalmente como função do número de Reynolds (Re).
Deve-se ficar atento aos erros ligados ao experimentos – erro na leitura da
escala (operador); erro de verticalidade; falta de estanqueidade; variação de
temperatura entre os diferentes momentos de medida, ou entre condições de
calibração e medida; erro de leitura por má visualização da escala; efeito de
21

variação de elevação (diferença entre a pressão atmosférica local e a pressão


atmosférica do local de calibração); efeitos de capilaridade (tensão superficial).
22

8. Conclusão

O medidor de Venturi é dispositivo para medição de vazão em condutos


forçados. Este provoca um estreitamento da seção transversal do escoamento de
forma gradual, gerando uma diferença de pressão entre as seções montante e
jusante, a qual pode ser medida através de um manômetro diferencial. Uma vez
conhecida a diferença de pressão entre as duas seções e calculando a vazão
volumétrica direta é possível encontrar um coeficiente de descarga (Cd) que é usado
como fator de correção após o cálculo da vazão volumétrica.
A montagem da tubulação, a presença de elementos próximos ao medidor, e
outros fatores influenciam o coeficiente de descarga. Estes elementos causam
turbulência e tendem a aumentar Cd. Já a rugosidade interna, para o caso de tubos
de Venturi, no qual o escoamento tende a acompanhar a geometria, reduz o valor do
coeficiente. De acordo com os autores estudados, deve-se levar em conta que a
rugosidade relativa será maior para medidores de menor diâmetro.
Assim sendo, calibrar o medidor Venturi significa ajustar o medidor para que,
com ele consiga-se calcular adequadamente a vazão e, para isto é necessário
determinar o coeficiente de descarga e tornar mais precisa possível a medição da
23

vazão. Este coeficiente, em geral, já é fornecido pelo fabricante do instrumento e de


acordo com a literatura em geral, é necessária a calibração periódica para evitar
erros.
Pode-se afirmar que o experimento atingiu os objetivos propostos e foi
possível analisar de maneira adequada os valores encontrados e calcular o
coeficiente de descarga.

9. Bibliografia

BEZERRA, H. M. A. Influência da concentração de cloreto de sódio no coeficiente de


descarga em orifícios. Instituto Federal de Ciência e Tecnologia : Mossoró – RN,
2011.

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2008.

FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à mecânica dos fluidos. 4. ed. Rio
de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, c1998.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J.. Fundamentos de Física: Gravitação,


Ondas e Termodinâmica, vol. 2

NUSSENZVEIG, H. Moysés.. Curso de Física Básica: Fluidos, Oscilações e Ondas,


Calor. São Paulo, vol. 2.

POTTER, Merle C.; WIGGERT, D. C.; HONDZO, Midhat. Mecânica dos fluidos. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 4. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c1999.

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