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Caderno de Resumos
6º Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da
UNESP
Marília – 24/05 a 27/05
2011
24 de maio de 2011 (terça-feira)
19h30 Abertura
20h00-22h00
20h00-22h00
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9h00 – 12h00 - Sessão de Comunicação IV
20h00-22h00
20h00-21h30
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24 de Maio de 2011 (terça-feira)
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Da paixão tristeza e da sua natureza no contexto da depressão pós-
parto manifestada no período puerperal
CONTURBIA, Soraya de Lima Cabral (UFES)
A metempsicose no Fédon
NETTO, Dorival Braz (UFSCar)
5
Materialismo versus Idealismo, ou mais uma vez Marx contra Hegel.
COIMBRA, Fábio (UFMA)
6
Temporalidade n’Os Devaneios de Rousseau: um ensaio para a Primeira
Caminhada
SALVADORI, Theo Tanus (UNESP/Marília)
7
Sobre a possibilidade de filosofar cotidianamente
MENEZES, Manoela Paiva (UNESP/Marília) (Só pode quarta-feira)
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A quebra paradigmática do “indivíduo pós-moderno”
CALAHANI, Aline Ignacio (UENP)
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Coordenador: João Antonio de Moraes
Local: Anfiteatro I
14h15 -16h45
Da Amizade em Montaigne
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RODRIGUES, Carlos Eduardo de Lima (FAJOPA)
A semântica inferencial
MAROLDI, Marcelo Masson (UFSCar)
Do Discurso, do Enunciado
SOARES, Jean Dyêgo Gomes (UFOP)
11
27 de Maio de 2011 (sexta-feira)
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Sessão de Comunicações XIX – Kant
Coordenador: Thiago C. Nascimento
Local: sala 64
09h00 -11h00
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Local: Anfiteatro I
16h30 – 18h00
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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES
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CASTORIADIS: O IMAGINÁRIO RADICAL E A CRIAÇÃO SOCIAL-
HISTÓRICA
ADÃO, Adriana Cristina. Universidade Estadual Paulista – Campus Marília.
Orientador: Ricardo Monteagudo. Bolsa: BAAE I – PROEX. dridarck@hotmail.com
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Objetivamos neste trabalho examinar o papel do intelectual na obra de Michel Foucault
e relacioná-lo com o registro possível de uma filosofia política da educação. Para tal,
procuramos reconstruir a noção de intelectual a partir da leitura de certas obras de
Foucault que datam a década de setenta e o inicio de oitenta. Observa-se deste modo
que existe um desenvolvimento e uma reelaboração na noção de intelectual, passando
de uma concepção instrumental de atuação especifica e local, onde se recusa qualquer
separação entre teoria e prática, para uma concepção ética, de denuncia da verdade, uma
moral anti-estratégica onde se toma como problemas centrais a questão do governo de
si, da verdade e do sujeito na atualidade, sem que isto signifique uma separação entre
teoria e pratica, pois a centralidade da questão ético-política permanece como o ethos do
intelectual. Entende-se que a emergência dos intelectuais específicos surge a partir de
novas configurações do poder na sociedade, anunciando novas formas de
individualização, da então vigente sociedade disciplinar, neste sentido, a hipótese de
Deleuze sobre a sociedade do controle se soma na radicalização deste diagnóstico. O
que implica pensar a teoria-prática dos professores como uma atuação nas lutas, seja na
escrita ou no cotidiano, problematizando sua relação enquanto sujeito com a verdade o
governo de si e dos outros.
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NIETZSCHE E DOSTOIÉVSKI: UMA LEITURA DE MEMÓRIAS DO
SUBSOLO A PARTIR DE UM REFERENCIAL NIETZSCHEANO
AMARAL, Cassiano Clemente Russo. Universidade Estadual de Londrina. Orientador:
José Fernandes Weber. Bolsa: CAPES. cassiano.russo@hotmail.com
Neste texto focamos o papel do direito como capaz de manter a paz e a segurança
internacional, com a implantação e garantia da democracia e dos direitos humanos,
desde a perspectiva teórica de Jürgen Habermas. Para Habermas após o surgimento dos
Estados Nacionais, a relação entre eles passou a ser intermediada por meio do direito
internacional, restrito aos Estados. Kant, no entanto, formula a teoria do “Estado
Cosmopolita”, pela qual ele critica a restrição do direito internacional apenas aos
Estados. Depois das duas guerras mundiais verificou-se a constitucionalização do
direito internacional em constituições internacionais, organizações e procedimentos,
seguindo dessa maneira o caminho apontado por Kant rumo a uma Federação de
Estados ou “Estado Cosmopolita”. Habermas analisa essa proposta kantiana e avalia as
possibilidades de através dela se estabelecer a paz e a implantação da democracia e dos
direito humanos entre os povos.
Este trabalho tem como objetivo analisar a relação da presença, mundo e linguagem
como significância em Ser e Tempo de Heidegger. A significância de mundo,
significância da presença e linguagem da Seção 1 com os existenciais da disposição,
compreensão, interpretação, decadência e linguagem, com a Seção 2 os existenciais da
angustia, voz da consciência e linguagem. O pensador Heidegger compreende a
presença em relação com o mundo, pelo qual tem um significado em relação com este
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mundo. Será focalizado na presença como é este significante inserido na circularidade
hermenêutica e como se distingue e manifesta este significado nas duas formas de
linguagem, a formal e a silenciosa em Ser e Tempo. Como que a presença desenvolve
este projetar, transcendente; como é este ser e sentido inserido neste projetar, enfatizado
na significabilidade, compreensão, interpretação e linguagem demonstrando a
mundanidade de mundo ou significância de mundo?Neste mesmo projetar em suas
possibilidades estabelecemos uma diferença quando a presença através da angustia,voz
da consciência e linguagem se decide demonstrando a significância da presença.
Buscando-se tratar dentro desta relação a diferença e relevância para a presença no
cotidiano da contemporaneidade.
