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Preparamos esse eBook com o propósito de apresentar as
definições vigentes para as principais ferramentas tecno-
lógicas que estão se expandido no mercado. Sabemos que
muitas novidades ainda virão e, por isso, estamos sempre
nos atualizando sobre a tecnologia no Brasil e no mundo.
Queremos compartilhar com você nosso conhecimento.
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Ambiente Fiscal
Brasileiro
Startups, pequenas e médias empresas enfrentam várias dificuldades
para expandir os negócios, gerenciar demandas e sobreviver no mer-
cado. O estudo Causa Mortis do Sebrae indica que 6% das empresas
que fecham em até cinco anos têm dificuldades com burocracia e
impostos; outros 6% dos empreendimentos que fecham em curto pe-
ríodo têm problemas com administração e planejamento. De acordo
com a pesquisa, a segunda causa da mortalidade dos negócios é a
falta de capital e lucros.
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Todos esses dados demonstram que não basta apenas
a empresa ter um produto inovador ou serviço diferencia-
do: os gestores de um empreendimento precisam obter
conhecimentos sobre legislação, finanças, contabilidade,
recursos humanos, marketing, vendas, etc. Além de pla-
nejamento e organização, para um pequeno negócio ob-
ter sucesso é essencial que os profissionais conheçam o
ambiente fiscal em que estão inseridos.
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Um exemplo é a Reforma Trabalhista, sancionada em 2017,
que atualizou a Consolidação das Leis do Trabalho criada
na década de 50. Dentre os pontos alterados, várias ativi-
dades e modalidades de trabalho que já eram praticadas
em empresas de tecnologia há anos, como o home offi-
ce, foram regulamentadas. Até então, profissionais como
desenvolvedores ou funcionários de empresas que traba-
lham à distância com o apoio de ferramentas tecnológicas
não contavam com nenhum tipo de segurança legal.
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Municípios, Só pelo Simples Nacional - prin-
cipal regime tributário adotado
pelas startups, microempresas e
Estados e União empresas de pequeno porte - são
cobrados oito impostos diferen-
tes. Só a nível federal, temos qua-
Outro fator que torna o ambiente fiscal brasileiro ainda mais se cem tributos diferentes.
complexo é a arrecadação separada dos tributos entre os
poderes municipais, estaduais e o federal. Enquanto al-
guns países adotam um imposto único, para a produção,
distribuição e a prestação de serviços, como o Imposto so-
bre o Valor Agregado (IVA) aplicado em Portugal, as em-
presas no Brasil devem arrecadar diferentes tributos para
cada instância, com alíquotas que variam de acordo com
o faturamento e atividade desempenhada.
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Para as empresas do setor de tecnologia, a definição do
objeto social deve ser analisada com cuidado dobrado,
pois é a partir dele que será adotado o regime tributário do
negócio. O problema é que as atividades desempenhadas
pelo setor, muitas vezes ainda não são classificadas pelo
CONCLA (Comissão Nacional de Classificação).
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Bitributação
de impostos
Mesmo com a definição correta do objeto social e do regi-
me tributário, mais uma situação fiscal que pode prejudicar
as empresas de tecnologia: a bitributação de impostos.
Isso acontece quando, por exemplo, mais de um município
disputa a competência do Imposto Sobre Serviços (ISS) de
empresas de prestação de serviços
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Essa indefinição deixa as empresas de tecnologia e inova-
ção suscetíveis à dupla cobrança do ISS, uma vez que, os
serviços desempenhados pelos profissionais do setor po-
dem ser desenvolvidos na sede da empresa, e finalizados
no município do cliente.
Por exemplo:
Suponha que uma empresa de ônibus privados de Itajaí
contrate uma empresa de softwares de Florianópolis para
criar um aplicativo do negócio. O desenvolvedor irá criar
o projeto em seu município sede, mas precisará deslocar
alguns desenvolvedores para o município de Itajaí para re-
alizar a coleta de dados. Nesse caso hipotético, os fiscais
tributários de ambas as cidades podem disputar a compe-
tência do ISS, resultando nas chamadas guerras fiscais.
