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PROTEGENDO Vida

SUA CASA
DAS TREVAS
ESPIRITUAIS
dez passos para fazer
de seu iar
um lugar seguro

Chuck D. Pierce
& Rebecca Wagner Sytsema
PROTEGENDO
SUA CASA
DAS TREVAS
ESPIRITUAIS
10 passos para fazer
de seu lar
um lugar seguro
CHUCK D. PIERCE
REBECCA WAGNER SYTSEMA

PROTEGENDO
SUA CASA
DAS TREVAS
ESPIRITUAIS
10 passos para fazer
de seu lar
um lugar seguro

Tradução
Lena Aranha

Vida
Protecting Your Home from Spiritual Darkness: 10 Steps

te/
Vida
to Help You Clean House, Place Jesus in Authority
and Make Your Home a Safe Place
© Copyright 2000, 2004 by CHUCK D. PIERCE e
REBECCA WAGNER SYTSEMA
EDITORA VIDA
Rua IsidroTinoco, 280 Tatuapé
Origínally published in the U.S.A. by Regai Books.
CEP 03316-010 São Paulo, SP
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Copyright da edição brasileira © 2010


Tradução de Lena Aranha

Todos os direitos desta tradução em língua portuguesa


reservados por Editora Vida.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS,


SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.

Scripture quotations taken from Bíblia Sagrada,


Nova Versão Internacional, NVI®.
Copyright © 1993, 2000 by International Bible Sociery ®.
Used by permission IBS-STL U.S.
Ali rights reserved woddwide.
Edição publicada por Editora Vida,
Editor responsável: Sônia Freire Lula Almeida salvo indicação em contrário.
Editor-assistente: Gisele Romão da Cruz Santiago
Revisão de tradução: Judson Canto
Revisão de provas: Maria Stela Lopes Bonfim Todas as citações bíblicas e de terceiros foram adaptadas segun-
Diagramação: Efanet Design e Claudia Fatel Líno do o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
Capa: Arte Peniel assinado em 1990, em vigor desde janeiro de 2009.

1. edição: abr. 2010


lareimp.:]\i\. 2011
J." reimp.: jan. 2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pierce, Chuck D.
Protegendo sua casa das ttevas espirituais: 10 passos para fazer de seu lar um
lugar seguro / Chuck D. Pierce, Rebecca Wagner Sytsema; tradução Lena Aranha
— São Paulo: Editora Vida, 2010.

Título original: Protecting Your Home from Spiritual Darkness


ISBN 978-85-383-0155-4

1. Guerra espiritual L Sytsema, Rebecca Wagner. II. Título.

09-12102 CDD 235.4


índices para catálogo sistemático:
1. Batalha espiritual: Cristianismo 235.4
SUMÁRIO
Capítulo l 7
Vida espiritual, independência e liberdade

Capítulo 2 17
Tomando consciência das trevas espirituais

Capítulo 3 25
A caixa de jóias

Capítulo 4 41
Discernimento espiritual

Capítulo 5 51
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra

Capítulo 6 67
Acabando com as maldições hereditárias

Capítulo? 81
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais

CapítuloS 97
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais

Apêndice A 109
Oração de libertação para maçons e seus descendentes

Apêndice B 123
Leitura recomendada
C A P Í T U L O UM

VlDA ESPIRITUAL,
INDEPENDÊNCIA
E LIBERDADE

O estrondo do trovão sacudiu Cathy, desviando sua aten-


ção dos pensamentos atormentadores. Puxou a cortina, deu
uma espiada para fora e viu as nuvens sinistras que cobriam
o céu do Texas. O clima turbulento e sombrio lembrava a
própria vida de Cathy, pois uma nova onda da depressão,
tão familiar, parecia assolar sua vida mais uma vez. Ela mal
8 Capítulo l

podia mover-se sob o peso da nuvem carregada que não


tinha relação com a tempestade de verão.
Cathy sofria ataques frequentes de uma depressão
profunda e avassaladora. Apesar do aconselhamento e da
oração, parece que não conseguíamos descobrir a fonte
de sua constante tristeza. Certo dia, enquanto a visitava, ela
perguntou-me sobre uma estátua grega que ganhara do ex-
-marido. Cathy considerava a possibilidade de a estátua estar
relacionada com sua depressão. Concordei em que a estátua
fosse retirada, mas no íntimo eu sabia que aquele objeto não
tinha ligação com seu sofrimento. Mesmo assim, sabia que
havia algo errado em sua casa. Alguma coisa estava ligada à
nuvem obscura que pairava sobre suas emoções. Comecei
a andar por toda a casa, orando: "Senhor, mostre-me algo
nesta casa que represente a depressão de Cathy".
Examinamos muitas das antiguidades que ela colecionara
ao longo dos anos. Embora as antiguidades, com frequência,
estejam carregadas de opressão demoníaca, eu sabia que
nenhuma delas era o problema. Depois, o Senhor levou-me
a um armário de vidro com livros. Sabia, em meu espírito,
que havia algo ali que precisava ir embora. Procurei al-
cançar o topo da estante e puxei uma cópia de um guia
para os maçons grau 32. Cathy não fazia a menor ideia de
que o livro estava em sua casa, nem de como viera parar ali.
Sabia que o livro teria de ser destruído, portanto fizemos
uma fogueira e o destruímos. Essa atitude representou um
ponto de virada na vida de Cathy. Deu início a uma cadeia
de eventos que levaram à quebra da maldição maçónica em
sua linhagem familiar. Quando a maldição foi quebrada,
a depressão avassaladora, que a consumia e que fora uma
companhia constante na vida daquela mulher, desapareceu
de sua mente, e ela caminha com liberdade desde então.
Vida espiritual, independência e liberdade 9

A descoberta daquele livro foi a chave para expor a fortaleza


que Satanás construíra sobre suas emoções. A destruição
do livro foi um ato de obediência que levou à destrui-
ção final daquela fortaleza e à liberdade que Cathy desfruta
hoje em dia.
O que aconteceu com Cathy? Como eu sabia que aquele
objeto precisava ser eliminado? Havia forças demoníacas
ligadas ao livro? O que a linhagem familiar de Cathy tinha
a ver com seu sofrimento? Procuramos responder a essas
perguntas e a muitas outras que dizem respeito a como as
forças demoníacas trabalham no interior de nossa casa. Nossa
oração é que este livro ajude a determinar qualquer limpeza
que você precise fazer em sua casa a fim de protegê-la das
trevas espirituais.

Compreendendo a vida espiritual

O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir;


eu vim para, que tenham vida, e a tenham plenamente.
(João 10.10)

As palavras de Jesus nessa passagem não só representam


um grande conforto para seus seguidores, mas também são
uma chave para a profunda compreensão da batalha espiri-
tual em que nós, os cristãos, nos encontramos. Há um ladrão
que veio para roubar, matar e destruir. Ele é o Inimigo de
nossa alma, portanto devemos ser prudentes e sábios em
relação aos seus esquemas. O verdadeiro requisito para se
entender a forma como Satanás opera para trazer morte é a
compreensão da vida espiritual. Se não compreendermos
a vida espiritual, não seremos capazes de ver como a morte
obteve acesso à nossa casa e onde se estabeleceu.
10 Capítulo l

Se não compreendermos a vida espiritual, não


seremos capazes de ver como a morte obteve
acesso à nossa casa e onde se estabeleceu.

A "vida" que Jesus veio nos dar é a tradução da palavra


grega zoe, que significa ser possuído pela vitalidade; ter vida
ativa e vigorosa, ser devotado a Deus; ser abençoado; estar no
meio dos vivos (não dos sem vida e dos mortos); desfrutar a
vida verdadeira e real, digna desse nome; passar vida a outras
pessoas; ser saudável, forte, eficiente, ativo, poderoso; ser
eterno no Reino de Deus.1 Além disso, Jesus diz que ele veio
para nos dar essa rica existência em abundância, e isso quer
dizer vida abundante, desmedida, excessiva, excedente, mais
que suficiente, profusa, extraordinária, superior, notável,
excelente.2 Vida quer dizer movimento. A "vida" de Jesus,
o Espírito Santo, a qualquer momento pode deixar de se
mover em nossa vida, e a morte inicia seu processo. A morte
é o oposto da vida. Portanto, precisamos ter consciência de
qualquer coisa que produza morte em nosso íntimo.
A vida abundante que Cristo traz não é uma promessa de
conto de fadas em que, à medida que vivemos felizes para
sempre, descobrimos alegria contínua em nossa vida perfeita.
Na verdade, a Bíblia afirma o oposto: "Neste mundo vocês
terão aflições" (João 16.33). Entretanto, lemos na sequência
do versículo: "Contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo".
O apóstolo Paulo dá um passo adiante ao afirmar: "Tam-
bém nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a

STRONG, James. The New Strong's Exhaustive Concordance of the


Bible. Nashville: Thomas Nelson, 1990, referências 2198 e 2222.
Ibid., referência 4053.
Vida espiritual, independência e liberdade 11

tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter


aprovado; e o caráter aprovado, esperança" (Romanos 5.3,4).
Por causa do relacionamento de aliança com Deus, até
mesmo em momentos de tribulações, de sofrimento ou de
perdas, temos a promessa da vida zoe em abundância. De
acordo com Isaías 61, Jesus é ungido para curar as pessoas
que estão com o coração partido, para proclamar liberdade
aos cativos e para dar beleza às cinzas, o óleo da alegria à
tristeza e a veste de louvor ao espírito de opressão. Essas
promessas são a herança dos filhos de Deus. Nossa alegria
não é proveniente de uma vida perfeita e sem tribulação, mas
sim da paz que excede todo entendimento — de um relacio-
namento íntimo com o Autor da vida zoe (v. Filipenses 4.7).

Definição de independência e liberdade

Parte da vida zoe que desfrutamos inclui independên-


cia e liberdade. Define-se independência como liberdade
do controle, da interferência, da obrigação, da restrição, do
governo externo ou estrangeiro;3 e liberdade como imuni-
dade, isenção e poder para desfrutar todos os privilégios
ou direitos especiais da cidadania.4 Jesus viveu, morreu
e ressuscitou para nos trazer liberdade da escravidão da
morte, do inferno e do túmulo — ou seja, liberdade do
controle, da interferência, da obrigação, da restrição e do go-
verno de Satanás. Além disso, Jesus derramou seu sangue
para nos dar liberdade e permitir que nos apresentemos a

Liberty. The American Heritage Dictionary of the English


Language. 4th ed.
Freedom, ibid.
12 Capítulo l

Deus com imunidade e isenção do pecado e desfrutemos


todos os privilégios e direitos especiais da cidadania celeste.

A habitação do Espírito Santo em nosso


interior e sua obra de capacitação

O fundamento para experimentar a vida zoe é o ministé-


rio do Espírito Santo a cada um de nós. Conforme Robert
Heidler, meu pastor por muitos anos, escreve em seu livro
Experiencing the Spirit [Experimentando o Espírito]:

A habilitação do Espírito em nosso interior é o Espírito


de Jesus vivendo no coração de seu povo, enviado para lhe
dar esperança, novo amor, nova paz, nova alegria e nova
direção. Esse ministério é o fundamento para tudo o mais
na vida cristã. Por intermédio da habitação do Espírito
em nosso íntimo, somos selados em Cristo e, em nosso
íntimo, é-nos dada a segurança de que pertencemos a ele
(v. ZCoríntios 1.22).
Por que o Espírito de Deus quer viver em pessoas como
você e eu? Ele vive em nosso coração a fim de nos capacitar
para um novo nível de vida. Ele está trabalhando para nos
transformar de dentro para fora, a fim de que possamos
nos tornar mais parecidos com Jesus.5

Todo cristão, no momento em que aceita a Cristo,


recebe o Espírito Santo e este passa a habitar em seu ín-
timo. Sabemos que isso é verdade porque somos chamados

HEIDLER, Robert. Experiencing the Spirit. Ventura: Renew Books,


1998, p. 51,54.
Vida espiritual, independência e liberdade 13

"santuáriofs] do Espírito Santo" (ICoríntios 6.19). Isso


vem com o cristianismo. Entretanto, conforme Heidler
salienta, ser capacitado pelo Espírito Santo diz respeito a
outra questão.

O ministério do Espírito de habitar em nosso íntimo é


automático. [...] Ele veio e fez residência em nosso coração
no momento de nossa salvação. Em contraste com isso, a
capacitação do Espírito raramente é automática e, em geral,
vem como resposta de oração.6

A capacitação do Espírito é parte da vida zoe, como tam-


bém a habitação do Espírito em nosso interior.

Nenhuma força demoníaca obedecerá


quando a mandarmos sair sem que haja
poder espiritual a nos apoiar.

Por que isso é importante para o assunto que estamos


tratando? Porque precisamos da obra de capacitação do Es-
pírito para travar uma batalha contra o Inimigo. Nenhuma
força demoníaca obedecerá quando a mandarmos sair sem
que haja poder espiritual a nos apoiar. A obra de capacitação
do Espírito concede-nos a autoridade de que precisamos
para expulsar os demónios de nossa casa e de nossa vida.

Cooperando com o Espírito Santo

A capacitação do Espírito Santo não é automática; ao


contrário, é algo que temos de buscar. Portanto, precisamos

Ibid., p. 88 (grifo nosso).


14 Capítulo l

aprender a cooperar com o que o Espírito Santo anseia


fazer. Eis aqui oito princípios que ensinam como ter uma
vida preparada para receber a capacitação do Espírito Santo:

1. Meditando na Palavra de Deus. Maria ponderou


sobre o que o Espírito Santo lhe falou a respeito do nasci-
mento de Jesus (meditou nisso), que se tornou parte dela até
que desse à luz e o visse crescer até alcançar a maturidade e
a plenitude do plano de Deus. O livro de Josué instrui-nos a
meditar na Palavra de Deus dia e noite (v. l .8). Se lermos
a Bíblia sem meditar nela, quando Deus terá a oportunidade
de nos dar alguma revelação sobre o que lemos ou de nos
mostrar como aplicar o que lemos à nossa vida? Como a ora-
ção pode fluir de uma passagem que não compreendemos?
Precisamos ser como Maria e permitir que Palavra de Deus
se torne parte de nós.
2. Orando. Minha vida é de oração. Prefiro ter comu-
nhão com Deus a tê-la com qualquer outra pessoa. Orar
significa comunicar-se com Deus. Ele anseia comunicar-se
conosco. É quando oramos que os canais para Deus se
abrem — nos dois sentidos. Ele ordena que nos dediquemos
à oração (v. Colossenses 4.2). Negligenciar a oração é negli-
genciar Deus. Quando falhamos na oração, desobedecemos
a esse importantíssimo mandamento de amar a Deus de
todo o nosso coração, toda a nossa alma e toda a nossa mente
(v. Mateus 22.37,38).
3. Jejuando. Para o cristão, o jejum é essencial, porque,
muitas vezes, sem ele, não podemos ganhar a revelação de
que necessitamos para dar o passo seguinte. O jejum remove
a confusão espiritual, pois abrimos mão de algo temporal
para receber algo eterno. O jejum não é uma fórmula mágica
para manipular Deus. Todavia, até mesmo Jesus concordou
Vida espiritual, independência e liberdade 15

com que há coisas que não podem ser realizadas sem jejum
(v. Mateus 17.19-21; Marcos 9.26-29).
4. Doando. Doar é a essência de Deus. Somos chama-
dos para multiplicar o que Deus nos dá, mas não podemos
fazer isso sem nos tornar doadores e, também, receptores.
Em vez de receber e doar, às vezes operamos com a men-
talidade da pobreza ou da carência. Precisamos superar o
medo de não ter o suficiente ou de não ser dignos do que
Deus nos deu. O medo de tais coisas pode nos impedir de
doar. Precisamos, antes, permitir que Deus nos conduza à
liberdade como receptores e doadores.

Qualquer coisa que Deus nos tenha ordenado


irá deparar com a resistência do Inimigo.

5. Avisando. Qualquer coisa que Deus nos tenha or-


denado irá se deparar com a resistência do Inimigo. A fim
de alcançar nosso pleno potencial em Deus, precisamos
aprender a guerrear, o que nem sempre é tão agressivo como
pode soar. Por exemplo, cada uma destas oito disciplinas é
uma forma de batalha, pois é capaz de frustrar os planos do
Inimigo de roubar de nós o melhor de Deus.
6. Adorando. A adoração é o momento em que podemos
ter intimidade com Deus. Não se trata apenas de cantar
canções, embora a música possa ser um catalisador para
expressarmos profunda adoração ao Senhor. A adoração é
um estilo de vida em que concentramos nossa mente e nosso
coração em Deus e em tudo que ele é. É uma resposta a
tudo que ele fez por nós. É um desdobramento fragrante e
perfumado que brota do nosso relacionamento de aliança
com ele.
16 Capítulo l

7. Trabalhando. Todos os dias, passo o máximo de tempo


possível em oração. Gosto disso. No entanto, oração não é
tudo. Há o tempo de nos levantarmos e fazer algo. Podemos
orar o dia todo; mas, por fim, Deus virá a nós e nos mostrará
o que ele quer que façamos. As vezes, podemos falar às
montanhas (v. Mateus 17.20), mas há ocasiões em que
temos de cavar através delas e sair do outro lado. Chamo a
isso "trabalho espiritual".
8. Descansando. Deus trabalhou seis dias e descansou no
sétimo. Ele ordena que façamos o mesmo nos Dez Manda-
mentos (v. Êxodo 20.8-10). Essa questão é relevante, uma
vez que está entre as dez mais importantes!

Em nosso livro Possessing Your Inhefitance [Possuindo


sua herança], tratamos desses oito princípios com mais de-
talhes. Por ora, no entanto, basta termos consciência desses
princípios e compreender que, à medida que os seguimos,
estamos permitindo que o Espírito Santo nos capacite com
o que precisamos para derrotar o inimigo alojado em nossa
casa.
CAPÍTULO DOIS

TOMANDO
CONSCIÊNCIA DAS
TREVAS ESPIRITUAIS
Se for para compartilhar a vida zoe e viver com a inde-
pendência e liberdade descritas no capítulo l, por que tantos
cristãos sofrem em consequência da opressão, do medo, da
baixa autoestima, da depressão, dos padrões incontroláveis
do pecado e de outras escravidões que produzem morte,
em vez de vida?
18 Capítulo 2

As duas principais razões por que os cristãos não desfru-


tam a vida zoe que Deus nos prometeu são: 1) o pecado e
2) Satanás. Falaremos mais dessas questões relacionadas ao
pecado — o pessoal e o hereditário — em capítulos poste-
riores. Aqui, examinemos Satanás e as forças que ele usa
para roubar a plenitude de nossa vida.
Em Oração de guerra, C. Peter Wagner escreve:

A tarefa central de Satanás — aquilo que ele deseja — é


impedir que Deus seja glorificado. Sempre que Deus não
é glorificado na vida de uma pessoa, na igreja, na cidade
ou no mundo como um todo, Satanás tem, nesses níveis,
alcançado seu objetivo. [...] O objetivo básico de Satanás
é impedir que Deus seja glorificado ao impedir que os per-
didos sejam salvos. [...] O objetivo secundário de Satanás
é fazer com que os seres humanos e a sociedade sejam tão
miseráveis quanto possível nesta vida.'

Como Satanás realiza esses objetivos? Ele faz o possível


para nos desviar do caminho de Deus. Conforme C. S. Lewis
demonstra, de forma competente, em Cartas de um diabo
a seu aprendiz, a tática de nosso inimigo número um é o
engano, a ilusão. Ele é um enganador — o pai da mentira
(v. João 8.44). Ele ronda nossa vida, procurando o melhor
momento para lançar-se sobre nós (v. l Pedro 5.8). Ele se
aproveita de qualquer oportunidade que lhe damos, mas não
é onipresente. Então, como Satanás consegue fazer com que
muitos se sintam infelizes nesta vida? Ele delega poderes.
Existe um exército enorme à disposição do Inimigo, cuja
tarefa é impedir que os cristãos alcancem seu pleno potencial

WAGNER, C. Peter. Warfare Prayer. Ventura: Regai Books, 2003,


p. 48 [Oração de guerra. São Paulo: Bom Pastor, 2001].
Tomando consciência das trevas espirituais 19

nesta terra. Ao fazer isso, eles não apenas são bem-sucedidos


em nos causar angústia e tristeza, mas também em nos
desviar do destino que Deus tem para nós nesta vida. Deus
tem um propósito — um grande destino para cada um de
nós. Esse destino tem o propósito de nos levar a viver a vida
zoe, e também foi planejado para fazer o Reino de Deus
avançar nesta terra. Satanás, portanto, esforça-se para nos
tirar do rumo. Ele pode, simultaneamente, roubar a vida
zoe de nós e frustrar o propósito de Deus para nossa vida.

Disfarces inteligentes?

Embora existam muitas maneiras por meio das quais as


forças demoníacas podem oprimir o povo de Deus, este
livro tem o objetivo de descobrir como essas forças podem
ganhar apoio em nossa casa. O primeiro passo deve ser o
seguinte: compreender que os demónios utilizam disfarces
inteligentes para que continuemos ignorantes sobre o tra-
balho deles em nossa vida. Como escrevem Noel e Phyl
Gibson emEvictingDemonicIntruders [Expulsando intrusos
demoníacos], "os demónios escondem sua existência por
meio do engano e da ilusão para que as pessoas se concen-
trem no que elas vêem ou em como se sentem, ignorando
as causas espirituais".2
Noel e Phyl Gibson enumeram quatro razões por que
os cristãos talvez não tenham consciência da atividade de-
moníaca (acrescentei a quinta):

GIBSON, Noel & Phyl. Evicting Demonic Intruders. West Sussex,


England: New Wine Press, 1993, p. 47.
20 Capítulo 2

1. Medo de demónios leva as pessoas a negar a existência


deles.
2. Falta de discernimento espiritual.
3. A pregação e o ensino, em sua grande maioria, evitam
o assunto sobre atividade demoníaca.
4. A fé do século I foi substituída em grande parte pelo
racionalismo do século XX.3
5. Nossa estrutura mental ocidental impede-nos de va-
lidar o que não pode ser explicado por intermédio do
estudo científico.

