Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual Prático Do Instrutor de Tiro Policial Defesnsivo
Manual Prático Do Instrutor de Tiro Policial Defesnsivo
Colaboração e Orientação: PMGO Vinícius de Oliveira Leite, SD PMGO Carlos Eduardo de Moura Braga,
CORPO DE INSTRUTORES - I CIIT/SAESP (Curso Integrado de Instrutor TEN CBMGO David Ferreira de Castro Neto, 2º TEN CBMGO José Carlos
de Tiro) Fávaro Junior, AG PCGO Marcos Cesar Silva Valverde, AG PCGO Kleber
TC QOPM Alexandre Flecha Campos, TC QOPM Célio Pereira Bueno, TC QOBM Santos da Silva, AG PCGO Waldiredison José Ribeiro, AG PCGO Gustavo
Adriano da Silva Filho, MAJ QOPM Eduardo Bruno Alves, MAJ Giovane César de F. Carmo de Moraes, Agente PCGO Ailton José dos Santos, AG
Rosa da Silva, CAP QOPM Benito Franco Santos, CAP QOPM Jair Lúcio PCGO Lister Rodrigues de Oliveira, AG PCGO Aguimar Soares da Silva, P.
Gomes, CAP QOPM Rodrigo Barbosa, CAP QOPM Carlos F. Martins, 2º Criminal Edevaldo Rosa de Oliveira, ASP Márcio Drosghic Cruvinel, ASP
TEN QOAPM Waldir Alves Diniz, 2º TEN QOAPM Francisco E. da Silva Costa, João Cláudio Vieira Nunes, ASP Eduardo Pereira Araújo, GM de Senador
1º SGT QPPM Jânio Severino Borges, CB QPPM Nauber Benício Salgado, CB Canedo Francisco das Chagas Sousa, GM Aparecida de Goiânia Silvio Vinicius
QPPM Wellington Campelo dos Santos, AG. PCGO Flávia Siqueira de Castro, Manzan Alves e GM Ubiratan Rodrigues dos Passos.
Pereira, 2º TEN PMGO Eliel de Paiva Paulo Schmltz, 2º TEN PMGO Osvaldo
Apoio Técnico:
Abraham Filho, 2º TEN PMGO Antônio Carlos Morais Junior, 2º TEN
Bibliotecária - MS 2º TEN QOAPM Tatiane F. Vilarino – CRB/12041
PMGO Cleiber Alves Rodrigues, 2º TEN PMGO Rodrigo Telles de Queiroz, 1º
SGT PMGO Edvaldo Soares, 1º SGT PMGO Waldeir da Silva Arantes, 2º SGT
Apoio Administrativo:
PMGO Bruno Pereira da Silva, 3º SGT MGO José Saulo Braga Guimarães, 3º ASP Ramsés Linhares
SGT PMGO Rhonald Russel de Oliveira e Silva, CB PMGO Wagner Rodrigues
de Lima, CB PMGO Jair J. Gomes, CB PMGO Claudio Gonzaga Araújo, CB Revisão Geral de Conteúdo e Organização de textos:
PMGO Rômulo Menezes de Araújo, CB PMGO Rodrigo Carlos de Souza Dias, 2º SGT QPPM Bruno P. da Silva, 3º SGT QPPM José Saulo B. Guimarães e CB
CB PMGO Cleber Sousa de Assis, CB PMGO Rodrigo Gomes de Souza, SD QPPM Rodrigo Carlos de S. Dias.
Apoio e diagramação: Box Comunicação ESTADO DE GOIÁS
Biografia
ISBN : 978-85-910080-3-2
Edição 2015
Goiânia - GO
PREFÁCIO
Antônio Carlos de Lima Num modelo de segurança pública no qual há uma divisão
Superintendente da Academia Estadual de Segurança Pública de missões e atividades corporativas, na prática percebesse a
necessidade de integrar esses diferentes atores institucionais, os segurança pública de qualidade.
quais nesta oportunidade ímpar se unem num objetivo único: Como dito de início a estes indivíduos especiais (instrutores de
buscar a pacificação social. Neste sentido, este MANUAL mais do tiro policial), e operadores do sistema de segurança pública, que
que um conjunto de diretrizes e protocolo técnico doutrinário que abraçaram a dupla missão no sacerdócio de cumprir os papeis como
orienta o instrutor policial, constitui-se no resultado da integração policiais e professores desejamos sucesso em vossas missões, que é
e cooperação entre diferentes forças de segurança e defesa social árdua e proporcionalmente grandiosa. Demanda ainda muito zelo
- Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Tribunal Regional e plena atualização, dedicação, vocação, mas que inequivocamente
do Trabalho, Exército Brasileiro, Ministério Público Estadual, traz àquele que a exerce o imensurável prazer em assumir para
Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Polícia si a honrada dimensão de estar fazendo sua valorosa parte na
Técnico-Científica, Agência Prisional, Guarda Metropolitana de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Goiânia-GO, Guarda Metropolitana de Aparecida de Goiânia-GO Por fim, temos a grada satisfação de oferecer às respectivas
e Guarda Metropolitana de Senador Canedo-GO, que se unem na instituições que aderiram ao projeto I CIIT/SAESP esta obra
construção do conhecimento teórico/prático resultado de uma intitulada Manual Prático do Instrutor de Tiro Policial que
troca de experiências de elevado nível técnico. representa, sobretudo, a expressão de um protocolo com o propósito
Nesta obra, pautou-se no processo ensino aprendizado que aborda de servir de subsídio técnico doutrinário às práxis da atividade
o emprego seletivo da força policial, sobretudo calcado nos mais docente de tiro policial defensivo, a fim de melhor qualificar o
basilares princípios dos Direitos Humanos nos quais se insere a profissional que lida diretamente com desafios diários no exercício
práxis da instrução de tiro policial defensivo, atividade esta que de suas atividades operacionais.
agrega a maior responsabilidade e representação do potencial
ofensivo da força sob a tutela do Estado Democrático de Direito. JOAQUIM CLÁUDIO FIGUEIREDO MESQUITA -
Secretário de Seg. Púb. e Adm. Penitenciária
Primou-se o I Curso Integrado de Instrutor de Tiro – I CIIT/
SAESP em habilitar o multiplicador para a atividade docente que
ANTÔNIO CARLOS DE LIMA - Superintendente da Academia
irá levar ao operador de segurança pública executor da atividade Estadual de Seg. Pública
finalística o conhecimento necessário para o pleno exercício de sua
função, preservando sua integridade física, mental e jurídica, ao SILVIO BENEDITO ALVES - CEL PM - Cmt Geral PMGO
A prática da Docência voltada à Instrução de Tiro Policial demanda instrutor de tiro para o desenvolvimento da atividade docente,
algumas peculiaridades ímpares no campo da didática. Trata- possibilitando adotar uma mensagem teórica clara, entendida e
se de uma atividade de elevado risco e de extrema importância transformada em ação prática, para que o aluno se beneficie do
processo ensino-aprendizado de qualidade.
para a qualificação do policial. O instrutor, portanto, assume a
responsabilidade de aplicar criteriosamente, dentro dos limites de
segurança, todo o conteúdo proposto, avançando progressivamente 1.3 Atributos e qualidades do Instrutor
por todos os níveis de instruções. Para uma prática saudável da docência o instrutor deverá atuar como
Transmitir conhecimento é tarefa gratificante para quem está um facilitador utilizando se de uma comunicação que possibilite
em condições de fazê-lo, e torna-se agradável também a quem um canal aberto que envolva, sobretudo, a arte do saber ouvir
possui uma conduta responsável e interessada na aprendizagem. dando espaço para um ambiente ideal para o desenvolvimento de
O instrutor de tiro policial defensivo deve ter consciência de que ideias através do diálogo; reconhecer e bem lidar com as variáveis
está lidando com técnicas que levam a representação do maior advindas do coeficiente emocional típicas das relações humanas
potencial ofensivo em se tratando da utilização do Uso Diferenciado e mais ainda afloradas durante o processo ensino-aprendizado e
da Força Policial devendo, portanto transversalisar as temáticas ainda primar pelo fator motivacional propiciando um bom estímulo
aos seus alunos.
correlacionadas aliando aos protocolos da Diretriz Nacional da
O instrutor, portanto, assume o papel de um docente perito na esfera
Força entre outras.
de suas responsabilidades em conduzir com clareza e objetividade
A breve abordagem neste capítulo em torno da didática procura
o processo ensino-aprendizagem no âmbito de sua instituição, e
esclarecer os posicionamentos que serão norteadores das práxis
em especial na atividade de instrução de tiro defensivo.
27 28
1.4 Dicas para uma comunicação eficiente no processo ou desvie o olhar para outros pontos;
ensino aprendizagem • Dar espaço e certificar-se da participação ativa por parte dos
Comunicação Verbal: A comunicação verbal se bem utilizada e alunos observando, sobretudo a resposta da linguagem corporal
aplicada em técnicas pedagógicas representa uma dos principais por parte do grupo durante as aulas;
canais para o uso de ferramentas no intento de se conduzir uma • Em se tratando de uma aula de natureza prática a depender do
boa instrução. tipo de atividade de campo, a linguagem corporal pode ser expressa
• Utilização adequada da fala englobando a expressão de ideias pelo tato, sinais e gestos, pois a audição por parte dos alunos e até
claras, pausadas e organizadas racionalmente; mesmo do docente pode estar total ou parcialmente comprometida,
• Deve se primar por uma boa postura corporal, uma comunicação como por exemplo, pelos fatores de comuns de estresse a certas
emocional equilibrada e utilizando de um cabedal de palavras atividades de tiro prático, ou ainda, o próprio estampido em maior
corretas e de cunho técnico peculiar à disciplina de tiro policial; ou menor intensidade, gerado por disparos de armas de fogo. Deva
• A expressão verbal deverá ser empregada em períodos curtos e lançar mão de dispositivos do tipo sinalizadores, apitos, gestos,
coordenados evitando se o excesso de termos técnicos ou ainda a cornetas, símbolos e o tato podem se tonar eficientes aliados nestes
vulgarização da fala a partir de termos que contenham gírias; casos.
• Também fazem parte de uma boa comunicação verbal à prática de A comunicação emocional: A lida com uma atividade de instrução
uma tonalidade de voz agradável aliada à intensidade de som nem tão emblemática e de alto risco como o tiro policial inevitavelmente
muito alta ou baixa, de pronúncia das frases claras e coordenadas. remonta a necessidade de se construir uma confiabilidade e vínculos
Comunicação através da adoção de uma linguagem corporal: de segurança entre o instrutor e os discentes. Veja abaixo algumas
A prática docente de instrução de tiro propicia a utilização de dicas a ser considerado como fatores que agreguem e possibilitem
diversas formas de linguagem corporais devido ao seu caráter o sucesso através da comunicação emocional:
eminentemente prático que levem ao desenvolvimento de • Estar convicto o instrutor de que a disciplina que ministra
habilidades técnicas. Assim sendo, segue algumas dicas: é essencial, e de extrema importância para a qualificação do
• Durante a explanação do conteúdo da disciplina movimentar profissional de segurança pública, pois, representa em última
tranquilamente sem excessos evitando ficar parado por um período instância a preservação da vida, seja propiciando a sua própria
de tempo num mesmo ponto; segurança pessoal e da equipe, ou ainda em especial prestar serviço
• Manter contato visual com os alunos deixando que se dispense e/ de segurança com qualidade para a sociedade em que serve;
29 30
• O instrutor de tiro deverá inevitavelmente externar seu técnica e maior agilidade, principalmente para as instruções de
entusiasmo e disposição em apresentar o conteúdo de sua natureza prática. Esses fatores, caso desconsiderados, poderão
disciplina, assumindo, sobretudo uma postura de um pesquisador gerar penalidades no âmbito civil, administrativo e penal.
com formação continuada e se esmere em ser um exemplo de Portanto, o Instrutor auxiliar assume a função de monitor
profissional padrão; participando ativamente junto ao instrutor principal nas atividades
• Deve o docente possuir um autocontrole acima da média quando de planejamento, preparação, orientação, controle, avaliação
no trato com situações que pedem gerar nervosismo e estresse e execução que ocorrerá antes, durante e após as atividades de
diante as adversidades da instrução, procurando superar as instrução de tiro, com objetivos propostos no planejamento da
limitações e dificuldades utilizando-se como prática saudável, instrução.
satisfatória e propositiva;
• Espera-se do instrutor de tiro que tenha discernimento para não 1.6 Aptidões do Instrutor de Tiro
trazer ao ambiente de ensino, eventuais problemas e frustações Devido à complexidade da atividade de Docência, que envolve a
de natureza pessoal ou até mesmo de cunho profissional para não prática com a instrução de tiro, é essencial que o instrutor tenha
emitir indevidamente opiniões e posturas de caráter subjetivo certas aptidões, tais como:
com visões individualistas levando esta conotação para o campo • Conhecer profundamente o assunto a ser abordado certificando
profissional. se houve o entendimento por parte do aluno das informações
transmitidas;
1.5 O Papel do Instrutor de tiro Auxiliar (monitor) • Ter aptidão e gostar da disciplina tomando uma postura de
Devido à complexidade das atividades técnicas e o elevado risco buscar uma formação continuada a fim de ser compartilhada com
intrínseco que cerca a instrução de tiro em campo, a depender da seu corpo discente;
quantidade de discentes a serem submetidos a esta modalidade, • Ter consciência das consequências futuras que possam advir
a instrução que envolver a cada 15 (quinze) alunos requer a dos ensinamentos transmitidos seja no âmbito administrativo ou
de monitor. Tal medida se faz prudente e indispensável na maneira • Se predispor a promover a transversalidade entre as disciplinas
em que se foque primeiramente no aspecto da segurança, qualidade afins contextualizando sempre que oportuno à inter-relação entre
o tiro policial defensivo e o uso da força;
31 32
• Levar em conta as características individuais de cada aluno assuntos pertinentes à instrução de tiro, deixando bem claro a
respeitando suas limitações e promovendo a superação destas por obrigação do cumprimento rígido das Normas de Segurança.
via de técnicas adequadas e motivações; e) O instrutor de tiro poderá empregar o aluno como observador,
• Ser paciente, respeitador, positivo e motivador, entre outras caso este não esteja no momento da execução do exercício prático
qualidades características da docência de instrução de tiro; de tiro. O objetivo é que o aluno identifique os erros e os acertos
• Se dispor a ser um pesquisador nato acerca das técnicas e em torno da atividade realizada. Porém, não cabe ao aluno
tecnologias que envolvam a função docente de tiro policial observador a intervenção ou correção do aluno atirador, pois isso é
defensivo, assumindo uma postura de buscar uma qualificação de competência exclusiva do instrutor.
continuada. f) É importante que o instrutor destine um período, antes do início
das atividades práticas de tiro, para identificar a real situação
1.7 Procedimentos a serem adotados pelo Instrutor de em que se encontra o aluno (física, técnica e psicológica). Caso
Tiro seja observada alguma alteração psicológica, o aluno não poderá
a) O instrutor deverá cumprir o Plano de Instrução expedido pela prosseguir na instrução, devendo ser encaminhado ao Serviço de
Divisão de Ensino da Instituição de Segurança, bem como elaborar Saúde da Instituição.
previamente suas aulas, visando atingir o objetivo da instrução. g) É necessário que haja um momento posterior para os comentários
b) O instrutor deverá ser um facilitador, capaz de auxiliar o aluno que se fizerem necessários após a realização dos exercícios, tanto
a desenvolver habilidades técnicas e psicomotoras referentes à por parte do instrutor como do aluno observador.
realização das atividades de tiro policial, bem como deve demonstrar h) Durante as atividades de instrução prática, e com a devida
aos discentes o funcionamento do mecanismo e o desempenho do segurança e coordenação do instrutor responsável, o grupo de
armamento e equipamento. alunos poderá apoiar a instrução em algumas missões, tais como:
c) O instrutor deve estar motivado em suas aulas, buscando ilustrá- • Obrear e substituir alvos;
las com exemplos práticos, aguçando dessa forma a curiosidade e a • Montar as pistas;
motivação dos alunos, de forma que todos participem da aula e não • Fornecer os equipamentos de EUI e EPIs;
fiquem com receio de expor suas dúvidas. • Registrar as súmulas;
d) O instrutor de tiro deverá realizar uma preleção minuciosa antes • Fornecer as munições e recolher os estojos.
do início de cada instrução prática, procurando abordar todos os
33 34
O instrutor deverá possibilitar a observação e a participação dos de simulacros de armas de fogo antes da realização das instruções
alunos nos exercícios propriamente ditos. Tal função poderá com munição real, contribuindo neste caso para um melhor
ser invertida em tempo oportuno por iniciativa do instrutor, desempenho quanto ao aprendizado, através do exercício da
permitindo que os alunos tenham oportunidade de participar do memória psicomotora.
maior número de atividades possíveis durante a realização das Os tipos e os níveis de instruções serão mais bem detalhados no
instruções. capítulo 5
É de fundamental importância que o instrutor de tiro policial
defensivo seja possuidor de curso correspondente e regular da 1.8 Métodos didáticos utilizados na aprendizagem da
instituição de segurança pública, a exemplo do CIT (Curso de instrução de tiro
Instrutor de Tiro) e CIIT (Curso Integrado de Instrutor de Tiro), Inicialmente neste subcapítulo explicitaremos algumas abordagens
devidamente regulamentado e homologado pelo setor competente, de ensino que foram disseminadas e sofreram influências de
e que esteja preparado e habilitado tecnicamente para a prática diferentes teóricos, repercutindo assim, em pensamentos didáticos
para que sejam resguardados tanto a instituição policial, o Para contextualizar nossos pensamentos referenciaremos alguns
instrutor e o discente, quanto às demandas administrativas e/ou conceitos de Didática e andragogia. A didática é a maneira pela
judiciais provenientes de atos considerados imperitos, negligentes qual o professor ou instrutor utiliza de métodos e técnicas de ensino
Segurança Pública e o instrutor deverão primar pela qualidade e a “Uma das disciplinas da Pedagogia que
estuda o processo de ensino através de seus
padronização da instrução, com o foco na otimização da aplicação componentes dos conteúdos escolares, o ensino
dos recursos logísticos (arma, equipamentos, munição, alvos e e aprendizagem, com o embasamento numa
teoria da educação para formular diretrizes
etc.), visando à qualificação dos recursos humanos, bem como
orientadoras da atividade profissional dos
focar na transversalidade com as demais disciplinas afins, previstas professores.”
nos diversos cursos oferecidos.
O instrutor deve aplicar oficinas de vivenciamento, além de um Já a educação andragógica compreende o estudo das técnicas,
maior número de ensaios (treinamento em seco) e/ou com uso métodos e didáticas de ensino a um público específico, ou seja,
35 36
o adulto, diferentemente da pedagogia que tem por finalidade citar exercícios de tiro fundamental que esta no nível básico
a educação para criança. Esta modalidade de ensino tem atuado de treinamento, em que o instruendo com a ajuda do instrutor
como facilitadora e mediadora da aprendizagem do indivíduo executa um treinamento mais mecânico e repetitivo com intuito de
adulto, ou seja, carrega consigo experiências culturais ao longo fixar o aprendizado, através de repetições que proporcionará uma
de sua vida, fruto da convivência em sociedade. Para uma melhor memória psicomotora. Melhores explicações sobre o nível básico
compreensão referenciamos Campos (2015): estão no capitulo 05.
no conteúdo programático, a fim de que o corpo discente utilize Para que as técnicas estudadas até aqui sejam bem aplicadas, faz-
os diversos meios de pesquisa disponíveis para elaboração e se necessário o estudo do emprego correto e oportuno de recursos
apresentação do seminário para a turma: A necessidade de uma audiovisuais.
pesquisa bibliográfica, o espírito de investigação, reconhecendo e Os recursos sensoriais são importantes, pois o homem capta o
examinando problemas, e apresentados os resultados, distingue mundo através de cinco sentidos. Estes sentidos serão chamados de
este tipo de procedimento, pois exige que os educandos se mostrem canais de comunicação e dentre esses canais, através de pesquisas
ativos, participantes da discussão (formulando questionamentos, foi descoberto que o homem não utiliza 100% de seus sentidos
mostrando opiniões, esclarecendo pontos obscuros, ordenando no processo de aprendizagem, pois 75% dos sentidos destacamos
informações coletadas e as transmitindo). a visão a principal ferramenta de utilização no processo ensino-
No entanto para que esta técnica seja bem empregada e tenha êxito aprendizagem, 13% audição, 6% tato, 3% paladar e 3% olfato.
na dinâmica de trabalho é essencial o planejamento (definir os Descobriu-se também que a visão consome 20% da energia
objetivos, obter informações, selecionar roteiros). cerebral.
45 46
Para explorarmos os canais de comunicação, devemos ter sempre • Retroprojetor: um dos mais úteis e versáteis. Desvantagens:
em mãos os recursos necessários (controle remoto, ponto laser, tamanho e peso. Vantagens: fácil manuseio, não necessita escurecer
modelos, etc.), para não perdermos tempo e credibilidade junto à o ambiente, se ganha tempo, as transparências podem ser aplicadas
audiência. Usar ponteira (point laser), ou qualquer outro meio que pelo próprio instrutor. As transparências podem ser elaboradas de
facilite mostrar detalhes. diversas maneiras.