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No Brasil há mais de
tributos diferentes.
Todos esses fatores, aliados a problemas de interpreta-
ção da legislação e a falta de especificação de algumas
normas, contribuem para que os serviços de tecnologia e
inovação se desenvolvam em um contexto complexo de
insegurança fiscal e jurídica.
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Tributação de novos
serviços digitais
As inovações ocorrem mais rápido do que o processo de
regulamentação e tributação por parte dos municípios, es-
tados e união. Por esse motivo, novos serviços
desenvolvidos por empresas nacionais e internacionais,
que tem faturado muito no mercado, são alvos de
dúvidas, críticas e alguns processos que buscam acelerar
a regulamentação e tributação das atividades.
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SaaS - Software as a Service
Os programas de computador chamados SaaS (Software
as a Service) ou software como serviço, também conheci-
dos por software em nuvem, são aqueles que podem ser
utilizados de forma remota em qualquer dispositivo com
acesso à internet, não ficando instalados em um servidor.
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Os cuidados que as empresas de TI devem ter com a fisca-
lização, neste caso, são:
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A recente Solução de Consulta 191/2017 - COSIT, em resu-
mo, apresentou os seguintes entendimentos:
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Intermediação
de pagamentos
De acordo com o Relatório Webshoppers, no primeiro se-
mestre de 2017, foram realizados mais de 50 milhões de
pedidos em lojas virtuais no Brasil, que utilizam serviços
de Intermediários e Gateways de Pagamentos. Devido ao
grande mercado de eCommerce, tem surgido várias star-
tups para atuar com estes serviços, como a PagSeguro e
o Paypal.
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Diferente dos Gateways de Pagamentos, os Intermediá-
rios de Pagamentos não possuem contratos com bancos
e nem mesmo com as operadoras de cartão. Normalmen-
te aceitam como meio de pagamento apenas cartões de
créditos, contratados a partir de intermediários das opera-
doras.
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Lojas virtuais
(e-commerce)
O comércio de produtos e serviços em sites na internet é
tributado de acordo com a modalidade exercida pela em-
presa, que pode ser do tipo:
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As que fazem compra e venda de mercadorias são trata-
das perante a legislação tributária, exatamente da mesma
forma que uma loja física, ou seja, devem recolher o ICMS,
o Pis, a Cofins, o IRPJ e a CSLL. Quando os produtos des-
sas lojas forem de produção própria, também devem reco-
lher o IPI sobre a venda destes produtos. Vale destacar que
todo e-commerce que vende produtos sujeitos à substi-
tuição tributária, deve se preocupar com o MVA (Margem
de Valor Agregado) de cada Estado para o qual é realizada
uma operação, sendo obrigado a fazer os devidos recolhi-
mentos.
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Criptomoedas
As moedas virtuais são criadas por softwares e emitidas
por plataformas digitais que não são controladas ou taxa-
das por instituições financeiras. A primeira moeda a ser
lançada foi a Bitcoin em 2009 e hoje há mais de 800 mo-
edas digitais alternativas em todo o mundo. No Brasil, as
criptomoedas não são consideradas moedas eletrônicas,
mas desde 2015 tramita na Câmara de Deputados o Pro-
jeto de Lei 2303, para regulamentação da tecnologia pelo
Banco Central.
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Apesar deste processo para controlar as criptomoedas, os
empreendimentos que têm investido em máquinas e pro-
gramas para o desenvolvimento das moedas digitais não
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tem obrigação de tributar o Imposto Sobre Produtos In-
dustrializados, por dois motivos:
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tos Industrializados;
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As empresas que investem no segmento de criptomoe-
das serão tributadas por outros serviços como consulto-
rias e treinamentos, devendo formalizar o negócio e aderir
a um regime tributário como qualquer negócio, arrecadan-
do impostos como o PIS e Cofins. Também é importante
destacar que os empreendimentos que atuam na inter-
mediação de pagamentos devem tributar por comissão
de venda das moedas digitais.