O objetivo desse trabalho é analisar a hipótese, elaborada por Gregory Bateson em seu
livro Mente e Natureza, que os seres vivos estão ligados entre si e com a natureza
através de padrões informacionais. Bateson caracteriza metaforicamente essa ligação
como sendo uma espécie de cola que se desdobra em três tipos de padrões. O primeiro
padrão, de primeira ordem, expressa as relações de simetria entre partes do corpo de um
mesmo organismo. Pode-se comparar a simetria das mãos e dos olhos de um sujeito,
procurando explicitar como essas partes interagem entre si. O outro padrão é o de
segunda ordem, que se caracteriza através da comparação entre espécies distintas. Como
exemplo pode-se citar a semelhança dos ossos da mão de um ser humano com os ossos
da asa de um morcego. Já o padrão de terceira ordem consiste em uma matriz geradora
de padrões, reunindo os dois padrões citados acima. É possível dar um exemplo único
ilustrativo dos três tipos de padrões: os órgãos de um animal que se relacionam entre si
(padrão de primeira ordem), localizados em um organismo que se relaciona com outro
ser (padrão de segunda ordem) que está inserido em uma floresta geradora de muitas
formas de vida (padrão de terceira ordem). A análise do conceito batesoniano de padrão
informacional será realizada no contexto da filosofia ecológica. Nesse contexto
refletiremos sobre a pertinência da hipótese batesoniana da existência de padrões
informacionais que caracterizam a atividade reflexiva humana.
No Crátilo, diálogo que tem como subtítulo “Sobre a Correção dos Nomes”, Platão
coloca em questão, a saber, se os nomes são bem apropriados às coisas que eles
designam, contrapondo o naturalismo, visão que defende a existência de uma relação
natural entre signo e o objeto significado e a visão convencionalista, segundo a qual não
há nada em comum entre palavras e coisas. Mesmo tendo em vista que o texto platônico
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é um dialogo aporético, a reflexão a ser exposta sobre o mesmo busca reconhecer sua
relevância no estudo da linguagem.
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BONACINI, André Luis Augusto. Universidade Estadual Paulista – Campus Marília.
O seguinte trabalho tem como proposta analisar a exposição feita por Leon Trotsky nas
obras Questôes do Modo de Vida (1936) e A Moral Deles e a Nossa (1936). Nestas
obras Trotsky problematiza a questão da moral, demonstrando que a moral é antes de
tudo uma moral de classes. Neste sentido o autor evidencia a importância da utilização
da moral pelas classes dominantes como um mecanismo de dominação e reprodução do
capital. A partir disso aprofundaremos na apropriação feita pelo fascismo e as
instituições religiosas da moral kantiana e de seu imperativo categórico, tentando
fundamentar a exploração do homem pelo homem a partir de verdades universais.
Como aponta o autor "a própria concepção de verdade e mentira nasceu das
contradições sociais".
O presente trabalho tem como objetivo expor a argumentação de Rudolf Otto a respeito
da experiência numinosa, em especial ao elemento do mysterium tremendum. Para se
compreender o conceito de experiência numinosa é preciso entender a relação entre as
esferas racionais e irracionais presente nas religiões, pois tanto racionalidade como
irracionalidade são para Otto os elementos que possibilitam, ora compreender
conceitualmente uma noção acerca do sagrado, ora vivenciá-lo através de um
sentimento religioso. É justamente no âmbito irracional das religiões que se encontra a
possibilidade da experiência numinosa, pois, como veremos adiante, trata-se de uma
experiência impossível de ser conceituada com precisão, restrita à vivência espirutal e
com sentimentos que extrapolam as emoções comuns ganhando o estatuto de
sentimentos exclusivamente religiosos. Dentre esses sentimentos, pode-se constatar o
mysterium tremendum como um dos elementos da experiência numinosa. Esse elemento
se destaca por ser um sentimento de arrebatamento da alma diante do “mistério que
causa arrepios”, um sentimento religioso que não se assemelha a uma emoção comum
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como a fé na salvação, confiança ou amor, mas que é capaz de comover a alma através
de um poder desconcertante. O mysterium tremendum ocorre como um estado de alma
constantemente fluido, tomando o ser humano como uma criatura que fica paralisada
em presença de algo inefável acima de todos os seres. Esse sentimento atua assim
durante um tempo até que a alma retorne a seu estado normal e profano.
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tende a se afastar das relações sociais para evitar seus respectivos sofrimentos. É um
tema que Freud trata em sua obra O mal estar na civilização. Se relacionando pouco,
isolando-se mais, preferindo os relacionamentos em curto prazo, por exemplo, os
virtuais, e acreditando cegamente na ciência, o indivíduo se mostra um ser perdido e
covarde, que foge do que se é tratado como realidade, que tem medo de viver, de se
relacionar e de amar.
O grande interesse de Maurice Merleau-Ponty, tanto pela filosofia moderna como pelas
novas teorias da psicologia (e da psicanálise) de sua época, e claro, por seu diálogo com
os filósofos contemporâneos, mostra como este fenomenólogo entendia a filosofia, esta
sendo sempre algo inacabado e em constante transformação. Merleau-Ponty propõe
pensar novas teorias que pudessem unir a filosofia com as novas descobertas da
psicologia, além de encontrar nova resposta a antigos problemas postos pela filosofia,
como por exemplo, a dualidade cartesiana. Através de um estudo do capítulo intitulado
“O cogito” do livro Fenomenologia da Percepção de autoria de Merleau-Ponty,
buscaremos entender os argumentos usados e também mostrar o caminho percorrido
pelo filósofo até a construção de seu cogito tácito. Ao mostrarmos essa argumentação e
explicar o que seja o cogito tácito, buscaremos encontrar a fundamentação de uma teoria
do conhecimento de Merleau-Ponty, sendo este o objetivo deste trabalho. Acreditamos
que entenderemos mais claramente essa teoria de conhecimento quando estudarmos o
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exemplo dado pelo fenomenólogo no capítulo base deste trabalho, a saber, o exemplo
mais complexo, e que melhor pode nos ajudar a entender essa teoria do conhecimento, o
exemplo da fala.
O presente artigo tem como ponto central a ilustração das razões pelas quais Marx se
contrapõe a Hegel em se tratando da consciência como algo absoluto, independente e
superior ao homem. Para compreender melhor o contraste na posição dos dois filósofos
considerar-se-á em um primeiro momento a concepção hegeliana de consciência. Em
um segundo momento analisar-se-á a noção de materialismo com base na obra “A
Ideologia Alemã”. Não faz parte dos interesses desta pesquisa exaltar uma teoria em
detrimento da outra. O que se pretende aqui é desenvolver uma reflexão que de algum
modo venha contribuir para um entendimento mais consistente do que seja o idealismo
de hegeliano e materialismo de Marx.