Vários são os recursos audiovisuais que poderão ser usadas na • Projetor de vídeo: um dos mais úteis e sem dúvida o mais
didática da instrução de tiro. Dentre elas destacamos as principais: moderno recurso audiovisual. Permite a utilização de áudio-
• Quadro de giz: antigo, mas bastante utilizado. Vantagens: é vídeo, apresentações animadas, inclusive filmes. Permite atender
simples, de fácil confecção, é econômico e durável. Desvantagens:
solicitações da audiência dando pausa ou retornando á imagens
sujo, pouco dinâmico e perde-se contato com a audiência ao
ou determinados pontos da apresentação. O projetor de vídeo é de
escrever.
fácil utilização e leve. O conjunto projetor de vídeo e computador
• Flanelógrafo: quadro de flanela que prende com velcro. É
e conjunto multimídia denomina-se Datashow. Desvantagens:
importante atentar para que a disposição seja organizada,
exige conhecimento de algum software para a confecção da aula
numerada e nítida. Sugere-se também utilizar poucas figuras e de
e conhecimentos básicos de informática. O projetor de vídeo é um
cores contrastantes e de mensagem clara.
aparelho frágil e bastante caro.
• Mural: estático, mas de grande utilidade. Deve ser usado quando
Esses recursos que mencionamos ajudam a não utilizarmos apenas
algo tenha que ficar exposto durante toda aula. Como o flanelógrafo,
a voz para transmitir ideias, já que corremos o risco de sermos
a disposição deve ser organizada, numerada e nítida. Quadros
superposto deve estar previamente ordenado e todos devem estar interpretados de uma maneira diferente daquela desejada. O
cobertos para serem descobertos no uso e recobertos após o uso. recurso audiovisual dá a mensagem maior realismo.
• Projetor de slides: é ainda considerado um sofisticado recurso
audiovisual. Tem como vantagem mostrar cenas com clareza e 1.11 Briefing
realismo. Desvantagens: escurecimento do ambiente (perde-se o Antes de iniciarmos a prática do tiro propriamente dito, é
contato visual e pode causar sonolência); os slides são apresentados indispensável passarmos por uma fase do briefing, mas o que é
numa ordem rígida ficando muito difícil atender solicitações da o briefing? Briefing é uma reunião informal com os alunos, onde
audiência (dar pausa ou retornar a um slide específico); o difícil serão descritos e analisados todos os procedimentos que serão
manuseio.
47 48
realizados na instrução de tiro. O briefing é também uma forma de CAPÍTULO II
avaliar o nível de preparação do aluno para o tiro e modificá-lo se
necessário. Um bom briefing ajuda na segurança na prática do tiro. RESPONSABILIDADES E NORMAS DE SEGURANÇA
NA INSTRUÇÃO DE TIRO
“Trabalhar com segurança é acreditar que você é
a ferramenta mais importante para a empresa”
Tiago Quixaberia
2.1 Generalidades
A finalidade deste capítulo é mostrar que a Instrução de Tiro
Policial é uma atividade considerada de elevado risco, pois expõe
tanto o docente como o discente a uma série de procedimentos que
envolvem a lida com materiais potencialmente lesivos e, portanto,
merecedor de cuidados quanto aos aspectos de segurança.
2.2 Objetivos
Nossa intenção é demonstrar que procedimentos de segurança em
Instrução de Tiro Policial devem ser atribuídos aos profissionais
com formação específica, cuja especialização permite lidar com
diversas variáveis vinculadas à instrução propriamente dita.
49 50
num ambiente de controle absoluto das variáveis inerentes a Cabe ressaltar a importância da adequação do local destinado a
atividade policial. Para tanto, deve-se considerar um série de ações prática o qual deve garantir que o Instrutor possa ter total controle
coordenadas de forma a criar a ambiência necessária, as quais sob seus alunos.
denominarão neste manual de Normas de Segurança. Num contexto bastante comum no qual os Instrutores de Tiro se
As Normas de Segurança são o regramento lógico de ações as quais deparam com profissionais de Segurança Pública, que apesar de
todos os atores devem se atentar, cuja desobediência gera riscos lidarem com armamento como instrumento essencial ao seu mister,
de acidentes e incidentes de tiro. A interiorização das normas de com baixa capacidade técnica e o pior, com excesso de confiança
segurança permite que os operadores minimizem os riscos de e falta de consciência acerca da complexidade das implicações de
efetuarem disparos indesejados e ainda permite aprimorar suas estar armado, e em consequência não adquiriram destreza ideal
técnicas de precisão de tiro. para bem utilizar sua arma de fogo, contribuindo em potencial
A lida com o armamento merece uma atenção especialíssima por para os índices elevados de acidentes. É necessário, portanto, que
parte do usuário, bem como um planejamento prévio sobre as tanto o Instrutor de Tiro quanto a unidade de ensino da corporação
variáveis possíveis, com foco nas atitudes e nas condições seguras. promovam mecanismos de avaliação e acompanhamento periódico
Espera-se do detentor de arma de fogo o domínio das condições no que diz respeito a estabelecer regras para lida com este tipo de
técnicas para a utilização da forma correta, seja para o momento instrução.
de sua guarda, seja no exercício em linha de tiro, no manuseio e Uma arma de fogo torna-se extremamente perigosa para seu
na manutenção, ou ainda para o solitário momento da tomada de usuário e para terceiros quando quem a manuseia age como se
decisão de utilizá-la em defesa própria ou de terceiros. não representasse perigo. Daí para a ocorrência de um acidente
Os riscos de manusear uma arma de fogo vão além do complexo grave é um passo curto. Neste caso, a autoconfiança aliada à falta
controle das variáveis de ensino, o Instrutor de Tiro deve realizar de concentração no que está sendo feito e a falta de observância
uma preleção com os alunos antes das atividades que envolva dos procedimentos corretos tornam-se os principais fatores
disparos com armas de fogo, verificando as devidas condições integrantes para a ocorrência de fatos profundamente danosos.
físicas e psicológicas do aluno, de forma a mitigar os riscos Fica evidenciada a importância do papel do Instrutor de Tiro em
durante a instrução. Uma vez realizada esta preleção e somada à estar atento a todas as fases (antes, durante e depois) da instrução
interiorização por parte dos discentes das Normas de Segurança, no quesito de segurança.
estes estarão prontos para aplicar as técnicas operacionais de tiro. Outro aspecto relevante é que, numa turma de profissionais da
51 52
Segurança Pública a serem instruídos, é comum encontrar níveis de própria segurança e a dos demais, pois a aplicação das Normas
conhecimentos díspares, ou seja, alguns com vasto conhecimento de Segurança é indispensável a todos aquele que acompanham e/
acerca do assunto, enquanto outros com pouca habilidade técnica ou manuseiam armas de fogo. A seguir são delineadas Normas de
detêm dúvidas de toda ordem, essa pluralidade deve ser considerada Segurança as quais devem ser aplicadas antes, durante e depois da
de forma a respeitar os limites daqueles que possuem menor Instrução de Tiro, são estas:
capacidade técnica, mantendo a motivação daqueles que possuem a) Inspecionar todo o armamento, munição e equipamento a
maior destreza, esse desafio faz parte das atividades do Instrutor de serem utilizados, verificando principalmente as reais condições de
Tiro. Diante desta realidade, é importante que o instrutor promova uso para a finalidade de instrução a que se destina.
já no início das instruções uma aferição acerca do conhecimento b) Inspecionar os EPI (coletes, abafadores e óculos de proteção)
técnico de seus alunos, procurando desenvolver a instrução com quanto ao estado de conservação e ao uso correto pelo aluno.
vistas ao nivelamento do conhecimento. Negligenciando essa c) Inspecionar se a linha de tiro está devidamente preparada
situação, quando no desenvolvimento das atividades práticas, o e ausente de eventuais obstáculos ou objetos que não estejam
instrutor poderá contribuir para o aumento do risco de se gerar previstos, bem como conferir a segurança quanto aos ângulos de
um acidente, ou ainda prejudicar o aproveitamento dos alunos nas tiro e possibilidades de ricochete.
atividades, bem como, no aprendizado, parte dos alunos não terem d) Evitar o manuseio de armamento com munições reais em locais
condições técnicas de aproveitamento da atividade. fechados, pois haverá risco de fragmentação.
O cuidado no manuseio de uma arma de fogo e de munições e) Verificar os suportes de alvos, evitando que esteja em
torna-se indispensáveis, haja vista a existência de risco potencial desconformidade com o tipo de arma e calibre a ser utilizado,
quanto a possibilidades de gerar danos materiais e físicos, gerando como, por exemplo, suporte metálico ou alvos metálicos para tiros
consequências psicológicas e legais. No caso de haver um disparo de fuzil.
acidental poderá gerar graves sequelas, desde os efeitos psicológicos, f) Durante a montagem de pista, observar a distância mínima de
lesões leves e até a morte, ressaltando que essas variáveis extremas segurança para a realização de disparos em alvos metálicos do
são ocasionadas a velocidade de um projétil cortando o ar, no tempo tipo “pepper” “popper” e gongos, de acordo com o calibre e o tipo
de ouvir o som de um estampido, um pequeno descuido por mais de munição (projéteis de chumbo ou jaquetados), devido ao alto
ínfimo que pareça ser pode ter consequências trágicas. Portanto, o índice de ricochetes e estilhaços gerados pelo impacto do projétil
instrutor deverá estar atento e atuar preventivamente, para a sua ao alvo.
53 54
g) Inspecionar os armamentos mantendo-os descarregados de Goiás - PMGO orienta que a caixa de areia tenha no mínimo 120
durante a instrução, salvo quando por comando do instrutor da cm de comprimento, 60 cm de largura e 40 cm de profundidade, tais
linha de tiro após anunciar “pista quente” para a realização dos medidas, contudo, devem ser tomadas como referência, devendo o
exercícios práticos. instrutor averiguar as necessidades no caso concreto. Na ausência
h) Utilizar sempre munição inerte devidamente inspecionada para de um local específico para tal finalidade o procedimento pode
as atividades práticas de manutenção e inspeção de armamento. ser realizado a partir da escolha de um local cuja superfície não
i) Utilizar uma área de segurança para o manuseio, manutenção e seja rígida (asfalto, cimentados, e etc.) ou água. O procedimento
inspeção com munições e armamento. pode ser individual ou ainda coletivo, neste caso o Instrutor deve
j) Verificar e confirmar a presença de equipe motorizada de pronto- garantir que todos os alunos estejam um ao lado do outro, de forma
socorrismo e suas condições de apoio antes de iniciar as instruções. que não haja riscos das armas serem apontadas durante o processo
k) Quando em prática coletiva de fundamento de tiro, respeitar para algum outro aluno, sendo necessário que o Instrutor de Tiro
a angulação de segurança em 180 graus em relação aos demais assuma essa responsabilidade, inclusive fornecendo comandos
atiradores, e 45 graus em relação ao corpo e ao solo. para o procedimento.
l) Informar aos discentes o cumprimento dos comandos verbais Outro aspecto importante o qual o Instrutor de Tiro deve se atentar
“pista quente” (preparação e execução do tiro) e “pista fria” (armas é a tendência do aluno se abaixar para pegar ao solo munições ou
descarregadas, nos coldres, caixas ou nas bancadas), quando das outro objeto qualquer, fato que gera riscos uma vez que projeta o
instruções em linha de tiro. corpo do aluno a frete da linha de segurança do grupo de alunos.
Ao iniciar uma instrução de tiro o Instrutor deve garantir que os A seguir é ilustrado um modelo de caixa de areia usado para o
alunos tenham sido desprovidos de qualquer munição real, para procedimento de esfriamento da arma.
tanto se faz necessário que o aluno se dirija a uma área segura de
forma a descarregar sua arma (esfriamento). Comumente a área
que garante tal procedimento é denominada “caixa de areia”, que
nada mais é do que um recipiente cujo volume permita acondicionar
quantidade de matéria suficiente para absorver um disparo de
arma de fogo desferido de forma indesejada.
O Procedimento Operacional Padrão da Polícia Militar do Estado
55 56
FIGURA 01 – ÁREA DE SEGURANÇA (Caixa de areia) FIGURA 02 – Procedimento para descarregar o armamento
67 68
Esclarecimento: Caso o instrutor portar o Dispositivo Eletrônico 3. Coturno preto operacional;
de Controle – DEC, deverá retirar o porta espargidor e acrescentar
o coldre do DEC, posicionando-o entre o porta carregador ou porta
jet loaders e a fivela do cinto de guarnição;
4.2 Objetivos para que seja reconhecido como encarregado da aplicação da lei.
Compreender os fundamentos legais, éticos e procedimentais do Tamanho é este poder e autoridade que o operador da segurança
uso da Força; enumerar os princípios sobre o uso da força e por fim pública pode inclusive retirar o maior bem do ordenamento jurídico
compreender a utilização do termo uso diferenciado da força. brasileiro, a vida. Contudo, o Estado deverá sempre agir com o uso
legítimo da força, assegurando que os direitos fundamentais do
87 88
cidadão sejam protegidos. e o MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
É justamente quando analisamos o uso legítimo da força que
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA,
esbarramos na imprescindível missão de, a força policial ser no uso das atribuições que lhes conferem os
incisos I e II, do parágrafo único, do art. 87, da
diferenciada, ou seja, adequada para cada caso em concreto, dentro
Constituição Federal e, CONSIDERANDO que
dos limites legais e na medida proporcional a injusta agressão. Neste a concepção do direito à segurança pública com
sentido foram construídas ferramentas legais para adequar o uso cidadania demanda a sedimentação de políticas
públicas de segurança pautadas no respeito aos
da força Estatal padronizando condutas para que os encarregados direitos humanos;
da aplicação da lei baseiem-se em policiamento ético e legal. CONSIDERANDO o disposto no Código de
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela
Podemos citar como exemplo o Código de conduta para
Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral
encarregados da aplicação da lei - CCEAL - adotado em dezembro das Nações Unidas na sua Resolução 34/169,
de 17 de dezembro de 1979, nos Princípios
de 1979, pelas assembleias das nações unidas, com a finalidade de
Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo
padronizar a aplicação da Força Policial pelos seus encarregados e pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação
os princípios básicos sobre o uso da força e arma de fogo - PBUFAF da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das
Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o
- adotado no 8º Congresso das Nações Unidas em 1990, com o Tratamento dos Delinquentes, realizado em
objetivo de nortear os Estados Membros, a assegurar e promover o Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro
de 1999, nos Princípios orientadores para a
papel adequado para a aplicação do uso da força.
Aplicação Efetiva do Código de Conduta para
Não poderíamos deixar de citar a nível Nacional, o advento da os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da
Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social
Portaria Interministerial nº 4.226 de 31 de dezembro de 2010, que
das Nações Unidas na sua resolução 1989/61,
estabelece diretrizes sobre o uso da força pelos agentes de segurança de 24 de maio de 1989 e na Convenção Contra
pública, que para melhor didática será apresentada abaixo: a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes, adotado pela
assembleia Geral das Nações Unidas, em sua
4.4 Portaria Interministerial Nº 4.226, DE 31 de dezembro XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de
de 2010 dezembro de 1984 promulgada pelo Decreto nº
40, de 15 de fevereiro de 1991;
“Estabelece Diretrizes sobre o Uso da CONSIDERANDO a necessidade de
Força pelos Agentes de Segurança orientação e padronização dos procedimentos
Pública. da atuação dos agentes de segurança pública aos
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA
89 90
princípios internacionais sobre o uso da força; terão 60 dias, contados a partir da publicação
CONSIDERANDO o objetivo de reduzir desta portaria, para instituir Comissão
paulatinamente os índices de letalidade responsável por avaliar sua situação interna
resultantes de ações envolvendo agentes de em relação às diretrizes não mencionadas nos
segurança pública; e, parágrafos anteriores e propor medidas para
CONSIDERANDO as conclusões do Grupo assegurar as adequações necessárias.
de Trabalho, criado para elaborar proposta Art. 3º A Secretaria de Direitos Humanos da
de Diretrizes sobre Uso da Força, composto Presidência da República e o Ministério da Justiça
por representantes das Polícias Federais, estabelecerão mecanismos para estimular e
Estaduais e Guardas Municipais, bem como com monitorar iniciativas que visem à implementação
representantes da sociedade civil, da Secretaria de ações para efetivação das diretrizes tratadas
de Direitos Humanos da Presidência da nesta portaria pelos entes federados, respeitada
República e do Ministério da Justiça, resolvem: a repartição de competências prevista no art. 144
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes sobre da Constituição Federal.
o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Art. 4º A Secretaria Nacional de Segurança
Pública, na forma do Anexo I desta Portaria. Pública do Ministério da Justiça levará em
Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes consideração a observância das diretrizes
estabelecidas no Anexo I, as definições tratadas nesta portaria no repasse de recursos
constantes no Anexo II desta Portaria. aos entes federados.
Art. 2º A observância das diretrizes mencionadas Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de
no artigo anterior passa a ser obrigatória sua publicação”.
pelo Departamento de Polícia Federal, pelo Ministro de Estado da Justiça - PAULO DE
Departamento de Polícia Rodoviária Federal, TARSO VANNUCHI-
pelo Departamento Penitenciário Nacional e Ministro de Estado Ch. da Sec. de DH da
pela Força Nacional de Segurança Pública. Presidência da República
§ 1º As unidades citadas no caput deste artigo
terão 90 dias, contados a partir da publicação Pelo exposto acima, fica esclarecido que a aplicação da doutrina do
desta portaria, para adequar seus procedimentos uso diferenciado da força policial no treinamento do profissional
operacionais e seu processo de formação e
treinamento às diretrizes supramencionadas. de Segurança Pública é uma proposta de imensurável valor para
§ 2º As unidades citadas no caput deste artigo efetivação das atividades fins de policiamento, sob a ótica de atuação
terão 60 dias, contados a partir da publicação
por parte desses profissionais, vindo a preencher uma lacuna no
desta portaria, para fixar a normatização
mencionada na diretriz Nº 9 e para criar a treinamento policial, entre a aplicação do UDF e as táticas policiais.
comissão mencionada na diretriz Nº 23.
Sendo assim, para que a aplicação do UDF na instrução de tiro
§ 3º As unidades citadas no caput deste artigo
venha somar à preparação do profissional de Segurança Pública
91 92
para as diversas situações que se apresentam no seu cotidiano, Fazendo uma analogia podemos entender que as organizações/
necessário se faz trazer para as oficinas de vivenciamento um maior Corporações inerentes à segurança pública criam estas oficinas
realismo sempre em observância aos aspectos jurídicos e éticos (ex. Centro de Instrução da PMGO) para poderem inserir seus
adotados pela instituição de Segurança Pública. profissionais em atividades que mais se aproximem à realidade que
Corroborando a importância da observância acima descrita é que a irão enfrentar no exercício de suas funções.
Constituição Federal de 1988 estabeleceu princípios que devem ser As oficinas deverão prever situações que reportem aos diversos
observados por toda Administração Pública, sendo eles: Princípio quadros previstos da doutrina do uso diferenciado da força
da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Proporcionalidade e policial, uma vez observados os critérios de segurança, tanto com
Eficiência dos quais destacamos abaixo conceituados. o armamento propriamente dito, como simulacros de armas de
Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só fogo, incluindo os marcadores de paintball e airsoft, que veem se
poderão utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e revelando, como excelentes alternativas técnicas na simulação da
nos estritos limites da lei. realidade policial.
Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve O que as tornam interessantes são a possibilidade de reprodução
sempre ser compatível com a gravidade da ameaça representada do ambiente em situação operacional complexa, proporcionado à
pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente massificação do conhecimento, através de oficinas práticas.
de segurança pública. Neste momento o instrutor irá expor de forma didática todos os
Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de conhecimentos atinentes ao uso diferenciado da força aplicado
segurança pública deve sempre que possível, além de proporcional, a instrução de tiro envolvendo a atividade policial conduzindo
ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força. a instrução em Pista Policial defensiva agregando-a ao uso
diferenciado da força, assumindo os papéis de mediador, facilitador
4.5 Oficinas de Vivenciamento e o UDF na Instrução do e orientador durante a realização da pista proposta.
Tiro Policial Como exemplo prático da criação de oficinas de vivenciamento,
Quando falamos em oficinas logo nos lembramos de um espaço citamos a linha de tiro virtual da Polícia Civil do Estado de Goiás a
físico adequado, repleto de ferramentas ou maquinários utilizados qual possui uma tela de projeção onde são expostas várias imagens
para criar, treinar, moldar e corrigir objetos ou peça e vários de pessoas em situações diversas, portando armas ou não, em que o
profissionais trabalhando. discente é submetido à instrução do UDF primando por simulação
93 94
de uma situação real em observância às doutrinas adotadas pelas A utilização da linha de tiro virtual permite a realização de vários
respectivas instituições da segurança pública. exercícios necessários para a instrução de tiro devido ser um meio
A importância desta oficina consiste em aproximar o aluno da virtualizado que possibilita a utilização e evolução de diversos
realidade que enfrentará nas ruas, possibilitando a revisão de cenários. Desta forma, o aluno poderá exercer o UDF adequado às
erros e acertos para poder formular o uso adequado da força a ser situações apresentadas solucionando-as da melhor forma técnica e
empregada, destacando ainda que este modelo de ensino trabalha satisfatória.
outros meios de aprendizado que mais se fixam na memória do
instruendo, sendo eles a percepção visual e mecânica dos fatos 4.6 Meios Auxiliares de Ensino (ALTERNATIVO)
com a consequente reação técnica e satisfatória em detrimento da Aplicado ao UDF na Instrução do Tiro Policial
fria e desanimadora leitura das normas de conduta (leis, portarias, Iremos dispor a seguir duas sugestões para aplicação do UDF na
tratados) de forma isolada e abstrata. Instrução de Tiro, mas não temos a pretensão de engessarmos
esta modalidade de treinamento a elas. O instrutor pode usar de
FIGURA 01 - Instrução ministrada aos Oficiais do quadro da sua criatividade, e dos meios disponíveis em sua região ou local de
Saúde da PMGO, realizada na Academia de Polícia Civil do Estado trabalho e criar um ambiente de treinamento que conduza o aluno
de Goiás, Linha de Tiro Virtual. a situações mais próximas possíveis de sua realidade operacional,
pois como visto acima existem mecanismos sofisticados (Linha
de Tiro Virtual) que são muito onerosos, e nem sempre atendem
a altura das expectativas com relação ao custo benefício do
investimento aplicado.
a) Pista Policial de UDF com tecnologia Power Point e/ou
similares
Material necessário: Computador, projetor, tela de papelão
branco (4 X 4) e apresentação em Power Point - PPT, marcadores
Fonte: Arquivo próprio PMGO de paintball e/ou airsoft, bem como equipamentos de proteção
individuais (EPI) e equipamentos de uso individual (EUI)
padronizado em cada instituição policial.
95 96
Desenvolvimento: Submeter o aluno a situações diversas que mínimas de segurança que a prática desta modalidade de exercício
encenem abordagens tipicamente policiais, nas quais deverá ser exige.
observada a distância, o tempo de resposta real e condições de Montagem: O instrutor poderá selecionar previamente um
segurança do local da abordagem analisando os eventos e adotando estudo de caso real ou se basear na criação de fato fictício com
uso de força adequado a cada situação. determinado em observância aos princípios doutrinários constantes
As apresentações de PPT devem conduzir o discente as mais nos protocolos adotados nas respectivas instituições de ensino.
diversas cenas, capacitando-o a migrar rapidamente, quando De posse de um instrumento e tecnologia de captação e edição de
necessário, a níveis de forças proporcionais a resistência oferecida imagens para a criação de simulações reproduzindo cenas melhor
pelo abordado ou sua cooperação. adequadas às oficinas de vivenciamento.
Proporcionar situações rotineiras a que o discente certamente está b) Pista Policial de Uso Seletivo da Força com Cenário de
acostumado e conduzi-lo também a cenas de maior complexidade figurantes atores
e de difícil solução, tais como: abordagem envolvendo indivíduo Material necessário: Computador, projetor, tela de papelão
drogado, deficientes auditivos e mentais, com habilidades em branco (4X 4) e apresentação de PPT, marcadores de paintball e/
artes marciais, de grande compleição física, e com alto nível de ou airsoft, bem como equipamentos de proteção individuais (EPI)
agressividade entre outros quadros. e equipamentos de uso individual (EUI) padronizado em cada
Durante o exercício, o instrutor deve pausar a apresentação sempre instituição policial.
que julgar necessário e/ou a atuação do aluno for contrária à Desenvolvimento: Submeter o aluno a situações diversas que
doutrina do UDF, procurando intervir e orientá-lo corretamente encenem abordagens tipicamente policiais, nas quais deverá,
quanto ao procedimento correto. dentro de um tempo de resposta real, analisar os eventos e adotar
Considerações: Durante o exercício, o instrutor deve dar voz o UDF adequado a cada situação.
e dinâmica aos personagens que ora se apresentam ao aluno, Os cenários devem conduzir o discente aos mais diversos ambientes
procurando interagir, criando eventos que exijam o raciocínio operacionais oriundos de situações fictícias ou fatos reais,
correto do aluno. capacitando-o a migrar rapidamente, quando necessário, a níveis
Esta pista pode ser realizada com arma de fogo e em linha de tiro de forças proporcionais a resistência oferecida pelo abordado ou
“indoor” ou, se preferir, em qualquer outro local, com marcadores de sua cooperação.
do tipo (paintball e/ou airsoft), desde que tenham as condições Deve ainda proporcionar cenas rotineiras nas quais o aluno
97 98
certamente está acostumado e conduzi-lo também a cenas de O segundo cenário ficará à retaguarda do primeiro, em local seguro,
maior complexidade e de difícil solução, tais como: abordagem mas a uma distância de onde se possa ouvir a verbalização do
envolvendo individuo drogado, deficientes auditivos e mentais, etc. aluno participante. Neste segundo cenário, serão encenadas pelos
Durante o exercício, o docente deve pausar a cena sempre que julgar figurantes todas as situações criadas pelo instrutor, e as imagens
necessário e/ou a atuação do aluno for contrária à doutrina do uso captadas e reproduzidas na tela à frente do aluno, onde de acordo
seletivo da força, procurando intervir e orientá-lo corretamente com cada situação apresentada e dentro da doutrina do UDF.
quanto ao procedimento correto. O Instrutor de Tiro, ao aplicar o UDF à instrução em Pista Policial
Considerações: Durante o exercício, a equipe de atores defensiva, deve levar em conta o alinhamento dos princípios dos
(simulação) que estará no cenário, com suas imagens captadas Direitos Humanos, bem como traçar um paralelo entre os limites
câmera portátil e projetadas a frente do aluno, deverá interagir com de responsabilidades entre o profissional de Segurança Pública
o mesmo, criando eventos que exijam o raciocínio correto deste, de com o usuário, a Instituição e o Estado.
acordo com o “script” previamente acordado com o instrutor. Por fim, é notório que esta modalidade de instrução enriquece a
Esta pista pode ser realizada com arma de fogo e em estande indoor aprendizagem do aluno, trazendo benefícios didáticos quanto à
ou, se preferir, em qualquer outro local, com marcadores paintball possibilidade de uma maior vivência da atuação em uma situação
e/ou airsoft, desde que tenham as condições mínimas de segurança real, bem como a possibilidade de correção de eventuais erros de
que a prática deste tipo de exercício exige. procedimentos quando na aplicação das técnicas do UDF.
Montagem: O instrutor poderá selecionar previamente um
estudo de caso real ou se basear na criação de fato fictício com
determinado em observância aos princípios doutrinários constantes
nos protocolos adotados nas respectivas instituições de ensino.
De posse de um instrumento e tecnologia de captação e edição de
imagens para a criação de simulações reproduzindo cenas a serem
reproduzidas e melhor adequadas às oficinas de vivenciamento.
No primeiro cenário, ficará o aluno com o armamento voltado para
o fundo do estande e de frente para a tela branca de papelão onde
serão projetadas as imagens do projetor.
99 100
4.7 UDF na Instrução do Tiro Policial e a Padronização por diversos instituições de segurança pública co-irmãs oriundas
de Condutas (normas e manuais operacionais. de diversos Estados da Federação, servindo de exemplo positivo
FIGURA 02 - Procedimento Operacional Padrão (POP) de que a padronização do agir policial na verdade é o reflexo do
amadurecimento do profissionalíssimo na segurança pública,
tamanha é sua importância e por esse motivo foi inserido na grade
curricular dos cursos de formação e aperfeiçoamento da PMGO.
Nesse sentido nossa proposta é inserir o UDF nas oficinas de
vivenciamento quando da instrução de tiro policial, fazendo o
discente vivenciar, atuar intimamente com condutas legais e
adequadas no exercício de suas funções.
4.10 Definições de Termos Técnicos e Ilustrações posições previstas para o uso do armamento acima descritas (no
coldre, retenção, pronto retida, pronto baixo, pronto), o policial
deverá o tempo todo ter o controle do direcionamento do cano e
a) Tiro duplo: Dois disparos defensivos em curto espaço de
dedo fora do gatilho, pois, não sendo o momento do disparo, não se
tempo realizados pelo policial em situação de legítima defesa
justificará disparos precipitados ou acidentais durante o desenrolar
própria ou de terceiros, caso a agressão recebida seja injusta,
de uma ocorrência em que o policial poderá estar alterado pelo
ilegal e iminente contra a vida, esgotando-se a possibilidade do
estresse do quadro de risco que se apresenta.
uso de outros meios de controle e defesa. A legislação penal criou
d) Barricada: Todo anteparo que seja capaz de proteger o policial
jurisprudência a respeito dos dois disparos, não configurando
contra disparos de armas de fogo e outras situações de perigo
como uso excessivo da força policial, caso esteja amparado pelo
durante abordagens de risco elevado, como, por exemplo, árvores,
excludente: legítima defesa. Sob o aspecto de poder de parada, o
postes, muros, meio fio, entre outros. Deve ser utilizado com
efeito dos dois disparos realizados num curto espaço de tempo, e
técnica apropriada, mantendo a visualização e simultaneamente o
a uma distância aproximada entre ambos, é capaz de potencializar
enquadramento “terceiro olho” com exposição mínima do policial.
substancialmente a capacidade de defesa do calibre utilizado,
e) Varredura: Consiste em promover a conferência de todos os
agindo em benefício da atividade policial. A realização de dois
ambientes suspeitos e de risco, limpando e tornando-os seguros
disparos também aumenta a possibilidade de acerto em relação a
para a progressão.
apenas um disparo.
113 114
f) Angulação: É o ato de realizar a visualização paulatina suspeição e risco, bem como averiguar e identificar o abordado,
(angulada) com o armamento em condições de pronta resposta à dando atenção especial à visualização e controle das mãos.
agressão letal, tal como ocorre, por exemplo, nas posições: pronto, l) Barricada: Todo anteparo que seja capaz de proteger o policial
pronto baixo e pronto retido lateral, evitando-se a exposição contra disparos de armas de fogo e outras situações de perigo
desnecessária do corpo. durante abordagens de risco elevado como, por exemplo, árvores,
g) Fatiamento: É o ato de promover varredura do ambiente postes, muros, meio fio entre outros. Devendo ser utilizado com
suspeito e de risco utilizando-se da técnica de angulação, técnica apropriada mantendo a visualização e simultaneamente o
fragmentando o ambiente progressivamente e realizando a enquadramento “terceiro olho”, visada rápida ou uso do espelho
visualização completa (alto e baixo). com exposição mínima da silhueta do policial.
h) Progressão: È o ato avançar taticamente com segurança
em ambiente hostil, observando-se a necessidade de se aplicar a Figura 03 - Arma no Coldre Travado
disciplina de ruído, disciplina de luz, o tempo de deslocamento, Arma no Coldre Travado. Obs.:
o posiciona- mento e a distribuição na área do policial e/ou sua Permite a liberação das mãos do
policial para a busca pessoal e
equipe.
algemas, com segurança em caso de
i) Redução de silhueta: Consiste na diminuição da exposição da
luta corporal, evitando sua perda ou
silhueta do policial, mantendo uma postura diminuída em relação
arrebatamento. As mãos livres possibilitam a utilização de outro (s)
à posição habitual, deixando-o menos vulnerável a uma agressão e
equipamento (s) menos que letal.
em condições de evoluir para uma progressão tática.
j) Verbalização policial: Forma de controle mais branda, Figura 04 - Posição Sul
dentro do uso seletivo da força policial, que consiste em realizar Posição Sul. Obs.: Posição considerada
a comunicação verbal do policial com o abordado, sempre que for intermediária entre a arma estar
possível e seguro, devendo primeiramente se identificar “policia”, e no coldre ou numa posição mais
em seguida dar voz de determinação para o controle que a situação ostensiva como a do pronto ou em
exija. pronto baixo. Recomendada para
k) Visualização policial: Consiste no policial utilizar a técnica abordagens cujo nível de alerta é
de identificação visual durante a abordagem em ambiente de baixo. Caso o quadro da ocorrência
115 116
encaminhe para cooperação, ou evolua para não cooperação, Figura 07 - Posição Pronto Retido Frontal
elevando ou regredindo o nível de alerta, a posição sul propicia Posição Pronto Retido Frontal. Obs.:
rápido recoldreamento, ou ainda tomar as demais posições Ideal para adentramento em locais
previstas de acordo com a necessidade. de edificação externa e interna, cujos
ambientes sejam curtos e/ou estreitos,
Figura 05 - Posição Sul Velada
necessitando a retenção da arma para
Posição Sul Velada. Obs.: Posição
evitar seu arrebatamento por parte do
considerada intermediária entre a
agressor. Propicia o controle do cano em
arma estar no coldre ou numa posição
direção ao risco.
mais ostensiva como a do pronto
ou em pronto baixo. Recomendada
para abordagens cujo nível de alerta Figura 08 - Posição Pronto Baixo
é baixo. Caso o quadro da ocorrência Posição Pronto Baixo. Obs.: Indicado
encaminhe para cooperação, ou evolua para não cooperação, para a visualização das mãos e linha de
elevando ou regredindo o nível de alerta, a posição sul propicia cintura da pessoa abordada. Aumenta a
rápido recoldreamento, ou ainda tomar as demais posições percepção periférica do ambiente, tanto
previstas de acordo com a necessidade. Ideal para quadros antes, como durante e após a abordagem.
específicos envolvendo crianças e idosos.
técnica apropriada mantendo a visualização e simultaneamente o Este capítulo contém o que há de fundamental nos programas em
enquadramento “terceiro olho” com exposição mínima da silhueta pista de tiro para instrutores de civis e militares de tiro. Além dos
Planejamento consiste em um trabalho pormenorizado. Nesta habilitado para acompanhar a Instrução de Tiro Policial.
121 122
o que faz com que o discente domine desde os fundamentos até da realidade profissional desempenhada pelos discentes.
a realização do tiro propriamente dito. Para efeitos didáticos, as Nível Avançado: É o mais alto nível entre os atiradores. Neste
instruções serão divididas em três níveis: básico, intermediário e nível o instrutor dará ênfase à técnica à que cada aluno mais se
avançado. adaptou dentre as existentes. No nível avançado o aluno deverá
É importante lembrar que, antes de ministrar as instruções, o ser estimulado a adotar procedimentos corretos e usar o raciocínio
instrutor deverá ressaltar a importância das Normas de Segurança. de forma rápida na tomada de decisões. O instrutor deverá criar
Nível Básico (fundamental): É o nível aplicado aos iniciantes, cenários de difícil resolução, que sejam encontrados pelo discente
no qual serão ensinados os fundamentos básicos do tiro: postura (profissional de Segurança Pública) na sua atividade diária, além
(posição do corpo em relação ao alvo), empunhadura, visada de exigir que o mesmo aplique todos os fundamentos do tiro
(alinhamento olho/ alça/massa/alvo), respiração, controle do aprendidos, realizando um disparo com qualidade. Estando dentro
gatilho, resolução de panes. Esse nível deverá ser rico em detalhes, desse cenário, o aluno deverá realizar seus disparos com raciocínio,
e todos os fundamentos deverão ser assimilados pelo aluno. Será precisão e fundamentado no ordenamento jurídico. Nesse nível o
dada ênfase ao manejo com armas de fogo, disparos em seco e tiro instrutor dará ênfase aos adentramentos, tiro em ambientes com
estático. Todo erro de fundamento deverá ser observado e corrigido baixa luminosidade, negociações preliminares, trabalho em equipe,
pelo Instrutor de Tiro. É importante ressaltar que esse nível de uso seletivo da força, sugerindo também a aplicação das Pistas do
instrução também é aplicado os profissionais de Segurança Pública Método Giraldi, Pista Policial de Instrução (PPI) e Pista Policial de
que está há muito tempo sem realizar a prática do tiro, ou nos casos Aplicação (PPA), dentre outras.
em que o instrutor constata que o(s) discente(s) não domina(m) os
fundamentos básicos do tiro. 5.5 Tipos de Instrução
Nível Intermediário: É o nível aplicado aos profissionais que já O tipo de instrução, assim como o nível de instrução, também varia
de- vem estar aptos a realizar, com segurança, o manejo das armas de acordo com os objetivos estabelecidos e principalmente com o
e efetuar tiros com precisão. Outros fundamentos do tiro deverão público alvo da instrução. O ideal é que o Instrutor de Tiro conheça
ser introduzidos. O saque, posições de tiro, realização do tiro em o nível do grupo de discentes que participará da instrução. Caso
deslocamento, tiro barricado, transposição de armas, troca de contrário, primeiramente, avaliará o nível do grupo, detectando
carregadores, etc. O instrutor deverá direcionar os exercícios de tiro quais fundamentos do tiro são dominados pelos mesmos, para
de modo que as atividades realizadas na instrução se aproximem posteriormente determinar o nível de instrução a ser aplicado.
123 124
Os tipos de instrução são divididos em 05 (cinco) grupos: armamento de modelo diferente.
Formação (destinado a alunos que ingressam nos cursos de e) Em instrução de Especialização, a partir de curso homologado
formação ou matriculados nos cursos regulares da instituição), pela instituição policial objetiva-se à formação específica do policial,
Habilitação (visa habilitar o agente de Segurança Pública a utilizar e que envolve instrução de tiro mais pormenorizada, a exemplo do
determinada arma de fogo/ equipamento/munição), Atualização Curso Integrado de Instrutor de Tiro - CIIT;
e/ou Manutenção (promover a manutenção da aptidão técnica f) Em instrução Desportiva, o objetivo está direcionado a atividades
do efetivo), Especialização (destinado a formar especialistas e/ esportivas ligadas à instituição policiais, normalmente realizadas
ou multiplicadores) e Esportivo (destinado a participantes de em datas oficialmente comemorativas, com interação entre as
competições). instituições do sistema de Segurança Pública, tais atividades
Para a atividade de instrução de tiro, se faz necessário identificar o possuem também caráter instrutivo, contribuindo para a melhoria
objetivo planejado, atendendo aos seguintes tipos: da qualidade e habilidade na lida com o armamento.
a) Em Curso de Formação com alunos iniciantes, o instrutor Após o instrutor de tiro observar os objetivos e o nível técnico
verifica o plano de curso (carga horária, duração, logística, público) propostos na fase do planejamento da instrução, é conveniente que
e se itera das peculiaridades, tanto dos alunos quanto da unidade o instrutor procure agregar, sempre que possível realizar atividades
de ensino policial responsável; complementares de conhecimento à prática de tiro, tais como os
b) Em instrução de Manutenção destinada aos profissionais seguintes exercícios:
formados que estejam desenvolvendo atividades junto ao serviço • Visualização e verbalização;
operacional, ou até mesmo exercendo atividades administrativas, • Os níveis de alerta e o elemento surpresa;
os quais, para manterem suas habilidades técnicas, inevitavelmente • O efeito estresse e suas alterações fisiológicas e/ou psicológicas;
precisarão ser submetidos às instruções periódicas; • O adentramento em recintos fechados;
c) A instrução de Habilitação destina-se aos profissionais formados, • O uso da arma no trabalho em dupla e em equipes táticas;
mas que durante o período de curso não foram qualificados a • O tiro em baixa luminosidade, noturno e o uso da lanterna;
operar determinado armamento ou equipamento específico e que, • O tiro embarcado;
portanto, necessitam ser habilitados; • O tiro de incapacitação;
d) Em instrução de Adequação, onde o profissional é habilitado • A pista mista com transposição de obstáculos e transição de
em um modelo de armamento e necessita a utilização de outro armas;
125 126
• A pista em progressão; • Armamento selecionado para a instrução;
• Os deslocamentos táticos, entre outros. • Munição adequada para a instrução a ser ministrada;
A atividade de tiro policial terá como pré-requisito a instrução de • Munição de manejo a fim de provocar panes, de acordo com o
armamento e equipamento, assim como outras instruções ligadas planejamento da instrução;
ao tiro policial (legislação, uso seletivo da força, primeiros socorros • Suporte de alvos (podendo ser de madeira ou metálico, de acordo
e outras de natureza tática). Cabe ao instrutor de tiro verificar o nível com o tipo e calibre do armamento);
de conhecimento do aluno, principalmente quanto ao domínio das • Papelão para forrar o fundo do suporte do alvo;
disciplinas voltadas ao tiro policial. • Alvos;
• Cavadeira e facão;
A Instrução de Tiro Policial deverá ser organizada de forma a • Não havendo suporte de alvos este poderá ser substituído pelo
facilitar o aprendizado do aluno. Definido o planejamento, o nível sistema do tipo varal com dois barbantes/arames esticados
e o tipo de instrução a ser ministrado, o Instrutor de Tiro deverá firmados por esteios nas extremidades;
dar atenção à outra fase da preparação da instrução. A logística é • Placas de madeira, canos de PVC, tambores, pneus, lonas, TNT,
a fase de prover recursos e equipamentos necessários à realização papelão e cones para realização do tiro com utilização de barricada;
tiro, pois a falha nesta etapa, ou seja, a falta de qualquer recurso • Tesoura, alicate, estilete, material de obrea, folha de papel em
ainda fazer com que o item primordial de uma instrução de tiro, a • Lona, suportes de madeira, arame recozido, pregos, martelo, fita
segurança, seja prejudicado. de alta aderência, dentre outros, para a montagem de uma Pista
O Instrutor de Tiro deverá, nesta fase, prever todos os equipamentos Policial de Tiro;
e materiais para a realização da instrução, cumprindo todas as • Em se tratando de instrução de manutenção de armamento e
Normas de Segurança, seja a instrução teórica ou prática, básica equipamento, sugerimos que o instrutor providencie os seguintes
Nenhum policial é igual a outro e nenhuma técnica de uso de Roger / Surefire: Essa técnica deve ser usada com lanternas que
lanterna é a resposta definitiva para todas as situações com tenham botões de acionamento apropriados para a empunhadura
iluminação inconsistente, o que deve aprender é conhecer e treinar em questão, no caso na retaguarda do corpo da lanterna. Na
diversas técnicas dentre as mais empunhadura Surefire, deve-se posicionar a lanterna entre o dedo
conhecidas podemos citar (Harries, indicador e médio, apoiando o botão de acionamento na palma da
Neck Index, NYPD, Guisande e outras contra a palma da mão, ela acende. É a
Harries: Esta é a empunhadura mais utilizada, pois é a mais controle do feixe de luz depende da precisão de empunhadura,
mesma é muito difundida através da mídia em filmes de ação. FBI/FBI Modificada: Essa técnica o operador empunha a arma
Na empunhadura Harries, a mão da arma é posicionada sobre o com sua mão forte, sendo que na mão fraca se segura à lanterna,
antebraço da lanterna. Ambos os dorsos das mãos devem se tocar e bem afastada do corpo, com o braço estendido, preferencialmente
exercer uma ligeira pressão entre si, conferindo maior estabilidade acima da cabeça na diagonal. Na teoria o atirador não entrega
nos disparos. Esta pressão é necessária, pois sem ela o controle sua posição exata ao acendê-la, além
Fonte: I CIIT/SAESP
Especificações:
Alvos: De 04 (quatro) a 10 (dez) – do tipo PML-74 (método
Giraldi), Fogo Central ou IPSC. podendo variar de acordo com a
quantidade de instrutores/monitores;
Fonte: I CIIT/SAESP
139 140
Especificações: 5.9.4 Modelo de Pista de Progressão (Nível Intermediário)
Alvos Tipo: Metal (plate e pepper popper), papel ou colorido de 04
cores;
Números de Alvo: De acordo com a logística;
Distância: Metálicos: mínimo 10 metros. Papel: a qualquer
distância;
Disparos: De acordo com o planejamento e a logística;
Obrigatório: Equipamento de Proteção Individual.