Os objetos têm poder? Não há realmente nada num


objeto. Entretanto, como cristãos, precisamos entender
que pode existir uma força espiritual invisível por trás de
um objeto visível. Isso se chama lei da dupla referência. Na
Bíblia, muitas vezes, o Senhor se dirige a uma pessoa ou coisa
e pede que examinemos mais a fundo a força espiritual que
há por trás daquela pessoa ou coisa. Descobrimos isso, por
exemplo, em Isaías 14, em que o profeta Isaías se dirige
ao rei da Babilónia e, em seguida, faz referências a Lúcifer.
Encontramos a mesma situação em Ezequiel 28. Essa é
uma das formas como os demónios operam. Paulo escreve:
"Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que
não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se
vê é eterno" (2Coríntios 4.18). Paulo deixa implícito que
precisamos ter mais consciência de certas coisas que não são
as que podemos perceber com os cinco sentidos.

Os demónios são mestres do disfarce.

Ibid., p. 48-49.
Tomando consciência das trevas espirituais 21

Os demónios são mestres do disfarce. Eles podem habitar


em pessoas, objetos, porções de terra ou territórios inteiros,
dependendo do propósito deles. Eles não se importam onde
habitam, desde que possam alcançar determinados obje-
tivos. Podem obter acesso por meio do pecado, do trauma,
da vitimização, da feitiçaria, das práticas de ocultismo ou
das maldições. Embora não queiramos despertar nenhum
fascínio pelos demónios, temos de nos conscientizar do que
eles são e de como funcionam, a fim de manter nossa casa
livre das trevas espirituais.

Casas mal-assombradas?

Quando minha coautora, Rebecca Sytsema, conheceu


Jack, hoje seu marido, ele a convidou a ir ao apartamento
que alugava no seminário, para que ela orasse. Ele rela-
tou que sempre sentia uma sensação pesada e opressiva no
interior do apartamento. Não gostava de ficar lá. Sabia que
o problema era espiritual e que era necessário orar.
Quando chegaram, Jack mostrou todo o apartamento
para Rebecca, e começaram a orar. Uma sensação ameaça-
dora caiu sobre eles. Era como se uma tenebrosa mortalha
envolvesse o ambiente. De repente, o micro-ondas (que não
estava sendo usado) começou a apitar, a secretária eletrônica
começou a fazer barulhos estranhos — rebobinando a fita e
tocando mensagens antigas, que já haviam sido apagadas e as
luzes começaram a piscar — tudo em questão de segundos
e sem nenhuma explicação. Jack e Rebecca começaram a
orar de maneira mais intensa!
Minutos depois, um vizinho (também estudante do se-
minário) saiu correndo escada abaixo e começou a esmurrar
22 Capítulo 2

a porta enquanto, aos berros, dizia obscenidades para Jack,


achando que este causara misteriosas oscilações de ele-
tricidade que estavam afetando todo o prédio. Não havia
histórico de problemas elétricos no local e, certamente, não
havia como aquele homem saber que alguma coisa estava
acontecendo no apartamento do Jack. Sem dúvida, Jack e
Rebecca haviam provocado forças demoníacas que preferiam
permanecer incógnitas.

O apartamento estava "mal-assombrado"?


Por assim dizer, a resposta é afirmativa.

No nome de Jesus, Jack assumiu a autoridade de in-


quilino legal do apartamento e ordenou aos espíritos que
saíssem. Sob a liderança do Espírito Santo, arrependeu-se
de quaisquer pecados que tivessem sido cometidos ali no
passado. Ungiu as portas e as janelas com óleo e consagrou
o apartamento ao Senhor. Quando acabaram de orar, uma
grande paz inundou o ambiente. Jack relatou que aquela foi
a primeira noite que, em vários meses, conseguiu dormir
bem. Algumas semanas depois, Jack sentiu que os espíritos
tentavam reconquistar a residência. Ele e outros dois amigos
oraram em todo o apartamento mais uma vez, e ele não teve
mais problema algum espiritual no restante do tempo em
que morou ali.
O apartamento estava "mal-assombrado"? De certa ma-
neira, a resposta é afirmativa. Não estava mal-assombrado
por fantasmas de seres humanos, mas por forças demoníacas
cujo trabalho é obscurecer o ar com trevas opressivas. Que
melhor lugar para fazer acampamento que num alojamento
de seminário, onde os líderes cristãos do futuro recebem
treinamento para o ministério?
Tomando consciência das trevas espirituais 23

Sua casa necessita de oração?

Sempre obtemos grande benefício quando oramos numa


casa toda com o propósito de consagrá-la ou separá-la para
o Senhor. Ao fazer isso, você pode encontrar as trevas es-
pirituais com as quais precisa lidar. Todavia, há indicadores
para sabermos se uma casa necessita de ser expurgada das
trevas espirituais. A lista a seguir pode indicar os sintomas
de uma atmosfera espiritualmente poluída que requeira
limpeza espiritual:

• Doença crónica repentina


• Pesadelos e sonhos ruins recorrentes
• Insónia ou sonolência pouco comum
• Problemas comportamentais
• Problemas relacionais — brigas contínuas, discussões
e comunicação mal interpretada
• Falta de paz
• Crianças agitadas e perturbadas
• Doenças para as quais não existem explicações ou
prisão ao pecado
• Fantasmas ou aparições demoníacas (as crianças são
particularmente suscetíveis a esses fenómenos)
• Poltergeist (movimento de objetos físicos por de-
mónios)
• Odores nauseantes e inexplicáveis
• Atmosfera pesada, tornando a respiração difícil
• Náusea e dores de cabeças contínuas4

SMITH, Alice; Eddie. Spiritual Housecleaning. Ventura: Regai


Books, 2003, p. 48.
24 Capítulo 2

Se você estiver experimentando alguma dessas coisas


de forma contínua, peça ao Senhor que revele quaisquer
trevas espirituais que possam estar em sua casa. Lembre-se
de que Jesus lhe dá autoridade sobre esses seres. Nosso
Salvador é muito mais poderoso que qualquer força que
se posicione contra você. Não há necessidade de temer.
Tornar-se consciente do demoníaco e de como isso pode
afetar você é o primeiro passo para proteger sua casa das
trevas espirituais.
CAPÍTULO TRÊS

A CAIXA DE JÓIAS

Minha mulher devia estar maluca1. Que outra razão


haveria para ela destruir uma bela — e valiosa — caixa de
jóias? Não havia nada de errado com aquele objeto] Que
ridículo] Quanto desperdício]
Esses foram meus pensamentos no dia em que minha
esposa, Pam, voltou para casa depois de uma reunião de
oração e disse-me que tinha de se desfazer de sua caixa
de jóias. Mal sabia eu que o Senhor usaria aquela caixa para
me libertar de um espírito de ganância e me ensinar a
verdade sobre as forças demoníacas que habitavam alguns
objetos.
26 Capítulo 3

Isso aconteceu há muitos anos. Pam experimentava a


renovação espiritual em sua vida. Na época, ela e outras
seis mulheres decidiram se encontrar durante sete sema-
nas para orar, a fim de que seus maridos viessem a ter uma
caminhada espiritual mais profunda e experimentassem
a renovação espiritual na vida deles. Na sexta semana,
uma amiga, missionária na China, participou da reunião.
Ela começou a explicar que as forças demoníacas podiam
realmente habitar objetos e assim trazer trevas espirituais
para a casa. Essa missionária, por ter vivido na China, tinha
uma perspectiva distinta da mentalidade ocidental acerca
das questões espirituais, que fez muito sentido para Pam.
Quando Pam voltou para casa, contou-me tudo que a
missionária lhes dissera. Disse-me que não conseguia parar
de pensar numa caixa de jóias grande e bonita da Tailândia,
presente de seu pai. A caixa era decorada com dragões, tem-
plos orientais (pagodes) e budas — imagens que, conforme
bem sabia, não glorificavam a Deus. Quanto mais pensava
nisso, mais sentia que precisava se desfazer daquela caixa.

Tinha consciência das trevas espirituais,


mas não tinha ideia de que demónios
podiam se ligar a objetos.

Achei que ela estava desequilibrada! Eu tinha consciência


de que as trevas espirituais existiam, mas não fazia ideia de
que demónios podiam se ligar a objetos. Disse-lhe que estava
maluca por pensar que um ser espiritual pudesse morar na-
quela caixa de jóias. Lembrei-a, também, de que a caixa fora
um presente de seu pai e que valia muito dinheiro. Por que
destruir um objeto valioso? Pam, de imediato, submeteu-se
a mim e não tocou mais no assunto.
A caixa de jóias 27

Três semanas depois, Pam e eu estávamos na casa de al-


guns amigos numa reunião de oração, e o Espírito de Deus
falou comigo: "Você fez sua esposa rebelar-se contra a minha
vontade para a vida dela, e considero-o responsável por isso".
Soube, de imediato, que o Senhor estava falando da caixa
de jóias. Ele revelara a Pam que ela deveria destruí-la e eu
a impedi de obedecer ao Senhor! Naquele momento, um
profundo temor apossou-se de mim. Sabia que, assim que
chegássemos em casa, teria de assumir a responsabilidade
pelo que fizera e teria, eu mesmo, de queimar a caixa.
Quando chegamos em casa, acendi imediatamente a
lareira. Não sabia exatamente o que estava fazendo, mas
estava convencido de que tinha de fazer aquilo. Quando
joguei a caixa de jóias na lareira, um vento estranho e lúgubre
começou a soprar e a varrer toda a sala. O vento não vinha
de fora. Era gerado por algo que havia dentro de nossa casa!
O vento inexplicável soprou tão forte que arrancou uma
luminária da parede. Por não saber exatamente com o que
estava lidando, fiquei amedrontado.
Na época, havia uma mulher em nossa igreja que tinha
grande conhecimento das coisas espirituais. Assim, telefonei
para ela, contei-lhe o que estava acontecendo e perguntei o
que deveria fazer. Ela começou a orar por mim ao telefone.
Recomendou-me a leitura de algumas passagens das Escritu-
ras e que eu ordenasse que qualquer presença maligna ligada
à caixa de jóias deixasse nossa casa. Depois que fiz isso, o
Senhor falou comigo: "Estou libertando você da avareza e
do amor ao dinheiro!".
Assim que fui liberado daquela força demoníaca, meus
olhos se abriram para muitas questões em nossa casa que es-
tavam ligadas a outras forças malignas. A liberdade começou
a se fazer presente em nossa vida de maneiras inacreditáveis
- não apenas liberdade, mas também revelação espiritual.
28 Capítulo 3

O que a caixa de jóias representava?

Que relação havia entre a caixa de jóias e a avareza e o


amor ao dinheiro? De início, nada. As imagens gravadas na
caixa — dragões, pagodes e budas — não glorificavam ao
Senhor. Eram imagens de deuses e criaturas adoradas na
cultura tailandesa e foi por essa razão que o Espírito Santo
convenceu Pam a desfazer-se dela.
Quando a impedi de livrar nossa casa de imagens impuras,
tendo como argumento apenas o valor monetário da caixa
de jóias, minha avareza e ambição, como também as forças
demoníacas relacionadas ao amor ao dinheiro, que sempre
dominaram minha família, tornaram-se ligadas à caixa de
jóias. Portanto, era simples questão de'má vontade para
obedecer a Deus e destruir algo valioso. Isso fez com que
o objeto se tornasse o símbolo de uma força maligna em
minha vida. Quando o temor ao Senhor veio sobre mim
e decidi destruir a caixa de jóias, independentemente de
seu valor, essa atitude destruiu o amor ao dinheiro que fora
transmitido a mim por meu pai (v. cap. 6 para mais infor-
mações sobre a iniquidade hereditária). Deus livrou minha
casa de um objeto impuro e, ao mesmo tempo, libertou-me
do espírito de avareza.
Alguns dos objetos que possuímos, embora não haja
nada inerentemente errado com eles, podem representar
um ponto de apoio para que as forças demoníacas entrem
em nossa vida. A caixa de jóias era exatamente esse tipo de
objeto em minha vida. Havia imagens gravadas nela que pre-
cisavam ser tiradas de minha casa. Todavia, mesmo que não
houvesse aquelas imagens, minha relutância em abrir mão do
objeto por causa de seu valor demonstrou que o problema
era muito mais profundo e, de fato, representava um apoio
para a força demoníaca da avareza e do amor ao dinheiro.
A caixa de jóias 29

O amor ao dinheiro é uma questão importantíssima,


especialmente na cultura estadunidense. É o único pecado
da carne que é "idolatria contumaz", termo cunhado por
C. Peter Wagner. Referindo-se a Lucas 16.13: "Vocês não
podem servir a Deus e ao Dinheiro", Wagner diz:

A avareza é aliança com um falso deus chamado


Mamom. [...] E correto usar maiúscula em "Dinheiro" ou
"Mamom" porque são nomes próprios. Mamom é uma pes-
soa, não uma coisa, nem um anseio nem uma atitude. [...]
Quando Jesus mencionou Mamom, referia-se ao contexto
de não servir a dois deuses. Servir qualquer mestre sobre-
natural no mundo demoníaco, como Mamom, é idolatria
contumaz.1

Essa foi a aliança que a caixa de jóias passou a repre-


sentar em minha vida. Quando decidi obedecer a Deus e
livrar-me do objeto, a força demoníaca de Mamom perdeu
seu domínio sobre minha vida, e fui liberto.

Quando decidi obedecer a Deus [...],


a força demoníaca de Mamom perdeu
seu domínio sobre minha vida.

Quando Mamom interfere na obediência


Já prestou atenção numa nota de um dólar? Certa vez,
estava ministrando numa conferência de libertação sobre
a questão dos objetos e de personagens maléficos fixados

WAGNER, Peter C. Hard-Core Idolatry: Facing the Facts. Colorado


Springs: Wagner Publications, 1999, p. 17.
30 Capítulo 3

neles. O mau-olhado está bem ali, na nota de um dólar.


Explicarei mais sobre o mau-olhado, no capítulo 7. Isso quer
dizer que temos de queimar todas as nossas notas de um
dólar? Bem, é claro que não. Todavia, isso nos deixa cons-
cientes de que existe urna armadilha no dinheiro. Quando
o Senhor estava prestes a enviar o povo de Israel para a
terra prometida, fez muitas advertências a todos. Ele sabia
que eles enfrentariam uma batalha espiritual com o deus
Mamom, que pode governar o sistema económico e permite
que forças demoníacas fiquem envolvidas na administração,
transferência e distribuição de riqueza. Quando você estuda
a história dos cananeus, descobre que o deus governante
desses povos era Mamom. A missão que Josué e as tribos
de Israel tinham de cumprir era a transferência de riqueza de
todos os habitantes da região para a aliança com Deus, o
plano do Reino. Portanto, Mamom tinha de ser derrotado, e
a riqueza obtida por intermédio da falsa adoração precisava
ser transferida.

Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará


um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará
o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.
(Mateus 6.24)

Quando a provisão se torna o bezerro de ouro


A provisão é necessária para que nossa vida seja funcio-
nal neste mundo. Entretanto, o Senhor diz para estarmos
no mundo, mas não sermos do mundo (v. l João 2.15-17).
Quando os israelitas deixaram o Egito, Deus incitou os
egípcios a que lhes dessem todos os tipos de pertences.
Lemos em Êxodo 12.36: "O SENHOR concedeu ao povo uma
disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhes
davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios".
A caixa de jóias 31

Imagine os senhores daqueles escravos enchendo-lhes as


mãos com prata e ouro. Esse é um exemplo do que o Senhor
ainda deseja fazer por seus filhos, à medida que nos liberta
do sistema em que vivemos e nos direciona às bênçãos da
aliança que ele tem em toda a terra. Deus entregou a Moi-
sés um plano detalhado para o povo. Entretanto, eles não
esperaram por Moisés. Em vez de aguardar pacientemente,
conforme as instruções, ficaram impaciente. Assim, pegaram
toda a provisão que Deus lhes havia fornecido e, por causa
do desânimo que se abateu sobre eles, voltaram-se para
outros deuses, dos quais haviam sido libertados.

Ele [Arão] os recebeu e os fundiu, transformando tudo


num ídolo, que modelou com uma ferramenta própria, dan-
do-lhe a forma de um bezerro. Então disseram: "Eis aí
os seus deuses, ó Israel, que tiraram vocês do Egito!"
(Êxodo 32.4)

O bezerro modelado era um deus familiar não só no Egito:


era adorado também em Canaã, como parte do sistema
religioso daqueles povos. Quando não oferecemos a Deus
a porção que lhe pertence e tornamos nossa provisão santa
diante dele, abrimos a porta para a operação do mau-olhado,
que trabalha em nossas finanças. O mau-olhado alinha-se
com nossa idolatria, e nossa idolatria alinha-se com Mamom.
Portanto, encontramo-nos sob o controle desse falso deus.
A avareza pode ser o único pecado da carne considerado
idolatria contumaz, mas não é a única coisa que pode servir
de apoio para que as forças demoníacas atuem em nossa
vida. Considere a luxúria, por exemplo. Talvez haja algo em
sua casa proveniente de algum relacionamento romântico do
passado (talvez um presente, algumas cartas de amor ou fo-
tos escondidas) e você, agora, está casada com outra pessoa.
32 Capítulo 3

A luxúria, ou um amor inapropriado, pode muito bem


permitir que forças demoníacas se instalem nessas coisas
que você ainda mantém. Destruir um presente, indepen-
dentemente do que seja, ajudará você a superar o domí-
nio do Inimigo nessa área de sua vida, a deixar o passado
para trás e a caminhar para o destino que Deus prepa-
rou para você e sua família.
Para saber o que pode representar um apoio para forças
demoníacas em sua vida ou quais objetos não glorificam a
Deus, é preciso discernimento espiritual. No capítulo 4,
examinaremos o que é discernimento e como usá-lo para
proteger nossa casa das trevas espirituais.

Por que devemos examinar


as coisas que temos?

A caixa de jóias apresenta dois aspectos distintos que


justificam por que objetos precisam ser destruídos a fim de
proteger nossa casa das trevas espirituais: 1) objetos que
não glorificam a Deus; 2) objetos que ajudam a entrada
das forças demoníacas em nossa vida. Examinemos cada
um desses aspectos.
Há vários casos na Bíblia em que o desastre aconteceu
por causa de algum objeto. Um deles foi quando Raquel
morreu enquanto dava à luz Benjamim (v. Génesis 35).
O que ocasionou essa morte prematura? Em Génesis 31,
Jacó foge de Labão. Quando este o alcança, acusa-o de ter
roubado alguns deuses de sua casa, e Jacó diz: "Quanto aos
seus deuses, quem for encontrado com eles não ficará vivo.
Na presença dos nossos parentes, veja você mesmo se está
aqui comigo qualquer coisa que lhe pertença, e, se estiver,
leve-a de volta" (v. 32). Jacó não sabia que Raquel havia
A caixa de jóias 33

roubado os deuses e os pusera na sela de seu camelo. En-


quanto Labão procurava os objetos ligados a formas idolátri-
cas de adoração, Raquel fingiu estar com o fluxo mensal,
pois, na verdade, estava sentada sobre os deuses. Ela não
estava disposta a abrir mão da antiga forma de idolatria de
seu pai. Em razão disso, morreu prematuramente.
Uma história similar é relatada em Josué 7. Israel foi
derrotado na batalha de Ai, ocorrida imediatamente após a
grande vitória em Jericó. Acã, apesar do aviso de Deus para
não se apossarem de nada que fosse amaldiçoado, tomou e
escondeu vários objetos proibidos. Em consequência disso,
Israel foi derrotado. No fim, Acã e toda sua família foram
destruídos por causa do pecado dele.
Entretanto, houve libertação quando os cristãos de
Efeso trouxeram seus objetos de idolatria ligados à magia
e à feitiçaria e os queimaram na praça da cidade (v. Atos
19). Essa foi a chave para um dos grandes reavivamentos e
despertamentos registrados na Bíblia.

O problema com os objetos


Assim que tomamos consciência da existência de trevas
espirituais, podemos começar a examinar nossa casa para
ver quais são os objetos que não glorificam a Deus. O que
queremos dizer com isso é que algo, por sua natureza, pode
atrair as trevas ou servir de habitação para elas. Eis cinco
categorias de tais objetos:

1. Deuses estranhos. "Não farás para ti nenhum ídolo,


nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra ou
nas águas debaixo da terra" (Deuteronômio 5.8). Nessa
passagem, o segundo dos Dez Mandamentos, "imagem
de qualquer coisa" significa qualquer objeto tangível que
represente um ídolo, deus ou figura demoníaca. Trata-se
34 Capítulo 3

de algo como um capacho de boas-vindas para a atividade


demoníaca, mas também é algo que Deus odeia. Embora isso
possa ocorrer por causa de nossa ignorância, é surpreendente
que muitos cristãos tenham esses objetos em suas casas.
Entre eles podemos listar: budas (como aquele que es-
tava na caixa de jóias de Pam); imagens hindus; deuses e
deusas da fertilidade (ou qualquer outro tipo de deus ou
deusa); imagens egípcias; deuses gregos; gárgulas; bonecas
kachinas, totens ou quaisquer outras figuras indígenas que
representem ou glorifiquem um ser demoníaco; pinturas
malignas com leões, cães, dragões ou gatos (ou qualquer
outra criatura representada com distorções demoníacas);
qualquer imagem de pessoa, ídolo, deus ou figura demo-
níaca considerada objeto de adoração ou poder espiritual,
em qualquer cultura do mundo.
Em viagens, muitas pessoas costumam adquirir artefatos
como souvenir ou lembrança sem compreender sua im-
portância — muito semelhante à caixa de jóias que veio da
Tailândia.
2. Falsas religiões. Objetos e materiais relacionados às
falsas religiões — como o mormonismo, islamismo, organi-
zação Testemunha de Jeová, hinduísmo, religiões ocidentais,
ciência cristã, religiões nativas, bahaísmo etc. — precisam ser
cuidadosamente avaliados. Isso inclui instruções em livros de
ioga, meditação transcendental, mantras e outros.
3. Objetos ocultos. Qualquer coisa relacionada ao oculto
tem de ser destruída: objetos como tabuleiros Ouija; amu-
letos para dar sorte; itens de astrologia (incluindo horós-
copos); cartas de taro; cristais; fetiches; vara de vedor;
bonecas de vodu; símbolos pagãos; bolas de cristal; qual-
quer item de ritual, como máscara, pirâmide ou obelisco;
qualquer item obtido em lojas de ocultismo ou de vodu;
A caixa de jóias 35

qualquer item relacionado à magia negra, cartomancia,


leitura das mãos, adoração aos demónios, guias espirituais,
feitiçaria, satanismo ou Nova Era. Nenhum desses itens ou
qualquer outro desse tipo deve ter lugar num lar cristão.

