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Capítulo 1 - Gestão de tempo e hábitos ...............................3


Capítulo 2 - Cronograma detalhado de trabalho .............. 14
Capítulo 3 - Quem é o time? ............................................... 19
Capítulo 4 - Comunicação efetiva ..................................... 25
Bibliografia .......................................................................... 32

Sempre que um ícone aparecer, há um link para você clicar.

Sempre que o avião aparecer, é fim de capítulo.


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O vilão: Procrastinação
Procrastinar é deixar para depois. “Por que fazer amanhã o que eu
posso fazer depois de amanhã?”. No entanto, quando isso se torna um hábito,
prejudicando as suas tarefas, fique atento!

: Tim Urban descreve


de forma brilhante como é o universo
por dentro da cabeça de um
procrastinador e de que forma os 3
personagens que governam este
universo influenciam nas suas tomadas de decisões. Assista e se identifique!

Muitos também se auto-rotulam procrastinadores. “Sou assim,


mesmo”, “trabalho melhor sob pressão”, “na hora eu faço”. Se você aceita esse
rótulo, isso acaba virando realmente uma parte de você (acredite, se torna
mesmo). Muito cuidado com isso!
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Recomendamos também um texto


escrito pela Mariana Rau no Linkedin sobre “O
que PROCRASTINAÇÃO e REAÇÕES QUÍMICAS
têm em comum”, onde são relacionados os
conceitos de energia de ativação com a
explicação para a nossa dificuldade de iniciar
tarefas (tendendo a procrastinar).

O pesquisador Jacob Moreno estabeleceu em 1955 a teoria da


espontaneidade e da criatividade. Ele diz que baixar o nível de ansiedade é
uma forma de se tornar mais espontâneo e, portanto, mais criativo. Ao mesmo
tempo, a neurociência traz que um nível quase nulo de ansiedade gera apatia,
indiferença sobre algo. Portanto, temos aqui um gráfico mágico:

Saiba trabalhar entre os pontos de indiferença e de pânico, evitando a


procrastinação, e você vai atingir a sua criatividade máxima!
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Por onde começar?


DESaprender
Ué, que estranho… você imaginava que receberia esse guia para
aprender coisas novas, não é mesmo? Que história é essa de DESaprender?

Para construir um bom hábito, é preciso desconstruir um mau hábito.


Para aprender um novo modo de agir, é preciso desaprender o modo atual. Por
isso, vamos começar desconstruindo o que te impede de gerir bem o teu
tempo.

“O desaprender pode ser mais importante que o aprender, até mesmo


porque é o processo que antecede o aprendizado. Quem não
desaprende, aprende de forma limitada. (...)
O processo do desaprender pode responder melhor em resultados que o
próprio aprender. Se a equipe estiver errando excessivamente
em determinados pontos, apenas com a eliminação dos erros
conseguirá grandes resultados.
Estar preparado para o novo é um processo contínuo de
desaprender e aprender nas suas proporções.”
Trechos extraídos de “A importância do desaprender”, de Paulo
Eduardo Dubiel.

Então, esteja aberto para desconstruir hábitos e rotinas antigas, para


abrir espaço para a nova rotina da pesquisa. Evite tempos ociosos e correria
demasiada.

Dicas valiosas!

O tempo é um recurso finito. A energia já é outra história… Você já


sentiu que mesmo com tempo para realizar alguma tarefa você se sente
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esgotado e não consegue realizá-la? Então, pensar em gestão de energia pode


ser uma nova forma de usá-la de modo inteligente ao longo do tempo.

Existem 4 principais origens da energia da qual dispomos: corpo,


emoções, mente e espírito. Em cada uma dessas
fontes, a energia pode ser sistematicamente
expandida e renovada. Essa renovação pode ocorrer
por meio de rituais específicos, ou seja,
comportamentos praticados intencionalmente e
agendados, de forma automática.

Ao gerenciar energia e ter consciência de que


ela é renovável, você aprende ou cria rituais próprios
de renovação, que podem ser: sair do seu local de
estudo por uns instantes, dar uma caminhada, tomar água ou uma bebida
quente, fazer uma meditação em um momento, respirar fundo de olhos
fechados… ou o que você quiser, desde que sinta que a sua bateria é
recarregada nesse intervalo.

Assim, você vai ver que não importa tanto quanto tempo você dedica a
alguma atividade, mas sim quanta energia você colocou nela. E por energia
podemos entender: foco, atenção, agilidade e todos os seus conhecimentos.
Dessa forma atinge algo como um estado de “flow” (ou fluxo), de total imersão
na atividade, em que você não vê o tempo passar.

