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ANA KAROLINE DAVID E SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO:

NUTRIÇÃO CLÍNICA

LAVRAS – MG
2018
ANA KAROLINE DAVID E SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ETÁGIO SUPERVISIONADO:

NUTRIÇÃO CLÍNICA

Relatório de estágio supervisionado apresentado à


Universidade Federal de Lavras, como parte das
exigências do Curso de Nutrição, para a obtenção
do título de Bacharel.

Profa. Dra. Lívia Garcia Ferreira


Orientadora

LAVRAS – MG
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL ..................................................................................................2
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................3
4 DIFICULDADES ENCONTRADAS ..................................................................................6
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................................7
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................9
1 INTRODUÇÃO

A Nutrição Clínica é a área da nutrição responsável pelo tratamento e/ou prevenção de


diversas enfermidades e no controle das doenças crônicas por meio de uma alimentação
adequada e equilibrada. Em nível hospitalar, de acordo com a Resolução CFN nº 600/2018, o
nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:

Estabelecer e executar protocolos técnicos do serviço, segundo níveis de assistência


nutricional, de acordo com a legislação vigente.

1. Elaborar o diagnóstico de nutrição.


2. Elaborar a prescrição dietética, com base nas diretrizes do diagnóstico de nutrição e
considerando as interações drogas/nutrientes e nutrientes/nutrientes.
3. Registrar em prontuário dos clientes/pacientes/usuários a prescrição dietética e a
evolução nutricional, de acordo com protocolos preestabelecidos pela Unidade de
Nutrição e Dietética (UND).
4. Realizar orientação nutricional na alta dos clientes/pacientes/usuários, estendendo-
a aos cuidadores, familiares ou responsáveis, quando couber.
5. Orientar e supervisionar a distribuição de dietas orais e enterais, verificando o
percentual de aceitação, infusão e tolerância da dieta.
6. Interagir com nutricionistas responsáveis pela produção de refeições, definindo
procedimentos em parceria.
7. Elaborar relatórios técnicos de não conformidades, impeditivas da boa prática
profissional e que coloquem em risco a saúde humana, encaminhando-os ao superior
hierárquico e às autoridades competentes, quando couber.

De acordo com Escott-Stump (2013), o nutricionista é uma peça fundamental para o


tratamento dos pacientes no ambiente hospitalar, com o objetivo de garantir a alimentação
equilibrada e o aporte de macro e micronutrientes necessários ao bom estado nutricional, fator
determinante para a evolução e a recuperação clínica, visto que o paciente desnutrido apresenta
fraqueza, alteração na cicatrização de feridas, diminuição das funções dos órgãos, maior risco
de infecção e podendo levar à morte.

Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamenta a


formação de Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), obrigatória nos hospitais
brasileiros. O nutricionista, assim como médico, enfermeiro, farmacêutico e outros
profissionais da saúde fazem parte da EMTN, e são profissionais de extrema importância dentro
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da área hospitalar. O papel do nutricionista na EMTN envolve a escolha da melhor via de terapia
nutricional, seja por via oral, enteral ou parenteral e o cálculo das necessidades nutricionais
(LEITE et al, 2005).

O estágio supervisionado de Nutrição Clínica foi realizado no Hospital Maternidade e


Pronto Socorro Santa Lúcia, localizado em Poços de Caldas – MG, e teve como objetivo
contribuir para o processo de aprendizagem da aluna, colocando em prática o conteúdo estudado
na teoria, desenvolvendo as atividades que competem ao nutricionista da área clínica. O estágio
teve início em 17 de setembro e término em 26 de outubro de 2018, com carga horária de 8
horas por dia, totalizando 240 horas. A supervisão foi realizada pelas nutricionistas Celina
Helena Rodrigues da Silva (RT) e Patrícia Mello Fernandes (Clínica), com orientação da Profa.
Dra. Lívia Garcia Ferreira.

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL

O Hospital Maternidade e Pronto Socorro Santa Lúcia, localizado em Poços de Caldas


– MG, foi fundado em 05 de novembro de 1974, pelo Dr. Assad Aun Netto, e atua no ramo de
atividade econômica, como prestadora de serviços hospitalares.

É uma entidade privada, credenciado pelo SUS, atendendo também os convênios


UNIMED, BRADESCO, IPSEMG e POLICIA MILITAR. Atende cerca de 380 pacientes por
mês em regime de internação, nas clínicas médica, cardíaca, cirúrgica, psiquiátrica, que
equivale a 50% do número total de internações pelo SUS no município. Possui excelência em
atendimento cardiovascular e cerebral.

O hospital é subdivido em alas A, B e C, sendo ALA A com 61 leitos, 18 leitos


destinados ao atendimento particular e convênios, o restante para o SUS; ALA B com 6 leitos
para o SUS; e ALA C com 13 leitos destinados ao atendimento particular, além do Pronto
Socorro com 6 leitos. Também conta com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), inaugurada em
2015, que possui 37 leitos melhorando o atendimento junto à população. Além desses, também
oferece serviços em Hemodinâmica e Tratamento Hiperbárico.

O hospital também dispõe de: Laboratório de Análises Clínicas credenciado pela ONA
-ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO e DICQ – SISTEMA NACIONAL DE
ACREDITAÇÃO, Radiografia Digital, Tomografia e Angiotomo Computadorizada, Métodos
Gráficos para Diagnóstico em Cardiologia (Ecocardiograma, Ergometria, Hollter, Mapeamento
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da pressão arterial, ECG e etc.), Agencia Transfusional, Ultrassonografia Vascular e
Convencional), Ambulatório de Especialidades, Oxigenoterapia Hiperbárica entre outros.

O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) é responsável pelo fornecimento de cinco


refeições diárias para aproximadamente 126 pacientes e seus acompanhantes, além de almoço
para cerca de 140 profissionais da área atuantes no hospital, realizando principalmente uma
assistência nutricional adequada através da elaboração de dietas e orientações nutricionais para
pacientes.