Objetivo da Pista: Fatiamento dinâmico em movimento,
progressões táticas, verbalizações, disparos duplos, conferências,
angulação com redução de silhueta.
Observações:
a) Todos os disparos deverão ser realizados em movimento, e o Fonte: I CIIT/SAESP
Fonte: I CIIT/SAESP
5.9. 6 Modelo de Pista Saque Rápido (Nível Intermediário)
Especificações:
Alvos: Metálicos; mínimo 5 (cinco) por atirador;
Distância: Pistola e Revólver: Mínima de 10 metros. Espingardas,
metralhadoras e carabinas: Mínima de 15 metros; Disparos: De
acordo com a Logística; Recarga: 1 (uma) obrigatória, no mínimo;
Obrigatório: Equipamento de Proteção Individual;
Início: Sinal sonoro (apito);
Sequência: Qualquer ordem, exceto os de desempate (central).
Objetivo da Pista: Desenvolver reflexos, raciocínio rápido,
estratégia e velocidade no manuseio e disparo; aplicação Fonte: I CIIT/SAESP
143 144
Especificações: Especificação:
Disparos: 05 (cinco), sendo 01 (um) em cada alvo; Alvos: Silhueta humanoide, de acordo com a situação proposta
Distância: 15 metros, 10 metros e 05 (cinco) metros; (Ex.: PPI e PPA do Método Giraldi);
Tempo Maior: 10 (dez) segundos, 08 (oito) segundos, 06 (seis) Número de Alvos: De acordo com o grau de necessidade da
segundos e 04 (quatro) segundos; instrução;
Tempo Menor: 8 (oito) segundos, 6 (seis) segundos, 4 (quatro) Distância: De 03 (três) a 10 (dez) metros;
segundos e 3 (três) segundos; Disparos: De acordo com o planejamento e a logística da
Obrigatório: Equipamento de Proteção Individual; Instituição;
Início: De acordo com a minuteria. Não havendo minuteria, afere- Recarga: 01 (uma) ou 02 (duas);
se com o cronômetro. Obrigatório: Equipamento de Proteção Individual. Tempo: De
Objetivo da Pista: Desenvolver reflexos, manuseio e disparos acordo com o grau de dificuldade. Paredes/Divisórias: Pneus,
rápidos. lonas, compensados, etc.
Objetivo da Pista: Aferir toda a aprendizagem do discente com
5.9. 7 Modelo de Pista Policial Defensiva (Nível Avançado) o manuseio de arma de fogo e uso seletivo da força, bem como
a atuação defensiva com verbalização, quando em ocorrência
policial. Simular situações corriqueiras do trabalho do profissional
de Segurança Pública, tais como: verificação de corredores, janela
alta, baixa e média; portas abertas e fechadas; varreduras de
cômodos; uso das barricadas existentes no local.
Observações:
a) Verificar a angulação dos alvos de forma que os disparos não
danifiquem a estrutura da pista e não diminuam o fator segurança
(quebra de ângulo).
b) Pista aplicada para estandes que possuam proteção lateral e
frontal (180º).
Fonte: I CIIT/SAESP c) Esta pista pode ser aplicada de forma individual ou voltada a
145 146
equipes. Utilizar súmula própria de avaliação. Obrigatório: Equipamento de Proteção Individual;
Deslocamento: Através de viatura do tipo operacional utilizada
5.9.8 Modelo de Pista de Tiro Policial Embarcado na Instituição, sendo preferencialmente com quatro portas.
Objetivos da Pista: Demonstrar ao aluno as dificuldades na
realização de disparos embarcados, alertando-o sobre o nível
de dificuldade em se realizar disparos de qualidade durante os
deslocamentos de forma a propiciar a experimentação prática,
incluindo em seu conhecimento técnico, que em se tratando do
disparo embarcado exige-se do profissional grande habilidade,
domínio técnico e emocional para que não se potencialize os riscos
do alvejamento de transeuntes durante uma eventual ação real.
Observações:
a) Pessoas alheias à instrução ou alunos que não estejam
participando da linha de tiro deverão respeitar a distância mínima
de 20 metros do local onde estão sendo realizados os disparos;
b) Quando da montagem das pistas o instrutor deverá observar os
ângulos seguros quanto ao posicionamento dos alvos evitando-se o
Fonte: I CIIT/SAESP
cometimento de quebra de ângulo, ricochetes e estilhaços;
Especificações:
c) A realização dos disparos deve se limitar a janela da viatura a qual
Alvos: De 08 (oito) a 10 (dez): podendo variar de acordo com a
estará aberta, devendo haver atenção aos retrovisores e demais
quantidade de instrutores/monitores;
partes da viatura evitando danificá-los;
Distância: Progressiva, com escalas de 7, 8, 10 e 15 metros para
d) O instrutor deverá exigir e conferir a utilização de todo EPI
armas curtas; e acima de 15 metros tratando-se de armas longas.
durante a realização da pista;
Disparos: De acordo com o planejamento e a logística da
e) Também deve ser observada a distância e trajeto da ejeção do
Instituição;
cartucho de acordo com cada armamento (curto ou longo) dentro
Recargas: Prever recargas táticas e emergenciais;
e fora da viatura para que não haja perdas ou ainda riscos de danos
147 148
físicos ou materiais; 5.9.9 Modelo de Alvos
d) O instrutor deverá ainda ensinar as técnicas e formas de
realização do disparo, com angulação, postura do corpo e apoios de 1- ALVO CURSO BÁSICO
PM/L-74
perna entre outros;
Características:
f) Para a montagem da pista os alvos deverão estar dispostos de tal
- Dimensão: 90 X 60 cm
forma que só haverá visualização por parte do atirador no momento
- Impresso em papel cartão na
da realização do disparo; devendo os disparos serem realizados
cor branca
tão-somente no lado em que o atirador estiver embarcado.
- Método GIRALDI
Há que se ressaltar que durante a passagem de alunos por qualquer
- Fundo cinza escuro e área
uma das pistas especificadas neste capítulo, pessoas alheias a
periférica em cor cinza claro
instrução ou alunos que não estejam participando da linha de tiro
deverão respeitar a distância mínima de 20 metros do local onde
estarão sendo realizados os disparos.
As pistas apresentadas neste capítulo também podem ser adaptadas 2 - ALVO SILHUETA CINZA
e utilizadas em ambientes de baixa luminosidade e no tiro noturno, PM/L-4
valendo-se das técnicas de uso de lanterna, disciplina de luzes e Características:
som e demais técnicas correlatas. - Dimensão: 90 X 60 cm
- Impresso em papel cartão na
cor branca
- Método GIRALDI
- Silhueta na cor cinza sem
marcações ou divisões
149 150
3 - ALVO SILHUETA REFEM Alvo de O4 cores modelo DPF
PM/L-4
amarelo verde
Características:
- Dimensão: 90 X 60 cm
- Impresso em papel cartão na
cor branca
- Método GIRALDI
- Silhueta sequestrador na cor
cinza escura
- Silhueta refém na cor cinza claro
- sem marcações numéricas ou
divisões de partes do corpo
vermelho azul
4 - ALVO SILHUETA Fonte: Departamento de Polícia Federal - DPFGO
RENDENDO-SE PM/L-4
Características:
- Dimensão: 90 X 60 cm
- Impresso em papel cartão na
cor branca
- Método GIRALDI
- Silhueta na cor azul sem
marcações e ou divisões de partes
do corpo
151 152
CAPÍTULO VI 6.2 Objetivos
O presente capítulo pretende definir critérios de avaliação e correção
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E CORREÇÃO NA
ATIVIDADE DE INSTRUÇÃO DE TIRO em instrução de tiro, sob o foco do instrutor de tiro devidamente
habilitado para tal fim; Padronizar a verificação aplicada aos
“A maioria dos sistemas de avaliação pessoal
nas empresas, é falho e, não raro, pessoas discentes, agindo de forma técnica e profissional, sendo imparcial
competentes são deixadas de lado e não nas suas decisões e seguir paulatinamente a sequencia de avaliação,
aproveitadas para tarefas mais complexas,
sendo o Instrutor transparente e objetivo na aplicação das provas
em função de avaliações falhas, efetuadas por
pessoas carregadas de preconceito, inveja e teóricas e práticas, e usar como ferramenta a avaliação do aluno,
incapazes de reconhecer no outro qualidades
para saber se realmente o que foi passado em suas instruções teve
que este avaliador não tem.”
Francis Iacona o retorno, através do ensino-aprendizado.
153 154
d) Na ocorrência de erros, conforme item anterior haverá a dedução ter dados estatísticos para futuramente ter um levantamento a
da pontuação correspondente à falha cometida; cerca do armamento/instrução subsidiando o gestor a cerca do
e) Ao aluno será permitido verificar o seu rendimento em quaisquer desempenho dos armamentos.
provas práticas através da conferência de súmulas e dos pontos j) Avaliar o aluno previamente à instrução de tiro prático as
obtidos nos alvos; atividades de manejo, desmontagem e montagem de primeiro
f) A súmula de avaliação tem por objetivo registrar o desempenho escalão (sem uso de ferramentas) nas diversas armas de cada
do aluno, identificando os erros e acertos durante a realização das instituição. Tal avaliação tem por objetivo certificar a habilidade
atividades propostas, tendo como meta maior a correção imediata do aluno com o armamento bem como garantir a manutenção
dos eventuais erros cometidos; preventiva e segurança. Abaixo segue algumas orientações como
g) O Teste de Aptidão de Tiro (TAT) consiste em avaliação periódica seria avaliação quanto ao manejo, desmontagem e montagem,
a ser realizada para aferir o nível de desempenho com armas de solução de panes e soluções de panes:
fogo dos policiais. Esta verificação ocorre através do emprego • Manejo, Desmontagem e Montagem: Terá por objetivo avaliar
das seguintes súmulas: Súmula para Tiro Fundamental, Súmula as habilidades por meio de prova prática, onde serão observados
para o Tiro Intermediário e Súmula para Pista Policial Defensiva conhecimentos e habilidades sobre o manejo, desmontagem e
(avançado). montagem do respectivo armamento (s) objeto da instrução.
h) O escalonamento em pontuações de 0 (zero), 5 (cinco) e 10 • Solução de Panes: Terá por objetivo avaliar as habilidades e o
(dez) pontos, existentes nas súmulas corresponde a “não fez o conhecimento por meio de prova prática e perguntas teóricas, onde
procedimento corretamente”, ou “fez o procedimento parcialmente serão observados conhecimentos e habilidades sobre a constatação
correto”, ou ainda, “fez o procedimento corretamente”, e solução imediata de panes previstas para o armamento objeto
respectivamente. da avaliação: Serão previstas a solução de três panes dentre as
Nota: Ao final da instrução o instrutor de tiro deverá constar nos seguintes: Má alimentação, mau trancamento, chaminé, nega,
anexos dos relatórios finais da atividade de instrução juntamente carregamento duplo, falha na extração e munição atravessada.
com o mapa de tiro além da quantidade de disparos por alunos • Recargas: Terá por objetivo avaliar as habilidades e o
aptos ou inaptos, também a relação de armas que apresentaram conhecimento por meio de prova prática e perguntas teóricas, onde
problemas ou PANE durante a instrução encaminhando o ao setor serão observados conhecimentos e habilidades sobre a maneira
competente. A partir do relatório técnico a instituição poderá correta da recarga. Serão cobradas duas das três recargas previstas:
155 156
Administrativa, Tática e emergencial. Em anexos apresentamos algumas propostas de modelos de
FIGURA 01 – Modelo de Empunhadura súmulas de avaliação a serem utilizados nas instruções de tiro.
6.4 Anexos
157 158
159 160
CAPÍTULO VII
7.1 Generalidades
Há muito tempo os profissionais da Segurança Pública estudam
formas de tornar os treinamentos de combate policiais mais
realísticos; afinal, para que possamos exigir do policial uma
resposta consciente e à altura do esperado pela sociedade, em um
confronto com risco de morte é preciso que esse profissional se
conheça e aprenda a controlar seu nível de estresse.
Com certeza nunca poderemos prever com exatidão como esse
agente da segurança irá reagir quando se deparar com uma situação
de confronto armado, mas o que se deve buscar é um treinamento
exaustivo e contínuo para que ele possa reagir ou se defender,
instintivamente ou por memória muscular.
Em outros países onde os assuntos de Segurança Pública e territorial
são tratados como prioridades, existem incessantes investimentos
nos treinamentos das instituições voltadas para a segurança
interna e externa. Desses investimentos surgem tecnologias das
mais variadas, que vão desde automatização dos estandes de tiro
até simuladores de tiro virtuais.
161 162
A grande questão é que como no Brasil não se tem investimento 7.3 Aplicação Prática do Marcador Paintball na Instrução
satisfatório no setor de tecnologia para o trabalho policial em geral, de Tiro
desde o processo de qualificação como no exercício do trabalho a) O primeiro passo para o instrutor de tiro utilizar o marcador
operacional, isso torna geralmente excessivamente onerosos por Paintball é sua regulamentação perante sua instituição, atrás
serem os produtos na maioria importados, o que muita da vez de uma portaria, norma geral de ação, etc. Devendo, também,
inviabiliza a sua aquisição e manutenção, uma vez que se torna observar a regulamentação do Exército Brasileiro, pois este é o
elevado o custo final das peças para reposição e manutenção. órgão responsável, conforme se verifica pela portaria a seguir:
163 164
Exército. pronto emprego, almejando desenvolver o sentimento de coesão
§ 2º A aquisição na indústria será autorizada pela
e os reflexos de obediência, como fatores preponderantes na
DFPC, mediante requerimento encaminhado
por intermédio da Região Militar (RM) onde o formação do agente de segurança; valorizar a disciplina consciente;
requerente está registrado.
desenvolver o sentimento de superação física e emocional; verificar
§ 3º A aquisição de armas de pressão de uso
permitido no comércio será autorizada pela RM o reflexo da disciplina no cumprimento pronto às ordens recebidas;
responsável pelo registro do requerente”. o conhecimento da função e o nível de responsabilidade dentro
do grupo; a aprendizagem quanto à técnica de abordagem, UDF,
Conforme se extrai da portaria o marcador de paintball foi varredura de ambientes.
classificado como uma arma de pressão, e sua aquisição tem que FIGURA 01 – Equipamentos para a prática do Paintball
ser autorizada pela Região Militar pertinente.
Necessário, também, que o Instrutor de Tiro seja possuidor do curso
correspondente e regular da instituição, como, por exemplo, o CIIT
(Curso Integrado de Instrutor de Tiro) devidamente regulamentado
pela Instituição, e que esteja preparado tecnicamente para a prática
desta modalidade de Docência.
Todas as instruções devem estar previstas em uma nota de
instrução ou documento similar, prevendo data, local, quantidade Fonte: Arquivo próprio I CIIT/SAESP (foto)
de discentes, uniforme, EPI etc. O treinamento do agente de segurança com o uso do paintball/
Em linhas de tiro a incapacidade de se mover usando cobertura não airsoft poderá ter quatro objetivos de aplicação, sendo eles:
é imediatamente punida, os alvos estáticos não podem flanquear o Treinamento com UDF: destinado aos alunos em fase de
atirador, não com eficiência será simulado um ataque com vários aprendizagem ou reciclagem, oferecendo-lhes uma situação de
agressores em movimento, ou um trabalho com uma equipe, além possível reação letal, na qual o discente deverá interagir com a pista
de que quase nunca se obtém o ponto de vista de um suspeito e reagir nas mesmas proporções da agressão.
barricado em cenários de tiro estático ou simuladores virtuais. Avaliação do Treinamento: destinada aos alunos que já
A instrução tem por objetivo proporcionar aos alunos condições passaram pelo Tiro Policial Defensivo e o UDF, objetivando a
para realizar exercícios práticos em campo e outras atividades de avaliação que se dará através de súmulas específicas de avaliação.
165 166
Simulação de Confronto: destinada aos discentes que já Para a realização da instrução do marcador paintball/airsolft
passaram pelos treinamentos básicos, cuja proposta de instrução é ideal que o agente de segurança seja instruído com o mesmo
contempla principalmente a aproximação com a realidade de fardamento, colete antibalístico e cinto de guarnição, tal como é
uma situação de confronto armada, na qual 02 (duas) equipes utilizado no serviço operacional, para que se promova uma maior
se enfrentarão com o mesmo número de integrantes e a mesma familiarização com oficinas de vivencia- mento, identificando
quantidade de munições, podendo ser usada como atividade lúdica dificuldades, fragilidades ou ainda não conformidades com relação
e desportiva através de olimpíadas e competições diversas. ao emprego no serviço operacional, acrescentando apenas os
Treinamento Tático Especializado: destinado aos grupos equipamentos de segurança utilizados no paintball/airsolft.
táticos especializados que tenham objetivos específicos nas Para a aplicação de qualquer dos treinamentos acima descritos se faz
instruções para o treinamento do cumprimento de missões necessário à devida preleção por parte dos instrutores/monitores
especializadas (resgate de reféns, incursões em favela, adentramento envolvidos diretamente com a instrução, embasada na nota de
em ambiente hostil etc.). A principal vantagem do paintball/airsoft instrução e norma geral de ação, dando informações necessárias
nesse tipo de treinamento é a segurança, pois nos treinamentos de em relação às Normas de Segurança, uso do equipamento, execução
grupos táticos existe a necessidade de ensaiar exaustivamente os dos exercícios propostos e/outra posição das pistas, bem como um
adentramentos e abordagens. prévio aquecimento muscular para a realização das atividades.
São recomendadas as seguintes atividades preparatórias que A instrução deverá ter caráter educativo, obrigatório e avaliativo
antecedem as transposições das pistas: para todo aluno cuja matriz curricular contemple o estudo e
1) Treinamento preparatório para formação de grupos de combate planejamento prévio pela instituição de segurança pública. É
e patrulha com armamento longo e curto; considerado pré-requisito para todo agente de segurança que se
2) Transposição de obstáculos na pista de maneabilidade; submeter ao treinamento com paintball/airsolft estar apto na junta
3) Planta Baixa; médica, ou inspeção médica equivalente no caso de usuários de
4) Ambiente de alto risco (Favela); outras organizações.