“Somos aquilo que repetidamente fazemos.” Aristóteles


Charles Duhigg, no livro “O Poder do Hábito: Porque Fazemos o Que
Fazemos na Vida e nos Negócios”, fala sobre um artigo publicado em 2006 por
um pesquisador da Universidade de Duke. O estudo revelou que mais de 40%
das ações que as pessoas realizavam diariamente não vinham de vontade
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própria, eram hábitos. Isso significa que 40% do que fazemos é no piloto
automático. Imagine-se gastando 40% em atividades automáticas
improdutivas?

Observe-se. Entenda como o mau hábito se forma e qual o gatilho


(estímulo) que o dispara. Alguns exemplos:

Roer unha sempre quando fico indeciso sobre uma decisão que devo
tomar;
Fico disperso nos meus estudos sempre que recebo uma atualização de
uma rede social;
Sempre que penso em tudo que preciso fazer, não faço nada pois não sei
por onde começar;
Quando tenho que fazer uma apresentação, fico movimentando minhas
mãos sem parar.
Em negrito, destacamos os gatilhos. Ao identificar o que está
provocando o mau hábito, pode resolver essa situação de 2 formas:

Escape 1: Evite os gatilhos. Simples. Se não houver gatilho, não há o


que dispare o mau hábito. Evite contato com redes sociais, então não haverá
dispersão nos estudos. Claro que isso não serve para tudo, como por exemplo
o caso de fazer uma apresentação. Para isso, serve o segundo escape.

Escape 2: Condicione-se a fazer outra coisa, a cada vez que enfrentar


a situação novamente. Por exemplo: Quando tenho que fazer uma
apresentação, faço gestos suaves me inspirando na mulher da previsão do
tempo, da TV. Sempre que penso em tudo que preciso fazer, eu tomo nota em
ordem de importância, respirando fundo e calmamente. É
um processo de treinar você mesmo para ter uma reação
diferente! Você precisa ser o seu próprio vigia e estar
atento a esses gatilhos.
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Agora que você entende a dimensão dos problemas que podem existir
na gestão de tempo e também a importância de desaprender certos hábitos,
vamos para a parte prática! Separamos algumas ferramentas que vão ajudar a
eliminar - ou afastar - hábitos que matam o tempo:

Rescue Time

Você já parou para pensar


quanto tempo você dedica a cada
coisa por dia? E a cada site que
você visita? O RescueTime é um
aplicativo que mostra quanto
tempo você fica em páginas e programas de trabalho — como Excel ou Word —
e quanto tempo gasta com diversão — como Facebook ou Candy Crush. Tem
na Google Play!

Kill news feed

Essa extensão do Google Chrome elimina o feed do Facebook. Essa é


especial para você que resolve dar uma olhadinha rápida nas notificações e se
dá conta 3 horas depois, em uma página sobre cães usando sapatinhos.

Baixe e instale a extensão. Toda a vez que você tentar acessar o feed,
ele será bloqueado por
uma mensagem imensa:
“Don’t get distracted by
Facebook!” ou “Não se
distraia no Facebook!”.
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Strict workflow

Já imaginou poder escolher e bloquear os sites que você não deve


acessar, em um momento em que um foco ninja é necessário? É o que o Strict
Workflow faz. Depois de ter analisado no Rescue Time por onde o seu tempo
está escorrendo ralo abaixo, você pode
selecionar os canais e bloquear! Além disso, o
Strict Workflow possui uma ferramenta da
técnica Pomodoro (vamos falar dela daqui a
pouco!).

É só adicionar a extensão ao Google


Chrome. “Página bloqueada. Volte ao
trabalho!”

Regra dos 20 segundos

Shawn Anchor, autor de livros sobre felicidade e psicologia positiva,


falou sobre a regra dos 20 segundos e como utilizá-la para modular hábitos.

Um exemplo: Está vendo muita TV? É só tirar as pilhas do controle


remoto. Isso faz com que a cada vez em que você quiser ligar a TV você
precise pegar e inserir as pilhas novamente. Cria um atraso de 20 segundos no
uso do aparelho, propicia instantes para a reflexão “isso realmente é
necessário?” e reduz dramaticamente a quantidade de tempo na frente da TV.

Acessa muito as redes sociais no celular? Coloque ele no modo avião.


Quando você quiser dar uma espiada nas redes, terá o atraso dos segundos
entre o celular sair do modo avião e achar uma rede de internet. Esse tempo é
um tempo de pensar se isso realmente é necessário.
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Primeiro, cerque-se de um bom ambiente.

