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Sílvia Oliveira e João Magalhães

KARUNA
TERAPIA DA COMPAIXÃO
MANUAL PARA PRATICANTES DE REIKI

www.cenif.com
Karuna
Terapia da Compaixão

Sílvia Oliveira e João Magalhães

Guia Prático de Karuna Para Praticantes de Reiki


Desenvolve a compaixão, cria um mundo saudável

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nem ser introduzido numa base de dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso
público ou privado - além do uso legal como breve citação e críticas - sem prévia autorização
do editor.

Título: Karuna - Terapia da Compaixão.


Guia Prático de Karuna Para Praticantes de Reiki
Autores: Sílvia Oliveira e João Magalhães
Fotos: João Magalhães
Paginação e capa: PrintDesigner.ro
Imagem da capa: My Good Images, Shutterstock
Impressão: Print On Demand Liberis
ISBN: 978-989-99663-6-9
1ª edição: novembro de 2016

EDIÇÕES MAHATMA
Telm: 967 319 952
www.bebook.pt
http://www.facebook.com/bebook.pt
https://www.facebook.com/MahatmaEditora
email: edicoesmahatma@mail.com

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Índice

Porquê “Karuna - Terapia da Compaixão” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8


O que é Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Compaixão - a filosofia de vida no karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Como aprender karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Karuna I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Karuna 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
A energia do nível 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
símbolos de Nível 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Halu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Harth . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Rama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Ética na prática de Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Tratamento a outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Posições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Como trabalhar Karuna e Reiki ao mesmo tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Plano de Estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Como passar para o nível 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Karuna II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Como passar para o nível 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Karuna III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Karuna III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
A filosofia de vida no nível 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Símbolos de Nível 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Nível 3B de Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Nível 3B de Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Tratamentos com Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Tratamentos com Karuna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
Tonglen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Tonglen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
A compaixão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
Uma perspetiva Budista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
Notas finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209
Livros recomendados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212

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A consciência plena é o alicerce da felicidade. Uma pessoa infeliz não pode fazer a paz.
A felicidade individual é a base para criar a paz no mundo. Para produzir paz, ela
deve estar nos nossos corações. A consciência plena é a prática de estarmos cientes do que
estamos a dizer e a fazer. Quanto mais conscientes estivermos dos nossos pensamentos,
palavras e ações mais concentração desenvolvemos. Com a concentração apercebemo-nos
da natureza dos nossos próprios sofrimentos e do sofrimento dos outros. Então vamos
saber o que devemos fazer para conseguirmos viver felizes e em paz com o que temos à
nossa volta.
Tich Nhat Hanh

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PORQUÊ “KARUNA - TERAPIA DA


COMPAIXÃO”

Aprender Karuna foi um apelo que nos surgiu pela nossa prática
diária com Reiki. Como? Foi um sentir de algo que ligasse mais à Terra, à
compaixão, à terapia e assim surgiu Karuna.
Ao longo destes anos, temos praticado em nós, em muitas terapias que
fazemos aos outros e ensinado. Muitos são os praticantes que sentem o apelo
de conhecer e sentir a energia Karuna e, como apoio à sua prática ou escla-
recimento de dúvidas, tivemos muitos pedidos para que surgisse um livro prá-
tico para todos. O nosso esforço foi nesse sentido – simples, prático, de fácil
entendimento e auxiliador, assim surgiu “Karuna - Terapia da Compaixão”.
Agora que inicias este caminho através de Karuna irás percorrer todo
um percurso de sabedoria interior que será partilhada com todos aqueles
que te rodeiam.
O Karuna não é um método milagroso, não é concorrente do Reiki,
não é a pílula milagrosa, nem é melhor que qualquer outro método. É a to-
mada de consciência de ti mesmo sobre a compaixão e a plena comunhão
do Amor Incondicional do Reiki com a Compaixão do Karuna. Neste pro-
cesso, leva o tempo que considerares importante para o teu crescimento.
Não o queiras fazer com rapidez ou indulgência. Aplica-te, descobre-te,
sente-te. Acima de tudo, sente de que forma te pode fazer feliz trazendo-te a
cura. Depois de ti, sim, virão os outros. Fortalecido no teu saber e experiên-
cia, poderás beneficiar todos, trazendo-lhes felicidade e bem-estar.
Sílvia Oliveira e João Magalhães

