Você está na página 1de 20

PERDA DE CARGA POR ESCOAMENTO EM MEIOS

POROSOS (LEITO FIXO E FLUIDIZADO)

RESUMO

A fluidização é uma técnica utilizada no escoamento ascendente de um fluido (líquido ou gás)


através de um meio poroso formado por partículas sólidas, promove um bom contato entre a
superfície das partículas e o fluido. O escoamento de fluidos através de meios porosos é uma
situação encontrada em larga escala em hidrologia e na indústria química em meio de vários
processos. Leito fixo, também conhecido como coluna de recheio, tem como principal objetivo
promover o contato íntimo entre as fases envolvidas no processo. Já o leito fluidizado  refere-
se a um leito de sólidos finamente divididos através dos quais passa um gás ou um líquido e
este se comporta num estado intermediário entre um leito estático e outro em que os sólidos
estejam suspensos num fluxo gasoso. Este trabalho teve por objetivo o estudo sobre
escoamento de meios porosos em leito fixo e móvel, determinando experimentalmente o
comportamento fluido-dinâmico e também, propriedades do leito. Trabalhou-se com vazões
variando de 1 a 9 L/min para o leito fluidizado, sendo este composto de um leito com partículas
de 1,1 mm de diâmetro, esfericidade de 0,86 e porosidade 0,63. Nestas condições a velocidade
mínima de fluidização foi de 1,13.10-2m/s. Para o leito fixo utilizou-se vazões de 0 a 7 L/min,
com leito formado de partículas com 4 mm de diâmetro, esfericidade de 0,86 e porosidade de
0,42. Este leito teve constantes de permeabilidade, para baixa vazão 7,82.10 -8 m² e 1,19.10-8
para altas vazões .
PALAVRAS CHAVE: Leito fixo, leito fluidizado, escoamento, perda de carga .

1. INTRODUÇÃO

Meios porosos ocorrem com frequência no meio natural, resultando


no interesse pelo estudo do escoamento através desses em conexão com
problemas de hidráulica. [6]
Em muitas operações industriais uma fase fluida escoa através de
uma fase sólida particulada. Os exemplos incluem a filtração, a transferência
de calor nos regeneradores e nos calefatores e seixos, a transferência de
massa nas colunas recheadas, as reações químicas usando catalisadores
sólidos, a adsorção e o escoamento de óleo através de reservatórios, para um
poço de óleo. Em muitos casos, a fase sólida é estacionária, como numa
coluna de destilação recheada; em outros casos, o leito desloca-se em
contracorrente do gás, como num calefator a seixos, ou em alguns reatores
catalíticos. [1]
O foco deste artigo é tratar do escoamento, em leito fixo e móvel
(fluidizado), determinando experimentalmente o comportamento fluido-dinâmico
e propriedades do leito, tais como: porosidade do leito fixo, densidade aparente
de leito, diâmetro médio de partículas e esfericidade de partículas.

2. REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS

2.1 Meios porosos


Um meio poroso é uma fase sólida contínua que contém muitos
espaços vazios, ou poros, em seu interior. São exemplos, as esponjas,
agregados fibrosos como tecidos e filtros, papel, rochas porosas, areia e
cascalho, tijolos, e partículas catalíticas contendo micro-poros extremamente
pequenos, etc. [2]

2.1.1 Leito fixo


Escoamento de fluídos em leitos fixos é uma prática muito comum,
em operações industriais. O principal objetivo do leito fixo é colocar a fase
fluida (líquido/gás) em contato íntimo com a fase sólida
(partículas/recheios/líquidos). [3]

Figura 01 – Escoamento e leito fixo; A- Leito, B- Entrada do fluido corrente ascendente, C-


Saída do fluido, D- coluna referencial de clorofórmio [3]

A escolha do recheio deve promover uma elevada área interfacial


entre as duas fases e um alto grau de turbulência nos fluidos, com uma menor
queda de pressão. Para que isso ocorra à escolha do recheio deve ser feito em
cima de alguns critérios:
 Ser quimicamente inerte ou adequado à aplicação;
 Ser resistente e ter baixa massa específica (↓ peso);
 Proporcionar uma passagem adequada do fluido sem implicar em
grande perda de carga;
 Oferecer um contato sódio-fluido efetivo (molhabilidade);
 Custo razoável; [3]