5) Ambiente de edificação externa; É vedado o uso dos equipamentos de paintball/airsolft
6) Ambiente de edificação interna; individualmente ou em grupo sem a devida nota de instrução, bem
7) Ambiente Rural; como sem o acompanhamento de instrutor/monitor responsável
8) Ambiente com baixa luminosidade. pela instrução. Também é vedado o uso dos marcadores sem o
167 168
devido equipamento de segurança. Caso algum instruendo venha a CAPÍTULO VIII
se lesionar de forma grave deverá ser feito o atestado de origem em
ATIVIDADE FÍSICA VOLTADA PARA INSTRUÇÃO DE
vigor na corporação, bem como dado os devidos trâmites naquilo
TIRO: Alongamento e Aquecimento
que se fizer necessário.
São equipamentos de segurança obrigatórios à máscara para “[...] qualidade de vida boa ou excelente (é)
aquela que ofereça um mínimo de condições
paintball/airsolft, “plug” protetor de cano, capa peitoral e dorsal de para que os indivíduos nela inseridos possam
proteção e opcionais as luvas, protetor de pescoço, protetor genital, desenvolver o máximo de suas potencialidades,
sejam estas: viver, sentir ou amar, trabalhar,
joelheiras e cotoveleira. produzindo bens e serviços, fazendo ciências ou
artes”.
Rufino Neto
8.1 Generalidades
A atividade de Segurança Pública exige de seus profissionais
uma atitude proativa quanto à exigência de se manter preparado
fisicamente, tecnicamente e psicologicamente, pois pode a qualquer
tempo se envolver tanto em ocorrências consideradas comuns,
como em situações complexas e de extrema necessidade, haja vista
a rusticidade da atividade fim. A falta de condicionamento físico e
de capacitação deste faz com que ele inevitavelmente seja inserido
num grupo de risco, atentatório contra sua própria segurança.
8.2 Objetivos
Nossa intenção neste capítulo é chamarmos a atenção para a
importância da atividade de Instrução de Tiro que envolve o
trinômio da preparação física, técnica e psicológica. Forneceremos
algumas dicas voltadas à preparação física quanto à realização de
169 170
preliminares como alongamentos, e preparativos físicos antes, empregado visando o bem estar físico, psicológico e desestressando
durante e após as atividades de Instrução de Tiro, visando com a musculatura do atirador.
esses exercícios dirigidos, a preparação ao uso do armamento no O alongamento constitui a ginástica ideal para conhecer e descobrir
serviço operacional do profissional de Segurança Pública. como o seu corpo funciona e ainda para reforçar o controle corporal.
Sua prática vivencia uma atividade de autoconfiança, equilibrado e
8.3 Alongamento e aquecimento para a prática do tiro de bem estar. Além disso, relaxa os músculos e libera a circulação
A realização de atividades físicas proporciona, entre outros da energia contribuindo, desta forma, para extinguir as tensões e a
benefícios, a melhoria da performance e qualidade devida. Os eliminar as dores.
profissionais de Segurança Pública no exercício diário do seu labor Como Alongar: Antes de qualquer coisa, é importante aprender
desenvolvem certas atividades operacionais que demandam um a forma correta de executar os alongamentos, para aumentar os
bom preparo físico, quesito este indispensável para a sua própria resultados e evitar lesões desnecessárias, inicie o alongamento
segurança, a da equipe e da sociedade. até sentir certa tensão na musculatura e então relaxe um pouco,
A seguir discorreremos sobre aspectos da preparação física mantendo a posição entre 10 segundos e 1 minuto, voltando
importantes para realização de uma Instrução de Tiro. É importante novamente à posição inicial de relaxamento. Os movimentos
alongar adequadamente a musculatura logo antes de se iniciar devem ser sempre lentos e suaves. O mesmo alongamento pode ser
qualquer atividade que demande de esforço físico. A realização do repetido, buscando alongar um pouco mais o músculo, evitando
alongamento prepara os músculos para as exigências que virão a sentir dor. Para aumentar o resultado, após cada alongamento, o
seguir, protegendo e melhorando o desempenho muscular. Além músculo pode ser contraído por alguns segundos, voltando a ser
disso, como não é raro que a prática de exercícios provoque dores alongado novamente. É a técnica chamada de alonga - contrai
musculares após o seu término, alongar-se imediatamente após - alonga. De uma forma geral, sempre devem ser preferidos os
o exercício reduz o aparecimento da Dor Muscular Tardia, além alongamentos estáticos em detrimento dos dinâmicos, que são
de melhorar o desempenho do atirador. Pela sua facilidade de o resultado de movimentos amplos e bruscos dos músculos. Ao
execução, os alongamentos deverão ser feitos antes e depois da contrário dos alongamentos estáticos, os dinâmicos, também
prática do tiro, em qualquer lugar e em qualquer horário. chamados de alongamentos balísticos, podem proporcionar o
Sempre que for identificada alguma tensão muscular em algum desenvolvimento de lesões musculares.
participante da Instrução de Tiro, o alongamento pode ser Como respirar: Para que os movimentos sejam lentos e relaxados,
171 172
a respiração durante o alongamento deve ser lenta e cadenciada e dolorosa no corpo do músculo, a zona de contratura pode levar
durante o exercício. Quanto mais profunda, regular e progressiva dias para se dissipar. Os músculos ficam duros, como se estivessem
ela for, melhor será a oxigenação e o relaxamento muscular. tetanizados, e um bom programa de alongamento pode prevenir o
surgimento ou a incidência dessas contraturas.
8.4 Alongamento para prevenir problemas ligados Distensões: Elas representam o primeiro estágio de
Instrução de Tiro. comprometimento muscular grave, nesta patologia o músculo é
Frequentemente, ouvimos que o esporte é bom para saúde. distendido brutalmente e, algumas vezes, além do seu comprimento
Paradoxalmente o atleta sempre é vitima de problemas habitual. Somente o repouso eliminará a dor muito intensa e o
desagradáveis, com câimbras, dor muscular tardia, contraturas, alongamento constitui o melhor meio de prevenir distensões.
distensões, ruptura ou laceração. A realização correta de um Ruptura: é uma lesão do músculo que afeta os nervos os vasos
programa regular de alongamento pode reduzir a incidência desses sanguíneos e as fibras musculares. Ruptura é diferente da distensão
males. muscular por provocar dor intensa e tratamento mais prolongado.
Câimbra: Este incidente traduz-se por uma contração involuntária Como para a distensão, o alongamento constitui o melhor meio de
e brutal de um músculo. A dor cede em alguns minutos ou mesmo prevenção da ruptura.
segundos. A câimbra é frequentemente devida a uma má hidratação, Laceração muscular: é a deterioração de um grande grupo de
à falta de magnésio ou sódio, vitamina B ou cálcio, problemas fibras no interior do músculo. Trata-se de uma lesão provocada
circulatórios, ou ainda, problemas relacionados ao diabetes. Para pelo “movimento a mais”. Você praticamente terminou sua sessão
eliminar uma câimbra alongue o músculo contraído para obriga-lo de treinamento, a fadiga se fazia sentir em seus músculos, mas
a se descontrair imediatamente. você quis ir ainda mais longe, além de seus limites e seus músculos
Dor Muscular Tardia: consiste em dores musculares difusas fadigados não suportaram o esforço. O repouso, e um programa de
que acometem vários grupos musculares de uma vez. Ela ocorre musculação progressiva combinado com alongamento representam
no dia seguinte ou dois dias após a realização de esforços muito o meio mais eficaz para se defender contra a laceração.
intensos e pode durar de três dias até mais de uma semana. A 8.5 Exercícios para o alongamento na atividade de tiro
prática regular de alongamento tanto antes quanto após o esforço Ressaltamos que os alongamentos devem ser efetuados
prevenirá a Dor Muscular Tardia. primeiramente com um lado corpo ou membro, depois repetido
Contratura: Ela se manifesta pela presença de uma área rígida
173 174
com o outro lado do corpo ou membro, e o atirador deve permanecer os dedos e tracione levemente em direção ao
em cada posição por no mínimo 10 segundos. seu corpo sem flexionar o cotovelo, alongando
assim a parte interna do antebraço.
a) Estender os braços e cruzar os dedos acima
da cabeça, voltando as palmas das mãos
para cima no prolongamento do corpo, na
posição de espreguiçar; Serve para alongar os
músculos dos braços e costas.
d) Estenda um braço como dorso da mão
voltado para frente, com a outra mão puxe os
dedos para dentro, segurando e tracionando
b) Para alongar o levemente, sem, no entanto, flexionar
músculo Tríceps Braquial, o cotovelo, alongar assim os músculos
posicione-se em pé, com extensores do antebraço.
as pernas afastadas, os
pés paralelos. Flexione
um braço atrás da cabeça, e) Estando em pé, com o tronco ereto, as pernas
coloque a mão do outro levemente afastadas e os pés bem apoiados no
braço sobre o cotovelo do solo. Flexione um braço, leve-o acima do tórax
primeiro e exerça uma leve tração. Tracione progressivamente o na altura dos ombros e coloque a mão do outro
cotovelo a fim de acentuar o alongamento. braço sobre o cotovelo do primeiro empurre-o
levemente permitindo alongar a musculatura
c) Com a finalidade de alongar os músculos flexores dos antebraços, do ombro trapézio e rombóides.
em pé, com as pernas afastadas e o tronco bem ereto, estenda um
braço a sua frente na altura do ombro, com a mão em extensão e
os dedos direcionados para cima. Com a outra mão, segure todos
175 176
f) Em pé, com as pernas levemente afastadas, i) Com os braços alinhados lateralmente com
o tronco bem ereto e os braços estendidos os ombros e as duas mãos na nuca e dedos
para cima, cruzem os dedos, vire as mãos de entrelaçados, force as escápulas para dentro.
modo que as palmas fiquem direcionadas para Serve para alongar os músculos peitorais.
cima e empurre para o alto. Nesta posição
vamos alongar quase toda a musculatura dos
membros superiores.
179 180
r) Com uma perna semi-flexionada, retese a g) Previne dores, e melhora a tonicidade muscular;
outra perna lateralmente e puxe a ponta do h) Aumenta a flexibilidade e a elasticidade dos músculos e tendões;
pé para trás (depois inverta perna). Serve para i) Previne traumatismos e dores, tanto musculares quanto
alongar os músculos gastrocnêmicos, sóleo, articulares;
plantar. (j) Auxiliam no desenvolvimento da consciência corporal,
melhorando a postura.
O principal objetivo do aquecimento é preparar o organismo para a e confortáveis para facilitar o exercício de tiro. Se possível que as
atividade física, seja em treinamento, nas competições ou no lazer. roupas estejam de acordo com a temperatura;
Visa obter o estado ideal psíquico e físico a preparação para os c) Usar “meião” preto e coturnos, para prevenir a formação de
O aquecimento age aumentando a temperatura corporal realiza a d) Os participantes, instrutores e discentes deverão ter acesso
preparação do sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade, a local que tenha água ou portar cantil ou ainda camelback para
o aquecimento é tão essencial e benéfico para quem faz exercícios, hidratar-se antes, durante e após o exercício de tiro, evitando assim
que é indispensável incorporá-lo na atividade prática de tiro. a dispersão do grupo no momento da instrução. Em princípio, esta
Ele tem papel fundamental na execução da atividade física. O hidratação pode ser feita com água, porém, dependendo da duração
aquecimento faz com que a temperatura corporal aumente o que por da instrução, exposição ao sol, temperatura, nível de transpiração e
consequência aumenta a força muscular. Ele também aperfeiçoa a intensidade da instrução, a hidratação deverá ser complementada
coordenação neuromuscular. Para se ter uma ideia, em cada grau com bebidas que reponham os sais minerais perdidos (soro, água
corporal aumentado, o metabolismo celular aumenta, e isso resulta de coco, sucos de fruta e bebidas esportivas).
183 184
CAPÍTULO IX 9.2 Objetivos
Desenvolver e oportunizar aos profissionais de Segurança Pública
EVENTOS DESPORTIVOS DE TIRO
momentos lúdicos e de confraternização, que podem ocorrer em
“No esporte, existem campeões e existem
datas alusivas às corporações, incluindo práticas que envolvam
heróis. Campeões vencem porque são bons
no que fazem e tiram proveito particular de o uso da arma de fogo, como evento desportivo, tal como o tiro.
suas vitorias. Heróis vencem quando menos se
Proporcionar tais eventos também se torna uma excelente
espera, superaram os seus próprios limites, e
quando recebem os louros dividem suas vitórias oportunidade de interação entre as instituições de Segurança
com uma nação inteira (...).” Pública. E por fim despertar aos agentes de segurança publica a
Augusto Branco
necessidade de treinamento e capacitação relativa ao emprego de
O desenvolvimento de eventos desportivos necessita de Objetivamos também Transmitir ao Instrutor de Tiro informações
planejamento, organização e diversas responsabilidades, de das diversas modalidades de tiro esportivo, e como proceder na
ordem técnica, logística, administrativa e operacional, à altura e na organização de eventos desportivos de tiro, saber o público que
proporção do evento proposto. estará presente, ter previsão de local, data a ser realizado, nome
Para a realização de eventos desportivos como competições, do evento etc. e por fim obter conhecimento das regras de cada
torneios e/ou circuitos de tiro, o organizador deverá estar atento modalidade de tiro desportivo as súmulas a serem utilizados
a uma série de detalhes na etapa do planejamento, iniciando-se nos torneios, os tipos de alvos para cada categoria, as pistas que
pela escolha entre as várias modalidades de tiro (Tiro de Precisão, deverão ser montadas, com suas especificações, os armamentos e
Saque Rápido, N.R.A, IPSC, etc.), a confecção das súmulas para calibre empregado, enfim, saber planejar, executar e finalizar um
a verificação da pontuação, compra de troféus, medalhas, alvos, evento desportivo da melhor maneira possível, demonstrando
e finalizando com a aquisição de todo material que auxiliará na profissionalismo e aptidão no esporte.
logística.
Uma vez escolhida à modalidade do evento e realizada toda a 9.3 Pontos fundamentais a se observar ao organizar o
logística, resta ainda à confecção de um regulamento que seja evento
suficientemente claro, objetivo e exequível. Do contrário, poderá
a) Definição do nome: A escolha do nome da competição ou
levar ao fracasso ou a embaraços diversos.
185 186
da autoridade homenageada na ocasião do evento deverá ter um disparo em cada alvo, num total de 05 alvos, dentro de um
apreciação superior a fim de evitar constrangimentos ou embaraço. tempo pré-determinado. Para isso é utilizado um sistema chamado
b) Estipulação do público alvo: Verificar a possibilidade de “minutaria”, que consiste em um aparelho eletrônico que gira os
estender o convite às demais entidades de Segurança Pública, às alvos ao final de um tempo estimado, de maneira que o atirador
instituições co-irmãs, à representantes do Ministério Público, não possa mais efetuar disparos naquele alvo. A regra consiste
Poder Judiciário, ao público civil, dentre outros, de forma que basicamente em executar as cinco séries de tiros descritas, devendo
os mesmos possam sentir e entender um pouco das dificuldades o atirador a partir da posição em pé, com a arma no coldre travado
que a atividade policial representa; pesquisar a disponibilidade e e as mãos acima do ombro:
participação dos convidados, antecipar a organização do espaço,
QUADRO 01
disponibilizar a quantidade de assentos necessários, etc. Saque Rápido
c) Previsão da data, horário e local: Verificar se haverá algum
SAQUE RÁPIDO
outro evento importante na data prevista; observar as condições Tempo Para
Quant. de Quant. de Alvos
climáticas para a data prevista (pois os alvos de papel podem Série Distância Efetuar os
Disparos Atiráveis
Disparos
estragar com chuva, etc.); estipular o local de acordo com o horário 1ª 15m 5 10 segundos
5 alvos (1 disparo
por alvo)
do evento e as condições climáticas. 5 alvos (1 disparo
2ª 10m 5 8 segundos
d) Definição da modalidade de tiro: Na escolha da modalidade por alvo)
5 alvos (1 disparo
3ª 05m 5 6 segundos
é importante observar o horário, o local, o espaço a ser utilizado e por alvo)
5 alvos (1 disparo
as condições climáticas. 4ª 05m 5 3 segundos
por alvo)
1 alvo (5 disparos
5ª 05m 5 3 segundos
em alvo único)
9.4 Modalidades Desportivas
Independente da modalidade de tiro utilizada sugere-se que os Será considerado vencedor o atirador que obtiver o maior número
participantes do evento usem uniformes e equipamentos rotineiros de pontos. O critério de desempate será o de maior número de
(armas, coldres, porta-carregadores, cintos, etc.), em vez de acerto nos 10 (dez), 09 (nove), 08 (oito) e 07 (sete) respectivamente.
equipamentos de tiro profissional, a fim de aumentar a dificuldade Caso persista o empate, será repetida a 5ª série de 05 disparos. O
nas modalidades descritas. regulamento oficial é encontrado no site da Confederação Brasileira
a) Saque Rápido: Definição: o atirador parado e de pé, efetua de Tiro Prático (CBTP). Quantidade de participantes: ilimitado
187 188
(dependerá do número de minutarias). Geralmente são dois por QUADRO 02
N.R.A Rápido
vez, lado a lado, devendo estar à mesma distância do alvo. Podem
N.R.A.
ser realizadas várias seções com dois atiradores por vez.
Quant. de Tempo Para Efetuar os
FIGURA 01 – Modelo de alvo saque rápido Série Posição
Disparos Disparos
1ª Em pé 5 20 segundos
2ª Ajoelhado 5 20 segundos
3ª Sentado 5 20 segundos
4ª Deitado 5 20 segundos
191 192
QUADRO 03 f) Shotgun: Definição: consiste em uma pista de IPSC utilizando
Tiro de Precisão como arma as escopetas PUMP, 12 Gauge, de repetição ou semi-
TIRO DE PRECISÃO (FOGO CENTRAL) automáticas, com as mesmas regras do IPSC. Quantidade de
Série
Quant. de Tempo Para Efetuar
Alvo
Recarga participantes: limitado a 08 atiradores por pista (stage), para haver
Disparos os Disparos Obrigatória
celeridade na competição, podendo esta ter só uma pista com todos
1ª 10 30 segundos Esquerdo SIM
os atiradores.
2ª 5 10 segundos Direita NÃO FIGURA 06 – Modelo de alvos Shotgum
a) Estabelecer o calibre a ser utilizado na competição, podendo ser • Grampeador industrial (ROCAMA) e grampo;
prova será classificatória e realizada individualmente, aplicando a. A apuração da prova será feita por uma comissão compostas por
a regra básica do IPSC: Ponto dividido pelo Tempo menos as 03 (três) membros, devendo ser composta por 01 representante de
fase serão classificados os 08 melhores atiradores. Para a segunda b. Para se obter a pontuação geral por equipe será considerado o
fase será observado a formação das chaves de duelo baseado nos resultado do somatório de todas as modalidades deste torneio de
últimos atiradores iniciando-se o duelo com o atirador adversário. 1º colocado: 10 pontos; 2º colocado: 08 pontos; 3º colocado:
Será considerado vencedor aquele atirador que abater o maior 06 pontos; 4º colocado: 05 pontos; 5º colocado: 04 pontos; 6º
número de alvos metálicos em menor tempo. colocado: 03 pontos; 7º Colocado: 02 pontos; 8º Colocado: 01
ponto.
6. DA PARTICIPAÇÃO/INSCRIÇÃO
a. As equipes serão compostas por até ____ atiradores, sendo 8. PRINCÍPIOS BÁSICOS
descartados para efeito de classificação geral por equipe, o pior a. SEGURANÇA: Durante a execução das provas devem ser
resultado. O número mínimo de componentes por equipe será observados os princípios como deslocamento com o dedo fora do
de ____ atletas e neste caso não haverá descarte. As instituições gatilho e manutenção da direção do cano para direção segura, o que
poderão participar com uma equipe e caso não haja interesse da se não observado poderá culminar na desclassificação dos atletas.
participação por equipe, poderão enviar atletas para participação a.1) Serão providenciadas áreas de segurança onde os atletas
com os masculinos inscritas no circuito; a.2) Nenhum competidor ou pessoa alheia à competição poderá
c. A organização da prova receberá a confirmação de inscrições circular nas dependências do Estande de Tiro com armas fora do
203 204
coldre ou maleta; minutos antes do horário previsto para o início do torneio;
a.3) O atirador deve aguardar a determinação do árbitro para b. As armas utilizadas no torneio serão consideradas como
operar com o armamento; individuais e as possíveis panes correrão por conta e risco do
a.4) Na linha de tiro, durante a realização da prova só poderá competidor;
permanecer o atirador que estiver atirando, o juiz e fiscais de prova; c. Não serão aceitas armas fora dos padrões estabelecidos neste
a.5) É obrigatório o uso de cinto de guarnição, óculos de proteção, regulamento;
abafador ou protetor auricular, coldres, porta jet ou carregador; d. Após iniciada a prova, somente por desistência do atirador ou
a.6) Nas dependências do estande e áreas periféricas é determinação do juiz de prova poderá ser interrompida o tiro;
expressamente proibida a permanência de competidores com e. Todas as armas, munições e equipamentos, serão inspecionados
armas carregadas. pelo juiz, antes do início da prova ou a qualquer momento, se for
b. PRECISÃO: Todo atirador deve conhecer bem a sua arma e julgado necessário;
treinar com a mesma para obter o máximo de confiança, de modo
que ao apontar, acertará no alvo, seu projétil; e. São organizadores do Circuito de Tiro o _____________ e
c. RAPIDEZ: A rapidez e a agilidade são fatores preponderantes __________________;
no tiro policial; f. Os casos omissos não previstos neste regulamento serão levados
d. POTÊNCIA: A munição deve ter uma carga mínima de potência, à apreciação da organização do evento.
suficiente para abater com certa facilidade os alvos metálicos.