Qualquer coisa relacionada


ao oculto tem de ser destruída.

4. Objetos de sociedades secretas. Lembra-se da história


de Cathy, no capítulo l, do guia para o grau 32 da maçonaria?
Aquele livro estava ligado à depressão dela. As sociedades
secretas —maçonaria, Shriners [os do Santuário], Estrela do
Oriente, Filhas de Jó, Odd Fellows, Elks, Amaranth, Ordem
DeMolay, Ordem do Arco-íris para Meninas ou Filhas do
Nilo — costumam exigir que seus membros façam juramen-
tos e passem por algum ritual de iniciação, implicando até
pacto com deidades, algo contrário à Palavra de Deus. Desse
modo, os demónios podem ligar-se com facilidade a itens
como livros, anéis, aventais, insígnias e objetos de recordação
que representam essas sociedades. Além disso, em razão de
esses objetos, em geral, passarem de pai para filho, há uma
questão hereditária, que tem de ser tratada (v. cap. 6).
5. Outros objetos. Nossas casas podem estar cheias de
outras coisas que não trazem glória para Deus e podem
atrair atividade demoníaca. Podemos mencionar entre esses
objetos: jogos como Mestres do Universo e Dungeons and
Dragons [Calabouços e dragões]; livros e revistas dedicadas
à fantasia; livros cómicos, pósteres, filmes ou músicas com
temas demoníacos, violentos ou sexuais; pornografia; drogas
ilegais; arte, livros ou "brinquedos" sensuais; inúmeras outras
coisas que são demoníacas, ilegais, imorais ou contrárias à
Palavra de Deus.
36 Capítulo 3

Ao permitir que qualquer desses objetos entre em nossa


casa, damos ao Inimigo o direito legal para invadir nossa vida,
à qual, de outra forma, ele não teria acesso. Conforme
Cindy Jacobs diria, temos furos em nossa armadura. A fim
de trazer clareza do processo para decidir o que precisa
ser destruído, C. Peter Wagner encoraja-nos a fazer as
seguintes
o perguntas:
t- o

• Isso pode abrir as portas para a influência demoníaca?


• Isso tem alguma aparência de mal?
• Isso glorifica a Deus?2

Cultura étnica versus cultura do Reino


A cultura é o conjunto dos padrões culturais transmitidos
socialmente — as artes, as crenças, as instituições e todos
os outros produtos resultantes do trabalho e do pensamento
humanos. A cultura também se refere às atitudes e aos
comportamentos prevalecentes que caracterizam o funcio-
namento de um grupo ou organização.3
Há muitos objetos em nossa vida relacionados à cultura
da qual somos provenientes. Alguns objetos são exclusivos
de determinada cultura. Outros são apenas objetos e não
representam nenhum mal. Alguns são usados de formas
maléficas numa cultura, mas são inofensivos em outra.
Outros são o mal personificado e irredimível.
Como cristãos, fazemos, sim, parte da cultura em que
nascemos. Todavia, também fazemos parte da cultura do

WAGNER, Peter C. Breaking Strongholds in Your City. Ventura:


Regai Books, 1993, p. 65.
Culture, The American Heritage Dictionary of the English
Language.
A caixa de jóias 37

Reino de Deus, e esta transcende as barreiras raciais, nacio-


nais e físicas. Podemos apreciar muita coisa de nossa cultura
- como alimentos, dias santos e algumas tradições, mas
não podemos, de maneira indouta, abraçar tudo que seja
cultural. Temos de considerar objetos e práticas culturais ou
o que quer que seja e comparar com os padrões que Deus
estabeleceu para a cultura do Reino.
Um reino tem um rei. Temos sempre que representar
nosso Rei em tudo que fazemos na terra. Temos de estar
dispostos a destruir ou remover qualquer coisa de nossa cul-
tura que seja contrária ao Rei de nosso reino ou que o repre-
sente de forma falsa em nossa esfera de autoridade, ou
seja, nossa casa.
Como todo reino tem uma cultura, queremos ter certeza
de que a cultura do Reino de Deus é predominante, ou seja,
de que ela santifica todas as coisas provenientes de nossa
cultura mundana. Isso não exige que nos livremos de todos
os objetos de nossa cultura, porém, faz com que tenhamos
a responsabilidade de nos certificar de que esses objetos
estejam sob a influência do sangue purificador do Senhor
Jesus Cristo. Se não o fizermos, nossa consciência e nossa
visão serão obstruídas e obscurecidas em relação ao plano
de Deus para nossa vida. Jamais devemos permitir que um
objeto de nossa cultura se torne uma pedra de tropeço e nos
impeça de entrar numa nova dimensão do Reino de Deus.
Trabalhamos muito de perto com os índios dos Estados
Unidos, o povo hóspede desse país. Se o povo hóspede de
uma nação (qualquer nação, não apenas os Estados Unidos)
não experimentar a herança em Deus que lhe foi destinada,
jamais conseguirá fazer parte plenamente do plano de Deus.
Já presenciamos muitas discussões sobre os artefatos
nativos -- penas, tambores, o caçador de sonhos, jóias e
38 Capítulo 3

assim por diante. Ter esses objetos, em geral, é questão


de consciência. Entretanto, há certos objetos que foram
consagrados e usados para propósitos ocultistas na cultura
hóspede. Foram feitos exclusivamente para o propósito do
mal ou para obter revelação ilegal de fontes das trevas. Eles
representarão um obstáculo na caminhada cristã. Temos de
ser muito cuidadosos com objetos que possam representar
uma pedra de tropeço para nosso desenvolvimento espiritual
e, também, para o desenvolvimento espiritual dos recém—
-convertidos.

O problema com os trajes


Em qualquer cultura, há costumes, tradições, valores, leis,
regras de suprimento, trajes e vestuário. 'Alguns desses itens,
em diversas culturas, são utilizados na adoração. Portanto,
precisamos rever cuidadosamente tudo que temos quando
nos mudamos para o Reino de Deus — especialmente os
itens de adoração e o vestuário.
Seu guarda-roupa pode representar um período de sua
vida. Em Zacarias 3, Satanás acusa o sumo sacerdote Josué
por causa do passado deste. O Senhor repreende Satanás,
porém faz algo mais: troca as roupas de Josué. Ele remove
as roupas impuras ligadas ao seu passado e o faz vestir novos
trajes - "vestes nobres" (v. 4). Põe também um novo tur-
bante na cabeça de Josué, que representa um novo processo
de pensamento para esse novo período.
De tempos em tempos, limpo meu armário. Encontro
roupas que têm ligações emocionais, emoções exageradas
com as quais as associo. Posso ter roupas ou trajes antigos
que não representam a expressão de minha personalidade
naquele momento. Também posso encontrar roupas que
estão ligadas a um período de tristeza em minha vida.
A caixa de jóias 39

Em Rute 3, Noemi faz com que Rute troque de roupa.


Ela ainda vestia as roupas ligadas a Moabe, as quais estavam
impregnadas com a tristeza pela perda do marido. Noemi
disse: "Tire as roupas de viúva. Temos de nos deslocar em
direção à nossa herança!".

Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensi-


nados a despir-se do velho homem, que se corrompe por
desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar
e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante
a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.
(Efésios 4.22-24)

Limpe seus armários! Troque suas roupas para refletir


sobre Deus e seu Reino nesse período de sua vida!
CAPÍTULO QUATRO

DISCERNIMENTO
ESPIRITUAL
- Como podemos saber se já oramos o suficiente? -
perguntou-me a mulher. Ela e o marido estavam sentados
diante de mim, descrevendo-me, com alguns detalhes, a
situação da vida deles. Eles tinham uma propriedade. Ora-
vam regularmente na expectativa de, um dia, plantar uma
igreja ali. No entanto, sabiam que havia algo errado. — Toda
vez que colocamos os pés nessa propriedade, os pelos de
meu braço se arrepiam! Já oramos e oramos. Como podemos
saber se já oramos o suficiente?
42 Capítulo 4

- É muito simples -- disse-lhe. -- Ore até parar de


ficar arrepiada!

O sentido do discernimento espiritual

O discernimento espiritual é a graça de ver o invisível.


É um dom do Espírito para perceber, no espírito, o que é.
E o propósito é ver a natureza daquilo que está velado.1

Essa citação de Francis Frangipane ajuda a entender o que


é discernimento. É algo que sabemos ao ver as coisas com
os olhos espirituais, e não com os olhos físicos.
Gary Kinnaman define discernimento da seguinte ma-
neira:

Há três tipos de espíritos: espíritos malignos, espíritos


humanos e espíritos celestiais, incluindo anjos e o Espírito
de Deus. O discernimento de espíritos é a habilidade para
identificar o tipo de espírito que é a força motriz por trás
de um acontecimento, circunstância ou pensamento. Caso
se determine que o espírito é maligno, o discernimento de
espíritos, operando com precisão, pode também identificar
o tipo específico do espírito maligno.2

Há membros do Corpo de Cristo que têm o dom de


discernimento. Os que têm o dom desenvolvido e maduro
são capazes de discernir a atmosfera espiritual de um lugar

FRANGIPANE, Francis. Discerning of Spirits. Cedar Rapids: Arrow


Publications, 1991, p. 6.
KINNAMAN, Gary D. Overcoming the Dominion of Darkness. Old
Tappan: Chosen Books, 1990, p. 133-134.
Discernimento espiritual 43

ou em torno de uma pessoa de forma mais precisa que a


maioria dos cristãos. No entanto, a habilidade para discernir
espíritos não se limita aos que têm o "dom". Deus pode
falar com qualquer cristão por intermédio do Espírito Santo
e conceder a percepção espiritual numa situação específica.
O discernimento espiritual pode parecer um tanto compli-
cado ou difícil, mas o fato é que ele pode ser tão simples
quanto orar até não sentir mais nenhum arrepio. É questão
de aprender como usar o discernimento que Deus nos dá.

Lâmpada que ilumina os meus passos

Como aprender a ter discernimento espiritual? Ele


vem por meio do conhecimento de Deus. Há dois aspec-
tos fundamentais para conhecer a Deus: 1) a Palavra de
Deus; 2) ouvir pelo espírito, por intermédio da oração
(v. Hebreus 5.14). Esses dois fatores são importantes para
o discernimento espiritual.

Ganho entendimento
por meio dos teus preceitos;
por isso odeio todo caminho de falsidade.
A tua palavra é lâmpada
que ilumina os meus passos
e luz que clareia o meu caminho. (Salmos 119.104,105}

À medida que lemos e digerimos a Palavra de Deus,


desenvolvemos princípios espirituais importantes em nosso
íntimo. Esses princípios ajudam a iluminar o caminho que
Deus põe diante de nós; eles agem como lâmpada que ilu-
mina nossos passos. Por exemplo, ao conhecer a Palavra de
44 Capítulo 4

Deus, compreendemos que não temos nenhuma imagem


esculpida de ídolos em nossa casa (v. capítulo 3). Essa com-
preensão nos faz sensíveis à presença de imagens esculpidas
de ídolos à nossa volta, em nossa casa, no local de trabalho
ou onde quer que possam estar.

Deus quer nos dar o discernimento


de que precisamos para proteger nossa
casa das trevas espirituais.

Desenvolvi uma aversão real a quaisquer imagens de-


moníacas de ídolos e de falsos deuses, porque sei quanto
Deus as odeia. Exatamente como o salmo 119 afirma,
obtive compreensão sobre essas imagens por intermédio
dos preceitos de Deus (sua Palavra), e isso me ajudou a
tomar consciência dessas imagens à minha volta. Minha
compreensão também me ajudou a estabelecer uma regra
sobre o que nunca terei, a saber, figuras de ídolos. A Palavra
de Deus tornou-se a lâmpada que ilumina meus passos.
Por conhecer a Palavra de Deus, posso olhar para os objetos
em minha casa e ver o que não se alinha com a Bíblia. Isso
é parte do discernimento.

A voz de Deus

Há certas coisas que precisamos discernir, embora não


sejam tão aparentes quanto a imagem de um ídolo. Há
questões que precisam ser discernidas espiritualmente. Te-
mos de ouvir isso de Deus para saber o que está acontecendo,
e a chave para ouvir a Deus é a oração — a comunicação
bilateral em que você fala com ele, e ele, com você.
Discernimento espiritual 45

Ouvir a voz de Deus não é tão difícil quanto alguns pos-


sam pensar. Descobri que muitos dos que pertencem ao
povo de Deus a ouvem, mas não a percebem como a voz de
Deus. Perceber quer dizer acreditar, sentir, compreender,
apreender mentalmente, reconhecer, observar ou tornar-se
consciente de algo.3 Precisamos aprender a perceber a voz
de Deus e as sugestões do Espírito Santo.
Deus pode falar conosco por meio de sonhos espirituais
(sonhos, surpreendentemente vívidos e detalhados, que se
apegam ao nosso espírito), visões, visitações, uma palavra
profética, uma conversa com um amigo que traz revelação,
uma mensagem que ouvimos ou um sentimento — como
a mulher que ficou com os pelos dos braços arrepiados.
Quando ouvimos Deus, percebemos, repentinamente, que
tomamos conhecimento de algo — uma revelação acontece
em nosso espírito. Nosso desafio é afiar os ouvidos espiri-
tuais para ouvir Deus e não descartar o que ouvimos como
mera imaginação. Deus quer comunicar-se conosco. Temos
de acreditar nisso. Além do mais, ele não quer que sejamos
ignorantes acerca das armadilhas que o Inimigo nos prepara.
Deus quer nos dar o discernimento de que precisamos para
proteger nossa casa das trevas espirituais.

Fronteiras espirituais

Quando discernimos algo que acreditamos ser prove-


niente do Senhor, temos de permitir que ele nos mostre o
que fazer com esse discernimento. Esse fato ficou patente
em minha vida pouco tempo depois do incidente com a caixa

Perceive, The American Heritage Dictionary of the English


Language.
46 Capítulo 4

de jóias. Desse momento em diante, o Senhor começou a


abrir meus olhos para outros objetos em minha casa que
estavam ligados a forças demoníacas. Meu discernimento
foi aguçado.
Certo dia, estava caminhando perto da lareira e vi um
gato grande de cerâmica que comprara algum tempo antes.
Era um objeto bonito, o gato tinha olhos azuis penetrantes.
Pagara um bom preço por ele, mas dinheiro não era mais
um problema para mim desde minha libertação do amor ao
dinheiro, quando destruí a caixa de jóias. Olhei para o gato
e discerni imediatamente que havia feitiçaria ligada a ele.
Em seguida, lembrei-me de que, por pura ignorância, com-
prara a peça numa loja de vodu em New Orleans, numa
viagem de negócios àquela cidade. Comecei a ver que o
gato estava ligado ao espiritismo da minha linhagem fa-
miliar — essa a razão por que, para início de conversa, fui
atraído à loja vodu e senti-me compelido a comprar o gato
(v. cap. 6, para mais informações sobre o fenómeno). Sabia
que o gato tinha de ser destruído. Por ser de cerâmica, ele
não queimaria, como aconteceu com a caixa de jóias. No
entanto, passei o objeto no fogo e, em seguida, esmigalhei-o
(v. Deuteronômio 5.7).
Em meu zelo, comecei a examinar toda a casa para ver
se descobria outros objetos similares. Descobri muitos gatos
de cerâmica, que minha esposa colecionara ao longo dos
anos. Em virtude de minha imaturidade espiritual, presumi
que se o gato de cerâmica que eu comprara era maléfico,
todos os outros seriam também. Assim, esmigalhei todos
eles. Quando Pam chegou em casa, perguntou o que havia
acontecido com seus gatos. Expliquei a ela o que fizera. Pam
só olhou para mim e disse: "Não havia nada de errado com
meus gatos. Era só o seu gato que tinha problemas. Você tem
Discernimento espiritual 47

uma escolha: ou me restitui os gatos ou me dá o dinheiro


para que eu compre outros".
Ela estava absolutamente correia. Meu bom discerni-
mento fora possuído por uma fúria homicida! O problema
não eram os gatos de cerâmica em geral: era aquele gato
em particular que, por pura ignorância, eu havia comprado
numa loja vodu. Não dei a devida atenção às fronteiras es-
pirituais, que deveriam ser óbvias. Em consequência disso,
tive problemas com minha esposa!
Seguindo a mesma linha, já vi pessoas se livrarem de todos
os objetos que têm penas. Embora as penas possam ser usadas
em atividades de ocultismo, isso não quer dizer que todas as
penas representem um problema. Os pássaros têm penas.
Enquanto eles estiverem ali, para nossa alegria, as penas não
representam nenhum problema. Todavia, se as penas são usadas
como objetos na adoração do ocultismo, então, essas penas,
em particular, tornam-se um problema. O mesmo se aplica aos
muitos artefatos dos nativos dos Estados Unidos (v. cap. 3).

Autoridade espiritual

As fronteiras espirituais têm ligação com autoridade.


Cada um de nós recebe uma esfera de autoridade, na qual
somos livres para operar (v. ZCoríntios 10.13). Quando nos
movemos para além da esfera da autoridade, passamos a
enfrentar problemas reais. Veja o exemplo dos gatos. Mesmo
que houvesse demónios ligados aos gatos de cerâmica de
minha esposa, eu não tinha autoridade para destruí-los sem
a permissão dela, porque não me pertenciam.
Conheço muita gente que aprendeu os princípios esboçados
neste livro, mas cometeu erros enormes por não compreen-
der os limites de sua autoridade espiritual. Armados com o
48 Capítulo 4

discernimento e com o nome de Jesus, acharam que podia


livrar o mundo das forças demoníacas. Não é bem assim.
Podemos aprender a discernir todos os tipos de problemas,
mas precisamos compreender que não temos liberdade para
resolver todos os problemas com que nos deparamos — essa
atitude não é sábia.
Se você visitar sua mãe, por exemplo, e vir que ela tem
uma estátua de Buda e não quer se livrar dela, você não
tem o direito legal, nem espiritual de destruir essa estátua.
Está além de sua autoridade espiritual. O que você pode fazer
é orar e pedir ao Senhor que revele à sua mãe os princípios
esboçados neste livro. Talvez ela concorde em lê-lo. Há ou-
tras coisas que você pode fazer para ajudá-la a compreender
a situação, mas tomar o que não lhe pertence é, definitiva-
mente, algo que ultrapassa a linha de sua autoridade, para
não mencionar a quebra de um dos Dez Mandamentos: "Não
furtarás" (Êxodo 20.15). O espírito ligado à estátua poderá
ganhar mais poder por causa do pecado do furto.
No entanto, se sua mãe lhe pedir que ore por ela e que
dê urn fim na estátua, então, ela está lhe dando autoridade
não só para destruir a estátua, mas, também, para ordenar
que quaisquer espíritos ligados ao objeto saiam dali. Ela lhe
estendeu a autoridade espiritual para agir em nome dela;
portanto, você tem agora liberdade para lidar com a situação.
Peça ao Senhor que lhe mostre sua esfera de autoridade
antes de sair por aí, precipitadamente, fazendo com que as
coisas fiquem piores do que estão!

Uma gárgula no sótão

Alguns anos atrás, pediram-me que orasse numa proprie-


dade que pertencia a alguns amigos. O negócio deles ficava
Discernimento espiritual 49

no andar térreo e alguns apartamentos ocupavam o andar


de cima. O prédio era assolado por problemas contínuos,
até mesmo inundação. Meus amigos passaram a acreditar
que havia um problema espiritual, por isso me chamaram.
Quando entrei na propriedade, soube, de imediato, que
havia algo errado. O mal era tão forte que eu tinha dificul-
dades para respirar! Por discernimento, entendi que havia
algum objeto na propriedade ligado a forças demoníacas.
Também sabia que ele estava em algum lugar acima de nós.

O Senhor revelou-me que a gárgula


de cimento fora plantada ali como um fetiche,
a fim de amaldiçoar a propriedade.

Meus amigos confiaram em meu discernimento e gasta-


ram 30 mil dólares para abrir o sótão a fim de ver o que
estava escondido ali. Não encontraram nada, mas eu sabia
que, apesar dos esforços deles, algo não fora percebido.
Alguns meses depois, quando estavam reformando a pro-
priedade e refazendo a parte elétrica, descobriram uma
gárgula escondida num canto do sótão. Era o que estávamos
procurando! O Senhor revelou-me que a gárgula de cimento
fora plantada ali como um fetiche, a fim de amaldiçoar
a propriedade. Destruímos a gárgula e oramos em todos
os cantos da propriedade, dedicando-a ao Senhor. Desde
aquela época, meus amigos não tiveram mais nenhum tipo
de problema no prédio.

