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Colégio da Polícia Militar do Paraná

Cel PM Felippe de Sousa Miranda

RELATÓRIO: QUAL O VALOR DO TRABALHO?

Thiago Bernardi, N°28, 2°E


Vinícius Momm Ferraciolli, N°29, 2°E
Gustavo Kiyoto Sato, N°16, 2°E
Varilene Verdi Figueiredo e Rosa Maria Mello Dornelles

Curitiba, 2020
ÍNDICE
1 - Introdução ………………………………………………………………….……..1
2 - A insuficiência do salário mínimo …………………………………………….4
3 - A integração do trabalho …………………………………………………...….4
4 - A maior despesa da família de baixa renda ………………………………...5
5 - A variedade da alimentação da família de baixa renda …………………...5
6 - Os complicadores dos filhos …………………………………………………..5
7 - As políticas públicas corretivas …………………………………………..…...6
8 - A mobilidade social nas classes mais baixas ……………………………….6
9 - Problematização do conceito de classes sociais …………………………..7
10 - Conclusão …………………………………………………………….…………..8

INTRODUÇÃO
Durante o terceiro trimestre do ano letivo de 2020, foi realizada uma pesquisa
para buscar compreender se um salário mínimo (de R$ 966,63, valor líquido) é
suficiente para que uma família de quatro indivíduos consiga viver com o mínimo de
qualidade e dignidade. Nessa pesquisa, descobrimos aproximadamente o valor
gasto com alimentação e variados outros custos de uma família, como transporte,
lazer, educação e outros. Porém, muitos dos valores podem variar de família a
família, a depender de diversos fatores: Posse ou não de casa / carro, idade dos
filhos, programas sociais de cada estado federativo, etc.
Ademais, o presente relatório buscar melhor explanar o significado dos dados
recolhidos, porém de uma análise crítica, tentando também propor melhorias,
programas e analisar possibilidades de flutuação dos valores.

2 - A insuficiência do salário mínimo


“O orçamento de um salário mínimo, descrito na Constituição Federal de
1988, é suficiente para atender a todas as necessidades da família? Com qual
conceito é possível relacionar?”
Supondo se tratar de uma família de pessoas onde apenas uma pessoa
tenha que utilizar transporte (público), e que também já tenha moradia fixa (com
baixa prestação ou baixo aluguel, de R$ 200 por mês ou menos), as necessidades
da família são atendidas muito precariamente. Com esse orçamento, uma família de
classe E “privilegiada” - pois é difícil uma família com essa renda atender as
condições acima - consegue se manter vivendo com o extremo básico, sem dinheiro
para nenhum lazer, alimentação mais adequada ou investimento para emergências.
Para famílias que não atender os critérios de transporte e moradia citados, o salário
não é suficiente para atender as necessidades da casa.
Essa dificuldade pode ser associada com conceitos marxistas, que afirmam
que os direitos inalienáveis do homem, como justiça e igualdade, são atropelados
pelos desejos burgueses de acumulação de capital e de crescimento econômico.
Isso pode ser visto no conceito criado por Marx de “mais-valia” - Um certo
empregado “gera” para seu empregador X reais, mas recebe por seu serviço
apenas uma fração de X. Existem também autores liberais, como Hayek ou Mises,
que culpariam esses baixos salários na excessiva tributação e intervenção estatal,
que não permite o desenvolvimento econômico pleno, o que, para eles, beneficiaria
ambos os empregadores como os empregados.

3 - A integração do trabalho
“Esse trabalho integra essas pessoas na sociedade? Se encaixaria no
conceito de Durkheim (coesão social)? Qual autor posso relacionar?”
De certa forma, sim, pois todas as atividades geram certa integração. Pode
gerar uma coesão entre os trabalhadores mal-remunerados, entre as famílias que
moram num bairro de baixa renda, entre outros. Então sim, essa integração é
relacionável com a coesão de Durkheim; inclusive se encaixa na “nova coesão” que
ele afirma que se instaurou nas fábricas pós Revolução Industrial. Também pode-se
fazer uma ligação entre conceitos de Durkheim e Weber, entre a coesão e classes
sociais. Para Weber, uma classe social tem em seus integrantes uma população
com diversas características semelhantes, como status social, posição econômica,
posição de poder político e outros. Isso é associável pois, provavelmente, essa
família que recebe um salário mínimo formará fortes laços de coesão com sua
comunidade que compartilha mesma classe social, tendo assim características
muito similares.

4 - A maior despesa da família de baixa renda


“ Qual é a maior despesa da família? Explique o é inflação e o impacto dela
no orçamento familiar.”
A maior despesa é, sem dúvida, a alimentação. Mesmo economizando o
máximo e não se alimentando de modo exatamente próprio, a ingestão de
nutrientes é difícil para essa família de classe E. A inflação é a desvalorização da
moeda; ou seja, o poder que certa moeda tem em relação aos bens de consumo
(como a comida), cai conforme o tempo, e isso faz com que se necessite mais
cédulas de dinheiro para comprar algo. Isso afeta muito as famílias, principalmente
as mais pobres, nos períodos de crise, mas também afeta normalmente. Com a
desvalorização do Real, o salário mínimo pode passar a não ser o suficiente durante
o ano, ou não sofrer ajustes bons o suficiente. Isso é pior nas épocas de crise pois a
inflação pode bater taxas altíssimas, como em 2015, que chegou a mais de 10%.

