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Petróleo

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Extração de petróleo em Okemah, Oklahoma, Estados Unidos 1922

Petróleo (do latim petroleum, petrus = pedra e oleum = óleo, do grego πετρέλαιον
[petrélaion], "óleo da pedra", do grego antigo πέτρα [petra], pedra + έλαιον [elaion]
azeite, qualquer substância oleosa, no sentido de óleo bruto), é uma mistura de
substâncias oleosas, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro
característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto,
passando por verde e marrom (castanho). Trata-se de uma combinação complexa de
hidrocarbonetos, composta na sua maioria de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e
aromáticos, podendo conter também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio,
compostos de enxofre e íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio. Esta
categoria inclui petróleos leves, médios e pesados, assim como os óleos extraídos de
areias impregnadas de alcatrão. Materiais hidrocarbonatados que requerem grandes
alterações químicas para a sua recuperação ou conversão em matérias-primas para a
refinação do petróleo, tais como óleos de xisto crus, óleos de xisto enriquecidos e
combustíveis líquidos de hulha, não se incluem nesta definição.

O processo de fraturamento hidráulico (ing. "fracking") possibilita explorar


combustíveis não convencionais, como o gás de xisto. Com o uso deste mesmo método,
campos de petróleo e gás natural, antes tidos como esgotados por serem inacessíveis aos
métodos de extração convencionais, podem voltar a ser plenamente produtivos.
O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua prospecção envolve elevados
custos e complexidade de estudos. É também atualmente a principal fonte de energia,
servindo também como base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os
quais destacam-se benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão, polímeros plásticos e até
mesmo medicamentos. Já foi causa de muitas guerras e é a principal fonte de renda de
muitos países, sobretudo no Oriente Médio.

Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande parte dos automóveis
que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo como, por exemplo,
a parafina, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, polímeros,
solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível para
aviação.

Índice  [esconder] 

1 Origem do Petróleo

2 História

2.1 Antiguidade

2.2 Origens da indústria petrolífera

2.3 O Oriente Médio

2.4 O pós-segunda guerra e a criação da OPEP

2.5 O petróleo no Brasil

3 Geologia

4 Refino do petróleo bruto

5 Principais países produtores de petróleo

6 Maiores exportadores de petróleo

7 Maiores consumidores de petróleo


8 Maiores importadores de petróleo

9 As 15 maiores reservas de petróleo do mundo

10 Classificação e riscos para a saúde

11 Ver também

12 Referências

12.1 Bibliografia

13 Ligações externas

Origem do Petróleo[editar | editar código-fonte]

A hipótese mais aceita leva em conta que, com o aumento da temperatura, as moléculas
do querogênio começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e
gasosos, num processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo
seria necessário que, após o processo de geração (cozinha de geração) e expulsão,
ocorresse a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes e
porosas, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu
caminho, sobre a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa
chamada rocha reservatório. É de aceitação para a maioria dos geólogos e geoquímicos,
que ele se forme a partir de substâncias orgânicas procedentes da superfície terrestre
(detritos orgânicos), mas esta não é a única teoria sobre a sua formação.[1] [2]

Uma outra hipótese, datada do século XIX, defende que o petróleo teve uma origem
inorgânica, a partir dos depósitos de carbono que possivelmente surgiram durante a
formação da Terra.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Antiguidade[editar | editar código-fonte]

Registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4 000 a.C. devido a


exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. Os povos da Mesopotâmia, do
Egito, da Pérsia e da Judeia já utilizavam o betume para pavimentação de estradas,
calafetação de grandes construções, aquecimento e iluminação de casas, bem como
lubrificantes e até laxativo. Os chineses já perfuravam poços, usando hastes de bambu,
no mínimo em 347 a.C.. Heródoto citou em "História", processos de obtenção do
petróleo e do betume no Oriente Médio (Século V AC) [4] .

Amiano Marcelino, historiador do período final do Império Romano, menciona o óleo


da Media, usado em flechas incendiárias, e que não era apagado com água, apenas com
areia; um outro óleo, mais viscoso, era produzido na Pérsia, e chamado na língua persa
de nafta.[5]

No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação. O


petróleo de Bacu, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, para os padrões
da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271.[6]

Origens da indústria petrolífera[editar | editar código-fonte]

Instalação petrolífera

A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, James


Young, na Escócia, descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto
betuminoso, e criou processos de refinação. O primeiro poço moderno foi perfurado em
Bibiheybət (Bibi-Heybat), próximo a Bacu, no Azerbaijão, no ano de 1846. O
Azerbaijão foi o maior produtor de petróleo no século XIX e no final desse sua
produção era de mais da metade da produção mundial.[6] O primeiro poço comercial da
Romênia foi perfurado em 1857. O primeiro poço nas Américas foi perfurado no
Canadá, em 1858. Em agosto de 1859 o norte-americano Edwin Laurentine Drake
perfurou o primeiro poço nos Estados Unidos para a procura do petróleo (a uma
profundidade de 21 metros), no estado da Pensilvânia.[7] O poço revelou-se produtor e
a data passou a ser considerada, pelos norte-americanos, a do nascimento da moderna
indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em
1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões de
barris em 1874.

O Oriente Médio[editar | editar código-fonte]

A história da exploração petrolífera no Oriente Médio nasceu da rivalidade entre a Grã-


Bretanha e o Império Russo.