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O QUE É KARUNA

É preciso treinar para amar propriamente; e para ser capaz de dar felicidade e alegria,
deves praticar o olhar profundamente em direção à outra pessoa que amas. Porque se não
compreendes essa pessoa, não podes amar apropriadamente. A compreensão é a essência
do amor. Se não podes entender, não podes amar.
Thich Nhat Hanh
À medida que o nosso percurso de vida vai ao encontro do cresci-
mento e elevação da consciência, vamos percebendo que a vida não é só a
nossa felicidade ou bem-estar, mas também a dos outros. Sentimos muito
isso quando iniciamos a prática de Reiki. Muitas vezes, sentimos mesmo o
impulso de ajudar o próximo, de levarmos até ele a nossa prática e a ener-
gia que harmoniza – Reiki.

No processo de crescimento, vamos também sentindo a necessidade


de desenvolver mais ao nível da compaixão, do alívio do sofrimento dos
outros, assim como das ferramentas terapêuticas para este mundo cada
vez mais necessitado. A energia compassiva de Karuna, é uma forma de
desenvolveres a tua prática e crescimento pessoal.

Figura 1 - Karuna em sânscrito

O Método de Cura Karuna, foi criado por várias pessoas, entre elas
Kathleen Milner e William Lee Rand, em 1995. Tempos antes, em 1989,
William Rand criou o sistema de Reiki Usui Tibetano, no qual adicionou
influências de práticas tibetanas no Reiki. A criação do Karuna surgiu
mesmo da necessidade de desenvolver a compaixão e a ligação com a
energia da Terra. Curiosamente, como um dos grandes inspiradores de
Kathleen Milner foi Sai Baba, o nome inicial do sistema foi Sai Baba
Reiki, mas por razões de crença e liberdade de pensamento, foi depois mu-
dado o nome.
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Segundo as palavras de William Rand:

Karuna é uma palavra em sânscrito, usada no Hinduismo e Bu-


dismo. É traduzida para indicar qualquer ação tomada para diminuir
o sofrimento dos outros e pode ser também traduzida como “ação
compassiva”. Quando as pessoas experienciam a iluminação, relatam
que todos os seres são como um. Assim, é natural estender a ação
compassiva ou Karuna a todos, sem distinção, porque todos são um.
Como ajudamos os outros no seu processo de cura, todos os seres são
beneficiados. Pela unidade de todos os seres, compreende-se que Karu-
na não se estende somente aos outros por amor, mas também porque
é o mais lógico a fazer. Da mesma forma que, quando queres curar as
tuas próprias feridas, também queres que as dos outros sejam curadas.
Segundo as escrituras Budistas, Karuna deve ser acompanhada por
prajna, ou sabedoria, para que tenha o efeito correto.

Karuna é uma palavra sânscrita usada para qualquer ação que dimi-
nua o sofrimento dos outros seres vivos, podendo significar ação compassiva
ou compaixão. Quando dizemos que vamos tratar alguém com Karuna es-
tamos a indicar que todo o nosso processo será um caminho de compaixão,
um caminho para aliviar o sofrimento daquela pessoa ou mesmo o nosso.

Este método é normalmente dividido em três níveis, sendo o terceiro


dividido em duas partes, como no Reiki. É claro que esta será uma opção
para cada Mestre de Karuna e iremos aprofundar esse aspeto um pouco
mais à frente.

Sem dúvida que Karuna é uma terapia de compaixão e está orientada


à prática nos outros, ao desenvolvimento do terapeuta, mas acreditamos
que todo esse trabalho é feito primeiro em nós mesmos, com disciplina,
bondade e muita alegria. Esta será mais uma ferramenta para o processo
de cura e como tal, mais um auxiliar para uma vida pacífica e feliz.