Fetiches plantados

Fetiche é um objeto que, acredita-se, possui poderes


mágicos ou espirituais ou está ligado a uma preocupação,
50 Capítulo 4

ligação ou fixação obsessiva anormal.1 Esses objetos repre-


sentam algum ser sobrenatural ou estão relacionados a ele.
Quando adquirimos um objeto desse tipo ou permitimos
que alguém o adicione aos nossos pertences, eles podem dar
lugar a seres demoníacos, permitindo que estes operem por
intermédio deles.
Alguns discernirão que há algo errado em seu terreno,
casa ou mesmo carro, mas não conseguirão identificar a
origem do problema. Objetos como a gárgula no sótão são
fetiches. As forças demoníacas podem obstruir o plano de
Deus nesse local até que esses objetos sejam removidos.
Certa vez, alugamos uma casa que tinha um problema num
dos cómodos. Minha esposa e minha filha sentiam que havia
algo errado naquele cómodo. Eu me angustiava toda vez que
lá entrava. Por fim, entrei no closet e observei, ao olhar para
cima, que havia uma entrada para o sótão. Quando subi ao
sótão, descobri revistas e parafernália maléficas. Assim que
removemos o material, ungimos o cómodo e parte do sótão
acima dele. A casa ficou limpa daquele dia em diante.

Fetish, ibid.
CAPÍTULO CINCO

Os PONTOS DE APOIO
PARA o DEMÓNIO
NESTA TERRA

Elaine acordou subitamente com os gritos angustiados


do filho. De novo], pensou, enquanto pegava o roupão de
banho e, exausta, caminhou até o quarto do filho, Joey.
Abriu a porta e viu uma cena que já se tornara familiar: o
filho soluçando em cima da cama. Ela se debruçou sobre
a cama, pegou o pequeno nos braços e afagou-lhe a cabeça
molhada de lágrimas e suor.
52 Capítulo 5

- Tudo bem, Joey— sussurrou-lhe ao ouvido. -- Ma-


mãe está aqui. Ninguém fará mal a você. -- Ela começou
a embalar o filho, como fizera muitas noites, para tentar
acalmá-lo. Uma hora depois, Elaine finalmente voltou para
a cama, mas não conseguiu dormir. Ficou pensando na razão
por que seu filho ainda não conseguira dormir uma noite
inteira desde que haviam se mudado para aquela casa, quase
seis meses antes. Ele costumava dormir bem, mas havia algo
estranho ali.
Aquilo já era demais. No dia seguinte, Elaine telefonou
para Joan, a esposa do pastor, e pediu conselhos e oração.
Joan sugeriu que talvez devessem orar no quarto de Joey.
Ela concordou em vir à casa de Elaine naquela tarde. Assim
que ambas começaram a orar, Joan teve a forte sensação
de que algo no quarto estava mesmo errado — havia uma
presença maligna ali.
Enquanto orava, Joan viu a imagem de uma criança sendo
espancada naquele quarto. Ela sabia que o Senhor estava lhe
mostrando por que a presença maligna se apegava ao quarto
de Joey. Olhando para Elaine, disse:
— Acredito que houve algum tipo de abuso contra uma
criança neste quarto.
Elaine, perplexa, começou a explicar a Joan que Joey
acordava todas as noites, apavorado, por sonhar que alguém
o estava espancando. Ela nunca entendera aqueles sonhos,
pois nem ela nem o marido haviam agido com tal violência
contra o menino.
- O que vamos fazer? — perguntou Elaine.
Pegando as mãos de Elaine, Joan ajoelhou-se ao lado da
cama e começou a pedir a Deus que perdoasse o pecado
de abuso infantil que acontecera naquele quarto. Lágrimas
brotaram nos olhos das mulheres à medida que se identifi-
cavam com a criança que sofrera ali. Após alguns minutos
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 53

de revelação, pediram a Deus que purificasse o quarto. Joan


levantou-se e, transparecendo autoridade na voz, ordenou
que o espírito maligno saísse da propriedade e jamais retor-
nasse. Naquele momento, uma paz imensa desceu sobre a
casa. O quarto parecia mais luminoso. Elaine percebeu que,
pela primeira vez desde que se mudara, sentia-se totalmente
em paz.
Naquela noite, Joey dormiu bem. O terror que o assolava
nunca mais ocorreu, desde que oraram naquele quarto.
Cerca de um mês depois do incidente, Elaine estava visi-
tando a vizinha, que morava na região havia muitos anos.
Essa vizinha contou-lhe que ouvia, com frequência, gritos
vindos da casa e que em três ocasiões a polícia precisou
intervir nas brigas que aconteciam ali. Embora a vizinha não
tivesse certeza, ouvira rumores, na vizinhança, de que as
autoridades removeram o filho da casa por causa de abusos
sofridos nas mãos dos pais!

Compreendendo o que representam


terra e propriedade

Até este ponto, discutimos acerca dos objetos que pos-


suímos; entretanto, parte da proteção de nossa casa contra
as trevas espirituais tem relação, também, com o local em
que vivemos. No caso de Elaine, seu filho foi atormentado
por trevas espirituais não relacionadas a algum objeto ou a
qualquer pecado com o qual Elaine pudesse estar envolvida.
O espaço no qual moravam, entretanto, fora profanado por
causa do pecado, e isso ocasionou uma abertura para a inva-
são demoníaca que, até ser tratada com oração, continuava
a atormentar os habitantes da casa.
54 Capítulo 5

Como isso era possível? Assim como podem habitar um


objeto, as forças demoníacas também podem instalar-se
numa terra ou num lugar. Na realidade, alguns principados e
poderes de alta patente podem habitar cidades ou territórios
inteiros. Todavia, se a terra é do Senhor (v. Salmos 24.1),
como os demónios conquistam o direito de fazer reivindica-
ção de uma parte específica da terra? A resposta é: por meio
do pecado. O pecado tem um efeito direto sobre a terra.
Vemos isso evidenciado inúmeras vezes na Bíblia.
Na história de Caim e Abel, por exemplo, Deus diz a
Caim: "O que foi que você fez? Escutei Da terra o sangue
do seu irmão está clamando. Agora amaldiçoado é você pela
terra, que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do
seu irmão" (Génesis 4.10,11). O pecado produz maldição
na terra, no terreno físico onde ocorre; onde há maldições,
o mal sobeja.

Ganhando um ponto de apoio

A expressão "ponto de apoio" quer dizer uma posição


segura que fornece uma base para mais progresso ou avan-
ço.1 Quando o inimigo ganha um ponto de apoio, ele se
estabelece numa posição da qual pode seguir seus esquemas
maléficos para matar, roubar e destruir (v. João 10.10).
Examinemos Efésios 4.25-27:

Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a


verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um
mesmo corpo. "Quando vocês ficarem irados, não pequem".

The American Heritage Dictionary of the English Language. 4th


ed-, verbete "foothold".
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 55

Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem


lugar ao Diabo.

Para começar, temos de entender como Satanás estabe-


lece um ponto de apoio em nossa vida. Se permitirmos que o
pecado entre em nossa vida e não o confessarmos, deixamos
a porta aberta, dando ao Inimigo oportunidade para atacar
o que é nosso e a nós também. O texto de Efésios fala da
ira. Embora seja um sentimento e possa ser justo, se não
agirmos de forma piedosa quando irados, ela pode alojar-se
em nossas emoções e permitir ao Inimigo um ponto de apoio.
O mesmo se aplica a qualquer pecado que não foi lavado
pelo sangue de Jesus. Qualquer pecado que não seja tra-
tado dá a Satanás direitos legais nessas circunstâncias, até
mesmo na vida do cristão.

Se permitirmos que o pecado entre


em nossa vida e não o confessarmos,
deixamos a porta aberta.

Um grande debate doutrinário ao longo da história do


cristianismo é a questão da influência demoníaca na vida
dos verdadeiros cristãos, que nasceram de novo. A maio-
ria dos teólogos não tem problemas com o conceito de que
Satanás tem direito de tentar os cristãos. Entretanto, se ele
não obtém nenhum benefício na vida dos cristãos por meio
do pecado, por que iria nos importunar? Qualquer pessoa
com experiência no campo da libertação sabe que os cristãos
são os principais alvos da demonização, isto é, do ponto de
apoio demoníaco. Isso não quer dizer que a pessoa esteja
possuída por um demónio, mas apenas que uma entidade
demoníaca exerce controle sobre a pessoa, que é influenciada
56 Capítulo 5

ou atormentada numa área específica da vida. A abertura


para a demonização quase sempre é o pecado, quer pessoal,
quer hereditário.2
Assim como o Inimigo pode ganhar um ponto de apoio
em nossa vida por meio do pecado, ele também pode ganhar
um ponto de apoio num território por intermédio do pecado
ali cometido. Em Efésios 4.25-27, a frase "não dêem lugar
ao Diabo" quer dizer que não devemos dar a ele nenhum
ponto de apoio, nenhuma oportunidade. Topos é a palavra
grega para "lugar" nesse versículo. A palavra "topográfica"
deriva-se de topos e quer dizer "lugar", "localidade", "pe-
daço de terra".3 O pecado fornece um ponto de apoio ao
Inimigo — uma posição segura que oferece uma base para
outros avanços ou progressos — para o topos — um lugar,
localidade ou pedaço de terra literal. Do lugar físico em que
Satanás tem um ponto de apoio, ele tenta fazer suas três
coisas favoritas: roubar, matar e destruir (v. João 10.10).
Portanto, a questão relacionada à nossa casa não se limita ao
que possuímos, mas, também, ao que aconteceu nessa casa
ou na terra em que foi construída. Teria acontecido ali algum
pecado que acabou dando lugar — um ponto de apoio — ao
Inimigo? Lembra-se da mulher do capítulo 4, que ficou com
os pelos do braço arrepiados? Ela percebeu que havia um
problema com a terra. Encontrara evidência de que rituais
de ocultismo foram realizados ali. A terra, indubitavelmente,
estava cheia de forças demoníacas que ganharam um ponto

Outros pontos para a demonização: vitimização, rejeição, trauma,


feitiçaria, ocultismo, as irmandades (como a maçonaria) e maldição.
Para um excelente estudo sobre esse assunto no que diz respeito
à questão territorial, v. BECKETT, Bob. Commitment to Conquer.
Grand Rapids: Chosen Books, 1997.
The American Heritage Dictionary of the English Language. 4th
ed., verbete "topographical".
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 57

de apoio ali por causa da adoração profana. Não é de admirar


que os pelos do braço dela ficassem arrepiados!

Profanando a terra

Enquanto qualquer pecado pode ser uma abertura para a


atividade demoníaca, há certos pecados que podem profanar
a terra (ou seja, trazer mácula ou impureza para a terra).
Esses pecados deixam a terra amaldiçoada e particularmente
suscetível aos pontos de apoios demoníacos:

1. Idolatria. Deus odeia a idolatria (v. cap. 3). Assim


como a adoração a Deus traz bênçãos para a terra, a adoração
aos falsos deuses atrai maldições.
2. Derramamento de sangue. Já mencionamos a histó-
ria de Caim e Abel. Podemos observar, nesse relato, que o
derramamento de sangue afetou a terra em que a violên-
cia ocorreu. À medida que o sangue da violência penetra
na terra, "o príncipe do poder do ar" (Efésios 2.2) ganha
direito a essa terra por intermédio da maldição ocasionada
pela violência e pelo derramamento de sangue.
3. Imoralidade. Essa é uma questão que nós, aqui nos
Estados Unidos, temos de levar mais a sério. A "imorali-
dade" transformou-se num termo vago e deixou de ser uma
questão séria para os que estão no poder. Nossa sociedade
passou a acreditar que qualquer pessoa pode fazer aquilo
que achar certo. No entanto, Satanás sabe que todo ato
imoral lhe concede direito legal de se infiltrar na terra e nas
casas. Com o advento da Internet, existe ainda mais acesso
à pornografia e salas de bate-papos. Nada disso é benigno.
O que é feito em segredo pode ter consequências sérias
por meio da profanação dos envolvidos nessas coisas, como
também da terra em que o pecado ocorreu.
58 Capítulo 5

4. Quebra da aliança. Durante o reinado de Davi, houve


uma grande fome na terra. Quando Davi inquiriu o Senhor
sobre a fome, Deus lhe disse: "A fome veio por causa de
Saul e de sua família sanguinária, por terem matado os
gibeonitas" (2 S amuei 21.1). Os gibeonitas eram um povo
que havia firmado aliança com Israel nos dias de Josué, a
qual garantia a segurança deles. Entretanto, Saul quebrou
a aliança quando assassinou um grande número de gibeoni-
tas e planejou o massacre do restante. Em razão disso, a
fome assolou a terra quando Deus retirou sua bênção e o
acesso de Satanás à região foi permitido. A fome não as-
solou a terra de imediato, mas veio apenas quando o novo
rei chegou ao poder. Muitas das casas nos Estados Unidos
foram construídas em terras conquistadas por quebra de
tratados com o povo nativo. Esses tratados desrespeitados
muitos séculos atrás podem profanar a terra e oferecer um
ponto de apoio para o inimigo na terra em que vivem hoje
os estadunidenses]

Questionando-se sobre as causas

Você pode estar se perguntando como podem as forças


demoníacas atormentar um cristão em determinado lugar
se o cristão não cometeu o pecado que deu a essas forças o
direito legal de estabelecer um ponto de apoio ali. É aqui
que você tem de compreender o princípio espiritual de
perdão do pecado:

Segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com


sangue,
igue, e sem derramamento
derramame de sangue não há perdão [do
pecado]. (Hebreus 9.22)
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 59

O princípio é este: nenhum pecado é expiado sem derra-


mamento de sangue. Esse é um princípio do Antigo Testa-
mento, porém válido ainda hoje. A diferença entre o Antigo
e o Novo Testamento é Jesus. Precisamos nos apropriar do
sangue de Cristo, derramado na cruz, para o perdão ou
expiação do pecado. Nosso pecado — e, portanto, o direito
legal de Satanás a um ponto de apoio — continuará intacto
até que o arrependimento ocorra e o sangue de Jesus seja
aplicado sobre esse pecado.

Aterra profanada pelo pecado é como


a alma que foi profanada pelo pecado.

A terra profanada pelo pecado é como a alma que foi


profanada pelo pecado. Sem arrependimento e sem a apro-
priação do sangue de Jesus, o lugar continua profanado e
Satanás tem direito de agir ali. O cristão pode assumir o
controle de um pedaço de propriedade, mas ele sozinho
não poderá livrar-se das trevas espirituais! Qualquer força
demoníaca que tenha um ponto de apoio nesse lugar con-
tinuará a operar ali até ser expulsa por meio do perdão do
pecado, qualquer que seja ele, que, para início de conversa,
deu a ela esse direito.

Descobrindo as necessidades de oração

Antes de tudo, você tem de saber pelo que orar. O pri-


meiro passo, claro, é arrepender-se de quaisquer pecados
que você ou outra pessoa tenha participado — em sua casa
ou em sua terra. Além disso, há duas maneiras de descobrir
o alvo da oração: 1) discernimento espiritual e 2) pesquisa.
60 Capítulo 5

Já discutimos o discernimento espiritual. Lembra-se do


menino Joey, que era atormentado por sonhos em que
crianças eram maltratadas? Há muitas circunstâncias em
que você não conhece a história do lugar e tem de confiar
no Senhor para que ele lhe mostre como orar. Uma per-
gunta importante a fazer enquanto ora é a seguinte: "Qual
é o fruto do problema?". No caso de Joey, os sonhos com
crianças sendo maltratadas era a pista principal. O fruto
sempre está relacionado com a raiz. Permita que o Senhor
preencha as lacunas.
A outra forma de definir o alvo da oração é, na medida
do possível, familiarizar-se com a história da casa ou da
propriedade. Aprofunde o mais que puder sua pesquisa.
Quem, originariamente, era o dono da terra? Fazia parte de
tratados não respeitados com o povo nativo? Quais foram
os donos desde que esse tratado foi desrespeitado? Qual a
reputação dessas pessoas? Há registro de alguma atividade
ilegal ocorrida nesse pedaço de terra? Uma visita à biblio-
teca local e conversas com vizinhos às vezes resultam em
informações pertinentes. Lembre-se: não importa se você
é dono da casa ou se aluga um apartamento. Se você tem o
direito legal de habitar um lugar, então, possui autoridade
espiritual para orar e purificar o lugar.

Orar pela terra

Quando tiver uma ideia sobre qualquer pecado que


possa ter dado um ponto de apoio ao Inimigo em sua casa, o
primeiro passo é fazer uma oração de arrependimento, como
Joan o fez no caso de Joey. Mesmo não sendo você a pessoa
que cometeu o pecado, ainda assim entre na presença de
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 61

Deus em nome de quem quer que tenha cometido o pecado


e peça ao Senhor para que perdoe esse pecado e aplique o
sangue de Jesus nessa terra. Isso se chama "arrependimento
por identificação".
Essa atitude não quer dizer que as pessoas que realmente
cometem pecado não terão de responder perante Deus por
suas ações. Elas terão de fazer isso. O que o arrependimento
por identificação faz é trazer o sangue de Jesus para a situa-
ção, a fim de anular os efeitos contínuos do pecado. Ele fecha
a porta para a ocupação demoníaca na casa. Qualquer força
demoníaca alojada ali por causa de um pecado em particular
pode, nesse momento, receber ordem para sair em nome
de Jesus. As forças demoníacas obedecem porque o direito
legal delas (ligado ao pecado não perdoado) foi removido.
Portanto, podemos orar e convidar o Espírito Santo a entrar
na terra e dedicá-la a Deus. Fazendo isso, poderemos de
fato purificar o pedaço de terra que foi profanado e assim
proteger nossa casa das trevas espirituais.

Podemos orar e convidar o Espírito Santo


a entrar na terra e dedicá-la a Deus.

Em determinadas ocasiões, é bom delimitar a terra. Em


outras palavras, vá até o limite do terreno, depois de tomar
a ceia do Senhor, e declare aos poderes e principados que
agora é você quem tem autoridade sobre aquele pedaço de
terra. Alguns escrevem na cerca versículos bíblicos que lhes
falam ao coração e os inserem nos mourões que delimitam
o terreno. Assim, a Palavra de Deus estabelece os limites,
e você obtém o direito legal e a autoridade para declarar a
sabedoria infinita de Deus contra qualquer força maligna
que atravesse essas fronteiras.
62 Capítulo 5

Retornando para a terra

A própria terra pode lamentar um pecado cometido


sobre o solo. Por essa razão, assim que estivermos cheios com
o Espírito de Deus, o Senhor pode exigir que retornemos
e fiquemos de pé no local da profanação. Uma das coisas
mais difíceis que tive de fazer foi retornar a um lugar em
Galveston, Texas, onde minha família se desestruturou.
A ferida e o trauma provindos desse lugar estavam ligados
profundamente às emoções de minha alma. A única forma
de minhas emoções serem restauradas era voltar àquele
local e ficar em pé no lugar em que o trauma realmente
ocorrera. Na primeira vez que tentei fazer isso, fui assolado
por uma doença. Muitas de nossas enfermidades estão li-
gadas aos traumas.
Minha mãe, minha irmã e eu fomos a Galveston visitar
meu pai, que trabalhava como supervisor num projeto em
alto-mar, no golfo do México. Enquanto estávamos ali, en-
frentamos uma situação terrível que acabou em violência,
um momento de definição em minha vida. Foi um caso de
violência doméstica tão intenso que cheguei a pensar que
não escaparíamos com vida. Estávamos num quarto de hotel
quando o incidente aconteceu. Anos mais tarde, o Senhor
fez com que eu revisitasse aquele quarto a fim de quebrar
a profanação resultante do incidente. Na segunda vez que
tentei fazê-lo, já estava espiritualmente maduro.
Fiquei ali com minha esposa, no quarto de hotel onde
acontecera aquela terrível situação, vinte e cinco anos antes,
e agradeci a Deus por nosso maravilhoso relacionamento.
Depois, pedi perdão por minha linhagem familiar, que pro-
duzira uma atmosfera tenebrosa naquele quarto de hotel.
Pedi perdão pelo sangue que foi derramado ali. Pedi ao
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 63

Senhor para curar o trauma em meu coração, em minha


emoções e na terra em que estava pisando. Pedi, ainda, que
desconectasse o espírito de enfermidade ligado ao trauma
daquela situação. Em razão disso, Deus foi fiel purificando
a terra e possibilitando que a cura em minha vida alcançasse
um novo patamar.

Estadia em hotéis

Uma interessante nota à discussão da terra profanada diz


respeito aos hotéis. Uma grande quantidade de imoralidade
- e quem sabe o que mais — acontece em hotéis, muitas
vezes exatamente no quarto em que nos hospedamos e na
cama em que dormimos. Muitos bons cristãos, inadvertida-
mente, foram expostos à pornografia por meio da televisão
ou de revistas deixadas ali por outras pessoas. Essas coisas
são armadilhas para pessoas inocentes, que ficam aprisio-
nadas a um pecado contínuo. Como nos proteger de um tiro
traiçoeiro do Inimigo quando estamos na estrada?

Uma simples oração pode expulsar os


demónios e impedir que eles nos ataquem.

Quando alugamos um quarto por um período de tempo,


temos, enquanto estamos ali, autoridade espiritual legal
sobre aquela atmosfera. Uma simples oração pode expul-
sar os demónios e impedir que eles nos ataquem enquanto
ocupamos o quarto. Sempre que você entrar num quarto
de hotel, ore e peça a Deus que perdoe quaisquer pecados
de abuso, idolatria, derramamento de sangue, imoralidade,
quebra de aliança, atividades de ocultismo e tudo que possa
64 Capítulo 5

afetar você naquele momento. Depois ore para amarrar


quaisquer forças ligadas a esses pecados, a fim de que não
possam operar enquanto você estiver ali.
Também preste bastante atenção às obras de arte e às
gravuras. Se alguma coisa parecer estranha, anormal ou de-
moníaca, ore para purificar o ambiente dos espíritos malignos
e para que sejam quebradas quaisquer maldições ligadas
àqueles objetos. Separar tempo para orar dessa forma pode
fazer uma tremenda diferença numa viagem!