O SND é composto por 2 nutricionistas, sendo 1 nutricionista responsável técnica e 1


nutricionista clínica, 2 cozinheiras, 6 auxiliares de serviços gerais, 7 copeiros, 2 lactaristas, 2
folguistas, 1 estoquista e 1 feirista, que se dividem em 2 turnos diferentes. Além da equipe do
EMTN, composto por 1 médico, 2 nutricionistas e 1 enfermeira, e quando necessário é
solicitado a presença em reuniões de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e farmacêuticos.

As dietas prescritas são: dieta geral (livre), branda, pastosa, leve, líquida completa e
líquida restrita, com distinção para pacientes hipertensos e diabéticos, sendo ajustadas de acordo
com as necessidades e preferências de cada um. A SND também dispõe de espessante alimentar
Thick & Easy Fresenius, para pacientes com dificuldades de deglutição ou disfagia, onde há
riscos associados à deglutição incorreta de alimentos e bebidas e/ou broncoaspiração; dieta
enteral padrão Fresubin® Energy 1.5 (Anexo A), sendo exclusiva por questões econômicas, e
um único suplemento Fresubin® Protein Powder (Anexo B), módulo proteico de alto valor
biológico com 100% de proteína do soro do leite.

Para pacientes com diarreia, são ofertados sucos de maçã sem casca ou de caju, e para
pacientes com constipação, são ofertados sucos de mamão com laranja e ameixa preta. No caso
de pacientes com dieta enteral, estes são administrados pela sonda. Não havendo outras opções
devido à falta de recursos.

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio supervisionado em Nutrição Clínica no Hospital Maternidade e Pronto


Socorro Santa Lúcia foi realizado apenas nas alas A, B e C, não sendo autorizada a atuação do
estagiário nas unidades de terapia intensivas pela direção do hospital. Neste hospital, a Nutrição
Clínica tem uma relação direta com a Unidade de Alimentação e Nutrição do local.

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As atividades desenvolvidas durante o estágio consistiam em atualização do censo do
SND, corrida de leito, triagens, reavaliações e retornos nutricionais dos pacientes, evolução de
prontuários eletrônicos, distribuição das prescrições e evoluções nutricionais nos prontuários
de cada paciente. Também foram realizadas atividades não rotineiras como orientações de alta
para pacientes com dieta enteral e dieta pastosa, orientações para pacientes com uso de
anticoagulantes como Marevan, visitas multiprofissionais e educação continuada.

O censo da SND contém informações como nome, idade, diagnóstico clínico, data de
internação, data de avaliação nutricional, diagnóstico nutricional, circunferência do braço (CB),
tipo de dieta e planos de cuidados de todos os pacientes internados no hospital, que são
atualizados diariamente pela manhã, e durante todo o dia de acordo com a necessidade.

Após a atualização dos censos, era realizado a corrida de leito, que consiste em visitar
todos os pacientes, avaliando a aceitação da dieta dos pacientes um a um, verificando como está
a ingestão de alimentos, hábito intestinal e ingestão de água, anotando todas as informações e
adequando a dieta dos pacientes de acordo com a disponibilidade da UAN do hospital. Em
casos de pacientes em risco, utiliza-se um formulário para avaliação da ingestão de alimentos
via oral (Anexo C) e com isso a necessidade de intervenção nutricional.

As triagens eram realizadas no dia seguinte à internação, o protocolo utilizado é a


Nutritional Risk Screening (NRS), de 2002 (Anexo D), que detecta a desnutrição ou o risco de
desenvolvê-la durante a internação hospitalar. Além disso, classifica os pacientes segundo a
deterioração do estado nutricional e a gravidade da doença, ajustado à idade, quando superior
a 70 anos. O objetivo é contemplar o aumento das necessidades de nutrientes devido à gravidade
da doença. Inclui quatro perguntas na pré-triagem, que é recomendada para uso em locais com
pacientes de baixo risco. O NRS 2002 também adiciona a idade avançada (≥ 70 anos) como
fator de risco. O instrumento utiliza pontuação variável entre 0 e 6. Quando o resultado da
somatória é maior ou igual a três pontos, o paciente é classificado como em risco de desnutrição.
Ao final, sugere a indicação de intervenção de nutrição para os pacientes desnutridos
(ASBRAN, 2014). O NRS 2002 é recomendado pela European Society of Parenteral and
Enteral Nutrition (ESPEN).

O peso habitual e altura eram relatados, com o auxílio de uma balança portátil aferia-se
o peso atual, e, com os pacientes devidamente posicionados e o auxílio de com uma fita métrica
inelástica eram aferidos a CB, circunferência da panturrilha (CP) (quando idosos) do lado
esquerdo e, em caso de não aferição do peso e altura atuais, era realizada a estimativa do peso
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através da fórmula descrita por Ross Laboratories (2002) e estatura estimada pelo método
indireto descrito por Chumlea 1985, através da altura do joelho. Além disso, avaliava-se o
paciente funcional (lote, deambulante) e fisicamente (hipocorado, desidratado, etc).

Após as aferições eram realizadas as avaliações antropométricas (%CB, CP e IMC),


nutricionais, diagnóstico e prescrição. Para prescrição, devido ao sistema eletrônico do hospital,
utilizava-se 25kcal e 1,2 de proteína por Kg para todos os pacientes, exceto aqueles que
necessitam de um aporte energético ou proteico especial. Utilizava-se também os protocolos da
European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN), e da American Society of
Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) para dietas enterais e parenterais.

As reavaliações e retornos consistem em novas avaliações de acordo com o Nível de


Atenção Nutricional (NAN) determinados a partir do diagnóstico nutricional, onde cada
paciente é identificado com a cor correspondente ao seu NAN.