Cada nível de Karuna é muito próprio e exigente. Irás trabalhar não


só com a energia, mas com o teu crescimento pessoal. Iremos ainda desen-
volver mantras, mudras e meditações que te auxiliarão em todo esse pro-
cesso. Fica aqui uma lista introdutória aos símbolos ensinados, para que
tenhas já uma pequena perspetiva do percurso.

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NÍVEL 1
SÍMBOLOS
• Zonar – Ligação à energia Karuna; Harmonização de padrões; Cura de
traumas passados.
• Halu – Cura do Eu Sombra; Negatividade; Proteção.
• Harth – Compaixão; Tratamento de relacionamentos.
• Rama – Ligação à Terra; Harmonização dos chakras inferiores.

NÍVEL 2
SÍMBOLOS
• Gnosa – Assimilação de novos conhecimentos; Criatividade; Comunicação,
desenvolvimento e cura.
• Krya – Manifestação; Enraizamento; Remoção de bloqueios.
• Iava – Plano de Vida; Medo de rejeição; Quatro elementos; Poder pessoal;
Libertação da ilusão.
• Shanti – Paz; Libertação das mágoas e preocupações; Ataques de pânico;
Insónias.

NÍVEL 3
SÍMBOLOS
• Om – Ligação ao Universo; Abertura do caminho; Purificação.
• Dumo – Unificação do corpo e mente; Limpeza de energias; Cura da Alma.
• Nin-giz-zida – Kundalini; Alinhamento dos chakras; Despertar.
• Daikomyo – Cura espiritual; Ligação à fonte.
• Raku – Corte; Desligar; Desbloquear.

NÍVEL 3B
TÉCNICAS
• Técnicas para aumento de energia;
• Como realizar um curso de Karuna;
• Valores de formação;
• Ensino das sintonizações (não ensinado no livro, apenas presencial).

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OS BENEFÍCIOS DE APRENDER E
PRATICAR KARUNA
Karuna é um método terapêutico assente em três pilares:

1) Desenvolvimento da Compaixão;

2) Tratamento e cura das questões emocionais que limitam a mani-


festação do nosso potencial;

3) Ligação à Terra.

Karuna é também uma extenção da prática de Reiki, indicada para


alunos a partir do segundo nível (Okuden). Vamos então descobrir um
pouco mais sobre os pilares de crescimento e prática de Karuna:

1 – DESENVOLVIMENTO DA COMPAIXÃO
A mente é a maior armadilha de todas, assim como pode ser o cora-
ção. Quando juntamos a sabedoria da mente com o coração que sabe dar
e receber, então temos a compaixão. Ao praticar Karuna iremos também
compreender os mecanismos da nossa mente e coração. Vamos trabalhar
com ferramentas para tratar os traumas, as fobias, desenvolver a compai-
xão e alinhar a nossa energia, unindo o “céu e a terra”.

2 – TRATAMENTO E CURA DAS QUESTÕES


EMOCIONAIS QUE NOS LIMITAM
Ao longo dos três níveis de Karuna, irás construir, manter e realizar
o teu jardim da alma – o coração. Ao descobrir as tuas limitações emocio-
nais, controlando a mente, tendo cada vez mais um papel de observador e
decisor, irás chegar cada vez mais perto da tua essência e manifestá-la. Irás
harmonizar a personalidade com a alma e assim concretizar verdadeira-
mente o teu propósito de vida. A prática terapêutica irá também ajudar-te
a transformar a tua vibração, poderás elevar a vibração de cada parte do
teu corpo físico, mental, emocional e energético, o que poderá auxiliar a

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resolver as questões mais profundas que tenhas. Esta prática não se apren-
de num só dia, mas desenvolve-se ao longo do tempo que seja necessário.

3 – LIGAÇÃO À TERRA
Muitos praticantes de Karuna começam logo por sentir um maior
enraizamento. Além de tal ter a ver com a sintonização, está também rela-
cionado com a energia com que iremos trabalhar. Karuna desenvolve uma
profunda ligação com a Terra, com a Essência do Planeta, levando-nos a
compreender e a valorizar a vida, a Natureza e todos os seres. Tudo come-
ça pelo desenvolvimento da compaixão.