Música: o que ouvir?

Diversos estudos já demonstraram que a música tem um


efeito positivo sobre criatividade e foco. Mas você sabia que não
serve qualquer música? Dependendo da atividade, são
recomendadas músicas com ou sem letra, no seu idioma ou em outro idioma,
músicas repetitivas ou não… depende!

Este site traz todas essas informações, para que você escolha o que
deve ouvir, desde música de games até não-música (som de chuva, por
exemplo), com sugestões e indicação de players. É em inglês, mas bem
intuitivo.

Fuilaefiz

O nome é auto-explicativo, não? O “Fui lá e Fiz” é um site com uma


sequência de passos pra que você se concentre e faça as suas tarefas. Ele foi
elaborado por estudantes de psicologia, da Eurekka, baseado em resultados de
pesquisas sobre foco e procrastinação. É a
ciência aplicada ao fazer. Vou deixar que
você descubra o resto!
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Técnica Pomodoro

Essa técnica foi desenvolvida por Francesco Cirillo, no final dos anos
1980. O nome pomodoro significa tomate, em italiano, é uma referência a um
cronômetro popular na época.

É um método que se tornou bastante popular entre os jovens


pesquisadores. Veja só o que a ex-mentoradaVanessa diz:

“A técnica do pomodoro foi uma das coisas mais proveitosas que


aprendi durante do programa de mentoria. Essencialmente sempre fui
uma pessoa muito organizada, mas nunca soube administrar o
meu tempo para ser o mais produtivo possível.
Tanto na pesquisa, quanto em atividades pessoais, minha vida
acadêmica, por exemplo, gastava a maior parte do tempo me
organizando e planejando do que executando as atividades em si.
Nesse sentido, a técnica do pomodoro foi essencial para tornar-me
mais produtiva, melhorando meu rendimento acadêmico e
tornando possível a conciliação da pesquisa com as demais atividades.
Dividir o tempo em pequenos blocos, totalmente focados, é uma forma
muito mais eficaz de se trabalhar, pois, não haverá tempo gasto com
distrações, as atividades irão de fato ser realizadas e não será tão
cansativo do que estudar um longo período de tempo de uma só vez.”
Vanessa Carmo, mentorada em 2016.

A técnica se baseia no princípio de que períodos intensos de trabalho,


intercalados por breves pausas, potencializam o rendimento nas tarefas.
Confira o passo a passo da técnica Pomodoro!

A forma de contar o tempo do Pomodoro você escolhe. Pode fazer


com um cronômetro manual, ou no celular, ou com a ferramenta Strict
Workflow, que falamos acima.
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Doses finais de
produtividade!
Deixamos agora as nossas últimas dicas!

Primeiro, o pior. Para acabar com a procrastinação, lide com a sua


tarefa menos prazerosa logo pela manhã, ou assim que possível. Essa
pequena vitória irá dar um gás a mais e um tom de vitória para o resto do dia!

Minimarcas. Quando iniciar uma tarefa, identifique o alvo que


você deve atingir. Atinja esse alvo e só depois pare de trabalhar. Por
exemplo, se você estiver escrevendo o seu plano, decida não fazer
pausas até ter escrito pelo menos 1000 palavras.

Quebre em pedaços. Corte tarefas complexas em tarefas


menores e bem definidas. Então, foque em completar uma tarefa de cada vez.

Princípio de Pareto. Estabelecido pelo cientista político Vilfredo Pareto


(1848 - 1923), o princípio também é conhecido como regra do 80-20, e diz que
80% do valor de uma tarefa vem de 20% do esforço. Lembra quando falamos
de gerenciar energia? Foque sua energia nos 20% críticos e não esquente tanto
nos 80% não produtivos. Quer saber mais? Veja o vídeo!

Promessas! Fale para outras pessoas a respeito dos seus


compromissos e prazos. Isso ajuda a firmar a sua responsabilidade.
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Lacunas produtivas. Sabe aquele tempo vazio em que você


está a caminho da escola, ou esperando em uma fila, ou aguardando
um compromisso… ótima hora para fazer uma leitura ou esvaziar a
cabeça para dar espaço a novas ideias. Nada de pegar o celular!

Ressonância. Visualize sua meta atingida. Coloque-se em um estado


de já estar lá. Torne isso real, na sua mente, e então logo você verá isso se
tornar realidade.

Continuum. No final de cada dia, identifique e programe as tarefas do


dia seguinte. Assim, o próximo dia começa imediatamente com a tarefa e você
não perde com planejamento um tempo potencialmente produtivo.