2.1.1.2 Leito fixo – equações fluidodinâmicas

O primeiro trabalho experimental de escoamento em meios porosos


foi feito por Darcy. Num escoamento monofásico lento, através de um meio de
porosidade (ε) e comprimento (L), a queda de pressão (ΔP) depende
linearmente da vazão. [3]

Sendo, (1)

Onde,
ΔP = Queda de pressão (Pa)
L= Comprimento do recheio (L)
μ= Viscosidade do fluido (Pa.s)
K= Permeabilidade do meio poroso
q= Velocidade superficial do fluido (m/s)
Q= Vazão do fluido (m³/s)
A= Área da seção transversal do leito (m²)
A relação da permeabilidade (K) com a porosidade (ε) do meio e o
tamanho das partículas, sendo a relação mais conhecida a de Carman-Kozeny.
[4]

(2)

Onde,
ε = Porosidade da partícula
dp= diâmetro característico da partícula (m)
Ф = Esfericidade da partícula
β = Constante que depende da porosidade do leito, da esfericidade da partícula
e de outros fatores. Observação: para escoamento lento e esfericidade da
partícula acima de 0,7, pode-se usar valor constante igual a 5.

A porosidade da partícula foi encontrada através da seguinte


formula.

Sendo escrita também,

(3)

Já a esfericidade foi retirada da literatura com valor: [1]


0,86

O fator de atrito do tipo Ergun pode ser expresso pelas equações (1)
e (2): [4]

(4)
Onde: f é definido como:

(5)

Sendo,
f= Fator de atrito
ρ= densidade do fluido escoante (kg/m3).

e Reynolds (Re) é definido por:

(6)

Com vazões elevadas, a dependência de (ΔP) com (Q) admite uma


forma quadrática, podendo ser expressa por:

(7)

Onde, K constante de permeabilidade e C são valores obtidos


experimentalmente.
Uma das correlações mais aplicada, devido à sua confiabilidade,
para estimar a queda de pressão em meios granulares, foi proposta por Ergun
(1952), no qual ele expressa, a forma quadrática semi-empírica, válida para os
regimes Laminar e Turbulento. [7]

(8)

Sendo que f e Re são dados pelas mesmas equações (5) e (6):


2.1.2 Leito Fluidizado

Para entender o fenômeno da fluidização, olhamos a queda de


pressão num leito compacto, devido ao escoamento ascendente do fluído
através do leito, que se iguala a o peso do próprio leito, ocorre a expansão do
leito. Ao se expandir, o leito mantém a integridade da sua superfície horizontal
superior, da mesma forma que a mantinha quando estava estacionário. Agora,
no entanto, a porosidade é muito maior, e as partículas individuais se movem
sob a influência do fluido escoante. O leito tem muita semelhança com um
líquido fervente e se diz que está fluidizando. [1]

Figura 02 – Escoamento em leito fluidizado; A- Leito fluidizado, B- Recheio particulado ao


fundo, C- Corrente ascendente (liquido/gás), D- Saída do fluído. [5]

