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Funcionalizações e concretizações
Objetivos
Antes, a internacionalização de uma economia era fazer as importações e exportações, no entanto,
com os fenómenos da globalização em meados do séc.XX e com a digitalização e a rápida expansão
das tecnologias e o aparecimento da internet, fizeram com que os contribuintes se
internacionalizassem liberalização do comércio fora das fronteiras – passou a ser comum que os
contribuintes saíssem do território geográfico dos seus países e investissem no exterior,
adquirissem de uma forma mais facilitada bens e, sobretudo serviços no exterior aumento dos
negócios fora da fronteira
Os contribuintes mexem-se facilmente, enquanto que as administrações fiscais estão limitadas
pelas suas fronteiras, pois a sua soberania é uma soberania territorialmente definida
o Ex. Pessoa x foi fazer um trabalho a França e ganhou lá dinheiro Ou ele declara ou a
administração fiscal não consegue saber. O contribuinte declarou que ganhou 930€ em
França, mas na realidade a administração fiscal Francesa informou que o senhor ganhou 93
000€ não havia possibilidade da administração fiscal PT provar
Há uma certa desculpa em fugir ao fisco, é eticamente não reprovável fugir aos impostos
Sempre que há desconhecimento da real capacidade de cada um porque foi obtida no estrangeiro e
não há possibilidade de a conhecer afeta-se a justiça fiscal
o Principio da residência – o Estado da residência, quer tributar e tributa a totalidade do
rendimento auferido, quer dentro quer fora das fronteiras porque este é o verdadeiro índice
da capacidade financeira
o Principio da fonte – o Estado da fonte, onde é gerado o rendimento, também quer ter
direito a uma receita proveniente dessa receita e, portanto, não abdicam da competência
como Estado da fonte para tributarem os rendimentos obtidos no seu território (ex. os 93
000€ obtidos em França vão ser tributados em França)
Surgem as Convenções de dupla tributação (convenção-modelo da OCDE) surgem como formas de
evitar ou eliminar a dupla tributação vão aos vários rendimentos e vão dizer se o Estado da fonte
pode, ou não pode, tributar. Se não puder, fica só um com competência que é o Estado de
residência (tem uma competência exclusiva) e, deste modo, não há dupla tributação
o Quando a convenção diz que tem competência para tributar o Estado da fonte e o Estado de
residência então existe uma competência cumulativa e, neste caso, gera-se uma dupla
tributação artigo 23º da convenção modelo tem os métodos para eliminar a dupla
tributação
Melhorar a aplicação dos sistemas fiscais existentes (= cooperação administrativa fiscal e intercambio de
informação)
Não estando reunidas as condições para alterações profundas dos sistemas fiscais, a opção centra-
se na melhoria da eficiência e eficácia da aplicação dos existentes considerando que tal atuação,
diminuindo os espaços de fraude (ver pp)
Para as administrações fiscais, estas têm de melhorar a eficiência e eficácia da gestão do imposto
em todas as fases na vida deste, ou seja, desde o lançamento e liquidação até à cobrança, o que
implica data-las dos meios adequados para:
Planeamento Fiscal
Traduz-se numa diminuição das receitas fiscais
o Deslocalização das bases tributáveis para países de nula ou baixa tributação
o Sofisticada exploração de desconexões e brechas fiscais (BEPS)
o Criminalidade económica e fiscal
o Pressão fiscal sobre contribuintes cumpridores
Uma tributação justa corresponde a uma boa legislação de suporte e eficiente e eficaz da aplicação
da mesma
o Ex: Eu quero pedir uma informação à Holanda sobre um residente em PT, mas que sei que
auferiu rendimentos na Holanda porque lá foi fazer um trabalho OU pode ser o caso de ser a
própria Holanda a informar PT que ele obteve lá rendimentos O senhor pode não ter
declarado qual o seu NIF em PT e, portanto, eu não sei qual António Silva é que é se for
