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Art. 5º, XLIII CF - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Lei 8.072/90:
Art. 1.º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-lei 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados:
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);

Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio:


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Homicídio qualificado:
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Homicídio qualificado-privilegiado é hediondo?

Na hipótese de os jurados reconhecerem a existência de homicídio qualificado-privilegiado, tal crime jamais poderá
ser considerado hediondo. Primeiro, porque não há qualquer referência ao homicídio privilegiado na Lei. Segundo,
porque seria absolutamente incoerente rotular como hediondo um crime de homicídio cometido, por exemplo,
mediante valor moral ou social. Por fim, como as causas de diminuição de pena enumeradas no art. 121, §1º, do
CP, têm natureza subjetiva, e as qualificadoras porventura reconhecidas neste homicídio qualificado-privilegiado
devem, obrigatoriamente, ter natureza objetiva, há de se reconhecer a natureza preponderante daquelas, aplicando-
se raciocínio semelhante àquele constante do art. 67 do Código Penal.

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2 o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição (incluído pela Lei
13.142/15).

II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)


a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, §
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Redação anterior:
III – Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º);

IV – Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º);
Ao contrário do que ocorre com os crimes de roubo e de extorsão, que são considerados hediondos apenas se
qualificados pelo resultado morte, o delito de extorsão mediante sequestro é etiquetado como hediondo
independentemente da modalidade.

V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei 12.015, de 2009)
O delito de estupro é rotulado como hediondo, independentemente da modalidade.

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VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei 12.015/2009)

VII – Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º);

VII-A – (Vetado.)
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
(art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei 9.677, de 2 de julho de 1998).

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de


vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

# Há algum crime hediondo fora do Código Penal?

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826,
de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

Lei Nº 8072/90: CONSEQUÊNCIAS

ART. 2º, I: INSUSCETÍVEIS DE ANISTIA, GRAÇA E INDULTO


“Art. 5º, XLIII CF - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”
“Art. 2º, lei 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;”

PERGUNTA DE CONCURSO:

# A VEDAÇÃO DO INDULTO É CONSTITUCIONAL?

E o indulto humanitário?

LEMBRANDO: chama-se indulto humanitário aquele concedido por razões de grave deficiência física ou em virtude
de debilitado estado de saúde.

Art. 2º, Lei nº 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.

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Lei Nº 8072/90: CONSEQUÊNCIAS

ART. 2º, II: INSUSCETÍVEIS DE FIANÇA

ATENÇÃO - O legislador, no §2º., do art. 310 do CPP, acrescentado pela Lei 13.964/19, determina ao juiz que
negue liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares, ao agente reincidente, ou que integra organização
criminosa armada ou milícia ou que porta arma de fogo de uso restrito.

Art. 2º, Lei nº 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de:
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.

Na fixação do regime inicial, o juiz deve observar as Súmulas 718 e 719 do STF.

Súmula 718 STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea
para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.”

Súmula 719 STF: “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige moti-
vação idônea.”

Art. 2º, Lei nº 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de:
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente,
observado o disposto nos §§ 3º. e 4º. do art. 112 da LEP

O § 2.º do art. 2º. da Lei 8.072/90 anunciava o pressuposto temporal para a concessão do benefício, qual seja, 2/5
da pena, se o agente for primário, e 3/5, se reincidente. Previu-se, portanto, requisito diferenciado, mais rigoroso do
que aquele estipulado aos delitos em geral. Esse dispositivo, contudo, foi revogado pela Lei 13.964/19. Agora, com
a novel Lei, a progressão de regimes está disciplinada inteiramente no art. 112 da LEP.

No caso de apenado primário, mas condenado por crime hediondo ou equiparado, a Lei n. 13.964/19 manteve o
lapso temporal previsto originalmente na Lei de Crimes Hediondos (art. 2 o, § 2o), qual seja, 40% da pena em regime
anterior.

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Já para os condenados primários por crimes hediondos ou equiparados, mas qualificados pelo resultado morte, foi
criado um novo lapso, qual seja, de 50% de cumprimento da pena em regime anterior.

Para esses crimes, o legislador indisfarçavelmente implementou tratamento diferenciado, deveras rigoroso, não
somente dificultando a progressão de regime, como também vedando o benefício do livramento condicional.