NAN primário corresponde a cor verde e os pacientes classificados com esse NAN eram
reavaliados a cada 7 dias. NAN secundário corresponde a cor rosa e os pacientes classificados
nesse nível eram reavaliados a cada 4 dias. NAN terciário corresponde a cor azul claro e os
pacientes classificados com esse NAN, geralmente em uso de dieta enteral ou doenças graves,
eram acompanhados diariamente e reavaliados a cada 3 dias.

Nas reavaliações eram aferidas as medidas antropométricas, como peso atual, CB e CP


(quando idosos), além da presença de edemas, aceitação alimentar, hábito intestinal, ingestão
hídrica, diurese, capacidade funcional, avaliação física e com isso um novo diagnóstico e
prescrição nutricional. Já nos retornos, que são exclusivos de NAN secundário e terciário, eram
realizadas as avaliações com exceção das medidas antropométricas.

O hospital possui um sistema de prontuários eletrônicos, onde são feitas as evoluções e


todas essas atividades citadas acima são registradas no prontuário de cada paciente. Apenas as
nutricionistas supervisoras têm acesso a ele, portanto, as evoluções eram realizadas apenas com
supervisão das mesmas. Neste momento, eram discutidos os casos dos pacientes com as
supervisoras, onde eu definia a conduta a ser adotada para cada paciente em conjunto com elas.
Após o registro, as evoluções eram distribuídas nas alas do hospital, anexando-as em cada
prontuário impresso dos pacientes.

Ao serem solicitadas, eram realizadas orientações de alta para pacientes com dieta
enteral e dieta pastosa, bem como orientações para pacientes com uso de anticoagulantes como

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Marevan, em que os últimos devem ter uma alimentação pobre em vitamina K, devido à
interação fármaco-nutriente.

As visitas multiprofissionais eram realizadas esporadicamente. As equipes eram


compostas geralmente por médico (a) responsável, médico (a) do pronto socorro, enfermeiro
(a), enfermeiro (a) do EMNT, psicóloga, fisioterapeuta, fonoaudióloga e nutricionista, onde se
avaliava o paciente e discutia a conduta a ser adotada no caso.

Também foi realizada uma atividade obrigatória do hospital denominada “Educação


continuada”, onde fui solicitada pelas nutricionistas supervisoras a falar sobre os tipos de dietas
ofertadas no hospital para toda a equipe do SND. Nesta atividade desenvolvi uma maneira mais
lúdica de passar a informação para os funcionários, que denominei “Que dieta sou eu?”, um
jogo onde era sorteado um participante e um tipo de dieta. O participante não tinha
conhecimento da dieta sorteada e através de dicas como características, indicações, alimentos
que podem conter, tinha que adivinhar de qual dieta se tratava. Teve também a participação da
Enfermeira Chefe que abordou assuntos como a importância de se cumprir as ordens
nutricionais, devido aos riscos que os pacientes estão expostos, e broncoaspiração.

A dietoterapia de pacientes com dieta enteral era prescrita apenas pelas supervisoras.
Como estagiária, participava da introdução, evolução, monitoramento e altas dos pacientes com
dieta enteral. As dietas são padrão, sistema fechado que corre através de bomba de infusão das
06:00 horas às 22:00 horas, sendo paradas durante o banho ou outras intervenções. Não há uma
padronização estabelecida de evolução das dietas. Geralmente, inicia-se com 30mL/h para
pacientes estáveis ou 20mL/h para pacientes críticos, atingindo meta calórica em 4 a 5 dias se
não houver intercorrências. São atingidos pelo menos 80% da necessidade proteica, ou 100%
da necessidade calórica dependendo do caso. Em pacientes críticos, às vezes é necessário
ultrapassar a meta calórica para atingir meta proteica.

4 DIFICULDADES ENCONTRADAS

Durante o período do estágio me deparei com muitas dificuldades em relação aos


funcionários do restaurante do SND que não cumpriam o plano de cuidados estabelecidos para
os pacientes. Com isso, a ingestão de alimentos diminuía aumentando as chances de desnutrição
entre os pacientes.

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Outra dificuldade encontrada foi em relação ao espaço destinado à sala das
nutricionistas, pois não comportava mais de duas pessoas dentro da sala e era dividida com a
fonoaudióloga.

A falta de recursos também foi um fator negativo, pois não possibilita a compra de
suplementos para suplementação alimentar dos pacientes que necessitam, exceto em casos de
doação. Além disso, chegou a faltar alguns produtos como espessante alimentar por vários dias,
o que deixava os pacientes com dieta pastosa sem hidratação. Também não havia fontes de
fibras para tratar problemas como diarreia e constipação. Baixa variedade de alimentos para
dieta pastosa, o que tornava as refeições repetitivas levando a possível baixa aceitação da
mesma.

Pelo mesmo motivo não havia opções de enterais para diabéticos, o que poderia
contribuir para a elevação da glicemia em conjunto com resposta fisiológica ao trauma ou
infecção, disfunção imunológica, alterações de coagulação, distúrbios hidroeletrolíticos. Fator
criticado pelos médicos.

Além disso, o preenchimento incorreto do censo da enfermagem onde continham


informações dos pacientes, internações e as prescrições de dietas geravam confusões no serviço
de nutrição, levando a entrega incorreta de dietas. Da mesma forma, os mapas dietoterápicos
das dietas enterais eram preenchidos incorretamente, pois algumas enfermeiras são zeravam a
bomba de infusão quando necessário, portanto o valor infundido anotado muitas vezes não era
de acordo com o real.

Por fim, outra dificuldade encontrada foi a falta de cooperação entre a equipe e de
envolvimento da gerência dos hospitais, além de acúmulo de atividades ligadas ao
gerenciamento de serviços das nutricionistas, não permitindo uma dedicação maior aos
pacientes.

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Em virtude das vivências no hospital, justifica-se a importância de investigar a evolução


do estado nutricional de pacientes hospitalizados, no intuito de contribuir para um melhor
planejamento de ações destinadas a minimizar a desnutrição hospitalar, proporcionando aos
pacientes melhor recuperação e menor tempo de hospitalização.