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Streaming
Tecnologia que proporciona o uso de conteúdos em nuvem
sem a necessidade de realizar downloads ou instalação
nas máquinas de utilização. No Brasil, a Lei Complementar
157 de 2016, incluiu a “disponibilização, sem cessão defi-
nitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por
meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais
e periódicos [...]” na lista de atividades para arrecadação do
Imposto Sobre Serviços (ISS).
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O Artigo 3 º da LC 116/2003 indica que o ISS é devido “no
local do estabelecimento prestador ou, na falta do esta-
belecimento, no local do domicílio do prestador [...]”, ou
seja, os empreendimentos são obrigados a arrecadar tal
imposto no município onde as atividades são realizadas.
O grande problema é que esses serviços são utilizados em
rede e sem limites geográficos, o que na prática pode fazer
com que os empreendimentos que têm alcance nacional
tributem em cada um dos municípios onde possuem clientes.
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Como abordado no capítulo 1, esse tipo de situação faz
parte do ambiente fiscal brasileiro, onde dependendo de
interpretações jurídicas, tais serviços podem sofrer a bi-
tributação das atividades. Mais um fato que complica a
tributação dos serviços de streaming é a própria dificulda-
de de definir a natureza de tais tecnologias como serviços
ou produtos, sendo que muitas vezes a empresa acaba
apenas disponibilizando um conteúdo online que não foi
produzido por ela, seria uma cessão de direitos autorais,
cujos direitos não pertencem à estas empresas. É o mes-
mo que uma locação, cuja incidência de ISS já foi afastada
pelo STF.
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Organização e planejamento
fiscal das empresas de TI
A melhor forma de evitar prejuízos, multas e incomodações
com os órgãos de fiscalização tributária é realizando um
planejamento fiscal adequado das empresas de tecnolo-
gia. Esse processo tem início no registro da empresa com
a definição correta da atividade desempenhada (se serviço
ou produto), a criação de um contrato social que considere
benefícios fiscais para os empreendimentos, e ainda a es-
colha do regime tributário. Com a definição correta destas
características do negócio, a empresa evita o pagamento
de tributos acima do necessário, assim como dívidas fis-
cais e problemas fiscais.
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Mais do que buscar um modelo de contrato pronto, os gesto-
res das empresas de tecnologia devem ficar atentos às várias
particularidades do setor. Com as constante mudanças na
legislação e incertezas tributárias referentes aos novos ser-
viços digitais torna-se fundamental buscar auxílio contábil e
jurídico. Profissionais especializados podem avaliar o melhor
regime tributário para o negócio, preparar a empresa para es-
calar com segurança, e organizar o orçamento para reduzir
os gastos com impostos.
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Conclusão
Os gestores e empreendedores do setor de tecnologia de-
vem estar atentos à legislação, principalmente os novos
serviços que ainda não foram regulamentados. Com as
incertezas jurídicas provocadas pelo ambiente fiscal bra-
sileiro, torna-se fundamental buscar profissionais especia-
lizados em tecnologia e que possam organizar a empresa,
adotando o melhor regime tributário e definindo a catego-
ria correta das atividades desempenhadas. Também é im-
portante que os profissionais busquem informações sobre
o segmento em revistas, sites e blogs como da MK Solu-
ções Empresariais.
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Sobre a MK Soluções Empresariais
Trabalhamos há mais de 20 anos com soluções contábeis, adminis-
trativas, de recursos humanos, financeiras e tributárias para empre-
sas. Nesse tempo nos tornamos especialistas no setor de tecnologia,
acompanhando as mudanças e inovações do mercado. Mais do que
serviços contábeis ou financeiros, oferecemos um atendimento perso-
nalizado para empreendedores, gestores e profissionais do segmento
com soluções específicas para o seu negócio.
MK Soluções Empresariais.