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CONTRATOS COMERCIAIS

O CONTRATO DE FRANQUIA (FRANCHISING)

 Contrato pelo qual o produtor de BENS e/ou SERVIÇOS concede a


outrem, mediante contrapartidas, a comercialização dos seus bens ou
serviços, através da utilização da marca e demais sinais distintivos, e
conforme o plano, método e diretrizes prescritas pelo primeiro, que
fornece ao segundo conhecimentos tecnológicos e regular assistência.
CONTRATOS COMERCIAIS

Semelhanças com o concessionário:

 O franquiado também é um comerciante que compra para revenda.


 Que também atua em seu nome e por conta própria.
 Que também assume os riscos da comercialização.
 Habitualmente beneficia também do direito de exclusivo.
 Obrigação de assistência aos clientes.
CONTRATOS COMERCIAIS

 O Franquiado fica dependente do plano delineado pelo franquiador,


executa-o e distribui os bens, surgindo ao público com a imagem
empresarial daquele. O Franquiado deve observar estritamente
determinadas prescrições impostas pelo franquiador.

 O Franquiador controla a atividade do franquiado e zela pela qualidade


dos produtos e/ou serviços fornecidos/prestados sob a sua marca.

 O Franquiado conserva a sua independência. O Franquiador preserva a


sua imagem e a dos bens que produz.
CONTRATOS COMERCIAIS

FRANQUIA vs CONCESSÃO

 Há uma maior interferência do franquiador na atividade do


franquiado, bem como no facto de a comercialização dos bens ser
necessariamente acompanhada do fornecimento de “know-how”, de
assistência, de métodos e planos de mercado, de conhecimentos
tecnológicos, etc.
CONTRATOS COMERCIAIS

 Em termos de legislação, existe um Regulamento sobre o


Franchising: N.º 4087/88 da Comissão de 30/11/1988.

 Apesar deste Regulamento, a Franquia não deixa de ser um contrato


desprovido de regime jurídico próprio. Em tudo o que não está
estipulado aplicam-se as regras gerais dos contratos. Aplica-se-lhe
analogicamente também o regime da Agência, visto que lhe são
aplicadas as considerações feitas para o Contrato de Concessão.
CONTRATOS COMERCIAIS

 No contrato de franchising ao franchisado compete financiar os


investimentos, assegurar a função comercial e retribuir os serviços que
recebe do franchisador, pagando-lhe uma importância determinada ou
uma percentagem sobre o volume de negócios.

 O franchisador não concede apenas a utilização da marca; obriga-se


também a fornecer ao franchisado os meios adequados para a
comercialização dos produtos ou dos serviços ou para a produção dos
bens objeto do contrato.
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E que meios são esses ?

 Engineering (estudos prévios à criação e instalação do


estabelecimento)
 Técnicas de Marketing (estudos de mercado, utilização duma
insígnia conhecida, publicidade, vendas de promoção).
 Know-How (métodos de fabrico).
 Outros (meios adequados à formação profissional do pessoal do
franchisado e à organização e administração da sua empresa).
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 Franschising de Serviços

 O franchisado presta um serviço sob a marca ou o nome comercial


do franchisador, conformando-se com as suas orientações.

 Ex: McDonald’s
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 Franchising Industrial

O franchisado fabrica ele próprio, no todo ou em parte, segundo as


indicações do franchisador, os produtos que vende sob a marca ou
denominação deste.

 Ex: Coca-cola e Pepsi-cola.


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Síntese do Conceito do Contrato de Franquia

 Concessão remunerada do uso dos sinais distintivos de uma


empresa por outra, para fins de integração da segunda na rede de
distribuição dos produtos da primeira.

 Constitui um método de colaboração entre empresas com vista à


utilização de marcas, técnicas empresariais, patentes, nomes
comerciais, métodos de produção, etc., e tanto respeita a produtos
como a serviços.
CONTRATOS COMERCIAIS

 O franchisado explora a marca ou nome comercial do franchisador


mediante uma Contrapartida, normalmente designada por Royalties.

 Por vezes acorda-se também quanto ao pagamento de uma entrada


inicial, seguida de contrapartidas pecuniárias periódicas. Essa quantia
em regra é calculada em função do seu volume de negócios, por
percentagem.
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VANTAGENS

Para o franquiador/franchisador

 Menores riscos empresariais.


 Menores custos administrativos.
 Maior sucesso comercial.
 Contacto mais próximo com o cliente.
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Para o franquiado/franchisado

 Possibilidade de ser empresário em vez de mero trabalhador.


 Facilidade de intrusão no mercado.
 Mais credibilidade e conhecimento.
 Maior possibilidade de sucesso.
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Questão da independência do franquiado/franchisado

 Depende da maior ou menor fiscalização e intromissão do


franquiador/franchisador na área e gestão/ organização da
atividade do franquiado/franchisado.