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Tal experiência também permitiu aprender a lidar com as dificuldades presentes na
prática, a trabalhar com várias equipes diferentes, onde se torna possível o conhecimento prático
nas diversas situações que o profissional nutricionista lida diariamente, estabelecendo assim
uma conduta dietoterápica para os pacientes a fim de recuperar ou manter um bom estado
nutricional.

Deixo como sugestão a contratação de mais um profissional nutricionista para a área


clínica e/ou UAN do hospital, como forma de melhorar a qualidade do atendimento dos
pacientes.

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REFERÊNCIAS

ASBRAN - Associação Brasileira de Nutrição / organizadora: Marcia Samia Pinheiro Fidelix.


Manual Orientativo: Sistematização do Cuidado de Nutrição. – São Paulo: Associação
Brasileira de Nutrição, 2014.

Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 600. Brasília – DF. 2018.

ESCOTT-STUMP, Sylvia; MAHAN, L. Kathleen; RAYMOND, J. Krause, alimentos,


nutrição e dietoterapia. 2013.

LEITE, H. P., CARVALHO, W. B.; MENESES, J. F. S. Atuação da equipe multidisciplinar


na terapia nutricional de pacientes sob cuidados intensivos. Revista de Nutrição, 2005.

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ANA KAROLINE DAVID E SILVA

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

LAVRAS – MG
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10
2 DADOS DO PACIENTE .....................................................................................................11
3 ATENDIMENTO NUTRICIONAL ...................................................................................14
4 EVOLUÇÕES E POSTERIORES ATENDIMENTOS ....................................................18
5 CONCLUSÕES ....................................................................................................................26
6 COMENTÁRIOS .................................................................................................................26
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................28

ANEXOS .................................................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO

C.A.R., sexo masculino, 51 anos, natural de Ouro Fino, residente e domiciliado em


Bandeira do Sul de Minas, deu entrada no pronto socorro às 12:38 horas em 16/08/2018 com
queixa de desmaio, sendo diagnosticado posteriormente no dia 25/08/2018 com Insuficiência
Cardíaca Congestiva (ICC).

A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é considerada um problema de saúde pública


no mundo inteiro, as estatísticas mostraram o aumento da sua prevalência e incidência nas
últimas três décadas. Existem vários fatores de risco cardiovascular que aumentam a
probabilidade da sua ocorrência, como hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia,
tabagismo, diabetes mellitus, sedentarismo, obesidade, hereditariedade e estresse (DE
ARAÚJO et al, 2013).

A ICC pode ser classificada como aguda ou crônica de acordo com as suas condições
clínicas, podendo causar alterações hemodinâmicas ou funcionais, complicações nas câmaras
cardíacas direita, esquerda, ou de ambas. Características da ICC esquerda se dão a partir da
presença de sinais e sintomas de congestão pulmonar, como insuficiência do ventrículo
esquerdo de se encher ou esvaziar de maneira apropriada, o que leva a pressões aumentadas no
ventrículo e a congestão no sistema vascular pulmonar. Já a ICC direita apresenta características
relacionadas à disfunção do ventrículo direito para bombear adequadamente e de sintomas de
congestão sistêmica, que são: edema periférico, congestão hepática, turgência de jugular. O
reconhecimento de uma (ou das duas) câmara cardíaca afetada é de extrema importância para
o diagnóstico diferencial (DE ARAÚJO et al, 2013).

A ICC tem uma evolução abrupta que leva à descompensação aguda. Porém, os
pacientes podem se manter estáveis por messes ou anos, se as condições são controladas e o
tratamento é intensificado. Os tratamentos variam entre curto e longo prazo, sendo que o
objetivo do curto prazo se dá através da melhora hemodinâmica e alívio dos sintomas. Já a
longo prazo, o objetivo é a melhora da qualidade de vida, bem como prolongar a sobrevida do
paciente, interrompendo ou revertendo a progressão da disfunção ventricular (BOCCHI et al,
2009).

O comprometimento do estado nutricional, frequentemente presente nos pacientes


internados, está diretamente relacionado com as taxas de morbidade e mortalidade. Estudos
apontam que pacientes cardiopatas com desnutrição apresentam duas vezes mais risco de

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mortalidade (VELOSO et al, 2005). Diante disso, é essencial que a identificação dos pacientes
desnutridos ou em risco de desnutrição seja feita no início da internação hospitalar, para a
definição de uma terapia nutricional que possa corrigir as alterações nutricionais e melhorar o
prognóstico do paciente (YAMAUTI et al, 2006).

A desnutrição é reconhecida como manifestação associada à ICC, principalmente em


seus estágios mais avançados, devido a ocorrência de ingestão inadequada, ao metabolismo
alterado, ao estado pró-inflamatório, ao aumento do estresse oxidativo e à maior perda de
nutrientes, até mesmo pelas interações medicamentosas. A redução da ingestão de alimentos,
ou da associação das alterações absortivas e metabólicas pode levar à anorexia. O edema das
alças intestinais na insuficiência cardíaca pode ser responsável pela presença de náuseas, má
absorção de lipídios, sensação de plenitude gástrica e de perdas proteicas (SAHADE et al,
2009).

O acompanhamento nutricional de pacientes com ICC no ambiente hospitalar é


essencial para evitar a desnutrição desses pacientes, sendo que a mesma constitui fator preditivo
de redução de sobrevida nos pacientes com ICC, independentemente de variáveis importantes
como idade, classe funcional e fração de ejeção (SAHADE et al, 2009).

2 DADOS DO PACIENTE

2.1 História patológica atual

Paciente apresentou mal-estar, visão turva e hipotensão no setor de origem, relatou


tontura e dispneia aos mínimos esforços. Deu entrada no pronto socorro consciente, orientado
e comunicativo, respiração com aporte de cateter de O², afebril, apresentando momentos de
ansiedade. Mantinha dieta via oral (VO) com boa aceitação.