2.1.2.1 Regimes de fluidização

Com uma baixa velocidade do fluido, ele escoa nos espaços entre
as partículas, sem promover movimentação do material, como mostra a Fig.02
– é uma simples passagem e o leito permanece fixo.
À medida que se aumenta a velocidade do gás/líquido, as partículas
afastam-se e algumas começam a apresentar uma leve vibração – tem-se
nesse momento um leito expandido. Com a velocidade ainda maior, atinge-se
uma condição em que a soma das forças causadas pelo escoamento do
gás/líquido no sentido ascendente igualam-se ao peso das partículas. Nessa
situação, em que o movimento do material é mais vigoroso, atinge-se o que se
chama de leito fluidizado. À velocidade do gás/líquido nessa condição dá-se o
nome mínima velocidade de fluidização, que é a velocidade correspondente ao
regime de fluidização incipiente.
Continua-se o processo de aumento da velocidade do gás, a
fluidização borbulhante é o regime que se observa após a fluidização
incipiente. No caso de partículas de pequeno tamanho, com densidade
geralmente menor do que 1,4 g/m³ ocorre uma expansão considerável do leito
antes de surgirem as bolhas que caracterizam a fluidização borbulhante.
No caso de partículas mais densas, entre 1,4 g/cm³ e 4 g/cm³, a
expansão do leito não vai muito além daquela adquirida na condição de
fluidização incipiente e as bolhas já surgem com a velocidade de minha
fluidização. Em alguns leitos fundos em vasos de diâmetro reduzido surgem
“slugs”, grandes bolhas formadas pela coalescência de bolhas menores, cujo
diâmetro é equivalente ao diâmetro do leito e movimentam-se num fluxo
pistonado. Nesse regime observam-se grandes flutuações na queda de
pressão do gás.
A fluidização turbulenta é um regime que antecede a condição de
leito de arraste (fluidização rápida) e está além da fluidização borbulhante. Sua
identificação e caracterização corretas ainda são um desafio. Na fluidização
turbulenta, as oscilações de queda de pressão no leito diminuem, pois as
grandes bolhas e espaços vazios desaparecem. O regime seguinte ao
turbulento é o de fluidização rápida, que acontece quando a velocidade do
gás/líquido excede a velocidade terminal de sedimentação das partículas e o
material passa a ser arrastado. Com velocidades ainda maiores, suficiente para
arrastar todo o material, atinge-se a condição de transporte pneumático. Para
operar o sistema nessas condições deve haver uma operação subsequente de
separação gás/líquido – sólido.
A Fig.03 mostra-se os tipos de regime de fluidização em função da
velocidade do gás e sua queda de pressão ao escoar através do leito de
partículas. [4]
Figura 03 – Regimes de fluidização em função da velocidade superficial do fluido. [5]

Para um leito particulado em estado de fluidização, um balanço de


forças em uma secção qualquer do leito para um comprimento H (altura),
fornece: [4]

(9)

Onde,
ρS = massa específica do sólido (kg/m³)
ρf = massa específica do fluido (kg/m³)
H = Altura do leito (m)
g = Aceleração da gravidade (m/s²)

A Fig.04 ilustra o comportamento da queda de pressão em um leito


compacto, e depois fluidizado, à medida que a velocidade do fluxo permeante
ascendente aumenta. Entre os pontos A e B o leito é estável, e a queda de
pressão e o número de Reynolds estão relacionados. No ponto B a queda de
pressão equilibra praticamente o peso de sólidos do leito. Entre os pontos B e
C o leito é instável, e as partículas se ajustam as suas posições para oferecer
uma menor resistência possível ao escoamento. No ponto C, a configuração
das partículas é a mais aberta possível, havendo ainda contato entre elas.
Além deste ponto, as partículas começam a se movimentar
livremente, mas colidem com bastante frequência. O ponto C é conhecido
como “ponto de fluidização”. Quando se atinge o ponto D, as partículas estão
todas em movimentos, e além deste ponto o aumento do N Re, provoca um
aumento muito pequeno de –ΔP, à medida que o leito continua a expandir-se
as partículas escoarão com a corrente do fluido, e o leito deixa de existir. É o
que ocorre no ponto E. [1]

Figura 04 – Fluidização de leito de sólidos particulados. [1]

2.1.2.2 Para fluidização gás-sólido

A teoria das duas fases em fluidização coloca que, para vazões


superiores a da fluidização incipiente, certa quantidade de gás/líquido igual a
incipiente percorre entre as partículas, enquanto o restante passa através do
leito na forma de bolhas. Com base nesta teoria, foi desenvolvida uma equação
para prever a altura máxima (Hm) do leito: [4]

 Q  Q0 
H m  H 0. 1   (10)
 0,35.( g .D)1 / 2 
Onde,
Ho = altura do leito fluidizado incipiente (m)
Qo = velocidade mínima de fluidização (m/s)
Q = velocidade superficial do gás em um dado instante (m/s)
D = diâmetro interno da coluna (m)
g = aceleração da gravidade (m/s²)

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Equipamentos

Os equipamentos utilizados para a realização do experimento estão


representados na Figura 05.

Figura 05 – Experimento para Escoamento em Meios Porosos. [4]

Este experimento é composto por:

 Reservatório de Água (RA);


 Bomba centrífuga (BC) de ½ cv;
 Coluna de meio poroso para leito fixo (coluna 1), com altura de 0,735 m

e interno igual à 0,75m, composto por uma massa de 4.65 kg de

partículas e diâmetro médio de 4 mm;


 Coluna de meio poroso para leito fluidizado (coluna 2),com altura de

0,735 m e interno igual à 0,75m, composto por uma massa de 3.0 kg

de partículas e diâmetro médio 1,1 mm;


 Medidor de vazão tipo rotâmetro (MV) com vazão máxima de 10 l/min e
precisão e divizão de escala de 1l/min;
 Manômetro de tubo de vidro em U contendo clorofórmio colorido como
fluido manométrico: (MU1) ligado à coluna 1 e (MU2) ligado à coluna 2
manométrica. Com altura manométrica máxima de 1000 mm e precisão
de 1 mm;
 Válvula de regulagem de vazão (VR);
 Válvulas de travamento de vazão (VB1) para a coluna 1 e (VB2) para a
coluna 2.