Andando na terra

O Senhor disse a Josué: "Como prometi a Moisés, todo


lugar onde puserem os pés eu darei a vocês" (Josué 1.3).
Da sola de nossos pés, emitimos vida ou morte, exatamente
como acontece com a língua. Se a glória de Deus é permeada
através de nosso corpo, então, todo caminho sobre o qual
pusermos o pé experimenta essa glória e essa luz. A luz
dissipa as trevas. Portanto, se estivermos cheios de luz, onde
quer que caminhemos as trevas terão de fugir. Quando o
trauma ocorre numa parte de uma casa ou de um terreno,
trazemos a mudança. Ou discernimos onde o trauma está
e pedimos a Deus que nos ensine como trazer cura a essa
propriedade, ou não teremos autoridade para sarar a terra.
A terra e a plenitude dela, daí por diante, será do Senhor.
Somos representantes para fazer com que a terra reflita a
plenitude do plano de Deus:

Então o SENHOR mostrou zelo


por sua terra
e teve piedade do seu povo.
O Senhor respondeu ao seu povo:
Os pontos de apoio para o Demónio nesta terra 65

"Estou lhes enviando trigo,


vinho novo e azeite,
o bastante
para satisfazê-los plenamente;
nunca mais farei de vocês
objeto de zombaria para as nações". [...]
Não tenha medo, ó terra;
regozije-se e alegre-se.
O SENHOR tem feito coisas grandiosas!
Não tenham medo, animais do campo,
pois as pastagens estão ficando verdes.
As árvores estão dando os seus frutos;
a figueira e a videira
estão carregadas. (Joel 2.18,19,21,22)

Eis uma promessa maravilhosa! Ela é dada em meio a


um chamado ao arrependimento. Quando há profanação, se
mudarmos nossa mente e operarmos no espírito de oposição
na terra profanada, veremos essa terra frutificar.
Sua terra pode 'se regozijar!
CAPÍTULO SEIS

ACABANDO COM
AS MALDIÇÕES
HEREDITÁRIAS
Depois de um dia trabalho, decidi caminhar e explorar
a região de New Orleans. Aventurei-me a sair do hotel e
fui visitar um lugar onde a agitação e o entusiasmo nunca
arrefecem. Multidões de visitantes, turistas e habitantes
locais alinhavam-se dos dois lados da Bourbon Street en-
quanto entravam e saíam das lojas, bares, restaurantes e
68 Capítulo 6

estabelecimentos que ofereciam espetáculos de sexo ao vivo.


Pequenos grupos se reuniam em torno de bandas de jazz,
muitos dançando ao ritmo da música. Ouvia uma gargalhada
ocasional, junto com um comentário que parecia em francês.
Enquanto caminhava pela rua, captando toda aquela ativi-
dade, descobri-me parado diante de uma loja. Na vitrine,
havia um belo gato de cerâmica com penetrantes olhos azuis.
O barulho da rua começou a ficar distante à medida que
concentrava minha atenção no gato, que parecia me puxar
em sua direção. A loja estava repleta de coisas estranhas,
muitas das quais usadas em rituais vodus. Nem pensei a
respeito desse tipo de loja; peguei o gato de cerâmica e o
examinei mais de perto. Embora fosse muito caro, achei
que ficaria muito bem na lareira de minha casa.

Influências hereditárias

No capítulo 4 deste livro, contei o resto da história do gato


de cerâmica. Certo dia, o Senhor revelou-me que havia fei-
tiçaria ligada ao gato. Afinal, ele fora comprado numa loja
repleta de itens de vodu. Eu deveria saber disso, mas na
época ignorava os princípios esboçados neste livro. Mesmo
assim, muitos cristãos teriam se esquivado da loja só por
causa da sensação estranha proveniente do lugar. Mas isso
não aconteceu comigo. Na realidade, senti-me atraído pela
loja. Por quê? Por causa das influências hereditárias da minha
linhagem familiar.
As práticas de ocultismo não eram incomuns nas gerações
anteriores de minha família. Já vira o poder do ocultismo em
operação. Lembro-me de uma ocasião em que meu avô e eu
estávamos trabalhando, quando encontramos um vespeiro
no meio de um portal que queríamos atravessar. Ele olhou
Acabando com as maldições hereditárias 69

para a palma de sua mão, falou algo para ela e a levantou;


o resultado foi que todas as vespas caíram ao chão, mortas,
bem diante de nossos olhos! Ele usara o poder do ocultismo
para matar as vespas.
Como poderiam as atitudes de meu avô e de outras
pessoas de minha família ter algo com minha visita a uma
loja suspeita anos mais tarde? Porque eu herdara a fraque-
za em relação aos pecados do ocultismo e da feitiçaria,
transmitidos por meio de minha linhagem familiar. Essa
fraqueza, conhecida como iniquidade, estava em opera-
ção em minha vida quando visitei New Orleans e comprei
aquele gato. Como isso é possível? Êxodo 20.5 tem a res-
posta: "[...] eu, o SENHOR, o teu Deus, sou Deus zeloso, que
castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e
quarta geração daqueles que me desprezam". O pecado não
só afeta a terra (v. cap. 5), mas também a linhagem familiar
por gerações.
Em A voz de Deus, Cindy Jacobs ajuda-nos a com-
preender a iniquidade da forma em que ela se relaciona
com as gerações:

A Bíblia fala desses dois aspectos como duas coisas


distintas. O pecado é basicamente a causa, e a iniquidade
inclui o efeito. A iniquidade hereditária trabalha da seguinte
forma: um pai ou uma mãe pode cometer um pecado, como
o envolvimento com o ocultismo ou o pecado sexual, e isso
produz uma maldição. Essa maldição causa a iniquidade ou
fraqueza hereditária que passa de uma geração para a outra.
Eis aqui um exemplo que pode clarificar esse processo.
Uma mulher grávida é submetida a uma radiografia, e a
criança que ainda não nasceu fica deformada. A criança
não pediu a radiografia e é uma vítima dela, mesmo assim
é afetada pelos raios X. O pecado, como os raios X, danifica
70 Capítulo 6

gerações. Esse é um pensamento apavorante e deve fazer


com que o temor do Senhor se manifeste em nosso íntimo,
antes de cometermos pecado.1

Padrões iníquos
Você já notou, por exemplo, que o alcoolismo, o divórcio,
a preguiça ou a ganância tendem a ser um problema em al-
gumas famílias? Esses comportamentos não dizem respeito
apenas a comportamentos aprendidos. São manifestações
da iniquidade que passam de uma geração para outra, ou
seja, são padrões iníquos. Sem dúvida, há casos isolados de
pecado, que parecem não ter relação alguma com as gerações
anteriores. Nesse caso, um novo padrão de iniquidade pode
se iniciar numa família, se esse pecado em particular não
for corrigido diante de Deus. Com isso em mente, se você
começar a olhar à sua volta ficará surpreso com a quanti-
dade de padrões de iniquidade que poderá encontrar em
sua linhagem familiar.2

Espíritos hereditários
Por meio do pecado e do padrão iníquo, um espírito
hereditário controla determinada pessoa numa determi-
nada família. O pecado é uma abertura pela qual as forças
demoníacas trabalham nas gerações subsequentes de uma
família por meio da iniquidade produzida. Elas conhecem
as fraquezas familiares e, portanto, estimulam, tentam ou
seduzem os membros da família para que cedam a essa

JACOBS, Cindy. The Voice of God. Ventura: Regai Books, 1995,


p. 64 [A voz de Deus. São Paulo: Abba Press, s.d.].
PIERCE, Chuck D.; SYTSEMA, Rebecca Wagner. Possessing Your
Inheritance. Ventura: Regai Books, 1999, p. 172-173.
Acabando com as maldições hereditárias 71

fraqueza ou pecado relacionados a ela. Os espíritos desig-


nados para uma família são chamados "espíritos familiares'.
Alguns estão na mesma família há muitas gerações.3

O pecado é uma abertura pela


qual as forças demoníacas trabalham
nas gerações subsequentes.

Maldições hereditárias
"Maldição" é definida como a causa do mal, do infortúnio
ou das desgraças.4 John Eckhardt, das Crusaders Ministries
[Ministérios das Cruzadas], assim define maldição:

Maldição é a paga de Deus na vida de uma pessoa e de


seus descendentes por causa da iniquidade. A maldição
causa tristeza no coração e permite a entrada legal dos
espíritos demoníacos numa família, pela qual eles podem
efetuar e perpetuar os artifícios perversos.5

John Eckhardt relaciona os sete indícios mais comuns


de uma maldição: problemas financeiros crónicos, doenças
crónicas, problemas com as mulheres (eu acrescentaria
esterilidade, por parte do marido ou da esposa), tendência
a sofrer acidentes, problemas conjugais, morte prematura
e doença mental. Ele acrescenta à lista mal-entendidos

Ibid., p. 174.
Curse, The American Heritage Dictionary of the English
Languaee.
t» o
ECKHART, John. Identifying and Breaking Curses. Chicago:
Cruzaders Ministries, 1995, p. 1.
72 Capítulo 6

e abusos sofridos por outras pessoas, como, também, a


tendência de andar a esmo.6
Essas maldições são produzidas por causa da lei da semea-
dura e da colheita. Quando um pecado em particular domina
as gerações de uma família, a maldição hereditária é parte
dos efeitos desse pecado.7

Pecados hereditários e suscetibilidade à iniquidade


Há certas coisas visíveis em nosso histórico familiar que
podem nos ajudar a identificar os problemas que estarão
nos afetando. Em A voz de Deus, Cindy Jacobs identifica
quatro coisas que nos tornam especialmente suscetíveis ao
pecado e à iniquidade hereditária:

1. Envolvimento com ocultismo e feitiçaria. Qualquer


coisa que retire seu poder de uma fonte que não seja Deus
é de natureza demoníaca e pode produzir problemas nas
gerações subsequentes.
2. Sociedades secretas. Nelas incluem-se a maçonaria,
a Estrela do Oriente e os Shriners [os do Santuário]. Os
membros dessas sociedades secretas fazem votos que, na
verdade, acabam por amaldiçoar a eles e às famílias deles.8
Se você ou um ancestral envolveu-se com a maçonaria, veja
o apêndice A deste livro.
3. Roubo ou defraudação a Deus. Se você retiver seu
dízimo (10%) e não o estiver entregando a Deus, a Bíblia
diz que isso é roubar ao Senhor e que, em razão disso, uma

Ibid., p. 10.
PIERCE & SYTSEMA, op. cit., p. 175-176.
Para um estudo mais profundo sobre a maçonaria, recomendamos
a leitura do capítulo 10 de Noel & Phyl GIBSON, Evicting Demonic
Intruders (West Sussex, England: New Wine Press, 1993).
Acabando com as maldições hereditárias 73

maldição cairá sobre sua casa (v. Malaquias 3.8,9]. Essa mal-
dição muitas vezes se manifesta como problema financeiro,
até mesmo a pobreza, e pode ser passada de uma geração
para a outra.
4. Escravidão. A escravidão, com frequência, é passada
ao longo das gerações de uma família. Dean Sherman de-
fine escravidão da seguinte forma: "Se continuarmos com o
hábito de pecar, podemos nos tornar escravos desse pecado.
Escravidão quer dizer que há um elemento sobrenatural para
nosso problema. O Inimigo agora tem poder em relação a
uma função de nossa personalidade".9

O problema dos objetos

Que relação têm as influências desses problemas he-


reditários com a proteção da sua casa das forças das trevas?
Conforme discutimos no capítulo 3, os objetos que você
possui podem representar um ponto de apoio para as forças
demoníacas entrarem em sua vida. Esses objetos também
representam padrões iníquos ou maldições hereditárias e
podem ser o esconderijo dos espíritos hereditários. Foi o
caso do gato de cerâmica. Ele representava uma fraqueza
em minha família, a saber, a tendência a ser atraído por obje-
tos ligados ao ocultismo (como explicamos no capítulo 3, os
gatos de cerâmica, em geral, não estão ligados com as forças
demoníacas, mas aquele gato em particular estava). Peça ao
Senhor que comece a mostrar-lhe as iniquidades hereditárias

SHERMAN, Dean. Spiritual Warfare for Every Christian. Seattle:


Frontline Communications, 1990, p. 107 [Batalha espiritual para
todo cristão. Venda Nova, MG: Betânia, 1993]; JACOBS, op. cit.,
p. 65-67.
74 Capítulo 6

de sua família e os objetos que você possui que podem estar


ligados a essas iniquidades.

O problema com as relíquias de família

Tudo que você herdou de seus avós tem de ser destruído?


Claro que não! A questão é determinar quais itens estão liga-
dos a padrões iníquos, maldições hereditárias ou impiedade
e depois remover esses objetos de sua casa. Releia a lista de
objetos suspeitos, no capítulo 3.
Livrar-se de algo que você comprou é uma coisa, mas
destruir algo que lhe foi passado é outra coisa muito distin-
ta. As pessoas, em geral, não estão dispostas a abrir mão de
algo que pertenceu a um ancestral, por sentimentalismo,
orgulho familiar ou necessidade de honrar os antepassados,
o que é comum, especialmente nas culturas asiáticas que
acreditam em espiritismo.
O espiritismo é a comunicação com forças demoníacas
ligadas aos mortos. O espiritualismo é a crença de que os
mortos sobrevivem como espíritos e podem comunicar-se
com os vivos. Muitos apegam-se a um objeto porque sentem
que ele os liga a alguém que já morreu. Nesse caso, o objeto
é mais que uma lembrança de um ente querido. Torna-se um
meio de manter o contato espiritual com a pessoa morta.
Na realidade, a relíquia não representa a manutenção de
um vínculo com quem já morreu, mas acaba por ligar-se a
um espírito familiar que desfruta o acesso à casa de quem
alimenta essa ilusão.

Precisamos descobrir que forças tenebrosas


estamos permitindo entrar em nossa casa
mediante as relíquias da família.
Acabando com as maldições hereditárias 75

Precisamos descobrir que forças tenebrosas estamos


permitindo entrar em nossa casa por meio das relíquias
da família. Esses objetos honram a Deus, ou nos mantêm
aprisionados à maldição ou ao espírito hereditário? Pode-
mos alcançar o destino que Deus traçou para nós enquanto
permitimos aberturas às forças demoníacas em nossa casa?
Que efeitos esses objetos exercem sobre nossos filhos? Nossa
maior responsabilidade é honrar as gerações passadas ou
moldar as novas? Talvez seja difícil abrir mão de algumas
coisas, mas essas perguntas dão a justa medida de nossas
posses; portanto, devemos fazer isso não só na mente, mas
também diante de Deus, em oração.
Se você ainda não está convencido sobre que atitude
tomar ou tiver alguns questionamentos sobre a causa e o
efeito do pecado hereditário, talvez deva ler nosso livro
Possessing Your Inheritance [Possuindo sua herança] (Regai
Books, 1999), que contém uma explanação profunda sobre
o assunto.

Um medalhão com um cacho de cabelo

Nossa família tem uma amiga, Penny Jackson, que mora


em Houston. Ela decidiu vir nos fazer uma visita de fim
de semana. Por saber que nossa igreja tem um ministério
de libertação, ela resolveu usar esse tempo para, também,
procurar e rever questões em sua vida que poderiam obstruir
seu futuro. Eis aqui o testemunho da libertação dessa amiga:

Recentemente, antes de ter decidido receber minis-


tração em Denton, estava preenchendo um questionário
que perguntava sobre meus laços familiares, interesse pelo
ocultismo no passado, e assim por diante. À medida que
76 Capítulo 6

preenchia o questionário, o Senhor despertou-me com


firmeza para uma peça de joalheria que meu pai me dera
alguns anos atrás — na verdade, há trinta anos ou mais.
Ele sabia que eu adorava jóias antigas e deu-me um anel
de opala que comprou numa loja, no centro da cidade de
Dálias. Provavelmente, era um anel de homem, com uma
bela opala bem no centro, rodeada por esmalte. Na parte
interna do anel, estava inscrito "25 de março". Senti-me
impulsionada a me desfazer do anel depois de ouvir um
ensinamento sobre objetos. (Mal consigo lembrar agora a
ocasião.)
Outra jóia que ele me deu foi um medalhão, comprado
na mesma loja. O medalhão era de ouro, estava gravado com
desenhos florais e pássaros e tinha as iniciais do nome de
alguém. O que chamava a atenção era que também estava
gravado o seguinte: "Um presente de aniversário, março
25/60". Havia um cacho de cabelo preservado sob uma
peça de vidro espessa. Como a loja vendia antiguidades
provenientes da Inglaterra no século XIX, deduzi que o
número "60" referia-se ao ano de 1860.
Na época, por não saber o que sei agora sobre as coisas
espirituais, comecei a pensar que 25 de março era uma data
importante para mim. O fato de haver pegado o buque da
noiva, num casamento realizado no dia 25 de março, logo
depois de ganhar o medalhão não serviu para mudar meu
pensamento. Felizmente, com o passar dos anos, aprendi
bastante sobre as coisas do Espírito e percebi que o Senhor
não tinha lugar nesses "dias de sorte". Arrependo-me dessa
forma de pensar.
De fato, não usei muito o medalhão, nem prestei atenção
até há pouco tempo, numa noite em que o Senhor, de forma
clara, chamou minha atenção para esse objeto. Quando loca-
lizei o medalhão e o peguei, uma estranha sensação tomou
Acabando com as maldições hereditárias 77

conta de mim. Senti que o Senhor, de forma clara, estava


querendo que eu tomasse uma atitude em relação àquele
objeto. Assim, embrulhei-o e o apresentei na reunião de
ministério. Quando o mostrei a Chuck, ele de imediato
sentiu o que senti quando o peguei. Era apenas um arrepio.
Não sei descrever a sensação de outra forma.
Quando fui para minha ministração, levei o medalhão.
Nós o colocamos sobre a mesa, mas não fizemos nada. As
duas mulheres que ministravam a mim também sentiram
algo estranho em relação a ele. Na noite anterior, sentira
vontade de abri-lo para ver se havia algo por trás do pano
sobre o qual repousava o cacho de cabelo. Quando, por
fim, conseguimos abri-lo e retiramos o cacho de cabelo
com uma pinça, uma presença poderosa invadiu o quarto.
Não havia nada por trás do cacho de cabelo, mas o próprio
cabelo fez com que tivéssemos uma forte sensação sobre-
natural — tão ruim, na realidade, que tivemos de retirá-lo
do prédio da igreja.
Chuck lembrou-me da relevância do cabelo. O cabelo
tem o DNA do indivíduo. É comum, nos rituais de feitiçaria
ou de magia, que se lancem maldições sobre cabelo e de-
pois o plantem na cabeça da pessoa amaldiçoada. Uma das
mulheres sentiu que uma maldição ligada a uma afeição
exagerada fora posta sobre aquele cacho de cabelo. Inde-
pendentemente do que tudo aquilo representava, sabíamos
que aquele cacho de cabelo não era algo de Deus.
Existem algumas razões para a atração de meu pai pelas
duas jóias. Ele nem mesmo sabia, se a memória não falha,
que as duas jóias tinham a mesma data gravada nelas.
Os que participaram da sessão de libertação discutiam
como tal conhecimento acerca de um objeto poderia fazer
com que um curso de ação fosse estabelecido no reino
espiritual. Chuck sugeriu que eu ficasse com o medalhão
78 Capítulo 6

até conseguir ouvir tudo que o Senhor tinha a dizer sobre


o objeto. A sensação causada pelo medalhão definitivamente
melhorou — ficou melhor, não maravilhosa. Quando voltei
a Houston, comecei a fazer pesquisas sobre a data de 25
de março. Chequei os registros familiares e não encon-
trei nada que tivesse acontecido nesse dia. Depois, fui
pesquisar na Internet e descobri que o dia 25 de março é
o chamado Lady Day, o dia da anunciação, o dia em que
se costumava celebrar o Natal até ser transferido para
dezembro. Entretanto, o dia 25 de março continuou a
ser o dia de celebração dos adoradores da deusa, porque
marcava exatamente nove meses antes do nascimento de
Cristo — portanto, o dia da concepção. Isso acontecia
durante a primavera no Hemisfério Norte, o período em
que as culturas pagãs celebram o retorno da primavera,
estação também relacionada à deusa, creio eu. Portanto,
é uma data de grande relevância espiritual. Havia também
um rito pagão que ocorria em março, no qual os partici-
pantes, em adoração, representavam a união sagrada entre
o homem e a mulher e a importância que igualmente isso
tem na religião.
Ainda estou questionando Deus sobre o medalhão.
Sinto que, no momento certo, quando tiver uma revelação
clara, acabarei por me desfazer do objeto, e ele não fará
mais parte de minha vida. Qualquer que seja o ciclo que
esse anel represente será quebrado, e uma nova dimensão
do destino será liberada para mim.'°

Depois de ler este capítulo, o Senhor poderá abrir seus


olhos para muitos objetos em sua casa e fazer com que você

10 Mensagem de e-mail enviada a Chuck, 19 abr. 2004.


Acabando com as maldições hereditárias 79

os analise. Assim como aconteceu com Penny, que não


teve pressa em tomar uma atitude com o medalhão, você
também não deve precipitar-se. Espere que Deus revele
a você a questão real que existe por trás do objeto. Trate
apenas do que Deus está tratando em sua vida e em sua
casa. O Senhor Jesus Cristo já pagou o preço para que você
seja totalmente livre. Não tenha pressa e permita que
o plano redentor que ele tem para você seja plenamente
amadurecido.
CAPÍTULO SETE

PROTEGENDO
NOSSOS FILHOS DAS
TREVAS ESPIRITUAIS
Aquele que teme o SENHOR possui uma fortaleza
segura, refúgio para os seus filhos.
(PROVÉRBIOS 14.26)

Já examinamos muitas questões que permitem às trevas


espirituais entrar em nossa casa. O objetivo deste capítulo é
82 Capítulo 7

ajudar os pais a compreender algumas questões que dizem,


especificamente, respeito aos filhos. Assegurar a liberdade es-
piritual de seus filhos é um passo importante para proteger
sua casa das trevas espirituais.