2.2 História patológica pregressa

Segundo informações coletadas, o paciente é portador de fibrilação atrial (FA),


hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, ICC, ansiedade e apresentou 5 episódios de
síncopes nos últimos dias.

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2.3 História social e familiar

Paciente casado, possui 1 filho.Não tabagista, não etilista, nega uso de drogas ilícitas.

2.4 História medicamentosa

 Medicamentos de uso domiciliar:

Carvedilol; Hidrion; Rivaroxabana (Xarelto); Amiodarona; Sinvastatina; Enalapril; Rivotril.

 Durante a internação:

Furosemida: 20mg/dia, dose única. DIURÉTICO. Destinado ao tratamento de: hipertensão


arterial leve a moderada; edema devido a distúrbios cardíacos, hepáticos e renais; edema devido
a queimaduras.

Dipirona Sódica: 1 dose de 6/6 horas: em caso de dor ou febre. Este medicamento é indicado
como ANTITÉRMICO E ANALGÉSICO.

Metoclopramida Plasil: 50 gotas: em caso de vômito. ANTIEMÉTICO. Destinado ao


tratamento de distúrbios da motilidade gastrintestinal e náuseas e vômitos de origem central e
periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias a medicamentos). Também
é utilizado para facilitar os procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal.

Rivaroxabana (Xarelto): 10mg/dia, dose única. ANTITROMBÓTICO. Destinado para a


prevenção de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes adultos submetidos à cirurgia
eletiva de artroplastia de joelho ou quadril.

Ranitidina: 50 mg/2 ml, a cada 12 horas. ANTIÚLCERA, ANTI-DRGE, ANTISSECRETOR.


Destinado ao tratamento de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna, incluindo aquelas
associadas a agentes antiinflamatórios não-esteroidais.

Sinvastatina: 40 mg, 1 dose única. REDUÇÃO DE PRODUÇÃO DE COLESTEROL.


Destinado para reduzir os riscos à saúde decorrentes das doenças cardiovasculares, também
retarda a progressão da aterosclerose e reduz o desenvolvimento de mais aterosclerose.

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Enalapril: 20mg, dose única. ANTI-HIPERTENSIVO. Destinado ao tratamento de todos os
graus de hipertensão essencial, tratamento da hipertensão renovascular e todos os graus de
insuficiência cardíaca.

Carvedilol: 6,25mg, a cada 12 horas. ANTI-HIPERTENSIVO. Destinado ao tratamento de


hipertensão arterial, angina instável e isquemia silenciosa do miocárdio, insuficiência cardíaca
congestiva estável e sintomática leve, moderada e grave, de etiologia isquêmica e não
isquêmica.

Amiodarona: 100mg/dia. ANTIARRÍTMICO. Destinado ao tratamento de distúrbios graves


do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas; taquicardia ventricular
sintomática; taquicardia supraventricular sintomática; alterações do ritmo associadas à
síndrome de Wolff-Parkinson-White.

2.4.1 Interações droga x nutriente

Furosemida: Muito Comum: distúrbios eletrolíticos (incluindo sintomáticos), desidratação e


hipovolemia, especialmente em pacientes idosos, aumento nos níveis séricos de creatinina e
triglicérides. Comum: hiponatremia, hipocloremia, hipopotassemia, aumento nos níveis séricos
de colesterol e ácido úrico, crises de gota e aumento no volume de urinário. Incomum:
tolerância à glicose diminuída; o diabetes mellitus latente pode se manifestar. Desconhecido:
hipocalcemia, hipomagnesemia, aumento nos níveis séricos de ureia e alcalose metabólica,
Síndrome de Bartter no contexto de uso inadequado e/ou a longo prazo da furosemida.

Dipirona Sódica: Não foram encontrados dados na literatura que indicassem distúrbios
relacionados ao metabolismo e nutrição.

Metoclopramida Plasil: Não foram encontrados dados na literatura que indicassem distúrbios
relacionados ao metabolismo e nutrição. A ingestão de álcool deve ser evitada, pois potencializa
o efeito sedativo da metoclopramida.

Rivaroxabana (Xarelto): Não foram encontrados dados na literatura que indicassem distúrbios
relacionados ao metabolismo e nutrição.

Ranitidina: Deve ser administrado pelo menos 2h antes ou depois do Suplemento de Ferro.
Tomar suplemento de Magnésio ou antiácidos de Alumínio/Magnésio separadamente, com
13
intervalo de pelo menos 2h. Limitar cafeína/xantina. Diminui absorção de Fe e vit. B12. Mg ou
antiácidos de Al/Mg diminui absorção do fármaco.

Sinvastatina: Suco de toranja (grapefruit) possui componentes que interferem no metabolismo


do medicamento. Evitar o consumo de suco de toranja durante o tratamento.

Enalapril: O uso de suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio ou substitutos


do sal que contenham potássio, particularmente em pacientes com função renal comprometida,
pode levar a aumento significativo dos níveis séricos de potássio. A hipercalemia pode causar
arritmias sérias, algumas vezes fatais.

Carvedilol: Devido às propriedades betabloqueadoras, é possível que Diabetes Mellitus latente


se manifeste, que diabetes manifestado se agrave e que a contra regulação da glicose seja
inibida. O uso deste medicamento pode levar ao aumento do peso, hipercolesterolemia e/ou
piora do controle da glicemia (hiperglicemia, hipoglicemia) em pacientes com diabetes
preexistente.

Amiodarona: O uso deste medicamento pode causar diminuição do apetite. Suco de toranja
(grapefruit) possui componentes que interferem no metabolismo do medicamento. Evitar o
consumo de suco de toranja durante o tratamento.

