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para a Educação
Aprendizagem dos alunos e o uso/exposição as
tecnologias digitais
De acordo com Alfred Scholl, Piaget relata fatos descobertos pela neurociência tempos
depois. Hoje é possível dizer que a teoria da educação fundamenta a neurociência e
vice-versa (SCHOLL-FRANCO, 2012).
O SNC funciona por meio de dezenas de bilhões de células, os neurônios. Ele está ligado
a todos as partes do corpo constituindo assim o sistema nervoso periférico. Os impulsos
nervosos partem do cérebro para o corpo e vice-versa, sendo importante ressaltar que
o cérebro e o corpo estão quimicamente interligados por substâncias, como os
hormônios e os peptídeos, que são liberados no corpo e conduzidos para o cérebro
pela corrente sanguínea. Estas substâncias químicas atuam nas sinapses, as quais são
pontos onde dois neurônios se conectam e transmitem sinais ou impulsos nervosos.
(COSENZA, GUERRA, 2011).
As informações que os estudantes recebem do meio externo passam por esse processo,
provocando as já citadas mudanças ou remodelações no SNC e se transformam em
conhecimentos, como mostra a figura 2.
Para que todo esse processo de transmissão e recepção de impulsos nervosos aconteça
e o cérebro do estudante aprenda, a função prioritária é a atenção. Não basta que o
discente esteja olhando para o professor ou para o quadro com as explicações para
que ele esteja prestando atenção na aula. Pode ser que esteja pensando em coisas
totalmente diversas. Enfim, se ele não está prestando atenção no que é dito, nenhuma
das informações será processada e não ocorrerá a aprendizagem de fato (COSENZA,
GUERRA, 2011).
Segundo a neurocientista Leonor Guerra mesmo que o aluno esteja prestando atenção
e entenda no momento da aula o que está sendo dito, para continuar se lembrando
da informação após sair da sala de aula, é necessário que essa tenha alguma
relevância para ele. Para que haja alguma remodelação, o aluno precisa continuar
pensando sobre o assunto. Por isso, a utilidade de retomar o conteúdo em sala ou por
meio de outras atividades (GUERRA, 2015).
A remodelação das conexões entre os neurônios vai ocorrendo a cada dia. Durante o
período de sono esse pensamento é reprocessado. Os neurônios que entram em
atividade ao reprocessar essa informação produzem proteínas que vão participar da
remodelação do SN. Então, existe um tempo biológico para que a aprendizagem
aconteça. O professor precisa repassar o conteúdo, perguntar ao estudante para
verificar se ele realmente aprendeu e dar tempo para que ele de fato apreenda aquela
informação (GUERRA, 2015).
Cabe ressaltar que a atenção só é mantida por um período curto e que o grau da
atenção é modulado pela motivação. Sendo, portanto, a motivação e a emoção outro
fator fundamental para promoção da aprendizagem. O professor precisa motivar e
emocionar seu aluno com conteúdos relevantes e significativos para sua vida.
Diversos são os fatores que possibilitam que um conhecimento possa ser armazenado
ou retido de forma temporária (memória de curto prazo) ou de forma duradoura
(memória de longo prazo).
Diante destas observações são listadas algumas ações que podem fazer parte da
prática docente a fim de promover a aprendizagem de forma mais efetiva, são elas: a
resolução de problemas; ação e exploração; construção própria; atividades criativas e
desafios; atividades lúdicas; atividades prazerosas e reforço positivo (SCHOLL-FRANCO,
2017). A figura 3 apresenta uma pirâmide com atividades facilitadoras da
aprendizagem.
A cada dia tem se tornado mais desafiador atrair a atenção dos alunos tendo como
concorrentes os smatphones e outras tecnologias.
De acordo com Porlán e Rivero (1998), os professores são os únicos que podem fazer
evoluir o modelo de ensino dominante, o que justifica a investigação de suas
concepções e seus modelos de ensino.
Sendo assim, percebe-se que o modelo de ensino desejável para promover a formação
de um estudante crítico e que participe de forma ativa da construção do seu
conhecimento requer que o professor adote uma prática diferente da tradicional.
Referências
COSENZA, R.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto
Alegre: Artmed, 2011.