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RENATA ALVES GOMES

Resumo do texto: O papel do professor – Cintia Auilo


O conceito de história Antiga, de acordo com Hannah Arendt, tem
influencia de Heródoto, que é considerado o pai da história ocidental. Essa
história tinha uma preocupação com a imortalidade terrena. Dentro desse
contexto, era necessário salvar os feitos humanos para não cair no
esquecimento e se perder na memória. A história era considerada uma
categoria da existência humana.
Havia uma relação entre as coisas da natureza que existem por si só e
as coisas feitas pelos homens, uma vez que as coisas da natureza geralmente
não poderiam ser esquecidas e não necessitariam de uma recordação para
serem lembradas. O homem era parte do todo e a marca da sua existência era
a mortalidade, o que se tornou um fator diferencial da natureza da história. E se
moviam ao longo de uma linha retilínea em um universo, onde tudo se movia
em uma ordem cíclica.
Este conceito também está atrelado a narrativa que conecta presente,
passado e futuro e que são esses feitos e eventos que produzem a narrativa da
história, sempre dando ênfase em situações únicas e eventos particulares e
isolados. E justamente são estes que interrompem o sentido retilíneo dos
mortais e o movimento circular da vida biológica.
Neste sentido foi importante estabelecer a diferença entre a mortalidade
dos homens e imortalidade da natureza. Sendo o denominador comum de
ambos, a imortalidade, pois se os homens mortais conseguissem salvar seus
feitos, obras e palavras de algum modo, certamente essas coisas feitas pelos
homens entrariam no mundo da imortalidade, dessa forma, impedindo sua
situação de fragilidade, eternizando através da escrita da história.
Assim, o conteúdo da história poderia ser imortalizado e guardado os
aspectos humanos do esquecimento, dando um formato imortal para as
palavras e os feitos, para além do discurso e da ação. Atribuindo a importância
da história neste sentido como um objeto e imitação da ação.
Além disso, vale ressaltar que neste conceito de história antiga estava
incorporada a ideia de aprendizagem. Aprender com os erros do passado e
aprender com os grandes homens e grandes feitos além de tirar deles, sempre
uma lição que aspirava uma ideia de grandiosidade.
O conceito moderno de história surgiu no mesmo momento de ascensão
do desenvolvimento das ciências naturais. Em contrapartida a época moderna
estabeleceu uma ruptura com a tradição e ocasionou uma mudança no
pensamento ocidental, o que influenciou o conceito de história moderna.
A oposição existente entre ciências naturais e históricas foram
ultrapassadas, uma vez que se observava um fator subjetivo (característica
moderna das ciências históricas) nos processos objetivos da natureza. De fato,
homem e natureza estariam relacionados como anteriormente. Pois, o conceito
moderno de natureza também sofreu modificações.
Houve um desprendimento da objetividade, esse conceito moderno de
história se desenvolveu marcado por uma espécie de subjetivismo positivo,
ideia de alienação do homem frente o mundo e dando ênfase ao homem que
cria, faz e reconhece os seus feitos, como autores de suas histórias.
A história moderna não se limitava mais aos feitos e eventos particulares
isolados e as narrativas históricas que contavam as estórias e grandiosidade
dos homens. Neste conceito moderno, a história era vista como um processo
resultante da ação humana. Neste sentido, o homem poderia iniciar processos,
com o intuito de “fabricar a história” e ao mesmo “fabricar a natureza”. De
acordo com Hannah Arendt, essa mentalidade foi evidenciada na era moderna,
com o advento das armas e bombas nucleares, que o homem interferia nesses
processos naturais. Embora muito antes, eles já fizessem interferências nas
máquinas a vapor e motores. Percebemos que os homens passaram agir sobre
a natureza como agia sobre a história, tratando ambos como um processo que
poderiam ser fabricados.
A autora problematiza estava concepção e enfatiza que a ação é
diferente da fabricação e que não se pode confundir esta relação de se fazer a
história. Ou seja, se o homem acredita que pode determinar a própria história,
iniciando processos naturais e acreditando, sobretudo que pode fabricar a
natureza na medida em que faz história, porque ambos se relacionam, ele
acredita que pode fabricar este processo chegando a um produto final,
acreditando que pode prever o curso da história e o controle dos processos.
A noção deste processo decorre da ação e neste sentido da história
moderna, a ação perde o sentido para dar finalidade a algo premeditado que
pode ser perigoso acarretar diversos problemas em busca de um
“desenvolvimento” e “progresso” para chegar a um pressuposto fim estipulado.
E se a história possuir início, meio e fim determinado pela ação humana,
significaria para ela, instrumentar a ação e negar a própria história.

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