OBS: As informações relacionadas aos medicamentos foram retiradas das suas


respectivas bulas, publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

3 ATENDIMENTO NUTRICIONAL

3.1 Primeiro Atendimento

Realizado em 17/08/2018, um dia após admissão no hospital.

3.1.1 Evolução

Paciente relata apresentar funcionamento normal do intestino, diurese presente, nega


alergias e/ou intolerâncias alimentares, não apresenta edema/ascite, possui HAS e perda de peso
nas últimas três semanas. Dieta para HAS VO liberada.

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3.1.2 Exame Físico

Paciente restrito ao leito, consciente, corado, hidratado, orientado, comunicativo.

3.1.3 Antropometria

Utilizou-se a NRS 2002 para a triagem nutricional.

 Peso: 99,7 Kg (relatado devido impossibilidade de pesagem pelo quadro clínico


do paciente)
 Altura: 1,69 m (relatado devido falta de instrumentos de medição de altura no
hospital, porém verificou-se através da estatura recumbente).
 IMC: 34,90 Kg/m²

Classificação do estado nutricional: Obesidade grau I segundo Organização Mundial de


Saúde (OMS), 1997.

 Peso máximo: 69,854 Kg


 Peso mínimo: 57,154 Kg
 Peso médio: 63,504 Kg

O paciente está acima do peso ideal máximo.

 Circunferência do braço: 29,5 cm


 CB percentil 50: 32,3 cm
 Adequação da CB (%): 91%

Classificação do Estado Nutricional adequação da CB: Eutrofia segundo Blackburn e


Thornton, 1979.

15
3.1.4 Cálculo das necessidades calóricas:

 Fórmula de bolso segundo ESPEN, 2006 para pacientes graves:

25 Kcal/Kg de peso médio: 1.587,6 kcal/dia

 Cálculo das necessidades proteicas:

Fórmula de bolso segundo ASPEN, 2009:

1,2 g/Kg/dia de peso médio: 76,205g/dia

Objetivos

o Manter/melhorar o estado nutricional do paciente;

o Reduzir/evitar complicações;

o Contribuir no controle dos níveis pressóricos;

o Reduzir o tempo de internação hospitalar;

o Promover qualidade de vida.

3.1.5 Exames laboratoriais

Os exames laboratoriais foram realizados no dia 17/08/2018. A Tabela 1 mostra os


exames realizados e seus respectivos resultados e valores de referência.

O paciente encontra-se com a maioria dos resultados dentro da normalidade, o que


indica um menor risco de complicações associadas ao risco nutricional. (ACUÑA; CRUZ,
2004). A Creatinina que apresentou valor mais alto em relação aos valores de referência.

16
Tabela 1: Resultados dos exames laboratoriais
Exames Valores encontrados Valores de referência

Dímero 594 ng/ml Normal > 400 ng/ml


Anormal < 400 ng/ml
PCR 5,00 mg/dL Inferior à 6,0 mg/dL
Creatinina 1,69 mg/dL 0,5 à 1,3 mg/dL
Sódio 135 mEq/l 132 a 146 mEq/l
Potássio 4,5 mEq/l 3,3 a 4,8 mEq/l
Fonte: Prontuário da paciente.

3.1.6 Parâmetros hemodinâmicos

Os parâmetros hemodinâmicos foram realizados no dia 17/08/2018. A Tabela 2 mostra


os exames realizados e seus respectivos resultados e valores de referência.

Tabela 2: Resultados dos parâmetros hemodinâmicos

Parâmetros Avaliação
PAS 130 mm/Hg
PAD 80 mm/Hg
PAM 106 mm/Hg
FC 78 bpm
Saturação 91%
Temp. Corporal 36,4ºC

Fonte: Prontuário da paciente.

Houve pico de hipertensão no momento da internação, após serem tomadas as medidas


necessárias a pressão se manteve estável.

17
3.1.6 Diagnóstico Nutricional:

Paciente eutrófico segundo % de Adequação da CB, em risco nutricional devido


sintomas com consequente diminuição da alimentação oral.

3.1.7 Conduta Dietoterápica

Dieta para HAS, VO, mantendo dieta, acompanhando aceitação, quadro clinico e
nutricional. Paciente classificado em nível primário de atenção nutricional (NAN).

4 EVOLUÇÕES E POSTERIORES ATENDIMENTOS

 24/08 - Reavaliação
CB: 30,6cm.

Adequação de CB = 94,7%.

Classificação: Eutrofia.

P: 100,7 Kg

IMC: 35Kg/m².

Classificação: Obesidade II

Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, comunicativo, com dieta


liberada, relata boa aceitação.

NAN: Primário.

 25/08 – Retorno
Houve um declínio no quadro clínico do paciente, onde mesmo foi intubado e transferido para
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), COM prescrição de dieta via sonda nasoenteral (SNE).

NAN: Terciário.

18
 26/08 – Prescrição Nutricional
Dieta enteral Fresubin® Energy 1.5

1. Necessidades Nutricionais
Necessidade calórica: 360

Necessidade proteica: 13

2. Estatísticas Nutricionais:
Meta:

Prescrição Kcal: 360kcal/dia

Vol. Prescrito: 240 ml

Presc. Proteica: 13g

Meta calorica (%): 100

Meta Proteica (%): 100

Adequação:

Volume infundido: 191 ml

Ad. Kcal: 79,583 %

Ad. Ptn: 82,277 %

Prescrição Nuricional:

1º dia - 26/08: 500 Kcal, 335ml/24h com vasão de 30ml/h

Agua filtrada 40ml de 4/4h

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Evolução: Paciente intubado, sedado, em uso de nora e dobutamina. Corado e hidratado.
Com dieta suspensa. Aguardando passagem de SNE. Evacuação ausente há 2 dias e diurese
presente.

Conduta: Aguardando liberação de dieta, acompanhando quadro clinico e nutricional.