O barão Paul Julius Reuter (fundador da Reuters) negociara acordos com a Pérsia desde
1872, renovados em 1889, que previam a exploração de petróleo, de maneira a
neutralizar os interesses russos na região. Uma vez que o regime czarista temia a
aproximação britânica da sua fronteira sul, as suas pressões diplomáticas levaram à
anulação destes acordos.

Depósito petrolífero

Sem desistência britânica, as negociações com Teerã foram retomadas por William
Knox d'Arcy. Uma vez que o Xá necessitava de recursos financeiros, acabou sendo
assinado um novo contrato, em 28 de maio de 1901. Pelos seus termos, mediante o
pagamento de 20 mil libras esterlinas líquidas à vista, idêntico montante em ações e
uma percentagem de 16% sobre os eventuais lucros, era garantida a concessão da
exploração por 60 anos, sobre dois terços do território do país. Para explorá-la, d'Arcy
contratou o engenheiro George Reynolds, que priorizou uma região entre a Pérsia (atual
Irã) e a Mesopotâmia (atual Iraque), a cerca de 500 quilômetros do golfo Pérsico. A
primeira perfuração iniciou-se em 1902, sob temperaturas de até 50° Celsius à sombra,
numa área desértica e inóspita, habitada por tribos nômades hostis. Finalmente em abril
de 1904, uma das perfurações começou a produzir, demonstrando, mesmo em
quantidade insuficiente, a existência de petróleo na região.
Os problemas postos à empreitada eram agora financeiros, uma vez que a estimativa
inicial de investimento para a perfuração de dois poços havia sido de cerca de 10 mil
libras, e em quatro anos de trabalho, d'Arcy já havia investido 200 mil. Necessitando de
capital, d'Arcy negociou com a Burmah Oil Company, de Glasgow, a quem cedeu parte
das suas ações. De comum acordo foi escolhida uma nova zona de prospecção: a
chamada "planície do óleo", a sudoeste de Teerã, perto do Chatt al-Arab. Novamente os
gastos mostraram-se pesados: foi necessário abrir uma estrada e o transporte de
40 toneladas de equipamentos e materiais para que se começasse a perfurar, em Janeiro
de 1908. Insatisfeita com a falta de resultados, em 14 de Maio, a Burmah Oil
determinou que Reynolds abandonasse as perfurações. Em 26 de Maio, entretanto, o
petróleo jorrou em Masjed Soleiman. De acordo com a lenda, Reynolds enviou um
telegrama à empresa: "Ver Salmo 104, versículo 15, terceiro parágrafo".[8]

Para custear os pesados investimentos necessários à exploração, transporte e refino do


produto, a Burmah Oil fundou em 1909 a Anglo-Persian Oil Company (atual BP), cujas
ações dispararam. Foi construído um oleoduto de 225 quilômetros e instalada uma
refinaria em Abadã, próximo à fronteira com o Iraque. Entretanto, as dificuldades
financeiras retornaram em 1912, quando a companhia esgotou o seu capital de giro.
Impunha-se uma fusão com a sua rival, a anglo-holandesa Royal Dutch Shell que, à
época dominava o mercado. Entretanto, para o governo britânico à época, o controle
sobre o fornecimento de petróleo era estratégico, inclusive porque os programas navais
de seu Almirantado, para 1912, 1913 e 1914, estabelecidos para confrontar o Império
Alemão, dependiam da construção de navios movidos a óleo, e não mais a carvão.

Ao mesmo tempo, no Iraque, a Turkish Petroleum Company, fundada em 1912 por


iniciativa da Royal Dutch Shell e do Deutsche Bank (cada um com 50% das ações), em
colaboração com o armênio Calouste Gulbenkian manifestava interesse no negócio.
Nesse cenário, alguns dias antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial, o jovem
parlamentar Winston Churchill colocou em votação na Câmara dos Comuns a proposta
de nacionalização da Anglo-Persian, através da qual o governo britânico adquiria 50%
das ações da companhia pelo montante de 2,2 milhões de libras.
Em seguida, os britânicos envidaram esforços para obter a fusão da Turkish com a
Anglo-Persian. Ainda em 1914, o novo consórcio passou a ser controlado em 50% pelos
ingleses, ficando a Shell e o Deutsche Bank com 25% cada um; 5% dos lucros eram
destinados a Gulbenkian, que passou a ser conhecido desde então como o "Senhor 5%".

Com a Primeira Guerra Mundial em progresso, a cooperação anglo-germânica para a


exploração petrolífera era anulada. Com a rendição alemã e o desmembramento do
Império Otomano, as potências vencedoras passaram a controlar o mercado na região.

O primeiro-ministro britânico Lloyd George e o presidente do Conselho francês


Alexandre Millerand firmaram o acordo de San Remo, através do qual o instrumento do
desenvolvimento petrolífero ficou sendo a Turkish Petroleum Company; os franceses
receberam a parte alemã da companhia, que havia sido sequestrada pelos britânicos
durante a guerra. Em troca, os franceses renunciaram a suas pretensões territoriais sobre
Mossul (no norte do Iraque). A Grã-Bretanha, por sua vez, declarou que qualquer
companhia privada que explorasse jazidas de petróleo ficaria sob o seu controle.

O acordo de San Remo representou um duro golpe para os Estados Unidos, que, diante
da hegemonia britânica passaram a demonstrar preocupação com o seu abastecimento.
Um acordo entre ambas as nações só foi firmado em 1925.

