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Como comprovar o tempo de contribuição no INSS

Por Gabriel - 14 de setembro de 2020


https://www.jornalcontabil.com.br/como-comprovar-o-tempo-de-contribuicao-
no-inss/

Comprovar suas contribuições é uma peça chave na hora de pedir sua


aposentadoria para o INSS. Confira 5 dicas de como comprovar sem erros.

Chegou o tempo de você pedir a sua aposentadoria e você não sabe por onde
começar na hora de reunir os documentos que comprovam o seu tempo de
contribuição.

Parece desesperador, né?

Mas não se preocupe, porque toda a equipe do Ingrácio preparou 5 dicas


valiosas para fazer essa comprovação na hora H da sua aposentadoria.

Portanto, fique atento as dicas abaixo:

1ª dica: tenha sempre seu CNIS atualizado


2ª dica: sua CTPS pode te salvar!
3ª dica: guarde todos os seus contratos de trabalho
4ª dica: tenha o seu PPP em mãos e já reconhecido no INSS
5ª dica: atenção aos documentos específicos de cada tipo de trabalhador

1ª DICA: TENHA SEMPRE SEU CNIS ATUALIZADO

O Cadastro Nacional de Informações Sociais, mais conhecido por CNIS, é um


documento oficial do Governo Federal.

Nele, constam todos os seus vínculos trabalhistas e contribuições previdenciárias


de toda a sua vida.

Ou seja, se o seu documento estiver correto, você não terá problemas em


comprovar o seu tempo de contribuição perante o INSS, ainda mais pelo fato
deste ser um documento oficial do Governo.

Mas o problema está exatamente aí: o CNIS pode não estar completo com todos
os seus vínculos trabalhistas e previdenciários.

Há vários tipos de problema que podem acontecer no CNIS. Os mais comuns são:

• não existir a data de fim de um vínculo de trabalho;


• valores de salários de contribuição incorretos;
• vínculos de trabalho inexistentes, entre outros.

É muito comum o segurado ir pedir a aposentadoria e se deparar com vínculos


ou salários de contribuição errados, o que faz com que ele perca direito ao
benefício ou tenha seu valor reduzido.

Com certeza é uma situação muito chata, não é?

Por isso a dica que eu dou é: tenha sempre seu CNIS atualizado para não ter
problemas na hora de pedir a sua tão sonhada aposentadoria.

Para fazer essa atualização, você precisa entrar no site do Meu INSS e utilizar o
serviço “Atualização de Tempo de Contribuição”.

Você precisará de alguns documentos para comprovar que os dados do CNIS


estão incorretos.

Por exemplo, você saiu do emprego no dia 07 de abril de 2020, mas até julho de
2020 não existia uma data de fim do vínculo de trabalho porque o empregador
não registrou essa informação no sistema, tendo como consequência a falta de
cômputo do seu tempo de contribuição referente a esse emprego.

Porém, você tem anotado na sua Carteira de Trabalho (CTPS) o efetivo dia de
saída do seu trabalho.

Desse modo, basta você apresentar a CTPS para o INSS atualizar o seu CNIS.

Também é comum que o CNIS esteja errado quanto aos valores do seu salário de
benefício.

Nesse caso, você pode apresentar a CTPS e outros documentos para comprovar
o seu direito ao valor certo.

Geralmente são utilizados os seguintes documentos para atualizar o seu CNIS:

• extrato do FGTS;
• Carteira de Trabalho (CTPS);
• holerite;
• contrato de trabalho;
• declaração de Imposto de Renda;
• rescisão do contrato de trabalho;
• fichas de registro.

Importante: caso você tenha uma sentença trabalhista que tenha reconhecido o
vínculo de trabalho com um empregador, você deve pedir ao INSS que inclua
essa informação no CNIS.
Isso quer dizer que o vínculo trabalhista reconhecido pela Justiça do Trabalho,
através de uma sentença, não é colocado automaticamente no CNIS.

Portanto, fique atento e atualize o seu documento se isso aconteceu com você.

Caso contrário, você pode perder tempo de contribuição e possíveis salários de


contribuição que poderiam aumentar o seu benefício.

Então, você deve ter entendido, através desta dica, que o CNIS é o principal
documento para comprovar o seu tempo de contribuição, correto?

Se você se interessou pelo assunto, fiz um conteúdo exclusivo com 4 dicas de


ouro na hora de analisar o seu CNIS.

Vale a pena conferir!

2ª DICA: SUA CTPS PODE TE SALVAR!

Assim como você viu na dica anterior, tenha a sua Carteira de Trabalho sempre
preenchida corretamente.

Preste atenção se as seguintes informações estão corretas:

data de início e fim do vínculo de emprego;


remuneração do trabalho, inclusive aumentos;
férias e 13º anotados corretamente;
Depois do CNIS, a sua Carteira de Trabalho é o segundo documento mais
importante na empreitada de comprovar as suas contribuições para o INSS.

Como ele também é um documento oficial do Governo Federal, ele será a sua
carta na manga caso o seu CNIS contenha informações incorretas.

