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EMERGÊNCIAS QUÍMICAS
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Apresentação Aspectos Gerais Logística Acidentes Estatísticas Artigos e Documentos
Legislação e convenções
Serão apresentada uma síntese dos principais instrumentos legais relacionados a poluição por
óleo, em âmbito federal (leis, decretos e resoluções CONAMA) e estadual, reunidas segundo os
seguintes temas:
1. Curiosidades Históricas
Decreto Federal Nº 3.334 de 05/07/1899
É a lei mais antiga de que temos conhecimento sobre poluição marinha, data do século XIX, da
qual se destaca o Art. 176:
“Proíbe-se o lançamento ao mar ou rio, de bordo de navios ou de quaisquer embarcações, lixo, cinza,
varreduras do porão, etc para o que as capitanias, de acordo com a repartição sanitária ou com a
câmara municipal, designarão em ilhas situadas a sotavento dos ventos reinantes nos portos, local
adequado para o vazadouro. Os infractores pagarão a multa de 50$ a 100$000.”Lei Federal Nº
5.357/1967 (deixou de vigorar em 2000)
Estabelecia penalidades para embarcações e terminais, marítimos ou uviais, de qualquer
natureza, estrangeiros ou nacionais, que lançassem detritos ou óleo nas águas brasileiras. A multa
era de 2% do maior salário mínimo vigente no território nacional, por tonelada de arqueação ou
fração às embarcações, e multa de 200 vezes o maior salário mínimo vigente para os terminais
marítimos ou uviais. Nos casos de reincidência, a multa seria aplicada em dobro. A scalização
estava a cargo da Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha. A receita proveniente da
sua aplicação deveria ser vinculada ao Fundo Naval. De acordo com a Dra. Yara G. Gouveia, esta lei
se aplicava apenas aos navios e terminais, não abrangendo demais fontes de poluição e também
não estabelecia quaisquer obrigações, normas ou procedimentos, limitando-se às penalidades a
serem impostas aqueles que lançassem detritos ou óleo em águas brasileiras. Apesar de suas
de ciências, vigorou por 33 anos até ser substituída pela Lei Federal Nº 9.966/2000, após a
ocorrência de dois acidentes de grande repercussão na mídia: o vazamento de oleoduto na Baía
da Guanabara (RJ) em janeiro de 2000 e da Re naria no Paraná em julho de 2000.
2. Comunicação do Vazamento de Óleo (por ordem cronológica)
Decreto Federal Nº 83.540 de 04/06/79 – regulamenta a aplicação da Convenção Internacional
sobre a Responsabilidade Civil de Danos Causados por Poluição por Óleo (CLC 69): Art. 8º §1º:
Qualquer incidente deverá ser comunicado imediatamente à Capitania dos Portos da área, a
qual deverá participar o fato aos órgãos de meio ambiente, federais e estaduais, com urgência;
Portaria da Agência Nacional de Petróleo – Nº 170 de 26/11/1998 – Art. 13
A empresa ou concessionária autorizada deverá comunicar imediatamente à Agência Nacional
de Petróleo, a ocorrência de qualquer evento decorrente de suas atividades que possa
acarretar riscos à saúde pública, à segurança de terceiros e ao meio ambiente, indicando as
causas de sua origem, bem como as medidas tomadas para sanar ou reduzir o seu impacto. O
poluidor poderá ser autuado e seu estabelecimento pode ser interditado.
“Lei de Crimes Ambientais” – Lei Federal Nº 9.605 de 12/02/1998 – Art. 14 – inciso III:São
circunstâncias que atenuam a pena: comunicação prévia pelo agente poluidor, do perigo
iminente de degradação ambiental.
“Lei do óleo e de substâncias nocivas” – Lei Federal Nº 9.966/2000
Art. 22:Qualquer incidente ocorrido em portos organizados, instalações portuárias, dutos,
navios, plataformas e suas instalações de apoio, que possa provocar poluição das águas sob
jurisdição nacional, deverá ser imediatamente comunicado ao órgão ambiental competente, à
Capitania dos Portos e ao órgão regulador da indústria do petróleo, independentemente das
medidas tomadas para seu controle.