Enquanto isso, Faiçal I do Iraque confirmou oficialmente a concessão celebrada em


1912, permitindo o início da prospecção em seu país. Finalmente, a 15 de outubro de
1927, às 3 horas da manhã, perto de Kirkuk, ecoou um imenso estrondo, sucedido por
um jorro de petróleo, de 15 metros acima da torre. Para explorá-lo, foi assinado um
contrato, em 31 de julho de 1928, no hotel das Termas de Ostrende, nos Países Baixos.
Pelos seus termos, estabelecia-se a Iraq Petroleum Company (em substituição à Turkish
Petroleum Company) cujo capital foi repartido entre a britânica Anglo-Persian
(23,75%), a Companhia Francesa de Petróleos (23,75%), um cartel estadunidense (Gulf,
Texaco, Exxon, Mobil, com 23,75%) e os 5% de Gulbenkian. Reunidos, os
representantes dessas companhias traçaram uma linha vermelha em torno do território
do antigo Império Otomano, onde apenas a Pérsia e o Kuwait foram excluídos. No
interior dessa zona, todas as operações petrolíferas deveriam ser desenvolvidas em
colaboração entre elas, e apenas entre elas.

De acordo com os relatórios dos geólogos à época, a Arábia parecia "desprovida de


qualquer perspectiva de petróleo" e a prospecção ali deveria "ser classificada na
categoria do puro jogo". Entretanto, o fato do petróleo ocorrer em abundância na Pérsia
e no Iraque indicava que o mesmo podia ocorrer na Arábia, levando a que o neozelandês
Frank Holmes, com experiência na África do Sul e em Aden, no Iémen, se estabelecesse
na pequena ilha de Bahrein. Holmes obteve do xeque local uma concessão para a
prospecção de petróleo, em 1925.

Em 1926, com seus recursos esgotados, Holmes propôs vender a sua concessão aos
britânicos, mas foi rechaçado, uma vez que, mesmo duvidando da presença de óleo na
região, percebiam-no como um intruso. Holmes então dirigiu-se a Nova Iorque e propôs
a venda da sua concessão aos estadunidenses, adquirida pela Gulf Oil em 1927. Essa
companhia, entretanto tornou-se parte da Iraq Petroleum Company em 1928. Como esta
era signatária do acordo da Linha Vermelha, tornava-se impossível para a Gulf operar
sozinha no Bahrein. Desse modo, revendeu as suas ações à Standard Oil of California
(SOCAL, ex-Standard Oil Company), que havia ratificado o acordo. Essa operação
irritou os britânicos, que não admitiam que os estadunidenses se instalassem no Oriente
Médio. Sob a égide britânica, os xeques não podiam agir por conta própria. Uma
cláusula de nacionalidade britânica era exigida para explorar o petróleo. Para contornar
o impedimento, a SOCAL estabeleceu uma filial no Canadá, um território britânico. Um
ano mais tarde, convencidos de que não havia petróleo em Bahrein, os britânicos
acabaram concordando. As perfurações iniciaram-se, desse modo, em 1931. Em 31 de
maio de 1932, uma jazida era descoberta, vindo a inverter o equilíbrio regional e
mundial, e criando uma situação que dura até aos dias de hoje.
Na Arábia Saudita, em maio de 1933, o rei Ibn Saud, concedeu à SOCAL o direito de
exploração do petróleo de seu país por 60 anos, mediante um pagamento de 35 mil
peças de ouro. O articulador do mesmo foi Saint John Philby, antigo funcionário
britânico do Império das Índias, transformado em conselheiro de Ibn Saud.

Derrotados na Arábia Saudita, os britânicos associaram-se aos estadunidenses, um ano e


meio mais tarde, em partes iguais, no Kuwait, a última zona de prospecção. As seis
primeiras perfurações foram infrutíferas até que, em 1938, vastas reservas foram
descobertas no Kuwait e na Arábia.

O pós-segunda guerra e a criação da OPEP[editar | editar código-fonte]

Plataforma marinha de extração do petróleo

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela descolonização foi seguido pelo
direito das nações disporem livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto,
os países do Golfo Pérsico passaram a manifestar o desejo de libertar-se das companhias
petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o apoio dos Estados Unidos enquanto
superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". Empresas recém-
chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores condições à
Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas
posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera
na base de 50/50. Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait
e ao Iraque.

Como as multinacionais anglo-americanas (as "sete irmãs"), conservassem o controle


dos preços e dos volumes de produção, 1950 foi também o ano da primeira tentativa de
contestação. No Irã, o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh nacionalizou as
jazidas do país. Os britânicos, prejudicados, organizaram um bloco militar em favor das
exportações. Durante quatro anos os iranianos resistiram até que, em 1954, os
estadunidenses eliminaram Mossadegh, assumiram o controle do petróleo iraniano e, de
passagem, afastaram os ingleses.

Em 1960, a Arábia Saudita, o Kuwait, o Irã, o Iraque e a Venezuela criaram a


Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com o objetivo, segundo a
organização, de permitir aos países produtores de petróleo de exercerem soberania sobre
suas reversas de petróleo, em um momento em que o mercado internacional estava
dominado pelas "sete irmãs".[9]

Ainda demoraria uma década, entretanto, para que a correlação de forças entre países
consumidores e países produtores fosse alterada. Isso aconteceu quando, devido a um
acidente que danificou o oleoduto entre a Arábia Saudita e o mar Mediterrâneo, levou a
uma diminuição da oferta de 5 mil barris/dia no mercado. Como consequência, os
preços do petróleo subiram, e a OPEP deu-se conta de seu poder.

