07/12/2020 1.

Demanda do Consumidor - Preferências; Equilíbrio do Consumidor; Curva de Demanda; Elasticidade

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Jan 25

1. Demanda do Consumidor -
Preferências; Equilíbrio do
Consumidor; Curva de Demanda;
Elasticidade
Atualizado: Jan 26

-> O comportamento e a interação das pessoas no mercado refere-se a força da Oferta

e a Demanda porque um grupo de compradores de um determinado bem ou serviço irá
determinar a demanda, enquanto os vendedores irão determinar a oferta. A força da
Oferta e da Demanda irá, por sua vez, determinar a quantidade e o preço dos produtos
que estarão disponíveis para consumo. A Microeconomia (ou Teoria dos Preços) analisa
essa (1) formação de preços no mercado e a (2) interação entre consumidores e
vendedores. A análise não é feita apenas sobre os custos explícitos, mas também sobre
os custos de oportunidade (ou custos implícitos). Assim, é muito importante ter em
mente o preço relativo dos produtos. Um bem pode ter o seu preço relativo maior
mesmo que não haja aumento do preço absoluto, mas apenas por um produto similar
ter o seu preço absoluto aumentado.

Levando em conta o princípio da racionalidade (teoria tradicional; marginalista), os

consumidores buscam, em um mercado, maximizar a sua função de utilidade (grau de
satisfação), o seu bem-estar, dadas as condições objetivas do seu nível de renda,
enquanto as empresas querem obter o maior lucro possível a um menor custo.

Correntes alternativas, no entanto, sugerem que o empresário não quer maximizar os

lucros e sim aumentar a participação das vendas no mercado ou a maximização da
margem sobre os custos de produção, independentemente da demanda do mercado.

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-> Quando analisamos o comportamento dos compradores conseguimos trabalhar com

a demanda de um produto, que por sua vez pode ser dividida em Teoria do Consumidor
(demanda individual) e Teoria da Demanda de Mercado. Muitas coisas podem
influenciar na quantidade de um bem que os compradores querem e podem comprar,
ou seja, na quantidade demandada (a análise gráfica da quantidade demandada se dá
em um ponto específico da curva, relacionando um preço a uma quantidade, enquanto
a demanda é a reta em si). Portanto, as preferências (utilidade) irão determinar o perfil
quanto consumidor, levando em conta que a utilidade pode ser cumulativa.

De acordo com a lei da demanda, se o preço de um bem aumentar e a quantidade

demandada cair (quantidade demandada se relacionar negativamente com o preço) e
esse produto puder ser substituído por outro, podemos concluir que o preço é um fator
que influencia na escolha do consumidor. Isso funciona para a maioria dos produtos
que consumimos.

Um outro fator que pode influenciar nas escolhas do consumidor é a renda. Se esse
comprador tiver uma renda baixa e se ele deixar de consumir um certo produto
podemos concluir que esse é um bem normal (produtos mais supérfluos). Mas nem
todos os bens são normais. Quando a renda de uma pessoa cai e ela passa a consumir
mais de outro bem ou serviço, esse bem é um bem inferior (indivíduos de baixa renda
tendem a gastar um percentual elevado de sua renda com consumo básico). Um
exemplo para ilustrar o que é um bem inferior é o uso do ônibus para ir trabalhar. Se a
sua renda cai, dificilmente você irá para o trabalho de táxi ou irá comprar um carro.

Um outro fator além do preço e da renda que podem influenciar na escolha de um

produto é o preço de produtos relacionados. Isso significa que se existem produtos
semelhantes, que satisfazem as necessidades do consumidor de forma parecida, eles
podem facilmente ser substitutos um do outro, ou seja, quando o preço de um deles
aumentar, vai acabar gerando o aumento da demanda por outro bem similar a ele.
Podemos citar como exemplo o mercado de sorvetes e iogurtes congelados. Estes são
chamados de bens substitutos.

No entanto, existem produtos que se complementam na hora da compra, como calda

de chocolate e sorvete. Se o preço da calda de chocolate cai e o consumidor adquire
mais desse produto, provavelmente ele irá comprar mais sorvete também para comer
junto com essa calda (o contrário também é verdadeiro). Esses bens são chamados de
complementares.