Decreto Federal Nº 4.136 de 20/02/2002*: especi ca as sanções às infrações às regras de
prevenção, controle e scalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em águas brasileiras.
Art. 47:As entidades exploradoras de portos organizados, instalações portuárias, terminais,
operadores de plataformas com suas instalações de apoio, navios ou os responsáveis por
dutos não associados a plataforma, que deixarem de comunicar qualquer incidente que possa
provocar poluição das águas sob jurisdição nacional, ocorrido em suas instalações ou no seu
navio, quando dele tomar conhecimento, ao órgão ambiental competente, independentemente
das medidas tomadas para o seu controle estão sujeitas à penalidade de R$ 7.000.00 a
1.000.000,00.
Parágrafo único: cabe ao órgão ambiental competente autuar e multar os infratores quando
não comunicado, na situação prevista neste artigo.
* No Anexo IIdeste decreto e no Anexo I/Apêndice 1 da Resolução CONAMA Nº 398/2008 consta o
modelo do formulário padrão que deverá ser utilizado para comunicar o incidente e posteriormente
ser encaminhado as autoridades citadas no Art. 22 da Lei 9.966/2000.
3. Penalidades (ordem cronológica)
CLC 69: Dec. Federal Nº 83.540 de 04/06/79 – regulamenta a aplicação da
Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil de Danos Causados por Poluição por
Óleo:
Art. 2º: “o proprietário do navio que transporte óleo a granel como carga é civilmente
responsável pelos danos causados por poluição por óleo no território nacional”.
Política Nacional de Meio Ambiente – Lei Federal Nº 6.938 de 31/08/81
Art. 14: Estabelece a responsabilidade civil objetiva por danos por poluição e as penalidades
para os agentes poluidores, obrigando-os a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros afetados, independentemente da existência de culpa. Podem também
os Ministérios Públicos da União e dos Estados proporem ações de responsabilidade civil e
criminal por danos causados ao meio ambiente.
Ação Civil Pública por Danos Ambientais – Lei Federal Nº 7.347 de 24/07/85
Institui a Ação Civil Pública de Responsabilidade por Danos Causados ao Meio Ambiente, ao
Consumidor, a Bens e Direitos de Valor Artístico, Estético, Histórico e Paisagístico. Estas ações
objetivam responsabilizar e obrigar o poluidor a reparar o dano gerado. Disciplina as Ações
Civis Públicas que podem ser propostas pelo Ministério Público, pela União, Estados e
Municípios ou por autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista
ou associações de defesa ao meio ambiente.
“Lei de Crimes Ambientais” – Lei Federal Nº 9.605 de 12/02/1998: Art. 6º,7/15, 23 e 54
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente. Esta lei trouxe uma série de inovações entre elas a responsabilização de
pessoas jurídicas e físicas, autoras e co-autoras da infração e o fato de que a punição poderá
ser extinta com a apresentação de laudo que comprove a recuperação do dano ambiental.
Para constatação do dano ambiental pelos vazamentos de óleo, é necessário comprovar a
relação causa-efeito. Destacam-se:
Art 2º: descreve os tipos de penalidades, das simples advertência até as sanções mais
rigorosas como multa diária, embargo de obra ou atividade, suspensão parcial ou total das
atividades; reparação dos danos causados;
Art. 41: os infratores que causarem poluição de qualquer natureza em níveis tais que
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição signi cativa da ora, poderão receber multa de R$ 1.000,00 (mil
reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais) ou multa diária.