 27/08 - Retorno

1. Necessidades Nutricionais
Necessidade calórica: 500 kcal

Necessidade proteica: 19 g

2. Estatísticas Nutricionais:
Meta:

Prescrição Kcal: 500 kcal/dia

Vol. Prescrito: 335 ml

Presc. Proteica: 19g

Meta calorica (%): 100

Meta Proteica (%): 100

Adequação:

Volume infundido: 419 ml

Ad. Kcal: 125,075%

Ad. Ptn: 123,495%

Prescrição Nutricional:

Dieta enteral Fresubin® Energy 1.5

27/08: 1000 Kcal/dia, 665ml/24h com vasão de 60ml/h


20
Agua filtrada 40ml de 4/4h

Evolução: Paciente intubado, sedado, em uso de dobutamina. Corado e hidratado. Com dieta
enteral liberada. Evacuação ausente há 3 dias e diurese normal.

Conduta: Mantendo dieta, acompanhando aceitação, quadro clinico e nutricional.

NAN: Terciário.

 29/08 – Prescrição Nutricional

1. Necessidades Nutricionais
Necessidade calórica: 1500 kcal

Necessidade proteica: 56 g

2. Estatísticas Nutricionais:
Meta:

Prescrição Kcal: 1500 kcal/dia

Vol. Prescrito: 1000 ml

Presc. Proteica: 56g

Meta calorica (%): 100

Meta Proteica (%): 100

Adequação:

Volume infundido: 1208 ml

Ad. Kcal: 120,8%

Ad. Ptn: 120,8%

Prescrição Nutricional:

21
Dieta enteral Fresubin® Energy 1.5

29/08: 1800 Kcal/dia, 1200ml/24h com vasão de 100ml/h.

Suplementação de Proteína 10g/dia - 2,5 medidas em 100 ml de água.

Água filtrada 40ml de 4/4h.

Evolução: Paciente intubado, sedado, em uso de dobutamina. Corado e hidratado.


Com dieta enteral liberada. Evacuação ausente há 5 dias e diurese normal.

Conduta: Evoluindo vazão de dieta, suplementando proteína, acompanhando tolerância,


quadro clinico e nutricional.

NAN: Terciário.

 30/08 - Reavaliação
CB: 28cm.

Adequação de CB = 86%.

Classificação: Desnutrição leve.

Evolução: Paciente intubado, sedado, corado e hidratado, com dieta enteral liberada.
Evacuação ausente há 6 dias e diurese normal.

Conduta: Evoluindo vazão de dieta, suplementando proteína, acompanhando tolerância,


quadro clinico e nutricional.

NAN: Terciário.

 03/09 - Retorno
Evolução: Paciente intubado, sedado, em uso de nora. Corado e hidratado. Com dieta enteral
liberada. Evacuação ausente ha 1 dia e diurese normal.

Conduta: Diminuindo vazão de dieta, suplementando proteína, acompanhando tolerância,


quadro clinico e nutricional.

NAN: Terciário.
22
 04/09 – Prescrição Nutricional
Dieta enteral Fresubin® Energy 1.5

04/09: 1800 Kcal/dia, 1200ml/24h com vasão de 100ml/h.

Suplementação de Proteína 10g/dia - 2,5 medidas em 100 ml de água.

Água filtrada 40ml de 4/4h.

Evolução: Paciente intubado, sedado, em uso de noradrenalina. Corado e hidratado. Com dieta
enteral liberada. Evacuação 1x, fezes normais e diurese normal.

Conduta: Evoluindo vazão de dieta, suplementando proteína, acompanhando tolerância,


quadro clinico e nutricional.

NAN: Terciário.

 06/09 - Reavaliação
Adequação de CB = 104%.

Classificação: Eutrofia.

Paciente traqueostomizado, sem sedação, sem dva. Corado, edemaciado e hidratado.


Com dieta enteral liberada.

 10/09 - Retorno
Paciente traqueostomizado, sem sedação, sem dva. Corado e hidratado. Com dieta
enteral liberada. Diminuída vazão de dieta acm pra 20ml/h devido presença de evacuações
líquidas.

NAN: Terciário.

 13/09 - Reavaliação
CB: 33,5cm.

23
Adequação de CB = 103%.

Classificação: Eutrofia.

Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, traqueostomizado, com dieta


enteral liberada.

NAN: Terciário.

 16/09- Retorno
Paciente traqueostomizado, consciente, orientado, sem dva. Corado e hidratado. Com
dieta enteral liberada.

NAN: Terciário.

 20/09 - Reavaliação
Adequação de CB = 97%.
Classificação: Eutrofia.
Paciente traqueostomizado, consciente, orientado, sem dva. Corado e hidratado. Com
dieta enteral liberada.

NAN: Terciário.

 24/09 - Retorno
Paciente consciente, orientado, sonolento, sem dva, cânula ocluída. Corado e hidratado.
Com dieta enteral liberada.

NAN: Terciário.

 27/09 - Reavaliação
CB: 31,9cm.
Adequação de CB = 98%.
Classificação: Eutrofia.

24
Foi realizada a avaliação da fonoaudióloga devido à retirada da sonda pelo paciente
imediatamente foi avisado EMNT e assim foi realizada a avaliação para iniciar dieta via oral.
Segue abaixo avalição.

 Teste de deglutição de alimento pastoso


 Escape oral anterior: Presença
 Tempo de trânsito oral: Adequado
 Número de deglutições: Única
 Ausência de Tosse
 Ausência de refluxo
 Ausência de resíduo em cavidade oral
 Ausência de engasgo
 Nível/ Classificação: III – Disfagia orofaríngea LEVE a MODERADA
 Conduta: Alimentação via oral pastosa grossa assistida pelo técnico de
enfermagem
 Escala Funcional de Ingestão por Via Oral: 4
 Manter a cabeceira elevada acima de 45° e para dieta oral acima de 60°.
Orientação por escrito no leito do paciente.