3.2 Procedimento experimental

Inicialmente foram tomadas algumas medidas de segurança como:


observar se o reservatório estava no nível máximo de água; realização da
selagem do sistema hidráulico e verificou-se se os manômetros de tubo em U
estavam com os fluidos manométricos equilibrados e sem a presença de
bolhas de ar nas mangueiras que ligam aos pontos de tomada de pressão. A
realização do experimento foi então dividida em duas etapas: escoamento em
leito fixo e em meio fluidizado.

3.2.1 Ensaios na coluna 1 – Escoamento em leito fixo.

Nesta etapa foram abertas apenas as válvulas para haver o


escoamento no leito fixo, e variou-se a vazão de água de 0,5 em 0,5 litros por
minuto até atingir a vazão máxima, que para o sistema foi de 9 l/min. A cada
aumento de vazão foi realizado medidas de Δh no manômetro. Posteriormente
para verificação de possíveis histereses o procedimento foi realizado
novamente diminuindo a vazão nos mesmos intervalos, e anotando as medidas
de Δh no manômetro.

3.2.2 Ensaios na coluna 2 – Escoamento em Fluidizacão.

Primeiramente foi medida a altura inicial do leito (H 0) e abertas as


válvulas para ocorrer escoamento apenas no leito fluidizado, desta forma ligou-
se a bomba e a vazão de água foi variada de 0,5 em 0,5 litros por minuto até
atingir a vazão máxima. A cada variação de vazão foi realizado medidas de Δh
no manômetro, e os respectivos aumentos na altura (H) do leito.
Posteriormente para verificar possíveis histereses o procedimento foi realizado
novamente diminuindo a vazão nos mesmos intervalos, e anotando as medidas
de Δh no manômetro.

3.2.3. Determinação da densidade

A realização da densidade do material foi determinada


experimentalmente da seguinte forma, pesou-se uma quantidade de partículas
formadoras dos leitos porosos e com um balão volumétrico aferido com água,
adicionou-se a massa pesada e em seguida retirou-se o volume que excedeu a
aferição com uma pipeta, assim determinou-se o volume da referida massa de
material, deste modo determinou-se a densidade, que é uma relação entre a
massa de um corpo e o volume que este corpo ocupa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Leito fixo.

Os resultados obtidos experimentalmente para coluna de leito fixo


estão descritos abaixo.

4.1.1 Determinação da constante K, para baixas vazões:

Obtida a curva, trecho linear, de variação de pressão por velocidade


superficial do fluído, mostrada na figura 6, pode-se linearizá-la gerando a
equação 14, indicada na mesma figura.
Igualando-se a equação 1, equação de Darcy, à equação 14. E
Rearranjando a equação obteve-se o valor de K experimental.
1500
y = 127957x
1300
R 2 = 0,9931
1100
∆p/L (P a/m )

900
700
500
300
100
-100
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009 0,01
q (m /s)

Figura 6: Gráfico de variação de pressão versus velocidade superficial, com redução linear.

y  127957 x (14)

.q  127957.q
K (14.1)
K  7,82 E  9m ²

Obteve-se a mesma constante a partir da correlação, dada pela


equação 3, Carman-Kozeny.

0,42³.(4,0.10 3.0,86)²
K  1,52.10 8 m²
36.5.(1  0,42)² (15)

Ambas as constantes são validas a baixas vazões. O valor de K para


Darcy foi aproximadamente metade do que para Carman-Kozeny. A diferença
entre os valores pode ser explicada por erros cometidos no experimento e
também pela natureza das equações, pois a constante K gerada pela equação
de Darcy, é experimental, e a constante K gerado por Carman-Kozeny é
fornecida pelas propriedades das partículas e do tubo.

