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Troca Internacional Informação Tributária

Direito Fiscal (Universidade Catolica Portuguesa)

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Troca Internacional de Informação Tributária


Mestrado em Direito Fiscal
Francisca Vilhena Loio
Nº340114065
2018/2019

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Funcionalizações e concretizações
Objetivos
 Antes, a internacionalização de uma economia era fazer as importações e exportações, no entanto,
com os fenómenos da globalização em meados do séc.XX e com a digitalização e a rápida expansão
das tecnologias e o aparecimento da internet, fizeram com que os contribuintes se
internacionalizassem  liberalização do comércio fora das fronteiras – passou a ser comum que os
contribuintes saíssem do território geográfico dos seus países e investissem no exterior,
adquirissem de uma forma mais facilitada bens e, sobretudo serviços no exterior  aumento dos
negócios fora da fronteira
 Os contribuintes mexem-se facilmente, enquanto que as administrações fiscais estão limitadas
pelas suas fronteiras, pois a sua soberania é uma soberania territorialmente definida
o Ex. Pessoa x foi fazer um trabalho a França e ganhou lá dinheiro  Ou ele declara ou a
administração fiscal não consegue saber. O contribuinte declarou que ganhou 930€ em
França, mas na realidade a administração fiscal Francesa informou que o senhor ganhou 93
000€  não havia possibilidade da administração fiscal PT provar
 Há uma certa desculpa em fugir ao fisco, é eticamente não reprovável fugir aos impostos
 Sempre que há desconhecimento da real capacidade de cada um porque foi obtida no estrangeiro e
não há possibilidade de a conhecer afeta-se a justiça fiscal
o Principio da residência – o Estado da residência, quer tributar e tributa a totalidade do
rendimento auferido, quer dentro quer fora das fronteiras porque este é o verdadeiro índice
da capacidade financeira
o Principio da fonte – o Estado da fonte, onde é gerado o rendimento, também quer ter
direito a uma receita proveniente dessa receita e, portanto, não abdicam da competência
como Estado da fonte para tributarem os rendimentos obtidos no seu território (ex. os 93
000€ obtidos em França vão ser tributados em França)
 Surgem as Convenções de dupla tributação (convenção-modelo da OCDE) surgem como formas de
evitar ou eliminar a dupla tributação  vão aos vários rendimentos e vão dizer se o Estado da fonte
pode, ou não pode, tributar. Se não puder, fica só um com competência que é o Estado de
residência (tem uma competência exclusiva) e, deste modo, não há dupla tributação
o Quando a convenção diz que tem competência para tributar o Estado da fonte e o Estado de
residência então existe uma competência cumulativa e, neste caso, gera-se uma dupla
tributação  artigo 23º da convenção modelo tem os métodos para eliminar a dupla
tributação

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 O método mais utilizado é o método da imputação normal ou ordinária  o Estado


calcula o imposto para os 100 000 (60 000 no estado de residência e 40 000 no
estado da fonte) e aplica a taxa 30‰ dá 30 000 e, as estes 30 000 deixa subtrair o
imposto que foi pago lá fora (ex.8 000), subtrai-se este valor e paga 22 000€.
 Ex. País de residência tem uma taxa de 20% e Estado da fonte 30%
 ER tributa os 100 000 a 20%, portanto, 20 000€. O EF tributa os 40 000 a uma
taxa de 30%, que dá 12 000
 Relativamente ao rendimento que vem lá de fora que são os 40 000, o ER
está a tributar 8 000 e, portanto, dos 20 000 da tributação retira-se os 8 000
do EF e, portanto, tributa 12 000.
 Como a taxa do EF é maior não pode deixar deduzir mais, neste caso 12 000,
quando por esse rendimento apenas está a tributar 8 000€.
 Cláusula tax sparing  nos casos em que o EF dá uma isenção para motivar o
investimento, o ER é obrigado a deixar deduzir o imposto que seria devido se não
houvesse isenção e, deste modo, não se dá enriquecimento para o ER
 Com as convenções havia empresas que aproveitavam para usufruir de benefícios – as
multinacionais começaram a equacionar no seu investimento o fator fiscal e começaram à procura
de pequenas ilhas com regime fiscal privilegiado (= concorrência fiscal prejudicial) – Portanto, a
OCDE publicou um diploma identificando um conjunto de critérios para qualificar os paraísos fiscais
e criou uma lista negra de 38 países considerados como paraísos fiscais e, portanto, simplificou os
critérios e disse que se o país considerado como paraíso fiscal celebrar uma troca de informação
com o outro país, então sai da lista negra
o Havia grandes empresas como a Google e a Apple que conseguiam pagar impostos mínimos,
que estavam num esquema chamado Double Irish Deutsch Sandwich  conseguiam um
planeamento fiscal legal conseguiam um regime fiscal muito baixo porque aproveitavam as
lacunas da lei e a falta de informação
o OCDE criou uma Base Erosion and Profit Shifting (BEPS) – afirma que mais importante que a
evasão fiscal é este regime de planeamento fiscal que consegue aproveitar as brechas na lei
 instituto da troca internacional da informação tributária
 Diretiva de Troca de Informação: o tribunal de Luxemburgo diz que o contribuinte tem razão,
embora a troca de informação seja uma diretiva que não se destina aos contribuintes, as
administrações devem ter em conta que quando seja difícil para os contribuintes obter a
informação quando elas podem obter