Figura 2 - Karuna é uma terapia de compaixão

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RESUMO
Vale a pena praticar Karuna não só por ti mas também por toda
a compaixão que possas desenvolver para com os outros e para com a
vida. Neste método terapêutico podes encontrar os seguintes benefícios:

1) Desenvolvimento da tua prática de Reiki;

2) Crescimento e compreensão da Compaixão;

3) Ferramentas terapêuticas para te tratares e tratares dos outros;

4) Maior ligação com a Terra, tendo um sentido do Aqui e Agora


e do teu papel na vida.

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A ORIGEM DO MÉTODO DE CURA


KARUNA
Apesar de Karuna significar compaixão, a sua história é algo tribu-
lada, com tendências restritivas e exclusivas. Com Rosy Naor, o sistema
Karuna é dado a todos os iniciados que queiram tornar-se praticantes.
Devemos agradecer ao grande trabalho e espírito de partilha de Vincent
Amador e Rosy Naor, que souberam estar acima de quaisquer preten-
sões, partilharam e continuam a partilhar o seu conhecimento. O sistema
Karuna está em constante evolução, é como a própria vida, a compaixão
não pára, adapta-se a cada um para um fim único e comum a todos. Os
seguintes tópicos mostram as origens do Karuna:

TERA MAI REIKI™ – KATHLEEN MILNER


Foi uma das alunas de Hawayo Takata a atingir o grau de Mestre.
Trabalhou com outros sistemas como Seichim Reiki e Raku Kay Reiki. Se-
gundo ela, recebeu meditações de Sri Sathya Sai Baba. Quando William
Rand registou o Karuna, Kathleen mudou o nome do sistema para Tera
Mai Reiki™.

KARUNA REIKI® – WILLIAM RAND


Impulsionador da criação de um novo método de cura, com base na
filosofia e ensinamentos tibetanos, ao qual chamou Karuna. Veio a registar
com o nome de Karuna Reiki®. O sistema mantém-se fechado, sem qual-
quer alteração nos conteúdos desde a sua criação.

KARUNA – ROSY NAOR


É graças a esta israelita que hoje aprendemos Karuna em Portugal.
Recebeu a sua formação antes de Karuna estar registado e por não con-
cordar com esse sistema restrito, criou o sistema independente Karuna.

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KARUNA KI – VINCENT AMADOR


Aprendeu Karuna Reiki® com Lyn Nickel e Kathleen Milner. A sua
formação em artes marciais levou-o também a fazer alterações na prática
de Karuna, criando o sistema Karuna ki.

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COMPAIXÃO - A FILOSOFIA DE
VIDA NO KARUNA

Descobri que o mais alto grau de paz interior decorre da prática do amor e da compai-
xão. Quanto mais nos importamos com a felicidade dos nossos semelhantes, maior o
nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros,
passamos automaticamente para um estado de serenidade. Esta é a principal fonte da
felicidade.
Dalai Lama

Para compreendermos o que é a compaixão temos que sair um pouco


dos nossos conceitos ocidentais, tanto que Karuna foi beber a inspiração
da sua filosofia de vida ao oriente. Nesta viagem entre culturas, precisamos
manter uma mente vazia e uma atitude de aprendiz que te ajudarão a
compreender estes conceitos na tua prática. David Hume dizia que “ne-
nhuma qualidade da natureza humana é mais importante, quer por si,
quer pelas suas consequências, do que a propensão que temos para sim-
patizar uns com os outros, para receber por comunicação as suas inclina-
ções e os seus sentimentos, por mais diferentes que eles sejam dos nossos,
ou mesmo contrários... A este princípio é que devemos atribuir a grande
uniformidade que podemos observar nos humores e nos modos de pensar
dos membros de uma mesma nação: é muito mais provável que esta seme-
lhança surja da simpatia do que da influência do solo e do clima, os quais
ainda que permaneçam os mesmos, não conseguem manter inalterado por
um século inteiro o caráter de uma nação”.