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desse sentimento com base nas obras teóricas de Sigmund Freud. Para Descartes a
tristeza provém da fraqueza que consiste no incômodo que a alma recebe do mal, por
isso quando estamos tristes o corpo fica indisposto, apático e abatido. Para Espinosa,
uma afecção que diminui a potência do corpo (apetite) de manter as proporções de
movimento e repouso diminui a potência de agir e tem, em paralelo, na mente
(vontade), uma diminuição da potência de pensar. A passagem de uma potência maior
para uma menor é o afeto da tristeza, ou seja, á essa diminuição da potência de agir e de
pensar (provocando tristeza) são sempre passivas e causam dor. Comparando as paixões
às forças da natureza, Espinosa constata que não temos controle sobre elas e uma paixão
leva à outra. Freud vai dizer que no indivíduo melancólico há uma diminuição
extraordinária de sua auto- estima, um empobrecimento de seu ego em grande escala.
Portanto, a mulher que passa a ser mãe, às vezes, não se sente mãe, e sim, ainda mulher.
Esta nossa reflexão filosófica possui dois acentos principais: a filosofia medieval e o
grande pensador, S.Tomás de Aquino e sua explicação sobre a origem do universo.
Pretendemos analisar alguns aspectos apresentados pelo doutor angélico para a questão
polêmica da criação do mundo. Inicia-se com algumas considerações elementares sobre
tomismo. As demais seções visam tratar da criação. Partimos da questão da existência
de Deus através do conceito de ato e potência, nas “cinco vias da existência de Deus”.
Depois comentamos sobre a liberdade da vontade do Deus criador, e também a idéia de
participação das criaturas. Apresentamos, por fim, a problemática questão do momento
da criação e a argumentação filosófica sobre a imperfeição do universo criado por um
Ser perfeito. Nosso objetivo é apresentar as contribuições do autor sobre o universo,
principalmente as de cunho cosmológico. Estas ultrapassam os limites da história da
filosofia, abarcando toda a história do homem. Breve, as contribuições do autor sobre o
universo, principalmente as de cunho cosmológico. Estas ultrapassam os limites da
história da filosofia, abarcando toda a história do homem.
O objetivo desta pesquisa é analisar o tema da guerra e sua relação com a injustiça e,
como defendem filósofos contemporâneos, com a justiça. Partimos da análise da guerra
na obra de Hobbes, especificamente do capítulo XIII de Leviatã, em que o filósofo
defende que nenhuma guerra pode ser justa. Isto porque o que caracteriza a guerra é a
ausência de um poder comum que trate todos em respeito. Nada na guerra pode ser
injusto, porque não há medida para a injustiça e menos ainda para a justiça. Enfim,
segundo Hobbes não há parâmetro de justiça para que se possa avaliar a guerra.
Também consideraremos aqui as definições hobbesianas de lei de natureza e direito de
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natureza, que envolvem a proteção à vida de cada homem. Nesta pesquisa será de
grande importância a caracterização contemporânea das guerras estabelecida pelo
cientista político e historiador Carl Von Clausewitz em seu Da Guerra (1979) e do
teórico político Raymond Aron em Paz e Guerra entre as nações (2002). Mas nosso
objetivo principal será proceder uma avaliação da noção de guerra justa elaborada por
Michael Walzer em Guerras justas e injustas (2003). A questão inicial que nos orientará
em toda a pesquisa é: que fatores nos podem balizar na avaliação de que a guerra possa
ser justa ou injusta?
A apresentação sobre o trabalho “Edgar Allan Poe e seu romantismo no século XIX”
para o evento de filosofia terá como foco as contribuições da pesquisa em história
intelectual para as discussões acerca do romantismo, sua literatura e filosofia. Para
realização deste trabalho partiu-se da importância que as relações intelectuais
contribuíram para a produção literária de Edgar Allan Poe e seu romantismo. Como
relações intelectuais não somente as comunidades dos intelectuais que Edgar Allan Poe
mantinha contato nos Estados Unidos mas também suas influências literárias que
comumente descreveu em suas cartas, resenhas e contos. Compreender isso é indagar-se
de que maneira elas repercutiram na produção literária e repercutiram na sua identidade
literária e filosófica. Porém, cabe considerar que este diálogo fez parte de um contexto
social e histórico peculiar, os Estados Unidos do século XIX. Estudar a imprensa,
intelectualidade e sua sociedade em diálogo com as transformações sociais na Europa
foram premissas essenciais para condução da investigação acerca do pensamento
romântico de Edgar Allan Poe.
Seriam as formas musicais apenas mais um modo de expressão artística, ou seriam elas
um espaço privilegiado para se pensar os processos de racionalização que guiam nossa
época? É visando uma solução para esta questão que este trabalho será desenvolvido. É
certo que as discussões no interior da estética musical do século XX pautaram-se,
sobretudo, sobre a articulação de três categorias fundamentais: autonomia, expressão e
sublime. Dados os objetivos deste texto, apenas a categoria de autonomia será abordada.
Assim, para se pensar a autonomia, com base em Adorno, no campo musical, será
utilizado como base teórica o compositor Arnold Schoenberg e a criação de seu método
dodecafônico de composição; já no campo da sociedade, serão utilizadas algumas
análises do sociólogo Max Weber acerca da organização social de sua época, pautadas
nos conceitos de racionalização e desencantamento do mundo. Por fim, através da
comparação dos processos de racionalização que guiaram tanto a música quanto a
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sociedade, insistir-se-á na ideia de uma única racionalidade a guiar ambas as esferas,
mostrando assim, que a música – ou, ao menos, a música moderna – também pode (e
deve) ser pensada. Em outras palavras, trata-se de um esforço em levar a música para
além do modo como ela é tradicionalmente tomada, a saber, como objeto de mera
fruição estética na ausência de conceito.
A partir da obra The concept of Mind do filósofo Gilbert Ryle, esta investigação
pretende investigar o erro categorial que, segundo ele, está na base da abordagem
dualista substancial da mente. Este erro consistiria em considerar que algo pertence a
uma categoria lógica quando efetivamente pertence à outra. Ryle ressalta que, para a
abordagem dualista substancial, os seres humanos seriam constituídos de um corpo ou
substância extensa, que seria material e estaria sujeito às leis físicas, e uma mente, ou
substância pensante, supostamente imaterial e não sujeita às leis físicas. Desse modo,
seres humanos teriam um corpo material situado no tempo e no espaço e uma mente que
faria parte de um mundo não físico, dotada de temporalidade apenas por não poder
ocupar um lugar no espaço. Na esteira de Ryle, o objetivo central deste trabalho é
apresentar e discutir algumas das implicações da doutrina dualista substancial à luz da
análise lógica, especialmente no que se refere à distinção entre a suposta vida privada
da mente e a vida pública do corpo.