A importância da ordem

Agora que já discutimos, brevemente, o pecado heredi-


tário, passaremos a analisar a ordem de Deus para a família,
principalmente para as crianças.
Larry Christenson escreve:

O segredo da boa vida em família é extremamente


simples: cultivar os relacionamentos familiares com Jesus
Cristo. Não existe fase da vida familiar que possa ser dei-
xada de fora desse relacionamento. Não existe fase da vida
familiar fora desse relacionamento. Não existe problema
enfrentado pela família que não encontre solução no escopo
desse objetivo.1

A forma mais importante de cultivar os relacionamentos


familiares com o Senhor é estabelecendo a ordem divina
em sua casa. Essa ordem diz respeito ao relacionamento e
à autoridade.
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, encon-
tramos uma declaração essencial sobre os relacionamentos
dos filhos — obedecer aos pais, pois isso agrada ao Senhor
e permite que os filhos tenham vida longa (v. Êxodo 20.12;
Colossenses 3.20). O relacionamento da criança com o Pai,

CHRISTENSON, Larry. The Christian Family. Minneapolis: Bethany


House Publishing, 1970, p. 15.
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 83

com Jesus e com o Espírito Santo, em geral floresce e pros-


pera na proporção direta da obediência dela aos pais. Se você
conseguir ensinar seus filhos a obedecer, como recomenda
Hebreus 12, eles não só serão crianças cheias de alegria e
liberdade, mas também amadurecerão e se tornarão adultos
cheios de fé.
A palavra "ordem" quer dizer comandar ou dar ordens
a fim de que um certo resultado seja obtido. "Ordem"
também significa a hierarquia de posição e grau, resultando
na derradeira realização, de forma que haja paz na pessoa
e no ambiente. 2 A palavra, portanto, diz respeito tanto
o relacionamento quanto a autoridade -- exatamente as
mesmas coisas que precisamos cultivar nos relacionamentos
familiares em relação a Jesus. A ordem cria limites. Acredito
que o essencial para a vida das crianças é mostrar-lhes os
limites que foram estabelecidos para a prosperidade delas.
Esses limites incluem a conscientização de que alguns obje-
tos podem dar lugar ao Inimigo, que anseia roubar a paz
e a prosperidade das pessoas desde a infância. Portanto, é
fundamental que ensinemos às crianças a remover qualquer
coisa que viole os limites e possa resultar no declínio da paz
e da prosperidade.
O propósito de Deus é que sejamos íntegros. Quanto
antes ensinarmos isso aos nossos filhos, melhor será a situa-
ção deles. Em ITessalonicenses 5.23, lemos: "Que o próprio
Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito,
a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis
na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". Acredito que esse
deve ser o objetivo de todos os pais para seus filhos.

Order, The American Heritage Dictionary of the English


Language.
84 Capítulo 7

Questões hereditárias na vida da criança

Com o fundamento que estabelecemos para as questões


hereditárias, no capítulo 6, analisemos novamente essas
questões em relação à ordem na vida da criança. Como a
iniquidade hereditária pode ser passada de uma geração
a outra (v. Êxodo 20.5), acredito que seja importante procu-
rar os padrões da iniquidade hereditária na vida da criança.
Para fazer isso, temos de observar as atitudes dela e
prestar atenção aos itens que são atraentes para ela. Um
sintoma básico é se a criança demonstra algum comporta-
mento compulsivo, um vício na mais tenra idade. Em alguns
casos, o apetite fica fora de controle. Em outros, há sinais
de comportamentos extremados e padrões compulsivos. Os
pais, com frequência, libertam-se das maldições hereditárias
depois que um padrão semelhante aparece nos filhos. Por
exemplo, o pai ou a mãe pode ser uma pessoa dissimulada,
mas, por meio do sangue de Jesus e da disciplina espiritual,
esse pai ou essa mãe supera o problema apenas para desco-
brir que seu filho ainda continua com a falsidade. Podemos
superar uma iniquidade hereditária a qualquer hora, e
isso enfraquece o padrão iníquo na linhagem hereditária.
Acredito que, depois de abandonarmos uma iniquidade
hereditária, ela pode reaparecer de forma atenuada.

Os pais, com frequência, libertam-se das


maldições hereditárias depois que um padrão
semelhante aparece nos filhos.

Minha esposa, Pam, e eu temos cinco filhos. Nós dois


tivemos uma infância difícil e podemos mencionar heranças
boas e ruins. Embora tenhamos quebrado muitas iniquidades
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 85

e maldições hereditárias em nossa vida, não parto do pres-


suposto de que os padrões foram totalmente aniquilados.
Observamos nossos filhos o tempo todo a fim de identificar
padrões recorrentes do que sabemos ter existido nas gera-
ções anteriores.
Esse princípio aparece ao longo de toda a Palavra de Deus.
Quando Josué, por exemplo, entrou na terra prometida, ele
derrotou muitos de seus inimigos, mas não todos. Alguns
ainda continuaram na terra. Depois, vemos Davi, quatro
gerações posteriores, expulsando os jebuseus da terra. Pre-
cisamos ter consciência desse princípio, no que diz respeito
a nossos filhos.

Compartilhando experiências do Lar de Crianças


No início da década de 1980, Pam e eu tivemos o privi-
légio de administrar uma das maiores casas transitórias para
menores no Texas. Essa casa abrigava crianças provenien-
tes de famílias desestruturadas, muitas delas, prestes a se
tornar delinquentes juvenis, porque a ordem na vida delas
fora desestruturada por causa da unidade familiar disfun-
cional. Aprendemos lições preciosas acerca da restauração
da inocência da criança, resultando na restauração de seu
futuro. Acredito que compartilhar algumas dessas experiên-
cias ajudará você a detectar o comportamento demoníaco
nas crianças.
Um garoto de 13 anos, que amávamos muito e por quem
éramos responsáveis, tinha problemas sérios com pornografia
e compulsão sexual, muito mais graves que a curiosidade
normal pelo sexo. Tínhamos autoridade naquela casa de
campo onde ele morava e, também, quando ele veio para
nossa casa. Portanto, sabíamos que Deus nos dera autoridade
e influência para restaurar a ordem divina na vida daquele
garoto.
86 Capítulo 7

Estabelecemos limites para ele. Explicamos os malefícios


da pornografia. Sempre que se mantinha dentro desses limi-
tes, ele ficava bem. Entretanto, toda vez que rejeitava nossa
autoridade, caía nos mesmos padrões de pecado — ganhando
acesso a materiais pornográficos. Pam e eu começamos a
implorar a Deus pela libertação do menino. Precisávamos
encontrar, na vida dele, o ponto de entrada que dava às forças
demoníacas o direito de influenciá-lo e mante-lo aprisionado
aos materiais pornográficos.
Por fim, aprendemos que ele foi concebido fora dos laços
do casamento e que nasceu num ambiente pervertido. Foi
criado sem o pai e as figuras masculinas que apareceram
em sua vida eram exemplos de masculinidade pervertida.
Esses fatos ajudaram-nos a orar, com grande sucesso, por
sua libertação. A verdade é que, às vezes, precisamos ver
como os objetos pelos quais nossos filhos se sentem atraídos
estão ligados a padrões iníquos em sua linhagem hereditária.

A verdade é que, às vezes, precisamos ver


como os objetos pelos quais nossos filhos
se sentem atraídos estão ligados a padrões
iníquos em sua linhagem hereditária.

Infiltrando-se nos limites


Como no caso desse menino, é importante saber como
os demónios entram para que possamos obter autoridade
para expulsá-lo. Considere, por exemplo, a história da
mulher com o espírito de enfermidade, que a levou a an-
dar encurvada (v. Lucas 13.10-13). A Bíblia afirma que ela
estava encurvada havia dezoito anos. Isso quer dizer que
antes ela era liberta, mas que, em algum momento de sua
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 87

vida, Satanás começou a causar-lhe sofrimento. É possível


olhar em retrospectiva para a época em que havia liberdade
e descobrir quando e onde o Inimigo obteve acesso à sua
vida. Se a pessoa nunca foi livre, temos agora autoridade,
por intermédio de Jesus, para estabelecer essa libertação.
Acredito que toda geração tem de sobrepujar a anterior.
Quero que meus filhos estabeleçam uma glória maior, dentro
de suas fronteiras, do que a que tenho. Entretanto, também
sei que o Inimigo quer se infiltrar nas fronteiras deles a fim
de não só torná-los cativos, mas também fazer com que o
terreno que conquistamos seja perdido. Por saber que as
coisas acontecem dessa maneira, estou sempre lutando
para proteger a ordem na vida de meus filhos até que eles,
por si mesmos, estabeleçam a autoridade de Deus. Sempre
revejo os limites e a ordem na vida deles de acordo com os
seguintes aspectos:

1. A linhagem hereditária.
2. O pecado pessoal deles. Lembre-se, crianças são
crianças - - nasceram degeneradas e com livre-arbítrio.
Obviamente, tento desviá-las do pecado. Todavia, sempre
que vejo meus filhos escolhendo o pecado, busco as con-
sequências desse pecado na vida deles. Em seguida, explico
por que eles estão sofrendo essas consequências de forma
que, em seu íntimo, possam desenvolver o ódio por esse
pecado.
3. Atividades de ocultismo. Busco qualquer poder do
oculto que tenha influência na vida de meus filhos. A palavra
"oculto" quer dizer apenas escondido.3 Acho que Satanás
cria o engano e esconde da criança a verdade sobre o pecado.
Minha tarefa é expor o pecado pelo que ele é.

3
Occult, ibid.
88 Capítulo 7

4. Raízes de amargura e inclemência. Uma das crianças


pelas quais Pam e eu somos responsáveis, na casa transitória
para menores, tinha muito potencial. Acredito que toda
criança tem potencial, mas essa era ímpar. Entretanto, o
menino era repetente na escola e "cabulou" aulas por dois
meses. Tinha grandes problemas. O Senhor, muitas vezes,
revelou para mim o que o garoto trazia consigo. Às vezes,
tinha drogas, outras vezes, armas. Ele, por fim, foi pego com
drogas e, quando eu lhe contei a punição decidida pelas
autoridades da escola, rebelou-se de forma violenta.
O Senhor mostrou-me uma raiz de ódio e assassinato
em seu íntimo. Ele pertencera a uma boa família, que se
desestruturou por causa da infidelidade do pai. A amargura
causada por essa perda estava profundamente arraigada.
Lembro-me da noite em que, por fim, lidamos com a raiz
da amargura. Ele, de imediato, aceitou ao Senhor como
seu Salvador; sua vida e seu semblante mudaram de forma
repentina e radical. O garoto trouxe muitas e muitas coisas
até mim, que representavam sua natureza passada e a amar-
gura que existia nele.

Ataque às crianças
Quando atacam as crianças pequenas, as forças demo-
níacas, em geral, atormentam-nas por intermédio do medo.
Frank e Ida Mae Hammond, em seu excelente livro A Ma-
nual for Childrerís Deliverance [Manual para a libertação
de crianças], dizem:

Os perturbadores noturnos são comuns: o medo do


escuro, o medo de ser deixado sozinho ou o medo de que
"algo está prestes a pegar você". Encontramos esses medos
enraizados nos programas de televisão, nas experiências
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 89

aterrorizantes, no tratamento abusivo e em brinquedos e


objetos no quarto da criança.4

Quando a criança demonstra medo de algo em seu


quarto, investigue para descobrir a fonte desse medo. Pode
ser algo tão simples quanto uma sombra lançada por um
animal de pelúcia. Nesse caso, elimine a sombra mudando
o brinquedo de lugar. O medo também pode estar pre-
sente por causa de algum item escondido que precisa ser
descoberto. Faça uma lista de procedimentos para ajudar
a criança. Dedique tempo "conversando" sobre os medos
que ela sente. A criança, por ter mais consciência do que
a perturba, pode apontar exatamente o item. Permita
que ela separe os brinquedos, jogos, músicas, gravuras e
livros para mostrar a você o que a irrita.
Entretanto, as crianças nem sempre identificam a fonte
de seus problemas, e é aí que precisam de sua ajuda. Eis
aqui uma lista de itens que você tem de examinar:

1. Jogos com temas de ocultismo ou artes marciais


2. Pósteres ou gravuras com imagens do ocultismo ou
amedrontadoras
3. Livros com imagens atemorizantes, quer no corpo do
livro, quer na capa
4. Livros de ocultismo ou de origem duvidosa
5. Brinquedos ou outros itens de natureza apavorante ou
ocultista5

HAMMOND, Frank D.; MAE, Ida. A Manual for Children's


Deliverance. Kirkwood: Impact Christian Books, 1996, p. 81.
V A Manual for Children's Deliverance para uma lista mais com-
pleta dos jogos e brinquedos com os quais você tem de tomar
cuidado.
90 Capítulo 7

Cuidado: muitos pais preocupam-se com a imaginação


dos filhos. Há uma diferença entre imaginação criativa, um
dom de Deus, e fantasias com o ocultismo. Já vi muitos
pais prejudicarem o desenvolvimento da criatividade prove-
niente de um dom divino ao "jogar fora o bebé junto com a
água suja". Não se torne legalista com seu filho. Isso apenas
impedirá que a criatividade de Deus se manifeste na vida
da criança. Pode também resultar em empobrecimento da
mentalidade.
Você entenderá a diferença ao ver como a imaginação
de seu filho afeta o comportamento dele. Seu filho fica
obcecado com as fantasias que tem? Essas fantasias estão
arraigadas em violência ou em raiva? Aqui entra o senso
comum dos pais. Lembre-se de que a formação da cons-
ciência de uma criança é importante. Você deve inculcar
o caráter moral na criança, não o legalismo. Acho sempre
melhor apresentar aos meus filhos a escolha correta, em
vez de lhes impingir uma escolha.
Quanto a ensinar a criança sobre discernimento espiritual,
eis um bom conselho:

As crianças podem compreender facilmente as realida-


des do conflito espiritual, e devemos ensiná-las como fazer
a parte delas na caminhada com Jesus. Mas é imperativo
que essas verdades sejam transmitidas com sabedoria para
que não se dê espaço ao medo do inimigo. A realidade de
Jesus ser Senhor e Satanás um derrotado tem de ser com-
partilhada com as crianças. Concentre-se sempre no amor,
no poder e na glória do Senhor Jesus Cristo. Permita que
as crianças cresçam conscientes acerca de Cristo.6

POWELL, Graham; Shirley. Christian, Set Yourself Free. Kent,


England: Sovereign World Ltda, 1983, p. 165.
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 91

Estendendo as fronteiras
À medida que as crianças vão crescendo, os pais têm
de estender as fronteiras. Toda vez que você as estende,
tem de permitir que a criança estabeleça nova autori-
dade e responsabilidade dentro dessas novas fronteiras.
Portanto, você tem de observar as novas influências que
vieram para a vida da criança. Isso pode ser difícil para
os pais que querem que os filhos continuem inocentes e,
assim, não os preparam para discernir as influências malé-
ficas com as quais se defrontarão.
A música é um exemplo. Um de nossos filhos foi assistir
a Godzilla e, com seu dinheiro, comprou a trilha sonora.
Cerca de uma semana depois, estava falando com ele sobre
o filme (ao qual nunca assistiria, para início de conversa)
enquanto ouvíamos a trilha sonora. Ouvi uma música, que
achei horrorosa, tentei discutir a canção e analisar com meu
filho a letra da música. Ele resistiu, então pedi ao Senhor
que lhe mostrasse o perigo. Algumas noites depois, ele foi
visitado por uma presença maligna, bastante tangível. A
força maligna tinha o matiz expresso na trilha sonora. Por
isso, ele sabia que a presença maligna estava ligada ao CD
que comprara. Ele, de imediato, confessou esse pecado à
sua mãe e a mim e destruiu o CD. A presença maligna,
com esse ato de obediência, saiu de perto de meu filho.
Embora ainda tenha experiências com algumas músicas,
ele agora compreende que o poder maligno pode habitar
uma música e, portanto, exercita um discernimento que
não possuía antes dessa experiência.

A bola 8 mágica

Meu filho Isaac certa vez usou sua mesada para comprar
o que é conhecido como a bola 8 mágica. Você faz uma
92 Capítulo 7

pergunta e a chacoalha, então a resposta salta no olho da


bola. Essa é apenas outra forma de "mau-olhado" que seduz
as crianças.
Fui ao quarto dele e disse-lhe que comprara um objeto
ligado ao ocultismo. É claro que ele retrucou: "Papai, você
acha que tudo é maléfico!". Pedi ao Senhor que me ensinasse
a lidar com a situação. Deixei o quarto dele e orei para que
Isaac enxergasse a força demoníaca por trás daquele objeto.
Alguns dias depois, um medo desconhecido apoderou-se
dele. Ele assistiu, com nossos filhos mais velhos, a uma parte
de um filme que realmente o afetou. Entretanto, esse medo
ultrapassava qualquer medo natural. Sua irmã pediu perdão
por permitir que ele assistisse àquelas cenas impróprias para
sua idade. Ele também pediu perdão.
Todavia, ele continuou a sentir medo. Contou-me que, no
meio da noite, sentia como se algo o estivesse observando.
Ele sabia que era por causa da bola 8. Entretanto, eu estava
esperando o Senhor lidar com ele em relação ao assunto.
Três dias depois, ele me procurou com uma atitude decidida.
Pediu-me que o ajudasse a destruir a bola 8, e fiz isso. Naquela
noite, ele dormiu muito bem.

Coisas ocultas reveladas


À medida que as crianças vão crescendo, é comum que
se envolvam em atividades que preferem esconder dos pais.
O Espírito Santo, entretanto, tem o poder de lhes revelar
as coisas escondidas. Foi outra lição que aprendi enquanto
trabalhava na casa transitória para menores. Havia um me-
nino que me lembrava o Eddie Haskell, do seriado Leave
It to Eeaver [Deixe tudo com o Beaver]. Ele conseguia ser
um anjo, mas tinha um lado que exigia cuidados.
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 93

O Espírito Santo pode revelar coisas


escondidas que podem ser perigosas
para seus filhos.

Uma vez por mês, as crianças podiam, se quisessem,


voltar ao convívio da família. Essas visitas causavam muitos
problemas, porque eles abandonavam um ambiente piedoso
para mergulhar num contexto que era a origem de seus
problemas. Num fim de semana, "Eddie Haskell" decidiu
voltar para casa. Pam e eu, naquele domingo, fomos à igreja,
como de costume. Durante o culto, houve um chamado
para que as pessoas se aproximassem do altar. Quando me
aproximei, o Senhor revelou-me que nosso Eddie estava
voltando para casa com uma bolsa de brim, como aquelas
usadas pelos soldados. O Senhor também nos revelou tudo
que havia dentro daquela bolsa.
Quando o garoto voltou, naquela tarde, contei-lhe o
que o Senhor me mostrara no altar. Em seguida, enumerei
tudo que havia na bolsa, até os CDs de rock, a cocaína e a
maconha. Nosso Eddie ficou branco como papel. Eu estava
certo em todos os detalhes. Ele arrependeu-se de imediato
e, mais importante, ele viu o poder que Deus tem para
revelar o desconhecido.
O Espírito Santo pode revelar coisas escondidas que
podem ser perigosas para seus filhos. E isso, às vezes, é
necessário quando educamos nossos filhos. Portanto, ouça
o Espírito Santo e atenda à sua voz..

Conclusão

Educar filhos é uma das tarefas mais difíceis no mundo


de hoje, cheio de forças sedutoras e tentadoras. Gostaria que
94 Capítulo 7

tivéssemos mais percepções e um método com os passos l,


2 e 3 para ajudar você. Entretanto, uma coisa que apren-
demos com nossos filhos é que não devemos nos ater aos
detalhes menores, pois podemos ficar tão entretidos com
eles, querendo que tudo saia perfeito, a ponto de esquecer
o quadro geral da obra que Deus está tentando fazer na
vida de nossos filhos. As crianças têm de ser moldadas. Elas
também precisam de experiências. Portanto, nesse processo
de maturação e experimentação, temos de encontrar formas
criativas de discipliná-las e moldá-las.
É importante que nós, pais, tenhamos o coração volta-
dos para a inteireza de nossos filhos. Temos de ajudá-los a
compreender a ordem que Deus estabeleceu para a vida
deles. Temos de fazer com que eles tenham consciência de
que Deus deseja que eles prosperem dentro dos limites
que ele estabeleceu para nós. Temos de mostrar-lhes como
perceber por si mesmos quando algo prejudicial entra na
vida deles ou atrapalha a ordem de Deus. Temos de confiar
em Deus diariamente, se quisermos livrar a vida de nossos
filhos das trevas espirituais.
Um conselho: não provoque seus filhos. Converse com
eles. Permita que estabeleçam fronteiras. Permita que eles
lhe expliquem por que fazem certas coisas. Da mesma for-
ma, expresse o que está em seu coração e em sua consciência
e deixe que eles saibam que você estabeleceu certos limites
para a liberdade deles enquanto viverem em sua casa. Nunca
permita que os demónios criem situações que interrompam
sua comunicação. Encontre formas criativas de se comunicar
com seus filhos. Faça com que participem das decisões que
os afetam pessoalmente, como a toda a família.
Deixe-me terminar com uma história simples. Quando
Rebekah, nossa única filha, era criança, pediu que eu
assistisse a um filme com ela. De início, resisti e protestei.
Protegendo nossos filhos das trevas espirituais 95

O filme era A pequena sereia, da Disney. Eu conhecia a


história e as questões ligadas ao filme, porque havia uma
feiticeira na história e assim por diante. Entretanto, senti
que o Espírito Santo me mandava fazer o que ela pedia.
Quando nos sentamos para assistir ao filme sobre a sereia
que se rebelava contra tudo que seu pai lhe dizia, algo muito
interessante aconteceu. Minha filha começou a chorar e disse:
"Papai, eu nunca quero ser assim com você". O Senhor usou
aquele filme em benefício de nossa vida.
O verdadeiro desejo do coração de Deus é que o coração
dos pais se volte para seus filhos, e o coração dos filhos se
volte para seus pais, a fim de que nenhuma maldição possa
vir sobre nossos filhos e acarretar destruição dos planos de
Deus destinado às nossas gerações.
CAPÍTULO OITO

DEZ PASSOS
PARA PROTEGER
SUA CASA DAS
TREVAS ESPIRITUAIS
Agora que já discutimos vários princípios que você
precisava saber, a fim de proceder à limpeza espiritual em
sua casa, examinaremos todo o processo, passo a passo.
98 Capítulo 8

Enquanto lê este capítulo, por favor, lembre-se de que o


processo pode levar algum tempo. Não tente acelerá-lo.
Por exemplo, você pode descobrir que precisa de mais
tempo para se arrepender de seus pecados pessoais do que
imaginava ou para buscar objetos em sua casa que precisam
ser destruídos.
Lembre-se de que você também não precisa ter uma casa
ou propriedade para seguir a lista que apresentamos a seguir.
Se você aluga uma casa ou apartamento, tem o direito legal
de expulsar o exército de Satanás que se aloja ali.