Em _________________, _____/____/_____.
9. DA CLASSIFICAÇÃO E PREMIAÇÃO __________________________________
a. Serão premiados individualmente com troféus os ____ melhores Responsável pelo Evento
resultados, obtidos pelas equipes, por modalidade;
b. Serão premiadas com troféus e medalhas as ____melhores
equipes, classificadas no resultado geral do Torneio;
207 208
10.2 Objetivos O kit básico para o atendimento pré-hospitalar deve
O atendimento pré-hospitalar (APH), popularmente chamado conter:
de “primeiros socorros”, tem por objetivo prestar o primeiro • Luvas de procedimento;
atendimento à vítima de algum mal, seja ele clínico ou traumático, • Ataduras;
de maneira a estabilizar seus sinais vitais e evitar o agravamento • Gazes;
do quadro em que a vítima se encontra até a chegada da equipe • Bandagem triangular;
especializada ou até o deslocamento à unidade de saúde. • Esparadrapo;
• Talas para imobilização de fraturas;
10.3 Planejamento e Logística da EPH • Colar cervical;
No planejamento da instrução de tiro o instrutor deve sempre prever • Prancha longa;
meios que possibilitem a execução das técnicas de atendimento • Respirador manual (Ambu);
pré-hospitalar. • Solução fisiológica.
Os principais cuidados a serem tomados durante o planejamento Antes de iniciar uma intervenção, é necessário priorizar a segurança
são: no atendimento através da “REGRA DOS TRÊS ESSES”:
• Possuir no local equipe treinada em APH; a) Cena do acidente (Scene);
• Possuir equipamento adequado para o atendimento; b) Segurança (Security);
• Conhecer a(s) Unidade (s) de Saúde mais próxima(s) para onde c) Situação (Situation).
possam ser encaminhadas as vítimas de possíveis incidentes. Em seguida procede com a avaliação primária, visando checar
A equipe capacitada em APH pode ser conseguida por meio de os sinais vitais da vítima e tratar as condições que a colocam em
solicitação ao Corpo de Bombeiros Militar, SAMU ou secretarias risco iminente de morte. Para melhor avaliação adota-se o processo
municipais de saúde. No entanto, é imprescindível que a equipe mnemônico da sequência alfabética (A-B-C-D-E):
e o próprio instrutor de tiro possuam ao menos conhecimentos A - Desobstrução das vias aéreas com controle da coluna cervical;
básicos de modo a auxiliar as equipes de socorro. B - Avaliar respiração e frequência ventilatória (Ver, Ouvir e Sentir
– VOS);
C - Avaliar a circulação e controlar hemorragias;
D - Avaliar o déficit neurológico - Nível de consciência
209 210
QUADRO 01 A lesão provocada nos tecidos inevitavelmente levará ao
Escala de Coma de Glasgow rompimento de vasos sanguíneos e consequente hemorragia. As
hemorragias são classificadas como:
• Externas: Saída de sangue pela ferida ou por orifícios naturais
do corpo.
• Internas: quando não há saída de sangue para o exterior do
corpo, ficando acumulado em alguma cavidade interna.
Fonte: adaptação da teasdale G,Jennett B. “assessment of coma and impaired
consciousness. A practical scale “the Lancet 13;2 (7872): 81 – 4, 1974. 10.4.1 Procedimentos para contenção de hemorragias:
• Compressão direta: Deverá ser feita primeiro o quanto antes
E - Exposição e ambiente com controle de temperatura. sobre o ferimento. A quantidade de pressão com as mãos e essencial
Após a estabilização dos sinais vitais da vítima, é realizada a para uma boa hemostasia. Caso não seja possível a compressão
avaliação secundária, a qual consiste em uma avaliação com as mãos por um período prolongado, usar uma atadura
minuciosa, a qual inicia na cabeça e vai até os pés. de crepom para amarrar as gazes com pressão no ferimento ou
Embora exista a possibilidade da ocorrência de inúmeras situações amarrar as compressas. Para contenção das hemorragias devera
que exijam a intervenção do socorrista, este capítulo visa orientar ser utilizado gazes ou compressas no local conforme foto abaixo.
apenas para aquelas situações relacionadas diretamente ao Quando não houver estes materiais usar um pedaço de roupa ou
exercício do tiro, são elas: hemorragias, queimaduras e fratura. tecido, principalmente de algodão para compressão. Quando uma
atadura estiver saturada de sangue acrescentar mais ataduras
10.4 Hemorragias em cima não retirando as ataduras saturadas para não perder o
O projétil de arma de fogo possui como uma de suas características trabalho de coagulação já iniciado.
produzirem lesões perfuro-contusas, onde haverá a cavidade
primaria ou permanente (lesão ocasionada pelo trajeto real do
projétil) e a cavidade secundaria ou temporária (lesão ocasionada
pela dissipação da energia do projétil após este atingir o alvo).
211 212
medica;
FIGURA 01 – Compressão direta 4- Não afrouxar o torniquete. Antes era indicado aliviar a pressão
para não acarretar lesões vasculares e necrose dos tecidos, mas hoje
estudos mostram que o torniquete pode ficar seguramente por um
período prolongado de até 120 minutos. Considerar o tempo de uso
do torniquete dentro do hospital, ou seja, transportar a vítima o
mais rápido possível preparando a equipe hospitalar ainda durante
Fonte: Protocolo para o Suporte Básico de vida do CBMGO o transporte da mesma;
• Torniquete: Caso a hemorragia não possa ser controlada por 5- Não use arame, fios ou similares para não agravar as lesões dos
compressão direta, usar o torniquete. As situações mais comuns de tecidos do membro.
utilização do torniquete são amputação, esmagamento de membros FIGURA 02 - Torniquete
e lesão de grandes vasos, devendo-se levar em consideração a
seguintes observações importantes na aplicação do torniquete:
1 - Usar uma faixa de 10 cm de largura (bandagem triangular),
enrolar duas vezes e dar um nó apertando-o suficientemente
para estancar a hemorragia. Nos membros inferiores o torniquete
devera ser aplicado com uma força maior do que com os membros
superiores. Colocar uma haste rígida de madeira ou metal e dar
Fonte: Protocolo para o Suporte Básico de vida do CBMGO
outro nó. Se a largura da faixa for maior não será eficiente na
Em caso de amputação ou avulsão completa, adotar as
hemostasia, assim como uma largura menor poderá promover
seguintes condutas:
lesões. O esfigmomanômetro é uma boa alternativa como
1 - Priorizar a segurança através da “REGRA DOS TRÊS ESSES”;
torniquete. Insuflar ate a mínima pressão capaz de interromper a
2 - Realizar o ABCDE observando a cinemática do trauma;
hemorragia;
3 - Proteja o local ferido;
2 - Aplicar o torniquete imediatamente proximal à lesão;
4 - Caso haja hemorragia intensa não controlada por outros meios,
3 - Anote o horário de inicio do procedimento e informar à equipe
usar o torniquete conforme descrito acima;
213 214
5 - Limpar cuidadosamente o segmento amputado/avulsionado um tempo prolongado de uso do torniquete. Entre escolher perder
com soro fisiológico e proteja o local ferido; um membro da vítima ou salvar a vida a decisão e óbvia no uso do
6 - Envolva o segmento amputado/avulsionado em gazes ou torniquete.
atadura umedecida em soro fisiológico; Os procedimentos apresentados até o momento referem-se a
7 - Coloque o membro se possível em saco plástico com cuidado de vítimas com hemorragia externa. A hemorragia interna requer
“não manter ar dentro dos sacos”; abordagem cirúrgica. Deve-se suspeitar de hemorragia interna
8 - Não congelar o segmento amputado/avulsionado colocando-a em casos de Rigidez ou distensão da parede abdominal, múltiplas
diretamente no gelo ou acrescentando outro agente de resfriamento, fraturas, fratura de fêmur e/ou cintura pélvica.
como gelo seco;
9 - Logo após, coloque o membro em recipiente com gelo, ou água 10.5 Queimaduras
gelada, sem que o membro tenha contato direto com estes líquidos. Considera-se queimadura toda lesão no tecido de revestimento
10 - Prevenir e/ou tratar estado de choque; do corpo humano causado por agentes térmicos (frio, calor e
11 - Informar o centro de operações para que a equipe cirúrgica seja eletricidade), químicos, radiação ionizante e ferimentos abrasivos.
preparada no hospital de referência. As queimaduras podem ser classificadas como de 1º, 2º e 3º graus,
Nota: A decisão cabe ao médico Regular. dependendo de sua profundidade. Queimaduras de 1º grau atingem
FIGURA 03 - Amputação apenas a camada mais superficial da pele (epiderme), apresentando
apenas dor e vermelhidão local (queimadura de sol, por exemplo).
As queimaduras de 2º grau atingem além da epiderme, a derme,
gerando vermelhidão e dor mais intensos, além de bolhas de água.
Nas queimaduras de 3º grau há o comprometimento de todas
Fonte: Protocolo para o Suporte Básico de vida do CBMGO as camadas da pele, podendo ainda atingir o tecido muscular e/
Os torniquetes foram deixados de ser usados por causa de suas ou tecido ósseo. Nestas queimaduras há áreas escurecidas ou
complicações, mas estudos científicos comprovam que aplicados esbranquiçadas em seu centro, com pouca ou nenhuma dor local.
adequadamente podem salvar vidas. As principais complicações
são as lesões em nervos e vasos e perda potencial do membro por 10.5.1 Condutas de atendimento em caso de queimaduras
215 216
térmicas: ferimento;
• Se a vítima estiver com fogo nas vestes, o fogo deve ser apagado • Não passar qualquer substancia no local queimado (pomadas,
rolando o corpo da vítima no chão, ou usando algo para abafar o mercúrio, óleos, pasta dental, etc.) e não perfurar as bolhas;
fogo, preferencialmente úmido, como um cobertor ou até a própria • Cobrir com compressas macias de gazes, embebidas em soro
gandola; fisiológico ou água fria, as queimadura nos olhos e logo após fixar
• As vias aéreas devem permanecer desobstruídas e deve-se ter com atadura de crepe sem efetuar pressão;
o cuidado de verificar se a vítima respira bem, principalmente se • Conduza a vítima até o atendimento médico especializado e
ocorrer queimaduras na face; informe a gravidade da queimadura ao médico.
• Sempre retirar partes da roupa que não estejam grudadas na área
FIGURA 04 - Condutas de atendimento em caso de
queimada, bem como anéis, relógios, pulseiras ou outros adornos; queimaduras térmicas
• Observe se há queimadura na circunferência do pescoço, com
risco de asfixia, ou membro e se os pulsos distais estão palpáveis,
comunique ao medico caso não estejam palpáveis;
• Estabeleça a profundidade, extensão e gravidade das lesões;
• Nas pequenas e médias queimaduras de 1º e 2º graus, lavar a área
afetada em água fria ou soro fisiológico (em torno de 15 minutos).
Fonte: Protocolo para o Suporte Básico de vida do CBMGO
Logo após, cubra-os com curativo úmido;
• Vitimas com queimaduras em grandes áreas corporais não devem
receber irrigação ou ter curativos úmidos, pois isto pode provocar 10.6 Fraturas
hipotermia. Utilizar curativo estéril seco (ataduras de Rayon) ou As fraturas caracterizam-se como lesões em um ou mais ossos
cobertor aluminizado para cobrir o ferimento (devido às dimensões do corpo. Podem ser reconhecido pela dor no local, hematoma,
da atadura de Rayon, em queimaduras extensas, não é possível deformidade, inchaço, incapacidade funcional, mobilidade
cobrir toda área queimada); anormal, crepitação óssea e até hemorragia e exposição do osso
• Nas queimaduras de 3º grau também deve ser utilizado curativo em caso de fraturas expostas. Importante salientar que as fraturas
estéril seco (ataduras de Rayon) ou cobertor aluminizado; ósseas, além da incapacitação do membro afetado e dor intensa,
• Cobrir a vitima com cobertor aluminizado, após a proteção do representam grande risco de hemorragia interna, principalmente
217 218
quando se tratar de ossos longos, como o fêmur. FIGURA 04 - Condutas de atendimento em caso de
fraturas
219 220
CONSIDERAÇÕES FINAIS o crime se aperfeiçoa de forma exponencial com o aumento da
segurança dos homens que laboram na Segurança Pública.
Buscou-se demonstrar que, para o exercício eficaz da atividade de Apresentamos ao instrutor dessa docência as técnicas
Segurança Pública, torna-se necessária a capacitação dessa mesma minunciosamente elaboradas por instrutores veteranos
categoria de profissionais que atuam na Docência da Instrução de especialistas conjuntamente com o corpo discente do I CIIT/SAESP
Tiro para melhor atender as exigências exigidas pela sociedade no esforço técnico para romperem-se os limites do empirismo
contemporânea, que suscita cada vez mais questionamentos acerca e da ausência de doutrinas tendo por zelo, melhor adequadas, e
da aplicação satisfatória do uso da força pelo Poder Público, a padronizadas às Instituições de Segurança Pública, notadamente o
despeito ainda de uma qualificação que confira mais segurança ao Estado de Goiás que necessitam atender as demandas de subsidiar
profissional que lida com a atual escalada criminosa de nosso país. com conteúdo específico a cerca do tema.
As instituições de Segurança Pública exercem um papel importante Ressalta-se ainda que esse Manual não tem a pretensão de exaurir
na manutenção e preservação da ordem pública, mesmo que para as discussões técnicas ou apresentar-se como verdade técnica
tal finalidade utilize como instrumento o uso da força letal como absoluta, engessada e/ou acabada; muito pelo contrário, quer
elemento inibidor de ações transgressoras de direitos, conforme suscitá-las e conhecê-las, visando a busca do que há de melhor para
preceitua o art. 284 do Código de Processo Penal: “não será a sociedade e as instituições encarregadas de sua proteção.
permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou tentativa de fuga do preso”; portanto, o uso indevido
da força acarreta violações de direitos e uma consequente crise
no sistema de Segurança Pública, fazendo toda sociedade discutir
o valor dos profissionais desse sistema. Assim, é que devemos
sempre buscar cada vez mais eficiência, profissionalismo, técnicas
e respeito amplo aos direitos vigentes, dando um significado junto
à sociedade do valor dos profissionais que lhes restam às vezes
apenas milésimos de segundo para decidir entre como e quando
utilizar a força policial. Nossa maior preocupação é justamente
entrelaçar técnicas e observância aos direitos num mundo onde
221 222
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS anatômica. Ilustração: Jean-Pierre Clémenceau; Frédéric Delavier;
Michael Gundill. Tradução: Marcos Ikeda. Barueri: Manole, 2012.
Apostila de Estágio para Multiplicadores de Marcadores Paintball
no Treinamento da PMGO. COELHO, Walter. Teoria Geral do Crime. Porto Alegre: Sérgio
Fabris e Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do
BRASIL. Portaria nº 02-COLOG 26 de fevereiro de 2010 – Exército Sul, 2009.
Brasileiro.
Confederação Brasileira de Tiro Esportivo. Disponível em:
BRASIL. Portaria nº 092-EME. De 26 de setembro de 1997. http://www.cbte.org.br/. Acesso em 21 de maio de 2010.
Aprovação do Manual Técnico T 21-250: Manual do Instrutor. 3
ed. 1997. Confederação Brasileira de Tiro Prático. Disponível em:
http://www.cbtp.org.br/. Acesso em 20 de maio de 2010.
Biblioteca do Conselho da Justiça Federal. Disponível em: http://
www.cjf.jus.br/biblioteca/. Acesso em 25 de maio de 2010. COSSENZA, Bernardo. Treinamento muscular. Rio de Janeiro:
Sprint, 2010. il.
CAMPOS, Alexandre Flecha. A qualificação do Policial
Operador de Segurança Pública. Goiânia, 2009. (Coletânea CUNHA, Pablo Nascimento da (Cap QOC). Técnicas de Tiro
de artigos, I). 136 p., il. Defensivo Policial: Teoria e Prática. João Pessoa: Fotograf,
2009. 248 p., il.
_____. Educação e qualificação do policial militar para o
uso da força. Goiânia, 2011. 160 p., il. DEOCLECIANO, Guimarães Torriere. Dicionário Técnico
Jurídico. 1. ed. São Paulo: Rideel, 1998.
_____. Da Filosofia à Política: uma questão de opinião. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da
Goiânia, 2015. 160.: il. Língua Portuguesa. Nova Fronteira, 2009.
CLÉMENCEAU, Jean-Pierre. Guia de Alongamento: abordagem Direito Penal Virtual. Disponível em: http://www.
223 224
direitopenalvirtual.com.br/. Acesso em 27 de maio de 2010. Jus Navegandi. Disponível em: http://www.alvos.com.br/
index2.html. Acesso em 24 de maio de 2010.
ESTRELA, Carlos. Metodologia cientifica: Ciência, ensino,
pesquisa. (Polícia Administrativa). 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, LEITE, Eduardo de Oliveira. A monografia Jurídica. 4. ed. rev.
v.V, 1968. e ampl.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
FLORES, Erico Marcelo; GOMES, Gerson Dias. Tiro Policial: LIBÂNEO. J. C.; OLIVEIRA, J.F. de; TOSCHI, M.S. Educação
Técnicas sem fronteiras. Porto Alegre: Evangraf, 2006. 152p.:il. Escolar: Politicas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez,
2003.
GIRALDI, Nilson. Tiro Defensivo na Prevenção da Vida. São
Paulo. LCL Alvos. Disponível em: http://www.alvos.com.br/index2.
_____. Método Giraldi. São Paulo. html. Acesso em 23 de maio de 2010.
_____. Manual Revólver. São Paulo.
_____. Curso para Instrutores e Usuários. São Paulo. PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
Hands. Disponível em: http://www.handgunsmag.com/. Acesso
em 10 de junho de 2015. RHAYGINO, Sarly Rodrigues Setúbal. Tiro Policial: Uma
Proposta de Mudança na Formação e Capacitação do Policial
Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Disponível em: Militar. Cuiabá, 2003. 122 p.
http://www.ibccrim.org.br/. Acesso em 26 de maio de 2010.
RUBINI, Ercole da Cruz. Treinamento de flexibilidade: da
JESUS, Damásio Evangelista. Código Penal Anotado. 10. ed. teoria á pratica. Rio de Janeiro: Sprint 2010. il.
rev. e atual.. São Paulo: Saraiva, 2000.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Cientifica: Guia para Eficiência
_____. Código de Processo Penal Anotado. 10. ed. rev. e nos Estudos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
atual.. São Paulo: Saraiva, 2000.
225 226
SEVERIANO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS
Científico. 22. ed. rev. e ampl.. São Paulo: Cortez, 2005.
O instrutor de tiro policial defensivo deve primar pela busca
SILVA FRANCO, Alberto; STOCO, Rui. Código de Processo de uma formação continuada, ou seja, estar constantemente se
penal e sua Interpretação Jurisprudencial. 2 vol. São Paulo: atualizando a cerca dos assuntos ligados a doutrinas e técnicas,
Revista dos Tribunais, 2009. acompanhar as inovações tecnológicas dos armamentos e
equipamentos disponíveis no mercado, participar sempre que
SILVA JR., Euclides Ferreira da. Curso de Direito Processual possível de feiras, seminários, simpósios e visitas a fabricantes.
Penal. 2. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2006. Trocar informações com os demais instrutores de ordem técnica e
aplicação de doutrinas, bem como estar atento aos termos técnicos
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Prática de Processo que norteiam o assunto. Foram selecionados alguns dos principais
Penal. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. termos técnicos e suas definições utilizadas neste Manual, ou que
podem ser objeto de estudo e indagações por parte do discente
ou até mesmo uma dúvida do próprio instrutor, os quais seguem
adiante:
Ação Dupla: Mecanismo que faz com que a arma seja disparada
sem ser necessário engatilhar o cão primeiramente.
Ação: Mecanismo de funcionamento da arma (carregar, disparar, AK: (abrev.) Avtomat Klashnikova ou Automatic Kalashnikov.
descarregar e carregar novamente). Metralhadora de origem russa. É a metralhadora mais utilizada a
nível mundial.
Acetinado: Sistema utilizado para acabamento das superfícies
metálicas de uma arma, no qual a mesma é tratada com processo Alça de Mira: Parte do sistema de miras que se situa na parte
de jateamento de micro esferas de vidro, para a seguir sofrer banho anterior da arma.
eletrolítico ou oxidação.
Alcance Útil: Distância em que um projétil ainda possui eficácia.
Aço: Liga de ferro e carbono (teor de carbono variável entre
0,008% e 2,000%) que pode conter, outros elementos residuais Alcance Máximo: Distância entre o disparo e a queda do projétil.
resultantes do processo de fabricação.
