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CONSTELAÇÃO

CONCEITOS
O que é

A Constelação Familiar é uma abordagem terapêutica que visa a ​trazer à luz o que está oculto nos
relacionamentos familiares e interpessoais​.
Este método coloca em evidência a ​conexão profunda que temos com a nossafamília​, em uma ou
mais gerações.
De maneira extensiva, a Constelação também é chamada de ​Sistêmica​no sentido de ampliar o escopo
de análise: não só as famílias podem ser analisadas, como ​outros sistemas interpessoais de relacionamentos​
(amigos, colegas de trabalho, empresas etc.).

A Constelação traz à tona os​ vínculos deamor e lealdade que podem estar emaranhados nos nossos
destinos.
O sistema familiar tem uma força tão grande (que advém do afeto entre seus membros: quando
aprendemos a usar esta força para restaurar a ordem, podemos mudar um destino negativo​.
As Constelações Familiares são uma inovadora abordagem psicoterapêutica que promove a identifi-
cação das “​Ordens do Amor​”, pondo em evidência os profundos laços que unem uma pessoa à sua família,
inclusive às gerações mais longínquas.
De toda forma, podemos dizer que exista uma ​transmissão transgeracional dos problemas familiares
que cria uma cadeia de destinos trágicos​.
No entanto, este amor capaz de criar sofrimento é o mesmo que traz consigo a sabedoria da solução, ​
logo que se torna consciente ao emergir no decurso da configuração de uma Constelação Familiar​, desde que
os agentes estejam dispostos à conciliação e ao amor.

ANGUSTIAS PESSOAIS E CONFLITOS DE RELACIONAMENTOS


Para a teoria da Constelação familiar, a maior parte das angústias pessoais, assim como os problemas
de relacionamento, são ​resultado de confusões nos sistemas familiares, que ocorrem quando incorporamos
em nossa vida o destino de outra pessoa viva ou que já viveu no passado​.
A pessoa pode querer, inconscientemente, suprir uma falta, um desprezo ou uma violência do passa-
do. Para isso, ela pode assumir o lugar da figura omissa ou agressora. Isso pode ser feito:

- Por ​semelhança​: repetindo comportamento, pensamentos e falas; ou
- Por ​oposição​: buscando “redimir” o antepassado com atos opostos aos deles.

Ambos os caminhos podem ser dolorosos:

- Pela semelhança, o membro mais novo vai repetir o círculo vicioso de males.
Ex.: o membro pode querer repetir o contexto de omissão ou agressão contra seus descendentes, por
achar que tal comportamento é “normal”;

- Pela oposição, o membro mais novo vai introjetar a culpa e vai exercer sobre si uma cobrança exces-
siva por ser bom, ou por fazer aquilo que seu antecessor não o fez.
Ex.: o membro cujo pai foi negligente pode acabar sendo superprotetor, ou recair em excesso de tra-
balho na visão de que, assim, suprirá seus descendentes com os bens materiais que lhe faltaram.

Por esses caminhos, podemos acabar por ​repetir o destino dos membros familiares que foram excluí-
dos, esquecidos ou não reconhecidos no lugar que pertencia a eles​.

“Sofrer é mais fácil do que encontrar soluções”


dizia Bert Hellinger
As três leis fundamentais
O trabalho das Constelações familiares foi estruturado por Bert Hellinger em três leis funda-
mentais. Graças a elas, é possível manter a harmonia nas relações, garantindo um bom convívio entre os
membros. A quebra delas resulta em alguns conflitos que o indivíduo enfrenta em sua vida, sendo necessário
revisitar a história familiar. São elas:

Ordem
A hierarquia é um ponto fundamental no campo familiar. Segundo ela, os mais velhos têm maior
relevância que os mais novos, cabendo aos últimos respeito aos seus ancestrais. Contudo, em contrapartida,
os primeiros devem ensinar e educar a nova geração. Ainda assim, nenhuma posição deve ser supervaloriza-
da ou julgada, cabendo apenas ser vista como é.
Entretanto, quando um dos membros ocupa uma posição que não lhe pertence, acaba por danificar
o sistema. Dessa forma, cada um deve respeitar a própria posição e dos familiares.