“Lei do óleo e outras substâncias nocivas” – Lei Federal Nº 9.966 de 28/04/2000
Estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na movimentação de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalações portuárias, plataformas e
navios em águas sob jurisdição nacional. Aplica-se às embarcações e plataformas nacionais ou
estrangeiras, portos, instalações portuárias e dutos. Respondem pelas infrações: proprietário
do navio, armador ou operador de navio, concessionário ou empresa autorizada a exercer
atividades pertinentes à indústria do petróleo, o comandante ou tripulante do navio e pessoa
física ou jurídica que represente o porto organizado, a instalação portuária, a plataforma e suas
instalações de apoio, estaleiros, marinas clubes náuticos ou instalações similares.
Art. 15, 16 e 17: proíbem a descarga de substâncias nocivas ou perigosas em águas sob
brasileiras, incluindo água de lastro, resíduos de lavagem de tanques ou outras misturas
que contenham tais substâncias exceto se atendidas casos permitidos pela MARPOL 73/78 e
se o navio se encontrar fora dos limites de áreas ecologicamente sensíveis;
Art. 21: no caso dessa descarga ter sido autorizada, o responsável é obrigado a reparar os
danos causados ao meio ambiente e a indenizar os prejuízos gerados;
Art. 23: a entidade exploradora de porto organizado ou instalação portuária, o proprietário
ou operador da plataforma ou de navio e o concessionário ou empresa autorizada a exercer
atividade pertinente à indústria de petróleo, responsáveis pela descarga de material
poluente em águas nacionais são obrigados a ressarcir os órgãos competentes pelas
despesas por ele efetuadas, independente de prévia autorização e de pagamento de multa.
O valor da multa poderá variar de R$ 7.000,00 a R$ 50.000.000,00;
Sanções às infrações previstas na Lei 9.966/00 – Dec. Federal Nº 4.136 de 20/02/2002</
As sanções variam de advertência e multa simples à suspensão parcial ou total das atividades.
Ilustra quem são as pessoas físicas ou jurídicas que poderão responder pela infração, as
autoridades competentes para lavrar os autos de infração e dá outras providências. O valor da
penalidade pode variar de R$ 7.000.00 a 1.000.000,00.
4. Convenções Internacionais (ordem alfabética)
CLC 69 – Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil de Danos Causados por
Poluição por Óleo: Dec. Federal Nº 79.437 de 28/03/71 promulga a CLC 69 e o Dec. Federal Nº
83.540 de 04/06/79 regulamenta sua aplicação.
Estabelece responsabilidade civil aos proprietários de petroleiros sobre danos causados a
terceiros em função de um derramamento de óleo (petróleo e derivados escuros). Objetiva
diminuir os efeitos da poluição, limpar áreas afetadas e adotar providências e cazes para
indenização aos prejuízos sofridos. Cria um sistema de seguro compulsório aos petroleiros dos
países signatários. Destacam-se os seguintes artigos:
Art. 2º: o proprietário do navio que transporte óleo a granel como carga, é civilmente
responsável pelos danos causados por poluição por óleo no território nacional,
Art. 6º: os órgãos estaduais de controle do meio ambiente, em articulação com o IBAMA,
executarão as medidas preventivas e corretivas necessárias à redução dos danos causados
por poluição por óleo, bem como supervisionarão as medidas adotadas pelo proprietário
do navio.
Código Segurança Marítima: Portaria Nº 046 de 28/08/96 da Diretoria e Portos e Costas
(DPC) do Ministério da Marinha
Aprova as diretrizes para implementação do Código Internacional de Gerenciamento para a
Operação Segura de Navios e para a Prevenção da Poluição (ISM International Safety Maritime
Code), visando orientar as companhias de navegação e operadoras de navios na preparação de
sistemas de gerenciamento de segurança, na sua implantação e manutenção.
IOPC FUND 1992 – Fundo internacional de compensação à poluição por óleo
Trata da regulamentação sobre sistema de indenização de danos a empresas particulares,
organizações públicas, autoridades locais entre outras, prejudicadas por incidentes de poluição
envolvendo petróleo e derivados escuros, provenientes de navios que façam parte do Fundo
92, desde que não tenham recebido indenização por parte da CLC 69. A avaliação dos danos
socioeconômico e ambiental é feita por técnicos da ITOPF – International Tanker Owners
Pollution Federation e representantes do P&I Club – “Clube” de Proteção e Indenização no Brasil.