Alimentação: Introdução dos cartuchos na arma através de seu
Aço Carbono: Liga de aço, com alto teor de carbono em sua carregador.
composição, cuja principal característica é sua alta dureza.
Alinhamento: Enquadramento entre alça, massa de mira e o
Aço Inoxidável: Aço feito com liga de metais, normalmente alvo.
níquel e molibdênio, que proporcionam grande resistência à
ferrugem e à corrosão. Alma: Face interna do cano de uma arma. Pode ser lisa, quando a
superfície em questão é absolutamente polida, como, por exemplo,
Aço Temperado: Aço que sofreu o processo de têmpera. no caso das espingardas que calçam cartuchos com múltiplos
projéteis de chumbo; ou raiada, quando o interior do cano possui
229 230
sulcos helicoidais dispostos no eixo longitudinal, destinados a pela combustão de um propelente confinado em uma câmara
forçar o projétil a um movimento de rotação. que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de
propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção
Ambidestro: Dispositivo de segurança que pode ser acionado e estabilidade ao projétil.
tanto por destros como por canhotos.
Arma de Fogo de Uso Restrito: Arma que só pode ser utilizada
Ângulo de Raiamento: É o ângulo formado pelas raias do cano pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança, e por
de uma arma de fogo ou de ar comprimido, que imprime ao projétil pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas
o movimento de rotação, proporcionando-lhe estabilidade em sua pelo Exército, de acordo com legislação específica.
trajetória.
Arma de Fogo Portátil: Arma de fogo que pode ser transportada,
Ângulo de Tiro: Ângulo formado pela linha de tiro e a linha de manejada e operada por uma só pessoa.
visada; inclinação que se dá à arma para o alcance efetivo do tiro.
Arma de Porte: Arma de fogo de dimensões e peso reduzidos,
Anodizar: Processo de proteção aplicado em peças constituídas que pode ser portada por um indivíduo em um coldre e disparada,
por ligas leves de metais, normalmente alumínio. Sua aplicação é comodamente, com somente uma das mãos pelo atirador;
feita através de banho eletrolítico e as cores obtidas são ilimitadas. enquadram-se, nesta definição, pistolas, revólveres e garruchas.
AR: (abrev.) “Automatic Rifle”. Arma que faz recarga automática Arma de Pressão: Arma cujo princípio de funcionamento implica
depois do disparo. o emprego de gases comprimidos para impulsão do projétil, os
quais podem estar previamente armazenados em um reservatório
Arma: Artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou ou ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo
não, a seres vivos e coisas. solidário a uma mola, no momento do disparo.
Arma de Fogo: Instrumento que serve para ataque ou defesa que Arma de Repetição: Arma em que o atirador, após a realização
expeli projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados de cada disparo, decorrente da sua ação sobre o gatilho, necessita
231 232
empregar sua força física sobre um componente do mecanismo Armamento Leve: Arma de calibre até .50 BMG, inclusive.
desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao
disparo seguinte, tornando-a pronta para realizá-lo. A retirada dos Armamento Pesado: Aquelas com calibres superiores ao .50
cartuchos descartados também é manual. MG.
Arma de Uso Permitido: Arma cuja utilização é permitida a Armas Automáticas: Com sistema de tiro em que a munição
pessoas físicas em geral, bem como a pessoas jurídicas, de acordo é disparada continuamente enquanto o gatilho é pressionado, ao
com a legislação normativa do Exército. mesmo tempo em que os cartuchos são descartados sem operação
manual (são aquelas que disparam rajadas).
Arma Longa: Denominação dada às armas de médio e grande
porte, onde o Atirador tem que utilizar ambas as mãos para efetuar Armas Semi-Automáticas: Com sistema de tiro em que a
a pontaria e o disparo. Utiliza bandoleira para transporte. munição é recarregada automaticamente, ainda que seja preciso
pressionar o gatilho para se efetuar os disparos subsequentes.
Arma Mocha: Arma que não possui cão ou sistema de disparo
aparente. Armeiro: Profissional que fabrica ou conserta armas.
Arma Não-Portátil: Arma que, devido às suas dimensões ou ao Arrasto: Terminologia utilizada para definir a força causada pela
seu peso, não pode ser transportada por um único homem. resistência do ar, também chamada de arrasto aerodinâmico, que
reduz a velocidade do projétil.
Arma Portátil: Arma cujo peso e cujas dimensões permitem que
seja transportada por um único homem, mas não conduzida em Atirador: Pessoa física praticante do esporte de tiro, devidamente
um coldre, exigindo, em situações normais, ambas as mãos para a registrado na associação competente, ambas reconhecidas e
realização eficiente do disparo. sujeitas às normas baixadas pelo Exército.
Armação: Também chamada de chassis, é a parte da arma onde Automática: Tecnicamente o nome comum de todas as armas
estão localizados os mecanismos que a fazer funcionar. que carregam e disparam vários tiros com um único acionamento
233 234
do gatilho. seu impacto com o alvo, e Balística Terminal, que estuda os efeitos
do projétil sobre o alvo.
B
Balística de Efeitos: Estudo dos efeitos provocados pelos
Back Up ou Backup Gun: Anglicismo; Arma de apoio, projéteis no alvo, também conhecida por terminal ou de ferimento,
normalmente de pequenas dimensões, dissimulada no corpo do quando atinge um alvo humano/animal.
usuário; também conhecida por 2ª arma.
Balística Exterior: Estudo do movimento do projétil a partir da
Baioneta: Termo genérico para a arma branca que se adapta saída do cano da arma, sob a influência da força de gravidade e
na extremidade da arma de fogo, para o combate de choque. A das implicações aerodinâmicas do projétil, o mesmo que “Balística
verdadeira baioneta não tem gume, ferindo somente pela ação da Externa”.
ponta. Hoje em dia esta arma é chamada de sabre pelo exército.
Balística Interior: Estudo do movimento dos projéteis dentro
Bala de festim: Cartucho carregado com pólvora ou outro do cano da arma, em decorrência da ação do propelente utilizado.
propelente, mas sem projétil, para gerar o som e a fumaça do
disparo. Balote Raiado: Balote que possui um tipo de raiamento em
sua área de contato com o cano da arma, com a finalidade de
Bala: Projétil esférico, alongado ou ogival com que se carregam as proporcionar maior estabilidade na trajetória.
armas de fogo. Também usado para indicar o projétil e o cartucho
juntos. Termo abandonado pelo exército hoje em dia. Bandoleira: Tira de couro, lona, ou material similar, fixado à
arma junto à coronha e parte anterior do cano ou guarda mão,
Balística: Ciência que estuda todos os aspectos físicos relativos servindo para o transporte de armas e acessórios, bem como para
aos projéteis após seu disparo. Divide-se em: Balística Interna, apoio no tiro.
que estuda a ignição da espoleta, a queima do propelente e o
deslocamento do projétil dentro do cano; Balística Externa, que Banho “a Boneca”: Antigo e demorado processo de oxidação,
estuda o deslocamento e trajetória do projétil desde sua saída até utilizado para criar uma película protetora e de acabamento sobre
235 236
as armas de fogo. cartucho na câmara. Esse sistema foi criado para armas que não
utilizam altas pressões, como pistolas, submetralhadoras.
Banho de Níquel: Processo de banho eletrolítico, onde é
aplicada uma fina película de níquel sobre as peças, para proteção Brinell, Escala de Dureza: Sistema numérico de cálculo
das mesmas. desenvolvido por Johann Brinell para comparar a dureza relativa
dos metais, através da medição da mossa deixada por uma esfera
Barra de Transferência: Nos modernos revólveres, um de aço endurecido, comprimida contra a superfície do metal a ser
dispositivo de segurança em forma de uma pequena barra, preso ao testado, com uma pressão previamente conhecida. A dureza Brinell
gatilho, o qual impossibilita o cão de percutir a espoleta do estojo, é conhecida pela abreviatura BHN, e, quanto maior for o número
em caso de percussão direta sobre o cão, só permitindo a percussão obtido, maior será a dureza do metal.
se o gatilho for realmente acionado.
Burst: Rajada curta de 2 ou 3 tiros.
Barricado: Protegido por uma barricada.
C
Bigorna: Peça ou ponto metálico inserido dentro da espoleta ou
embutida no alojamento do estojo, contra a qual é comprimida Cabo: Empunhadura; Peça de plástico, borracha ou madeira que é
a massa explosiva da espoleta pela percussão da agulha ou cão, utilizada para dar empunhadura às armas de mão.
produzindo a detonação.
Cadência de Tiro: Velocidade ou número de tiros disparados
Blowback ou Blow Back: Na tradução direcionada teríamos por uma arma em determinado espaço de tempo, normalmente 1
golpe de volta, sendo um sistema de operacional à gás em armas minuto.
de fogo que dispensa o sistema de travamento da culatra. Devido
à expansão dos gases da “explosão” do cartucho que se encontra Calibre Nominal: É o calibre que serve para designar as munições
no cano da arma, o ferrolho é impulsionado para trás, a mola e armas, e geralmente não correspondem ao calibre real delas.
recuperadora absorve a energia passada ao ferrolho, provocando
a seguir o retorno do ferrolho para frente, colocando um novo Calibre Real: É a medida exata do interior do cano de uma arma.
237 238
Geralmente, apesar de sua fidelidade métrica, não dá nome a armas seja fixado ou retirado da arma, com facilidade, por ação sobre um
e munições. O calibre real costuma ser expresso em milímetros ou dispositivo de fixação.
em frações de polegadas.
Carregar: Consiste em colocar o cartucho na câmara em condições
Calibre: Palavra que deriva do árabe; Medida do diâmetro de disparo.
do projétil entre os fundos do raiamento do cano de uma arma
(diâmetro do projétil) ou o diâmetro medido entre cheios, isto Cartucho: Termo correto para designar o conjunto estojo/
é, medido diretamente na boca do cano desconsiderando-se a pólvora/projétil /espoleta. Pode ser utilizado para identificar
profundidade do raiamento (calibre real). É utilizada para definir munição com projéteis‚ únicos ou múltiplos (cartucho de Caça).
ou caracterizar um tipo de munição ou arma.
Cavidade Temporária: Perfuração de diâmetro maior que do
Câmara: Parte posterior do cano que recebe o cartucho completo. projétil, causada pela passagem deste em alta velocidade no corpo
que atinge.
Cano Flutuante: Tipo de cano de arma de fogo que é preso e
fixado apenas pela caixa de culatra, não sofrendo nenhum contato Cavitação: Lesão provocada por arma de fogo.
com a coronha da arma.
Centímetro: Unidade de medida do Sistema métrico decimal,
Carabina: Geralmente uma versão mais curta de um rifle de correspondente à centésima parte de um metro, equivalente a
dimensões compactas. No jargão militar era inicialmente uma arma .3937 de polegada.
de dotação da Cavalaria e Artilharia, bem como de Intendência.
Certificado de Registro - CR: Documento hábil que autoriza as
Carregador: Artefato projetado e produzido especificamente pessoas físicas ou jurídicas à utilização industrial, armazenagem,
para conter os cartuchos de uma arma de fogo, apresentar-lhe um comércio, exportação, importação, transporte, manutenção,
novo cartucho após cada disparo e a ela estar solidário em todos recuperação e manuseio de produtos controlados pelo Exército.
os seus movimentos; pode ser parte integrante da estrutura da
arma ou, o que é mais comum, ser independente, permitindo que Cheio: Denominação dada ao espaço localizado entre duas raias
239 240
consecutivas. CQB: (abrev.) Close Quarter Battle ou Close Quarters Combat
(CQC): Na tradução direcionada teríamos combate à curta
Chocke do Cano: Estrangulamento do comprimento final do distância, designando o conjunto de tácticas e metodologias usadas
cano. Tem como função fazer com que as estrias agarrem com em combate de curto alcance, sobretudo em locais confinados
firmeza o chumbo antes de este sair do cano. e com pouco espaço. Estas táticas diferem em muito nas usadas
em vegetações ou espaços abertos baseando-se muito na rapidez e
Choke: Mecanismo de redução ou afunilamento acoplado à boca agressividade da ação.
do cano de armas que utilizam cartuchos carregados com balotes
de chumbo, e que controla a dispersão desses balotes quando Coeficiente Balístico: Fator matemático que revela a tendência
ocorre o disparo. que o projétil tem para conservar a energia ao longo da trajetória.
Quanto mais elevado for o valor do coeficiente balístico melhor o
Choque Hidrostático: Movimentação grande e brusca dos projétil retém a sua velocidade e energia ao longo do voo.
resíduos líquidos que se encontram dentro do organismo gerando
ondas de choque, causando lesões estendidas além do diâmetro do Coldre: Originalmente, sempre usado no plural coldres. Trata-se
projétil (cavitação). de estojos de couro colocados nos lados da sela de um cavalo, para
carregar o par de pistolas ou outro tipo de armas de um cavaleiro.
Chumbamento: Retenção de chumbo no interior do cano, mais Posteriormente passou a indicar um estojo de couro ou outro
precisamente no raiamento, em virtude de falta ou deficiência na material, preso ao cinto, para colocação de revólver ou pistola.
manutenção ou utilização incorreta de munição.
Colimador: Aparelho para regulagem de lunetas acopladas em
Click: Dispositivo de ajuste de miras reguláveis, geralmente armas de fogo sem que seja preciso dispará-las.
por intermédio de um parafuso, uma mola e esfera de aço; ruído
característico do ajuste de miras reguláveis. Colt, Samuel: Inventor norte-americano de Armas de Fogo,
nascido em 19 de julho de 1814 em Hartford, no estado de
Clip: Carregador. Connecticut, famoso pelo invento e desenvolvimento do revólver,
tendo criado em 1836, uma companhia que estabeleceu a produção
241 242
massificada deste tipo de Arma de Fogo. projéteis, os quais são disparados através de dois ou mais sensores
eletromagnéticos ou fotoelétricos, assim calculando o tempo
Combustão: Diz-se normalmente da queima da pólvora ou dispendido para que os projéteis tenham passado, entre os dois
propelente, mudando o estado físico do mesmo, produzindo grande pontos, estabelecendo a seguir a velocidade correta.
quantidade de calor e formação de gases, através de processo
causado por calor ou choque. Culote: Porção traseira de um cartucho, onde estão localizadas a
canaleta de extração e a espoleta.
Compensador: Dispositivo colocado na boca do cano de uma
arma que desvia parte dos gases resultantes da queima da pólvora Curso do Gatilho: Folga que o gatilho apresenta até acionar o
para cima, diminuindo assim o recuo ou elevação do cano. mecanismo de disparo.
Cone de Lesão: Lesão causada por faca que depois de introduzida Customização: Alteração das características técnicas e estética
no corpo, sofre um movimento circular no interior. feita sob medida e sob encomenda.
Coroa do Cano: Fim do cano, zona onde o chumbo é libertado das Decocker Level: Alavanca de desarme do cão engatilhado,
estrias. É importante que a coroa seja perfeitamente maquinada, e existente em algumas pistolas semi-automáticas; também chamado
que seja perpendicular ao cano de modo a que o chumbo se liberte de registro de segurança.
de todas as estrias ao mesmo tempo.
Deflagração: Nome dado à reação de combustão acelerada do
Coronha Rebatível: Coronha dobrável que facilita o transporte propelente (pólvora) que ocorre em cartuchos de munição, com
das armas. aumento local de temperatura, pressão e velocidade de até 400
m/s .
Coronha: Peça de apoio ligada à caixa da culatra e mecanismos de
armas longas, geralmente feita em madeira, alumínio ou polímero. Deflagração por Retardo: Deflagração atrasada da cara de
projeção, devido a defeito da espoleta ou da própria pólvora.
Cronógrafo: Aparelho eletrônico, para medir velocidade dos
243 244
Desmontagem Simples: Desmontagem de uma arma sem E
utilização de ferramentas, considerada de primeiro escalão na
designação militar. Ejetar: Lançar o estojo ou o cartucho para fora da arma.
Destravar: Desbloquear o mecanismo de trava da arma. Emprego Coletivo: Uma arma, munição, ou equipamento é
de emprego coletivo quando o efeito esperado de sua utilização
Detonação: Fenômeno característico dos chamados altos eficiente destina-se ao proveito da ação de um grupo.
explosivos que consiste na autopropagação de uma onda de choque
através de um corpo explosivo, transformando-o em produtos Emprego Individual: Uma arma, munição, ou equipamento é
mais estáveis, com liberação de grande quantidade de calor e cuja de emprego individual quando o efeito esperado de sua utilização
velocidade varia de 1.000 a 8.500 m/s. eficiente destina-se ao proveito da ação de um indivíduo.
Disciplina de Luzes e Ruídos: Cautela que o agente de Energia do Projétil: A energia cinética do projétil em sua
Segurança Pública deve ter durante incursões, adentramentos trajetória; a sua capacidade de executar trabalho; normalmente
furtivos e ações que necessite do efeito surpresa para não se ver medida em libras-pé (foot-pounds) ou quilograma-metro (kgm).
denunciado pelos ruídos e sinais luminosos que venha a provocar.
Engatilhamento: É a operação de se colocar o dispositivo de
Duelo Metálico: Consiste em uma modalidade de tiro desportivo acionamento de percussão de uma arma em condições de disparo.
onde dois atiradores fazem uma série de 05 (cinco) alvos metálicos
(poppers), disputando a velocidade do tiro somado com a precisão, Engatilhar: Colocar o cão da arma na posição de ação simples.
de forma que cada um deve derrubar os alvos em ordem, fazendo
pelo menos uma recarga, de forma que o último alvo, ao cair, fique EPI: Equipamento de Proteção Individual.
em baixo do alvo adversário, indicando que foi acertado em menor
tempo. Espingarda: Arma de fogo portátil, de cano longo com alma lisa,
isto é, não raiada.
245 246
Espôco: Deflagração espontânea da carga de projeção do cartucho Explosivo: Substância inflamável que pode produzir uma comoção
dentro da câmara, provocada pela temperatura do cano. O termo acompanhada de detonação, produzida pelo desenvolvimento
equivalente em inglês é “cook off”. súbito de uma força ou a expansão súbita de um gás.
Espoleta de Percussão: Pequena espoleta feita de cobre ou Extrair: Retirar o estojo ou cartucho da câmara da arma.
latão, contendo leve quantidade de detonador como fulminato de
mercúrio. Utilizada em armas de antecarga. F
Estatuto do Desarmamento: Diploma legal que restringem a Fechamento: Consiste na obstrução da câmara pela parte anterior
comercialização, o porte e a posse de armas de fogo no Brasil. da culatra ou ferrolho, sem nenhum dispositivo de trancamento.
Estojo: Cápsula cilíndrica, cônica ou com o formato de “garrafa” Feedback: É o procedimento que consiste no provimento
do cartucho, na qual se alojam a espoleta e o projétil e que contém de informação à uma pessoa sobre o desempenho, conduta,
o propelente (pólvora). eventualidade ou ação executada por esta, objetivando orientar,
reorientar e/ou estimular uma ou mais ações de melhoria, sobre as
Estrias: Conjunto de segmentos helicoidais que compõem o ações futuras ou executadas anteriormente.
relevo da alma de um cano estriado.
Ferrolho: Dispositivo acionado na culatra da arma, consistente
ExcludentesdeIlicitude:Quandoháexclusãodaantijuridicidade em um eixo de ferro que se move para diante e para trás, fechando
do fato típico praticado; quando um agente pratica um fato típico o cartucho ou estojo na câmara durante o disparo.
(descrito na lei) nas situações de estrito cumprimento do dever
legal, exercício regular de direito, legítima defesa ou estado de Fiador de Arma: Acessório de armaria. Cordão de couro, tecido
necessidade. ou outro material que, preso a arma, passava pela mão do operador,
para que a arma não fosse solta acidentalmente.
Explosão: Reação explosiva com alto grau de calor e pressão, e
velocidades acima de 8500 m/s. Fiel: Cordão acoplado ao anel existente no cabo de uma Arma
247 248
Curta de uso militar (pistola ou revolver), preso à platina da farda, “grains” numa libra.
para evitar a remoção da arma por terceiros ou por queda acidental.
Guarda Mato: Proteção metálica ou de plástico, de forma
FPS: (abrev.) Feet Per Second ou Pês por segundo. Corresponde a recurva, que envolve o gatilho de armas portáteis. Os guarda-matos
média usada para medir a velocidade de projéteis. de algumas pistolas modernas têm uma concavidade anterior para
permitir um melhor posicionamento da segunda mão no ato do
FMJ: (abrev.) Full Metal Jacket; Totalmente jaquetado, referindo- tiro.
se à jaqueta do projétil.
Guia de Tráfego – GT: Documento que autoriza o tráfego de
Fogo Central: Refere-se aos calibres que possuem sua espoleta produtos controlados.
inserida no centro do estojo ou cartucho. É também uma
modalidade de Tiro Olímpico. H
Fogo Circular: Cartucho que tem sua espoleta selada ao redor do H&K: (abrev) Heckler & Koch: Marca alemã de armas, responsáveis
anel da base do estojo. O percussor, ao bater em qualquer parte do pelo fabrico das não menos conhecidas, G3, MP5 e G36 entre
anel, detona a carga da espoleta. Exemplos populares deste sistema muitas outras. Esta marca e considerada por muito como a melhor.
são os calibres: .22 Short; .22 Long.