com a Holanda eu tenho diretiva se for p.ex. Moçambique não tenho Diretiva, por isso é ao
abrigo da Convenção que vou pedir
o Portanto, além do nome é necessário que enviem o ano de nascimento e o local de
nascimento
o Só posso fazer isto com um acordo especifico de troca de informações (Memorandum of
understanding), com fundamento normativo (EM – Diretiva; Estado não UE- art.26º da
Convenção assinada)
Base normativa:
Modelo OCDE:
o Art.26º, 25º e 27º
Diretivas:
o 2011/16/EU de 15 de Fevereiro de 2011
o 2010/24/EU de 16 de Março e Regulamento de Execução EU nº 1189/2011 de 18 de
Novembro
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o 2003/48/CE de 3 de Julho
Permite ter as poupanças dentro da EU onde quiser, mas a tributação dos
rendimentos obtidos tem de ser sempre feita no ER e, portanto, é obrigatório que as
instituições financeiras e similares desses EM mandem a informação de forma
automática dos seus depositantes relativamente aos rendimentos que lhes pagaram
para o ER define o ER como estado competente para tributar
Regulamentos (tributação do consumo):
o UE 904/2010 de 7 de Outubro
o CE 2073/2004 de 16 de Novembro
Acordos específicos (= Memorandum of understanding)
o Gerais ou específicos de paraísos fiscais
Específicos de paraísos fiscais:
Inicialmente, existia uma lista negra de países considerados como paraísos
fiscais ou offshore, mas, entretanto, estabeleceu que, se realizassem um
acordo de troca de informação então seriam retirados dessa lista
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Maior partilha de experiencias entre as Administrações fiscais dos EM, sobretudo, nos setores de
forte risco – novas metodologias de utilização das técnicas de gestão de contribuintes por perfis de
risco, concretização de práticas de benchmarking
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autarquias locais, cobrados no território a que são aplicáveis os tratados por força do
art.52º TUE, exceto o IVA e taxas em geral
Definições:
o Autoridade competente; serviço central de ligação; serviço de ligação; funcionário
competente; autoridade requerente; autoridade requerida; diligencias administrativas;
troca de informações a pedido; troca espontânea de informação; pessoa singular e pessoa
coletiva; transmissão por via eletrónica; rede CNN
o Troca de informações a pedido:
Assenta na prévia solicitação da autoridade requerente, que deve justificar a
necessidade
Lacunas ou insuficiências do pedido devem ser supridas pela autoridade requerente
A autoridade requerente recolhe a informação que possua, e se não possuir informa
a requerente do facto
Nas diligências, a requerida deve atuar como se agisse por conta própria ou a pedido
de outra autoridade nacional, esgotando os meios de que disponha
O prazo máximo de resposta é, em geral, de 6 meses a contar da receção do pedido,
embora possam ser acordados prazos diferentes
Nota: as informações devem referir-se a um caso concreto, pelo que serão de
recusar as chamadas fishing expeditions, isto é, tentativas de acesso generalizado à
informação na disposição de outro Estado o Estado que pretende aceder a
determinada informação tem, como se referiu, que demonstrar o seu interesse
nessa informação especifica, o que garante a relevância e indispensabilidade da
informação solicitada
o Troca automática de informações:
Obrigatória por uma autoridade competente de um EM
Rendimentos de trabalho
Remunerações dos membros de órgãos de gestão/administração
Produtos de seguros de vida
Pensões
Propriedade e rendimento de imoveis
Informações disponíveis nos registos e bases de dados
Comunicação uma vez por ano, pelo menos, no prazo de 6 meses após o termo do
período de tributação
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Portugal celebrou Protocolos de assistência mútua com o Brasil, Cabo Verde e Moçambique, mas ainda
não estão em vigor
o No dia 27 de Janeiro de 2016, 31 países, incluindo Portugal, assinaram um acordo de