Mas não é apenas o preço e a renda que determinam as escolhas de um comprador.

Um produto pode ser mais ou menos adquirido de acordo com os gostos e expectativas
do cliente. Os agentes econômicos tomam decisões baseados nas informações que
possuem no momento, interpretando a realidade e construindo cenários futuros. O
gosto por determinado produto envolve muito mais fatores sociais e psicológicos (uso
da propaganda e publicidade também é uma forma de influenciar o mercado
consumidor ), enquanto a expectativa está relacionada mais a expectativas futuras.

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Muitas pessoas, sabendo que o décimo terceiro irá cair na conta (aumento da renda),
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esperam um pouco mais para adquirir determinado bem. Os agentes podem tomar a
sua decisão, portanto prevendo o que acontecerá no futuro baseado em informações
do passado (adaptativa); considerando o equilíbrio de longo prazo e retornar a diversas
variáveis relevantes (regressiva); reagindo a uma determinada mudança como se ela
fosse indicativa de tendência e projetando para frente as alterações observadas
(extrapolativas); e, por fim, tendo acesso a toda informação disponível, o que permite
identificar movimentos extraordinários das variáveis relevantes e estimar o que seria
uma volta à situação de equilíbrio sustentável (racional).

A curva de demanda é negativamente inclinada por causa do conjunto de dois fatores: o

efeito substituição e o efeito renda.

A exceção à lei da demanda são os Bens de Giffen. Nesse caso, quando o preço cai, a
demanda por ele cai também, ainda que a renda do consumidor aumente.

Resumo de Determinantes da Demanda Individual

RENDA
Bem Normal
↑ renda ↑ demanda (consumo do produto)
↓ renda ↓ demanda (consumo do produto)
Bem Inferior
↑ renda ↓ demanda (consumo do produto)
↓ renda ↑ demanda (consumo do produto)

PREÇO
Bens Substitutos ou Concorrentes ou Sucedâneos
↑ preço ↑ demanda por produto similar
Bens Complementares
↓ preço ↑ demanda por produto complementar
↑ preço ↓ demanda por produto complementar

GOSTOS E EXPECTATIVAS

PREÇO NO MERCADO
↑ preço ↓ demanda
↓ preço ↑ demanda

BENS DE GIFFEN
↓ preço ↑ renda ↓ demanda

BENS DE VEBLEN
São bens de luxo, bens ostentatórios, a procura é proporcional ao seu preço alto.
↑ preço ↑ demanda

BENS DE CONSUMO SACIADO

A procura de um bem não muda com a variação da renda (ex: sal).
↑↓ renda = consumo
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-> Quando entendemos a relação entre os determinantes da demanda individual,

conseguimos expressar graficamente isso. Lembrando que o preço é um fator que irá
determinar o aumento ou não do consumo de um produto, conseguimos representar
isso da seguinte forma em um gráfico:

-> Quanto maior for o preço de um produto, menor será o consumo dele (de acordo
com a Lei da Demanda). A utilidade total irá aumentar quanto mais de um determinado
bem ou serviço for consumido. Porém, a utilidade marginal (a satisfação adicional, na
margem) daquele produto cai a medida que 1 unidade é adicionada a mais, a tendência
é uma saturação (paradoxo da água e do diamante, a água tem uma utilidade total
maior que a do diamante, mas uma baixa utilidade marginal porque é abundante,
enquanto o diamante é escasso e tem grande utilidade marginal). Como os indivíduos
possuem mapas de preferências distintas, podemos considerar que a preferência está
associada à ideia de satisfação como referência à saciedade.

Dois produtos podem ser comparados em termos de preferência e graficamente serão

representados pela curva de indiferença. Em qualquer ponto da curva a sua inclinação
indicará quanto de um produto o consumidor está disposto a trocar por outro produto
e isso chama-se taxa marginal de substituição (TMgS), que mede a quantidade de um
produto que o consumidor requer para sentir o mesmo nível de satisfação se lhe for
retirada uma unidade de outro produto. É importante ressaltar que as curvas de
indiferença (as combinações de bens que o consumidor tem é indiferente em qualquer
uma das curvas, cada uma provê o mesmo nível de satisfação) não são retas e também
não se cruzam no gráfico.