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Figura 3 - Karuna em Tibetano

Se a compaixão passa por aliviar o sofrimento de todos os seres vivos,


então precisamos também ser conscientes na forma como lidamos com
todos os seres vivos e na forma como, para sobrevivermos, precisamos de
algumas espécies. Em última análise devemos evitar, o máximo possível, a
morte de outro ser vivo. Isto deve ser interpretado com muita serenidade,
consciência e equilíbrio. Se souberes comer responsavelmente, por ti, não
haverá necessidade de “matar” em excesso. Este é o teu papel na cadeia
alimentar. Não quer dizer que todos tenham que ser vegetarianos, cada
um tem o seu tempo e as suas necessidades.

Assim como, desenvolvendo a compaixão, não pode haver espaço


para a guerra. De forma comum, pensamos na guerra como o uso de ar-
mas, mas no nosso dia-a-dia, fazem-se muitos tipos de guerras. O abuso
psicológico sobre os outros, é uma guerra devastadora. Não mata imediata

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nem fisicamente, mas degrada a condição da pessoa. Muitos suicidam-se


devido à guerra psicológica inconsciente que existe no nosso quotidiano,
que exige status, aparência e uma certa forma de estar em conformidade.

Muitas vezes apontamos o erro dos outros e no momento seguinte,


estamos a cometer esse mesmo erro. Como dizia Buda, se observares a
natureza, encontrarás a tua própria essência. Aos observarmos os aconte-
cimentos e os outros, com uma mente vazia e coração predisposto, com-
preendemos que ninguém é melhor que ninguém, que podemos é estar
apenas em momentos diferentes da vida. Esta lição serve-nos para ter
um coração ainda mais bondoso. Compreendemos que não vale a pena
apontar o dedo aos outros, que não vale a pena estar sempre a acusar ou
à espera que os outros sejam como gostássemos que fossem. A compaixão
compreende que o esforço tem que estar em nós mesmos.

Nos dias que correm a compaixão é um termo tão amplamente usado


como o era a misericórdia, a piedade ou o amor incondicional. Hoje
em dia, trabalhamos muito para a compaixão e vemos essa virtude a ser
desenvolvida na prática de Reiki, Karuna e Meditação.

Um grande mestre dizia que quando a mente estava vazia, o coração


preenchia-se. Isto significa que quando nos desapegamos dos pensamentos,
do desejo, das emoções, o nosso coração atinge o seu estado natural de paz
tendo em cada pulsar um amor verdadeiro pela vida. Esta vida é repre-
sentada por todos os seres, incluindo o planeta onde habitamos. No fundo,
este amor verdadeiro pela vida, é a compreensão da própria vida.

Infelizmente, na vida, não encontramos apenas Amor mas muito so-


frimento. Sabemos que ele existe, mas nem sempre compreendemos a sua
causa, nem sempre sabemos como o podemos evitar ou ultrapassar. Então
surge a compaixão, que é a vontade, é um voto. Esta é a vontade de liber-
tar todos os seres sencientes do sofrimento, ou seja, auxiliar o meu próxi-
mo perante o seu sofrimento. Para que isto aconteça, precisamos assumir
vários passos na nossa vida – estarmos conscientes é o primeiro deles,
libertarmo-nos do nosso sofrimento é o segundo e o terceiro é realmente
compreender a compaixão e os seus vários níveis.

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Figura 4 - Sìlvia Oliveira, Monte Kurama, Quioto.

Estar consciente significa que me compreendo e entendo o meu per-


curso de vida. Fazendo-o compreendo também o percurso dos outros e o
nosso interrelacionamento. Assim, sei que devo deixar o sofrimento e para
tal, tenho que compreender os meus desejos e entender que eles trazem
sofrimento. Entrando nesse caminho, sei ter compaixão por mim e, como
tal, prossigo com essa compaixão para todos aqueles que a queiram. Os
vários níveis de compaixão têm a ver com o nosso compromisso perante a
vida.