As nacionalizações voltaram à ordem do dia nos países árabes: em 1972, o Iraque


recuperou o controle da sua indústria petrolífera, nacionalizando-a em 1975. Sem
desejar ser reduzidas a meros compradores de petróleo, as companhias ocidentais
introduziram uma nova figura jurídica para manter o seu "status": os "contratos de
partilha da produção". Por eles, passaram a se associar à produção local do petróleo e a
comercializar por sua própria conta uma parte da produção da jazida.

A Guerra do Yom Kipur (1973), provocou o primeiro choque petrolífero mundial. A


OPEP elevou o preço do barril em 70% e limitou a sua produção. No ano seguinte
(1974), o Kuwait e o Catar assumiram o controle (em até 60%) das companhias que
atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez o mesmo antes de nacionalizar
completamente a Arabian-American Oil Company (ARAMCO) em 1976.
Esses fatos levaram a que os países produtores passassem a controlar o mercado, tendo
as companhias perdido a capacidade de ditar os preços do crude. Elas conservam, e
mantém até hoje, ainda, a primazia sobre o refinamento, o transporte e a
comercialização do óleo e derivados. Se em 1940, o Oriente Médio produzia 5% do
petróleo mundial, em 1973, à época do choque petrolífero, atingia 36,9%. Hoje, o
acesso a esse recurso facilita e muito uma intervenção contra países que tem posse deste
recurso, pelo menos facilitando a chance de guerra em 100 vezes mais.[10]

O petróleo no Brasil[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Petróleo no Brasil

Poço de petróleo em Paraguaçu Paulista

No Brasil, a primeira sondagem foi realizada no município de Bofete no estado de São


Paulo, entre 1892 e 1896, por iniciativa Eugênio Ferreira de Camargo. Foi responsável
pela primeira perfuração, até à profundidade de 488 metros, que teve como resultado
apenas água sulfurosa.

Em 1932 foi instalada a primeira refinaria de petróleo do país, a Refinaria Rio-


grandense de Petróleo, em Uruguaiana, a qual utilizava petróleo importado do Chile,
entre outros países.

Foi somente no ano de 1939 que foi descoberto óleo no bairro do Lobato, em Salvador

Desde os anos 1930 o tema do petróleo foi amplamente discutido no Brasil, polarizado
entre os que defendiam o monopólio da União e os que defendiam a participação da
iniciativa privada na exploração petrolífera. Entretanto, naquele período, o país ainda
dependia das empresas privadas multinacionais para todas as etapas da exploração
petrolífera, desde a extração, refino até a distribuição de combustíveis. Após a Segunda
Guerra Mundial iniciou-se no país um grande movimento em prol da nacionalização da
produção petrolífera. Naquela época o Brasil era um grande importador de petróleo e as
reservas brasileiras eram pequenas, quase insignificantes. Mesmo assim diversos
movimentos sociais e setores organizados da sociedade civil mobilizaram a campanha
"O petróleo é nosso!", que resultou na criação da Petrobrás em 1953, no segundo
Governo de Getúlio Vargas. A Lei 2.004 de 3 de outubro de 1953 também garantia ao
Estado o monopólio da extração de petróleo do subsolo, que foi incorporado como
artigo da Constituição de 1967 (Carta Política de 1967) através da Emenda nº 1, de
1969. O monopólio da União foi eliminado em 1995, com a EC 9/1995 que modificou o
Art. 177 da Constituição Federal.

Após a crise petrolífera de 1973, a Petrobrás modificou sua estratégia de exploração


petrolífera, que até então priorizava parcerias internacionais e a exploração de campos
mais rentáveis no exterior. Entretanto, naquela época o Brasil importava 90% do
petróleo que consumia e o novo patamar de preços tornou mais interessante explorar
petróleo nas áreas de maior custo do país, e a Petrobrás passou a procurar petróleo em
alto mar. Em 1974 a Petrobrás descobre indícios de petróleo na Bacia de Campos,
confirmados com a perfuração do primeiro poço em 1976. Desde então esta região da
Bacia de Campos tornou-se a principal região petrolífera do país, chegando a responder
por mais de 2/3 do consumo nacional até o início dos anos 1990, e ultrapassando 90%
da produção petrolífera nacional nos anos 2000.

Em 2007 a Petrobrás anunciou a descoberta de petróleo na camada denominada pré-sal,


que posteriormente verificou-se ser um grande campo petrolífero, estendendo-se ao
longo de 800 km na costa brasileira, do estado do Espírito Santo ao de Santa Catarina,
abaixo de espessa camada de sal (rocha salina) e englobando as bacias sedimentares do
Espírito Santo, de Campos e de Santos. O primeiro óleo do pré-sal foi extraído em 2008
e alguns poços como Tupi[desambiguação necessária] estão em fase de teste, e alguns já
iniciaram a fase comercial por volta de 2010. O maior campo de petróleo do pré-sal, o
Campo de Libra, foi leiloado em 2013. Estima-se que o óleo recuperável na área do
Campo de Libra, varie de 8 a 12 bilhões de barris. [11]
De 2010 a 2014, a média anual de extração de petróleo do pré-sal cresceu quase doze
vezes, avançando de uma média inicial de 42 mil barris por dia em 2010 (praticamente
apena Tupi) para 492 mil barris por dia na média de 2014. No primeiro trimestre de
2015, essa produção correspondia a cerca de 20% do total de produção de petróleo da
Petrobras e em 2018 chegará a 52%.[12]

Geologia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Geologia do petróleo

Esquema de uma bomba para extração de petróleo

O petróleo está associado a grandes estruturas que comunicam a crosta e o manto da


Terra, sobretudo nos limites entre placas tectônicas.