Não foi regulamentado pelo governo brasileiro até dezembro de 2010.
MARPOL 73/78 – “Marine Pollution” – Convenção internacional para prevenção da poluição
causada por navios: Dec. Legislativo Nº 60/95 e Dec. Executivo Nº 2.508/98
Estabelece regras para a prevenção da poluição causada por óleo, por substâncias líquidas
nocivas transportadas a granel, em fardos, contêineres, tanques portáteis ou vagões, tanques
rodoviários e ferroviários e também por esgotos e lixo provenientes de navios. As normas
estabelecidas dirigem-se aos navios, portos e terminais.
A MARPOL é constituída por seis anexos que visam a prevenção e o controle da poluição no
mar, os quais tratam dos seguintes assuntos:
Cap. 3 – Seção IV – Item 308 trata dos procedimentos que deverão ser atendidos durante
transferência de óleo a exemplo da operação de abastecimento com óleo combustível
marítimo, incluindo o lançamento de barreiras de contenção no entorno das embarcações
envolvidas ou o estabelecimento de uma embarcação dedicada no local, para responder a
qualquer incidente de derramamento de óleo, dotada de barreiras de contenção de óleo
em quantidade adequada e pessoal quali cado, durante o transcorrer da operação.
6. Planos de Emergência
Lei dos Portos – Lei Federal Nº 8.630/93
Dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações
portuárias e dá outras providências. O Art. 33 cita que cabe à administração do Porto: scalizar
as operações portuárias, zelando para que os serviços se realizem com e ciência, segurança e
respeito ao meio ambiente, no qual inclui a implantação de planos de ação de emergência.
Lei Federal Nº 9.719, de 27 de novembro de 1998
Dispõe sobre normas e condições gerais de proteção ao trabalho portuário, institui multas pela
inobservância e seus preceitos.
NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário – Dez/1997
Estabelece responsabilidades e competências da Administração Portuária e dos Trabalhadores
Portuários voltados à segurança, saúde e meio ambiente. Entre os assuntos abordados está a
prevenção de acidentes envolvendo poluição ambiental com vazamento de produtos perigosos
(itens 29.1.6, 29.6.3.3, 29.6.4, 29.6.5), e elaboração do Plano de Controle de Emergência – PCE e
do Plano de Auxílio Mútuo – PAM (item 29.1.6.3, 29.6.3.4 e 29.6.6).
“Lei do óleo e de substâncias nocivas”: Lei Federal Nº 9.966 de 28/04/2000
Estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na movimentação de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalações portuárias, plataformas e
navios em águas sob jurisdição nacional. Destacam-se os seguintes artigos:
Tabela: Síntese dos instrumentos legais relacionados a prevenção e controle da poluição por óleo.
Penalidadesaos Lei Federal Nº 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente: Art. 14º,
agentes Lei Federal Nº 7.347/85 – Ação Civil Pública por Danos Ambientais,
poluidores Dec. Federal Nº 83.540/79 – regulamenta a aplicação da Convenção
Internacional sobre a Responsabilidade Civil de Danos Causados por
Poluição por Óleo (CLC 69): Art. 2º,
Lei Federal Nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais: Art. 6º a 15º, 23º e 54º,
Dec. Lei Nº 3.179/99 – especi ca sanções aplicáveis às condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente: Art. 2º e 41º,
Lei Federal Nº 9.966/2000 – estabelece princípios básicos a serem
obedecidos na movimentação de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigosas em portos organizados, instalações portuárias, plataformas e
navios: Art. 15 a 17, 21 e 23, 25 a 27 e 32.
Dec. Federal Nº 4.136/02: Sanções às infrações previstas na Lei 9.966/00.
Aplicação de dispersantes
Resolução CONAMA Nº 269/2000,
Livro de Registro de Óleo: Lei Fed. Nº 9.966/2000
Cap. III – Art. 10 e 11,
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