A consciência, o estar desperto, é sem dúvida uma parte fulcral na


compaixão, de outra forma, o meu papel poderá ser apenas o de conivên-
cia. Isto quer dizer que não estarei a aliviar sofrimento algum, pelo contrá-
rio, estarei sim a proporcionar um sofrimento ainda maior, criando a ilu-
são de bem-estar, segurança e felicidade para comigo ou para com o outro.
Desta forma, precisamos estar muito atentos ao nosso estado de conivência
que é apenas uma forma ilusória de compaixão. Mas, muitas palavras não

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irão ajudar-te a compreender a diferença, por isso mesmo é preciso que te


questiones e pratiques três simples passos:

1) Está consciente dos teus atos, pensamentos e sentimentos;

2) Desenvolve a compaixão por ti;

3) Só depois, desenvolve a compaixão pelos outros, compreendendo


o desapego.

O percurso não é fácil, mas traz uma incrível liberdade. A compaixão


é uma responsabilização para com a vida. Se eu vivo, de que forma hei-de
agradecer por essa vida?

NÃO EXISTE SOFRIMENTO NA COMPAIXÃO


Se ao praticar Karuna, ou simplesmente ao ter um ato de compaixão,
isso trouxer sofrimento ao praticante, então é porque não está a firmar-se
nos princípios da compaixão. O caminho de cada um é único. Podemos
ajudá-lo nessa transformação, mas não seremos nós que teremos a doença
pela pessoa, a tristeza por ela, o sofrimento por ela. Senão, precisaremos
também que alguém tenha compaixão por nós. Não estamos a ajudar na
transformação, estamos apenas a contribuir para o aumento da necessida-
de de transformação.

O DESAPEGO
Quando sabes quem és, o que és, o que necessitas, sabes quem é o
próximo e o que ele necessita. Sabes que de nada adianta apegares-te às
coisas e aos estados. Não te apegues à “pessoa melhorar” ou à “pessoa
agradecer” – isso é apego e poderá trazer-te sofrimento. Será que necessi-
tas de ter esse resultado ou feedback? Porquê?

É importante compreendermos os nossos apegos e “contratos” implí-


citos. Encontrar essa sabedoria, ajuda a sermos mais equilibrados, felizes e
autênticos geradores de compaixão.

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A ATENÇÃO PLENA E A COMPAIXÃO


Buda ensinou uma forma de respiração consciente, atenta, para o
desenvolvimento de uma mente concentrada (samatha), de perceção clara
(vipassana). A esta prática é chamada Anapanasati e diz-se que foi através
dela que Buda encontrou o seu despertar. A forma da respiração conscien-
te pode ser encontrada no Anapanasati Sutra. A concentração leva-nos a
uma consciência mais clara, a uma visão correta da realidade.

Para compreender melhor o ensinamento de Buda sobre esta práti-


ca, coloco uma parte do Anapanasati Sutra, referente à atenção plena na
respiração. Observa bem cada secção, lê com plena atenção e vê qual dos
exemplos melhor se adequa à tua prática anapanasati.

“Bhikkhus, a atenção plena na respiração quando desenvolvida e cul-


tivada traz grandes frutos e grandes benefícios. A atenção plena na
respiração quando desenvolvida e cultivada realiza os quatro funda-
mentos da atenção plena. Os quatro fundamentos da atenção plena
quando desenvolvidos e cultivados realizam os sete fatores da ilumina-
ção. Os sete fatores da iluminação quando desenvolvidos e cultivados
realizam o verdadeiro conhecimento e a libertação.
Como, bhikkhus, a atenção plena na respiração é desenvolvida e culti-
vada de modo a que traga grandes frutos e grandes benefícios?
Aqui um bhikkhu, dirigindo-se à floresta ou à sombra de uma árvore
ou a um local isolado; senta-se com as pernas cruzadas, mantém o
corpo ereto e estabelecendo a plena atenção à sua frente, ele inspira
com atenção plena justa, ele expira com atenção plena justa.
Inspirando longo, ele compreende: ‘eu inspiro longo’; ou expirando
longo, ele compreende: ‘eu expiro longo.’ Inspirando curto, ele com-
preende: ‘eu inspiro curto’; ou expirando curto, ele compreende: ‘eu
expiro curto.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando todo o cor-
po (da respiração)’; ele treina assim: ‘eu expiro experienciando todo o
corpo (da respiração).’ Ele treina assim: ‘eu inspiro tranquilizando a
formação do corpo (da respiração)’; ele treina assim: ‘eu expiro tran-
quilizando a formação do corpo (da respiração).’