Otimize! Identifique as técnicas que você mais usa e escreva, passo a


passo. Veja onde elas podem melhorar. Depois, teste o seu processo
otimizado.

Assista a live que fizemos com o Henrique,


psicólogo e co-fundador da Eurekka, uma startup com
foco em psicologia e tecnologia! Nós falamos sobre
gestão de tempo e ansiedade. Assista de novo os seus
momentos favoritos, ou veja se você não viu ainda!

Trouxemos aqui diversas ferramentas e formas de melhorar a sua


gestão de tempo e de energia. Mas não existe uma receita mágica (aliás, se
existisse eu já estaria realizando). O que existe é a tentativa de você empregar
as técnicas e sentir qual se adapta melhor à sua rotina e ao seu modo de
trabalho :)
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Considere um cenário como este: Estamos no mês de junho, porém,


em outubro você deseja participar de uma Feira de Ciências. Isso
significa que até outubro precisa ter resultados. Então, na hora de
estipular as etapas do projeto, é necessário que eu considere o
espaço de tempo que tenho até outubro, cuidando para cumprir
todas as etapas ao longo desse tempo.

Você conhece o SCRUM?


Scrum é uma metodologia ágil para gestão e planejamento de
projetos. No Scrum, os projetos são divididos em ciclos de período definido
chamados de Sprints. O Sprint é uma janela tempo dentro da qual um
conjunto de atividades deve ser executado.

Transparência, inspeção e adaptação são os 3 pilares do Scrum.


Transparência pois você deve ser honesto quanto à programação ser
humanamente possível de ser concluída. Inspeção pois o quadro é monitorado
e revisado frequentemente. E adaptação pois cada fase do processo pode ser
adaptado conforme a necessidade específica do projeto.
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Como cumprir o seu


cronograma com o SCRUM
Primeiro, vamos ao painel!

Vamos trabalhar com uma ferramenta visual. Experimente começar


criando um painel e colocando-o num local bem visível. Você pode montar o
painel num papel, num quadro, na parede do quarto… Ou utilizar um programa
online, como o Trello (depois falaremos dele!).

O painel será dividido em quatro colunas. São elas: “Tarefas a fazer”,


“Tarefas planejadas”, “Em andamento” e “Concluídas”.

Liste todas as tarefas das próximas 2 ou 4 semanas, dividindo-as


conforme a prioridade. Para definir prioridade, considere os fatores
importância e urgência. Use um sistema de cores, para facilitar. Se o seu
projeto é em grupo, também crie uma identificação para o responsável (ou
responsáveis) pela tarefa.

Estabeleça um período de trabalho (sprint). O seu planejamento será


feito para esse período. Normalmente vai de 2 a 4 semanas, e a cada ciclo
você faz um novo planejamento. Nós sugerimos ciclos de 2
semanas, mas a melhor duração é você quem irá estabelecer,
conforme a velocidade dos ciclos da sua pesquisa.
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Estabeleça um objetivo: nesse período, o que você quer realizar? O que


você quer ter atingido? Quais tarefas cabem no tempo do meu sprint?

Desmembre esse objetivo em tarefas: o que será necessário para


atingir esse objetivo? Quais as etapas? Use a lista feita anteriormente.

É importante que você priorize atividades, classificando-as de acordo


com a urgência e com a relevância delas para seu projeto. Caso tenha
dificuldades em estabelecer prioridades e atividades, não hesite em pedir
ajuda ao seu mentor ou ao seu orientador!

Organize as atividades planejadas no painel. Comece o período


colocando todas as atividades na coluna “Tarefas planejadas” (afinal, você
ainda está na fase de planejamento, certo?). A cada sprint, alguma entrega
deve ser feita, seja ela um conjunto de resultados, ou parte de uma escrita, ou
contatos importantes para o seu projeto, ou a participação em algum evento.
O que dirá isso é o objetivo que você estipulou para o sprint, lá no início.
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Com todas as atividades planejadas reunidas no painel, é dada a


largada para a execução! Mãos à obra!

À medida em que for executando, atualize cada atividade nas


devidas colunas. Exemplo: Se hoje você tinha como prioridade
conversar com o orientador e executou com êxito, passe o papelzinho
com a atividade para a coluna de “concluída”. Se você tinha planejado
que nesse mês escreveria seu relatório de pesquisa, começou, mas
ainda não terminou, coloque a atividade no status “em andamento”.