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Situação fiscal atual


 Necessidade de cooperação administrativa e assistência mutua entre governos e administrações
fiscais
 Necessidade de melhorar a aplicação dos sistemas fiscais existentes
 Planeamento fiscal: práticas mais usuais

Correta aplicação dos sistemas fiscais no contexto internacional


A crise dos sistemas fiscais atuais
 Os sistemas fiscais que conhecemos assentam essencialmente em 3 vertentes: (1) o exato
conhecimento de quem é o sujeito passivo (obrigados fiscais); (2) o exato conhecimento da
capacidade contributiva de cada um (matéria coletável ou rendimento coletável), pois isso é
condição de um sistema fiscal justo; (3) território, a soberania fiscal só se exerce dentro das
fronteiras do território
o No entanto, estes 3 fatores estão em crise: os sujeitos passivos são cada vez mais difíceis de
identificar (devido à informativa), assim como a identificação das matérias coletáveis (se
criar uma empresa num paraíso fiscal, eu preciso de comprar matérias primas, fabricar e
vender produtos acabados – essa empresa compra as matéria primas na Asia por 10 e vende
por 100, ganha 90 e está no paraíso fiscal não paga, quem compra por 100 fabrica e vende
por 500 ao publico – isto faz com que eu não tenha conhecimento da verdadeira base
tributaria e da capacidade contributiva ), e o território também está em crise porque está
tudo à distancia de um clique  se a economia é nova então nós temos de arranjar novos
impostos para a nova economia, a realidade para a qual os impostos foram criados está a
mudar
 Temos de estruturar e arranjar instrumentos de modo a tentar minorar a crise dos sistemas fiscais

Melhorar a aplicação dos sistemas fiscais existentes (= cooperação administrativa fiscal e intercambio de
informação)
 Não estando reunidas as condições para alterações profundas dos sistemas fiscais, a opção centra-
se na melhoria da eficiência e eficácia da aplicação dos existentes considerando que tal atuação,
diminuindo os espaços de fraude (ver pp)
 Para as administrações fiscais, estas têm de melhorar a eficiência e eficácia da gestão do imposto
em todas as fases na vida deste, ou seja, desde o lançamento e liquidação até à cobrança, o que
implica data-las dos meios adequados para:

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o A identificação correta, atempada e universal do conjunto dos seus obrigados fiscais


o O conhecimento dos elementos que integram os respetivos pressupostos de imposto em
cada caso
o Operacionalizar e garantir a cobrança através de meios que deve incluir a utilização
daquelas que sejam as melhores práticas em cada momento, maximizando resultados e
diminuindo os custos administrativos inerentes à sua ação, num ambiente de dialogo com
os contribuintes e com as administrações fiscais suas congéneres
 Para melhorar a aplicação com os contribuintes é necessário demonstrar eficiência na ação
sancionadora aos incumpridores e eficiência no apoio aos cumpridores
 Com as administrações fiscais congéneres
Nota: foi criada uma diretiva de assistência na cobrança dos impostos, mediante a troca de
informação

Planeamento Fiscal
 Traduz-se numa diminuição das receitas fiscais
o Deslocalização das bases tributáveis para países de nula ou baixa tributação
o Sofisticada exploração de desconexões e brechas fiscais (BEPS)
o Criminalidade económica e fiscal
o Pressão fiscal sobre contribuintes cumpridores
 Uma tributação justa corresponde a uma boa legislação de suporte e eficiente e eficaz da aplicação
da mesma

BEPS (= Base Erosion and Profit Shifting)


 É o resultado estratégico de planeamento que explora lacunas e descoordenações das normas
fiscais para fazerem “desparecer” os lucros ou deslocarem os proveitos para locais onde os
impostos sejam baixos (embora sem que aí haja atividade)
o Os pagamentos associados são pequenos ou nenhuns
 São estratégias, em geral, legais, aproveitando normas pensadas para uma economia que não é a
atual (caracterizada pelo aumento de importância das operações relativas a intangíveis e capital de
risco)
 A OCDE estuda há anos este problema, situando-o ao nível de práticas abusivas

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Cooperação administrativa e assistência mútua fiscais


 Na UE, a cooperação fiscal envolve duas vertentes para os EM:
o Obrigação de por em aplicação o direito comunitário, essencialmente o direito secundário
(regulamentos e diretivas) e cumprir o próprio tratado da UE, nomeadamente, quando ele
estabelece a existência de uma obrigação de cooperação leal
o Uma obrigação de ação supletiva quando, perante atrasos ou descontinuidades do aparelho
decisório a logica da cooperação deva integrar uma ação supletiva por parte deles  não há
regulamento e diretiva, mas deve haver um sentimento de ação supletiva que faça com que
os EM se entendam mesmo perante atrasos ou desconformidades das decisões
 Fora da UE, a cooperação fiscal envolve para os Estados contratantes:
o Uma obrigação de por em aplicação o direito internacional convencional  esta obrigação
dos estados contratantes tem base normativa no direito internacional convencional
(convenções de dupla tributação- art.26º - troca de informação)