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Karuna - Terapia da Compaixão

“Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando êxtase’; ele treina assim:
‘eu expiro experienciando êxtase.’Ele treina assim: ‘eu inspiro expe-
rienciando a felicidade’; ele treina assim: ‘eu expiro experienciando
a felicidade.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando a formação
da mente’; ele treina assim: ‘eu expiro experienciando a formação da
mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro tranquilizando a formação da
mente’; ele treina assim: eu expiro tranquilizando a formação da men-
te.

Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando a mente’; ele treina assim:
‘eu expiro experienciando a mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro satis-
fazendo a mente’; ele treina assim: ‘eu expiro satisfazendo a mente.’
Ele treina assim: ‘eu inspiro concentrando a mente’; ele treina assim:
eu expiro concentrando a mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro liber-
tando a mente’; ele treina assim: eu expiro libertando a mente.’
Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a impermanência’; ele trei-
na assim: ‘eu expiro contemplando a impermanência.’ Ele treina as-
sim: ‘eu inspiro contemplando o desaparecimento’; ele treina assim: ‘eu
expiro contemplando o desaparecimento.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro
contemplando a cessação’; ele treina assim: ‘eu expiro contemplando
a cessação.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a renúncia’;
ele treina assim: ‘eu expiro contemplando a renúncia.’
Bhikkhus, assim é como a atenção plena na respiração é desenvolvida
e cultivada de modo a que traga grandes frutos e grandes benefícios.

Esta prática meditativa permite-nos estabilizar a mente, auxiliando


a prática de desapego. Por outro lado, esta prática permite-nos trabalhar
a integração. A integração é a reunião de toda a nossa energia que se dis-
persa por pensamentos e nos faz ficar mais fracos e sensíveis. A prática da
atenção plena começa por exercícios tão simples quanto estes. Não penses
em resistência, sente o fluir da tua respiração.

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Sílvia Oliveira e João Magalhães

O NOSSO TEMPO DE VIDA E A COMPAIXÃO


Nem sempre temos o tempo que queremos ou que precisamos e, sem
dúvida que, se acumularmos durante muito tempo essa perceção, uma
sensação de frustração vai tomar conta de nós.

Uma coisa é o tempo que precisamos, outra é o que realmente temos


disponível. As obrigações e os afazeres muitas vezes sufocam as oportu-
nidades que pensávamos ter. Então, como desenvolver uma atitude mais
positiva perante a vida?

Quando olhamos com compaixão para a vida que estamos a levar


e que não conseguimos concretizar, precisamos criar o distanciamento
necessário para compreender tudo o que nos rodeia. Não estamos sós. Es-
tamos todos interligados e a vida flui entre todos. Então, neste processo de
compaixão por nós, temos mesmo que alcançar o entendimento da vida
– o que precisamos doar, o que temos a trabalhar, o que verdadeiramente
precisamos para nós.

Como este é um processo muito próprio para cada um, não há


propriamente fórmulas mas sim vivências pessoais. Para estas situações
podemos sempre trabalhar com os cinco princípios de Reiki, com autotra-
tamento e reflexão. Mas, sem distanciamento da realidade e das pessoas.
Apenas o necessário para ganharmos perspetiva pois a vida realiza-se aqui
e agora. Deixo uma partilha de exercícios de Karuna e Reiki para o desen-
volvimento da compaixão, nestas situações.