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Quando pegamos para analisar um mapa de indiferença (conjunto de pontos

correspondentes a ambas as curvas de indiferença) podemos perceber que a níveis
mais elevados (mais a direita) o consumo será maior de ambos os produtos. Apesar do
nível de satisfação ter propriedade aditiva (prazer que o consumo de um produto ou a
sua utilidade causa), existe um limite no consumo, porque consumir mais de um
produto pode não causar mais satisfação e sim rejeição. Assim, podemos concluir que o
consumo de um bem ou serviço tem utilidade marginal decrescente.

-> Para analisar a demanda do mercado, precisamos levar em conta a soma de todas as
demandas individuais por um determinado bem ou serviço. Cada comprador, de acordo
com o determinante da demanda individual (preço do produto e de produtos
similares/relacionados, renda, gostos e expectativas), vai escolher mais ou menos de um
determinado produto ou serviço e a soma de todas essas informações é que vai nos
mostrar a demanda do mercado por aquele bem ou serviço.

-> Mas a curva de demanda pode se deslocar. Se levarmos em consideração o fator (1)
renda ou (2) preços de bens relacionados ou (3) gosto ou (4) expectativa ou (5) número
de compradores, a curva de demanda pode se deslocar para a direita, se houver
aumento da demanda, ou para a esquerda, se houver redução da demanda: temos,
portanto, uma alteração na demanda e não na quantidade demanda.

O único fator que não tem “força” para deslocar a curva da demanda é o preço: essa
variável representa um movimento AO LONGO da curva.

O governo muitas vezes pode agir para influenciar nesse deslocamento da curva de
d d d j l d t j i id l
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demanda se desejam que algum produto seja mais ou menos consumido pela
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população. Ele irá se utilizar de publicidade, obrigação de fixar algumaComece já
informação no
rótulo do produto, proibição/permissão do anúncio na televisão, aumento/redução do
preço (através da tributação ou do subsídio - nesse caso teremos um deslocamento ao
longo da curva), como formas de agir sobre a demanda do produto no mercado.

Deslocamento DA Curva de Demanda

Renda
Preço dos bens relacionados
Gosto
Expectativa
Número de compradores

Deslocamento AO LONGO da Curva de Demanda

Preço do bem

-> Cada produto possui uma sensibilidade específica com a variação dos preços e das
rendas. Para medir essa sensibilidade, utilizamos o conceito de elasticidade. A
elasticidade-preço da demanda é a resposta de uma quantidade demanda de um bem
às variações de preço. Como a correlação entre preço e demanda é inversa, a
elasticidade-preço da demanda será negativa. Um produto que possui uma demanda
elástica significa que os consumidores são muito sensíveis à mudança de preço (EpD >
1; EpD = -1,5), enquanto uma demanda inelástica demonstra o contrário: não importa
quanto o preço suba, a demanda irá mudar muito pouco (EpD <1; EpD = -0,5). Já uma
demanda de elasticidade-preço unitária é aquela que as variações percentuais no preço
e na quantidade são de mesma magnitude (EpD = -1).

Alguns fatores são responsáveis em influenciar o grau de elasticidade-preço da

demanda. A existência de muitos bens substitutos, por exemplo, influencia na
elasticidade do produto, as pessoas serão mais sensíveis à mudança no preço
justamente porque podem optar por produtos similares. Já um bem essencial terá a sua
demanda muito menos sensível à variação de preços. Por outro lado, se um produto
abarca boa parte do orçamento do consumidor, esse bem será elástico.

Para calcular a elasticidade-preço podemos usar um dado preço e quantidade ou a

elasticidade no ponto médio (ou arco). Para isso, ao invés de considerarmos apenas um
pontos, usamos a média de um preço e quantidade em um trecho da demanda.

