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Estruturas de Concreto Armado I 9 - Armadura Transversal - NBR6118/2014

Analogia Clássica de Treliça

Dimensionamento da • No início do século XX, Ritter e Mörsch,


apresentam a Analogia da Treliça Clássica, que é
Armadura Transversal uma das concepções mais duradouras da história
do Concreto Armado;

• Esta teoria vem sendo utilizada desde então,


Disciplina: Estruturas de Concreto I como base para o dimensionamento das
armaduras transversais e parâmetro para
interpretação dos mecanismos de ruptura das
vigas de concreto armado;

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• Após décadas de pesquisas, apenas pequenas


modificações e aperfeiçoamentos em sua teoria
inicial foram sugeridas, preservando-se seu
aspecto fundamental: a analogia entre uma viga
de concreto armado após a fissuração e uma
treliça; •Banzo comprimido é formado pela zona comprimida
de altura x;
• Quando a Armadura Transversal for constituída •Banzo tracionado é constituído pelas barras da
somente por estribos verticais, como pode ser armadura longitudinal de tração da viga;
observado na figura a seguir, tem-se a seguinte •Montantes tracionados (tirantes) são formados pela
definição para os elementos de treliça: reunião dos estribos contidos na distância z, num
único estribo equivalente;
•Diagonais comprimidas são formadas pela reunião
das bielas de compressão contidas na distância z.
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Cujas hipóteses básicas são:

 a treliça assim formada é isostática;


 as diagonais comprimidas têm inclinação de 45º;
 os banzos são paralelos;
 nas seções transversais, as resultantes do
concreto comprimido (Rcc) e de tração na
armadura (Rst) são iguais.

No caso da Armadura Transversal ser


constituída por barras inclinadas, as hipóteses
básicas permanecem as mesmas. Contudo, altera-
se, apenas, a definição dos elementos da treliça,
onde o montante tracionado passa a ser uma
diagonal tracionada.

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 O banzo comprimido é inclinado, o que


Analogia Generalizada de Treliça possibilita a absorção direta de uma parcela da
força cortante;
 As fissuras têm uma inclinação  < 45o nos
• Leonhardt & Mönnig, no final da década de
trechos mais solicitados pelo esforço cortante.
1970, realizaram uma grande quantidade de
ensaios, onde constataram que a treliça clássica
conduz a uma taxa de armadura transversal um
• O que conforme Silva & Giongo (2000) deixou
pouco elevada.
claro a necessidade de se aprimorar o modelo
utilizado para se dimensionar as armaduras
• Isto ocorre devido à tensão nela medida ser
transversais, surgindo com isto a analogia
menor do que a calculada. Os fatores principais
generalizada da treliça, na qual adota-se como
que influenciam a diferença entre os resultados
modelo uma treliça com banzo comprimido
teóricos e experimentais são:
inclinado e bielas com inclinação  menor ou igual
a 45o.

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Modelo de Bielas e Tirantes


• Entretanto, faz-se necessário observar o eventual
esmagamento das bielas de compressão, uma vez Conforme Silva & Giongo (2000) “os modelos
que este novo modelo acarreta um aumento nas de bielas e tirantes são representações discretas
tensões atuantes nestas. dos campos de tensões nos elementos estruturais
de concreto armado. As bielas são idealizações
• Além disso, deve-se observar, ainda, o dos campos de tensão de compressão no
dimensionamento das armaduras longitudinais, pois concreto e os tirantes, campos de tensão de
a resultante de concreto comprimido, agora tração que podem ser absorvidos por uma ou
inclinada nas proximidades dos apoios, faz com que várias camadas de armadura. O modelo
o braço de alavanca, entre esta e a resultante de idealizado, que é uma estrutura de barras,
tração, seja menor, provocando um aumento na área concentra todas as tensões em barras
da seção transversal da armadura longitudinal. comprimidas e tracionadas, ligando-as por meio
de nós.”

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As tensões de tração também podem ser


absorvidas pelo concreto e, conhecido um Dimensionamento de Armadura
modelo, as forças atuantes nas bielas e nos
tirantes são facilmente determinadas pelas Transversal Segundo a
equações de equilíbrio.
NBR 6118/2014
Quando o modelo de bielas e tirantes é aplicado A NBR 6118/2014 apresenta dois métodos de
às vigas, é normalmente chamado de modelo de cálculo para a determinação da armadura
treliças, o qual é constituído pelos mesmos transversal, que pressupõem a analogia com
elementos que a treliça clássica de Mörsch, onde modelo em treliça, de banzos paralelos,
a principal diferença é que o modelo de treliça associados a mecanismos resistentes
considera que as bielas podem ter uma inclinação complementares desenvolvidos no interior do
variável, entre 30o e 45o, enquanto que a treliça elemento estrutural e traduzidos por uma
clássica considera essa inclinação fixa, com valor componente adicional Vc.
de 45o.

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O primeiro método admite que as diagonais de


compressão tenham inclinação de 45º em relação
ao eixo longitudinal da peça, e que Vc é suposto
constante.
O segundo método admite que as diagonais de
compressão tenham inclinação diferente de 45º,
compreendida no intervalo de 30º a 45º, e Onde:
considera a parcela Vc com valores reduzidos. VSd é a força cortante solicitante de cálculo, na seção;
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à
A NBR 6118/2014 diz: ruína das diagonais comprimidas de concreto;
“A resistência da peça numa determinada seção VRd3= Vc+ VSw é a força cortante resistente de cálculo,
transversal é satisfatória quando verificadas, relativa à ruína por tração diagonal, onde Vc é a
simultaneamente, as seguintes condições”: parcela de força cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça e Vsw a parcela
absorvida pela armadura transversal.

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Modelo I (item 17.4.2.2 NBR6118/2014) Modelo II (item 17.4.2.3 NBR6118/2014)

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Exercício
Determinar a área de aço necessária para suportar um
esforço cortante de 120kN, em uma viga 20 x 50cm,
sujeita a flexão simples. Dados C25, cobrimento 2,5cm,
brita 0 e altura útil de 44cm. Adotando:

a) modelo I;
b) modelo II, com biela inclinada em 30°;
c) modelo II, com biela inclinada em 35°;
d) modelo II, com biela inclinada em 40°;
e) modelo II, com biela inclinada em 45°.

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