Habitualmente, o painel deve ser conferido. A sugestão é que seja um


processo diário. O dono do painel (você!) vai atualizar as atividades e fazer
adaptações. Três perguntas básicas devem ser respondidas todos os dias,
para te ajudar a ver como seu projeto está progredindo:

-O que eu fiz ontem? Atualize essas atividades no painel, colocando-as na


coluna correspondente à fase em que você está.

-O que vou fazer hoje? Se surgir alguma atividade que você ainda não
planejou, acrescente-a ao painel.

-Existe algum impedimento? Esta pergunta é muito importante, e deve se


tratar destes impedimentos com prioridade, porque uma atividade no futuro
poderá ser interrompida por um impedimento do presente.

Ao final do ciclo de trabalho (2 ou 4 semanas), remova as atividades


concluídas. Sobre as que estão em andamento, pense: por que você não
conseguiu concluir no prazo? Será que o prazo que você estabeleceu foi muito
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curto ou a atividade é muito complexa? Aconteceram imprevistos que


alteraram o andamento do seu projeto?

Não tem problema se novas metodologias, novas atividades ou


repetição de processos aparecerem no caminho. Faça o mesmo: dividir em
tarefas e incluir no próximo sprint, conforme a prioridade.

Novo mês, novos planos! Mantenha no painel os papéis


com as atividades “em andamento” e com as “planejadas” que
restaram do sprint anterior, afinal você ainda precisará executá-
las! Faça o planejamento do novo mês (ou do período que
desejar), adicione novas atividades e mão na massa!

Ah! Esse cronograma é só seu, viu? Não insira esse mural no Plano de
Pesquisa. Ele é um modo de organização diária, que não condiz com o que é
exigido no Plano. Além disso, ele é dinâmico, pois as etapas surgem e são
concluídas a todo o momento: não é algo rígido e definido. E nem precisa ser,
pois o importante é a entrega e o cumprimento do objetivo do sprint.

Fixe tudo o que falamos aqui revisando o conteúdo que


está nesse vídeo.

Lembra que falamos lá no início que existe uma


ferramenta para aplicar o Scrum online? Ela se chama Trello. Veja
como funciona:
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É possível entender o mentorado como uma espécie que possui


desejos, filosofia de vida, valores e imaginação próprios, que contribuem para
formar esses indivíduos como um grupo, e que, além disso, está cercado de
diversas outras espécies, que formam o ecossistema (a rede) onde ele está
inserido. Um jovem cientista não se desenvolve sozinho.

Se for proporcionado a ele um ecossistema favorável para que as suas


atividades sejam facilitadas, o seu crescimento é muito mais notável. Conheça
agora quem faz parte desse ecossistema, o seu papel e como interagem com o
jovem cientista!

A espécie mentor
“O termo mentor veio do grego, e se referia à figura mítica de Mentor,
amigo e conselheiro de Telêmaco, que o apoiava enquanto o pai estava
ausente na guerra de Tróia. Desde então, mentor passou a ser sinônimo
de alguém que compartilha sua sabedoria, experiência e conhecimento
com colegas menos experientes.” (Endeavor)

O propósito da mentoria é conectar pessoas (mentor e mentorado),


para que elas desbravem juntas a jornada incrível que é desenvolver um
projeto científico. O mentor é uma peça fundamental para que você explore
suas descobertas mais inspirado e mais seguro de que não está só. A
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mentoria é apenas uma parte de tudo que há no Programa Decola Beta, mas
sabemos que essa é, sem dúvidas, a parte mais prazerosa e transformadora!

O mentor é uma pessoa que teve uma vivência dentro da pesquisa,


adquiriu experiência e está apto a transmitir isso para o seu mentorado, de
modo a orientá-lo melhor nesta jornada. O mentor entende melhor do que
ninguém o que é estar na posição em que o jovem cientista se encontra.

É alguém que não está focado essencialmente em lhe passar apenas


conhecimentos técnicos. Ele estabelece uma conexão e transmite suas visões,
valores, sonhos, ideias, conhecimentos e sabedoria.

O mentor é quem vai estar ao lado do jovem cientista para


cuidar principalmente daquilo que não está no papel. Ele irá fornecer
apoio e encorajar o mentorado a tomar decisões de forma mais
consciente.

▪ Conhecer e acompanhar a jornada do mentorado;

▪ Ser um conselheiro;

▪ Ser um motivador;

▪ Desafiar e questionar;

▪ Transmitir seus conhecimentos sobre pesquisa que possam ser úteis


ao mentorado, de forma a complementar o trabalho do orientador.
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Mas não esqueça: A jornada, caro mentorado, é sua. Aproveite o seu


mentor ao máximo, mas mantenha-se na posição de protagonista das
próprias decisões, tendo o suporte que o mentor oferece.