Dentro de um sistema, a hierarquia é comandada pela ​precedência no tempo​. Um avô tem precedên-
cia sobre um neto, um pai tem precedência sobre o filho, o irmão mais velho tem precedência sobre o irmão
mais novo.
Esse amor hierárquico visa a romper o chamado de “amor arrogante”, que tentaria romper esta or-
dem: o arrogante é tomado pelo sistema como uma interferência e desrespeito pelo destino do outro.
Os princípios subjacentes da consciência de grupo fazem-se conhecidos em nossos relacionamentos
e gera efeitos favoráveis ao sistema. Quem conhece tais efeitos pode transcender os limites das consciências
pela compreensão. Não é só questão de ter consciência, isto é, convencer-se. É simplesmente compreender,
aceitar.
“Onde as consciências cegam, a compreensão sabe; onde as consciências
prendem, a compreensão libera; onde as consciências incitam, o com-
preensão inibe ; onde as consciências paralisam, a compreensão age; e
onde as consciências separam, a compreensão ama”.
Bert Hellinger

Pertencimento
Todos os membros da família pertencem a ela de forma igualitária. As relações que esta mantém,
ainda que pareçam desunidas, não inibem esse pertencimento. Assim, quando uma pessoa é expulsa da
família, de forma física ou inconsciente, gera desequilíbrios no sistema. Como forma de reparação, o sistema
inclinará um membro que nascer nesta família mais para frente a impor o mesmo destino para si.

O sistema preocupa-se em ​proteger todos da mesma forma​. Se por acaso esse direito é negado a
algum membro, o sistema o reconduz ao grupo através da sua representação por outro familiar, geralmente
as crianças, que são mais suscetíveis a esse amor cego.
Através dessa lembrança, ainda que deslocada, o sistema garante o pertencimento de todos. A cri-
ança experimenta esse vínculo como amor e felicidade ou medo da perda e da separação.
Um exemplo extremo: se a relação entre pai e mãe não está balanceada, a criança poderá ser um
“substituto” de uma das partes, na visão do pai ou da mãe. Como a criança não está pronta (nem é seu papel),
pode acabar sofrendo uma violência, uma superproteção ou outra forma de agressão. O direito de pertencer
é de todos em um grupo​. O sistema não conhece nenhuma exceção, nem em casos onde nosso julgamento
aponta para penalizar com a exclusão aqueles que agem fora da regra intelectual. No caso de uma ​exclusão​:
o sistema pode achar uma forma de substituir o elemento substituído ou o elemento que abandonou o clã.

Exemplo: uma mulher perde sua irmã quando era mais jovem (há uma exclusão; isso pode levá-la a
agir de maneira distorcida em relação a outras mulheres da família, seja pelo excesso de afeto ou pela agres-
sividade em relação a outras mulheres).
Equilíbrio
Aqui valem as trocas equivalentes que devem ser mantidas em uma família. Nenhum membro pode
dar algo em excesso enquanto o outro apenas recebe. Esse tipo de ação gera um desgaste no contato de
ambas as partes, que tendem a se afastar devido a esse desequilíbrio. Assim, todas as ações e sentimentos
devem ser levados em conjunto de maneira equilibrada, de forma que os dois possam dar e receber de modo
respectivo.

Como na física, os sistemas buscam o equilíbrio entre as trocas que ocorrem.


Num desequilíbrio, uma das partes pode se sentir pressionada a se afastar por não poder retribuir.
Pode-se desejar retribuir a pessoa que dá muito ou que sofreu muito, ao perceber o peso de sua “be-
nevolência”. Pode ser um “ceder”, dando uma chance ao outro de se equalizar na relação.
Esse sistema encontra uma exceção na relação entre os pais e filhos, pois há uma visível relação
hierárquica; quando os pais abandonam este papel de “guia” e exageram na compensação, podem acabar
sendo superprotetores.
A Constelação parte do princípio que o sistema buscará uma forma para que todos continuem pert-
encendo. Quando um equilíbrio ameaça este sistema, as relações entre as pessoas buscarão compensações
(nem sempre adequadas) para tentar restabelecer o equilíbrio.

Comportamentos recorrentes
São 5 os comportamentos recorrentes (isto é, que sempre ocorrem nas relações familiares e que apa-
recem reproduzidos numa constelação), de acordo com Bert Hellinger.
Compreender os comportamentos recorrentes é identificar que:

- Existem práticas reiteradas, que as pessoas repetem nas suas formas de compreender e se relacionar;
- Frenquentemente estamos sujeitos à essa ação do nosso inconsciente, uma vez percebida essa situação,
com o tempo, podemos nos colocar em harmonia sistêmica.