Se você observar que o seu empregador está demorando para anotar as


informações da sua CTPS ou que ele está preenchendo do modo incorreto, você
deve se dirigir ao mesmo (ou ao RH da empresa) e informar o que está
acontecendo.

Caso isso tudo persista, você terá que ajuizar uma Reclamação Trabalhista na
Justiça do Trabalho para que a sua Carteira de Trabalho seja anotada
corretamente.

Do contrário, você pode ter muitos problemas para comprovar as suas


contribuições no INSS, ainda mais se a sua CNIS estiver errada.

Com certeza ainda há outros documentos que você pode utilizar, mas ter a CTPS
atualizada definitivamente é uma mão na roda.
Então, preste atenção nisso! Ter a sua Carteira preenchida de modo certo é um
direito seu.

Não deixe que ninguém tire isso de você!

3ª DICA: GUARDE TODOS OS SEUS CONTRATOS DE TRABALHO

Mais uma dica valiosa para você comprovar as suas contribuições!

Apesar de ser um documento particular entre você e seu empregador, com


certeza o seu contrato de trabalho é de muita importância na hora de pedir a
sua aposentadoria.

Você vai conseguir comprovar que as suas contribuições e vínculo de emprego


estão corretos perante o INSS.

Caso as dicas acimas não funcionarem, sempre tem a salvação do contrato de


trabalho.

E atenção, não estou falando somente do contrato de trabalho.

Também estou falando de eventuais documentos que você recebe no seu


emprego, como:

• holerites;
• fichas de registro;
• registros de ponto eletrônico/mecânico;
• rescisão do contrato de trabalho;

Toda essa documentação atestará que você estava, de fato, vinculado a um


empregador e contribuindo para a Previdência Social.

Desta maneira, tenha sempre guardado numa pastinha toda essa papelada
porque com certeza ela te ajudará no futuro, caso você tenha problemas em
comprovar a sua contribuição.

4ª DICA: TENHA O SEU PPP EM MÃOS E JÁ RECONHECIDO NO INSS

Essa dica é diretamente para as pessoas que trabalham em condições especiais


(expostos a condições insalubres ou perigosas) e estão buscando uma
Aposentadoria Especial.

Você deve ter o seu Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) em mãos e já pedir
para que o INSS reconheça o período trabalhado como especial.

Te dou essa dica porque é bastante difícil o INSS reconhecer as atividades como
especial.
Você não vai querer chegar na hora da aposentadoria e ter que esperar ainda
mais tempo só porque o Instituto não entendeu que tempo que você trabalhou
não era considerado insalubre ou perigoso, né?

Se você tiver reconhecido esse tempo antes de pedir a aposentadoria, o seu


benefício é concedido com muito mais rapidez porque já está evidente que os
seus períodos de trabalho são especiais.

Mas para ter cada período de trabalho especial reconhecido pelo INSS, você
deve fazer um pedido de Aposentadoria Especial no próprio Instituto, mesmo não
possuindo o direito ao benefício ainda.

Isso porque será analisado se o tempo trabalhado era, de fato, especial.

Caso positivo, o INSS não concederá o seu benefício (porque você ainda não
tem direito) mas reconhecerá que o período trabalhado foi insalubre ou perigoso.

Se o INSS não fizer esse reconhecimento, você pode ingressar com uma ação
judicial para discutir o seu direito.

Caso você saia vencedor do processo, na hora de você pedir a sua


aposentadoria “real”, basta juntar a sentença da ação judicial.

Desse modo, você ganha bastante tempo e pode ter a chance de ter sua
aposentadoria mais rápida.

5ª DICA: ATENÇÃO AOS DOCUMENTOS ESPECÍFICOS DE CADA TIPO DE


TRABALHADOR

A maioria das dicas que eu dei até agora foi para os trabalhadores empregados/
empregados domésticos, vinculados a um empregador/empresa.

Mas existem vários tipos de trabalhadores que contribuem para o INSS.

Vou listar abaixo a documentação essencial para cada tipo de segurado da


Previdência Social.

Segurado especial

São os trabalhadores das áreas rurais que exercem a sua atividade diária de
forma individual ou com o auxílio de sua família e tiram o seu sustento através
desse trabalho.

São considerados segurados especiais:

• trabalhadores rurais em regime de economia familiar ou individual;


• pescadores;
• seringueiros ou extrativistas vegetais (incluindo carvoeiro);
• indígenas.
Como a situação dos segurados especiais é bem específico e que conta com
uma parcela simples da população, a forma de comprovação de suas
contribuições se dá através de verificações de suas atividades rurais.

Isso é feito através dos seguintes documentos:

• autodeclaração do segurado, onde deve ser anotado quem o auxiliou em


suas atividades, períodos dos trabalhos, entre outros. Esse é o documento
mais importante;
• contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural, cujo
período da atividade será considerado somente a partir da data do registro
ou do reconhecimento de firma do documento em cartório;
• comprovante de cadastro do INCRA;
• bloco de notas do produtor rural;
• notas fiscais de entrada de mercadorias, emitidas pela empresa adquirente
da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor e o
valor da contribuição previdenciária;
• documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa
agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado
como vendedor ou consignante;
• comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
• cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural;
• comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural (ITR)
• licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA ou qualquer
outro documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário
assentado do programa de reforma agrária; ou
• certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição do índio como
trabalhador rural;
• a Declaração de Aptidão do PRONAF (DAP), a partir de partir de 7 de
agosto de 2017.