cooperação que permite a troca automática de relatórios por país estes relatórios
encontram-se previstos no programa de Erosão da Base tributável e a Transferência de lucros
(BEPS) da OCDE/G20
o O acordo, titulado, Multilateral Competent Authorithy Agreement (MCAA), contribui para que
entrem em vigor os novos parâmetros de documentação fiscal de preços de transferência,
previstos na Ação 13 do Plano de Ações do BEPS, um projeto desenvolvido durante mais de dois
anos que envolveu todos os países da OCDE, do G20 e mais de uma dúzia de países em
desenvolvimento
o Com a assinatura do MCAA, é garantido às Autoridades Fiscais de cada país um entendimento
completo de como as Empresas Multinacionais estruturam as suas operações, ao mesmo tempo
que, garabtem que a confidencialidade dessa informação se mantém salvaguardada
o A Ação 13, no seu modelo de Relatório por país (“Country by country report”), prevê que as
Empresas Multinacionais divulguem informação por jurisdição fiscal, relativa a rendimentos
com entidades do Grupo, resultados antes de impostos capital próprio, numero de empregados,
valor de ativos tangíveis, entre outros
FACTA – acordo entre Portugal e os EUA e CRS
o Resolução da Assembleia da Republica nº183/2016 – aprova o acordo entre Portugal e os EUA,
assinado em 6 de Agosto de 2015, para reforçar o cumprimento fiscal e implementar o Foreign
Account Tax Compliance Act (FACTA)
Introduz regras e os procedimentos de cooperação administrativa e assistência mútua
com os EUA, através da troca automática de informações sobre contas financeiras (saldo
ou valor da conta, o montante bruto total de juros, o montante bruto total de
dividendos e outras informações financeiras)
O modelo de troca automática de informações instituído pelas autoridades americanas,
dentro do programa FACTA, foi usado como base para adoção, pela OCDE, de um
programa de troca de informações intitulado Common Reporting Standard (CRS) e que
terá maior abrangência que o FACTA o CRS propõe-se a introduzir obrigações de
reporte para mais de uma centena de países à volta do mundo
o Diretiva DAC 2: Diretiva 2014/107/CE de 9 de Dezembro
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13.10.2017
Acórdão Vestergaard
Litígio entre contribuinte e a Administração fiscal (Dinamarca)
O TUE colocou duas questões prejudiciais
o 1. Será que é conforme com o tratado, o facto de na Dinamarca existir a presunção quando
o curso apresente uma conexão com um elemento turístico e, portanto, não ser possível a
sua dedução?
Segundo a Lei interna da Dinamarca, existe uma presunção ilidível que a realização de um curso
num local estrangeiro turístico não pode ser considerada um custo com direito a dedução (há uma
inversão do ónus a prova – tem de se provar e justificar o curso no local turístico, senão não vai
poder deduzir o custo do mesmo)
O TJUE afirma que viola o artigo 59º do Tratado, no entanto, podem existir exceções à proibição da
violação de liberdades no Tratado
o Exceções:
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Acórdão Bachmann
Acórdão Sabou
Acórdão versa sobre a Diretiva e não sobre discriminações
Quais são os direitos do sujeito passivo envolvido nesta troca de informações a diretiva dirige-se
aos EM
O direito processual fiscal não está uniformizado na UE
Nota: a nível nacional quando há uma auditoria, quando se esta a examinar dados relevantes para
aferir da exata situação tributaria de cada contribuinte, resultante da sua capacidade contributiva,
a AF sempre que tem um indicio não tem de dizer ao contribuinte fase previa de modelação de
busca dos elementos que bem informem o apuramento do imposto e da capacidade contributiva
o A partir do momento em que AT finda esse processo, notifica o contribuinte de uma
liquidação adicional corretiva, o que vai fazer alterações ao declarar
Nota: qualquer decisão da AT tem de ser devidamente fundamentada sob pena de ser nula
20.10.16
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