1. Emaranhamento
Quando algo acontece e não é completamente processado dentro de um sistema, há a possibilidade
de que outra pessoa dessa família reviva a situação de forma a trazer para um movimento de solução.
Essa identificação geralmente ocorre de forma inconsciente, o que ocasiona dificuldades para a pes-
soa que revive o problema e para todo o sistema.
Por exemplo, o sofrimento de um avô pode ser revivido por um neto. Isso pode não ser de forma
direta: o sofrimento pode ser de outro tipo, exatamente por ser inconsciente.

O jovem perguntou: ‘Que devo fazer, para me tornar o que você foi?’ O Velho respondeu: ‘Seja’!
(Provérbio oriental)

Esta é uma mensagem que pode nos trazer diversas reflexões, embora pareça bem simples. O velho,
com sua sabedoria da vida, responde ao jovem que ele apenas deve ser. Mas nem sempre é tão simples
quanto parece. Ser o que somos, de forma real e autêntica, pode ser mais difícil do que se imagina.

Além disso, é necessário ter em mente que o desejo do jovem é ser o que o Velho foi. Nesse contexto,
a autenticidade do jovem deve ser ofuscada para que aquilo que o outro foi seja replicado.

Nesse contexto, é fundamental que possamos ser o que somos. Se você passar a vida toda tentando
ser o que seus pais foram ou o que alguém quer que você seja, não será nem uma coisa nem outra.
Apenas seja. Seja você mesmo.
2. Tomar
A constelação traz a importância de se tomar o que flui da nossa rede familiar, como os pais, por ex-
emplo. Tomar significa o movimento solidário de querer tomar para si os benefícios e as dores de um sistema
familiar. A ação de tomar é que estabelece a conexão entre os membros.
“Os pais dão aos filhos aquilo que eles próprios são”
Bert Hellinger

3. ​Amor à beira do precipício


Por amor ao nosso sistema, muitas vezes ​repetimos dificuldades e histórias de nossa família​. Via
de regra, nós o fazemos sem reconhecer isso. O papel do constelador é interpretar essas relações e ver os
cenários em que o amor extremo está colocando os membros (especialmente aquele que “ama”) a uma
condição de beira do precipício, nas palavras de Hellinger.
Isso acontece em um tentativa inconsciente de reviver e resolver o problema de outros integrantes de
nosso sistema. Esse amor infantil, que não percebe a diferença entre “eu” e “outro”, muitas vezes nos coloca
em perigo pela simples identificação do amor.

4. Aceitação
A aceitação consiste em ver a realidade e lidar com ela.
A noção de respeitar a hierarquia é uma forma de aceitação.
A noção de evitar um amor à beira do precipício, também.
Muitas dores são superadas quando se compreendem suas origem e se identifica o que pode o que
não pode ser feito para alterar o contexto.
Algumas vezes, a dor desaparece com o constelado assumindo para si a responsabilidade de resolver
um problema (ou, ao menos, vê-lo de outra forma); outras vezes, a dor desaparece quando o constelado
identifica que as causas dos problemas vão além de suas forças.
“Quem recuar diante da realidade como ela é por ter o desejo interno de que ela fosse diferente, enfraquece”
(Bert Hellinger)

Esta mensagem nos leva a refletir a respeito daquilo que queremos que seja a realidade. Ela nem sempre
será aquilo que gostaríamos ou supúnhamos. Contudo, devemos aceitá-la como ela é, pois caso contrário,
vamos ficar mais fracos.

O importante é enfrentar a realidade tal qual ela se apresenta e não passar a vida toda lamentando a forma
como ela é. Assim, ao enfrentarmos a vida tal qual ela se mostra, estaremos encarando os problemas de
frente e buscando soluções para ele.
Com certeza essa é uma postura muito mais produtiva do que apenas ficar se lamentando.

5. Honrar
A honra a outras pessoas do sistema está em reconhecer o papel de cada um para que a vida fosse
passada adiante.
Respeitosamente nos curvamos, mostrando nosso tamanho menor e agradecimento ante aquele que
nos precedeu.
“De nossos pais temos tudo: O que somos e o que nos falta”
(Bert Hellinger)

Esta mensagem realça a importância que nossos pais têm em nossa vida e como deles herdamos
grande parte do que somos. Assim, é através do que eles nos dão ou também da falta do que nos deveriam
ter dado que formamos nosso caráter e nossa personalidade.

Assim, aquilo que temos e também aquilo que falta em nós, é um produto dos nossos pais. Daquilo
que eles nos deram ou não. Nesse contexto, se vê a importância fundamental dos nossos pais na nossa vida
como um todo e não apenas na infância.
As ordens da AJUDA
“O amor preenche o que a ordem abarca. O amor é a água a ordem é o jarro. A ordem
ajunta, o amor flui. Ordem e Amor atuam juntos.”

