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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 612.405 - MG (2004/0078533-9)

RELATOR : MINISTRO JORGE SCARTEZZINI


AGRAVANTE : MANOEL CARLOS BARBOSA E OUTROS
ADVOGADO : CARLOS EDUARDO CAPUTO BASTOS E OUTROS
AGRAVADO : ANTÔNIO RONALDO RODRIGUES DA CUNHA
ADVOGADO : RODRIGO RIGHI CAPANEMA DE ALMEIDA E OUTROS
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - NEGATIVA
DE PROVIMENTO - AGRAVO REGIMENTAL - EMBARGOS DO DEVEDOR -
MATÉRIA CONSTITUCIONAL - SEDE IMPRÓPRIA - OFENSA AO ART. 535 DO
CPC - INOCORRÊNCIA - NOTA PROMISSÓRIA EM MOEDA ESTRANGEIRA -
ADMISSÃO - DATA DA CONVERSÃO DO VALOR DO TÍTULO - HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS - ART. 20, § 4º DO CPC - APRECIAÇÃO EQÜITATIVA DO JUIZ -
DESPROVIMENTO.
1 - Em sede especial, não é possível apreciar violação a artigos da
Constituição, porquanto o prequestionamento de matéria essencialmente constitucional, por
esta Corte, importa em usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. Precedentes.
2 - Inexiste contrariedade ao art. 535, do Código de Processo Civil, quando não
configurada omissão, contradição ou obscuridade no v. acórdão recorrido. Ademais, esta
Corte já firmou entendimento de que o juiz não está obrigado a responder todas as questões
suscitadas pelas partes, quando já tenha fundamento suficiente para embasar a decisão.
Ressalte-se, ainda, que o v. aresto impugnado efetivamente analisou a controvérsia à luz da
Lei n.º 10.192/2001, dispondo acerca da matéria que "pelo princípio da irretroatividade das
leis, temos que não se aplica ao caso dos autos" .
3 - No concernente à nulidade do título expresso em moeda estrangeira (art. 1º,
do Decreto Lei 857/69; 1º da MP 1675-55/98, convertida no art. 1º da Lei 10.192/01 e art.
618, II, do CPC), as alegações dos recorrentes também não encontram respaldo na
jurisprudência desta Corte Superior de Uniformização, porquanto, neste aspecto, o v. acórdão
decidiu em consonância com a orientação deste Tribunal e do Supremo Tribunal Federal, no
sentido de que é legítimo o valor do título expresso em moeda estrangeira, desde que o
pagamento efetive-se mediante a conversão em moeda nacional. E, conforme salientou o v.
acórdão, em suas conclusões, os valores foram devidamente convertidos. Precedentes.
4 - Quanto à data da conversão do valor do título, verifica-se que o v. aresto
combatido entendeu como correta a data da propositura da ação e não a do seu vencimento,
ao considerar que o risco de eventual variação decorreu, tão-somente, da mora do devedor.
Neste ponto, também, o v. acórdão encontrou o respaldo desta Corte. Precedentes.
5 - No que tange à pretensão do recorrente em ver modificado o percentual da
verba honorária, sob a alegação de ofensa ao art. 20, § 4º, do CPC, primeiramente, não
verifico configurada a suposta violação, porquanto, das conclusões do v. acórdão recorrido,
observa-se que o Tribunal de origem, no tocante à verba honorária, deu ao caso solução
convergente com o entendimento adotado por esta Corte. Ademais, não é possível esta Corte
rever o julgado, neste aspecto, porquanto a reapreciação dos critérios utilizados pelo
magistrado para fixar os honorários advocatícios, por importar em análise de matéria
fático-probatória, é inviável nesta esfera recursal, a teor da Súmula 07 desta Corte.
Precedentes.
6 - Agravo Regimental desprovido.
Documento: 1863387 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJ: 22/08/2005 Página 1 de 2
Superior Tribunal de Justiça
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Ministros da Quarta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator. Votaram com o Sr. Ministro Relator os Srs. Ministros BARROS
MONTEIRO, CESAR ASFOR ROCHA e ALDIR PASSARINHO JUNIOR. Ausente,
justificadamente, o Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES.
Brasília, DF, 16 de junho de 2005 (Data do Julgamento)

MINISTRO JORGE SCARTEZZINI, Relator

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