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mostraremos por fim, que as condutas de má-fé estão fadadas ao fracasso, pois o
homem está condenado a ser livre.
O homem pode, no seu desenvolvimento histórico, dar vida a inúmeros objetos que
servem para satisfazer suas necessidades. Observa-se na sociedade contemporânea um
sem número de avanços nos registros científico e técnico que são resultado da ação
deste ser. O auxilio dos poderes despertados tornou possível para a espécie humana
amenizar as, originalmente, duras condições impostas pela meio natural onde estes
vivem. No entanto, para a grande maioria dos indivíduos humanos essa possibilidade de
uma vida melhor não passa de possibilidade lógica, não vai além do discurso, ou seja,
não se efetiva. O que se vê atualmente na sociedade dos homens é a flagrante oposição
entre a riqueza objetiva socialmente produzida e a miséria vivenciada pela grande
maioria dos indivíduos. Levados pela ânsia de enxergar as categorias que se articulam
formando esta realidade concreta que, continuamente, nos deixa ver a oposição
apontada, fomos buscar luzes no pensamento de Karl Marx. Olhamos especialmente
para os conceitos de Trabalho, Estranhamento e Comunismo. Os quais respectivamente
significam: A condição da sociabilidade humana, o diagnóstico de um problema
contemporâneo e o prognóstico, a superação do estado de coisas problemático.
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A RELAÇÃO ENTRE REFLEXÃO E PENSAMENTO NA FILOSOFIA DE
JOHN DEWEY
FERREIRA, Nicholas Gabriel Minotti Lopes. Universidade Estadual Paulista – Campus
Marília. Orientador: Mariana Cláudia Broens. Bolsa: PIBIC. nicholasgml@hotmail.com
Este trabalho de iniciação científica tem como objetivo abordar, a partir do Górgias de
Platão, o problema da semelhança ou dessemelhança entre Sócrates e os praticantes da
retórica. Para cumprir esse objetivo, pretende-se realizar uma comparação entre eles que
atente tanto para o método discursivo quanto para o pensamento ético-político exibidos
por cada um nesse diálogo. Tal comparação será feita através do estudo de quatro
relações. Elas são as seguintes: (1a) a relação entre o método discursivo do filósofo
(Sócrates) e aquele dos praticantes da retórica (Górgias, Polo e Cálicles); (1b) a relação
entre o pensamento ético-político do filósofo e aquele dos praticantes da retórica; (2a) a
relação entre o método discursivo do filósofo e o pensamento ético-político dele
mesmo; e (2b) a relação entre o método discursivo dos praticantes da retórica e o
pensamento ético-político deles mesmos.
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moderna, bem como na criação e reforma de leis em nome do bem comum, o que
somente é possível com a liberdade de discussão e a igualdade no direito de efetiva
participação dos cidadãos e organismos que os representam, na vida política do país.
Como resultado da pesquisa, identificou-se que o pensamento de Sócrates continua
atual, vez que aqueles valores permanecem cruciais e estendem-se para além do âmbito
jurídico, sendo necessários à própria sobrevivência humana, pois, sem eles, a moral, os
princípios e os direitos humanos são desconsiderados, a lei é desrespeitada e a verdade
nem sempre revelada, sabendo-se que onde não há verdade, não há justiça, bem ou paz.
Em uma sociedade já constituída, torna-se difícil imaginar que tal situação não seja
natural, ou que pelo menos não tenha se dado dessa forma. Porém, em uma análise mais
profunda do que seria a sociedade, logo se conclui que certamente não fora sempre
assim, pois, o mundo não foi criado com a sociedade civil já estabelecida e
provavelmente as condições de vida entre os homens não foram sempre estas. Para
Thomas Hobbes a constituição do Estado (ou da sociedade), apesar de necessária, é
artificial, já que, para ele, os homens não nascem aptos para a sociedade, mas encontram
nela um meio para obtenção de benefícios próprios. Fundada em um pacto, no qual
todos os homens transferem suas vontades à um único, chamado soberano, a sociedade
traz uma nova condição de vida. Essa união de uma única vontade (diferente de muitas
unidas, como era na multidão) é o que caracteriza a formação da sociedade civil e marca
uma espantosa mudança na vida dos homens, agora também chamados cidadãos. Para
tal entendimento, no entanto, faz necessário examinar os diversos meios de convívio
entre os homens antes e depois do surgimento da Sociedade civil (Estado),
compreendendo primeiramente a causa pela qual fora estabelecida. Depois os meios
pelos quais acontecera sua instituição e, por fim, se o motivo para o qual fora instituída
é plenamente atendido. Veremos então, a partir do pensamento hobbesiano, a origem da
sociedade civil e quais as mudanças que ela traz, na tentativa de justificar, ou não, sua
existência.
O objetivo deste trabalho consiste em fazer uma breve análise da teoria dramática de
Denis Diderot, pensador francês responsável pelo paradigma que ainda vige nas artes
dramáticas contemporâneas. Para tanto, apresentaremos a sua teoria dos gêneros
dramáticos, na qual propõe os gêneros: comédia séria e tragédia doméstica. Em seguida
aproximaremos os paradigmas apontados por Diderot ante a proposta de gêneros
dramáticos de Aristóteles, presente em sua Poética, na qual a tragédia e a comédia são
os gêneros dramáticos relevantes.
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Palavras-chave: Diderot; Gêneros dramáticos; Teoria Dramática; Aristóteles.
Na obra The Conscious Mind (1996), David Chalmers (1966 - ) afirma que estamos
mais certos da existência da experiência consciente do que qualquer outra coisa no
mundo, mas que ela escapa às abordagens reducionistas da consciência que tentam
explicá-la por meio de propriedades físicas. Para a correta identificação deste problema,
afirma o filósofo, é necessário separar dois aspectos reais e distintos da mente: o
psicológico e o fenomênico. Os primeiros são caracterizados pelo que a mente faz, e as
abordagens funcionais da mente parecem poder explicá-los. O aspecto fenomênico é
caracterizado pela experiência consciente, de modo que não é possível explicá-la em
termos de função ou estrutura. Nesse sentido, Chalmers defende que a consciência
entendida como experiência consciente é uma propriedade não-física do mundo, que
supervem naturalmente às propriedades físicas, nomeando sua abordagem de dualismo
naturalista. Afirmando a existência de uma relação entre superveniência lógica e
reducionismo, o filósofo precisa mostrar que a experiência consciente não é logicamente
superveniente a sua base física. Desse modo, esta comunicação visa apresentar e
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problematizar os argumentos que Chalmers utiliza para postular que a experiência
consciente é uma propriedade que está para além do mundo físico.