Passo l: aceite Jesus como


Senhor e Salvador

A maioria de vocês, provavelmente, já deu esse passo,


mas para quem ainda não o deu, afirmo que o primei-
ríssimo passo para proteger sua casa das trevas espirituais
é assegurar seu relacionamento com Deus, aceitando Jesus
como seu Senhor e Salvador. É pelo nome de Jesus que
obtemos autoridade de expulsar as forças demoníacas. Sem
um relacionamento com ele, não podemos nos beneficiar
do uso do nome dele.
Algo muito mais importante está em jogo -- sua casa
eterna. Conviver com as trevas espirituais na terra é uma
coisa, mas viver em trevas, sem esperança de vida para toda
a eternidade é outra bem diferente. Só o sangue de Jesus
pode salvar você desse destino tenebroso. Se você ainda
não assegurou sua salvação, tem de se desviar do pecado,
acreditar na morte e na ressurreição de Jesus e recebê-lo
como Senhor e Salvador de sua vida. Para isso, você tem
de fazer o seguinte:
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais 99

1. Analise sua vida e, depois, fuja de tudo que é contrá-


rio ao que Deus deseja para você (v. Mateus 3.7-10;
Atos3.19).
2. Reconheça que Jesus Cristo morreu na cruz para
perdoar seus pecados e que você tem de aceitá-lo
como seu Salvador para que ele o purifique do pe-
cado. Jesus pagou o preço devido por seu pecado
(v. Romanos 5.9,10; Tito 2.14).
3. Peça a Jesus que seja o Senhor de sua vida, confes-
sando que ele não apenas é seu Salvador, mas, tam-
bém, seu Senhor (v. l João 2.23).'

Passo 2: faça um inventário


de sua vida espiritual

Para remover as forças demoníacas de nossa casa e man-


te-las fora, precisamos estar dispostos a lidar com as ques-
tões do pecado em nossa vida. Como diria Charles Kraft,
professor do Fullér Theological Seminary, os demónios são
como ratos, e o pecado, como o lixo. "Se nos livrarmos dos
ratos, mas continuarmos com o lixo, a pessoa ainda corre
grande perigo. Todavia, se nos livrarmos do lixo, isso auto-
maticamente afeta os ratos".2 Ou seja, você tem de se livrar
do lixo para se livrar dos ratos.
Quando livramos nossa vida do pecado, as forças demo-
níacas não têm mais o direito legal de ocupar nossa vida e
nossa casa. Entretanto, se percorremos esses passos para

ROBERTSON, Pat. "Spiritual Answers to Hard Questions", The Spirit-


Filled Life Bible. Nashville, TN: Thomas Nelson, 1991, p. 1997.
KRAFT, Charles H. Defeating Dark Angels. Ann Arbor, MI: Servant
Publications, 1992, p. 43.
100 Capítulo 8

proteger nossa casa das forças demoníacas sem endireitar


nossa vida diante de Deus, podemos fazer com que a situação
fique até pior que antes!
Jesus ensinou que, se expulsarmos um demónio e este
não encontrar outro lugar de descanso, ele poderá voltar
para verificar a situação. Se descobrir que a casa ainda é um
lugar apropriado para suas atividades, ele sairá em busca
de outros sete -- até mesmo mais perversos que ele —,
e todos eles se estabelecerão no mesmo lugar em que ele
começou seu trabalho. Se expulsarmos demónios, mas não
removermos o direito legal deles, receberemos oito deles de
volta e, assim, nossa condição final fica pior que a primeira
(v. Mateus 12.43-45).
Peça ao Senhor que lhe mostre todos os pecados em sua
vida com os quais você precisa lidar, antes de prosseguir com
o processo. Em razão de a inclemência ser um grande saco
de lixo, do qual os demónios gostam de se alimentar, peça
a Deus que lhe mostre quaisquer situações de inclemência
em relação aos outros que você precisa corrigir.

Passo 3: dedique sua casa ao Senhor

O passo seguinte na proteção de sua casa contra as tre-


vas espirituais é dedicá-la ao Senhor. Simplesmente ore e
convide a presença do Senhor para sua casa. Peca-lhe que
use sua casa para os propósitos dele. Declare que você e sua
casa servirão ao Senhor (v. Josué 24.15). Declare que
sua casa não será um refúgio para as forças das trevas; que,
em vez disso, será um farol para sua família e para o mundo.
É melhor orar em voz alta por essas coisas, pois é uma forma
de você afirmar suas intenções não só para Deus e para você
mesmo, mas também para as forças das trevas, que estão
prestes a perder seu lugar de habitação.
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais 101

Passo 4: prepare-se para a batalha

Estamos envolvidos numa guerra espiritual. Estamos


guerreando nas esferas celestiais para estabelecer nossa
casa para o Senhor e declarar que ela está fora do alcance
das trevas espirituais. Eis os preparativos necessários para
entrar nessa batalha:

• Peça ao Senhor que lhe dê uma estratégia para sua


guerra. Ele pode levá-lo a cantar músicas de louvor
por toda a casa por um período de tempo ou pode
orientá-lo a ler trechos específicos das Escrituras em
cada cómodo. Espere até ele responder à sua oração
e mostrar como proceder.
• Peça que o sangue de Jesus cubra você, sua família,
seus animais e sua propriedade.
• Ore o salmo 91 em voz alta.
• Em nome de Jesus, amarre quaisquer forças demo-
níacas que possam se manifestar em sua casa durante
esse processo.

Passo 5: faça um inventário


espiritual de sua casa

Peça ao Senhor que lhe dê discernimento à medida


que examina tudo que tem em casa. Percorra toda a casa,
cómodo por cómodo, e permita que o Espírito Santo lhe
mostre qualquer objeto que não deveria estar ali. Reveja a
lista de objetos problemáticos apresentados no capítulo 3.
Examine suas relíquias familiares conforme a orientação
do capítulo 6.
102 Capítulo 8

Passo 6: limpe sua casa dos objetos profanos

Seja o que for que precise ser jogado fora não deve ser
considerado um item para venda! Assim que você souber
que algo tem de ir embora, seja cuidadoso e destrua o objeto.
Deuteronômio 7.25 oferece-nos um exemplo:

Vocês queimarão as imagens dos deuses dessas nações.


Não cobicem a prata e o ouro de que são revestidas; isso
lhes seria uma armadilha. Para o SENHOR, o seu Deus,
isso é detestável.

Pegue tudo que possa ser queimado e queime. Se o


objeto não puder ser queimado, passe-o pelo fogo (um ato
simbólico de obediência) e, em seguida, destrua-o por qual-
quer outro meio disponível — esmigalhando-o ou mesmo
jogando-o no vaso sanitário. (Sei de pessoas que fizeram isso
com jóias que não podem ser destruídas de outra forma.)
Assim que você destruir o objeto, renuncie a qualquer
participação que você ou sua família tiveram com ele (de
forma consciente ou não) e peça ao Senhor que perdoe
você. Se o objeto estiver ligado a alguma sociedade secreta
- maçonaria, Estrela do Oriente, Filhas de Jó, Ordem do
Arco-íris para Meninas ou a ordem DeMolay — faça a ora-
ção de libertação da maçonaria para você e seus familiares
(v. apêndice A).
Em razão de o direito legal das forças demoníacas ligadas
a esse objeto terem sido removidas com esses procedi-
mentos, agora você já pode ordenar às forças demoníacas
ligadas ao objeto, quaisquer que sejam elas, a sair dali em
nome de Jesus.
Repita esses passos com todos os objetos que precisam
ser destruídos.
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais 103

Passo 7: limpe todos os cómodos


e limpe a terra

Depois de livrar sua casa dos objetos profanos, o passo


seguinte é a limpeza da atmosfera de cada cómodo. Você
também tem de lidar com as forças demoníacas ligadas à
sua casa — não somente a um objeto — por causa do pe-
cado ou do trauma que ocorreu ali. Percorra cada cómodo
e arrependa-se de quaisquer pecados que tenham sido
cometidos ali.
Se outra pessoa ocupou a casa antes de você, peça ao
Senhor para que lhe mostre sobre o que orar em cada
cómodo. Confie nas impressões que tiver durante o pro-
cesso. Se observar alguma mudança relevante quanto ao
comportamento ou às circunstâncias, desde que se mudou
para essa casa, e essa mudança não puder ser explicada de
outra forma (por exemplo, brigas, problemas financeiros,
violência, pesadelos, acidentes), pode existir uma pista sobre
o que aconteceu, nesse lugar antes de você se mudar para
lá. Proceda ao arrependimento de identificação em cada
cómodo e no terreno (v. cap. 5).

Peça ao Senhor que restaure a você


e à sua família quaisquer bênçãos que
tenham sido roubadas pelo Inimigo por meio
das forças demoníacas em sua casa.

Ore para que o Senhor cure qualquer trauma em sua casa,


proveniente do tormento ocasionado por forças demoníacas.
Por exemplo, no capítulo 5, contamos a história de um garoto
de 3 anos que era atormentado com pesadelos de crianças
sendo espancadas. Num caso como esse, você deve pedir
104 Capítulo 8

ao Senhor que toque a mente da criança com seu bálsamo


de cura para que ela não sofra efeitos prolongados dos pesa-
delos induzidos de forma demoníaca.
Também peça ao Senhor que restaure a você e à sua
família quaisquer bênçãos que tenham sido roubadas pelo
Inimigo por meio das forças demoníacas em sua casa.

Passo 8: consagre sua casa


e sua propriedade

Concluídos os primeiros sete passos, chegou o momento


de percorrer a casa, cómodo por cómodo, consagrando-a ao
Senhor. Mencione bênçãos específicas em cada cómodo. Na
sala, por exemplo, você pode abençoar o tempo que a família
passa junto e pedir ao Senhor que fortaleça esse relaciona-
mento. Em cada quarto, abençoe os planos e os propósitos
de Deus para cada membro da família que ocupe aquele
cómodo. No quarto do casal, abençoe o relacionamento
sexual e a união entre marido e esposa. Abençoe o trabalho
que acontece no escritório ou no gabinete de trabalho e
declare que todo trabalho realizado ali será conforme a
vontade do Senhor. Pense na razão pela qual cada cómodo
foi planejado e depois abençoe esse propósito. Você pode
até mesmo abençoar a limpeza que acontece no banheiro e
pedir ao Senhor que use isso como lembrança da purificação
que ele fez em sua vida!
Muitos consagram a casa, cómodo por cómodo, ao Senhor
e usam óleo para ungir as portas, as janelas e o mobiliário.
O óleo é usado como símbolo do sangue de Jesus, a lem-
brança de que tanto a limpeza quanto o poder de proteção
estão nesse precioso sangue. Se sentir que deve usar óleo,
faça isso, pois é apropriado a esse tipo de oração.
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais 105

Agora releia o capítulo 5. Assim que tiver concluído o


processo esboçado ali, poderá consagrar o terreno ao Senhor.
Uma forma de fazer isso é dar a volta nos limites da pro-
priedade e declarar que o terreno foi consagrado ao Senhor.
Essa ação ajuda a estabelecer os limites espirituais. Outra
forma comum de consagrar o terreno é fincar estacas na terra
e erguer um dossel de louvor. Faça isso da seguinte forma:
finque uma estaca de madeira em cada canto da propriedade
enquanto ora, pedindo a bênção do Senhor. Em seguida,
a partir do centro do terreno ou da propriedade, erga um
dossel imaginário de louvor ao Senhor e, enquanto o adora,
cante hinos de louvores e declame textos das Escrituras.
Nenhum desses métodos (quer utilizados em conjunto,
quer de forma individual) é uma fórmula mágica, mas antes
um ato simbólico ou "profético" que declara ao Senhor, aos
poderes das trevas e a você mesmo que essa propriedade foi
separada (ou seja, consagrada) a Deus.
Quando eu e minha família nos mudamos da cidade de
Denton, Texas, para Colorado Springs, Colorado, fizemos
um festa de inauguração e de consagração de nossa nova
casa. Junto com 30 amigos, pegamos quatro estacas de car-
valho (com cerca de 5 centímetros de espessura) e com um
marcador preto para retroprojetor escrevemos referências
bíblicas em cada uma das estacas. Utilizamos passagens
bíblicas, como salmo 91, Isaías 54.2,3, Jeremias 29.7, Lu-
cas 1.37 e Josué 24.15. Equipes de quatro ou cinco homens
foram para cada canto da propriedade, leram as referências
inscritas nas estacas, fizeram uma oração para abençoar a
propriedade e consagrá-la ao Senhor. Depois, usando uma
marreta, fincaram as estacas no solo. Em seguida, todos nós
nos encontramos de novo na casa e erguemos um dossel de
louvor enquanto, juntos, adorávamos ao Senhor.
106 Capítulo 8

Se você decidir fincar estacas em sua propriedade, peça


ao Senhor que lhe indique as passagens das Escrituras a se-
rem usadas na consagração da propriedade. Você pode usar
versículos diferentes dos que usei. Também não precisa dar
uma festa. Faça o que for apropriado a você e à sua situação.3
Você pode ser criativo e descobrir maneiras de consagrar
sua propriedade. Já tive amigos que puseram Bíblias na fun-
dação de concreto da casa que construíram para simbolizar
que Cristo é a fundação da vida e da propriedade deles.

Passo 9: encha sua casa


com a glória de Deus

Você tem de encher sua casa com objetos e atividades


que tragam glória ao Senhor. Jack Hayford oferece esta
lista com seis práticas que promovem uma casa saudável,
alegre e santa:

1. Faça uma ceia com sua família em casa. Certifique-se


de incluir as crianças.
2. Cante em casa, sozinho e com a família. Permita que
sua casa se encha com canções ao Senhor.
3. Ore pela casa. Ore em família. Faça com que a oração
à mesa de refeições seja relevante, ainda que breve.
Períodos de oração agendados são maravilhosos, mas
podemos dizer o mesmo da oração que brota natu-
ralmente. Ela faz das crianças participantes genuínos,
não forçados.

Para saber mais sobre fincar estacas, v. BECKETT, Bob. Commitment


to Conquer. Chosen Books, 1997. Nesse livro, ele conta como fez
estacas em redor de toda uma comunidade, uma fonte excelente
para estudos adicionais sobre o assunto.
Dez passos para proteger sua casa das trevas espirituais 107

4. Testifique das boas coisas que o Senhor fez por você


em casa. A hora do jantar é um momento maravilhoso
para conversar sobre o que Jesus fez para ajudá-lo
durante o dia.
5. Leia as Escrituras em voz alta na casa. Além da leitura
devocional da Bíblia, que tal postar-se, de tempos em
tempos, no meio da sala de jantar e ler um salmo
em voz alta?
6. Mantenha a casa brilhando. Cultive a disposição
genuína de esperança em sua casa. Recuse quaisquer
influências (mau humor, palavras ásperas e música,
atividades ou vídeos indignos) que possam apagar o
brilho da luz da glória de Deus em sua casa.4

Passo 10: mantenha a vitória espiritual

Fique alertai O Inimigo sempre tenta encontrar formas


novas e criativas de infiltrar-se em sua casa e assim trazer
trevas espirituais. É uma boa ideia percorrer a casa de tem-
pos em tempos para verificar se há algum novo objeto que
não deveria estar ali ou para orar por qualquer questão nova
relacionada a um pecado que possa ter acontecido. Além
disso, planeje consagrar os cómodos de sua casa e percorra
os limites de sua propriedade pelo menos uma vez por ano.
Talvez você prefira selecionar um dia (como a Sexta-feira
da Paixão) que sirva para lembrá-lo, todos os anos, de que
chegou o momento de fazer o checape espiritual e de dedicar
novamente a casa ao Senhor.

HAYFORD, Jack. Glory on Your House. Grand Rapids: Chosen


Books, 1991, p. 94-104.
108 Capítulo 8

Que o Senhor possa abençoar você ricamente na luta


para proteger sua casa contra as trevas espirituais e viver a
glória da presença divina!
APÊNDICE A

ORAÇÃO DE
LIBERTAÇÃO PARA
MAÇONS E SEUS
DESCENDENTES
Se você já foi membro da organização maçónica ou des-
cendente de alguém que o foi, recomendamos que faça esta
oração do fundo de sua alma. Não seja como os maçons, que
recebem as obrigações e os juramentos, linha a linha, sem
110 Apêndice A

conhecimento prévio das exigências. Por favor, leia tudo


antes para que saiba de que consiste esta oração. É melhor
fazê-la em voz alta, tendo um cristão ou conselheiro como
testemunha. Sugerimos uma breve pausa após cada parágra-
fo, para permitir que o Espírito Santo mostre a você algum
assunto relacionado com o tópico tratado e que precise de
atenção especial.

Deus Pai, Criador dos céus e da terra, venho a ti em


nome de Jesus Cristo, teu filho. Venho como pecador,
buscando perdão para todos os meus pecados contra ti
e contra outros feitos à tua imagem e também para ser
purificado deles. Honro meu pai e minha mãe terrenos e
todos os de minha linhagem familiar 'e os de espírito por
adoção e padrinhos/madrinhas, e realmente me converto
de meus pecados e renuncio a eles. Perdoo todos os meus
ancestrais pelos efeitos de seus pecados em mim e em meus
filhos. Confesso todos os meus pecados e renuncio a eles.
Renuncio a Satanás e o rejeito, como também a todo poder
espiritual dele que possa afetar a mim e minha família.
Em nome do Senhor Jesus Cristo, renuncio a todo
envolvimento com a maçonaria ou qualquer outra loja ma-
çónica, feitiçaria ou ocultismo por parte de meus ancestrais
e de mim mesmo e abandono tudo isso. Também renuncio
a todo orgulho e arrogância que abriram a porta para a
escravidão e aprisionamento na maçonaria que tenham
afligido a mim e a minha família e me arrependo desse
orgulho e arrogância. Agora fecho toda a porta da feitiçaria
e da decepção que operam em minha vida e as fecho com
o sangue do Senhor Jesus Cristo. Renuncio a toda aliança
com a maçonaria, e renuncio ao Baphomet, o Bafomé, ao
espírito do anticristo e aos espíritos da morte e da ilusão e
os extirpo de minha vida. Renuncio à insegurança, ao amor
Oração de libertação para maçons e seus descendentes 111
à posição e ao poder, ao amor ao dinheiro, à avareza ou à
ganância e ao orgulho, pois isso levou meus ancestrais à
maçonaria. Renuncio a todos os medos que os mantiveram
na maçonaria, especialmente o medo da morte, o medo
de homens e o medo de confiar no nome de Jesus Cristo.
Renuncio a toda posição na loja maçónica que qualquer
ancestral ou eu mesmo tenha tido, até mesmo "Mestre",
"Venerável Mestre" ou qualquer outro. Renuncio a chamar
qualquer homem de "Mestre", pois Jesus Cristo é o meu
único Mestre e Senhor, e ele proíbe que qualquer outra
pessoa tenha esse título. Renuncio a aprisionar alguém na
maçonaria e a observar a impotência de outros durante os
rituais. Renuncio aos efeitos da maçonaria passados para
mim por meio qualquer ancestral do sexo feminino que
tenha se sentido suspeita e rejeitada pelo marido quando
ele entrou para a maçonaria e começou a frequentar a loja
maçónica, recusando-se a contar a ela sobre suas atividades
secretas.

Grau l

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e iniqui-


dades envolvidos no grau l, ou grau de aprendiz, especial-
mente os efeitos deles na garganta e na língua. Renuncio ao
ritual de entrada com os olhos vendados e seus efeitos no
espírito, nas emoções e nos olhos, e a toda confusão, medo
do escuro, medo da luz e medo de barulhos repentinos [...].
Renuncio à palavra secreta BOAZ e a seu sentido maçónico
[...]. Renuncio à mistura da verdade com o erro [...] e à
blasfémia desse grau da maçonaria [...]. Renuncio ao laço
em volta do pescoço, ao medo de me sufocar e também a
todo espírito que causa a asma, a febre do feno, o enfisema
112 Apêndice A

ou qualquer outra dificuldade de respiração. Renuncio ao


ritual do punhal ou do compasso, à espada ou à lança posta
contra o peito, o medo de morrer esfaqueado e da dor e
o medo de ter um ataque do coração nesse grau [...]. Oro
agora por cura da [...] [garganta, das cordas vocais, das
narinas, dos seios da face, dos brônquios etc.], pela cura da
área da fala e pela liberação da Palavra de Deus para mim
e, por meu intermédio, para minha família.