Convenções de dupla tributação


 Surgiram devido à liberalização do comércio internacional (circulação de trabalhadores,
importações e exportações, investimentos...)
 Dois princípios informadores para a tributação:
Principio da residência – os Estados tributam os seus residentes pela totalidade dos seus
rendimentos, onde quer que os tenham obtido (de acordo com a capacidade contributiva de
cada um e da mesma forma)  obrigação pessoal ou mundial de imposto
Principio da territorialidade – cada estado tributa os rendimentos auferidos no seu país 
obrigação real de imposto, limitada aos rendimentos que tenham sido obtido dentro de
determinadas fronteiras (estado da fonte)
 4 identidades necessárias para que se considere que há uma dupla tributação:
i. Mesmo sujeito
ii. Mesmo rendimento
iii. Mesmo imposto
iv. Mesmo período
 A dupla tributação é um entrave à liberalização do comércio e, portanto, tentou-se arranjar formas
para evitar esta dupla tributação:
 Modelo da ONU (mais vocacionada para informar convenções em que o nível de
desenvolvimento dos estados contratantes é diferente – ex. quando celebramos
convenções com os PALOP)
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 OCDE criou um modelo (e é o mais seguido a nível internacional)  convenção modelo


de dupla tributação
 Várias organizações internacionais adotaram modelos específicos para a sua realidade
geográfica (modelo asiático, modelo dos nórdicos, etc)
 Com base na convenção modelo, PT celebrou várias convenções, mas é preciso ver cada convenção
– com o modelo da OCDE, vê-se matéria a matéria qual é a posição de um Estado e do outro (1. Fase
das negociações, 2. Resolução da AR que aprova ou não aprova, 3. Depois de aprovada é ratificada
pelo PR, 4. Publicação e entrada em vigor)
 Uma convenção é um instrumento jurídico que normalmente tem 30 artigos e tem 3 partes:
o (1ª parte)- art.1º a 5º:
 1º- define os aspetos gerais: a quem é aplicável
 2º - quais os impostos em causa
 3º, 4º e 5º - definições que aparecem no articulado e é necessário dizer qual é o
conceito
 4º - definição de residente- é a legislação interna de cada Estado que define quem é
residente
 Pode acontecer que, por qualquer motivo, PT considere a pessoa como
residente e SP também o considere como residente segundo a sua legislação
 neste caso, como não pode ser residente nos dois Estados, então
utilizamos os critérios do artigo 4º
 5º - definição de estabelecimento estável
 Empresa vai investir num estado contratante, ela só pode investir se lá tiver
um estabelecimento estável e, portanto, esta definição é muito importante
o (2ª parte)- 6º a 22º: regras dadas a cada um dos Estados intervenientes para a tributação,
feitas rendimento a rendimento
 Ex: há dois estados com competência em tributação e o ER tem sempre competência
para a tributação e, neste caso, o que interessa é saber se o EF tem ou não
competência para tributar em determinada matéria  quando o EF tem competência
temos uma tributação cumulativa
 6º - rendimentos de imoveis
 7º- lucros de empresas
 Ex. 80 000 em PT e 20 000 em SP  Em SP taxa 20% (paguei 4 000), PT 30% por isso
ia pagar 30 000€, mas já paguei 4 000€, por isso, aos 30 000 vou descontar os 4 000€
 O problema é quando a taxa lá fora é superior, ou seja, em vez de 20% é 40 %

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 Neste método pode acontecer o seguinte: um país precise de investimento


dos países mais desenvolvidos e diga que quem investir tem uma isenção de
tributação do rendimento durante 20 anos
o 80 000 em PT e 20 000 em Moçambique  em Moçambique não é
tributado e em PT a tx é 30%, paga 30 000€, sobre os 100 000€ não vai
poder deduzir nada porque não pagou nada lá fora  isto cria um
beneficio para o Estado PT e, portanto, a convenção da ONU criou um
método (Matching credit e Tax sparing) que diz que um ER é obrigado
a dar um crédito de imposto de valor igual ao imposto que seria devido
no EF se não tivesse havido a isenção, portanto, se o imposto em
Moçambique fosse 5 000€, então agora teria de deixar deduzir os 5
000€
o (3ª parte)- art.24º a 30º: parte instrumental que vem permitir a utilização da convenção
 24º - principio de não discriminação dos residentes relativamente aos não residentes
 25º- procedimento amigável – não há nenhum tribunal internacional fiscal e,
portanto, quando houver problemas com a aplicação das convenções os Estados têm
de resolver o problema entre eles e isso é feito através do procedimento amigável 
quando estados tenham dificuldades na aplicação de uma disposição ou os
contribuintes entendam que os estados não estão a resolver a situação de acordo
com a convenção podem acionar este mecanismo do procedimento amigável
 nota: um dos objetivos do plano BEPS é tentar tornar este procedimento mais
obrigatório
 26º - troca de informação
 27º- assistência na cobrança
 28º- transpõe a convenção de Viena para diplomatas
 29º- extensão territorial da convenção (definição do âmbito geográfico da convenção
 Ex: PT pode deixar de fora da convenção uma parcela de território
 Ex: SP normalmente deixa de fora Ceuta e Melia
 30º - diz quando é que a convenção entra em vigor e diz ainda que a convenção pode
ser denunciada e qual a antecedência necessária para essa denuncia
 Isto é importante porque, por exemplo, na Convenção assinada entre PT e Holanda há duas bases
normativas: Diretiva Europeia e Convenção com a Holanda e, ambas são normas gerais que muitas
vezes não têm os refinamentos que uma regulamentação concreta exige