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desejos - são inadequados para a descrição dos eventos neurológicos responsáveis por
nossos processos cognitivos, perceptivos, dentre outros.
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a de que a ciência é neutra, imparcial e autônoma. Em outras palavras, independente de
valores. A imparcialidade implica na separação dos valores em dois grupos: cognitivos
e não-cognitivos. Os valores cognitivos, tais como, adequação empírica, coerência com
outros enunciados e teorias aceitas, poder explicativo e preditivo, servem de critério
para escolha e seleção de teorias. Os valores não-cognitivos, ao contrário dos
cognitivos, são componentes de uma determinada cultura em um dado período histórico,
esses podem ser políticos, ideológicos, ou econômicos. Em nossos dias podemos citar
como um valor não-cognitivo o controle tecnológico da natureza. Uma teoria é
imparcial se não participaram dos critérios de sua escolha valores pessoais ou de um
determinado grupo. A neutralidade refere-se à aplicação da teoria, ou seja, uma teoria é
neutra se sua aplicação não favorece uma determinada pessoa ou grupo. A autonomia
afirma a independência da ciência em relação às demandas exteriores a ela. Significa
que o processo de elaboração científica tem como parâmetros apenas os valores
cognitivos e os critérios de imparcialidade e neutralidade.
O objetivo principal deste trabalho é mostrar que uma resposta recente ao argumento da
Regressão Infinita apresentado por Russell no seu Os Problemas da Filosofia não
funciona. O nominalismo de semelhança é a tese de que podemos explicar propriedades
com base nas relações de semelhança entre particulares e, por isso, de que não
precisamos postular a existência de universais. Um atrativo dessa tese é que ela reduz o
número de categorias utilizadas para explicar a realidade, tendo assim um custo
ontológico menor. Russell objetou que o nominalismo de semelhança não funciona, pois
a própria semelhança é um universal e não há maneira de rejeitar isso sem cair em um
regresso infinito. Sendo a semelhança um universal, parece que não temos boas razões
para não aceitarmos a existência de outros universais. A resposta que apresento é a de
Rodriguez-Pereyra (2001). Esse autor defende que a própria existência dos particulares
implica na relação de semelhança. Para isso, ele toma os particulares como veridadores
das proposições, ou seja, os particulares, e somente eles, determinam as condições de
verdade de uma dada proposição. Assim, a proposição “ X é semelhante à Y” será
verdadeira pelo simples fato de X e Y existirem: existir é condição suficiente da
semelhança. A fim de tornar essa defesa plausível, o autor adota o realismo modal de
David Lewis e todas as suas conseqüências, sendo a principal a de que os particulares
não podem existir em mais de um mundo possível. Contra essa tese, argumento que ela
não explica uma intuição importante acerca do que é uma condição suficiente, bem
como acaba por pressupor o que está em causa, nomeadamente, a composição dos
veridadores das proposições de semelhança.
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833), as quais segundo ele são as questões fundamentais do homem. O problema moral
para Kant não estava fora de seu leque de campos relevantes a título de minuciosa
pesquisa, exemplo que as próprias célebres perguntas na primeira Crítica deixam
explicito. O objetivo desse trabalho é explorar, ao menos de forma expositiva, os
fundamentos da filosofia prática kantiana enquanto sistema ético que se resumirá na
tentativa incessante de responder à segunda pergunta.
A SEMÂNTICA INFERENCIAL
MAROLDI, Marcelo Masson. Universidade Federal de São Carlos. Orientador: Bento
Prado de Almeida Ferraz Neto. Bolsa: FAPESP. marcelomaroldi@yahoo.com.br
A semântica inferencial é uma teoria do significado como uso que adota a inferência
como sua ideia fundamental. Nesta proposta, um conceito adquire significado a partir de
sua articulação inferencial, isto é, do papel que ele desempenha em inferências. Assim,
compreender um conceito é dominar as inferências em que ele está envolvido e aplicá-
lo corretamente. O objetivo deste trabalho é discutir os aspectos básicos da semântica
inferencial, principalmente através da obra de Sellars e Brandom.
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MARTINS, Willian Mendes. Universidade Estadual Paulista – Campus Marília.
Orientador: Márcio Benchimol Barros. Bolsa: FAPESP.
willianmmartins@yahoo.com.br
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A TEORIA DOS HUMORES EM MAQUIAVEL: AS DIVISÕES NA CIDADE E
SUAS IMPLICAÇÕES
MEDEIROS, Lucas Eugênio Rocha. Universidade Federal de Minas Gerais. Orientador:
Helton Machado Adverse. Bolsa: MEC/SESu. lucasrochamedeiros@hotmail.com
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filosóficos para tratar de arte,existência e afirmação da vida. Caracterizar tais
pensamentos que se convergem na crítica ao critério da avaliação de pensamento e a
linguagem conceitual que exalta o racional em detrimento da lógica bem ordenada e a
cultura de sua época.Problematizar através do exercício de erudição as diferenças das
subjetividades, o conceito de transvalorização,linguagem conceitual e metafórica e suas
relações com o Teatro da Crueldade em Artaud e busca da afirmação da vida em
Nietzsche.
A METEMPSICOSE NO FÉDON
NETTO, Dorival Braz. Universidade Federal de São Carlos. Orientador: Eliane
Christina de Souza. Bolsa: CNPq. dbn_8@hotmail.com
No diálogo Fédon, um dos sentidos de filosofia é purificação: ela consiste num “treino
de morrer e de estar morto” (64a), isto é, de separar a alma do corpo (64c); segundo
uma „antiga tradição‟ (palios logos), essa separação nada mais é do que uma purificação
(katharsis) (67c). Sendo assim, a filosofia tem como finalidade purificar aquele que a
pratica. Mas purificação para quê? Sócrates, em seu mythologein, apresenta uma
doutrina segundo a qual o “verdadeiro filósofo”, aquele que por ventura atingiu um
estado suficiente de purificação, tem acesso, quando morre, ao que é imortal, divino e
sábio (81a), além de romper com o ciclo de transmigração da alma (114c). Essa doutrina
é conhecida como metempsicose. Minha apresentação tem como objetivo expor a
doutrina da metempsicose tal como encontramos no diálogo Fédon de Platão.