 Por isso, pode o controlo pôr em causa a liberdade empresarial


deste, aproximando-se algumas das vezes do contrato de prestação
de serviços ou até mesmo do contrato de trabalho.
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O CONTRATO DE LEASING (LOCAÇÃO FINANCEIRA)

 É o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante retribuição,


a ceder à outra parte o gozo temporário de uma coisa, móvel ou
imóvel, adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário
poderá comprar, decorrido o período acordado, por um preço nele
determinado ou determinável, mediante simples aplicação dos critérios
nele fixados.

 É um contrato de financiamento, que exige a forma escrita.


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PRAZOS

 Bens Móveis:
• Prazo Mínimo = 18 meses
• Prazo Máximo = não deve ultrapassar o que corresponde ao
período presumível de utilização económica do bem.

 Bens Imóveis:
• Prazo Mínimo = 7 anos.
• Prazo Máximo = não pode ter duração superior a 30 anos.
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OBRIGAÇÕES DO LOCADOR

 Adquirir ou mandar construir o bem a locar.


 Conceder o gozo do bem para os fins a que se destina.
 Vender o bem ao locatário, caso este queira, findo o contrato.
 Defender a integridade do bem, nos termos gerais do direito.
 Examinar o bem, sem prejuízo da atividade normal do locatário.
 Fazer suas, sem compensações, as peças ou outros elementos
acessórios incorporados no bem pelo locatário.
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OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO

 Pagar as rendas.
 Pagar as despesas correntes necessárias à fruição das partes
comuns do edifício e aos serviços de interesse comum, em caso de
locação de fração autónoma.
 Facultar ao locador o exame da coisa locada.
 Não aplicar o bem a fim diverso daquele a que se destina.
 Assegurar a conservação do bem e não fazer dele uma utilização
imprudente.
 Realizar as reparações, urgentes ou necessárias, bem como
quaisquer obras ordenadas pela autoridade pública.
CONTRATOS COMERCIAIS

 Não proporcionar a outrem o gozo total ou parcial do bem por meio


de cessão onerosa ou gratuita da sua posição jurídica, sublocação
ou comodato, sem autorização.
 Comunicar ao locador, dentro de 15 dias, a cedência do gozo do bem,
quando permitida ou autorizada.
 Avisar imediatamente o locador, sempre que tenha conhecimento
de vícios no bem ou saiba que o ameaça algum perigo ou que
terceiros se arrogam direitos sobre ele.
 Efetuar o seguro do bem locado, contra o risco da sua perda ou
deterioração e dos danos por ela causados.
 Restituir o bem locado, findo o contrato, em bom estado, salvo as
deteriorações inerentes a uma utilização normal, quando não opte
pela sua aquisição.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

O QUE É?

 É um direito que permite assegurar o monopólio ou o uso exclusivo


sobre uma determinada invenção, uma criação estética (design) ou um
sinal usado para distinguir produtos e empresas no mercado.

 A Propriedade Industrial (PI), em conjunto com os Direitos de Autor


e os Direitos Conexos, constituem a Propriedade Intelectual.

tem por objeto a proteção das


visa a proteção das obras
invenções, das criações
literárias e artísticas (incluindo
estéticas (design) e dos sinais
as criações originais da
usados para distinguir produtos
literatura e das artes).
e empresas no mercado
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

 O recurso à proteção ou ao registo não é obrigatório para os


cidadãos ou para as empresas que pretendam desenvolver ou explorar
uma invenção, uma criação estética ou assinalar produtos e serviços no
mercado.

MAS, é aconselhável…

 Assegura um monopólio legal  permite impedir que alguém utilize,


sem consentimento, uma marca, uma patente ou um desenho ou
modelo (ou outras modalidades), habilitando o titular a acionar todos
os mecanismos legais para fazer cessar ou punir qualquer conduta
usurpadora.

NOTA - Em Portugal, a propriedade e o uso exclusivo apenas se adquire


por via da proteção ou do registo junto do INPI, não através do mero uso
no mercado.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

 Concede o direito de utilizar símbolos que dissuadem a violação (®)


(Pat.n.º) (D M n.º)  é apenas permitido para quem obtenha,
efetivamente, o registo ou a proteção, prevenindo ou evitando
eventuais condutas lesivas dos direitos.

 Proporciona maior segurança aos investimentos que a empresa realiza


 Minimiza, por essa via, um risco de conflito com detentores de
direitos anteriores que possa conduzir a uma eventual obrigação de
retirada de todo o investimento realizado, no desenvolvimento e na
implementação de um determinado sinal ou invenção.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL

 Atribui um direito de propriedade  obtido através da proteção ou do


registo e é livremente disponível, podendo o titular transmitir ou
conceder licenças de exploração das suas marcas, patentes ou
desenhos ou modelos, rentabilizando dessa forma os investimentos
realizados.

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