A espécie orientador
Uma transformação está acontecendo na educação. Antes, o aluno
apenas repetia aquilo que aprendia. Mas, hoje, o aluno questiona e pensa.
Nesse pensar ativo, o aluno busca entender qual o papel da escola na sua
formação e qual o seu papel efetivo na escola. E meio a isso tudo, lá está o
orientador. Muitas vezes não é mais ele que transmite conhecimento ao
jovem, e sim o jovem que traz novos conhecimentos ao orientador. Ainda
assim, o papel do orientador segue sendo essencial nessa jornada.

O orientador ideal é humilde e sabe que não tem todas


as respostas, mas não se satisfaz com isso: busca se aprimorar.
Ele não diz o que deve ser feito, mas dá as direções possíveis e
deixa que o estudante assuma o comando de sua jornada.

Ele é presente e não deixa que o estudante sinta-se abandonado.


Responde, critica, aconselha e apoia. É ele quem pensa, acima de tudo, se os
estudantes não estão se expondo a riscos desnecessários e se estão seguindo
padrões éticos em seus projetos.

▪ Garantir estrutura (física e intelectual) para que o mentorado tenha


condições de desenvolver a sua pesquisa.

▪ Indicar artigos ou livros para ler;


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▪ Ajudar na definição do tema, do objetivo e de uma justificativa para a


pesquisa;

▪ Ter cuidado com o rigor técnico da pesquisa;

▪ Ler o seu diário de bordo com certa frequência e deixar um registro que
garante que ele vem acompanhando seu trabalho;

▪ Avaliar a metodologia utilizada, dentro das possibilidades existentes,


tendo cuidado com questões de ética na pesquisa;

▪ Acompanhar durante os experimentos realizados, ou saídas de campo;

▪ Ajudar a compilar os resultados obtidos e a partir deles fazer você


chegar a uma conclusão.

▪ Ajudar com instruções e correções para o plano de pesquisa, relatório


da pesquisa, pôster e uma boa apresentação oral;

Por fim, lembre-se, jovem: o orientador é alguém essencial mas, nessa


história da iniciação científica, o seu papel é de coadjuvante. Ele não deve
fazer pelo mentorado, não deve decidir, não deve tomar a frente. Esse papel é
todo seu, pois é assim que você vai desenvolver protagonismo e
independência nas suas ações.

A espécie pais
Também faz parte do ecossistema do jovem cientista a família, que
aqui vamos representar pelos pais, mas sinta-se à vontade para completar
este cenário com outros personagens que convivem com você. Ao longo de
anos de contato com jovens que desenvolvem pesquisa, notamos que o apoio
dentro de casa é um fator fundamental para incentivar o jovem a seguir.
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Observamos que, geralmente, a família não tem uma


boa noção do que o jovem faz. Na maioria das vezes, eles
ficam orgulhosos de tudo, sorriem, mas por dentro não sabem
muito bem o que está acontecendo. O curioso é que o mentor e
o orientador possuem influência e auxiliam você tendo como base o
conhecimento técnico e a vivência do que você faz. Os pais, por sua vez, não
conhecem muito bem… mas, mesmo assim, a sua ajuda é tão grande quanto
ou maior. Não se trata apenas de conhecimento. Ele também é importante,
mas se trata principalmente de proximidade.

É tarefa do mentorado explicar e deixar claro para os seus pais o que


está desenvolvendo, sem medo de que eles não compreendam, sem preguiça
de ter que repetir a explicação algumas vezes, sem nenhuma vergonha.

Você verá que eles olharão para você e para o seu trabalho de uma
forma diferente e, além disso, buscarão apoiá-lo mais ainda.

O ambiente da sociedade
“A compreensão deste mundo passa, evidentemente, pela compreensão
das relações que ligam o ser humano ao seu meio ambiente. Não se
trata de acrescentar uma nova disciplina a programas escolares já
sobrecarregados, mas de reorganizar os ensinamentos de acordo com
uma visão de conjunto (...).” Compreender o mundo, compreender o
outro. Relatório da UNESCO, 2001

Ampliando um pouco o círculo a partir da família, existe aquilo que


forma a sociedade na qual o mentorado está inserido: amigos, escola,
vizinhos, conhecidos e o restante das pessoas com quem tem contato, direta
ou indiretamente.

Es se grande círculo tem influência sobre o jovem cientista, pois pode


estimular ou desestimular o prosseguimento dessa jornada. Conversar e
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trazer o assunto da sua pesquisa para a sociedade onde você, mentorado, está
colocado, tem muito a enriquecer à sua experiência e a quem está ao redor.