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OLIVEIRA, Ana Paula. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.
Orientador: Clélia Aparecida Martins.
A partir das pesquisas sobre o ensino de Filosofia e de análises feitas em escola de rede
pública no âmbito do projeto do PIBID (Programa Institucional de Iniciação à
Docência), propomos apresentar neste trabalho algumas considerações acerca do ensino
e da condição da Filosofia no contexto atual do ensino médio, bem como elucidar
alguns aspectos evidenciados na relação do professor e do aluno (de Filosofia).
Queremos verificar se há nesta atividade pedagógica as relações: ensinar e aprender,
aprender juntos ou a mera transmissão de conhecimentos e/ou conteúdos. Neste
contexto, estar ciente das limitações do ensino de Filosofia no segundo grau é um fato a
ser considerado, entretanto, é importante criar condições para que algo seja feito neste
campo, pois para que o aprendizado se efetive e se dê de forma significativa, esta
relação precisa propiciar ao aluno a consolidar uma afinidade com o saber,
desenvolvendo um pensamento singular e não a mera obtenção de conteúdos. Essa
análise será amparada pela nossa experiência na aplicação do material didático
oferecido à rede pública de ensino pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
(SEE/SP): Caderno do Professor e do Aluno.
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OLIVEIRA, Karina da Silva. Universidade Estadual Paulista – Campus Marília.
Orientador: Clélia Aparecida Martins. Bolsa: PIBIC/CNPq
karinaoliveira@marilia.unesp.br
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figura ao mesmo tempo ultrapassa os momentos da legalidade e da moralidade, mas
conserva determinados aspectos destas; neste sentido, a análise do Amor passará
também pelos pontos mais relevantes das etapas anteriores. Em segundo lugar,
interessa-nos o exame da Religião, que surge na obra como complemento do Amor, e
peculiarmente não apresenta um correlativo histórico. Trata-se, portanto, da análise dos
estágios ulteriores do desenvolvimento da liberdade, desenvolvimento que se apresenta
como um movimento de sucessões caracterizadas sobretudo pela complementação, pelo
ultrapassamento que conserva, isto é, por um movimento de Aufhebung.
Neste presente ensaio será abordada a teoria dos atos de fala de Austin e a contribuição
posterior de Searle relacionada aos novos conceitos por ele apresentados para classificar
os atos lingüísticos em cinco (5) categorias. Na primeira parte será apresentada a
distinção de Austin entre enunciados constatativos/descritivos e enunciados
performativos. Na segunda parte será apresentada a definição de condições de felicidade
dos atos de fala, sendo essa, uma condição de enunciado performativo que deve ser
efetuada para que a ação do ato de fala se realize, sendo rotulado o enunciado de bem-
sucedido e feliz ou mal-sucedido e infeliz. Na terceira parte será abordada a teoria dos
atos de fala de Austin, dividida em atos locucionários (ato de proferir o enunciado); atos
ilocucionários (ato realizado ao proferir o enunciado); e ato perlocucionário (ato
referente à ação realizada e à conseqüência resultante ao proferir o ato de fala). Na
quarta parte será apresentada a contribuição de Searle aos atos de fala, classificando-os
em cinco (5) categorias: 1- Ato representativo; 2- Ato direto; 3- Ato comissivo; 4- Ato
expressivo; e 5- Ato declarativo, finalizando e concluindo esta restrita abordagem sobre
a contribuição de Austin e Searle à pragmática e a linguagem, expondo a linguagem não
apenas como descrição do mundo, mas como atuante ativa/formadora perante o mundo
físico.
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utilizado en los experimentos que sustentan los resultados de J. Bickle: memoria de
reconocimiento social a largo plazo –MRSLP- conjuntamente con ciertos llamados de
atención sobre que las pautas de reconocimiento social entre diferentes organismos no
son iguales, al igual que los componentes que forman la vía intraneuronal principal -de
la MRSLP- cAMP-PKA-CREB a través de las especies. Se intentará señalar como estas
puntualizaciones pueden ser enlazadas para que la idea de reduccionismo planteada por
el autor sea desacreditada, en un principio por falta de fundamentos empíricos para
sustentar la misma.
A partir do conceito de disposição apresentado por Gilbert Ryle em sua obra “The
concept of mind”, analisaremos a hipótese segundo a qual este conceito possibilitaria
uma alternativa ao Internalismo representacionista cartesiano. Nesse contexto, a
disposição estaria na gênese da explicação dos fatos no mundo, enquanto
potencialidades de comportamento do individuo cognitivo inserido em um meio e capaz
de „saber como‟ desempenhar performaces. Estas potencialidades são decorrentes das
propriedades fisico-químicas dos corpos e se efetivam ou não dependendo,
essencialmente, da interação com o meio em que estão imersos. Por fim, se trata de
inserir o plano da ação circundante em contraste à teoria clássica cartesiana que
subjulga a ação presente no meio em favor de representações mentais de carater
exclusivamente internos e particulares.
Visando entender como era a vida do homem no seu estado de natureza e como se deu a
Passagem do estado natural para o estado civil, este trabalho parte de duas principais
concepções sobre o homem no seu Estado de Natureza: a de Rousseau e a de Hobbes.
Para Rousseau, o homem vive isolado na floresta mantém perfeito equilíbrio com a
natureza e o ambiente, pois é capaz de sobreviver com o que ela lhe oferece. Nesse
estado ele não conhece guerras, nem tampouco mentiras, comunica-se por meio de
gritos, cantos e gestos de modo generoso e benevolente.
Já na concepção de Hobbes, o homem vive constantemente em guerra, porque, assim
como um animal selvagem, o homem que vive em seu instinto de sobrevivência, está
disposto a ameaçar, atacar e a devorar o outro, se necessário for.
Portanto, nosso alvo de pesquisa é a problemática da passagem do Estado de Natureza
do homem até a instituição do Estado, por meio de análise e comparação das diferentes
formas de pensar desses filósofos.
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Palavras-chave: Estado de Natureza; Estado Civil; Contrato Social.