Hollow Point: Ponta oca. Assim é denominado o projétil que
G possui em sua extremidade um orifício não passante. Também
chamado erroneamente de “Dum Dum”.
Gatilho: Alavanca ou dispositivo de uma arma que, quando
acionada pelo dedo do Atirador, aciona o mecanismo de disparo, Hollow Soft Point: Projétil de ponta macia oca.
liberando o cão ou percussor para o disparo de tiro.
I
Grain: Unidade de peso no sistema norte americano equivalente a
0,0648 de grama, possuindo a grama 15,43 grains. Existem 7.000 Impulsor: Peça no formato de uma pequena haste com unha,
249 250
fixada ao cão ou ao gatilho, que roda o tambor do revólver quando definir que o projétil possui uma jaqueta de metal, normalmente
este é engatilhado. cobre ou liga de latão, sobre o seu núcleo. No caso de armas, diz
respeito à proteção colocada sobre os canos das mesmas visando o
Incidente de Tiro: Interrupção no funcionamento da arma, em arrefecimento.
consequência de ação imperfeita de peça, falha da munição ou,
ainda, falta de perícia do atirador. Jarda (Yard): Unidade de medida de comprimento inglesa
equivalente a 0,914398 m.
Inspeção: é o ato de verificar a disponibilidade do material e
detectar falhas mecânicas ou de fabricação, etc. Jet Loader: Dispositivo que permite rápido carregamento dos
tambores de revólveres, colocando todos os cartuchos nas câmaras
IPSC: (abrev.) International Pratical Shooting Confederation; ao mesmo tempo.
Confederação Internacional de Tiro Prático; tipo de modalidade
de tiro desportivo com arma curta ou longa, em que o atirador Joule: Unidade métrica de energia, correspondente a metade
“resolve” várias pistas (stages) em situações práticas atirando do produto da massa (em grama) pelo quadrado da velocidade
parado ou em movimento, transpondo obstáculos, através de (em metro por segundo). Esta unidade é usada no tiro com ar
janelas e portas, sob ou sobre anteparos, barricadas, usando enfim comprimido normalmente para descrever a energia cinética que
variadas posições de tiro e distâncias, com velocidade e força, sem um chumbo possui à boca do cano.
descuidar da precisão.
K
J
Kevlar: Fibra sintética desenvolvida em 1974, muito mais forte
Janela de Ejeção: Janela, pórtico ou portal, situado no carro das e resistente que o aço, utilizada para a confecção de blindagens e
armas semi-automáticas e automáticas, por onde são ejetados os coletes à prova de bala, possuindo pouco peso, o que permite seu
cartuchos ou cápsulas deflagradas. uso sem as inconveniências de blindagens e revestimentos feitos
com aço.
Jaqueta: Camisa ou encamisamento, termo utilizado para
251 252
L de técnica, que é a postura das mãos e do desenvolvimento motor,
é o desenvolvimento do mecanismo necessário para a realização de
Limpeza: É a atividade que visa manter o material livre de resíduo uma atividade se valendo das armas, equipamentos e acessórios de
de tiro, de ferrugem, de graxa, de poeira e outros corpos estranhos. que dispõe.
Manejo: Conjunto de operações necessárias para realizar o Minuto de Ângulo (MOA): Maneira de medir a precisão do
funcionamento completo de uma arma de fogo. grupamento de tiro. É medida angular correspondente a 1/60 de
um grau, o que representa 1.05”, sendo normalmente arredondado
Manutenção: É o conjunto de operações destinadas à conservação, para 1 por 100 jardas, o que permite dizer que um grupamento de
reparação e recuperação de material. 3” a 300 jardas tem a precisão de 3 MOA.
Martelo de Inércia: Martelo Inercial; dispositivo em forma Mira Ajustável ou Regulável: Sistema de mira regulável, que
de um martelo, utilizado para desativar e desmontar munições, permite a correção na altura, elevação ou em ambos os sentidos.
possuindo um sistema de fecho em sua base.
Mira Laser: Apontador Laser. Sistema de mira que emite um raio
Massa de Mira: Parte posterior do aparelho de pontaria de uma laser sobre o alvo definindo o local a ser atingido, através de ponto
arma, normalmente montada próximo à extremidade anterior do luminoso.
cano da arma.
Mira Noturna: Equipamento de visão noturna; conjunto de
Memória Muscular: É aquela relacionada ao contato direto miras para o tiro noturno, que normalmente utiliza sistema
com o armamento/equipamento/acessório, que podemos chamar infravermelho.
253 254
Mira Telescópica: Sistema telescópico de mira ou visada, o projétil pode realizar durante sua trajetória em função de
basicamente composto por uma luneta e um suporte, devidamente um deslocamento de seu eixo passando a exercer uma rotação
afixado sobre a arma, através do qual se faz a visada e enquadramento longitudinal.
do alvo.
Munição: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo
Miras Fixas: Aparelho de pontaria, sem dispositivo para de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação
regulagem ou correção de desvio lateral ou altura. ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício;
manejo; outros efeitos especiais.
Modified: Categoria do tiro desportivo, onde as armas podem ser
modificadas em sua estrutura, devendo obedecer a alguns limites. Munição +P: Munição carregada com maior carga, gerando
Está entre as categorias Standard e Open. maior pressão que a “standard”, visando aumentar a velocidade e
energia do projétil.
Mola Real: Denominação dada à mola que promove a ação e
movimentação do cão de um revólver ou pistola. Munição +P+: Munição desenvolvida recentemente, com vistas
ao uso policial e com níveis de velocidade e pressão ainda maiores
Mola Recuperadora: Mola geralmente helicoidal, localizada que os da munição +P.
no interior de armas automáticas e semiautomáticas; opondo-se
à abertura do ferrolho e, quando este chega ao fim de seu curso, Munição de Festim: Munição carregada com Pólvora Negra
armazenou energia suficiente para fazê-lo voltar à posição inicial. ou pólvora especial sem fumaça, não possuindo projétil. Utilizada
normalmente para simular o tiro, sinalizar partidas de corridas,
Movimento de Rotação do Projétil: Movimento que o projétil produções teatrais, exercícios militares e treinamento de cães.
realiza durante sua trajetória, em torno do seu próprio eixo,
proporcionado pelos raiamentos dos canos, portanto, projéteis Munição de Manejo: Munição destinada exclusivamente à
expelidos por armas de alma lisa não realizam este movimento. instrução no manejo do mecanismo de repetição, de carregar e
descarregar o depósito e câmara, possuindo em seu estojo sulcos
Movimento de Translação do Projétil: Movimento que estriados ou até mesmo orifícios, sendo inerte, não possuindo nem
255 256
pólvora nem espoleta real. Utilizado em armas para proteção e acabamento.
Munição Perfurante: Aquela que tem a capacidade de romper NRA: (abrev.) National Rifle Association; modalidade de tiro
obstáculos sólidos e blindagens sem se deformar ou com o mínimo desportivo em que o atirador apura a sua precisão em diferentes
de deformação. distâncias.
Para-balas: Estrutura existente atrás de um alvo que recebe os Plastilina: Massa para modelar de textura similar ao da argila;
impactos dos tiros. diz-se de substância sintética utilizada em testes balísticos tendo
características similares às dos tecidos humanos.
Passo do Raiamento: Ângulo de inclinação das raias existente
dentro do cano de uma arma, o qual determina o número de Plate: Tipo de alvo metálico, no formato de um prato; gongo.
rotações que o projétil irá alcançar.
Poder de Polícia: Segundo o art. 78 do Código Tributário é a
Passos das Raias: Espaços entre os filetes das raias. atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção
Pé: ou Pés no plural é uma medida anglo-americana de de fato, em razão de interesse público concernente à segurança,
comprimento equivalente a 0, 3048 m. Símbolo: ’. à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
Pepper Popper: Nome dado ao alvo metálico recortado, de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública
pequenas dimensões, com formatos variados, mas sempre com ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
uma área redonda maior. Diz-se do poder discricionário atribuído ao agente público de agir
dentro dos limites legais, limitando se o necessário, as liberdades
Percussor: Tem a mesma finalidade do percutor, todavia, é móvel individuais em favor do interesse maior da coletividade.
e, embora, independente do cão, dele é dependente para percutir a
espoleta. Polegada: A polegada é uma unidade de comprimento usada no
sistema imperial de medidas britânico. Uma polegada são 2,54
Percutor: Componente das armas de fogo que atinge a espoleta centímetros ou 25,4 milímetros ou ainda 0,0254 metros. Possui
em um cartucho detonando-a. Articula-se com o cão da arma, como Símbolo: (”).
sendo, portando, usinando junto a este.
Pólvora: Material sólido, que ao entrar em combustão (gradual)
259 260
libera gases. Funciona como propelente do projétil, uma vez que o de arma. Profissionais de segurança privada têm direito ao porte
estojo é fechado em uma extremidade e o gás tem que escapar por em serviço.
onde existe menor resistência. Existem dois tipos básicos: Pólvora
Negra, hoje praticamente em desuso e as Pólvoras sem Fumaça, Posse de Arma: Ter arma de fogo, legal ou não, ao alcance e
que podem ser de Base Simples, Dupla e Tripla.. disponível para uso. No caso da posse ilegal de arma, o usuário fica
sujeito à prisão.
Polvorímetro: Dosador regulável de pólvora.
Pressão de Câmara: Denominação da pressão gerada pela
Ponta: Terminologia popular para definir o projétil de arma de combustão da pólvora, medida geralmente em PSI (libras por
fogo. polegada quadrada).
Pontas Jaquetadas: São projéteis de chumbo, envolvidos por Production: Categoria do tiro desportivo, onde as armas não
uma carapaça de cobre ou alumínio. Comumente são empregados podem ser modificadas em sua estrutura, devendo ser utilizada
em armas automáticas e semiautomáticas, devido a sua maior como veio da fábrica.
confiabilidade no que diz respeito à alimentação. Seu desenho é
geralmente ogival, permitindo-lhe uma boa pene- tração, porém Projéteis Semi-Encamisados: São aqueles em que a jaqueta
o corte deixado no corpo de um indivíduo por esse tipo de projétil de cobre (ou alumínio) não chega a cobrir todo o projétil, deixando
possui uma baixa carga traumática, já que a ferida possui um canal sua ponta de chumbo exposta. Podem ser de ponta oca ou de
estreito. ponta macia, possuindo maior expansão e maior penetração,
respectivamente. São munições comumente empregadas em
Ponto de Impacto: Local que o projétil atinge quando é revólveres, em especial os de calibre. 357” Magnum, sendo que a
disparado. de ponta oca é considerada a mais efetiva para o uso desse calibre.
Porte de Arma: Direito ou licença de um cidadão de possuir Psicomotricidade/Psicomotor: É a ciência que tem como
uma arma de fogo. Magistrados, militares, policiais, promotores, objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em
procuradores e defensores públicos têm direito garantido a porte relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo
261 262
de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, R
afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o
movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um Raiamento: Estrias helicoidais existentes no interior do cano de
termo empregado para uma concepção de movimento organizado uma arma que fazem com que o projétil adquira um movimento de
e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja rotação necessário para estabilizar-se durante a trajetória.
ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua
socialização, segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade; Raias: Sulcos feitos na parte interna (alma) dos canos ou tubos das
essa psicomotricidade vale para a relação individual de cada para armas de fogo, geralmente de forma helicoidal, que têm a finalidade
com seu instrumento de trabalho: o médico com o bisturi, o pianista de propiciar o movimento de rotação do projétil, ou granada, que
e o piano e o agente de segurança pública com seus armamentos, lhe garante estabilidade na trajetória.
equipamentos e acessórios.
Rajada: Tiro contínuo, também conhecido como modulo
Pump Action: Anglicismo; Nome do sistema operacional automático.
de armas de repetição no qual o mecanismo é operado pelo
deslocamento manual da “telha” da arma, que é móvel, e a cada Rampa: Acesso (plano inclinado) pelo qual a munição é conduzida
movimento efetua a carga, ejeção e remuniciamento. à câmara de uma arma automática ou semiautomática.
Punção: Ferramenta para percutir, furar, sacar pinos ou marcar Recarga: Reconstituição de um cartucho já deflagrado e dilatado.
alguma peça. O cartucho é recalibrado, retirado a espoleta, limpo e montado
novamente para ser reutilizado.
Q
Recarga Emergencial ou Operacional: ocorre em situações de
Quebra-Chamas: Dispositivo montado à frente do cano de confronto armado quando as munições do armamento utilizando
armas milita- res destinado a reduzir a chama gerada pelo disparo. findam-se, sendo necessária a inserção de mais munições para
continuar a manutenção de fogo.
263 264
Recarga Tática: Realizada em ambiente de ocorrência, mas não Retém do Carregador: Dispositivo que fixa o carregador na
em confronto, trocam-se os carregadores e as munições da primeira armação (chassi) da arma, liberando-o mediante sua compressão.
carga por um novo carregador ou munições, geralmente abrigados
e com apoio de cobertura da equipe. Ricochete: Desvio do projétil após colidir com uma superfície
sólida ou líquida.
Recuo: Energia resultante do disparo de um cartucho, que lança
a arma para cima e para trás. Decorre da força de ação e reação S
da queima da pólvora, onde o projétil é lançado para frente pelo
cano e o estojo lançado para trás, junto com a arma com folgas nas S&W: (abrev.) Smith & Wesson (fabricante norte-americano de
medidas ou indicações prescritas nos manuais técnicos. Armas de Fogo).
Remington: Unidade de medida de calibre desenvolvida em 1957 Sarilho: Peça utilizada para alojar e guardar armas longas.
pela Empresa bélica Remington Arms para o calibre .223 também
conhecido como calibre 5,56 mm ou 5,56 x 45 mm fabricado para o Saque Rápido: Modalidade de tiro desportivo em que o atirador
fuzil de assalto AR-15 utilizado pelos Estados Unidos na década de apura a sua velocidade combinada com a precisão em diferentes
1960. Em 1980 foi adotado pela OTAN em substituição ao calibre distâncias, utilizando para tal o sistema de minuteria.
7,62 mm.
Seletor de Tiros: Tecla de armas automáticas, geralmente situada
Repetição: Sistema de alimentação de uma arma no qual o usuário na culatra, que permite fazer tiros seletivos, seja intermitentes ou
tem que acionar o mecanismo, após cada tiro, para remuniciar a de rajada, com a alteração da posição da mesma podendo também
mesma. efetuar “bursts” rajadas curtas (bursts).
Retardo: Fenômeno que ocorre quando, por defeito na munição, Semi-Automático: Mecanismo, pelo qual, numa única
a carga de projeção vem a se inflamar alguns instantes depois movimentação do gatilho, a arma carregada e engatilhada dispara
de percutida a espoleta. Ocorre com munições velhas ou mal o tiro, ejeta o estojo deflagrado, insere outro cartucho e rearma o
acondicionadas, e pode representar grande risco de acidente. gatilho para novo disparo. Este mecanismo é movido pelos gases da
265 266
queima da pólvora, não devendo ser confundido com Automático. Stock: Parte traseira da arma também chamada de culatra.
Silenciador: Denominação errônea para o termo “Supressor”, em Stopping Power: ou Stop Power que na tradução literal equivale
que um dispositivo é acoplado à boca do cano para reduzir o som a Poder de parada. Representa a capacidade de determinada
do tiro. Não existem dispositivos que silenciam a arma. Apenas munição neutralizar a ação de um agressor com apenas um tiro,
reduzem o ruído provocado pelo disparo. colocando-o fora de combate, e preferencialmente sem necessidade
de matá-lo.
Silhueta: Desenho do perfil de uma pessoa ou objeto, segundo os
contornos que sua sombra projeta que é utilizado em alvos. T
Situação e Ato Inseguros: São ações/omissões que podem Tamborilador: Máquina utilizada para limpeza de cápsulas.
facilmente gerar acidentes graves. Essas negligências de cuidado
estão situadas no campo do perigo, e exigem atenção constante. Telha: Parte anterior de apoio em Armas Longas, feita de madeira,
São situações geradas pela fadiga ou distração. Compreende nylon ou outros materiais.
atitudes como, por exemplo, apontar arma para outra pessoa,
trabalhar com o revólver engatilhado, deixar arma com pessoa não Têmpera: Endurecimento, ato de temperar ou endurecer o aço
treinada, deixar cinto pendurado sobre armários, ou outros, que e alguns metais. Operação ou processo que consiste em esfriar
representem riscos. bruscamente um produto metalúrgico, levado a uma temperatura
bem definida, a fim de lhe modificar as propriedades; em inglês
Slide: Mesmo que ferrolho. “Tempering”.
Speed Loader: Mesmo que Jet Loader. Timer: Anglicismo; dispositivo eletrônico para calcular o tempo
que o Atira- dor leva para completar sua série de tiros.
Standard: Categoria do tiro desportivo, onde as armas podem ser
modificadas em sua estrutura, devendo obedecer a alguns limites. Tiro a Queima Roupa: Disparado com o cano encostado no
As modificações são menores que as da categoria Modified. alvo.
267 268
Tiro a Seco: Ação de disparar uma arma sabidamente onde se corre ou se pratica algo; autódromo, velódromo. Numa
descarregada, com o objetivo de melhor controle do gatilho ou interpretação dirigida à prática do tiro, temos que tiródromo é o
exame funcional da arma. espaço ou terreno, destinado ao exercício de tiro.
Tiro Cego: Disparado aleatoriamente, sem pontaria. Trajetória: Após sair do cano o projétil mostra um percurso em
arco, no plano vertical. Se este arco é mais pronunciado ou não,
Tiro de Precisão: Modalidade de tiro desportivo que consiste em depende da velocidade de saída do projétil e o seu coeficiente
acertar o alvo a longa distância, entre 25 e 200 metros, utilizando balístico.
armas curtas e longas, podendo o alvo estar completo ou meiado,
coberto por uma camada de papel de cor diferente, de maneira a Trancamento: Consiste na obturação completa e perfeita da
dificultar o tiro e auferir uma melhor precisão. câmara pela culatra ou ferrolho, através de ressaltos, no momento
do disparo.
Tiro Instintivo: Efetuado sem utilização do aparelho de pontaria
valendo-se da visão periférica ou secundária. V
Tiro Visado: Efetuado com a utilização do aparelho de pontaria, Velocidade de boca: Ou velocidade inicial do projétil, medida
valendo- se da visão primária. na boca do cano.
Tiro/Hora: Método indicativo que utiliza a posição dos ponteiros Velocidade de Queima: Velocidade de queima de determinada
quantidade de pólvora.
do relógio para informar ao Atirador o local do impacto no alvo,
ajudando-o assim a corrigir erros e variações.
Velocidade Prática de Tiro: É a cadência de tiro executada
através do manuseio real da arma, observando-se inclusive os
Tiródromo: “Dromo” era o nome dado pelos gregos a terrenos
fundamentos para o tiro.
destinados a corridas e a vários exercícios olímpicos, bem como
a certas avenidas em frente de templos. É um elemento grego de Velocidade Subsônica: Velocidade do projétil menor que a barreira
composição de palavras que exprime a ideia de andamento, lugar do som.
269 270
Velocidade Supersônica: Velocidade maior que a barreira do
som.
271 272
SINOPSE
Num modelo de segurança pública no qual há uma divisão de missõ ões e atividades corporativas, na prática percebesse a necessidade
de integrar esses diferentes atores institucionais, os quais nesta a oportunidade ímpar se unem num objetivo único: buscar a
pacificação social. Neste sentido, este MANUAL, mais do que um conjunto
c de diretrizes e protocolo técnico doutrinário que orienta
o instrutor de tiro policial defensivo, constitui-se no resultado da
a integração e cooperação entre diferentes forças de segurança e
defesa social - Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Tribunal Regional do Trabalho, Exército Brasileiro, Ministério Público
Estadual, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia a Civil, Polícia Técnico-Científica, Agência Prisional, Guarda
Metropolitana de Goiânia-GO, Guarda Metropolitana de Apa arecida de Goiânia-GO e Guarda Metropolitana de Senador
Canedo-GO, que se unem na construção do conhecimento teórico//prático resultado de uma troca de experiências de elevado nível
técnico.
O manual explicita várias orientações a um instrutor de tiro, a sa aber: A prática da Docência voltada à Instrução de Tiro Policial
demanda de uma atenção especial no campo da didática, nos asp pectos de segurança, no âmbito jurídico, no uso diferenciado da
força, na elaboração e planejamento das instruções, no modo de avaliação do conteúdo aplicado, em meios alternativos na
complementação das instruções de tiro como a utilização dos ma arcadores de paintball e simulacros, na programação de eventos
esportivos, nas atividades física para um rendimento saudável e ta ambém compreender a necessidade de ter em todas as atividades
de tiro uma unidade de atendimento pré-hospitalar. A partir de toda essa gama de conhecimentos teremos instrutores de tiro
prontos para ministrar aulas e ser formadores de opiniões técnicass voltadas a sua matéria.
273
27
73 274
27
74