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o Ex: Eu quero pedir uma informação à Holanda sobre um residente em PT, mas que sei que
auferiu rendimentos na Holanda porque lá foi fazer um trabalho OU pode ser o caso de ser a
própria Holanda a informar PT que ele obteve lá rendimentos  O senhor pode não ter
declarado qual o seu NIF em PT e, portanto, eu não sei qual António Silva é que é  se for
com a Holanda eu tenho diretiva se for p.ex. Moçambique não tenho Diretiva, por isso é ao
abrigo da Convenção que vou pedir
o Portanto, além do nome é necessário que enviem o ano de nascimento e o local de
nascimento
o Só posso fazer isto com um acordo especifico de troca de informações (Memorandum of
understanding), com fundamento normativo (EM – Diretiva; Estado não UE- art.26º da
Convenção assinada)

Intercâmbio internacional de informação tributária


 Para a Administração fiscal significa: possuir, de forma integrada, todos os seus dados e arquivos
relativos à globalidade da informação dos seus contribuintes, pessoas singulares ou coletivas (.......)
 hoje, é importante que as auditorias se façam nos perfis de risco
 Para os contribuintes significa: beneficiar de apoio à sua atuação fiscal, com garantia dos seus
direitos fundamentais
o Ex. caso do Mexicano que não consegue a certificação porque o México não emite a
certidão nos formulários de PT e apenas em papel timbrado Mexicano
 Isto é uma questão global, com várias organizações internacionais a promove-la fortemente
visando maior eficácia e eficiência (OCDE; CIAT; CREDAF; IOTA; CATA; SGATAR; ATAF; ITD;
englobando CE, BID, FMI, OCDE, UK-DFID e BM)
 É um instrumento de natureza intragovernamental e base normativa: Convenções de Dupla
Tributação, Diretivas e Regulamentos comunitários, Acordos específicos bilaterais (=Memorandum
of Understanding)

Base normativa:
 Modelo OCDE:
o Art.26º, 25º e 27º
 Diretivas:
o 2011/16/EU de 15 de Fevereiro de 2011
o 2010/24/EU de 16 de Março e Regulamento de Execução EU nº 1189/2011 de 18 de
Novembro
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o 2003/48/CE de 3 de Julho
 Permite ter as poupanças dentro da EU onde quiser, mas a tributação dos
rendimentos obtidos tem de ser sempre feita no ER e, portanto, é obrigatório que as
instituições financeiras e similares desses EM mandem a informação de forma
automática dos seus depositantes relativamente aos rendimentos que lhes pagaram
para o ER  define o ER como estado competente para tributar
 Regulamentos (tributação do consumo):
o UE 904/2010 de 7 de Outubro
o CE 2073/2004 de 16 de Novembro
 Acordos específicos (= Memorandum of understanding)
o Gerais ou específicos de paraísos fiscais
 Específicos de paraísos fiscais:
 Inicialmente, existia uma lista negra de países considerados como paraísos
fiscais ou offshore, mas, entretanto, estabeleceu que, se realizassem um
acordo de troca de informação então seriam retirados dessa lista

Modalidades do intercâmbio ou troca internacional de informação:


 A pedido
o Ex. eu estou a fiscalizar António Silva e aquilo tem a ver com França, portanto, mando um
pedido a França para conseguir obter informação  normalmente, surge quando estou a
fazer uma auditoria
 Troca de informação espontânea
o Ex: eu vejo que é de um Espanhol e, por iniciativa, envio a informação espontaneamente a
Espanha sem ela me pedir nada
o Onde isto funciona melhor é na Suécia, Dinamarca e Noruega
 Troca de informação automática (essencialmente na EU através das diretivas)
o Processa-se por mecanismo de computador, de acordo com as bases informáticas de cada
Administração Fiscal, apenas é necessário que haja um NIF conhecido pelos países e, deste
modo, tornou a troca automática (EOIT)
o Os EM são obrigados a mandar isso, pelo menos, uma vez por ano  para os EM é
obrigatório
 Realização de auditorias fiscais simultâneas nos Estados
o Ex: começa uma auditoria em PT e, ao mesmo tempo, outra em FR
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 Participação de funcionários de um Estado em auditorias fiscais noutro Estado


o Ex: funcionário canadianos pedem a PT para que os funcionários da AF PT acompanhassem
os canadianos a recolher os elementos que precisavam
 Serviços de notificação e documentação
 Assistência na cobrança (incluindo medidas cautelares)