4.1.2 Determinação das constantes K e C para vazões elevadas.

Para vazões mais altas temos uma correlação empírica, equação 8,


e a equação 9, dada pela equação de Ergun, ambas quadráticas.
6000
y = 5,5772E + 06x 2 + 8,3823E + 04x
∆p/L (P a/m )

4000

2000

0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
q (m /s)

Figura 7: Gráfico de variação de pressão por velocidade superficial com redução quadrática.

A linha de tendência, polinomial do gráfico, figura 7, gera a equação


16. Esta pode ser igualada à correlação dada pela equação 8, obtendo assim
valores experimentais de K e C.
y  5,5772.10 6.x ²  8,3823.10 4 x

(16)
P
 5,5772.10 6.q ²  8,3823.10 4 q
L
(16.1)

K  1,19.10 8 m ² C  0,61m 4

(16.2)

Para obter os valores de K e C pela equação de Ergun, iguala-se


esta à equação 9, obtendo-se as constantes desejadas.

C . . .(1 -  )
 150 . . (1 -  )² .q ²  1,75 .q²
.q  .q 1
dp. ³
K dp². ³ K 2
(17)
K  2,46.10 8 m ² C  0,52m 4 (17.1)

Analisando os valores de K obtidos: Kexp para baixas vazões


7,82.10-9 m², Kexp para altas vazões 1,19.10-8 m² e o K pela correlação de
Ergun 2,46.10-8 m² observa-se que o K calculado através de Ergun é maior que
os outros dois calculados, ou seja, apresenta uma maior permeabilidade.
A análise dos valores de C calculados (Cexp = 0,61m 4 Cergun =
0,52 m4) demonstra uma diferença nos valores obtidos, uma vez que, para o
cálculo do Cergum usa-se o K calculado anteriormente pela correlação de
Ergun.

4.1.3 Fator de atrito e Reynolds

100

fexp
fE rgun

10
f

1
10 Re 100 1000

Figura 8: Gráfico (log-log) de fator de atrito por numero de Reynolds.

A análise do gráfico acima, figura 8, permite compreender que os


fatores de atrito experimentais são maiores que os calculados pela correlação e
que para valores baixos de Re o comportamento da curva mostra-se
semelhante aos valores calculados pela correlação de Ergun, no entanto, para
numero de Reynolds maiores observa-se uma disparidade.

4.1.4 Variação de pressão, experimental e Correlacionada.


6000
∆p/L
∆p/L E rgun
4000
∆p/L (P a/m )

2000

0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
q (m /s)

Figura 9: Gráfico de variações de pressão para dados empíricos e correlação de Ergun

A análise dos dados, para o gráfico da figura 9, informa com clareza


que a queda de pressão calculada pela correlação de Ergun é menor que a
queda de pressão obtida experimentalmente. Observa-se ainda, que para
vazões menores (número de Reynolds menor), maior é a proximidade entre
dos valores calculados.

4.2 Leito Fluidizado

Os resultados obtidos experimentalmente para coluna de leito


fluidizado estão descritos abaixo.

4.2.1 Variação de pressão

8000

6000
∆ p (P a )/L

4000

2000 A umentando a vaz ão


Diminuindo a vaz ão
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04
q(m /s)

Figura 10: Gráfico de variação de pressão por velocidade superficial. Faltou comparar com a o
modelo da literatura.
De acordo com a figura 10, o ponto de mínima fluidização é
observado quando ΔP/L atinge o ponto máximo, isto é, maior pico de perda de
carga. Observou-se o fenômeno de histerese, pois no aumento de vazão o leito
estava empacotado gerando uma perda de carga maior que ao diminuir da
vazão.
Comparando com o gráfico obtido na literatura, Figura 4., observa-se
que a tendência é seguida até o ponto D. A partir deste ponto não é observado
a permanência, isto é, o ponto E não foi alcançado como esperado devido os
limites do sistema e / ou por erros aleatórios e experimentais.
“ não sei onde ele não leu isso”

4.2.2 Altura do leito

0,8

L (m)
0,7
Hm (m)
L /Hm (m )

0,6

0,5

0,4
0 0,00002 0,00004 0,00006 0,00008 0,0001 0,00012 0,00014
Q (m ³/s)

Figura 11: Gráfico de altura do leito fluidizado.