O petróleo e gás natural são encontrados tanto em terra quanto no mar, principalmente
nas bacias sedimentares (onde se encontram meios mais porosos - reservatórios), mas
também em rochas do embasamento cristalino. Os hidrocarbonetos, portanto, ocupam
espaços porosos nas rochas, sejam eles entre grãos ou fraturas. São efetuados estudos
das potencialidades das estruturas acumuladoras (armadilhas ou trapas), principalmente
através de sísmica que é o principal método geofísico para a pesquisa dos
hidrocarbonetos.

Durante a perfuração de um poço, as rochas atravessadas são descritas, pesquisando-se a


ocorrência de indícios de hidrocarbonetos. Logo após a perfuração são investigadas as
propriedades radioativas, elétricas, magnéticas e elásticas das rochas da parede do poço
através de ferramentas especiais (perfilagem) as quais permitem ler as propriedades
físicas das rochas, identificar e avaliar a ocorrência de hidrocarbonetos.
Refino do petróleo bruto[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Refino

Ao chegar nas refinarias, o produto extraído dos reservatórios é submetido a uma


separação gás-óleo-água livre e desidratação do óleo para retirada de água e sais
presentes no petróleo. O óleo bruto resultante é bombeado a um forno e em seguida, é
encaminhado à uma torre de destilação atmosférica, também conhecida como destilação
fracionada, onde ocorrerá a primeira etapa de separação de seus derivados.

Ao longo da torre de destilação fracionada, há uma série de pratos (cerca de 30), onde é
efetuada a separação dos derivados do petróleo de acordo com seus pontos de ebulição.
Como o petróleo é composto por hidrocarbonetos, as frações mais pesadas dele são
destiladas na parte inferior da torre e as frações mais leves na parte superior. Nesta
etapa, são obtidos derivados como:

Gás combustível

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

Nafta/Gasolina

Querosene

Óleo Diesel

Gasóleo[13]

A etapa posterior consiste na destilação à vácuo dos resíduos da destilação atmosférica


após seu aquecimento no forno[14] . Devido a ação do vácuo, esta unidade opera com
pressões inferiores à pressão atmosférica, possibilitando que o sistema de calor e pratos
efetue a separação de novos derivados do petróleo, como óleo combustível ou asfalto,
Gasóleo Pesado e Gasóleo Leve[14] .
Nas refinarias ainda ocorrem outros processos para obtenção de derivados diversos,
como o craqueamento, que transforma frações mais pesadas em frações mais leves
através da quebra de moléculas dos compostos de cadeias longas em cadeias menores, e
alquilação catalítica, onde há "a reação de adição de duas moléculas leves para a síntese
de uma terceira de maior peso molecular, catalisada por um agente de forte caráter
ácido[15] ".

Principais países produtores de petróleo[editar | editar código-fonte]

Ver página: Lista de países por produção de petróleo

Países produtores de petróleo

Valores de produção em 2010, em milhões de barris por dia

1. Arábia Saudita (OPEP) 11,726

2.  Estados Unidos 11,109

3.  Rússia10,397

4.  República Popular da China 4,372

5.  Canadá 3,856

6.  Irão (OPEP) 3,518

7.  Emirados Árabes Unidos (OPEP) 3,213

8.  Iraque (OPEP) 2,987

9.  México 2,936

10. Kuwait (OPEP 2,797

11.  Brasil 2,625

12. Nigéria (OPEP) 2,524


13.  Venezuela (OPEP) 2,489

14.  Catar (OPEP) 2,033

15.  Noruega 1,902

Fonte: Departamento de Estatística dos E.U.A..

Maiores exportadores de petróleo[editar | editar código-fonte]

Exportações de petróleo, por país

Ordenados por milhões de barris exportados por dia em 2009:

1. Arábia Saudita (OPEP) 8,856

2.  Rússia7,201

3.  Emirados Árabes Unidos (OPEP) 2,544

4. Kuwait (OPEP) 2,347

5.  Iraque (OPEP) 2,247

6. Nigéria (OPEP) 2,224

7.  Catar (OPEP) 1,829

8.  Irão (OPEP) 1,728

9.  Angola (OPEP) 1,713

10.  Venezuela (OPEP) 1,712

11.  Noruega 1,680

12.  Canadá 1,576

13.  Argélia 1,507


14. Cazaquistão 1,355

15.  Líbia (OPEP) 1,244

1 Países que já ultrapassaram o pico de produção

Fonte: Departamento de Estatística dos E.U.A..

Maiores consumidores de petróleo[editar | editar código-fonte]

Valores de consumo em 2010, em milhões de barris por dia:

1.  Estados Unidos 19,180

2.  República Popular da China 9,392

3.  Japão 4,452

4.  Índia 3,116

5.  Rússia3,038

6. Arábia Saudita (OPEP) 2,650

7.  Brasil 2,560

8.  Alemanha 2,495

9.  Coreia do Sul 2,251

10.  Canadá 2,216

11.  México 2,073

12.  França 1,861

13.  Irão (OPEP) 1,800

14.  Reino Unido 1,622


15.  Itália 1,528

Fonte: Departamento de Estatística dos E.U.A..

Maiores importadores de petróleo[editar | editar código-fonte]

Importações de petróleo, por país

Valores de Importação em 2009, em milhões de barris por dia:

1.  Estados Unidos 9,631

2.  República Popular da China 4,328

3.  Japão 4,235

4.  Alemanha 2,323

5.  Índia 2,233

6.  Coreia do Sul 2,139

7.  França 1,749

8.  Reino Unido 1,588

9. Espanha 1,439

10.  Itália 1,381

11.  Países Baixos 0,973

12. Taiwan 0,944

13.  Singapura 0,916

14.  Turquia 0,650

15.  Bélgica 0,597


Fonte: Departamento de Estatística dos E.U.A..