Evolução Nutricional: Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, com


dieta pastosa e líquido espessado liberado após avaliação da fonoaudióloga.

NAN: Terciário.

 01/10 - Retorno
Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, com dieta pastosa e líquido
espessado liberado.

NAN: Secundário.

 04/10 - Reavaliação
CB: 31,7cm.

Adequação de CB = 98%.

25
Classificação: Eutrofia.

Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, com dieta branda liberada
após avaliação da fonoaudióloga. Apresenta boa aceitação. Acompanhando e mantendo dieta,
quadro clínico e nutricional.

NAN: Secundário.

 08/10 - Retorno
Paciente no leito, consciente, corado, hidratado, orientado, com dieta branda liberada.
Apresenta boa aceitação. Acompanhando e mantendo dieta, quadro clínico e nutricional.

NAN: Secundário.

O paciente recebeu alta hospitalar no dia 12 de outubro de 2018, mantendo dieta branda
com orientação de acompanhamento com fonoaudióloga e nutricionista para evolução da
consistência da dieta de acordo com a evolução do paciente.

4.1 Intercorrências durante dieta via sonda nasoenteral

27/08 - INTERCORRÊNCIA

29/08 - INTERCORRÊNCIA - Preenchimento incompleto do mapa

01/09 - INTEROCRRÊNCIA - Dieta foi suspensa

02/09 - INTECORRÊNCIA - Início tardio

04/09 - INTERCORRÊNCIA

05/09 - INTERCORRÊNCIA – Jejum para traqueostomia

07/09 - INTERCORRÊNCIA

09/09 - INTERCORRÊNCIA - Diarreia

10/09 - INTERCORRÊNCIA

13/09 - INTERCORRÊNCIA - SNE sacada


26
16/09 - INTERCORRÊNCIA

20/09 -INTERCORRÊNCIA

25/09 - INTERCORRÊNCIA

26/09 - INTERCORRÊNCIA

5 CONCLUSÕES

Apesar das limitações presentes na atuação do profissional no ambiente hospitalar, foi


possível acompanhar a evolução e recuperação do quadro clínico e nutricional do paciente, que,
devido a dedicação dos profissionais da equipe multidisciplinar que atuou no caso, o paciente
apresentou uma melhora significativa do mesmo. Notou-se a importância da atuação da
fonoaudióloga em conjunto com as nutricionistas, fato que influenciou diretamente na melhora
do estado de saúde do paciente devido a evolução e melhora do estado nutricional do mesmo.

A medida que era realizada a evolução da dieta, o paciente apresentava ansiedade e


euforia ao poder experimentar novos alimentos. O mesmo esforçou-se muito para alimentar-se
bem e seguia à risca todas as recomendações. A esposa e o filho que o acompanharam
diariamente também foram essenciais para a evolução do caso.

Contudo, conclui-se que a dedicação da equipe profissional em conjunto com o apoio


familiar é extremamente importante para a recuperação e manutenção do indivíduo
hospitalizado.

6 COMENTÁRIOS

Diariamente realizava-se visita ao paciente com o intuito de buscar informações a


respeito de sua aceitação alimentar e intercorrências, sempre questionando os acompanhantes
em relação à ingestão alimentar, evacuação, diurese e atividades realizadas no dia, verificando
as necessidades e dando o melhor suporte nutricional para a evolução do seu quadro.

Houveram algumas dificuldades em relação aos instrumentos utilizados para avaliação,


bem como com as intercorrências que faziam com que a vazão da dieta fosse sempre reduzida
ou suspensa, deixando o mesmo com baixo consumo calórico em alguns momentos.

27
Foi muito importante acompanhar a atuação da equipe multiprofissional, considerando
o paciente como um todo, visando à efetividade das intervenções, numa atitude humanizada e
uma abordagem mais ampla e resolutiva do cuidado.

28
REFERÊNCIAS

BOCCHI, E. A., BRAGA, F. G. M., FERREIRA, S. M. A., ROHDE, L. E. P., OLIVEIRA, W.


A. D., ALMEIDA, D. R. D., ... & TINOCO, E. M. III Diretriz brasileira de insuficiência
cardíaca crônica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 93(1):3-70, 2009.

DE ARAÚJO, A. A., DA NÓBREGA, M. M. L., GARCIA, T. R. Diagnósticos e intervenções


de enfermagem para pacientes portadores de insuficiência cardíaca congestiva utilizando
a CIPE®. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 47(2), 385-392, 2013.

SAHADE, V., MONTERA, V.S.P. Tratamento nutricional em pacientes com insuficiência


cardíaca. Rev Nutr, Campinas, 22(3):399-408, maio/jun., 2009.

VELOSO, L. G., DE OLIVEIRA JR, M. T., MUNHOZ, R. T., MORGADO, P. C., RAMIRES,
J. A., BARRETTO, A. C. Repercussão nutricional na insuficiência cardíaca avançada e seu
valor na avaliação prognóstica. Arq Bras Cardiol, 84(6), 480-5, 2005.

YAMAUTI, A. K., OCHIAI, M. E., BIFULCO, P. S., ARAÚJO, M. D., ALONSO, R. R.,
RIBEIRO, R. H. C., PEREIRA-BARRETO, A. C. Avaliação nutricional subjetiva global em
pacientes cardiopatas. Arq Bras Cardiol, 87(6), 772-7, 2006.

ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação


nutricional da população brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia,
Salvador, v. 48, n. 3, p. 345-361, jun. 2004.

29
ANEXOS

30
ANEXO A – Composição da dieta enteral Fresubin® Energy

31
ANEXO B – Composição nutricional do suplemento proteico Fresubin® Protein Powder

32
ANEXO C – Formulário de avaliação da aceitação da alimentação via oral

CAFÉ DA MANHÃ

ALMOÇO

CAFÉ DA TARDE

JANTAR

CEIA

33
ANEXO D – Triagem Nutricional NRS 2002

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