Observa-se, na figura 11, que a relação de Hm calculada mostrou-se


próximo ao obtido em laboratório. Os valores obtidos experimentalmente e o
teórico tem duas faixas a primeira quando o leito pouco aumenta, e em outra
que aumenta bastante o comprimento do leito. Este comportamento é
esperado, pois a vazão onde ocorre esta mudança é a mesma que percebesse
a velocidade mínima de fluidização.
Em todos os Resultados tanto em no leito fixo quanto no fluidizado,
podemos inferir que a discrepância entre os valores pode, quando esta
correlacionada, a diferença entre porosidade real e efetiva. A porosidade
efetiva depende de como o leito está empacotado e na presença de bolhas de
ar, que neste caso agem como partículas sólidas diminuindo os espaços vazios
e conseqüentemente a porosidade.

4.2.3 Velocidade mínima de fluidização.

A velocidade de mínima fluidização experimental pode ser obtida


pela figura 10, no ponto de mínima fluidização, com q= 5,89. 10 -2 m/s.
Utilizando a correlação de Ergun e a equação 10, pode-se obter q= 1,13.10 -2
m/s.

4.2.4 Fluidização particulada e agregativa

Na fluidização particulada, as partículas movimentam-se de forma


homogênea e sem formação de vazios ou slug. Este comportamento é
encontrado especialmente em sistemas líquido-sólido.
Para sistemas onde a massa especifica do fluido é muito menor que
a do leito, como a fluidização gás sólido, o escoamento do gás no meio é
irregular e gera bolhas no leito. Esta fluidização é chamada de heterogênea ou
agregativa. [7]

5. CONCLUSÃO

A fluidização impulsiona um bom contato entre a superfície das


partículas sólidas e o fluido. Em conseqüência disso, consegue-se diminuir as
resistências ao transporte de calor e massa. Com a realização deste
experimento obteve-se alguns resultados interessantes.
Quanto maior o valor de K, maior a permeabilidade do meio, no leito
fixo pode-se concluir que o K calculado através da equação de Ergun é teve
valor maior comparado aos outros dois calculados, o mesmo apresentou um
aumento na perda de carga. O fator de atrito determinado experimentalmente
foi maior se comparado com o encontrado pela correlação de Ergun.
Para o leito fluidizado a queda de pressão do sistema aumenta até a
velocidade mínima de fluidização, logo, o ΔP diminui, porém o H tente a
continuar aumentando.
A velocidade de mínima fluidização é identificada quando a pressão
atinge o valor de 7721 Pa/m.

REFERÊNCIAS

[1] FOUST, Alan S. Princípios das operações unitárias. 2. ed Rio de Janeiro:


LTC, c1982.

[2] Escoamento Através de Meios Porosos Indeformáveis. Disponível


em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAbpwAH/meios-
porosos>. Acesso em 13 de abril de 2013.

[3] Escoamento em meios porosos – Leito fixo. Disponível


em:<http://www.enq.ufsc.br/muller/operacoes_unitarias_qm/Leito%20Fixo.pdf>.
Acesso em 13 de abril de 2013.

[4] UNESC, Universidade do Extremo Sul Catarinense. Operações Unitárias.


Apostila de aulas Práticas – IPAT, 2011

[5] Fluidizacao de Gás – Sólidos – Fundamento e Avanços. Disponível em:


<https://www.google.com.br/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&ved=0CEUQFjAC&url=htt
p%3A%2F%2Fwww.maua.br%2Farquivos%2Fartigo%2Fh
%2F621051b55435fbeab33092d9c92c0cb6&ei=gqRuUfq3JYHO9QTpuYG4BA
&usg=AFQjCNGoh5qmmskZuimwBg6iXciR1LND2Q&sig2=seaRuyOd-
H_skZFD7DCuyg&bvm=bv.45368065,d.eWU >. Acesso em: 15 de abril de
2013.

[6] Escoamento de Fluídos Através de Meios Porosos Aniso- trópicos.


Disponivel em: <http://www.sbfisica.org.br/bjp/download/v05/v05a01.pdf >.
Acesso em: 15 de abril de 2013.
[7] Carvalho, R. V. P., Coury, J. R. Estudo do efeito da parede no
escoamento de fluidos compressíveis em leito fixo.In:Congresso Brasileiro
de Engenharia Química em Iniciação Científica, VI, 2005. Disponível em:
<http://www.feq.unicamp.br/~cobeqic/tPT14.pdf>. Acessado em 15 abril
2013.

Você também pode gostar