As 15 maiores reservas de petróleo do mundo[editar | editar código-fonte]

Ver página: Lista de países por reservas de petróleo

Valores de Reservas em 2011, em bilhões de barris de óleo equivalente:[16]

1. Arábia Saudita¹ 264,6

2.  Venezuela¹ 209,4

3.  Canadá 173,6

4.  Irão¹ 151,2

5.  Iraque¹ 143,1

6. Kuwait¹ 101,5

7.  Emirados Árabes Unidos¹ 97,8

8.  Rússia60,0

9.  Argélia¹ 12,26

10.  Líbia¹ 48,1

11. Nigéria¹ 38,5

12. Cazaquistão 30,0

13.  Brasil 25,21

14.  Estados Unidos 19,1

15.  China 16,1

¹ Países-membros da OPEP
Classificação e riscos para a saúde[editar | editar código-fonte]

Limpeza de resíduos petrolíferos

Classificação: "Carc. Cat. 2; R45" - Substância Cancerígena categoria 2 - Pode causar


cancro, câncer

Frases de Segurança (Rotulagem):

S43: Evitar a exposição - obter instruções específicas antes da utilização.

S45: Em caso de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico (se


possível mostrar-lhe o rótulo).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ver página: Lista de companhias petrolíferas

Biocombustível

Combustíveis alternativos

Combustível sintético

Processo Petrosix

Prospecção de petróleo

Referências

Ir para cima ↑ Filipe de Barros (200de abril de 2009). Formação do petróleo: teoria
orgânica. Visitado em 22 de dezembro de 2012.

Ir para cima ↑ Cepa. A origem do petróleo. Visitado em 22 de dezembro de 2012.

Ir para cima ↑ A origem inorgânica do petróleo. Visitado em 22 de dezembro de 2012.

Ir para cima ↑ COTTA, Pery - O petróleo é nosso? - Guavira Editores - 1975 - Rio de
Janeiro - pg. 174
Ir para cima ↑ Amiano Marcelino, História Romana, Livro XXIII, Capítulo 6, Uma
descrição das dezoito grandes províncias do reino persa, com a força de cada uma e os
costumes dos seus habitantes, 37-38 [em linha]

↑ Ir para: a b Azerbaijan's Oil History (em inglês)

A História do Petróleo do Azerbaijão

Ir para cima ↑ Titusville, Pensilvânia, 1896 (1896). Visitado em 2013-07-17. (em


inglês)

Ir para cima ↑ "Que Ele possa fazer sair o óleo da terra para a alegria de todos." (Salmos
104:15).

Ir para cima ↑ OPEP, About Us, Brief History [em linha] (em inglês)

Ir para cima ↑ Intervention in civil wars ‘far more likely in oil-rich nations’ The
Independent, 28 de janeiro de 2015

Ir para cima ↑ https://portogente.com.br/portopedia/campo-de-libra-79806

Ir para cima ↑ http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/areas-de-


atuacao/exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/pre-sal/

Ir para cima ↑ http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11898/11898_11.PDF PUC-Rio.


Visitado em 01/04/2015.

↑ Ir para: a b Processo Produtivo. Visitado em 01/04/2015.

Ir para cima ↑ Processamento Primário de Petróleo / Noções de Processo de Refino.


Visitado em 01/04/2015.

Ir para cima ↑ Vanessa Barbosa (15 de agosto de 2012). Os 15 países com as maiores
reservas de petróleo do mundo exame.com.br. Visitado em 01 de outubro de 2012.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

DIAS, Danilo de Souza e RODRIGUES, Adriano Pires (1994). Petróleo, livre mercado
e demandas sociais. Instituto Liberal: Rio de Janeiro, RJ.
MINADEO, Roberto (2002). Petróleo, a maior indústria do mundo. Thex Editora: Rio
de Janeiro, RJ.

RODRIGUES NETO, João. (2008) As políticas petrolíferas de JK a Sarney (1956-


1990). Simpósio de Pós-graduação em História Econômica, de 03 a 05 de setembro de
2008, na USP, São Paulo, SP. [1]

SHAH, Sonia (2007). A História do Petróleo L&PM Editores: Porto Alegre, RS. ISBN
978-85-254-1654-4. 240p.

UNGER, Craig (2004). As famílias do petróleo. Record: Rio de Janeiro, RJ.

VICTOR, Mario (1970). A Batalha do Petróleo Brasileiro. Ed. Civilização Brasileira:


Rio de Janeiro, RJ.

VIDAL, Gore (2003). Sonhando a Guerra: Sangue por petróleo e a Junta Cheney-Bush.
Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, RJ. ISBN 85-209-1554-X. 175 p.

YERGIN, Daniel (1992). O Petróleo: Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder.


Scritta Editorial: São Paulo, SP. 932 p.