Funções do intercambio ou troca internacional de informação:


 Aplicação das Convenções de Dupla Tributação e do Direito Interno que com elas se relaciona
 Salvaguarda dos princípios e liberdades fundamentais comunitários
 Apoio aos contribuintes no cumprimento das suas obrigações fiscais

Iniciativas da Comissão Europeia que, considerando a cooperação administrativa fiscal um instrumento de


grande utilidade no atual contexto económico, deu origem a novas Diretivas e Regulamentos:
 Tributação do rendimento:
o Diretiva 2011/16/EU 15 de Fevereiro de 2011
 alterações pela Diretiva 2014/107/EU de 9 de Dezembro e Diretiva EU 2015/2376 8
de Dezembro
 IVA:
o Regulamento EU 904/2010 7 de Outubro
 Regulamento de execução 79/2012 de 31 de Janeiro e 1189/2011 de 18 de
Novembro

Progressos verificados e desejados:


 Avanço na cooperação administrativa, visando homogeneizar as respetivas normas, obrigações e
direitos
 Melhor resposta aos três princípios fundamentais da cooperação administrativa:
o Disponibilidade
o Acesso
o Intercâmbio de informação

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 Maior partilha de experiencias entre as Administrações fiscais dos EM, sobretudo, nos setores de
forte risco – novas metodologias de utilização das técnicas de gestão de contribuintes por perfis de
risco, concretização de práticas de benchmarking

Diretiva 2011/16 CE 15 de Fevereiro


 Transposta para o direito nacional pelo DL 61/2013 de 10 de Maio
 Baseia-se na anterior Diretiva 77/799/CEE, mas estabelece regras mais claras e mais desenvolvidas
para reger a cooperação administrativa entre EM
o Fornece melhores instrumentos para garantir uma ação mais eficaz contra a fraude e evasão
fiscais
 Estabelece novos instrumentos:
o Extensão substancial da cooperação administrativa a impostos e formas de atuação
o Inclusão das informações na posse de instituições bancárias e/ou financeiras
o Introdução da obrigatoriedade da troca de informação em determinados domínios
o Fixação de prazos para efetuar a transmissão das informações
o Obrigatoriedade de obrigação de retorno
o Obrigatoriedade de utilização de formulários e canais de comunicação normalizados
 Modificações:
o Através da Diretiva 2014/107/EU de 9 de Dezembro, para estender a troca automática de
informação às contas bancárias, passou a incluir também uma lista de informações
financeiras para efeitos da troca automática de informação, a contar de 1 de janeiro de
2017  estas informações abrangem juros, dividendos e rendimentos similares, valor de
venda de ativos financeiros e outros rendimentos e, ainda o saldo de contas
o A Diretiva prevê que a CE publique uma lista das jurisdições com as quais a União Europeia
concluiu um acordo prevendo comunicar aos EM essas informações financeiras, o que foi
satisfeito com a assinatura de protocolos de modificação dos acordos em matéria da
fiscalidade da poupança concluídos com países terceiros, fazendo com que estes
incorporem a novas informações financeiras
 A lista compreende os seguintes países terceiros:
 Confederação suíça
 Principado do Lichenstein
 Republica de San-Marino
 Principado de Andorra

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 Segundo um relatório da Comissão e uma nova proposta, a troca automática já existente


(rendimentos não financeiros e financeiros), pode ser alargada a outras categorias de elementos
úteis nesta sede, e às decisões fiscais em matérias transfronteiriças, incluídos os acordos prévios
sobre preços da transferência
 Nova alteração em 8 de Dezembro de 2015, colocou a Diretiva a prever a troca informática de
informação nas decisões transfronteiras de caráter fiscal com inclusão dos acordos prévios de
preços de transferência, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2017  Diretiva 2015/2376 de 18
de Dezembro
 Em 28 de Janeiro de 2016, a Comissão propôs estender as trocas de informação país a país –
Comissão 2016/025:
o Os grupos multinacionais da UE ou que exerçam atividades na UE cujo rendimento total
consolidado seja igual ou superior a 750 000 000€, deverão preencher declarações país a
país – as autoridades competentes dos EM que recebam as declarações comunicarão
automaticamente aos outros EM onde uma ou mais entidades do grupo tenham a sua
residência fiscal ou sejam sujeitas a imposto sobre atividade exercida por um EE
o As declarações por país são apresentadas no EM no qual a sociedade mãe do grupo ou
qualquer outra entidade do grupo tenha a sua residência fiscal  o EM comunicará essa
declaração a todos os outros EM nos quais uma ou várias entidades do grupo tenham a sua
residência fiscal ou aí sejam sujeitas a imposto via atividade de um EE
o As declarações incluem, para cada jurisdição em que o grupo exerce as suas atividades,
informações sobre o volume de negócios, o resultado antes do imposto, o imposto pago e o
imposto devido, o numero de trabalhadores, o capital social, os resultados não distribuídos
e os ativos corpóreos
o O procedimento será anual a partir de 1 de Janeiro de 2017
o O modelo para o efeito é o modelo fornecido no relatório sobre a Ação 13 da OCDE, via
informática, rede CCN
Regulamento de Execução 2015/2378/CE 15 de Dezembro que estabelece algumas modalidades de
aplicação da Diretiva 2011/16/EU e derroga o RE 1156/2012
 Altera normas de execução precedentes consolidando-as com novas disposições no que respeita ao
formato informático a utilizar para a troca automática relativa às informações das contas
financeiras
 Âmbito de aplicação da Diretiva 2011/16:
o Impostos de qualquer natureza, cobrados pelos EM ou em seu nome, ou pelas suas
subdivisões politicas territoriais ou administrativas, ou em nome destas, incluindo, as