Muitas vezes, a sociedade representa as pessoas que sofrem com o


problema que você escolheu resolver. Uma troca de experiências com essas
pessoas possibilita um entendimento mais profundo do problema e também o
aparecimento de possíveis soluções.

Thomas Suarez tem 12 anos e


desenvolve aplicativos para iPhone. Observe
como ele se relaciona, se baseia e se
impulsiona tendo como base relações com os pais,
colegas, pessoas que moram próximas a ele,
professores e possíveis parceiros de desenvolvimento,
neste TED de 4 minutos (ative as legendas!).

Rir é
necessário! Entenda um
pouco melhor o universo dos
orientadores e como eles se
comportam, neste texto bem-
humorado do blog do Cientista
Beta “8 tipos de orientadores que TODO jovem cientista conhece”.
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Você já deve conhecer melhor o seu mentor, está interagindo bastante


com o orientador e, quando o projeto é em grupo, ainda aumenta o tamanho do
time envolvido e da interação necessária para dividir tarefas e unir ideias.
Vamos fazer um exercício? Experimente juntar:

esse monte de gente


+
tarefas complexas
+
tempo curto
+
o ingrediente do caos (falha de comunicação)

Esse coquetel tem tudo para virar uma... bomba atômica! E isso não é
coisa de gente desorganizada: qualquer equipe está sujeita a falhas causadas
por uma comunicação não eficiente. A notícia boa é que existem diversas
formas de facilitar essa conexão.

Alguns mentorados criam um nome para o seu


time e isso é muito legal! O nome reflete a identidade das pessoas,
ou é uma piadinha interna sobre o projeto, ou tem relação com a
região em que as pessoas estão. Vale tudo! Que tal você criar um
para o seu time também? O nome é importante para criar a
identidade de time!
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Lidando com colegas


Todos os integrantes do time precisam interagir e realizar trocas, para
que todos saibam qual é o andamento do projeto, para que todos vejam a
tarefa atual e possam contribuir, para evitar deixar uma tarefa para trás ou
fazer 2 vezes a mesma coisa, para minimizar desentendimento por um motivo
totalmente evitável, para não sobrecarregar ninguém, para ter certeza de que
tudo o que foi planejado foi cumprido e para otimizar tempo!

Possivelmente, você já tenha assistido àquelas animações da Pixar,


que passam antes dos filmes. For the Birds (“Coisas de Pássaros”, em
português), é uma animação de 2000, com pássaros azuis sobre uma linha de
transmissão de luz. Além de muito engraçado, esse vídeo de 3 minutos pode
nos ensinar coisas
sobre trabalho em
equipe.

Existem algumas personalidades típicas no desenho. Essas


personalidades se manifestam muitas vezes entre times da vida real. Será que
você consegue identificar?

▪ O que briga sem razão - então todos brigam, mas não sabem
exatamente por quê;

▪ O engraçadinho;
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▪ O espaçoso;

▪ Aquele que só quer fazer o bem, mas atrapalha e não


percebe (ingênuo);

▪ Os coadjuvantes - só ficam na torcida;

▪ Aquele que tem um momento de iluminação numa hora crítica.

No início do desenho, até se acomodarem, há uma troca de afagos e sons para


definir os limites que cabem a cada um deles. Ainda que alguma animosidade
guie esta “luta” por um lugar ao sol, como fazem parte de uma mesma espécie,
é possível acomodar todos e, ao mesmo tempo, há uma necessidade de que
estejam juntos, em bando. Assim como você e o seu time, em que cada um é
essencial.

E se o time não estiver alinhado, você já viu o que pode acontecer, não é
mesmo?

Comunicação efetiva: O que


preciso saber e fazer?

Existe uma diferença entre aquilo que você quer


dizer, aquilo que você diz, aquilo que o outro ouve e aquilo
que ele efetivamente entende. São diversas etapas que
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facilmente podem se tornar um telefone sem fio, em que a mensagem


compreendida não é a mesma que foi entregue.

Como lidar: Tente buscar um feedback sobre o que o outro entendeu,


com uma pergunta de fechamento que resuma sua mensagem, ou uma
retomada geral dos assuntos.

Você está cercado de pessoas de idades e de jeitos diferentes,


inclusive de se expressar. Para cada uma, há um jeito melhor de se dirigir.
Você não conversaria com os seus colegas da mesma forma que fala com o
seu orientador, não é mesmo? O inverso também é verdade.