Grau 2

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e ini-


quidades envolvidos no grau 2, ou grau de companheiro
da maçonaria, especialmente os malefícios no coração e
no peito. Renuncio às palavras secretas SHIBBOLETH
e JACHIN e a todo sentido maçónico delas [...]. Extirpo
toda dureza emocional, apatia, indiferença, descrença e
profunda raiva de mim e de minha família. Em nome de
Jesus Cristo, oro para a cura [...] [do peito/ dos pulmões/
da área do coração] e também pela cura de minhas emoções,
e peço que me tornes sensível ao Espírito Santo de Deus.

Grau 3

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e


iniquidades envolvidos no grau 3, ou o grau de Mestre
Maçom, especialmente os malefícios do estômago e da
região do ventre. Renuncio às palavras secretas TUBAL
CAIM e MAHABONE e a todo sentido maçónico delas
[...]. Renuncio ao espírito da morte, dos golpes na cabeça
executados como ritual da morte, ao medo da morte, ao
Oração de libertação para maçons e seus descendentes 113
falso martírio, ao medo do ataque violento por uma gangue,
à violência ou estupro, desamparo desse grau. Renuncio à
queda num caixão ou maca envolvido no ritual da morte
[...]. Renuncio à falsa ressurreição desse grau, pois só Jesus
Cristo é a ressurreição e a vida! (Também renuncio ao beijo
blasfemo da Bíblia num juramento de feitiçaria. Extirpo
todos os espíritos da morte, da feitiçaria e da ilusão.) Em
nome de Jesus Cristo, oro pela cura [...] [do estômago, da
vesícula, do ventre, do fígado e de qualquer outro órgão de
meu corpo afetado pela maçonaria] e peço pela libertação
da compaixão e da compreensão para mim e para minha
família.

Grau do Cavaleiro Real Arco

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e iniqui-


dades envolvidos no grau Cavaleiro Real Arco, especial-
mente a remoção da cabeça do corpo e a exposição do
cérebro ao sol quente e os abandono. (Renuncio à marca da
loja maçónica e à marca em forma de quadrados e ângulos,
que marcam a pessoa pelo resto da vida. Também rejeito
a jóia ou talismã que possam ter sido feitos a partir dessa
marca e usados nas reuniões da loja maçónica.) Renuncio ao
falso nome de Deus, JAHBULON e declaro a total rejeição
a toda adoração aos deuses falsos pagãos, Bui ou Baal, e On
ou Osíris. Também renuncio à senha AMMI RUHAMAH,
ouAmi Ruhama, e a todo o seu sentido maçónico. Renuncio
à falsa ceia tomada nesse grau, e a toda zombaria, ceticismo
e descrença em relação à obra redentora de Jesus Cristo
na cruz do Calvário. Extirpo todos esses malefícios e seus
efeitos em mim e em minha família, em nome de Jesus
Cristo, e oro pela cura [...] [do cérebro, da mente etc.].
114 Apêndice A

Grau 18

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios, iniqui-


dades e penalidades envolvidos no grau 18 da maçonaria,
Cavaleiro do Pelicano e Águia e Soberano Príncipe Rosa
Cruz de Heredom. Renuncio ao espírito de feitiçaria Pe-
licano e também à influência do ocultismo Rosa Cruz e à
cabala nesse grau e os rejeito.
Renuncio à afirmação de que a morte de Jesus Cristo foi
"horrenda calamidade" e também à zombaria deliberada e à
distorção da doutrina cristã da expiação. Renuncio à blasfé-
mia e à rejeição da divindade de Jesus Cristo e às palavras
secretas IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA [O
fogo renova toda a natureza] e à queima delas. Renuncio à
zombaria da ceia tomada nesse grau, incluindo uma bolacha,
sal e vinho branco.

Grau 30

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e ini-


quidades envolvidos no grau 30 da maçonaria, Cavaleiro
Kadosch e Cavaleiro da Águia Negra e Branca. Renuncio à
senha secreta STIBIUM ALKABAR, PHARASH-KOH e
tudo que ela representa.

Grau 31

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e iniqui-


dades envolvidos no grau 31 da maçonaria, Grande Inspe-
tor Inquisidor Comandante. Renuncio a todos os deuses
e deusas do Egito que são honrados nesse grau, incluindo
Oração de libertação para maçons e seus descendentes 115
Anúbis com a cabeça de chacal, Osíris, o deus-sol, Isis,
irmã e esposa de Osíris e também deusa-lua. Renuncio à
Alma de Ceres, o falso símbolo da imortalidade, a câmara
dos mortos e o falso ensinamento sobre a reencarnação.

Grau 32

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e ini-


quidades envolvidos no grau 32 da maçonaria, o Sublime
Príncipe do Segredo Real [...]. Renuncio à falsa deidade tri-
nitária da maçonaria AUM, e suas partes: Brahma, o criador,
Vishnu, o preservador, e Shiva, o destruidor. Renuncio
à divindade de AHURA-MAZDA, o espírito invocado ou a
fonte de toda luz, e à adoração ao fogo, uma abominação
para Deus, e também ao beber em um crânio humano em
muitos rituais.

Ritual de York

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e iniqui-


dades envolvidos nos graus do Rito de York da maçonaria.
(Estes incluem os graus de Mestre de Marca, Past Mestre,
Mui Excelente Mestre, Mestre Real, Mestre Eleito, Super
Excelente Mestre, as ordens da Cruz Vermelha, os Ca-
valeiros de Malta e os Cavaleiros Templários). Renuncio
às palavras secretas JOPPA, KEB RAIOTH e MAHER-
SHALAL-HASH-BAZ. Renuncio aos votos feitos sobre um
crânio humano, as espadas cruzadas e a maldição e desejo de
morte de Judas — cuja cabeça foi cortada e posta no piná-
culo da torre de uma igreja. Renuncio à ceia profana e, em
especial, ao beber num crânio humano em muitos rituais.
116 Apêndice A

Shriners [os do Santuário]


(Aplica-se apenas aos Estados Unidos)

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios, iniqui-


dades e penalidades envolvidos na Ancient Arabic Order
of the Nobles of the Mystic Shrine [Ordem Árabe da
Antiguidade dos Nobres Cavaleiros do Santuário Místico].
Renuncio ao corte nos olhos com uma espada de três
lâminas, ao esfolar do pé, à loucura e à adoração ao falso
deus Alá como o pai de nossos pais. Renuncio à venda
nos olhos, à simulação de enforcamento, à simulação da
decapitação, à simulação da ingestão do sangue da vítima,
à simulação do cão urinando no iniciado e à oferta da urina
como celebração.

Grau 33 e grau supremo

Renuncio aos juramentos feitos e aos malefícios e


iniquidades envolvidos no grau 33, o grau supremo da
maçonaria, ou Grande Inspetor Geral. [...] Renuncio
ao Soberano Grande Inspetor Geral do Universo, que é
revelado nesse grau como Lúcifer e à sua falsa afirmação
de que é o pai universal de Deus e abandono totalmente
tudo isso. Renuncio à corda em volta do pescoço. Renuncio
à morte com aquele vinho bebido num crânio humano e
que se transforma em veneno e ao esqueleto cujos braços
frios são convidados a nos envolver se os juramentos desse
grau forem violados. Renuncio aos três assassinos do grande
mestre deles, à lei, à propriedade, à religião, à cobiça e à
feitiçaria envolvidos na tentativa de manipular e controlar
o restante da humanidade.
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snej§ sojjno so
saauapuaasap snas a suoSsui eaed oeSEjjaqij ap
118 Apêndice A

Renuncio ao terceiro olho que tudo vê, ou Órus, na


testa e ao simbolismo oculto e pagão. [...] Renuncio à falsa
ceia, a toda zombaria a respeito da obra redentora de Jesus
Cristo na cruz do Calvário, a toda descrença, confusão e
depressão (e a toda adoração a Lúcifer como se ele fosse
Deus). Renuncio à mentira da maçonaria de que o homem
não é pecador, mas apenas imperfeito, e, portanto, pode
redimir a si mesmo por intermédio das obras e abandono
essa mentira. Alegro-me com o que a Bíblia afirma, que não
posso fazer nada para obter a salvação, mas que só posso
ser salvo pela graça por intermédio da fé em Jesus Cristo
e o que ele conquistou na cruz do Calvário.
Renuncio a todo medo da insanidade, angústia, desejo
de morte e suicídio em nome de Jesus Cristo. Jesus Cristo
venceu a morte e ele, sozinho, tem as chaves da morte e do
inferno, e regozijo-me ao saber que ele tem minha vida em
suas mãos agora. Ele veio me dar vida abundante e eterna,
e creio em suas promessas.
Renuncio a toda raiva, aos pensamentos assassinos, à
revanche, à retaliação, à apatia espiritual, à falsa religião,
a toda descrença, em especial à descrença na Bíblia Sagrada
como a Palavra de Deus, e a toda concessão feita à Pala-
vra de Deus. Renuncio a toda busca espiritual nas falsas
religiões e a toda luta para agradar a Deus. Descanso no
conhecimento de que encontrei meu Senhor e Salvador
Jesus Cristo e de que ele me encontrou.
Queimarei e destruirei todos os objetos que estão
comigo e que me ligam a todas as lojas maçónicas e orga-
nizações de ocultismo, entre elas a maçonaria, a feitiçaria
e o mormonismo, e a todas as insígnias, aventais, livros de
rituais, anéis e outras jóias. Renuncio aos efeitos que esses
objetos da maçonaria e também outros, como o compasso
Oração de libertação para maçons e seus descendentes 119

e o esquadro (o laço ou a venda), exerceram em mim e em


minha família, em nome de Jesus Cristo.

Todos os participantes devem agora ser convidados a


tomar, pela fé, as dez atitudes apresentadas a seguir:

1. Remover simbolicamente a venda e entregá-la ao


Senhor.
2. Remover simbolicamente, da mesma forma, o véu
da lamentação para que possa receber a alegria do
Senhor.
3. Cortar simbolicamente e remover o laço em volta do
pescoço, reunir a corda que se estende ao longo
do corpo e entregá-la ao Senhor.
4. Renunciar à falsa aliança de casamento com a maço-
naria, removendo do quarto dedo da mão direita o
anel dessa aliança, entregando-o ao Senhor.
5. Remover simbolicamente de seu corpo as correntes e
ligações que' o aprisionam à maçonaria.
6. Remover simbolicamente todas as insígnias da ma-
çonaria, como o colar, as luvas e a armadura, em es-
pecial o avental com a serpente entrelaçada, para dar
lugar ao cinto da verdade.
7. Remover as sandálias para dar lugar aos sapatos do
evangelho da paz.
8. Convidar os participantes a se arrepender por terem
caminhado em terra totalmente profana — incluindo
as lojas maçónicas e os templos e qualquer organização
mórmon, oculta ou maçónica.
9. Remover simbolicamente a bola e a corrente dos tor-
nozelos.
120 Apêndice A

10. Proclamar que Satanás e seus demónios não têm mais


direito legal para desvirtuar e manipular as pessoas que
buscam ajuda.

Espírito Santo, peço-te que me mostres alguma coisa a


mais que preciso fazer ou pela qual preciso orar para que
eu e minha família possamos ficar livres das consequências
dos pecados da maçonaria, da feitiçaria, do mormonismo e
de todo o paganismo e ocultismo relacionados a eles.

Faça uma pausa, enquanto ouve a Deus, e então ore


enquanto o Espírito Santo guia você:

Agora, meu querido Pai e Deus, peço-te humilde-


mente pelo sangue de Jesus Cristo, teu Filho e meu
Salvador, que me purifiques de todos os pecados que
confessei e aos quais renunciei: para que limpes meu
espírito, minha alma, minha mente, minhas emoções e
todas as partes de meu corpo afetadas por esses pecados,
no nome de Jesus Cristo.
(Renuncio a todo espírito maligno associado com a
maçonaria e a feitiçaria e a todos os outros pecados e
ordeno, em nome de Jesus Cristo, que Satanás e todo
espírito maligno sejam amarrados e abandonem minha
vida, agora, sem tocar nem causar dano a ninguém, e que
ele vá para o lugar mostrado pelo Senhor Jesus Cristo,
para nunca mais retornar à minha família ou à minha
vida. Clamo pelo nome do Senhor Jesus para ficar livre
desses espíritos, de acordo com as muitas promessas da
Bíblia. Peço para ser libertado de todo espírito de doença,
enfermidade, maldição, aflição, vício, doença ou alergia
associado com esses pecados que confessei e aos quais
renunciei. Entrego todos os lugares, em minha vida, onde
Oração de libertação para maçons e seus descendentes 121
esses pecados foram cometidos, ao Espírito Santo de
Deus, e a nenhum outro espírito.) Peço-te, meu Deus,
que me batizes e me enchas outra vez agora, de acordo
com as promessas de tua Palavra. Tomo para mim toda
a armadura de Deus, de acordo com Efésios 6, e rego-
zijo-me na proteção que ela me dá à medida que Jesus
me envolve e me enche com seu Espírito Santo. Senhor
Jesus, entronizo a ti como Senhor em meu coração, pois
és meu Senhor e meu Salvador, a fonte da vida eterna.
Obrigado, Deus Pai, por tua misericórdia, teu perdão e
teu amor, em nome de Jesus Cristo, amém.1

A cópia dessa oração é permitida e recomendada, desde que se faça


referência à sua origem: Jubilee Resources, PO Box 36-044, Wellington
6330, Nova Zelândia (ISBN 1877203-48-3). Cópias de Unmasking
Freemasonry, como também dessa oração, disponíveis em: http://www.
jubileeresourcesusa.org.
Testemunhos por escrito de vidas que foram transformadas e curas
são bem-vindos. Se precisar de outras orações ou ministrações e infor-
mações sobre outros enganos espirituais, contate Jubilee Resources. Por
motivos relacionados à distância, Jubilee Resources poderá encaminhar
você a alguém que esteja mais próximo.

Fonte: STEVENS, Dr. Selwyn. Unmasking Freemasonry-Removing


the Hoadwink. Wellingtonz: Jubilee Publishers, s.d.
APÊNDICE B

LEITURA
recomendada
BECKETT, Bob; SYTSEMA, Rebecca Wagner. Comrnitment to
Conquer. Grand Rapids: Chosen Books, 1997. [Discute a
estratégia da guerra espiritual da perspectiva do pastor da
igreja local. Excelente compreensão das questões relacionadas
à terra e à propriedade.]
GIBSON, Noel; GIBSON, Phyl. Deliver Our Children from the Evil
One. Ventura: Renew Books, 1992. [Oferece soluções pre-
ventivas e terapêuticas para defender as crianças contra os
ataques satânicos.]
. Evicting Demonic Intruders. West Sussex, England: New
Wine Press, 1993. [Utilizada por Doris M. Wagner, coordena-
dora para concentração de libertação para o Wagner Leadership
124 Apêndice B

Institute, como seu principal texto para seminários. Oferece


algumas das melhores percepções e conselho para ministrar
libertação das forças demoníacas.
HAMMOND, Frank D.; MAE, Ida. Pigs in the Parlor. Kirkwood: Impact
Christian Books, 1973 [Porcos na sala. São Paulo: Bom Pastor,
1999]. [Um dos livros padrões sobre libertação, reeditado por
mais de vinte e cinco anos, tem sido útil para muitas pessoas
como introdução e guia para expulsão de demónios.]
. A Manual for Children's Deliverance. Kirkwood: Impact
Christian Books, 1996. [A continuação de Porcos na sala. Tem
o objetivo especificamente as influências maléficas e métodos
de libertação para crianças.]
HORROBIN, Peter. Healing Through Deliverance I: The Biblical Basis.
Ventura: Renew Books, 1991. [Oferece urna avaliação abran-
gente do lugar do ministério de libertação na vida da igreja.]
. Healing Through Deliverance II: The Practical Ministry.
Ventura: Renew Books, 1995. Acompanha o livro acima e
fornece um importante material para o ministério de cura
e libertação.
JACOBS, Cindy. Possessing the Gates of the Enemy. Grand Rapids:
Baker Books, 1994 [Possuindo as portas do inimigo. São
Paulo: Ministério Atos, 1997]. [Faz juz ao subtítulo: "Um
manual de treinamento para o militante da intercessão". Há
riqueza de informações sobre oração, algo que não se encontra
em nenhuma outra fonte.]
KRAFT, Charles H. I Give You Authority. Grand Rapids: Chosen
Books, 1997. [Mostra como exercitar apropriadamente a auto-
ridade que nos foi dada por intermédio do Espírito Santo, a fim
de transformar nossa vida e libertar-nos da opressão satânica.]
. Defeating Dark Angels. Ventura: Regai Books, 2004. Um
manual detalhado e prático sobre a libertação pessoal dos
demónios por um catedrático do Fuller Theological Seminary,
baseado em vasta experiência.
MAcNurr, Francis. Deliverance from Evil Spirits. Grand Rapids:
Chosen Books, 1995. [Recomendado por ser um manual
prático sobre expulsão de demónios.]
MURPHY, Ed. The Handbook for Spiritual Warfare. Nashville: Tho-
mas Nelson, 1996. [O texto mais abrangente sobre guerra
espiritual disponível. É muito bem fundamentado em material
bíblico.]
Leitura recomendada 125

PIERCE, Chuck D.; SYTSEMA, Rebecca Wagner. Possessing Your


Inheritance. Ventura: Regai Books, 1999. [Oferece princípios
claros para o viver cristão e ajuda o leitor a compreender sua
herança no Senhor e a tomar posse dela. Inclui um capítulo
abrangente sobre maldição hereditária e iniquidade.]
. The Best Is Yet Ahead. Colorado Springs: Wagner Publica-
tions, 2001.
. Restoring Your Shield of Faith. Ventura: Regai Books, 2003.
. When God Speaks: Receiving and Walking in Supernatural
Revelation. Colorado Springs: Wagner Publications, 2003.
. Prayers That Outwit the Enemy. Ventura: Regai Books, 2004.
SMITH, Alice; SMITH, Eddie. Spiritual Housecleaning. Ventura: Regai
Books, 2003. [Por meio de várias histórias, facilita a com-
preensão de quais objetos não devem estar num lar cristão.]
WAGNER, C. Peter. Hard-Core Idolatry: Facing the Facts. Colorado
Springs: Wagner Publications, 1999. [Ajuda-nos a reconhecer
e limpar nossa vida da idolatria contumaz.]
. Radical Holiness for Radical Living. Colorado Springs:
Wagner Publications, 2002. [Contém excelentes princípios,
que lhe permitirão levar uma vida verdadeiramente santa.]
WAGNER, Doris M. How to Cast Out Demons. Ventura: Regai
Books, 2000.
. Ministering Ereedom from Demonic Oppression. Colorado
Springs: Wagner Publications, 2002.
. Ministering Freedom from Occult Bondages. Colorado
Springs: Wagner Publications, prelo.
. Ministering Freedom to the Emotionally Wounded. Colorado
Springs: Wagner Publications, 2003.
. Ministering Freedom to the Sexually Broken. Colorado
Springs: Wagner Publications, 2003.
WHITE, Thomas B. The Believer's Guide to Spiritual Warfare. Ven-
tura: Regai Books, 2004. [Contém excelente material sobre
nossa preparação para a batalha espiritual.]
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O poder secreto da
oração e do jejum
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MAHESH CHAVDA

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meios para ministar a cura.
Chegou o momento de ministrar libertação e de recuperar a alegria
que Cristo quer que cada um de nós tenha.

Os três campos de batalha


OS T R Ê S A guerra espiritual na mente,
na igreja e nas regiões celestiais
CAMPOS Dt
FRANGIS FRANGIPANE
BATALHA
Os três campos de batalha explora as três dife-
rentes arenas da batalha espiritual que os cristãos
maduros sempre terão de enfrentar: a mente, a
igreja e as regiões celestiais. Francis Frangipane
oferece sólido alicerce de inspiração, sabedoria e
discernimento sobre a natureza da batalha espiritual, expondo princí-
pios bíblicos que mostram as chaves para a vitória.
Sempre que o Reino de Deus é verdadeiramente manifesto em nos-
so meio, as fortalezas do inferno são decisivamente confrontadas. Onde
quer que espíritos malignos estejam atuando, sem dúvidas a Igreja
triunfante estará engajada na batalha.
Um livro único para todo cristão que deseja resistir aos ataques es-
pirituais do Inimigo e ser vitorioso nesta batalha.
Esta obra foi composta em GalliardBTz
Revival 565 BTe impressa por Imprensa da Fé sobre
papel Offiet 63 g/m2 para Editora Vida.
Feche a porta para o Inimigo e
abra a porta para Deus
Aprenda a como se livrar das trevas espirituais em sua casa a fim de criar
uma fortaleza de amor e luz para sua família. Muitos cristãos não têm a
menor consciência de que o Inimigo se aproxima fazendo uso de
objetos que existem nela. Este livro prático e fácil de ler mostra como
orar na sua casa para deixar o mal do lado de fora, o que permitirá a você
experimentar uma vida espiritual mais rica.
Com Protegendo sua casa das trevas espirituais, você está a dez
passos de trazer, em Cristo, liberdade e segurança para seu lar!
Neste livro, você encontrará:
• Um guia passo a passo para orar em sua casa;
• Compreensão das trevas espirituais;
• Proteção para os filhos;
E muito mais.

"Chuck Pierce nos diz por que e como limpar nossa casa de
maneiras que alguns de nós jamais consideramos antes. Reco-
mendo este livro." — QUIN SHERRER, autora de Como orar por
seus filhos [Editora Vida]

CHUCK D. PIERCE é vice-presidente da Global Harvest Ministries e presi-


dente do ministério internacional Glory of Zion. É palestrante viajado e
engajado na transformação de cidades e mobilização de oração no
mundo todo.

REBECCA WAGNER SYTSEMA está envolvida com a obra cristã desde


1980 e é ministra ordenada. É coautora com Chuck Pierce dos livros:
Possessing Your Inheritance [Possuindo sua herança] e Prayers That
Outwit the Enemy [Orações para levar a melhor sobre o Inimigo].

ISBN:

Vida HSfc-.VÍra 9 II 788538 II 301554 11


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