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autarquias locais, cobrados no território a que são aplicáveis os tratados por força do
art.52º TUE, exceto o IVA e taxas em geral
 Definições:
o Autoridade competente; serviço central de ligação; serviço de ligação; funcionário
competente; autoridade requerente; autoridade requerida; diligencias administrativas;
troca de informações a pedido; troca espontânea de informação; pessoa singular e pessoa
coletiva; transmissão por via eletrónica; rede CNN
o Troca de informações a pedido:
 Assenta na prévia solicitação da autoridade requerente, que deve justificar a
necessidade
 Lacunas ou insuficiências do pedido devem ser supridas pela autoridade requerente
 A autoridade requerente recolhe a informação que possua, e se não possuir informa
a requerente do facto
 Nas diligências, a requerida deve atuar como se agisse por conta própria ou a pedido
de outra autoridade nacional, esgotando os meios de que disponha
 O prazo máximo de resposta é, em geral, de 6 meses a contar da receção do pedido,
embora possam ser acordados prazos diferentes
 Nota: as informações devem referir-se a um caso concreto, pelo que serão de
recusar as chamadas fishing expeditions, isto é, tentativas de acesso generalizado à
informação na disposição de outro Estado  o Estado que pretende aceder a
determinada informação tem, como se referiu, que demonstrar o seu interesse
nessa informação especifica, o que garante a relevância e indispensabilidade da
informação solicitada
o Troca automática de informações:
 Obrigatória por uma autoridade competente de um EM
 Rendimentos de trabalho
 Remunerações dos membros de órgãos de gestão/administração
 Produtos de seguros de vida
 Pensões
 Propriedade e rendimento de imoveis
 Informações disponíveis nos registos e bases de dados
 Comunicação uma vez por ano, pelo menos, no prazo de 6 meses após o termo do
período de tributação

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 Podem ser trocadas, por acordo bilateral ou acordos multilaterais, informações


relativas a outros rendimentos, com informação prévia à CE
o Troca espontânea de informações:
 Informações conhecidas de uma autoridade e que previsivelmente sejam relevantes
para a autoridade de outro EM, quando:
 Haja razões para suspeitar que existe perda de receita fiscal no outro EM
 Um sujeito passivo obtenha num Estado redução ou suspensão de imposto
que possa implicar aumento ou sujeito de imposto no outro EM
 Se trate de operações empresariais entre sujeitos passivos residentes num
EM e sujeitos passivos residentes noutro EM, efetuadas com intervenção de
uma ou mais entidades residentes em um ou mais Estados, e suscetíveis de
distorcionar o imposto devido num ou em ambos
 Possa presumir-se a existência de uma diminuição de imposto em resultado
de transferências fictícias de lucros intragrupo

Diretiva 2016/881/CE de 25 de Maio


 Cooperação administrativa eficaz entre EM, em condições compatíveis com o bom funcionamento
do mercado interno, não pode ser suficientemente alcançado pelos EM e, pode, devido à
uniformidade e eficácia exigidas, ser mais bem alcançado ao nível da União Europeia, em
conformidade com o principio da subsidiariedade, consagrado no artigo 5º do TUE, em
conformidade com o principio da proporcionalidade consagrado no mesmo artigo, e sem exceder o
necessário para alcançar aquele objetivo
 O âmbito da troca de informações é alargado, por forma a incluir a troca automática de
informações da declaração por país
 O relatório a apresentar anualmente à Comissão pelos EM ao abrigo do art.23º da Diretiva
2011/16/UE deverá detalhar o âmbito da apresentação local nos termos do art.8º-AA dessa diretiva
e do anexo III, secção II, ponto 1 da mesma, e uma lista de eventuais jurisdições em que as
Entidades-mãe finais das Entidades constituintes com sede na União sejam residentes, mas nas
quais não tenham sido apresentadas nem trocadas declarações completas
 As informações trocadas nos termos da presente diretiva não conduzem à divulgação de segredos
comerciais, industriais ou profissionais de processos comerciais, ou de informações cuja divulgação
seja contrária à ordem pública