Com esta frase de Bert Hellinger, o pai das Constelações Familiares, abrirmos esse conteúdo, pois ela
servirá de inspiração para o que vamos aprender daqui em diante. Vamos aqui compreender como ajudar a
ajudar sem prejudicar a pessoa que será assistida.

Esta é exatamente uma das principais preocupações de Hellinger ao escrever o livro – As Ordens da
Ajuda, onde o psicoterapeuta alemão compartilha suas experiências e os pressupostos do que é auxiliar
alguém sem prejudicar a figura daquele que precisa ser ajudado. Muitas vezes, no afã de colaborar com a
melhoria e evolução do outro, nos colocamos em posições nem sempre assertivas, favoráveis ou confortáveis
para quem recebe o auxílio. É preciso, então, criar um ambiente seguro e de confiança, onde cada um sinta-
se acolhido, apreciado, amado e não julgado por ser quem é.

Por isso mesmo, como coaches, terapeutas ou consteladores familiares, como profissionais que
dedicam sua vida ao desenvolvimento humano, nós temos que estar profundamente atentos à forma como
abordamos cada pessoa que por nós será auxiliada. Devemos sempre nos lembrar de que cada indivíduo é
dono de si e responsável por seu caminho e, que por mais que esteja passando por um momento conturbado,
ela sempre será a protagonista de sua própria história.

Ao entender isso, exercitamos o respeito e evitamos que até mesmo uma intenção positiva se
converta em algo desastroso para quem recebe algum tipo de amparo. Nesta relação de ajudador e ajudado
é importante compreender que embora sejamos uma espécie de luz em seu caminho, apenas o outro é
quem pode caminhá-lo. Do mesmo modo, quem ajuda deve iluminar sua mente no sentido de traçar seu
próprio destino e de ter autonomia para seguir na direção que melhor lhe convier.

Muitas vezes, quando estamos na posição daquele profissional que ajuda os outros, nem sempre
compreendemos, com clareza, como até mesmo este ato, por melhor intenção que tenha, possui os seus
próprios limites também. Para que esta linha tão tênue não seja ultrapassada, vamos conhecer quais são as
cinco ordens que devem ser sempre respeitadas na relação entre quem ajuda e quem é ajudado.

Primeira Ordem da Ajuda


Tomar para si apenas o necessário e dar apenas aquilo que se tem. O equilíbrio é a chave tanto para
quem doa quanto para quem recebe. Por isso, o caminho do meio nesta relação de assistência, não é ter nem
demais e nem de menos. Quando isso é ignorado surgem os seguintes desarranjos:

1. Desejar doar aquilo que não possui.


2. Desejar mais do que aquilo que necessita.
3. Ter expectativas e fazer exigências que o outro não pode atender.
4. Desatribuir a pessoa de responsabilidades que são apenas dela.

Estamos falando de humildade para compreender os próprios limites e, inclusive, para recuar em
determinados momentos quando o auxílio pode se configurar em algo danoso a si e ao outro. Esta ajuda
humilde traz uma consciência maior sobre até onde podemos ir e nos empele a tomarmos decisões que mais
adiante podem evitar conflitos entre ajudador e ajudado.
Segunda Ordem da Ajuda
Saber compreender o contexto da situação é a chave para reconhecer seus próprios limites e também
para ter a humildade de não avançá-los ainda que seu ego deseje isso. Ao reconhecer as circunstâncias
e analisar com clareza suas possibilidades de ação, o ajudador, mesmo que discretamente, pode fazer o
seu melhor apenas com os recursos que dispõe e nada mais. Quando isso é ignorado surgem os seguintes
desarranjos:

1. Ignorar ou mesmo ocultar a natureza real das circunstâncias.


2. Insistir em ajudar e acabar prejudicado tanto o auxiliado como a si.

Portanto, é preciso compreender quando é hora de agir ou de se retirar e aceitar com humildade e sabedoria
que a vida possui seus próprios desígnios. Ir contra isso é uma grande perda de tempo.