O mesmo lapso de 50% passa a ser exigido na progressão de regime para condenados rotulados na sentença como
comandantes, individual ou coletivo, de organização criminosa (art. 2o, § 3º, da Lei 12.850/13), estruturada para a
prática de crimes hediondos ou equiparados.

Cumprimento de 60% da pena, se reincidente em crime hediondo ou equiparado. Este lapso não foi alterado pela
Lei n. 13.964/19, repetindo, em percentagem, o prazo de 3/5 previsto na Lei de Crimes Hediondos (art. 2o, § 2o).

Cumprimento de 70% da pena, se reincidente por crime hediondo ou equiparado com resultado morte (vedado o
livramento condicional). Trata-se do prazo mais rigoroso previsto na nova redação do art. 112, reservado aos
reincidentes por crime hediondo ou equiparado qualificado pelo resultado morte.

HC 310649 / RS, Min. Sebastião Reis Junior, 6ª T., j. 12/02/2015


2. O Superior Tribunal de Justiça não faz distinção entre a primeira e a segunda progressão para fins de aplicação
do art. 2º, § 2º, da Lei n. 8.072/1990, o qual estabelece as frações de 2/5 e de 3/5 para a obtenção do benefício,
conforme o apenado seja primário ou reincidente.
3. Sendo a hipótese de condenação por crime hediondo e estando caracterizada a reincidência da paciente, aplica-
se a fração de 3/5 para a aferição do requisito objetivo, independentemente de se tratar de segunda progressão. 4.
Habeas corpus não conhecido.

Condenada gestante, mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência.


A Lei 13.769/18 alterou a progressão de regime nos crimes hediondos e equiparados se a condenada é gestante,
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência. Segundo a nova redação do art. 2º, § 2º, da Lei
8.072/90, a progressão de regime deve observar as regras estabelecidas nos §§ 3º e 4º do art. 112 da LEP.
Cria-se, pois, uma progressão de regime mais branda para crimes de natureza hedionda tendo em consideração as
condições pessoais da condenada.

O art. 112, que trata da progressão de regime, passa a contar com o § 3º para disciplinar de forma específica a
progressão da mulher gestante, mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência. Neste caso, são
requisitos cumulativos para a progressão:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
V – não ter integrado organização criminosa.

“Art. 2º, Lei nº 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de:
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liber-
dade.
CUIDADO COM O ART. 492, I, “e”, CPP

“Art. 2º, Lei nº 8072/90: Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de:
o
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
neste artigo (hediondos + TTT), terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade”.

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“Art. 1°, Lei nº 7960/89 - Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput,
combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986)
p) terrorismo.”

“Art. 3º Lei nº 8072/90: A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cum-
primento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha
em risco a ordem ou incolumidade pública.”
O funcionamento dos presídios federais é guiado pela Lei 11.671/08. Antes do PACOTE ANTICRIME, apenas a
União tinha competência para construir e manter presídios dessa natureza, reinando o rigor máximo na execução
da pena. Com a Lei 13.964/19, foi alterada a Lei 11.671/08, sendo que agora Estados e Distrito Federal estão
autorizados a construírem estabelecimentos penais de segurança máxima, ou adaptar os já existentes, aos quais
será aplicável, no que couber, o disposto na citada Lei.

“Art. 5º, Lei nº 8072/90 - Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

Art. 83.
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza (alterado pela Lei 13.344/16).

ART. 5º: LIVRAMENTO CONDICIONAL

Alterou o art. 83 CP.

LIVRAMENTO CONDICIONAL:
- liberdade antecipada
- medida alternativa à prisão
- modificação da execução penal
- mediante condições

REQUISITO TEMPORAL:

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O que é reincidente específico?

A Lei 13.964/19 proibiu, no art. 112 da LEP, o benefício do livramento condicional para os delitos hediondos ou
equiparados qualificados pela morte. Proibiu, ainda, saída temporária (art. 122 da LEP). Porém, nesse caso (art.
122 da LEP), mencionou somente os hediondos, omitindo os equiparados com resultado morte, como acontece com
a tortura. A omissão não pode ser integrada pelo intérprete em respeito ao princípio da reserva legal (art. 3º. da
LEP).

“Art. 8º, Lei nº 8072/90: Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando
se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.”

Art. 288 do CP - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de
criança ou adolescente.

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