MARQUES, Matheus (2010). O Petróleo e Economia . Editora Thompsom. Alfenas,


MG. 932 p.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:

Citações no Wikiquote

Categoria no Commons

Preços históricos do petróleo bruto - fonte es Fundo Monetário Internacional

TN Petróleo (em português) - O Petróleo no mundo, no Brasil, SMS, produção, refino e


plataformas

Extração de Petróleo na camada pré-sal (em português)

A história do petróleo e os fundamentos de uma crise energética - fonte Clubeinvest

Um breve capítulo sobre a origem inorgânica do petróleo - fonte Google


[Expandir]

v • e

Fontes de Energia

Portal da química Portal do ambiente

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O Petróleo Bruto

Petróleo bruto é o termo para o óleo não processado. Ele também é conhecido apenas
como petróleo. O petróleo bruto é um combustível fóssil, o que significa que ele é
formado pelo processo de decomposição de matéria orgânica, restos vegetais, algas,
alguns tipos de plâncton e restos de animais marinhos - ocorrido durante centenas de
milhões de anos na história geológica da Terra. Os tipos de petróleo bruto podem
apresentar cores diferentes, de claros a negro, assim como viscosidades diferentes, que
podem ser semelhantes à água ou quase sólidas.

O petróleo bruto é o ponto de partida para muitas substâncias diferentes porque contém
hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos são moléculas que contém hidrogênio e carbono e
existem em diferentes tamanhos e estruturas, com cadeias ramificadas e não ramificadas
e anéis.

Duas características são importantes nos hidrocarbonetos:


Eles contêm muita energia. Muitos dos produtos derivados de petróleo bruto como a
gasolina, óleo diesel, parafina sólida e assim por diante são úteis graça a essa energia;

Eles podem ter formas diferentes. O menor hidrocarboneto é o metano (CH4), um gás
mais leve do que o ar. Cadeias mais longas contêm cinco carbonos ou mais e são
líquidos; já nas cadeias muito longas há hidrocarbonetos sólidos, como a cera. Ao ligar
quimicamente cadeias de hidrocarbonetos artificialmente, obtemos vários produtos, que
vão da borracha sintética até o náilon e o plástico de potes para alimentos.

As principais classes de hidrocarbonetos em petróleo bruto incluem:

Parafinas

Fórmula geral: CnH2n+2 (n é um número inteiro, geralmente de 1 a 20).

As moléculas são cadeias ramificadas ou não.

Em temperatura ambiente podem ser gases ou líquidos, dependendo da molécula.

Exemplos: metano, etano, propano, butano, isobutano, pentano, hexano.

Aromáticos

Fórmula geral: C6H5 - Y (Y é uma molécula mais longa e não ramificada que se
conecta a anéis benzênicos).

Estruturas em anel, com um ou mais anéis.

Os anéis contêm seis átomos de carbono, com ligações duplas e simples alternando-se
entre os carbonos.

Geralmente são líquidos.

Exemplos: benzeno, naftaleno

Naftenos ou Cicloalcanos

Fórmula geral: CnH2n (n é um número inteiro, geralmente de 1 a 20).

Estruturas em anel, com um ou mais anéis.


Os anéis contêm apenas ligações simples entre os átomos de carbono.

Em temperatura ambiente, geralmente são líquidos.

Exemplos: ciclohexano, metilciclopentano.

Outros hidrocarbonetos:

Alcenos

Fórmula geral: CnH2n (n é um número inteiro, geralmente de 1 a 20).

Moléculas de cadeias ramificadas ou não que contêm uma ligação dupla carbono-
carbono.

Podem apresentar-se nos estados líquido ou gasoso.

Exemplos: etileno, buteno, isobuteno.

Dienos e Alcinos

Fórmula geral: CnH2n-2 (n é um número inteiro, geralmente de 1 a 20).

Moléculas de cadeias ramificadas ou não que contêm duas ligações duplas carbono-
carbono.

Podem apresentar-se nos estados líquido ou gasoso.

Exemplos: acetileno, butadieno.

A composição do petróleo bruto

Em média, o petróleo bruto contém os seguintes elementos ou compostos:

carbono - 84%

hidrogênio - 14%

enxofre - de 1 a 3% (sulfeto de hidrogênio, sulfetos, dissulfetos, enxofre elementar)


nitrogênio - menos de 1% (compostos básicos com grupos amina)

oxigênio - menos de 1% (encontrado em compostos orgânicos como o dióxido de


carbono, fenóis, cetonas e ácidos carboxílicos)

metais - menos de 1% (níquel, ferro, vanádio, cobre, arsênio)

sais - menos de 1% (cloreto de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio)

odutos derivados do petróleo bruto

Autor: 

Craig C. Freudenrich, Ph.D.

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produtos derivados do petróleo bruto

O petróleo bruto contém centenas de diferentes tipos de hidrocarbonetos misturados e,


para separá-los, é necessário refinar o petróleo

As cadeias de hidrocarbonetos de diferentes tamanhos têm pontos de ebulição que vão


aumentando progressivamente, o que possibilita separá-las através do processo de
destilação. É isso o que acontece em uma refinaria de petróleo. Na etapa inicial do
refino, o petróleo bruto é aquecido e as diferentes cadeias são separadas de acordo com
suas temperaturas de evaporação. Cada comprimento de cadeia diferente tem uma
propriedade diferente que a torna útil de uma maneira específica.