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PETERLEVITZ, Mayra Rafaela Closs Barros. Pontifícia Universidade Católica de
Campinas. Orientador: Newton Aquiles von Zuben. mayra.violinista@gmail.com
A tecnologia e a ciência vêm, há décadas, caminhando a passos tão largos que nosso
entendimento luta para poder acompanhar este processo. As concepções até pouco
vigentes sobre o ser humano - seja em relação ao uso de sua racionalidade, ou à sua
forma de comportamento, ou a suas expectativas para o futuro - já não conseguem
abarcar a realidade que nos circunda. Perante este cenário inédito, em meio ao notável
desenvolvimento tecnocientífico presenciado por nossa sociedade no último século, no
qual somos dominados por nossas próprias criações, seria alguma ética capaz de
orientar nossas ações? Em Hans Jonas, encontramos uma ética que pretende servir à
“civilização tecnocêntrica” e nos guiar neste momento peculiar da história. Sua
fundamentação se dá no conceito de responsabilidade, sendo regida pelo imperativo:
"age de tal maneira que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de
uma vida humana autêntica" ou, em sua formulação negativa, "não ponhas em perigo a
continuidade indefinida da humanidade na Terra”.
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Palavras-chave: Protágoras; Platão; Hedonismo; Conhecimento; Bem Viver.
DA AMIZADE EM MONTAIGNE
RODRIGUES, Carlos Eduardo Lima. Faculdade João Paulo II. Orientador: Marcos
Fernandes Gonçalves. carlosedu91@bol.com.br
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Em seus últimos anos de produção, Nietzsche toma a décadence como um dos conceitos
centrais de sua filosofia, através do qual se conectam, sob a forma de uma ampla crítica
à modernidade, as principais concepções e posturas filosóficas desenvolvidas ou
amadurecidas no terceiro período do seu pensamento. Tal crítica se entrelaça
intimamente à problematização das expressões artístico-culturais do final do século
XIX. O objetivo de nossa comunicação é conceitualizar a noção de décadence, tomando
como fio condutor a crítica à arte musical de Wagner, presente no libelo O Caso
Wagner, a fim de apresentar a fundamental importância do conceito para a compreensão
da crítica do filósofo a seu tempo.
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como o homem, o eu, tem como dever máximo da existência tornar-se o Indivíduo (den
Enkelte).
Os Devaneios do Caminhante Solitário são textos que constituem uma obra inacabada,
escrita em função do deslocamento temporal de Rousseau em seu contexto de vida.
Exilado da sociedade, já ao final de sua vida, Rousseau se empenhará em examinar e
registrar os movimentos de sua alma para sua apreciação exclusiva: sem objetividade
social, externa. Assim, naturalmente, no transcorrer dos devaneios, ele recobrará alguns
fatos determinantes de sua existência que o trouxeram a essa situação. Embora afirme
estar indiferente ao destino e ao estado atual das coisas, os devaneios os quais pretende
dar vazão, elaborar e, em seguida, trasladar em escrita, serão um meio de perdurar uma
experiência presente, a fim de ser contemplada, relida e digerida no futuro; o que
permitirá ao autor, dessa maneira, reviver a mesma experiência no porvir. Nessa
situação, apesar de tencionar a fruição do tempo presente, onde ele fixa suas análises,
condiciona-as em reexame da reminiscência no futuro, e concede uma possibilidade de
continuidade de sua obra, por assim dizer, não obstante seu desapego objetivo social.
Em suma, pretende apreciar o momento presente, aprisioná-lo em transcrição, o que
permitirá a conservação deste tempo e sua proveitosa reprodução leitora no futuro:
momento no qual os devaneios capturados num presente constituirão um tempo
passado. Para além disso, o desenvolvimento dos Devaneios aponta obedecer uma
retórica, manifesta parelhamente em outras obras suas, o que sugere um cuidado que o
autor tem em relacionar o seu pensamento com sua trajetória de vida.
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AS QUERELAS ENTRE MÚSICA E FILOSOFIA NOS SÉCULOS XVII E XVIII: A
CRÍTICA FRANCESA COMO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DO BELO
MUSICAL
SANTOS, Felipe Thiago. Universidade Estadual Paulista – Campus Marília.
Orientador: Márcio Benchimol Barros. felipefilosofia@marilia.unesp.br
O trabalho a ser apresentado tem por objeto de investigação a obra Leviatã de Thomas
Hobbes (1588-1679) e, através dos textos da literatura secundária a ele consagrada,
elementos do pensamento hobbesiano, em especial os pontos relacionados ao estado de
natureza e às leis naturais, enunciadas a partir do capítulo XIII da referida obra. O
objetivo principal é argumentar que, apesar de não poder ser compreendido como um
evento histórico, o estado de natureza também não deve ser lido apenas como um
período estritamente hipotético forjado unicamente com o fim de sustentar a efetividade
latente da sociedade civil, tida como um período permanentemente estabelecido da
humanidade. Uma leitura desatenta poderia nos levar a entender que as leis de natureza
são de uma determinada espécie que conduziriam, invariavelmente, o homem ao pacto
social e ao estado civil. Porém, podemos considerar que o homem não vive
permanentemente em um estado civil pós-contrato; que, da mesma forma que existem
exemplos históricos de dissoluções de Estado e guerras civis, existe a possibilidade de
observarmos expressões dos princípios contidos na doutrina do estado de natureza
hobbesiano em qualquer governo estabelecido. Visto assim, o estado de natureza é um
período hipotético sim, mas seus princípios são observáveis na efetividade de momentos
históricos específicos.
Palavras-chave: Hobbes; Filosofia Política; Leviatã; Estado de Natureza;
Jusnaturalismo.
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Com o objetivo de permitir que se veja o pensamento de Sêneca sobre a natureza, e se
entenda tal pensamento como uma fonte de sabedoria, o presente texto dividir-se-á em
três momentos: em um primeiro momento se fará uma exposição geral a respeito da
física e da teologia de Sêneca; em um segundo momento procurar-se-á fornecer uma
compreensão (definição) daquilo em que se constitui a ética de Sêneca; em um terceiro
momento, retomando-se o conteúdo exposto na primeira e na segunda parte, buscar-se-
á, finalmente, delinear o pensamento de Sêneca a respeito das sabedorias que podem ser
angariadas através do conhecimento da natureza. As concepções de Sêneca sobre a
física e a teologia estão bastante próximas daquelas que os principais representantes do
antigo estoicismo possuíam a esse respeito.