 EXERCÍCIOS DE KARUNA PARA O


DESENVOLVIMENTO DA COMPAIXÃO
Podes desenvolver a tua prática de compaixão no Karuna da seguinte
forma:
• Autotratamento;
• Fazer a Meditação Karuna Metta para nós mesmos e para a nossa
situação;
• Fazer uma meditação dentro do símbolo Harth, para desbloquear o
chakra cardíaco;

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Karuna - Terapia da Compaixão

• Fazer uma meditação com o Shanti para promover a paz interior,


no caso de teres o segundo nível de Karuna.

EXERCÍCIOS DE REIKI PARA O


DESENVOLVIMENTO DA COMPAIXÃO
• Autotratamento;
• Meditação Gassho e de desenvolvimento do amor incondicional;
• Heso Chiryo, para desintoxicação das coisas que possamos ter acu-
muladas;
• Colocar uma mão no coração e outra no chakra cardíaco, para har-
monizar as emoções.
Vale a pena compreender o que precisamos e desenvolver atos de
compaixão para conosco e para com todos os intervenientes na nossa vida.
Sem dúvida que o copo esvazia e ganhamos mais tolerância.

Figura 5 - Compaixão, kanji desenhado por Akemi Lucas.

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COMO APRENDER KARUNA

A vontade de perdoar não é suficiente. Mesmo que queiras perdoar, não consegues. Ape-
nas a verdadeira compreensão pode trazer o perdão. E esse tipo de compreensão é possível
apenas quando vês o sofrimento (do outro).
Thich Nhat Hanh
Se sentes que Karuna faz parte do teu crescimento pessoal e terapêu-
tico, se estás disposto a trabalhar o perdão, desapego e compaixão, então
estás no caminho para a prática.

PRÉ-REQUISITOS
Para te iniciares no Karuna, precisas de ter o nível 2 de Reiki, pelo
menos, para começares a praticar Karuna. Isto porque logo no primeiro
nível se irá trabalhar com o envio de Karuna à distância e ainda com o
uso do Honshazeshonen. Alguns Mestres aceitam apenas alunos de nível
3 de Reiki pois consideram a prática muito forte e como tal, a preparação
deve ser maior.

Apesar de o nível 1 de Karuna já te dar uma grande aproximação ao


tratamento a outros, lembra-te que deves ter o nível 3 de Reiki para que
sejas um terapeuta. Além do certificado, o mais importante será a tua ex-
periência e vivência com Reiki e Karuna. Faz parte do quarto princípio de
Reiki, para que possamos aplicar com a melhor bondade e sabedoria uma
terapia aos outros.

Assim como o Reiki é exigente e requer tempo, também o Karuna vai


exigir de ti prática, reflexão e muita vivência.

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COMO TE PREPARARES PARA O


KARUNA NÍVEL 1
Este nível de Karuna vai necessitar da tua experiência de Reiki,
principalmente do nível 2. Apesar de não ser obrigatório, podes experi-
mentar fazer o seguinte:

1. Pratica os 21 dias de autotratamento do nível 2 de Reiki;

2. Desenha bem os símbolos de nível 2. Caso precises podes pedir-


-nos umas folhinhas de apoio;

3. Uma semana antes, vai-te preparando, reduzindo a quantidade


de carne vermelha, açúcar e estimulantes, mas sem ficares ansio-
so ou sem que isso mexa demasiado com a tua sensação de con-
forto;

4. Reflete sobre o que queres atingir com a energia Karuna e o que


queres que ela traga para a tua vida;

5. Bebe bastante água, para ires eliminando as toxinas e tenta des-


cansar.

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ajuda-te também a superar muitas das tuas questões emo-
cionais e mesmo traumas. Por vezes surgem as questões…

ligado ao universo, à vida, à energia e tudo fará sentido.


Trabalha com profundo respeito, cuida da Terra e dos ou-
tros, sem te esqueceres de tratar de ti. Aí estarás a praticar
compaixão e Karuna. Que este método te traga mais ferra-
mentas para uma Vida Feliz.

ISBN 978-989-99663-6-9

9 789899 966369

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