Terceira Ordem da Ajuda


Posicione-se diante de seu ajudado sempre de pessoa adulta para pessoa adulta. Empodere-o de
modo que perceba que é o autor de sua história e responsável por suas escolhas, erros, acertos e conquistas.
Para isso, jamais tente ocupar papéis que não são seus para que ele se sinta melhor. Ainda que queira muito
ajudar, posicione-se sempre de maneira adulta e madura. Quando isso é ignorado surgem os seguintes
desarranjos:

1. Consentir pedidos infantis e fazer concessões neste sentido.


2. Acabar tratando o cliente como uma criança e não como o adulto que é.
3. Evitar que o cliente assuma deveres e responsabilidades por seus atos.

Para evitar estes problemas é essencial que aquele que está no papel de ajudador trate o cliente sempre
como o adulto que é, de modo que este reconheça seu potencial, perceba a necessidade de mudança e
trabalhe, de forma madura e consciente, no sentido de alcançá-la.

Quarta Ordem da Ajuda


É preciso olhar para o cliente de forma sistêmica e não isolada, ou seja, considerando suas relações e
todos aqueles que estão ao seu redor, em especial, a figura dos seus pais. Estes, por sua vez, também devem
ser acolhidos e amparados com o mesmo respeito, não julgamento e compaixão que o cliente. Quando isso
é ignorado surgem os seguintes desarranjos:

1. Desprezar e desconsiderar membros importantes do clã familiar.


2. Ignorar um parente afastado da família que pode ser a solução para, enfim, resolver a queixa do cliente.
3. Ignorar os comportamentos infantis do cliente e, assim, limitar o desenvolvimento e empoderamento
necessário ao seu crescimento.
4. Limitar sua visão, não perceber algo maior por traz da história do cliente e simplesmente aceitar isso
sem questionar.

Portanto, é essencial envolver todos os familiares que estão diretamente relacionados ao cliente, de modo
que o ajudador/terapeuta consiga ter uma visão sistêmica e mais apurada sobre a questão e assim possa ter
mais ferramentas para ajudá-lo a resolver definitivamente seu problema.

Quinta Ordem da Ajuda


Honrar e respeitar a história de cada pessoa; amar esta sem reservas e como ela é na essência e,
buscar compreender e aceitar os desígnios da sua vida, o seu destino. Assumir esta postura ajuda o terapeuta
a enxergar melhor a natureza da queixa do cliente sob o viés daqueles que convivem diretamente com
ele. Também auxilia a que tenha novas perspectivas do problema que ajudem o cliente a enfrentar suas
dificuldades e solucioná-las de vez. Quando isso é ignorado surgem os seguintes desarranjos:

1. Julgamentos constantes.
2. Crítica e reprovação.
3. Desprezo moral.

Ter este tipo de postura diante do cliente faz com que o ajudador acabe por minar o seu processo de
desenvolvimento e, consequentemente, a eliminação do seu problema. Isso porque os julgamentos e críticas
acabam sendo um impeditivo a que o terapeuta realmente possa ajudá-lo a sanar sua queixa e, enfim,
encontrar a confiança e o empoderamento que precisa. Quando isso acontece, o cliente acaba por remoer
sua questão pendente e se vê sem forças para seguir em frente.
Quando temos uma missão que tem como foco apoiar o outro em seu processo
evolutivo, muitas vezes, podemos acabar ignorando que em determinados momentos nosso
recuo é importante para que haja uma ação do cliente, para que outras forças que não
compreendemos totalmente possam agir e a vida possa finalmente seguir o seu curso.
No que tange a cada um de nós é importante sempre buscar servir com respeito, amor,
não julgamento, paciência e compaixão e agir da melhor maneira possível para que possamos
construir uma relação positiva e equilibrada entre nós, que ajudamos, e aqueles que por nós
são ajudados.
Por fim, assim como começamos, encerraremos como mais um brilhante ensinamento
de Bert Hellinger, o mestre da Constelação Familiar e que tem sempre muito a nos ensinar
sobre nosso papel como ajudadores, terapeutas, seu poder e, especialmente, os seus limites.
Procure sempre lembrar-se disso e colocar as cinco Ordens da Ajuda em prática em seus
atendimentos e, claro, em sua vida.

“Como ajudantes, temos a ideia de que devemos, a qualquer preço, manter uma pessoa
viva e ajudá-la a ter uma vida feliz. Entretanto, ela está entregue a outras forças, diante
das quais nossos esforços fracassam. Ao invés de nos vermos apenas diante da pessoa que
busca ou necessita da nossa ajuda, olhamos para além dela. De repente, sentimos que há
outras forças em ação, que são maiores que nós. Aí nos acalmamos. Muitas vezes, também
conseguimos olhar de outra maneira para a criança, sem preocupações.”

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