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ser composta de certo material, porém ela não serve para algo, nós apenas as apreciamos
pelo seu modo de Ser, pela sua beleza e sentido. Assim sendo a obra de arte traz ao
mundo uma essência que não pode ser expressa na coisa ou no apetrecho, mas sim uma
essência que se realiza na união de ambos. Segundo o autor, por ser a reprodução da
essência dos entes a obra de arte pode copiar qualquer “coisa”. Tomando essas
distinções por base o presente trabalho visa analisá-las ontologicamente, e desde essa
perspectiva, do autor desenvolvido no texto acima referido, para então chegarmos ao
conceito de reprodução da essência do ente, no qual Heidegger se liga a seu objetivo
primário (já apontado em ser e tempo), isto é, o Dasein humano o ser-ai que é o próprio
homem. Posteriormente pretende-se analisar a arte e mais adiante a linguagem,
conceitos vindos do mesmo ponto inicial heideggeriano, a busca pelo sentido do ser.
A presente pesquisa tem como objetivo a análise das obras A Ideologia da Sociedade
Industrial e Eros E Civilização de Marcuse entre algumas leituras de Marx e Engels,
somadas aos Documentos Oficiais da Educação, a fim de questionar as possibilidades
do ensino de filosofia na atual sociedade. Sendo a escola um dos aparelhos ideológicos
do estado, o aprendizado não só da Filosofia, mas do filosofar é uma necessidade à
formação subjetiva de cada indivíduo. O Estado reprime de inúmeros modos o
desenvolvimento intelectual de seus membros, através de instrumentos como a mídia,
além de ditar e padronizar formas de consumo, que consequentemente influenciam o
próprio desenvolvimento corporal. Apesar deste atual estado, no qual a sociedade é
apresentada unidimensionalmente, perssistimos na defesa de um ensino que considere
um desenvolvimento omnilateral do discente. A Filosofia abrange questões que vão
além do cotidiano, e, por isso, possibilita não apenas indagar a realidade, mas a agir em
prol de mudanças no contexto educacional brasileiro. Visto isto, propomos uma
discussão a respeito da contradição entre liberdade como princípio de prazer e trabalho
como princípio de realidade. Ressaltamos, a partir disso, que a nossa intenção não é
fazer uma apologia ao ensino de Filosofia.
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assim tão livre quanto antes.” Para Rousseau, a vontade geral é aquela que traduz o que
há de comum em todas as vontades individuais, ou seja, o substrato coletivo das
consciências; não se trata de uma vontade particular ou partidária, tampouco pode ser
alienada em vista de um representante. A vontade geral se manifesta quando apesar das
diferenças entre os componentes sociais e das discussões legítimas que se devem travar
entre eles, exista um ou vários elementos capazes de movê-las na mesma direção. É a
vontade geral, para Rousseau, a essência da soberania, que por meio da deliberação dos
cidadãos é expressa e materializada na forma de lei para dirigir o Estado.
DO DISCURSO, DO ENUNCIADO
SOARES, Jean Dyêgo Gomes. Universidade Federal de Ouro Preto. Orientador: Gilson
Iannini. jeandyego@gmail.com
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enunciados como que imbuídos no discurso, compondo-o. Cabe, então, acompanhar
Foucault na análise e descrição das condições de exercício da função enunciativa –
nível específico no qual se dá a geração dos enunciados e que antecede as formações
discursivas. Este processo completará o quadro proposto, recolhendo subsídios para
discutir como a arqueologia revê as possibilidades de estudar os diversos saberes através
de uma escavação sobre a linguagem, sobre palavras e coisas, desdobramentos em outro
lugar, menos superficial e anterior àquele no qual foram situadas proposições e frases.
Um último diálogo interrogará a arqueologia sobre si: sobre o que seria o próprio
processo de descrever o método arqueológico.
O presente trabalho tem como objetivo expor, de acordo com os estudos do filósofo
contemporâneo Alain de Botton, a ideia de Nietzsche a respeito da importância do
sofrimento. Nietzsche pretende argumentar que as adversidades da vida possibilitam o
encontro com uma superação na medida em que fatos negativos são tomados como
positivos para significar a vida. Foge-se do sofrimento, por exemplo, segundo o autor,
quando ocorre o uso de narcóticos como o álcool que atua como inibidor do sofrimento
pelo qual se deve entrar em contato para se chegar ao bem estar. Segundo a concepção
Nietzscheana, é inevitável fugir do sofrimento, pois as dificuldades sempre estiveram
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presentes em nossas vidas, com isso o que torna cada vida satisfatória é a maneira de
como se encara os problemas.
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MAX HORKHEIMER E O CONCEITO DE UMA TEORIA CRÍTICA DA
SOCIEDADE
YAMAWAKE, Paulo Henrique. Universidade Estadual de Campinas. Orientador:
Marcos Nobre. Bolsa: FAPESP. pauloyama@gmail.com
Este trabalho tem como objetivo apresentar a concepção de vida universal de acordo
com Ernesto Haeckel, filósofo da biologia que, influenciado pelo darwinismo, postulou
a Lei Biogenética. Abordando a perspectiva cosmológica monista, ele considerou que a
evolução das espécies por meio da seleção natural acontece não só no planeta Terra,
mas pela unidade das forças da natureza em todo o universo. Com isso, desenvolveu a
noção de panspermia, teoria segundo a qual a natureza semeia o universo de vida, mas
admitindo a necessidade da presença de água para maiores evoluções.
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que medida, a necessidade modal possui, ali, um papel secundário e subordinado,
enquanto que a noção de explicação adequada é prioritária e determinante.
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.:: Comissão Organizadora::.
Clélia Aparecida Martins (Coordenadora); Mariana Cláudia Broens (Vice-
Coordenadora) Amanda Veloso Garcia (aluna da Graduação – UNESP/Marília); Éliton
Dias da Silva (aluno da Graduação – UNESP/Marília); João Antonio de Moraes (Aluno
da Pós-Graduação – Unesp/Marília); João Roberto Vale Ricardi (aluno da Graduação –
UNESP/Marília); Older Gabriel Boralli; Rafael Wellington Botaro (Aluno da
Graduação – Unesp/Marília); Tiago Brentam Perencini (Aluno da Graduação –
Unesp/Marília).
APOIO:
Departamento de Filosofia
Conselho de Curso de Filosofia
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
STI
PROEX
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