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 O objetivo da presente diretiva é o de melhorar o funcionamento do mercado interno


desencorajando a utilização de mecanismos de planeamento fiscal transfronteiriços agressivos,
considerando que isso pode não ser suficientemente alcançado pelos EM, mas pode, devido ao
facto visar mecanismos desenvolvidos para, potencialmente, tirar proveito das ineficiências do
mercado que têm origem na interação entre diferentes disposições nacionais em matéria fiscal, ser
mais bem alcançado a nível da União, a União pode adotar medidas em conformidade com o
principio da subsidiariedade estabelecido no art.5º do TUE, se em conformidade com o principio da
proporcionalidade consagrado no mesmo artigo, a diretiva não exceder o necessário para alcançar
esse objetivo, especialmente tendo em consideração que é limitada a mecanismos transfronteiriços
que digam respeito a mais do que um EM ou a um EM e um país terceiro
o Ao reconhecer em que medida um quadro transparente para desenvolver a atividade
empresarial poderia contribuir para combater a evasão e a fraude fiscais no mercado
interno, a Comissão foi chamada a lançar iniciativas sobre a comunicação obrigatória de
informação sobre mecanismos de planeamento fiscal potencialmente agressivo, em
conformidade com as linhas da Ação 12 do plano da OCDE sobre a erosão da base tributável
e a transferência de lucros (BEPS)
 Nestas circunstâncias, devido ao potencial impacto sobre o funcionamento do mercado interno,
justifica-se a necessidade de adoção de um conjunto comum de regras, em vez de deixar que esta
questão seja tratada a nível nacional – um EM poderá tomar medidas de comunicação nacionais
adicionais de natureza semelhante, mas as informações recolhidas para além do que é comunicado
em conformidade com a presente diretiva não deverão ser transmitidas automaticamente às
autoridades competentes dos outros EM  essas informações podem ser trocadas a pedido ou
espontaneamente de acordo com as regras aplicáveis
 A fim de facilitar a troca automática de informações e melhorar a eficiência na utilização dos
recursos, as trocas deverão ser efetuadas através da rede comum de comunicações (CCN)
desenvolvida pela União  neste contexto, as informações serão registadas num diretório central
seguro relativo à cooperação administrativa no domínio da fiscalidade
o Os EM deverão ter de aplicar um conjunto de medidas práticas, incluindo medidas
destinadas a harmonizar a comunicação de toda a informação necessária, através da criação
de um formulário normalizado  tal deverá envolver também a especificação dos requisitos
linguísticos para a troca de informações, prevista e a atualização da rede CNN em
conformidade

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 Portugal celebrou Protocolos de assistência mútua com o Brasil, Cabo Verde e Moçambique, mas ainda
não estão em vigor
o No dia 27 de Janeiro de 2016, 31 países, incluindo Portugal, assinaram um acordo de
cooperação que permite a troca automática de relatórios por país  estes relatórios
encontram-se previstos no programa de Erosão da Base tributável e a Transferência de lucros
(BEPS) da OCDE/G20
o O acordo, titulado, Multilateral Competent Authorithy Agreement (MCAA), contribui para que
entrem em vigor os novos parâmetros de documentação fiscal de preços de transferência,
previstos na Ação 13 do Plano de Ações do BEPS, um projeto desenvolvido durante mais de dois
anos que envolveu todos os países da OCDE, do G20 e mais de uma dúzia de países em
desenvolvimento
o Com a assinatura do MCAA, é garantido às Autoridades Fiscais de cada país um entendimento
completo de como as Empresas Multinacionais estruturam as suas operações, ao mesmo tempo
que, garabtem que a confidencialidade dessa informação se mantém salvaguardada
o A Ação 13, no seu modelo de Relatório por país (“Country by country report”), prevê que as
Empresas Multinacionais divulguem informação por jurisdição fiscal, relativa a rendimentos
com entidades do Grupo, resultados antes de impostos capital próprio, numero de empregados,
valor de ativos tangíveis, entre outros
 FACTA – acordo entre Portugal e os EUA e CRS
o Resolução da Assembleia da Republica nº183/2016 – aprova o acordo entre Portugal e os EUA,
assinado em 6 de Agosto de 2015, para reforçar o cumprimento fiscal e implementar o Foreign
Account Tax Compliance Act (FACTA)
 Introduz regras e os procedimentos de cooperação administrativa e assistência mútua
com os EUA, através da troca automática de informações sobre contas financeiras (saldo
ou valor da conta, o montante bruto total de juros, o montante bruto total de
dividendos e outras informações financeiras)
 O modelo de troca automática de informações instituído pelas autoridades americanas,
dentro do programa FACTA, foi usado como base para adoção, pela OCDE, de um
programa de troca de informações intitulado Common Reporting Standard (CRS) e que
terá maior abrangência que o FACTA  o CRS propõe-se a introduzir obrigações de
reporte para mais de uma centena de países à volta do mundo
o Diretiva DAC 2: Diretiva 2014/107/CE de 9 de Dezembro