Para entender a diversidade contida no petróleo bruto e o motivo pelo qual o seu refino
é tão importante, veja uma lista de produtos que obtemos a partir do petróleo bruto:

gás de petróleo: usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos

alcanos com cadeias curtas (de 1 a 4 átomos de carbono)

normalmente conhecidos pelos nomes de metano, etano, propano, butano


faixa de ebulição: menos de 40°C

são liquefeitos sob pressão para criar o GLP (gás liquefeito de petróleo)

nafta: intermediário que irá passar por mais processamento para produzir gasolina

mistura de alcanos de 5 a 9 átomos de carbono

faixa de ebulição: de 60 a 100°C

gasolina: combustível de motores

líquido

mistura de alcanos e cicloalcanos (de 5 a 12 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 40 a 205°C

querosene: combustível para motores de jatos e tratores, além de ser material inicial
para a fabricação de outros produtos

líquido

mistura de alcanos (de 10 a 18 carbonos) e aromáticos

faixa de ebulição: de 175 a 325°C

gasóleo ou diesel destilado: usado como diesel e óleo combustível, além de ser um
intermediário para fabricação de outros produtos

líquido

alcanos contendo 12 ou mais átomos de carbono

faixa de ebulição: de 250 a 350°C

óleo lubrificante: usado para óleo de motor, graxa e outros lubrificantes

líquido

alcanos, cicloalnos e aromáticos de cadeias longas (de 20 a 50 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 300 a 370°C


petróleo pesado ou óleo combustível: usado como combustível industrial, também serve
como intermediário na fabricação de outros produtos

líquido

alcanos, cicloalcanos e aromáticos de cadeia longa (de 20 a 70 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 370 a 600°C

resíduos: coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, além de ser material inicial para
fabricação de outros produtos

sólido

compostos com vários anéis com 70 átomos de carbono ou mais

faixa de ebulição: mais de 600°C

Você pode ter notado que todos esses produtos têm tamanhos e faixas de ebulição
diferentes. Os químicos tiram vantagem dessas propriedades ao refinar o petróleo. Veja
a próxima seção para descobrir os detalhes deste processo.

O petróleo bruto contém centenas de diferentes tipos de hidrocarbonetos misturados e,


para separá-los, é necessário refinar o petróleo

As cadeias de hidrocarbonetos de diferentes tamanhos têm pontos de ebulição que vão


aumentando progressivamente, o que possibilita separá-las através do processo de
destilação. É isso o que acontece em uma refinaria de petróleo. Na etapa inicial do
refino, o petróleo bruto é aquecido e as diferentes cadeias são separadas de acordo com
suas temperaturas de evaporação. Cada comprimento de cadeia diferente tem uma
propriedade diferente que a torna útil de uma maneira específica.

Para entender a diversidade contida no petróleo bruto e o motivo pelo qual o seu refino
é tão importante, veja uma lista de produtos que obtemos a partir do petróleo bruto:

gás de petróleo: usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos

alcanos com cadeias curtas (de 1 a 4 átomos de carbono)

normalmente conhecidos pelos nomes de metano, etano, propano, butano


faixa de ebulição: menos de 40°C

são liquefeitos sob pressão para criar o GLP (gás liquefeito de petróleo)

nafta: intermediário que irá passar por mais processamento para produzir gasolina

mistura de alcanos de 5 a 9 átomos de carbono

faixa de ebulição: de 60 a 100°C

gasolina: combustível de motores

líquido

mistura de alcanos e cicloalcanos (de 5 a 12 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 40 a 205°C

querosene: combustível para motores de jatos e tratores, além de ser material inicial
para a fabricação de outros produtos

líquido

mistura de alcanos (de 10 a 18 carbonos) e aromáticos

faixa de ebulição: de 175 a 325°C

gasóleo ou diesel destilado: usado como diesel e óleo combustível, além de ser um
intermediário para fabricação de outros produtos

líquido

alcanos contendo 12 ou mais átomos de carbono

faixa de ebulição: de 250 a 350°C

óleo lubrificante: usado para óleo de motor, graxa e outros lubrificantes

líquido

alcanos, cicloalnos e aromáticos de cadeias longas (de 20 a 50 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 300 a 370°C


petróleo pesado ou óleo combustível: usado como combustível industrial, também serve
como intermediário na fabricação de outros produtos

líquido

alcanos, cicloalcanos e aromáticos de cadeia longa (de 20 a 70 átomos de carbono)

faixa de ebulição: de 370 a 600°C

resíduos: coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, além de ser material inicial para
fabricação de outros produtos

sólido

compostos com vários anéis com 70 átomos de carbono ou mais

faixa de ebulição: mais de 600°C

Você pode ter notado que todos esses produtos têm tamanhos e faixas de ebulição
diferentes. Os químicos tiram vantagem dessas propriedades ao refinar o petróleo. Veja
a próxima seção para descobrir os detalhes deste processo.

Aplicação do petróleo no nosso dia-a-dia

 O petróleo bruto está cada vez mais caro a cada dia que passa. Apesar de isto não
importar a alguns, temos de ter em consideração que o petróleo bruto não serve só para
abastecer os automóveis, serve para muitas outras coisas do nosso quotidiano, nas casas,
nas ruas, nos alimentos, na roupa, nos cosméticos, nos computadores, e até nos
foguetões. Ele é o componente básico de milhares de objectos.

Mesmo nos automóveis, o petróleo não existe apenas para abastecer, mas também nos
tapetes, nos pneus, …

Para termos uma ideia da utilidade do petróleo no nosso dia-a-dia podemos fazer uma
lista de produtos que só existem graças ao petróleo bruto: chupetas, absorventes, fraldas,
sapatos, material cirúrgico, tintas, plásticos, tecidos sintéticos, seringas descartáveis,
pilhas, pastilhas, fósforos, adesivos, champô, velas, entre muitos outros. Portanto o
petróleo está no dia-a-dia de

cada um de nós, e também de quem não possuí automóvel.


Digamos que se não fosse a existência de petróleo bruto, não estaríamos a usar as
roupas que costumamos usar, nem os sapatos, não poderíamos utilizar nada que precisa
de pilhas, que são inúmeras coisas. Além da electricidade, visto que o petróleo é uma
energia energética.

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