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Para entendermos a receita total de um produtor e o grau de elasticidade, precisamos
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levar em conta o preço unitário do produto e a quantidade vendida (RT = P x Q). Se o
preço do produto for alterado, a receita total do produtor será alterada de acordo com a
reação dos consumidores. Nesse caso, três situações podem acontecer: (1) se o preço
abaixar, a receita total irá subir porque o percentual das vendas do produto será maior
do que a redução percentual do preço e a demanda será, portanto, elástica (o contrário
será verdadeiro porque esse mercado é muito sensível a variação do preço); (2) se o
preço do produto subir e a renda total do produtor também subir, temos uma demanda
inelástica, porque esse é um mercado pouco sensível a variação de preço (o contrário
também é verdadeiro); (3) por fim, um aumento ou redução no preço não irá alterar a
receita total porque a variação percentual do preço corresponde a igual percentual de
variação na quantidade: estaremos diante de uma demanda de elasticidade unitária.

Quanto maior o preço de um bem, mas a elasticidade-preço da demanda: a

elasticidade-preço da demanda varia ao longo da curva de demanda.

Quanto mais inelástica a demanda por um bem, mas imposto será repassado ao
consumidor através do preço final do produto. Consequentemente, o produtor pagará
uma parcela menor desse tributo (característica de mercado com produção
concentrada em poucas empresas). Por outro lado, quanto mais elástica a demanda por
um bem, menos imposto será repassado ao consumidor através do preço final do
produto( característica de um mercado onde há muita concorrência).

-> A elasticidade-preço cruzada da demanda mede a mudança percentual na

quantidade demandada de um bem quando há mudanças no preço de outro bem. Se
estivermos lidando com bens substitutos, a elasticidade-preço cruzada da demanda
será positiva porque o aumento no preço de um bem resulta no aumento do consumo
de outro bem. Já se estivermos falando de bens complementares, a elasticidade-preço
cruzada da demanda será negativa porque o aumento no preço de um bem causará a
redução do consumo de outro bem ligado à ele.

Elasticidade-preço cruzada positiva

=> Bens substitutos

Elasticidade-preço cruzada negativa

=> Bens complementares

-> Para entendermos a elasticidade-renda da demanda precisamos levar em conta a

variação na renda do consumidor. Se a elasticidade-renda da demanda for negativa,
estamos lidando com um produto inferior porque um aumento na renda leva a queda
no consumo desse bem. Se a elasticidade-renda da demanda é positiva, porém, menor
que 1, teremos um bem normal porque o aumento na renda leva a um aumento menos
que proporcional de consumo. Se a elasticidade-renda da demanda é positiva e maior
que 1, estamos falando de um bem superior ou de luxo.

Produtos mais sofisticados, como bens de consumo duráveis, serão consumidos muito
mais do que alimentos, caso haja aumento da renda, porque, por mais que alimentos
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sejamEste
um produto básico, existe um limite fisiológico
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nesse consumo.
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Quando

estudamos a deterioração dos termos de troca no comércio internacional, conseguimos

observar essa questão; países desenvolvidos tendem a exportar mais produtos
manufaturados (elasticidade-renda alta) e países mais pobres tendem a exportar mais
commodities ou produtos básicos (elasticidade-renda baixa) e importar bens
manufaturados. Com o desenvolvimento do comércio internacional existe a tendência
de um aumento na renda mundial e, consequentemente, no consumo de bens
manufaturados em detrimentos das commodities. Por essa razão, a tendência é que
cada vez mais existam déficits maiores na balança comercial dos mais pobres.

Elasticidade-renda da demanda negativa

Bem inferior
↑ renda ↓ consumo

Elasticidade-renda da demanda positiva

Bem normal
↑ renda ↑ consumo menos que proporcional
<1

Elasticidade-renda da demanda positiva

Bem superior; de luxo
↑ renda ↑ consumo mais que proporcional
>1

-> O equilíbrio do consumidor irá ocorrer quando a quantidade consumida está para o
preço marginal de reserva igualado ao preço efetivo de mercado. Dessa forma, o
indivíduo, agindo racionalmente, irá atingir a máxima satisfação ou a máxima utilidade
com o mínimo de esforço, respeitando a sua restrição orçamentária ou a possibilidade
de gasto.

-> Quando vemos a expressão Ceteris Paribus significa que todas as contantes que não
foram citadas no estudo serão mantidas constantes: em tradução literal, tudo o mais
permanece constante. Teremos, dessa forma, o efeito “puro” ou “líquido” de cada
variável sobre a procura.

Fonte:

Introdução à economia: Princípios de Micro a Macroeconomia - N. Gregory

Mankiw
Manual do Candidato - Economia

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