5 - A variedade da alimentação da família de baixa renda


“A alimentação dessa família é variada? Que impacto poderá ter, a médio e
longo prazo, na saúde dos membros da família? Conceitos e autores.”
A alimentação é pouquíssimo variada. Por conta do baixo orçamento, apenas
a necessidade calórica é atingida, mas a disponibilidade de vários nutrientes não é
vasta. Muitas vezes, nutrientes como proteínas, vitaminas e fibras é baixa. mas a
ingestão de carboidratos, gorduras e substâncias processadas é alta; o que gera
saciação, porém com o tempo pode levar a problemas no organismo.
Isso pode ser relacionado com conceitos de Marx e Weber de desigualdade.
Como falado no tema passado, da inflação, aqui há a mesma coisa: uma forte
desigualdade de danos. Durante períodos de inflação alta, por exemplo, classes
mais altas tendem a não passar por tantas dificuldades, financeiras ou alimentares;
enquanto as classes mais baixas sofrem muito nesse processo.

6 - Os complicadores dos filhos


“Quando os filhos dessa família são menores de idade, quais os
complicadores? Os filhos maiores de 16 anos têm que conciliar estudo e trabalho?
Quais consequências? Associar autores e conceitos.”
Os complicadores dos filhos menores de idade é a questão de onde eles
ficarão ou como irão para a escola. A primeira pois muitas crianças não tem vaga na
creche pública, e a segunda pelo custo do transporte, caso a criança estude longe,
que pode chegar a 200 reais por mês para ir e voltar da escola de ônibus, em
algumas cidades. Já, para os filhos maiores de 16 anos, é muito provável que
tenham de conciliar estudo e trabalho para ajudar a sustentar a família. Isso ajudará
pois melhorará a condição financeira do lar; porém também se encaixa no conceito
de Weber sobre desigualdades e diferentes fatores que influenciam uma classe
social. Ter de trabalhar com essa idade pode gerar uma deficiência no estudo, que
pode levar a uma carreira de menos sucesso e, consequentemente, uma vida
financeira mais difícil.

7 - As políticas públicas corretivas


“Quais políticas públicas atendem essa família? Quais seriam necessárias?”
Políticas como o SUS, o Bolsa Família, o Auxílio Emergencial e outras podem
atender essas famílias. A necessidade de políticas públicas e a quantidade ideal
delas é muito debatida entre defensores da social-democracia (Welfare State) e do
Liberalismo econômico. O fato principal desse argumento é que, embora ajude as
classes menos favorecidas com políticas públicas, o Estado também as
sobrecarrega com altas tributações e pouco oportunidade de negócio, que é limitado
no Brasil por burocracias, principalmente a CLT. É fato, porém, que no Brasil a
carga tributária é extremamente pesada em todos os sentidos (na renda, consumo,
importação, transporte, produção, geração de empregos e muitos outros) e uma
redução nessas taxas facilitaria a vida financeira das famílias. Certos programas
certamente são necessários, como o SUS, mas se fossem melhor
administrados/organizados e certas burocracias caíssem, a vida de todas as classes
no Brasil melhorariam.

8 - A mobilidade social nas classes mais baixas


“Analise as possibilidades de mobilidade social dessa família. Conceitos e
autores.”
Embora, entre todos os sistemas econômicos funcionais, o capitalismo de
livre-mercado seja o que entrega maiores chances de ascensão, as possibilidades,
principalmente no Brasil, são baixas. Por conta da possível ingressão adiantada
entrada no mercado de trabalho por parte dos filhos, suas condições de estudo
podem ser comprometidas e acabar numa vida muito parecida com a dos pais. Para
Weber, as classes sociais se dão por diversos fatores, principalmente de poder
social e econômico. Por conta do baixo poder econômico e social, as chances de
ascensão são baixas.

9 - Problematização do conceito de classes sociais


“Finalize problematizando o conceito de classes sociais. Explique por quê.”
Embora, dentre os sistemas de organização social difundidos pela história
(como castas ou estamentos), as classes sociais provenientes do capitalismo sejam
as que possibilitam maior possibilidade de ascensão (seja ela de classe ou
simplesmente de qualidade de vida), ainda é um sistema com muito a melhorar.
Para a significativa melhora de países desenvolvidos, muitos países hoje pobres no
cenário mundial foram explorados. O capitalismo atual favorece monopólios,
principalmente por: vantagens cedidas pelo Estado às grandes corporações, por
conta da alta influência dessas empresas; e também por uso de práticas anti-
mercado, como fusão de mega corporações e compra de competidores. Isso
caracteriza o “Crony Capitalism”, definição criada por Robert Reich, ex-ministro
americano. Esse sistema, diferente do capitalismo liberal, onde pequenos negócios
florescem e a ascensão social é alta, favorece a concentração de capital e o
consequente aumento de desigualdades. São necessárias várias mudanças no
sistema para uma melhora efetiva do capitalismo.
10 - Conclusão
Com isso, conclui-se que a organização de classes sociais, seja ela vista pela
ótica marxista ou weberiana, necessita de mudanças na sua estrutura, pois está
começando a decair em qualidades e aumentar em defeitos. Nas famílias de menor
classe no Brasil, é visto como a situação econômica é complicada, tornando todas
as esferas da vida mais difíceis.
A situação se torna ainda mais precária quando a renda é baixa e os filhos
são pequenos, ou tem de usar transporte público; quando a família não possui
residência própria; até o próprio sexo dos indivíduos pode mudar drasticamente o
custo de uma família dessas. Portanto, uma melhor administração pública e também
uma sociedade mais acolhedora seriam muito bem-vindas para a solução do
problema de desigualdade que permeia a vida de todos no mundo moderno.
Bibliografia:
Livro Didático de Sociologia
Pesquisa realizada sobre custos de uma família de classe E
Documentário “Salvando o capitalismo”, de Robert Reich, disponível na plataforma
de streaming Netflix.

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