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 O Governo aprovou o diploma sobre o regime de acesso e troca automática de


informações financeiras no domínio da fiscalidade, este regime resulta de compromissos
internacionais com caráter vinculativo assumidos pelo Estado português,
nomeadamente:
 Transposição da Diretiva Europeia DAC2, que prevê um mecanismo automático de
acesso e troca de informações financeiras em relação a contas detidas em PT por não
residentes e a contas detidas por residentes no estrangeiro, incluindo cidadãos
portugueses  as normas criadas permitem à AT o acesso para posterior comunicação a
outros países da UE, de saldos bancários e informações sobre aplicações financeiras,
sediadas em PT, de residentes noutros países da EU, bem como de residentes noutros
países que tenham aderido ao sistema CRS da OCDE, em condições de reciprocidade,
estando o valor mínimo para acesso e troca de informação limitado a 1 000€ para contas
existentes até 2015 e, não existindo limite mínimo para as restantes
 Aprovação de regulamentação associada à implementação do acordo FACTA com os
EUA, assinado pelo anterior Governo e entretanto aprovado pela AR, permite o acesso
da AT, e a comunicação aos EUA, dos saldos bancários e informações de aplicações
financeiras, sediadas em PT, titulados por cidadãos americanos residentes em PT,
pessoas residentes nos EUA e cidadãos portugueses que tenham tido autorização de
residência nos EUA, estando no entanto, limitada a um valor mínimo de 50 000 UDS
para que seja desencadeado o dever de comunicação
 O diploma agora aprovado incorpora também, nos termos da autorização legislativa
prevista na LOE para 2016, normas que permitem o acesso pela AT a informação
equivalente à prevista na Diretiva e no Acordo FACTA e nas mesmas condições
 A aplicação dos mesmos deveres de comunicação dos bancos à AT relativamente
a contas em bancos portugueses de que sejam titulares residentes em PT, está
limitada às situações em que o valor depositado na instituição seja superior a 50
000€, sendo o acesso, à semelhança do que acontece nos dois âmbitos
anteriores, limitado ao saldo dos valores depositados, uma vez por ano,
excluindo-se o acesso aos movimentos recuo do Governo esta semana depois do
veto presidencial
 Para evitar uma possível fuga de capitais para paraísos fiscais mais próximos, a CE tentou
acordos para aplicar CRS com o Mónaco, Andorra, São Marino, Lichenstein e Suíça

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 A ideia geral da troca automática de informações é a mesma que presidiu à Diretiva


Poupança: permitir a tributação dos rendimentos obtidos no estrangeiro no país de
residência fiscal do beneficiário dos rendimentos
 O conteúdo do CRS vai além de tudo o que já existia em matéria de troca de
informações  a Diretiva Poupança limitava o seu âmbito aos juros do aforro, o CRS
cobre todos os tipos de rendimento (incluídas as mais valias de ações, os ganhos de
derivados, os contratos de seguro de vida, etc) e, ainda os capitais ou somas depositadas
no estrangeiro, qualquer que seja o montante
 Contrariamente à Diretiva do Aforro, não há nenhuma isenção em função do
limite de investimento ou da data de aquisição ou de emissão dos títulos
 Os obrigados são as instituições financeiras, tais como bancos, sociedades de bolsa,
companhias de seguros, e ainda outras instituições financeiras como os fundos de
investimento
 A generalidade dos países europeus incorporou, ou está em vias de incorporar, estas soluções na
sua legislação

13.10.2017

Acórdão Vestergaard
 Litígio entre contribuinte e a Administração fiscal (Dinamarca)
 O TUE colocou duas questões prejudiciais
o 1. Será que é conforme com o tratado, o facto de na Dinamarca existir a presunção quando
o curso apresente uma conexão com um elemento turístico e, portanto, não ser possível a
sua dedução?
 Segundo a Lei interna da Dinamarca, existe uma presunção ilidível que a realização de um curso
num local estrangeiro turístico não pode ser considerada um custo com direito a dedução (há uma
inversão do ónus a prova – tem de se provar e justificar o curso no local turístico, senão não vai
poder deduzir o custo do mesmo)
 O TJUE afirma que viola o artigo 59º do Tratado, no entanto, podem existir exceções à proibição da
violação de liberdades no Tratado
o Exceções:

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 Necessidade de preservar a coerência de um regime fiscal


 Eficácia dos controlos fiscais

Acórdão Bachmann

Acórdão Sabou
 Acórdão versa sobre a Diretiva e não sobre discriminações
 Quais são os direitos do sujeito passivo envolvido nesta troca de informações  a diretiva dirige-se
aos EM
 O direito processual fiscal não está uniformizado na UE
 Nota: a nível nacional quando há uma auditoria, quando se esta a examinar dados relevantes para
aferir da exata situação tributaria de cada contribuinte, resultante da sua capacidade contributiva,
a AF sempre que tem um indicio não tem de dizer ao contribuinte  fase previa de modelação de
busca dos elementos que bem informem o apuramento do imposto e da capacidade contributiva
o A partir do momento em que AT finda esse processo, notifica o contribuinte de uma
liquidação adicional corretiva, o que vai fazer alterações ao declarar
 Nota: qualquer decisão da AT tem de ser devidamente fundamentada sob pena de ser nula

20.10.16

pp da reciprocidade- eu forneço as informações se a outra parte estiver em condições de mas fornecer


também

Aula de duvidas: Sexta dia 26 de Outubro às 10h

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