Como lidar: existe uma forma ideal de se dirigir a cada pessoa. O que
define isso é algo multifatorial, que envolve, por exemplo: nível de intimidade,
respeito, a expectativa do outro, transparência, etc. Você precisa ter
sensibilidade para definir isso corretamente.

Se o Whatsapp do seu grupo de pesquisa ainda não virou um caos,


prepare-se, pois esse dia chega para todos. Redes sociais não são a melhor
ferramenta de comunicação dentro de um projeto científico. As coisas se
perdem e as distrações são muito tentadoras.

Como lidar: Escolha os seus canais de


comunicação com sabedoria e saiba usá-los para
aquilo que eles se propõem: redes sociais para
lembretes rápidos, e-mails para formalizações, uma
pasta na “nuvem” com os arquivos importantes
disponíveis para todos, um mural (físico ou online)
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com as tarefas e o diário de bordo, conforme falamos no módulo passado,


para as informações relativas à pesquisa.

Isso mesmo, você precisa planejar até os momentos


em que vai se reunir para fazer planejamento. Organização
nunca é de mais. Ter uma rotina de encontros-conversas-
hangouts é extremamente benéfico para o alinhamento da
equipe.

Como lidar:

▪ Se você estiver em dupla ou em trio, pode determinar horários no dia


para fazer uma breve retomada das atividades com os seus colegas,
coisa de 5-15 minutos, no início e no final do dia.

▪ Ter um dia da semana reservado à conversa com o seu mentor também


ajuda bastante, inclusive otimiza tempo se você anotar todas as
dúvidas que tiver e discutir em uma reunião.

▪ O contato com o orientador é fundamental, e a periodicidade depende


bastante da rotina de vocês e da disponibilidade de cada um.

Nós sabemos que vocês estão muito empolgados e que falariam


durante horas a respeito do que estão fazendo. Mas ser
objetivo é um exercício muito importante e que poupa um
tempo valioso do time, além de garantir que a conversa
não fuja do foco.
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Como lidar: Quem organiza a reunião deve definir claramente quais


são as pautas, a sua ordem, quem vai participar e, principalmente, quando
começa e termina. Sim! Estipular um horário de término é importante para não
entrar em “loops infinitos” de assuntos sem conseguir sair e concluir a pauta.
Dica: geralmente, menos de uma hora é um tempo suficiente para uma
reunião!

Quando as pessoas falam, elas seguem um fluxo mental de


pensamentos, que possui uma lógica e uma fluidez para entregar a
mensagem desejada. Se a pessoa é interrompida, pode ser que
esse fluxo não seja retomado e alguma ideia importante se perca.

Como lidar: Ouça atentamente e aproveite para entender melhor as


opiniões do outro. Se não concorda com o que ele fala, se tem algo a adicionar
ou se quer expressar a sua opinião, espere terminar. Alguns grupos utilizam,
inclusive, algumas “regras” para as conversas, como:

-o silêncio faz parte da conversa (não é vergonhoso passar por uma pausa
dramática);

-não há uma ordem de fala em sequência obrigatória (a não ser que seja
estipulado pela ordem da pauta da reunião);

-o objeto da fala. Este último é o mais interessante, para reuniões presenciais.


É escolhido um objeto e, quem o possuir em mãos, tem o poder da fala naquele
momento. Quando a pessoa encerra sua fala, cede o objeto à próxima pessoa
que deseja se expressar.

Não deixe de anotar os seus pontos enquanto outras pessoas falam!


Evite esquecê-los.
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Mesmo aplicando todas as dicas acima, você só terá sucesso na


comunicação se realmente escutar o outro. Aqui, não falamos apenas de estar
com os ouvidos abertos, mas também com os olhos bem abertos e contar
com toda a sua presença (não só física, mas mental) no momento do diálogo.

Como lidar: Observe atentamente o que o outro fala, seus gestos,


expressões faciais e entrelinhas. Isso fornece uma compreensão integral da
mensagem.

Essas são práticas que melhoraram muito qualquer trabalho em


equipe, e que você também pode aplicar em outras áreas da sua vida. Lembre-
se de que ter uma boa ideia não adianta, se você não souber comunicá-la.
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BARKING UP THE WRONG TREE. Is the “20 second rule” the key to being your best? Disponível
em <http://www.bakadesuyo.com/2012/06/is-the-20-second-rule-the-key-to-being-your-
b/>; Acesso em: mai 2017.

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DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da


Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. 1998.

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desaprender.html>. Acesso em: mai 2017.

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SOUZA, Dalva Inês de et al. Manual de orientações para projetos de pesquisa. Novo Hamburgo:
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