Apresentando algum desses documentos mais a autodeclaração, as chances de


você comprovar a sua atividade rural são bastante altas.

Trabalhador avulso
O trabalhador avulso é aquele que, através de um sindicato ou não, presta
serviços urbanos ou rurais a várias empresas.

Quando o avulso trabalhar em atividade portuária, o trabalhador se submete ao


Órgão Gestor de Mão de Obra, mais conhecido como OGMO.
Além das documentações anteriores, é muito importante você ter os seguintes
documentos para comprovar as suas contribuições:

• documento atualizado que comprove o seu exercício de atividade como


avulso e a sua remuneração na condição de trabalhador avulso com
intermediação do OGMO ou do sindicato da categoria;
• certificado do OGMO ou do sindicato da categoria, desde que o
certificado contenha no mínimo:
◦ sua identificação completa como trabalhador avulso, com indicação
do respectivo NIT e se você é portuário ou não portuário;
◦ identificação do intermediador de mão de obra;
◦ identificação do(s) tomador(es) de serviços e as respectivas
remunerações por tomador de serviços;
◦ duração do trabalho e a condição em que foi prestado, referentes ao
período certificado;
◦ no corpo da declaração, afirmação expressa de que as informações
foram prestadas com base em documentação constante nos registros
daquela entidade, e que se encontram à disposição do INSS para
consulta.

Contribuinte individual e MEI

Aqui estão os famosos autônomos, equiparados a autônomo, empresário e os


Microempreendedores Individuais.

A dica que eu dou é: tenha toda essa documentação abaixo para não correr
risco de não ter sua contribuição comprovada perante o INSS:

• Microfichas de recolhimentos constantes no banco de dados do INSS;


• guias de recolhimento modalidade GR, GR1 e GR2;
• carnês de contribuição;
• Guia de recolhimento de contribuinte individual (GRCI);
• Guia de recolhimento da Previdência Social (GRPS-3);
• Guia da Previdência Social (GPS);
• para prestadores de serviço e empresários, a partir de abril de 2003:
• comprovantes de retirada de pró-labore, que demonstrem a remuneração
decorrente do seu trabalho;
◦ comprovante de pagamento do serviço prestado, onde conste a
identificação completa da empresa, inclusive com o número do CNPJ/
CEI;
◦ valor da remuneração paga;
◦ o desconto da contribuição efetuado;
◦ número de inscrição do segurado no RGPS;
• declaração de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF relativa ao ano-base
objeto da comprovação.

Já te indico que o essencial mesmo é ter as Guias da Previdência Social (GPS)


com os respectivos comprovantes de pagamento.
Caso você tenha as perdido, os outros documentos também servirão para
comprovar o seu tempo de trabalho como contribuinte individual ou MEI.

Contribuinte facultativo

Os facultativos são aqueles segurados que, por livre e espontânea vontade,


decidem contribuir para a Previdência Social.

Os motivos para ser um segurado facultativo são os mais variados, como:

• manter a qualidade de segurado para não perder direito a eventuais


benefícios por incapacidade ou aposentadoria, no caso dos
desempregados;
• adiantar a aposentadoria, no caso dos estudantes.

Os principais documentos para comprovar o seu tempo, com seu respectivo


salário de contribuição, são:

• carnês de contribuição;
• Guia da Previdência Social (GPS);

Militar

O tempo que você passa no serviço militar, de forma voluntária ou não, também
conta para a sua contribuição.

Nesse caso, você deve apresentar a seguinte documentação para comprovar o


seu tempo de trabalho:

• certificado de reservista, desde que indique o tempo total da prestação de


serviço militar obrigatório;
• certidão emitida pelo Ministério do Exército, Marinha ou Aeronáutica, desde
que indique o tempo total de serviço militar.

Servidor Público

Se você trabalhou parte de sua vida no serviço público, esse tempo também será
considerado para um futuro benefício no INSS.

Para isso, você deve ter uma Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) emitida
pela União, Estados, Distrito Federal ou Município de prestação de serviço público
referente ao tempo de serviço feito para o Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS) do seu órgão.

Aluno Aprendiz

Por fim, o tempo como Aluno Aprendiz também é computado como tempo de
contribuição para a sua vida previdenciária.
Para isso, você precisa apresentar pelo menos um dos seguintes documentos:

• certidão de tempo de Aluno Aprendiz, emitida pela empresa contratante;


• Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), quando se tratar de
contratantes da União, Estados ou Municípios;
• Certidão escolar emitida pela instituição onde o ensino foi ministrado, nos
casos de frequência em escolas industriais ou técnicas da rede federal,
estadual ou municipal.

Conclusão

Agora você já está totalmente por dentro de 5 dicas valiosas para comprovar as
suas contribuições na hora de pedir algum benefício no INSS.

Lembre-se que há alguns documentos diferentes e específicos para cada


categoria de trabalhador.

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